O ensino de línguas estrangeiras via redes sociais 1
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- Maria Laura Affonso Belém
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1 O ensino de línguas estrangeiras via redes sociais 1 Gabriel Belinazo 2 gbelinazo@inf.ufsm.br Abstract: In this review article, the main goal is to review and analyze information about social networks and the foreign language teaching, try to unveil the language learning in this environment. In order to reach this goal, a brief language teaching history was made, as well as a brief review of how computers affect the language learning. This concepts are analyzed in order to legitimize or not the using of social networks as an interaction mean to learn. Resumo: Nesse artigo de revisão, busca-se rever e analisar informações relativas a redes sociais e ao ensino de línguas estrangeiras, tentando desvelar o processo de aprendizado de idiomas nas redes sociais. Para tanto, esboça-se um breve histórico do ensino de idiomas, bem como é delineada uma breve revisão de como o computador altera (alterou) o ensino de idiomas. Esses conceitos são buscados a fim de legitimar ou não o uso de redes sociais como meio de interação para a aprendizagem. 1. Introdução O sistema de ensino sempre foi baseado nas tecnologias disponíveis, é visto que o desenvolvimento técnico-científico altera métodos de ensino. Um exemplo disso são os livros, que a muito tempo são conhecidos, porém, foram, por muito tempo, usados apenas pelos professores, o primeiro registro de uso de livros por estudantes só se deu após a invenção da imprensa de Gutenberg, que socializou o livro, divulgando-o. Atualmente, encontramo-nos em uma fase de popularização do acesso a Internet, e com isso, as ferramentas que vêm acopladas à Internet, como as redes sociais, são socializadas, aumentando o público que as acessa, que consome suas informações e que gera suas informações. Deste modo é importante que se analise as transformações que estão em processo e quais serão seus resultados. 2. Breve histórico do ensino de idiomas O ensino de idiomas estrangeiros tem início na Europa, no período medieval, após o estabelecimento dos idiomas modernos como padrão da conversação cotidiana, 1 Trabalho apresentado à Profª. Andrea Schwertner Charão, como requisito parcial da disciplina de Computadores e Sociedade do Curso de Sistemas de Informação da UFSM, em abril de Acadêmico do curso de Sistemas de Informção da Universidade Federal de Santa Maria.
2 era necessário ensinar a língua da literatura, a língua da ciência: o latim. Desta forma, começou-se a desenvolver um método, pelo qual as pessoas pudessem a estrutura básica de comunicação do latim. Como a língua latina é basicamente escrita, desenvolveu-se o método chamado gramático-tradutivo que ensinava a língua e a gramática da língua através da tradução. Este é o método mais tradicional de ensino de línguas, e seu uso perdura até os dias atuais para o ensino de línguas consideradas mortas como o latim, hebraico, entre outras, em alguns países ainda se usa esse método para o ensino de línguas estrangeiras modernas. Ao começar-se a pensar sobre o ensino de línguas, pensou-se sobre a experiência natural de convívio linguístico, e dessa forma concebeu-se o método direto, de forma que se ensina a L2 sobre a L2 diretamente na L2. Durante o período de guerra, era necessário que os soldados pudessem ler manuais em L2, e para suprir essa necessidade específica desenvolveu-se um método que rapidamente suprisse tal demanda a única habilidade linguística desejada era a leitura e, portanto todo o esforço educacional é voltado para a aprendizagem da leitura. Como resposta ao método de leitura, foi desenvolvido o método audiolingual... Por fim, o ensino funcional ou comunicativo, que preconiza o ensino da L2, considerando que o estudante não precisa saber sobre a L2, apenas necessita saber a L2. O que desconsidera o ensino de qualquer análise linguística que se baseie na estrutura, bem como o ensino da gramática. 3. O computador e o ensino Oliveira e Paiva faz um resumo sobre o uso da tecnologia para o ensino, e segundo seus estudos, o uso do computador como mediador para o ensino de idiomas teve início na década de 60, na Universidade de Illinois, onde desenvolveu-se o projeto PLATO Programmed Logic for Automatic Teaching Operations que permitia o desenvolvimento de exercícios vocabulares e gramaticais que apresentavam um feedback automático para o aprendiz. Neste projeto, no início, participavam 20 estudantes, porém na década de 80, o projeto migrou para um mainframe que permitiu o acesso de muitas pessoas, que podiam comunicar-se por intermédio dessa plataforma. Entretanto, a conexão com o idioma era basicamente artificial. Um contato natural com falantes de outra língua só se fez possível após 1997, com a popularização da internet e
