Aula 01 Teoria do Consumidor

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1 Olá pessoal, Veja que o cargo ao qual vocês concorrem terão 8 vagas assim distribuídas: Aula Conteúdo Programático Data 01 Teoria do Consumidor - Parte 1 23/02 É muito importante ressaltar que alguns assuntos que estão descritos nessa aula entram no tópico Conceitos Fundamentais. É complicado quando o examinador coloca um tópico tão amplo, pois assim ele pode cobrar quase que qualquer coisa da matéria de microeconomia. Entretanto, nós partiremos do pressuposto que esses conceitos são relativos aos tópicos básicos da área de regulação e concorrência, dado que esse é o foco da matéria em questão. Sumário 1. Economia: Microeconomia x Macroeconomia... Erro! Indicador não definido. 2. Curva de Demanda... Erro! Indicador não definido Fatores que alteram a quantidade demandada... Erro! Indicador não definido. 3. Curva de Oferta... Erro! Indicador não definido Fatores que alteram a quantidade ofertada... Erro! Indicador não definido. 4. Equilíbrio... Erro! Indicador não definido. 5. Elasticidades... Erro! Indicador não definido Elasticidade-preço da demanda... Erro! Indicador não definido Elasticidade-renda da demanda... Erro! Indicador não definido Elasticidade cruzada da demanda... Erro! Indicador não definido Elasticidade-preço da Oferta... Erro! Indicador não definido. 6. Elasticidade Constante... Erro! Indicador não definido. QUESTÕES PROPOSTAS QUESTÕES RESOLVIDAS

2 As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os matriculados terão acesso. Se você tiver algum exercício de prova anterior e quiser que ele seja resolvido na aula, envie-o para o meu que farei o possível para incluí-lo no texto. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: cesar.frade@pontodosconcursos.com.br. Prof. César Frade AGOSTO/

3 7. Teoria do Consumidor Microeconomia para o Banco Central do Brasil - Área 3 Se até esse momento o nosso foco esteve voltado para tentar verificar o comportamento tanto do consumidor quanto do produtor em relação a um determinado bem, a partir desse momento estaremos tratando apenas do comportamento do consumidor. Ou seja, nós estávamos falando da demanda e da oferta e para isso nos utilizamos de gráficos em um plano preço x quantidade. A partir de agora, nós iremos tratar apenas do consumidor, pelo menos nesse tópico, e nos esquecer do produtor. Na verdade, quando falamos da demanda e oferta de determinado produto, estamos interessados em saber como seria o comportamento dos agentes em relação àquele bem a cada nível de preço. Se tratarmos da curva de demanda, nos interessa o comportamento do consumidor e se estivermos tratando da oferta, como seria o comportamento do produtor para cada nível de preço. No entanto, quando falamos da teoria do consumidor passamos a discutir qual o comportamento do consumidor em relação ao consumo de todos os bens colocados à sua disposição tendo em vista a sua capacidade financeira e o preço dos produtos. Ou seja, aqui não estamos interessados em apenas um bem, mas sim em todos os bens à disposição do consumidor. Para fins de simplificação, nós iremos utilizar apenas dois bens e vamos supor um mundo com somente dois bens. Essa simplificação tem como objetivo apenas tornar mais palpável nossas análises. Não estamos, em um primeiro momento, interessados na resposta a ser dada pelo produtor. Em um ponto mais à frente do estudo da microeconomia passaremos a discutir qual o comportamento do produtor na produção de seu produto dado o nível de insumo a ser gasto pelo mesmo e os custos inseridos no processo. Ressalto novamente que para tentarmos representar o comportamento do consumidor teremos que fazer uma simplificação. Sabemos que existe uma infinidade de produtos possíveis de serem consumidos por parte do consumidor individual, mas tratar todos esses produtos ao mesmo tempo seria uma tarefa árdua e que não nos traria maiores benefícios. Dessa forma, iremos utilizar apenas dois bens, generalizando o sistema de N bens. Com isso, não perderemos nenhum tipo de detalhe importante e facilitaremos a nossa análise, até porque não conseguimos fazer nossos desenhos, que são tão necessários aqui, além de duas dimensões. Eu sei que conseguimos fazer em três dimensões, mas isso dificultaria a nossa visualização. 3

4 Nosso primeiro passo é tentar descrever o espaço que usaremos no plano Espaço das Mercadorias Representávamos graficamente a curva de demanda em um espaço preço x quantidade. Um ponto qualquer nessa curva significava que os consumidores estavam demandando uma determinada quantidade do produto em questão àquele preço especificado. A partir de agora estaremos fazendo a representação das cestas de consumo em um espaço quantidade x quantidade. Ou seja, tanto o eixo X quanto o eixo Y indicam as quantidades de cada um dos bens. Observe que perdemos a variável preço, por enquanto, mas vamos conseguir observar as escolhas do consumidor em relação aos bens existentes. Faremos a representação gráfica em um espaço quantidade x quantidade Vamos imaginar uma economia que possua apenas dois bens: maçã e uva. 4

5 A letra A representa uma possível cesta de consumo do consumidor. Ressalte-se que cesta é o conjunto de bens que o consumidor adquiriu para o seu consumo. Essa cesta é composta de 6 quilos de maçã e 2 quilos de uva. A cesta B, por sua vez, representa uma cesta com 3 quilos de maçã e 7 quilos de uva, enquanto que a cesta C é uma representação de uma cesta com 10 quilos de maçã e 10 quilos de uva. Portanto, cada ponto no espaço das mercadorias representará uma possível cesta de consumo. Note que não estamos nos referindo a qualquer questão financeira, por enquanto. Logo, toda e qualquer cesta, em princípio, pode ser de interesse do consumidor. Um consumidor qualquer deverá olhar para essas cestas e escolher uma para seu consumo. É claro que a cesta escolhida deverá ser aquela, dentre as possíveis, que lhe dá a maior satisfação. Ou seja, a cesta escolhida será aquela que faz com que o consumidor tenha o máximo de satisfação possível dada a possibilidade existente. Inicialmente, vamos supor que existam apenas essas três cestas marcadas no gráfico acima, quais sejam: A, B e C. E que o consumidor deverá optar por uma delas fazendo uma comparação entre as mesmas e decidindo aquela que lhe proporciona o maior nível de satisfação. Imagine que você tenha que escolher entre a cesta A e a cesta C. Qual das duas lhe daria o maior nível de satisfação? Dentre essas, qual você escolheria? Se essa pergunta fosse feita a vários consumidores, o que eles responderiam? É claro que a totalidade das pessoas diria que preferem C a A. Isto porque a cesta C possui mais quilos de maçã que a cesta A e também uma quantidade maior de uva se comparada à cesta A. Como quanto mais de maçã e uva as pessoas tiverem, melhor, C é preferível a A. Lembre-se que tanto maçã quanto uva são produtos que o consumidor deseja ter e quando isso ocorrer, ele vai preferir mais a menos. Já sei que você deve estar se perguntando se tem algum produto que o consumidor não deseja possuir, não é mesmo? Ou que ele prefere uma quantidade menor à maior. Claro que sim. Algum de vocês deseja receber certo grau de risco sem que seja dada a devida recompensa ou mesmo alguns quilos de lixo? Claro que não. Tratamos essas mercadorias de males e, nesse caso, quanto menos tivermos desses males, melhor. 5

