1 - Ao invés, no Código de Processo Civil o requerimento de interposição de recurso deve ser indeferido quando

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1 P.º n.º R.P. 119/2010 SJC-CT Averbamento à descrição (construção). Edifício a averbar já implantado no solo quando foi outorgada a escritura de justificação notarial em que foi invocada a usucapião do direito de propriedade. Benfeitoria. Acessão. DELIBERAÇÃO A ficha nº, da freguesia de, foi aberta para descrever um prédio rústico, com a área de...m2, inscrito na respectiva matriz sob o artigo, e para inscrever a aquisição deste prédio, por usucapião, a favor dos ora recorrentes, casados sob o regime de comunhão geral. O título que serviu de base a este registo é uma escritura de justificação notarial outorgada em... de... de, em que os justificantes, ora recorrentes, se afirmaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dentre outros, deste prédio rústico (verba nº ), alegando que estavam na sua posse, em nome próprio, há mais de 20 anos, tendo-o adquirido, na constância do casamento, por doação verbal (pelo ano de...), estando desde então no uso fruição e posse ( ), semeando-os, cultivando-os, colhendo os seus frutos ( ), em consequência do que adquiriram o direito de propriedade do indicado prédio por usucapião, que invocaram. Pela Ap., de de... de, o ora recorrente marido pediu presencialmente na Conservatória recorrida o averbamento à descrição da citada ficha, para dizer inter alia que o prédio é misto, sendo a parte urbana composta por..., com a área coberta de...m2 e logradouro com...m2, inscrita na matriz sob o artigo urbano, e a parte rústica composta de... com a área de m2, inscrita na matriz sob o artigo... Fez entrega no processo de registo de duas certidões matriciais e de duplicado do pedido de actualização de área do artigo rústico, apresentado no respectivo Serviço de Finanças em.../ / Este pedido de registo mereceu da Senhora Conservadora a seguinte qualificação: «Recusada a actualização da descrição, com referência ao prédio descrito sob o nº... da freguesia de..., requerida a coberto da apresentação supra peticionada, nos termos do disposto no art. 30º, nº 1, art. 68º, al. b) do nº 1 do art. 69º do Código do Registo Predial, por o facto não se encontrar titulado nos documentos apresentados, com o seguinte: 1

2 FUNDAMENTO: Por resultar da caderneta predial urbana que o prédio urbano que se pretende averbar foi inscrito na matriz em... e portanto à data do título que serviu de base ao registo de aquisição a favor do titular inscrito, o prédio já se encontrava implantado no rústico que foi objecto da escritura de justificação celebrada em.../ / e portanto o prédio já teria a natureza jurídica mista e não rústica como ficou a constar do título, pelo que cumpre esclarecer qual a natureza do implante, se estamos perante uma benfeitoria ou uma acessão. Sendo certo que haverá uma benfeitoria quando o melhoramento (edificação) resultou de um vínculo jurídico estabelecido pelo (então) proprietário com o prédio rústico, isto é, se iniciou a posse ainda como rústico e posteriormente foi construído o urbano, neste caso, deverá o título ser rectificado, pois, adquiriu, por usucapião, um prédio misto e não um rústico, rectificando-se posteriormente a descrição nos termos do art. 120º e segs. do CRP, uma vez que não estamos perante uma alteração superveniente prevista no artigo 28º». O despacho de qualificação é de.../ /, o «apresentante» foi dele notificado em / /, e em.../ / o mesmo «apresentante», por escrito (manuscrito) no duplicado da requisição de registo (nº de / / ), declarou para os devidos efeitos que não pretendia reclamar do despacho deste processo. Em / / foi apresentado na Conservatória recorrida o presente recurso hierárquico, que basicamente assenta na seguinte fundamentação: a) De facto, os recorrentes edificaram o prédio urbano, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de sob o artigo..., que habitam e conservam, prédio esse participado à matriz em... de e inscrito no ano de...; b) A justificação não titula qualquer transmissão, e, ainda que de transmissão se tratasse, a transmissão já ocorreu; c) O prédio urbano edificado e cuja construção se pretende averbar é uma acessão ; d) O averbamento requerido não falseia o título exarado e apresentado a registo, uma vez que a modificação ou alteração dos elementos das descrições prediais encontram-se previstas no artigo 88º do C.R.P.; e) O referido averbamento também não viola a disposição de comprovar a existência de licença de utilização, uma vez que por deliberação aprovada em sessão do Conselho Técnico da Direcção-Geral dos Registos e do Notariado de «estão excluídas da exigência da apresentação da prova da existência do alvará de licença de 2

