PETROBRAS Resultado Neutro no 4T09 e PN

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1 Analista PETROBRAS Resultado Neutro no 4T09 e PN A Petrobras divulgou na última sexta-feira seus resultados referentes ao 4T09 e ao fechamento de 2009 que mostraram um desempenho um pouco mais fraco que a nossa estimativa em receita líquida, mas com um bottom line melhor. A diferença no lucro líquido foi alcançada, basicamente, em função de resultado financeiro e IR menores que a nossa estimativa. A empresa fechou o último trimestre do ano com receita líquida fraca, devido à queda no volume de produtos exportados, mas com um controle de despesas significativo, o que acabou gerando um equilíbrio na margem EBITDA, que ficou ligeiramente abaixo da nossa estimativa. A Petrobras fechou 2009 com endividamento líquido de R$71,5 bilhões (+47% YoY). Além disso a empresa também divulgou decisões do Conselho de Administração referentes aos investimentos para 2010, que deverão atingir R$88,5 bilhões (+25% s/ 2009) e ainda dados preliminares sobre a revisão do Plano de Negócios (PN), com investimentos na faixa entre US$200 e US$220 bilhões, representando um crescimento entre 15 e 26% sobre PN anterior. Visão ATIVA Resultado NEUTRO e PN negativo. Apesar do desempenho operacional mais fraco que a nossa estimativa no 4T09, compensado por uma forte redução das despesas operacionais, continuamos com a avaliação de que os resultados da Petrobras no curto prazo não serão os drivers principais para a performance de suas ações. As questões relacionadas ao andamento dos projetos de mudança na regulamentação da exploração de petróleo no Brasil, atualmente em processo de avaliação no Senado, e consequentemente a capitalização da empresa, são questões decisivas para avaliação dos investidores. A indicação do volume de investimentos para 2010 e do PN mostram que a empresa realmente precisará melhorar sua estrutura de alavancagem de forma a manter o equilíbrio e o grau de investimento. A empresa ainda não detalhou o novo PN, mas continua limitando a alavancagem líquida em 35% e com dívida líq/ebitda de 2,5x (atualmente em 0,85x). Isso representa um nível de endividamento, considerando o EBITDA dos últimos 12 meses de quase R$150 bilhões, praticamente o dobro do endividamento líquido ao final de 2009 e insuficiente para fazer frente ao programa de investimentos dos próximos 5 anos. Com isso fica cada vez mais claro a necessidade de capitalização da empresa, de forma a manter em equilíbrio sua alavancagem financeira. Mantemos nossa recomendação NEUTRA para as ações da Petrobras, dadas as incertezas que rondam a empresa no curto prazo. A Petrobras irá realizar uma conference call no dia 24/03 as 9:30h para investidores e analistas, em português, com acesso pelo Tel.: (código: Petrobras) ou via webcast no endereço 1

2 Petrobras (controladora) 4T09 4T09E Osc.% 3T09 Osc.% 4T08 Osc.% Osc.% Volume de vendas (mil m 3 ) ,9% ,2% ,3% ,3% MI ,1% ,3% ,7% ,9% ME ,4% ,1% ,8% ,6% Receita líquida (R$mm) ,8% ,9% ,3% ,1% Margem bruta 40,6% 46,5% -5,9p.p. 42,4% -1,8p.p. 34,0% 6,6p.p. 43,2% 39,8% 3,4p.p. Despesas Operacionais (R$mm) ,6% ,1% ,6% ,6% EBITDA (R$mm) ,8% ,5% ,3% ,2% Margem EBITDA 33,2% 34,0% -1,1p.p. 28,2% 5,0p.p. 24,1% 9,2p.p. 33,8% 31,5% 2,2p.p. Resultado Financeiro Líq. (R$mm) 107 (1.137) - (1.682) ,9% (6.666) Equivalência Patrimonial (R$mm) ,9% ,6% (479) ,7% Lucro Líquido (R$mm) ,6% ,4% ,9% ,6% Fonte: ATIVA Research e Petrobras A seguir destacamos alguns pontos importantes do resultado da Petrobras no 4T09: Vendas de combustíveis no mercado doméstico crescem em qualquer que seja a comparação, compensando a fraqueza das exportações. O volume total de venda no MI atingiu mil m 3, representando um crescimento de 2,3% QoQ e +4,7% YoY. O destaque ficou para o crescimento do volume comercializado da gasolina (+12% QoQ) em função da redução do percentual de álcool. Já as exportações, a partir do Brasil, atingiram mil m 3, uma queda de 6% QoQ e 13,8% YoY, justificado pela empresa para a fazer frente a formação de estoques de petróleo em função de paradas programadas que ocorreram no início de 2010; O Preço Médio de Realização (PMR) de derivados foi de R$ 154,82/barril, uma alta de apenas 1,4% QoQ e -12,3%. Essa pequena alta sobre o trimestre anterior, apesar da alta de quase 10% no preço médio do petróleo tipo Brent no mercado internacional entre o 3T09 e o 4T009, pode ser explicada pela valorização do Real no período, de quase 6% e ainda pela pequena mudança no mix de produtos vendidos. Os mesmos motivos justificam também a evolução do PMR na comparação anual; Após um trimestre com lançamentos não recorrentes os Custos e Despesas Operacionais retornam aos níveis do 2T09, mas com efeito pequeno na realização de estoques formado com preço menor. O lifting cost atingiu US$9,51/barril, sendo que se desconsiderarmos os efeitos da apreciação do Real, ele teria apresentado uma alta de apenas 1% sobre o 3T09. Já o custo de refino fechou no último trimestre de 2009 em US$3,76/barril, alta de mais de 4%, sem considerar efeito cambial, justificada pela empresa por maiores gastos com paradas programadas e serviços de 3os. A boa notícia veio do Overhead corporativo, que atingiu no 4T09 um total de US$799 milhões (R$1,4 bilhão), praticamente em linha com a nossa estimativa e com a média dos últimos trimestres. Já as Despesas Operacionais surpreenderam positivamente com queda acima do que 2