6 Voltando à nossa análise do gráfico acima. De forma análoga, se fizermos pergunta semelhante às pessoas sobre qual seria a preferência entre as cestas C e B, a totalidade responderia que prefeririam C a B. Isto ocorre porque a cesta C possui uma quantidade maior de maçãs e também de uvas. Entretanto, se perguntarmos às pessoas se elas preferem a cesta A ou a cesta B, poderemos ter várias respostas diferentes. Não podemos supor que todos os consumidores possuem o mesmo gosto e que escolheriam a mesma cesta, se estamos comparando cestas que possuam quantidades de mercadorias que não superam sempre as quantidades da outra cesta. Alguns consumidores, mais ávidos por maçãs, podem preferir a cesta A a B. Outros possuem preferência por uvas e esses podem, perfeitamente, preferir B a A. Por fim, pode existir um terceiro tipo de pessoa que seja indiferente entre as cestas A e B, pois essa relação existente entre os bens dá a eles o mesmo nível de satisfação. Veja que são várias possibilidades quando estamos falando apenas da escolha, sem levar em consideração sequer o grau de preferência dos consumidores de um produto em relação ao outro. Com relação às preferências podemos representá-las de uma forma específica. Imaginemos que existam duas cestas. A primeira formada por uma quantidade x 1 do bem 1 e uma quantidade x 2 do bem 2, enquanto que a outra seria formada por uma quantidade y 1 do bem 1 e y 2 do bem 2. Segundo o Varian, ao compararmos as cestas (x 1,x 2 ) e (y 1,y 2 ), temos: Se o consumidor prefere ambas as cestas ou mostra-se indiferente na escolha entre elas, dizemos que ele prefere fracamente (x 1,x 2 ) a (y 1,y 2 ) e grafamos (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ). Essas relações de preferência estrita, preferência fraca e indiferença não são conceitos independentes, elas têm relação entre si! Por exemplo, se (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ) e (y 1,y 2 ) (x 1,x 2 ), podemos concluir que (x 1,x 2 ) ~ (y 1,y 2 ). Isto é, se o consumidor considera (x 1,x 2 ) pelo menos tão boa quanto (y 1,y 2 ) e (y 1,y 2 ) pelo menos tão boa quanto (x 1,x 2 ), então ele tem de ser indiferente entre as duas cestas de bens. Do mesmo modo, se sabemos que (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ), mas também sabemos que esse não é o caso de (x 1,x 2 ) ~ (y 1,y 2 ), podemos concluir que (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ). Isso apenas nos diz se o consumidor pensa que (x 1,x 2 ) é pelo menos tão bom quanto (y 1,y 2 ) e que ele não se mostra indiferente a nenhuma das 6

7 duas cestas, então ele com certeza deve considerar (x 1,x 2 ) estritamente melhor que (y 1,y 2 ) Portanto, com base no texto acima podemos ver que todos os consumidores que pudessem escolher entre as cestas que colocamos em nosso exemplo diriam que: C A; e C B Entretanto, se compararmos as cestas A e B, poderíamos ter as seguintes situações: B A; A B; ou B ~ A É claro que cada consumidor poderia ter uma escolha diferente. Tudo dependerá do gosto de cada um dos consumidores. Fazer essa pergunta em sala de aula é bastante interessante, pois as respostas ocorrem ao mesmo tempo e cada um fala uma coisa, ainda mais quando colocamos mercadorias não são unanimidades Axiomas das Preferências Existem ainda três pressupostos acerca das preferências, pressupostos esses que podemos chamar de axiomas. Segundo o Varian, são eles: Completa. Supomos que é possível comparar duas cestas quaisquer. Ou seja, dada uma cesta x qualquer e uma cesta y qualquer, pressupomos que (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ) ou (y 1,y 2 ) (x 1,x 2 ) ou, ainda, ambas, caso em que o consumidor é indiferente entre as duas cestas. Reflexiva. Supomos que todas as cestas são pelo menos tão boas quanto elas mesmas: (x 1,x 2 ) (x 1,x 2 ). Transitiva. Se (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ), e (y 1,y 2 ) (z 1,z 2 ), pressupomos então que (x 1,x 2 ) (z 1,z 2 ). Em outras palavras, se o consumidor acha que X é pelo menos tão boa quanto Y e que Y é pelo menos tão boa quanto Z, então ele acha que X é pelo menos tão boa quanto Z. 7

8 O axioma completo mostra que é sempre possível fazer a comparação entre duas cestas quaisquer. Isso significa que quando você vai a um supermercado e um vendedor te mostra duas opções possíveis, você é capaz de comparar essas cestas e verificar aquela que lhe dá o maior nível de satisfação. Ou seja, o consumidor é capaz de ordenar todas as cestas que existam no mercado conforme a sua satisfação em relação a cada uma delas. Não entendeu ainda? Vamos então a um exemplo prático. Imagine que você precisa ir a um casamento e necessita comprar uma roupa. Ressaltemos que esse casamento ocorrerá de noite. Vamos supor que seja um homem, assim fica mais fácil para que eu dê o exemplo, não é mesmo? Risos. Ao ir a uma loja de roupas, o vendedor te oferece duas opções: um terno preto, camisa branca e uma gravata vermelha; um terno branco, camisa preta e gravata azul. Será que você seria capaz de escolher entre essas duas cestas de consumo apresentadas? Acredito que a totalidade das pessoas (salvo algumas raríssimas exceções), escolheria a cesta composta de terno preto, camisa branca e gravata vermelha, não é mesmo? Observe que nem falei na diferença entre os preços das cestas, mas de cara você foi capaz de efetuar a comparação e escolher aquela que melhor te satisfaz. Em princípio, vamos continuar deixando de lado os preços. Imaginemos que o vendedor lhe ofereça novamente duas opções de escolha: um terno preto, camisa branca e uma gravata vermelha; um terno azul escuro, camisa branca e gravata azul mais clara. É provável que muitas pessoas não saibam exatamente o que escolheriam nesse caso. Portanto, as pessoas seriam indiferentes e, algumas passariam a levar em consideração o preço para fazer a sua escolha. Observe que com esse exemplo, enunciamos o axioma completo, onde somos capazes de comparar duas cestas quaisquer de bens, podendo optar por uma cesta em detrimento da outra ou sendo indiferente entre duas cestas quaisquer. Eu concordo com vocês que essa parte da matéria não é tão trivial, mas com alguns exemplos podemos deixa-la acessível à grande maioria das pessoas. 8

