A PERÍCIA NO PROCEDIMENTO ARBITRAL

Transcrição

1 A PERÍCIA NO PROCEDIMENTO ARBITRAL FRANCISCO MAIA NETO Engenheiro e Advogado

2 A perícia é a rainha das provas Ministro Carlos Mário da Silva Velloso, ExPresidente do STF, na abertura do Congresso Extraordinário da UPAV, São Paulo, outubro de 1997

3 A prova técnica no contexto da arbitragem

4 A prova pericial na arbitragem Prevista no artigo 22 da L.A. Análise dos regulamentos de câmaras arbitrais Situação Percentual Pelo menos cita a prova pericial 74,00% Detalha alguns procedimentos para condução da perícia 65,00% Segue a sistemática de nomeação do perito 65,00% Faz referência a formulação de quesitos e acompanhamento de assistentes técnicos 54,00%

5 Sistemática da prova pericial na arbitragem Quebra de paradigma em relação ao procedimento do CPC Momento de realização da prova pericial Apresentação de laudos pelas partes, possibilidade dos árbitros nomearem o desempatador e análise cruzada Análise dos laudos das partes pelos árbitros, quando especialistas Modelo do Código de Processo Civil (nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos) Interrogatório dos peritos das partes

6 Apresentação técnica da controvérsia Utilizada para dar uma visão geral dos pontos que originaram o conflito Usualmente realizada por profissionais ligados às partes, que podem ser auxiliados por terceiros Tem a finalidade de mostrar aos árbitros uma visão técnica dos fatos

7 Laudos unilaterais, perito desempatador e análise cruzada Vigorou no diploma processual brasileiro entre 1946 e 1973 O terceiro perito é nomeado para dirimir conclusões divergentes Também pode esclarecer pontos obscuros estabelecidos pelos árbitros Pode ser adotada a figura do perito consensual Antes pode ocorrer a análise cruzada dos laudos

8 Análise dos laudos pelos próprios árbitros Alternativa similar à nomeação do perito desempatador Sendo especialistas na matéria, os próprios árbitros podem interpretar e decidir sobre o conteúdo dos trabalhos técnicos Envolve a discussão sobre o limite de atuação do árbitro especialista (pode dispensar a nomeação do perito e se for árbitro único ou tribunal arbitral)

9 Conduta do árbitro especialista Uma corrente defende a dispensa da nomeação do perito com árbitro único (árbitro-perito) Outra entende que seria possível somente no tribunal arbitral Na primeira hipótese a situação deve ser analisada se a matéria for também de direito

10 Modelo referenciado no CPC

11 Escolha do perito Perito experiente Técnico experiente Conhecimento técnico generalista Conhecimento técnico especializado Conhecimento da interface técnico-jurídica Falta de familiaridade com a sistemática pericial e processual/procedimental Conhecimento das atribuições do perito, dos assistentes e dos demais envolvidos Pode dificultar a interpretação de questões de natureza técnica

12 Escolha do perito Pessoa física Empresa de consultoria Custo menor Custo maior Facilita contato com os assistentes técnicos Não existe controle sobre quem está elaborando o laudo Busca auxilio junto a profissionais de outras modalidades Trata todos os temas

13 Forma de nomeação do perito Indicação conjunta (discricionária) (consensual) ou impositiva Indicação de nomes por cada parte Indicação de nomes pelas partes e tribunal arbitral à Secretaria da Câmara Envio de currículos e propostas diretamente ao tribunal arbitral Escolha do tribunal arbitral Necessário haver concordância formal com o nome indicado

14 Cuidados a serem processo de escolha tomados no O árbitro deve ter muita atenção sobre qual modalidade escolher Pode ser recomendável a adoção da forma não convencional (nomeação) O risco é de onerar e alongar o procedimento Um caso concreto ocorreu apresentação técnica, interrogatório dos técnicos, laudos unilaterais, análise cruzada, interrogatório cruzado das partes e só então ocorreu a nomeação

15 Sugestão de comando para disciplinar a prova Nomeação do perito Quesitos e assistentes técnicos Honorários e questões incidentais Realização da perícia, entrega do laudo e pareceres Esclarecimentos

16 Interrogatório dos peritos das partes Modelo do sistema de common law Privilegia a oralidade Interrogatório direto e cruzado Habilidade de inquirir pode conduzir o resultado Preparo intelectual e destreza do perito pode ser o diferencial

17 Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina Cora Coralina Muito obrigado!