3 utilização as escrituras de justificação notarial de prédios urbanos, que sejam alicerçadas com base em usucapião, uma vez que se está perante uma situação de aquisição originária e, por isso, incompatível com qualquer ideia de transmissão» ; f) Nem tão pouco o referido averbamento viola o disposto no Código do Imposto do Selo, quanto à incidência objectiva do imposto nas transmissões gratuitas, incluindo as aquisições por usucapião, uma vez que de acordo com o Acórdão do STA, 2ª Secção, nº 0805/09 de 18/02/2010, o acto de aquisição por usucapião de imóvel usucapido é objecto de incidência de tributação em imposto de selo e não o acto de obras realizadas no mesmo imóvel pelo próprio usucapiente ; g) Assim, as declarações prestadas no título não deixam de corresponder à realidade, já que os outorgantes reconheceram que, ao requerem o registo de actualização da descrição do prédio descrito sob o nº da mencionada freguesia de..., pretendem actualizar e completar os elementos do prédio com a realidade matricial e realidade física subjacente, nos termos do artigo 28º do C.R.P.. A Senhora Conservadora recorrida sustentou a qualificação do pedido de registo que havia adoptado, alegando em síntese o seguinte: a) Na escritura de justificação foi declarado que o prédio é de natureza rústica, não tendo sido feita menção à existência de uma edificação no mesmo; b) À data do título (justificação notarial) o edifício já existia, pelo que é primordial esclarecer-se qual a natureza jurídica do edifício implantado no solo, se estamos perante uma benfeitoria ou uma acessão (cfr. Pºs nºs 238/2000 DSJ-CT, in BRN nº 2/2001, e 31/2001 DSJ-CT, in BRN nº 11/2001), parecendo que no caso em apreço o implante tem a natureza de benfeitoria; c) Tratando-se de benfeitoria de acordo com a regra da primazia do solo decorrente do princípio da individualização, o referido edifício implantado ( ) deveria ter sido mencionado no título por já existir à data da celebração da escritura de justificação ; d) Nestes termos, deverá o referido título ser rectificado nos precisos termos, uma vez que o pedido de alteração à descrição recusado pelo despacho de qualificação, ora recorrido, não consubstancia uma alteração superveniente como é defendido pelos recorrentes. Questão prévia: 3