9 O axioma reflexivo é algo um tanto quanto estranho para tentarmos enunciar por meio de um exemplo. Ele nos diz que uma cesta de bens é tão boa quanto ela mesma. Ou seja, que uma cesta composta de um terno preto, camisa branca e gravata vermelha é ao menos tão boa quanto uma cesta com um terno preto, camisa branca e gravata vermelha. Estranho não acha, mas é isso mesmo e cai apenas o enunciado na prova. Ou seja, uma cesta de bens provoca tanto prazer quanto uma cesta que seja exatamente igual a ela. O axioma transitivo nos diz que se preferimos A a B e B a C, por transitividade, iremos preferir A a C. Vamos voltar ao nosso exemplo do vendedor para podermos deixar isso claro. Imagine que ele tenha te oferecido duas opções de roupa para esse casamento: um terno marrom, camisa branca e gravata azul clara. um terno branco, camisa preta e gravata azul. Entre essas opções, você pode não ter gostado de nenhuma, mas optou pela opção que tinha um terno marrom. Aí o vendedor te fez um novo questionamento, mostrando agora as seguintes opções: um terno preto, camisa branca e uma gravata vermelha; um terno marrom, camisa branca e gravata azul clara 1. Você olhou para as duas opções oferecidas agora e preferiu o terno preto em relação ao terno marrom. Se você fica mais satisfeito ao utilizar esse terno preto em relação ao terno marrom e, ao mesmo tempo, optou pelo terno marrom quando a comparação era em relação ao terno branco, logo, por transitividade, você escolheria o terno preto se a segunda opção fosse o terno branco Utilidade Conforme visto anteriormente, os consumidores quando optam por consumir uma determinada cesta de bens em detrimento de outra, o fazem porque ficam mais satisfeitos com uma cesta do que com outra. Lembre-se que até aqui não estamos falando ainda do aspecto financeiro e cabe ao consumidor escolher aquela cesta que 1 Coloquei algo nada a ver para podermos comparar com tranqüilidade, senão cairíamos em questão de gosto. Aqui acho que todos fariam a mesma escolha. 9

10 melhor convier no seu consumo, aquela cesta que trará ao consumidor o maior nível de felicidade. Esse conceito que mede a satisfação dos consumidores de uma forma geral se chama utilidade. Portanto, utilidade é a satisfação gerada com o consumo de uma cesta de bens. Segundo Varian: Na era vitoriana, os filósofos e economistas referiam-se alegremente à utilidade como um indicador do bem-estar geral de uma pessoa. A utilidade era tida como a medida numérica da felicidade do indivíduo. Dada essa idéia, era natural imaginar consumidores fazendo escolhas que maximizassem essa utilidade, ou seja, que os fizessem o mais felizes possível. Entretanto, como podemos medir a satisfação de um consumidor, o seu grau de felicidade? Devemos nos utilizar de uma equação matemática com o objetivo de mensurar o nível de satisfação de cada consumidor quando consome cada cesta. Essa equação matemática poderá ter várias formas e, em geral, a forma dessa equação dependerá claro, das vontades do consumidor, mas também de como os bens em questão se relacionam. Se estivermos falando de dois bens que são substitutos, essa equação será de um tipo, se eles foram complementares, a equação será de outra forma e assim por diante. Utilidade é a forma de medir a satisfação dos consumidores ao consumirem determinada cesta de bens. Começaremos nossas discussões utilizando as equações matemáticas mais simples e após o entendimento dos conceitos iniciais, vamos colocar as mais diferentes hipóteses e discutir cada uma delas, ao máximo. Imagine que tenhamos duas mercadorias sendo consumidas por um determinado consumidor e que a função utilidade associada a ele possa ser descrita pela seguinte equação: U x,y 2 x y Dessa forma, um consumidor que esteja com 3 unidades do bem X e 5 unidades do bem Y terá o seguinte nível de satisfação associado a essa cesta: 10

11 útiles U 3,5 U 3,5 No entanto, quando vamos ao supermercado não levamos no bolso uma calculadora com o objetivo de calcular quantos útiles teremos ao levar para casa um bem em detrimento de outro. Mas, ao pegarmos dois bens quaisquer, nós somos capazes de escolher um deles. Além disso, todos nós escolheríamos aquele que nos desse o maior nível de satisfação, não é mesmo? Portanto, é importante ressaltar que usamos as equações matemáticas para fazermos as comparações, mas as escolhas do dia-a-dia são feitas sem as equações explicitadas, tentando definir o nível de utilidade associado aos bens. Vamos a exemplos. Se a função utilidade tivesse a seguinte equação: U x,y 4 x 2 y A cesta (3,5) teria o seguinte nível de utilidade: útiles U 3,5 U 3,5 5 Observe que estamos utilizando a mesma cesta de bens e, mesmo assim, a quantidade de útiles associada àquela cesta nos retornaria um nível de satisfação diferente. No entanto, a única coisa que foi alterada foi a função utilidade associada à escolha do consumidor. Vamos agora pensar em uma nova cesta de consumo composta por 3 unidades do bem X e 6 unidades do bem Y. Vamos considerar essa nova cesta como sendo a cesta E e a anterior sendo a cesta D. Utilizando a primeira equação, a satisfação seria igual a: U U E E 3, ,6 12 útiles Se utilizarmos a segunda equação representativa da utilidade, teríamos: 11

