ANÁLISE SOB MICROSCOPIA DE LUZ DAS FIBRAS COLÁGENAS DA VAGINA DA RATA
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- Maria do Loreto Beatriz Coelho Pereira
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1 ANÁLISE SOB MICROSCOPIA DE LUZ DAS FIBRAS COLÁGENAS DA VAGINA DA RATA (Ratus novergicus) Catarina Costa Borges Oliveira (discente do programa ICV), Maria Ivone Mendes Benígno Guerra (Orientadora, Depto. de Morfologia UFPI). INTRODUÇÃO: A gravidez e a via de parto são consideradas fatores de risco para alterações nas estruturas do assoalho pélvico e da parede vaginal. A composição e arranjo do tecido conjuntivo pélvico relacionam-se com a integridade das estruturas de sustentação. Assim sendo, observa-se que alterações intrínsecas desse tecido de sustentação podem culminar no seu enfraquecimento através de modificações dependentes do estado hormonal, de processos fisiológicos sequenciais da gestação e do parto, podendo resultar em enfermidades. O presente trabalho teve como objetivo analisar qualitativamente, as fibras colágenas da vagina da rata (Ratus novergicus), em diferentes diferentes períodos evolutivos. MATERIAL E METODOS Foram utilizadas 18 ratas da linhagem Wistar (Ratus novergicus), do biotério do CCA (Centro de Ciências Agrárias) da Universidade Federal do Piauí, mantidos em ambiente próprio, distribuídos em gaiolas plásticas de 30x16x19cm, cada gaiola com um animal. Todos os animais foram submetidos à avaliação clínica para garantir estado de higidez. Foram formados três grupos experimentais n=4 e um grupo controle com n=2 ratas; grupo I, ratas com 24h de parida e o grupo IA, controle (nulípara), o grupo II de ratas com 30 dias de parida (pós-parto) e IIA (controle), o grupo III de ratas com 45 dias de parida e IIIA (controle). Os animais do grupo experimental foram acompanhados desde o cruzamento até o período de eutanásia para retirada dos fragmentos de vagina a serem processados para análise microscópica. Ao final de cada período evolutivo: 24h (grupos I e IA), 30 dias (grupos II e IIA) e 45 dias (grupo III e IIIA) pós-parto, foi realizada a eutanásia dos animais do grupo experimental com o correspondente grupo controle. A eutanásia de cada
2 animal utilizado para o estudo foi realizada administrando-se uma sobredose de anestésico, dez vezes a dose usada para anestesia convencional: xilazina (Rompum) 5,0 mg/kg via intramuscular, levando o animal a óbito por parada cardiorrespiratória. Do terço inferior da vagina foi obtido fragmento em corte transversal, com cerca de 0,3 cm de extensão e acondicionado em solução fixadora adequada. O material obtido de cada animal foi então fixado em formalina a 10% tamponada; mantido durante 24 horas, e posteriormente, processado através de técnica rotineira para inclusão em parafina. De cada bloco dos fragmentos da vagina, foram confeccionadas lâminas contendo cinco cortes transversais, semi-seriados, com 5μm de espessura, corados com Tricômio de Masson, para evidenciar as fibras colágenas. O aspecto morfológico das fibras colágenas foi analisado e as lâminas fotografadas com aumento de 40X.. RESULTADOS Após análise, observou-se que o aspecto das fibras colágenas nos grupos experimentais (Fig.2,4 e 6), apresentava-se mais desorganizado e com ondulações acentuadas(setas), quando comparadas com as do grupo controle(fig. 1, 3 e 5). FIG. 1- Micrografia da vagina do grupo controle I (GI) FIG. 2- Micrografia da vagina do grupo experimental I (GI)