4 Coloca-se a questão de saber qual o sentido que deve ser atribuído à declaração do «apresentante» - de que não pretende reclamar do despacho de qualificação e que posição deve ser tomada perante tal declaração. Vejamos. À «renúncia de recurso hierárquico ou contencioso» se referia o nº 2 do art. 27º do C.R.P., mas a al. a) do art. 34º do D.L. nº 116/2008, de 4 de Julho, eliminou esta disposição. A renúncia ao recurso está prevista no art. 681º, nº 1, do C.P.C. No CPA também está prevista a renúncia, a par da desistência do procedimento, mas dos próprios direitos. Como ensinam Mário Esteves de Oliveira et ali, in Código do Procedimento Administrativo, 2ª. Ed., pág. 501, no caso de renúncia, o interessado (particular) perde a «titularidade da posição substantiva que o levara ao procedimento». Esta figura de renúncia não se aplica, portanto, ao caso em apreço. Temos defendido que no processo registal propriamente dito o que se destina à formulação de pedidos de registo e à prolação das respectivas decisões registais aplicam-se subsidiariamente as normas do Código de Processo Civil (C.P.C.). Mas, se bem ajuizamos, é no Código do Procedimento Administrativo (CPA) que devemos buscar a regulamentação da renúncia ao recurso hierárquico (cfr. art. 147º-B, do C.R.P.). Ora, no CPA não está prevista a renúncia ao recurso hierárquico, nem esta figura entre as causas de rejeição do recurso (cfr. art. 173º, do CPA) 1. Porém, no âmbito do CPA está prevista a aceitação, expressa ou tácita, do acto administrativo «como factor preclusivo da legitimidade impugnatória» (cfr. art. 53º, nº 4, e 160º, nº 2, e Mário Esteves de Oliveira et ali, ob. cit., pág. 753), figurando a falta de legitimidade como causa de rejeição do recurso na al. c) do art. 173º. Ora, nós não descortinamos na declaração subscrita pelo «apresentante» outro sentido que não seja a manifestação da livre vontade em acatar a decisão registal nos precisos termos em que foi proferida. Em face do exposto, somos de opinião que o recurso hierárquico deve ser rejeitado. Não obstante, e como vem sendo prática deste Conselho, não deixaremos de emitir pronúncia sobre o mérito do recurso. 1 - Ao invés, no Código de Processo Civil o requerimento de interposição de recurso deve ser indeferido quando «o requerente não tem as condições necessárias para recorrer» [cfr. art. 685º-C, nº 2, a), do C.P.C.], «ou por carecer de legitimidade, ou por ter renunciado ao recurso, ou por ter aceitado a decisão» (cfr. Amâncio Ferreira, in Manual dos Recursos em Processo Civil, 8ª ed., 2008, pág. 162, com sublinhado nosso). 4

5 Pronúncia: A posição deste Conselho sobre o mérito do recurso vai expressa na seguinte Deliberação Comprovando-se 2, em sede de qualificação do pedido de averbamento à descrição, que o edifício a averbar já estava implantado no solo quando foi outorgada a escritura de justificação notarial em que foi invocada a usucapião do direito de propriedade, é legítimo questionar a natureza do implante, ou seja, se estamos perante uma benfeitoria ou uma acessão, devendo ser recusado o averbamento de construção, nos termos do disposto no art. 69º, nº 2, do C.R.P., se tal questão não estiver esclarecida no processo registal No caso dos autos, a Senhora Conservadora constatou, através da respectiva inscrição matricial, que o implante foi efectuado anteriormente à outorga da escritura de justificação notarial. Para tal, terá consultado a requisição do registo de aquisição a favor dos recorrentes, onde certamente constará a data da escritura, actuação que sem sombra de dúvida se contém no âmbito do princípio da legalidade (cfr. art. 68º do C.R.P.), não extravasando o limite da função qualificadora. Com a norma do nº 2 do art. 26º do C.R.P., com o conteúdo introduzido pelo D.L. nº 116/2008, de 4 de Julho, foi dado um salto muito significativo nas possibilidades de densificação e concretização do princípio da legalidade, porquanto o arquivo electrónico dos documentos que basearam os actos de registo permite que a expressão «documentos apresentados», ínsita no citado art. 68º, seja reportada não só aos documentos apresentados com o pedido de registo a qualificar mas também aos documentos apresentados com os pedidos de registos já efectuados. Importa, no entanto, sublinhar que na nossa mente está completamente afastada a aplicação ao ordenamento jurídico-registal vigente da doutrina que Maria Clara Sottomayor, in Invalidade e Registo A Protecção do Terceiro Adquirente de Boa Fé, 2010, págs. 460/461, ensina ser dominante na Alemanha, sobre o conhecimento pelo conservador dos vícios do registo. Continuamos, assim, a entender que, enquanto os vícios do registo não forem declarados (ou anunciados ) na sede própria, a presunção derivada do registo não pode ser questionada pelo conservador. 3 - Sobre os conceitos de benfeitoria e de acessão, limitamo-nos a remeter para o parecer emitido no Pº C.P. 104/2010 SJC-CT (aprovado na mesma sessão do Conselho em que esta deliberação foi submetida a discussão e votação). E o que pretendemos dizer no texto com a expressão é legítimo questionar a natureza do implante? O que pretendemos significar é que, dependendo ter o implante a natureza de benfeitoria ou de acessão, a comprovação do facto e a qualificação do respectivo pedido de registo demandarão a observância de regras próprias. 5