12 U U E E 3, ,6 24 útiles 6 Microeconomia para o Banco Central do Brasil - Área 3 Observe que independente da equação utilizada para representar o nível de utilidade do consumidor, há uma preferência pela cesta E em relação à cesta D nos dois casos. Não é difícil entender o motivo, não é mesmo? Se estamos pensando em dois bens 2, sabemos que quanto mais tivermos desses bens, mais satisfeitos estaremos. Observe que mantivemos a quantidade consumida do bem X nas duas cestas (D e E), mas na cesta E temos uma quantidade maior do bem Y. Isso nos mostra que não é muito importante o quanto estamos tendo de utilidade em uma ou outra cesta, não nos interessa a quantidade da utilidade recebida, mas sim qual a cesta que nos dá a maior utilidade. Ou seja, ao compararmos as cestas o que nos importa é o fato de uma cesta ter maior utilidade que a outra e não o quanto de utilidade que a equação vai retornar. O importante é a ordenação das cestas e não a quantidade de útiles que cada cesta nos retorna. Segundo Pindyck: A ordenação ordinal posiciona as cestas de mercado na sequência de maior preferência para de menor preferência, não indicando, porém, em que medida uma determinada cesta é preferível em relação à outra. Em contrapartida, quando os economistas estudaram inicialmente o conceito de utilidade, eles tinham esperanças de que as preferências das pessoas pudessem ser facilmente quantificadas ou medidas em termos de unidades básicas, o que possibilitaria, portanto, elaborar uma ordenação cardinal para as alternativas. Hoje em dia, entretanto, sabemos que uma unidade específica para medição da utilidade não é importante. Portanto, a ordenação importante ocorre quando utilizamos a utilidade ordinal na qual ordenamos as mais diferentes cestas de bens sem nos preocupar com o quantitativo de utilidade recebido por cada cesta. 2 Chamamos de bens as mercadorias que, ao serem consumidas, aumentam a satisfação do consumidor. Se ao consumir uma mercadoria, a satisfação do consumidor reduzir, essa mercadoria será um mal. 12

13 A utilidade cardinal na qual determinamos quantos útiles cada cesta estará recebendo se torna secundária, pois não a utilizaremos no dia-a-dia dada a dificuldade de se calcular o nível de utilidade de cada consumidor ao consumir uma determinada cesta de bens. Enquanto a utilidade cardinal determina o número de útiles recebidos por um consumidor para cada uma das cestas, a utilidade ordinal apenas ordena as cestas em ordem crescente de preferência. Foi exatamente essa a ideia que foi introduzida quando comparamos as cestas D e E. Podemos inventar qualquer tipo de equação que guarde a proporção entre o consumo dos bens X e Y que a escolha será sempre E ao invés de D. Como vimos que a ordenação encontrada entre as cestas D e E quando utilizamos qualquer uma das duas funções utilidade é a mesma, utilizaremos de agora em diante a primeira fórmula proposta. Tá combinado dessa forma? Imagine a seguinte função utilidade: U x,y 2 x y A cesta D terá a seguinte utilidade: U U D D 3, ,5 11útiles Se utilizarmos a mesma fórmula, e calcularmos a utilidade para a cesta E, teremos: U U E E 3, ,6 12 útiles U x,y U 3, U 3,6 2 x 11 y 13

14 Vocês podem nem ter notado, mas acabamos de introduzir um importante conceito da microeconomia, a utilidade marginal. Observe que de uma cesta para outra, aumentamos em uma unidade a quantidade do bem Y e mantivemos constante a quantidade do bem X. Veja que quando isso ocorreu, houve uma mudança da utilidade total em uma unidade. Essa variação da utilidade total em decorrência de uma mudança de uma unidade no consumo do bem Y, se chama utilidade marginal do bem Y. E a utilidade marginal de Y, no caso acima é igual a uma unidade. Podemos dar outro exemplo um tanto quanto mais intuitivo. Imagine que você trabalha de segunda a sexta e quando chega no final da tarde de sexta, você sai com os amigos para um happy-hour e pede a sua cervejinha. Suponha ainda que o clima está muito quente. A partir do momento que você tomou o seu primeiro copo de cerveja, o seu nível de satisfação aumentou, ou seja, a cerveja te trouxe mais utilidade. Esse primeiro copo te deu um aumento no nível de utilidade. É claro que você ainda está ávido pelo consumo de cerveja e ao tomar o segundo copo, a sua satisfação ficou ainda maior. Entretanto, o ganho de satisfação com esse segundo copo foi menor que o ganho com o primeiro copo. E assim, ao aumentar o seu consumo de cerveja, a cada copo você tem um aumento da satisfação geral, mas uma variação de aumento cada vez menor. Importante destacar que alguns bens, como a cerveja, podem trazer um aumento de satisfação, mas a partir de um certo ponto, o produto pode virar um mal e reduzir a satisfação. Nesse caso, isso ocorre a partir do momento em que você começar a passar mal. O mesmo não ocorre com roupas, dinheiro, entre outros produtos. O aumento em sua quantidade recebida irá aumentar a satisfação mesmo que a taxas decrescentes. Entende-se que a utilidade marginal de um determinado bem é a variação da utilidade total em decorrência de uma mudança de uma unidade no consumo daquele bem específico, mantendo constante o consumo dos demais bens. Matematicamente, podemos dizer que: UMg Y U Y Nessa situação, em específico, temos que: 14

15 UMg Y U Y De forma análoga, podemos determinar a utilidade marginal do bem X se modificarmos o consumo do bem X em uma unidade e mantivermos o consumo de todos os outros bens constante. A variação da utilidade total provocada será igual à utilidade marginal do bem X. Matematicamente, temos: UMg X U X Se escolhermos uma cesta F, composta de 4 unidades do bem X e 6 unidades do bem Y, temos: U x,y U 3, U 4,6 2 x 12 y Com o exemplo acima, vemos que um aumento de uma unidade na quantidade demandada do bem X provoca uma alteração de 2 útiles na utilidade total. Segundo Pindyck, A utilidade marginal (UM) mede a satisfação adicional obtida mediante o consumo de uma quantidade adicional de um bem. A utilidade marginal de um determinado bem é a variação da utilidade total em decorrência de uma mudança de uma unidade no consumo daquele bem específico, mantendo constante o consumo dos demais bens. Outro ponto importante de ser memorizado é a fórmula da Utilidade Marginal. Observe que a utilidade marginal do bem X (UMg X ) é dada pela razão entre a variação na utilidade total (ΔU) e a variação na quantidade do bem X (ΔX). 15