3 FIG. 3 - Micrografia da vagina do grupo controle II (GII) FIG. 4- Micrografia da vagina do grupo experimental II (GII) FIG. 5 - Micrografia da vagina do grupo controle III(GIII) FIG. 6- Micrografia da vagina do grupo experimental III(GIII) DISCUSSÃO O estudo realizado visa observar possíveis alterações na estrutura vaginal no período do parto e do puerpério. Em particular, a análise realizada possui um enfoque nas fibras colágenas presentes vagina. Para tanto se escolheu a rata (Ratus novergicus) para realizar o estudo, já que este animal, há décadas tem sido escolhido para esse tipo de investigação em decorrência de suas características bioquímicas e biomecânicas. Obviamente, foi possível a obtenção do material histológico dos grupos controle e experimental, durante o estudo, o que não seria possível de executar em seres humanos. Para a análise dos resultados apresentados, é importante a compreensão do ciclo estral. Este ciclo é caracterizado por um conjunto de alterações cíclicas e periódicas que ocorrem no trato reprodutor feminino de alguns mamíferos e dentre eles, roedores (como as ratas em estudo). De acordo com a literatura, o ciclo estral, em ratas, possui uma duração de cerca de 4-5 dias e é dividido em 4 etapas, que são identificadas através da análise microscópica realizada de material retirado da vagina deste animal. O ciclo estral resulta de variações hormonais que interferem na estrutura e
4 composição vaginal no decorrer de suas fases e estas são denominadas de proestro, estro, metaestro e diestro. O proestro consiste no pico de ação do estradiol, apresentando células vaginais grandes e nucleadas e possuindo ausência de leucócitos. O estro corresponde ao pico máximo de progesterona, tendo a ovulação como seu evento marcante. O metaestro não possui ação hormonal identificável e possui uma diversidade de células vaginais. O diestro marca a ação inicial do estradiol sobre o organismo, com metade do valor do que seria a sua taxa máxima, apresentando grande número de leucócitos na vagina e ausência de descamação celular (Kandel, Schwatz & Jessell, 1995). No estudo realizado observou-se que o aspecto das fibras colágenas nos grupos experimentais apresentava-se mais desorganizado e com ondulações acentuadas quando comparadas com as do grupo controle. Assim, a alteração resultante no estudo pode apresentar-se como resposta a modificação hormonal apresentada durante a gestação em comparação com o ciclo citado anteriormente. Deve-se levar em consideração a presença de eventos biomecânicos durante o parto que podem se desenvolver como eventos traumáticos, possuindo influência nas alterações encontradas ao final do trabalho. CONCLUSÃO O parto natural parece alterar a morfologia das fibras colágenas, constituintes da parede vaginal, porém torna-se necessário uma pesquisa quantitativa dessas fibras para uma análise mais precisa. REFERENCIAS BIONDO-SIMÕES ML, ZIMMERMANN E, DAHER TS, BORSATO KS, NORONHA L. Effects of hormonal replacement therapy on colon anastomosis healing in rats. Acta Cir Bras., BRITO NMB, KULAY-JÚNIOR L, SIMÕES MJ, LAMEIRA OA, LAMARÃO LG, DAMOUS S H B Morphological and Morphometric Aspects of the Uterine
5 Cervix in Oophorectomized Rats after Copaíba Oil Application. RBGO - v. 22, DREWES, P. G. et al. Pelvic organ prolapse in fibulin-5 knockout mice: pregnancy-induced changes in elastic fiber homeostasis in mouse vagina. The American jornal of pathology, v. 170, n. 2, p , 2007 JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, KANDEL, E. R; SCHWARTZ J. H. JESSELL, T. M. (Orgs.) (1995). Essentials in neural sciences and Behavior. Londres, UK: Prentice Hall International, Inc. SMITH, M. S., FREMAN, M. E. & NEIL, J. D., 1975, The control of progesterone secretion during the estrous cycle and early pseudopregnancy in the rat: prolactin, gonadotropin and steroid levels associated with rescue of the corpus luteum of pseudopregnancy.endocrinology, 96: LONG, J. A. & EVANS, H. M., 1922, The estrous cycle in the rat and its associated phenomena. Memories of University of California, 6:
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