6 Tratando-se de acessão, pressupondo que o edifício e o solo são coisas distintas, cada uma delas objecto de um direito de propriedade, a aquisição da propriedade do edifício fora do instituto da acessão, ou a aquisição originária, a favor do proprietário do solo, de um novo direito tendo como causa a acessão imobiliária, traduzindo-se tabularmente embora num averbamento à descrição de implantação do edifício (cfr. parecer emitido no Pº R.P. 58/98 DSJ-CT, in BRN nº 10/98, pág. 43, nota 59), demandariam a apresentação de documento comprovativo do facto (e da prova de cumprimento das respectivas obrigações fiscais), não bastando, naturalmente, a apresentação do documento comprovativo da inscrição matricial do prédio urbano. Tratando-se de obra já incorporada no solo à data da outorga da escritura de justificação notarial, afigura-senos líquido e incontroverso que estamos perante um único direito de propriedade e perante uma única coisa, devendo a usucapião ser invocada relativamente a este direito de propriedade com o objecto existente à data da invocação, pese embora a titularidade sobre o bem retroagir ao tempo do início da posse [cfr. art. 1317º,, c), do C.C., e Pereira Coelho e Guilherme de Oliveira, in Curso de Direito da Família, Vol. I, 2003, pág. 557] e entre a data do início da posse e a data da invocação da usucapião terem ocorrido modificações do objecto. À data da qualificação do pedido de registo, era a nosso ver legítima a dúvida sobre se o implante assumia a natureza de benfeitoria ou de acessão, pelo que se nos afigura correcta a recusa do pedido de registo, embora com diversa fundamentação de direito, como referimos na conclusão. 4 - A declaração dos recorrentes prestada na p.r., de que edificaram o prédio urbano, sendo embora esclarecedora quanto à natureza do implante, já não pode interferir na requalificação, em sede de impugnação, do pedido de registo, porquanto esta terá que ser feita com base nos documentos que deviam ser atendidos pelo conservador na qualificação impugnada, sendo óbvio que o conservador não podia conhecer aquela declaração no momento da qualificação. 5 - Não compete ao Conselho pronunciar-se sobre a actuação dos recorrentes com vista à determinação da realidade substantiva e à adequação a esta da situação tabular. Importa realçar que a qualificação registal compete, em primeira instância, ao conservador, e que actualmente o pedido de registo pode ser apresentado em qualquer serviço de registo. Portanto, não vamos tomar posição sobre esta matéria, o que não significa, naturalmente, princípio de concordância com o alvitre avançado pela Senhora Conservadora no despacho de qualificação. 6 - Sem prejuízo do anteriormente exposto, não podemos deixar de referir que, se bem ajuizamos, a questão da licença de utilização não foi sequer aflorada na qualificação registal. Sempre diremos, no entanto, que o excerto do texto reproduzido na p.r., datado de , não é da deliberação do Conselho, mas antes da declaração de voto de vencido (cfr. Pº C.N. nº 27/2000 DSJ-CT, in BRN nº 6/2002, pág. 6). O que não significa, naturalmente, menor consideração pela posição aí expressa, e também não significa que, sendo o Conselho superiormente incumbido de reapreciar a questão, a posição então assumida seja mantida. 7 - Finalmente, importa referir que, se não erramos, também no processo registal em que foi formulado o pedido de registo, cuja qualificação foi objecto da presente impugnação, nem sequer foi aflorada a questão da tributação fiscal da usucapião. Mas, já agora, não deixaremos de sublinhar, em abono do que defendemos na anterior nota (3), que na escritura em que foi invocada a usucapião tratada no Acórdão do STA, citado pelos 6