16 UMg X = U X UMg Y = U Y Temos que ressaltar mais algumas características da utilidade. Observe que a utilidade vai crescendo à medida que vamos aumentando o consumo de um bem. A exceção ocorre quando temos um bem com ponto de saciedade como é o caso da cerveja ou algum tipo de comida ou bebida. Nesses casos, chegamos a um ponto de consumo que você não consegue mais consumir daquele bem. Outros bens como joia, roupa, dinheiro, carro não possuem ponto de saciedade e, dessa forma, quanto mais o agente possui maior tende a ser a sua utilidade. No entanto, é importante ressaltar que com relação à utilidade marginal, ela é decrescente. Isto ocorre porque para cada unidade adicional consumida, a utilidade total varia em um quantitativo cada vez menor. Observe que quanto mais temos de um bem mais útil será o bem, mas menos útil será aquela unidade adicional. Esses são os conceitos de utilidade total e utilidade marginal. Quanto maior a quantidade consumida de um bem, maior será a utilidade total. Quanto maior a quantidade consumida de um bem, menor tende a ser a utilidade marginal (UMg é decrescente). Matematicamente, podemos dizer que a utilidade marginal é a derivada da utilidade total em relação à quantidade. A utilidade total será máxima quando a utilidade marginal for igual a zero, ou seja, quando essa derivada for igual a zero. UMg X = U X = du dx Utilidade Total Máxima Utilidade Marginal=0 Nessa situação em que atingimos o ponto de utilidade máxima, um aumento do consumo passará a reduzir a utilidade total, uma vez que a utilidade marginal continuará decrescente e, portanto, passará a ser negativa. 16

17 7.4. Curvas de Indiferença Dentro do espaço das mercadorias temos um número infinito 3 de cestas possíveis. Cada uma dessas cestas fornece ao consumidor um nível de utilidade, um certo nível de satisfação. Várias dessas cestas dentro do espaço da mercadoria fornecem exatamente a mesma utilidade a um consumidor. Ou seja, temos inúmeras cestas no espaço em que estamos trabalhando que dariam ao consumidor, exatamente, o mesmo número de útiles e que, portanto, o tornaria indiferente entre elas. Essas são cestas em que o consumidor recebe a mesma satisfação ao consumi-las. Ao unirmos todas as cestas que dão ao consumidor o mesmo nível de satisfação teremos a curva de indiferença e o consumidor será indiferente entre quaisquer cestas que estejam sobre essas curvas. Segundo Pindyck: Uma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação a uma pessoa, que é, portanto, indiferente em relação às cestas de mercado representadas pelos pontos ao longo da curva. Portanto, naquele exemplo inicial (desenho abaixo) em que tínhamos três cestas A, B e C, se um consumidor fosse indiferente entre as cestas A e B, uma curva de indiferença deveria passar sobre essas duas cestas. 3 Pense que os bens são divisíveis e podem ser consumidos, apesar de nos exemplos parecer uma variável discreta, como uma variável contínua. 17

18 Isso significaria que o consumidor teria a mesma utilidade, a mesma satisfação ao consumir qualquer uma das duas cestas A e B. Em outras palavras, uma cesta com 6 maçãs e 2 cachos de uva (cesta A) retornaria ao consumidor um número de útiles idêntico àquele que seria recebido se consumisse 3 maçãs e 7 cachos de uva (cesta B). Observe que o próprio nome diz que esse consumidor seria indiferente entre as cestas e, portanto, essas cestas estariam na mesma curva de indiferença. Abaixo colocamos dois exemplos de possíveis curvas de indiferença: Observe que as linhas vermelhas representam as curvas de indiferença. Nos dois gráficos apresentados acima, as curvas denominadas U 1 passam sobre as cestas A e B. Portanto, tanto A quanto B como qualquer cesta existente sobre as linhas U 1 de cada um dos gráficos possui a mesma utilidade. A curva de indiferença com um formato parecido à que se situa à esquerda, que na verdade é uma reta negativamente inclinada, ocorre quando os bens X e Y, no caso maçãs e uvas, são substitutos. Na curva da direita, as curvas de indiferença são do tipo Cobb-Douglas. Esse é o formato de curva de indiferença mais comum em economia. Entretanto, não se assustem, pois iremos voltar nesse assunto mais à frente. Observe que na curva que se situa à esquerda, o consumidor que opta consumir 6 unidades de maçã e duas de uva está na cesta A e com um nível de utilidade igual a U 1. Por outro lado, se o consumidor opta em reduzir o consumo de maçã em 3 unidades e passar de 6 para 3 unidades de consumo e, ao mesmo tempo, majorar de 2 para 7 o nível de consumo de uva, esse consumidor terá um nível de utilidade U

19 associado. Veja que as duas cestas representam o mesmo nível de utilidade para um dado consumidor e, portanto, devem estar na mesma curva de indiferença U 1. De outra forma, se o consumidor optar por 10 unidades de maçã e 10 unidades de uva, esse consumidor irá assumir um nível de utilidade igual a U N, sendo este nível maior do que U 1. Com isso, podemos supor que a cesta C é preferível às cestas A e B. Tais conclusões são idênticas quando a curva tem formato semelhante a esta situada à direita. Compreenderam o que foi explicado acima? Eu disse que se temos duas cestas sobre a mesma curva de indiferença, o consumidor será indiferente a essas duas cestas. Tal fato ocorre com as cestas A e B, dado que ambas estão sob a curva de indiferença U 1. No entanto, como estamos falando de dois bens, quanto mais o consumidor possuir das mercadorias, mais satisfeito ele estará. Observe que a utilidade marginal tanto da uva quanto da maçã é positiva. Sendo assim, ao adquirir a cesta C, o consumidor estará recebendo uma utilidade associada à mesma superior àquela encontrada nas cestas A e B. Assim, a cesta C deverá estar em outra curva de indiferença U N e esta curva deverá estar mais afastada da origem que a curva U 1, Se as curvas de indiferença forem de bens substitutos, matematicamente elas possuem a seguinte representação: U x,y 2 x y Se as curvas de indiferença forem do tipo Cobb-Douglas, matematicamente elas possuem a seguinte representação 4 : U x,y A x y Segundo Varian: O fato é que toda a teoria da escolha do consumidor pode ser formulada em termos de preferências que satisfaçam os três axiomas acima descritos, além de poucos outros pressupostos técnicos. Todavia, acharemos conveniente descrever preferências de modo gráfico mediante o uso de uma forma de interpretação conhecida como curvas de indiferença. 4 Fiquem calmos. Esse assunto será tratado com profundidade em outro momento. 19