3 consideramos e -28% QoQ. Com isso o EBITDA da Petrobras, consolidado, R$11,5 bilhões, -10% sobre a nossa estimativa, representando uma margem EBITDA de 33,2%; A Petrobras, no balanço consolidado, atingiu endividamento bruto de R$100,3 bilhões, um aumento de 11% QoQ, devido a novas captações para atender investimentos previstos no Plano de Negócios. Já o endividamento líquido apresentou crescimento mais forte, quase 19% QoQ, dado que os recursos disponíveis também caíram. Na comparação anual a Petrobras mostra um crescimento de 41% no endividamento líquido. Com a melhoria do EBITDA nos últimos 12 meses, o indicador de Dívida Líq./EBITDA fechou o 4T09 em 0,85x, pouco abaixo do 1,0x do 3T09. O programa de investimentos atingiu R$20,1 bilhões no 4T09, totalizando no ano R$70,8bilhões (+32,6% YoY). A Petrobras passou ao final do 4T09 a ter uma exposição passiva em dólar maior que a posição ativa, ao contrário do que se observava tanto no 3T09 quanto no 4T08. Com essa mudança estrutural o resultado financeiro voltou na ser positivo, ao contrário do que estávamos esperando, favorecendo em muito o resultado final da Petrobras no 4T09. Outro item que também contribui foi o nível baixo de alíquota efetiva de IR e CS, que atingiu apenas 19%. Com isso o lucro líquido da Petrobras atingiu no 4T09 um total de R$8,4 bilhões, quase 10% acima da nossa expectativa; Programação de Investimentos e PN Junto com a divulgação dos resultados do 4T09 a Petrobras divulgou comunicado sobre algumas decisões adotadas pelo Conselho de Administração. A primeira decisão está relacionada com a programação de investimentos para 2010, que poderá atingir até R$88,5 bilhões, bem acima dos R$70,7 bilhões de 2009 e acima dos valores que já tinham sido encaminhados ao Governo Federal pelo PDG (Programa de Dispêndio Global) e do Orçamento Anual de Investimentos (OAI). As principais diferenças estão no aumento dos investimentos para a área de Abastecimento e Gás e Energia. Outra questão divulgada foi a nova referência de valor total a ser investido no período de , que consta no Plano de Negócios, que poderá atingir entre US$200 a US$220 bilhões, atendendo por uma análise de financiabilidade que limita o indicador Dívida Líq/EBITDA em 2,5x e o grau de alavancagem líquida menor que 35%. 3