7 De acordo com o exposto sobre a questão prévia que suscitámos, é entendimento do Conselho que o recurso deve ser rejeitado nos termos do disposto no art. 173º, c), do CPA. Deliberação aprovada em sessão do Conselho Técnico de 24 de Fevereiro de João Guimarães Gomes de Bastos, relator. Maria Madalena Rodrigues Teixeira, com declaração de voto em anexo. Luís Manuel Nunes Martins, com declaração de voto em anexo. António Manuel Fernandes Lopes, com declaração de voto em anexo. Esta deliberação foi homologada pelo Exmo. Senhor Presidente em recorrentes, os justificantes declararam ser donos e legítimos possuidores do prédio misto, embora tenham adquirido um prédio rústico por compra verbal de... e, por volta do ano de, tenham edificado o urbano implantado (cfr. pág. 3, ponto 4, alíneas b) e c) do Acórdão). Ou seja, sem disso se aperceberem, os ora recorrentes acabaram por dar um bom exemplo de como deve ser (bem) feita uma escritura de justificação notarial com invocação da usucapião. E, também a propósito, sempre se dirá que nunca foi pretensão do conservador apreciar a correcção da liquidação de encargos fiscais, que, aliás, expressamente lhe está vedada (cfr. art. 72º, nº 2, do C.R.P.). O que não significa que não deva, o conservador, verificar se o facto tributário foi correctamente participado ao serviço de finanças. Ora, neste plano, o conservador deve exigir que da participação fiscal conste a existência do edifício, ainda que este tenha sido implantado pelos usucapientes, sendo da responsabilidade da Administração Fiscal a aplicação das pertinentes normas sobre a determinação do facto tributário e a respectiva liquidação. 7

8 Pº R.P. 119/2010 SJC-CT Declaração de voto Acompanho a proposta de rejeição do recurso com as seguintes ressalvas quanto à fundamentação e pronúncia: Questão prévia Entendo que a declaração do interessado no sentido de que não pretende «reclamar do despacho deste processo» não traduz aceitação expressa da decisão, dado não ser esse o seu objecto, nem se apresenta como um acto que aponte concludentemente no sentido de o apresentante abdicar do seu interesse à disciplina favorável, pois, tomada no estrito sentido do seu enunciado linguístico, sempre poderá ser lida como renúncia ao direito de reagir administrativamente (reclamar), prescindindo-se da opção concedida pelo artigo 140.º/1 do CRP (da garantia impugnatória por via hierárquica), e não do direito a reagir pela via judicial que, ao tempo, também se encontrava em aberto. Não parece, por isso, de arredar aqui a rejeição do recurso por perda da legitimidade, enquanto pressuposto procedimental subjectivo, mas apenas por «renúncia» à posição jurídica que é garantida ao interessado com admissibilidade do recurso hierárquico; por se ter declinado o direito de impugnar por esta via, e não porque tenha havido a prática, espontânea e sem reserva, de facto incompatível com a vontade de recorrer. Pronúncia Não descortino na norma contida no artigo 26.º do CRP o alcance proposto na nota n.º 2 da deliberação, porquanto entendo que a expressão «documentos apresentados» inserta no artigo 68.º do CRP se mantém associada ao disposto nos artigos 42.º e 60.º do mesmo Código. A meu ver, o juízo de viabilidade do pedido há-de incidir apenas sobre o acervo documental oferecido ou referenciado pelo interessado no pedido de registo (artigo 43.º do CRP) e é no quadro factual que a partir destes documentos se compõe que hão-de fundar-se quaisquer «dúvidas» à feitura do registo 8. 8 Creio que nem por via da expressão «registos anteriores» colocada no artigo 68.º do CRP valerá considerar os documentos existentes em arquivo, uma vez que, em face do disposto no artigo 76.º/1 do CRP, o âmbito do registo continua a cingir-se ao conteúdo tabular, não abrangendo, por isso, os documentos guardados. 8

9 Donde, se os documentos arquivados não participam no momento da qualificação do pedido, não pode, com base neles, formar-se a «dúvida», embora possamos, em face deles, dissipá-la, como permite o artigo 73.º/1 do CRP. Afigura-se, por isso, indevida a fundamentação da recusa à custa dos elementos extraídos do documento arquivado, posto que este documento não foi oferecido pelo interessado e apenas poderia ser oficiosamente utilizado se servisse para remover as deficiências do processo (artigo 73.º/1 do CRP). De qualquer modo, do documento arquivado não se extrai a «dúvida» senão a sua confirmação, porquanto a «dúvida» surge, desde logo, do confronto entre a matriz urbana (aberta em ) e a descrição (aberta em...), exigindo o esclarecimento sobre se a edificação é anterior ou posterior ao facto patenteado na ficha de registo (designadamente através do oferecimento do documento que serviu de base à abertura da descrição) e, por conseguinte, se há uma representação incorrecta do objecto do direito publicitado ou se está em causa um implante posterior à aquisição. Lisboa, 23 de Fevereiro de 2011 A vogal, Maria Madalena Rodrigues Teixeira 9