20 Uma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação a uma pessoa Propriedades das Curvas de Indiferença Com o intuito de simplificar, os mais variados autores em determinado ponto do livro assumem determinados parâmetros para a grande maioria das curvas de indiferença. No entanto, quase a totalidade desses parâmetros não são obrigatoriamente verdades absolutas e funcionam apenas como simplificadores para que as preferências do consumidor fiquem bem-comportadas. Ou seja, os mais renomados autores de microeconomia optam por fazer algumas simplificações nessa parte da matéria. Para isso, adotam determinadas características de comportamento dos indivíduos. Entretanto, em geral, as provas de concurso acabam destruindo essas hipóteses simplificadoras. Veja bem, eu não disse que essas hipóteses são verdades absolutas, elas apenas são usadas para simplificar a vida do estudante e criar situações bemcomportadas, como chama a literatura. Mas, em cursos mais avançados, todas essas hipóteses são questionadas e vemos que nenhuma delas é uma verdade absoluta. E as provas, normalmente, cobram aquilo que é visto nos cursos mais avançados. Segundo Varian: Nessa seção, descreveremos alguns pressupostos mais gerais que tipicamente assumiremos sobre as preferências; abordaremos ainda as implicações desses pressupostos para as formas das curvas de indiferença a eles relacionadas. Esses pressupostos, porém, não são os únicos possíveis (grifo meu); em algumas situações desejaremos utilizar pressupostos diferentes, mas os consideraremos como as características de definição das curvas de indiferença bem-comportadas. Podemos citar cinco propriedades, quais sejam: Prefere-se mais a menos; Preferências convexas; 20

21 Soma dos expoentes da Cobb-Douglas igual a 1; Curvas de indiferença nunca se cruzam; e Curvas de indiferença são densas. Microeconomia para o Banco Central do Brasil - Área 3 a) Inicialmente, iremos supor que a mercadoria se trata de um bem e não um mal. Dessa forma, prefere-se sempre mais a menos e o preço da mercadoria é positivo. Ou seja, você pagará para ter a mercadoria. Se estivermos tratando de uma curva de indiferença do tipo Cobb-Douglas, ela será representada pela seguinte equação: U x,y A x y A propriedade acima (prefere-se mais a menos) será satisfeita se 0 e 0. Somente dessa forma, um aumento na quantidade demandada do bem X ou Y fará com que a utilidade do consumidor seja majorada. São as chamadas preferências monotônicas. Observe que o fato de os expoentes serem positivos faz com que um aumento na quantidade do bem provoque aumento na utilidade. Imaginemos dois exemplos simples matemáticos, sendo que em um deles o valor de α será 0,5 e no outro -1. Veja o que ocorre com a utilidade. Consideremos nos dois casos que os valores de A, y e β valem 1, enquanto que o valor de x será 4. U(x, y) = A x α y β Caso 1 Caso 2 U(x, y) = 1 4 0,5 1 1 = 2 U(x, y) = = 0,25 Se aumentarmos o valor de x em uma unidade, passaremos a ter a seguinte utilidade em cada um dos casos: Caso 1 Caso 2 U(x, y) = 1 5 0,5 1 1 = 2,24 U(x, y) = = 0,20 Dessa forma, é importante ressaltar que se o expoente for positivo, um aumento na quantidade da mercadoria fará com que a utilidade seja majorada. Como o consumidor está buscando mais satisfação, ele preferirá sempre mais a menos. Essa mercadoria será um bem. 21

22 Por outro lado, se o expoente for um número negativo, um aumento na quantidade da mercadoria fará com que a utilidade seja reduzida. Assim, o consumidor não deverá adquirir essa unidade adicional, dado que ele prefere mais utilidade a menos. Essa mercadoria será um mal. Como as pessoas preferem mais a menos dos bens, uma redução do consumo de um dos bens tem que vir seguido de um aumento no consumo do outro bem, para que o consumidor fique na mesma curva de indiferença. Isso significa que para manter o mesmo padrão de satisfação, um determinado consumidor somente irá se desfazer de um dos bens se receber uma quantidade do outro bem que reestabeleça a sua satisfação, fazendo-o prosseguir na mesma curva de indiferença. Vocês nem perceberam, mas nesse parágrafo eu acabo de introduzir um conceito muito importante que veremos mais adiante. Portanto, leia e releia esse ponto quantas vezes forem necessárias e só passe para frente quando você estiver certo de que compreendeu aquilo que eu quis lhe transmitir. Imagine que existam apenas dois bens: Vestuário e Alimento. As pessoas se interessam pelos dois bens e preferem mais a menos em relação a eles. Vamos supor que a pessoa tenha 5 unidades de alimento e 1 unidade de vestuário. Isso faz com que ele esteja na curva de indiferença U 1. Se essa pessoa passar a ter uma segunda unidade de vestuário, aumentará a sua satisfação e passará para a curva de indiferença U 2. Um novo aumento na quantidade consumida de vestuário leva o consumidor para a curva de indiferença U 3. Quanto maior a curva de indiferença, maior a satisfação. 22

23 Com isso, podemos dizer que esse consumidor em questão prefere qualquer cesta que esteja sobre a curva de indiferença U 3 se comparada a qualquer outra cesta sobre a curva de indiferença U 2 e assim, sucessivamente. Lembre-se de que estamos trabalhando com o conceito ordinal, apesar de tentarmos colocar fórmulas e números para poder determinar a satisfação associada a cada cesta de bens. Dessa forma, o gráfico abaixo sempre deverá ser respeitado quando tivemos na presença de bens. b) Vamos supor que as preferências serão convexas. A curva de indiferença é considerada convexa se ao pegarmos dois pontos quaisquer sobre uma curva e traçarmos um segmento de reta que ligue esses dois pontos, a totalidade desse segmento ficar acima da curva de indiferença. Veja um exemplo de curva de indiferença convexa. 23