4 O analista responsável pela elaboração deste relatório declara, nos termos do art. 5º da Instrução CVM n.º 388/03 que: I. suas análises refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais e que foram elaboradas de forma independente e autônoma; II. que não mantém vínculo com qualquer pessoa natural que atue no âmbito das companhias cujos valores mobiliários foram alvo de análise no relatório divulgado; III. que a instituição à qual está vinculado, bem como os fundos, carteiras e clubes de investimentos em valores mobiliários por ela administrados não possui participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% (um por cento) do capital social de quaisquer das companhias cujos valores mobiliários foram alvo de análise, ou esteja envolvida na aquisição, alienação e intermediação de tais valores mobiliários no mercado; IV. que não é titular, direta ou indiretamente, de valores mobiliários de emissão da companhia objeto de sua análise, que representem 5% (cinco por cento) ou mais de seu patrimônio pessoal, ou esteja envolvido na aquisição, alienação e intermediação de tais valores mobiliários no mercado; V. que, tanto o analista como a instituição a que está vinculado, não recebem remuneração por serviços prestados ou apresentam relações comerciais com qualquer das companhias cujos valores mobiliários foram alvo de análise no relatório divulgado, ou pessoa natural ou pessoa jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse desta companhia; VI. que sua remuneração ou esquema de compensação do qual é integrante não está atrelada à precificação de quaisquer dos valores mobiliários emitidos por companhias analisadas no relatório ou às receitas provenientes dos negócios e operações financeiras realizadas pela instituição a qual está vinculado. Este boletim foi preparado pela Ativa SA Corretora de Títulos, Câmbio e Valores, sendo distribuído a título gratuito, com a finalidade única de prestar informações ao mercado em geral. Apesar de ter sido tomado todo o cuidado necessário de forma a assegurar que as informações aqui prestadas reflitam precisamente a realidade no momento, a exatidão não é de qualquer forma garantida e a Corretora por elas não se responsabiliza. O informe é fornecido apenas como fonte de dados para investidores profissionais, que devem tomar suas próprias decisões, não aceitando a Corretora responsabilidade, de qualquer natureza, por perdas direta ou indiretamente derivadas do uso deste boletim ou do seu conteúdo. Este não pode ser reproduzido, distribuído ou publicado por qualquer pessoa, para quaisquer fins. 4

5 RESEARCH Economista Chefe Arthur Carvalho Estratégia e Sales Analista Chefe Elétrico e Açúcar & Álcool Ricardo Corrêa, CNPI rcorrea@ativactv.com.br Fernando Domingues fdomingues@ativactv.com.br Gustavo Costa gcosta@ativactv.com.br Telecom e Tecnologia Petróleo e Concessões Construção Civil Armando Halfeld, CNPI ahalfeld@ativactv.com.br Bens de Capital e Autopeças Artur Delorme, CNPI adelorme@ativactv.com.br Serviços Financeiros Laura Lyra Schuch, CNPI llyra@ativactv.com.br Siderurgia & Mineração Analista Técnico Eduardo Collor eduardo.collor@ativactv.com.br Consumo, Varejo e Shoppings Juliana Campos, CNPI jcampos@ativactv.com.br Logística Artur Delorme, CNPI adelorme@ativactv.com.br Papel & Celulose INSTITUCIONAL Ações Mesa São Paulo Tel.: (11) Renda Fixa Mesa São Paulo Tel.: (11) Mercados Futuros Mesa São Paulo Tel.: (11) SALES Mônica Araújo Tel.: (21) Amabile Rebeschini Tel.: (21) PESSOA FÍSICA Mesa Rio de Janeiro Tel.: (21) / Mesa Fortaleza Tel.: (85) Mesa São Paulo Tel.: (11) /6995/6996 Mesa Brasília Tel.: (61) Mesa Curitiba Tel.: (41) Mesa Belo Horizonte Tel.: (31) Mesa Vitória Tel.: (27) RIO DE JANEIRO Av. das Américas, ª andar Barra - Rio de Janeiro RJ CEP: Tel.: (55 21) FAX: (55 21) RIO DE JANEIRO Av. Rio Branco, ª andar Centro - Rio de Janeiro RJ CEP: Tel.: (55 21) FAX: (55 21) SÃO PAULO Rua Iguatemi, º andar Itaim Bibi - São Paulo SP CEP: Tel.: (55 11) FAX: (55 11) CURITIBA Al. Dr. Carlos de Carvalho, ª andar Centro - Curitiba PR CEP: Tel.: (55 41) FAX: (55 41) VITÓRIA Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 675 Salas 116 / 117 Vitória ES CEP: Tel.: (55 27) FAX: (55 27) FORTALEZA Av. Santos Dumont Sala 1312 Aldeota - Fortaleza CE CEP: Tel.: (55 85) FAX: (55 85) BRASÍLIA SHS 06, Conj. A, Brasil 21, Bloco C loja 16 (térreo) Brasília DF CEP: Tel.: (55 61) FAX: (55 61) BELO HORIZONTE Rua Felipe dos Santos, 901-7º andar Lourdes - Belo Horizonte MG CEP: Tel.: (55 31) Fax: (55 31) Atendimento Ouvidoria

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