3 com os modelos que conhecemos hoje possibilitou a comunicação seja via , fórum ou listas de discução. Com a chegada da Web 2.0, é possibilitado ao usuário produzir conteúdo, de forma que a comunicação flua em diversas modalidades comunicativas, sendo que o aprendiz consome e produz conteúdo. 4. Redes Sociais voltadas ao ensino de línguas Segundo Marteleto, existem diversos significados que vem sendo atribuídos à palavra rede, dentre os quais ressalto comunidade não geográfica. Um idioma é definido pela comunidade que o utiliza para se comunicar, e desta forma é significado e ressignificado cotidianamente. Há diversas redes sociais, e seu principal objetivo é a troca de informações, sejam essas relativas a qualquer assunto, entretanto, nota-se o surgimento de especificações, isto é, surgem redes sociais que restrigem os assuntos discutidos em seu escopo. Algumas das redes sociais que elegeram o ensino/aprendizagem de idiomas como escopo principal são LiveMocha, Italks, Babelyou. 5. Ferramentas existentes Ao pensarmos sobre as redes, torna-se necessário tecer uma reflexão sobre as ferramentas que são oferecidas pelas mesmas. As redes sociais de maneira natural promovem a comunicação entre as pessoas, formando uma comunidade agrupada não geograficamente, e as, que usam o ensino/aprendizagem como escopo, utilizam-se da comunicação interpessoal mediada por computador a seu favor. É necessário notar que a maioria das redes voltadas a este fim disponibiliza materiais para acompanhar o progresso do aprendizado da língua estrangeira. Podendo estes serem focados na estrutura da língua ou utilizarem-se de uma visão mais pragmática. Por exemplo, como se vê na figura 1, podem ser facilmente encontrados exercícios gramaticais.
4 Figura 1. Exercício gramátical destinado ao falante de língua inglesa que busca aprender a língua italiana. A maioria dos exercícios, que buscam desenvolver a habilidade de escrever em língua estrangeira, são baseados em um padrão tradutivo. É interessante ressaltar que exercícios feitos na rede podem ser enviados a outros participantes para apreciação como ser observado na figura 2. Figura 2. Testo encaminhado a apreciação de um falante nativo da L2 Além de ferramentas para desenvolvimento das habilidades escritas, existem outras ferramentas que aliam aquisição vocabular à fonética. Na figura 3, é mostrada uma imagem de um vídeo disponível em uma rede social que salienta a pronúncia de palavras, e estas estão agrupadas por campo semântico.
5 Figura 3. Vídeo que salienta a pronúncia É visto que existem ferramentas que permite que o estudante grave sua própria produção oral e a submeta a opiniões de falantes nativos da língua que este busca aprender. Deve-se considerar também que as ferramentas disponíveis enfocam principalmente as questões formais da língua. 6. Considerações finais Em virtude dos fatos discutidos, pode-se concluir que as ferramentas existentes certamente apresentam limitações, porém, no intento de aprender idiomas, estas podem complementar e auxiliar o processo. Entretanto urge que se faça uma análise global sobre o processo de aprendizagem para os estudantes que se submetem somente a este contato como única fonte de informações para o aprendizado. É sabido que a interação é a base de qualquer aprendizado, a interação mediada pelo computador é apenas um processo facilitado pela tecnologia existente. 7. Referências MARTELETO, M. R. Analise de redes sociais aplicação nos estudos de transferência da informação. Disponível em: OLIVEIRA E SILVA, A. B. Análise de redes sociais como metodologia de apoio para a discussão da interdisciplinaridade na ciência da informação. Disponível em: LIMA, J. AS METODOLOGIAS DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA. Disponível em: OLEQUES, R. C. M. et al. Aquisição e Aprendizagem de uma Segunda Língua com Crianças de 0 a 6 anos de Idade. Disponível em:
6 PAIVA, V. L. M. de O. e. O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva histórica. Disponível em: RAPOSO, E.(1992) TEORIA DA GRAMÁTICA: a faculdade da linguagem. Lisboa. Caminho. Figura 1 disponível em Figura 2 disponível em Figura 3 disponível em
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