24 Observe que pegamos dois pontos sobre a curva de indiferença U 1 e os ligamos (curva tracejada azul). Todos os pontos desse segmento de reta se situaram acima da curva de indiferença U 1. Isso nos diz que a curva de indiferença U 1 é estritamente convexa. Mais tarde teremos um item dedicado a esse delicado assunto. Em princípio, suporemos que todas as curvas possuem esse formato (como vocês sabem essa é uma simplificação). c) O terceiro item é que 1 em uma curva de indiferença do tipo Cobb-Douglas. Mais à frente também veremos as transformações monotônicas e elas quebram essa necessidade de que a soma dos expoentes seja igual a 1. Tal fato serve apenas para fazer uma simplificação dos resultados. d) As curvas de indiferença nunca se cruzam. Essa é uma propriedade que nunca pode ser negada. De forma alguma duas curvas de indiferença se cruzam. Existe, em matemática, uma forma de provar as coisas que se chama Prova por Absurdo. Isso funciona da seguinte forma: Se você quer provar uma coisa, o primeiro passo é assumir o contrário daquilo que se quer provar. Se você chegar à conclusão que o contrário é um absurdo, logo, você provou o que desejava. Vamos ver isso por meio de um simples exemplo. Se você quer provar que uma parede é branca, você deve assumir que a parede não é branca. Se o fato de ela não ser branca for um absurdo, logo, ela é branca. Entenderam? Então. Precisamos provar que duas curvas de indiferença não se cruzam. Logo, se formos utilizar a prova por absurdo, devemos supor que as duas curvas de indiferença em questão se cruzam, como na figura abaixo. U 1 U

25 Observe que as cestas A e C estão sobre a mesma curva de indiferença U 1. Veja também que as cestas B e C também estão sobre uma mesma curva de indiferença U 2. Sabemos que uma curva de indiferença é a união de todas as cestas que retornam ao consumidor a mesma satisfação. Portanto, o consumidor é indiferente entre qualquer cesta sobre uma mesma curva de indiferença. Assim, temos que o consumidor em questão é indiferente em A e C e indiferente entre B e C. Por transitividade, ele seria indiferente entre A e B. Entretanto, se o consumidor fosse indiferente entre A e B, as duas cestas deveriam estar na mesma curva de indiferença. Tendo em vista o fato de não estarem na mesma curva, chegamos à conclusão de que é um absurdo o cruzamento de duas curvas de indiferenças. Logo, podemos afirmar que duas curvas de indiferença NUNCA se cruzam. Cuidado!!! Essa afirmativa é muito cobrada em prova. Os examinadores adoram perguntar esse tipo de coisa. e) As curvas de indiferença são densas. Essa também é uma propriedade que nunca poderá ser relaxada, a exemplo da contida na letra d. Isso nos diz que em qualquer ponto do espaço das mercadorias passa uma curva de indiferença e como elas não se cruzam, passa apenas uma curva de indiferença. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de existir uma cesta no espaço das mercadorias que não tenha uma única curva de indiferença que passe por ela Convexidade das Curvas de Indiferença Considera-se uma curva convexa quando escolhemos dois pontos quaisquer sobre a função, por exemplo, x 1 e x 2. Esses pontos, quando colocados na função, determinarão f(x 1 ) e f(x 2 ). Ao ligarmos os pontos x 1 e x 2 teremos a formação de um segmento de reta. Ao escolhermos qualquer ponto (x 3 ) nesse segmento de reta: se f(x 3 ) for menor ou igual a Y 3, a função será convexa; se f(x 3 ) for necessariamente menor que Y 3, a função será estritamente convexa; se f(x 3 ) for maior ou igual a Y 3, a função será côncava; se f(x 3 ) for necessariamente maior que Y 3, a função será estritamente côncava; 25

26 Observe que a função abaixo atende aos requisitos de uma função estritamente convexa: Lembre-se que todas as funções estritamente convexas são necessariamente convexas. A função abaixo atende os requisitos de uma função estritamente côncava. Lembro ainda que, toda função estritamente côncava é côncava. Por fim, uma reta é considerada tanto côncava quanto convexa, mas não é nem estritamente côncava nem estritamente convexa. 26

27 7.7. Transformação Monotônica Uma preferência é considerada monotônica quando podemos fazer operações de soma, multiplicação ou potenciação com a função utilidade e não mudaremos a ordenação de preferência das cestas. Isso é muito comum na teoria do consumidor, pois essa utiliza apenas a ordem de classificação das cestas e não a quantificação da satisfação. Ou seja, na teoria do consumidor isso pode ser feito porque estamos interessados na utilidade ordinal e não na utilidade cardinal, concordam? Segundo Varian: A transformação monotônica é em geral representada pela função f(u), que transforma cada número u em outro número f(u), mas preserva a ordem dos números para que u 1 > u 2 implique f(u 1 )>f(u 2 ). Uma transformação monotônica e uma função monótona são, em essência, a mesma coisa. Nessa aula, já lancei mão desse conceito e vocês nem notaram. Vamos retornar a ele? Imagine as seguintes funções utilidades: U U x,y 2 x y x,y 4 x 2 y 27

28 Observe que as duas funções são muito parecidas e que a segunda função nada mais é do que duas vezes a primeira. Se escolhermos uma cesta qualquer e calcularmos a utilidade associada a ela utilizando cada uma das funções, teremos: útiles U 3,5 U 3, útiles U 3,5 U 3,5 5 Como utilizamos a teoria ordinal, podemos utilizar a primeira função utilidade. Para isso, fazemos uma transformação monotônica na segunda, dividindo-a por dois, para que elas se igualem. 28

29 QUESTÕES PROPOSTAS Enunciado para as questões 42 e 43 Acerca da teoria do consumidor, julgue os itens subsequentes. Questão 42 (CESPE BASA Economista 2010) Considere que um empresário ao revelar sua preferência em construir uma fábrica em Manaus em vez de construí-la em Belém e em Belém em vez de construí-la em Porto Velho implique a sua preferência em construir tal fábrica em Manaus em vez de construí-la em Porto Velho. Nesse caso, tem-se um exemplo da preferência do empresário ser transitiva. Questão 43 (CESPE BASA Economista 2010) Preferir Boa Vista a Porto Velho seria um exemplo de utilidade ordinal. A grandeza dessa preferência (utilidade cardinal) em nada afeta essa escolha. Enunciado para as questões 44 a 46 Julgue os itens seguintes, acerca das preferências do consumidor. Questão 44 (CESPE Ministério da Saúde Economista 2009) Uma preferência do consumidor é completa, reflexiva e transitiva. Questão 45 (CESPE Ministério da Saúde Economista 2009) Uma relação de preferência, mesmo sendo apenas racional, isto é, completa, pode ser representada por uma função de utilidade. Questão