10 Pº R.P. 119/2010 SJC-CT Declaração de voto Subscrevo a declaração de voto da autoria da vogal Dr.ª Madalena Teixeira, exclusivamente na parte em que se refere à pronúncia, a que cuja fundamentação adiro. Lisboa, 23 de Fevereiro de 2011 O vogal, Luís Manuel Nunes Martins 10

11 P. R.P. 119/2010 SJC-CT Declaração de Voto Acompanho a deliberação no sentido que propõe para a decisão do recurso. Dela me distancio, no entanto, na decisiva relevância que dá à questão da determinação da natureza do implante, porquanto, do meu ponto de vista, decisiva, sim, é tão-somente a questão de saber da existência do implante à data do título, independentemente da figurável qualificação (benfeitoria/acessão) que lhe haja de caber pois que, se já então existisse, seria necessariamente com relação ao unitário prédio na fisionomia por ele (implante) definida que a usucapião teria que ser invocada. Ora, que o implante existia, isso foi o que no processo de registo ficou inequivocamente comprovado, e daí que me pareça correcta a recusa do averbamento de actualização requerido: ficou patente que se não trata, como se pretende, de actualizar a descrição, senão, e quando muito, de rectificá-la. 9 Nesta ordem de ideias, afigura-se-me acertado dizer que o facto não está titulado. Direi, muito sinteticamente, que a razão pela qual entendo que não importa saber se estamos em presença de benfeitoria ou de acessão é porque, se não erro, é da prevalência do princípio da primazia do solo que sempre haveremos de partir em sede de pedido de averbamento à descrição ou seja, do postulado de que a propriedade que versa sobre o solo se estende a tudo o que nele se incorpore com carácter de permanência. Pelo que, a esta luz, não haverá nunca que perguntar, para este efeito, por uma qualquer eventual distinta (da do solo) propriedade sobre a edificação, a qual, no meu modo de ver, não pode ser vista como coisa outra, sobreposta (?) sobre a coisasolo. 9 Por outro lado, e independentemente da conceptualização a que se adira quer da realidade averbanda (já à sua classificação como benfeitoria/acessão, já ao valor ou desvalor da sua recondução a qualquer dessas categorias) quer do próprio averbamento (actualização/rectificação), parece-me que, deste, a viabilidade só pode admitir-se contanto que, à uma, se comprove estarem assegurados os direitos do Fisco relativamente à aquisição por usucapião do prédio na sua configuração verdadeira (ou seja, composto pelo terreno com o edifício nele implantado), e, à outra, outrossim se comprove, ou que do edificado existe licença de utilização, ou que dela está dispensado (cfr. art. 4.º do DL 281/99, de 26-7) quando não, promover-se-á a prática consagração de um muito fácil instrumento tanto de evasão fiscal como de fraude à lei. 11

12 Creio que a acessão interessa fundamentalmente ao registo enquanto modo de aquisição originária do direito de propriedade de terreno/prédio alheio (CCivil, arts º/1, 1342.º e 1343.º/1), a qual forçosamente pressupõe que o interventor (ou, na hipótese do art º, o dono dos materiais, sementes ou plantas) tenha procedentemente exercido o correspondente direito potestativo. Enquanto porém este direito não for exercido, e se não for exercido, o direito de propriedade que conta é o que inere ao prédio-solo que sofreu a construção (ou a sementeira, ou a plantação). Sendo que, em qualquer caso, esse exercício só efectivamente constituirá um problema de registo no momento em que perante ele, com base em certo título (formal), se pretenda inscrever a aquisição consequente. O vogal, António Manuel Fernandes Lopes 12

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