30 (CESPE Ministério da Saúde Economista 2009) Uma preferência monotônica indica que mais de ambos os bens é melhor para o consumidor de tal forma que menos de ambos os bens representa uma cesta pior. Enunciado para as questões 47 a 50 Julgue os itens seguintes quanto ao comportamento do consumidor, sua demanda individual e às demandas de mercado. Questão 47 (CESPE SEFAZ ES Economista 2010) Supor que as preferências do consumidor são completas é admitir que é possível comparar duas cestas quaisquer de bens. Questão 48 (CESPE SEFAZ ES Economista 2010) A preferência do consumidor atende a uma premissa reflexiva, ou seja, o consumidor sempre preferirá quantidades maiores de cada mercadoria. Questão 49 (CESPE SEFAZ ES Economista 2010) A inclinação para baixo (negativa) das curvas de indiferença deriva do princípio de que as preferências do consumidor são transitivas. Questão 50 (CESPE SEFAZ ES Economista 2010) As curvas de indiferença nunca se cruzam em decorrência de as preferências do consumidor serem transitivas. 30

31 QUESTÕES RESOLVIDAS Enunciado para as questões 42 e 43 Acerca da teoria do consumidor, julgue os itens subsequentes. Questão 42 (CESPE BASA Economista 2010) Considere que um empresário ao revelar sua preferência em construir uma fábrica em Manaus em vez de construí-la em Belém e em Belém em vez de construí-la em Porto Velho implique a sua preferência em construir tal fábrica em Manaus em vez de construí-la em Porto Velho. Nesse caso, tem-se um exemplo da preferência do empresário ser transitiva. Resolução: O consumidor terá à sua disposição diversas cestas de consumo. Para adquiri-las optará por aquela que caiba dentro do seu orçamento e te proporcione a maior satisfação possível. Ou seja, o consumidor irá comprar a melhor cesta que seus recursos conseguem adquirir. Suponha a existência de duas cestas A e B. Se o consumidor preferir A a B, devemos utilizar o símbolo, mostrando que há uma preferência estrita pela cesta A. Se o consumidor for indiferente entre as cestas A e B, utilizamos o símbolo ~, ou seja, dizemos que A ~ B. Segundo o Varian, ao compararmos as cestas (x 1,x 2 ) e (y 1,y 2 ), temos: Se o consumidor prefere ambas as cestas ou mostra-se indiferente na escolha entre elas, dizemos que ele prefere fracamente (x 1,x 2 ) a (y 1,y 2 ) e grafamos (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ). Essas relações de preferência estrita, preferência fraca e indiferença não são conceitos independentes, elas têm relação entre si! Por exemplo, se (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ) e (y 1,y 2 ) (x 1,x 2 ), podemos concluir que (x 1,x 2 ) ~ (y 1,y 2 ). Isto é, se o consumidor considera (x 1,x 2 ) pelo menos tão boa quanto (y 1,y 2 ) e (y 1,y 2 ) 31

32 pelo menos tão boa quanto (x 1,x 2 ), então ele tem de ser indiferente entre as duas cestas de bens. Do mesmo modo, se sabemos que (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ), mas também sabemos que esse não é o caso de (x 1,x 2 ) ~ (y 1,y 2 ), podemos concluir que (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ). Isso apenas nos diz se o consumidor pensa que (x 1,x 2 ) é pelo menos tão bom quanto (y 1,y 2 ) e que ele não se mostra indiferente a nenhuma das duas cestas, então ele com certeza deve considerar (x 1,x 2 ) estritamente melhor que (y 1,y 2 ) Existem ainda três pressupostos acerca das preferências, pressupostos esses que podemos chamar de axiomas. Segundo o Varian, são eles: Completa. Supomos que é possível comparar duas cestas quaisquer. Ou seja, dada uma cesta x qualquer e uma cesta y qualquer, pressupomos que (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ) ou (y 1,y 2 ) (x 1,x 2 ) ou, ainda, ambas, caso em que o consumidor é indiferente entre as duas cestas. Reflexiva. Supomos que todas as cestas são pelo menos tão boas quanto elas mesmas: (x 1,x 2 ) (x 1,x 2 ). Transitiva. Se (x 1,x 2 ) (y 1,y 2 ), e (y 1,y 2 ) (z 1,z 2 ), pressupomos então que (x 1,x 2 ) (z 1,z 2 ). Em outras palavras, se o consumidor acha que X é pelo menos tão boa quanto Y e que Y é pelo menos tão boa quanto Z, então ele acha que X é pelo menos tão boa quanto Z. Olhando para a definição de transitividade, vemos que: Manaus Belém e Belém Porto Velho Manaus Porto Velho Sendo assim, o gabarito é CERTO. Gabarito: C Questão 43 (CESPE BASA Economista 2010) Preferir Boa Vista a Porto Velho seria um exemplo de utilidade ordinal. A grandeza dessa preferência (utilidade cardinal) em nada afeta essa escolha. 32

33 Resolução: Com o objetivo de definirmos quais cestas são as melhores e, portanto, aquelas que vamos escolher, devemos atribuir uma função matemática às nossas escolhas, revelando o grau de utilidade que cada escolha trará. Ao consumirmos uma determinada cesta de bens 5 estamos ficando com um nível de satisfação mais elevado. Para medirmos esse nível de satisfação foi criado o conceito de utilidade. A utilidade nos informa o nível de satisfação do consumidor para cada cesta escolhida. Segundo Varian: A função utilidade é um modo de atribuir um número a cada possível cesta de consumo, de modo que se atribuam às cestas mais preferidas números maiores que os atribuídos às menos preferidas. Além desse conceito, outro importante é o atribuído às curvas de indiferença. Essas curvas unem todas as cestas que trazem ao consumidor o mesmo nível de satisfação. Ou melhor, é a união de todas as cestas no espaço que possuem o mesmo nível de utilidade. Segundo Pindyck: Uma curva de indiferença representa todas as combinações de cestas de mercado que fornecem o mesmo nível de satisfação a uma pessoa, que é, portanto, indiferente em relação às cestas de mercado representadas pelos ao longo da curva. Por exemplo, quando você vai a um supermercado e compra um determinado bem, você faz esse movimento porque acha que com aquele recurso, aquele bem que está sendo adquirido é o que lhe dá o maior nível de satisfação dada a sua necessidade de momento. Imagine que você tem dois possíveis bens para adquirir. Você faz uma espécie de análise custo x benefício, certo? Então, esqueçamos o fator preço, você optará por escolher aquele bem que te dá o maior nível de satisfação, o maior nível de utilidade. Logo, com essa escolha você está ordenando as cestas da melhor para a pior. Mesmo 5 Toda mercadoria que você prefere mais a menos chamamos de bens. Se você preferir menos a mais chamaremos de mal (lixo, por exemplo). Estaremos sempre falando de bens a menos que ressaltemos algo. 33

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