PONTO 1: Princípios do Processo Penal 1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL. b) Princípio da Obrigatoriedade/Legalidade (X Oportunidade)
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- Paulo Aveiro Brandt
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1 1 PROCESSO PENAL PONTO 1: Princípios do Processo Penal 1. PRINCÍPIOS DO Nenhum princípio é interpretado de maneira isolada, nenhum princípio é absoluto. Princípios: a) Princípio da Verdade Real b) Princípio da Obrigatoriedade/Legalidade (X Oportunidade) c) Princípio da Indisponibilidade d) Princípio da Oficialidade e) Princípio da Iniciativa das Partes f) Princípio da Economia Processual g) Princípio do Juiz Natural h) Princípio da Inculpabilidade/Estado de Inocência/Presunção de Inocência i) Princípio da Publicidade j) Princípio do Contraditório e Ampla Defesa l) Princípio da Ilicitude/Legitimidade da Prova m) Princípio da Concentração e Identidade Física do Juiz n) Princípio do Favor Rei / Favor Livertatis / Favor Inocential o) Princípio do Devido Processo Legal 1.1 PRINCÍPIO DA VERDADE REAL A verdade real é a regra, mas admite exceções. Diferença entre verdade real e verdade primária:...
2 Verifica-se a aplicação do princípio da verdade real no art. 66 do CPP (c/c art. 386, I do CPP) onde a sentença penal fundamentada em fato inexistente impede a ação civil. Exemplos de exceções ao princípio da verdade real: art. 89 da Lei n.º art. 79 da Lei n.º art. 621, III do CPP 1.2 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE/LEGALIDADE (X OPORTUNIDADE) Regra é as normas jurídicas serem abstratas e genéricas, consagrando o princípio da obrigatoriedade/legalidade. A Ação Penal Pública Incondicionada obrigatoriamente, legalmente segue o devido processo legal. Exceção, que não segue esse princípio é a Ação Penal Privada. O Princípio da Oportunidade é o anti-princípio do Princípio da Obrigatoriedade. Conforme aquele princípio, não se inicia obrigatoriamente a ação quando não houver restar caracterizados os critérios políticos da: oportunidade razoabilidade conveniência Exemplo de aplicação do princípio da Oportunidade, art. 20, Lei :
3 3 Precedente do STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. DESCAMINHO. MONTANTE DOS IMPOSTOS NÃO PAGOS. DISPENSA LEGAL DE COBRANÇA EM AUTOS DE EXECUÇÃO FISCAL. LEI N /02, ART. 20. IRRELEVÂNCIA ADMINISTRATIVA DA CONDUTA. INOBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS QUE REGEM O DIREITO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA. ORDEM CONCEDIDA. 1. De acordo com o artigo 20 da Lei n /02, na redação dada pela Lei n /04, os autos das execuções fiscais de débitos inferiores a dez mil reais serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, em ato administrativo vinculado, regido pelo princípio da legalidade. 2. O montante de impostos supostamente devido pelo paciente é inferior ao mínimo legalmente estabelecido para a execução fiscal, não constando da denúncia a referência a outros débitos em seu desfavor, em possível continuidade delitiva. 3. Ausência, na hipótese, de justa causa para a ação penal, pois uma conduta administrativamente irrelevante não pode ter relevância criminal. Princípios da subsidiariedade, da fragmentariedade, da necessidade e da intervenção mínima que regem o Direito Penal. Inexistência de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado. 4. O afastamento, pelo órgão fracionário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, da incidência de norma prevista em lei federal aplicável à hipótese concreta, com base no art. 37 da Constituição da República, viola a cláusula de reserva de plenário. Súmula Vinculante n 10 do Supremo Tribunal Federal. 5. Ordem concedida, para determinar o trancamento da ação penal. (HC 92438, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 19/08/2008, DJe-241 DIVULG PUBLIC EMENT VOL PP-00925) O princípio da oportunidade somente pode ser invocado por órgãos políticosadministrativos. Outro exemplo de aplicação do princípio da Oportunidade é a aplicação da prescrição pela pena projetada, art. 395, III do CPP. 1.3 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE A Persecução penal não pertence ao Ministério Público, nem a polícia e sim ao Estado que estão vinculados, logo, o MP não pode desistir da ação que iniciou, nem do recurso (art. 42 e 576 do CPP) e a Polícia não pode arquivar os autos do inquérito (art. 17 do CPP). Exceção: MP pode propor a suspensão condicional do processo. Divergência até que momento essa suspensão pode ser veiculada?
4 4 Posição do STF: Posição do TRF e STJ: Súmula 337 do STJ. 1.4 PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES Protege o próprio conceito de jurisdição. Jurisdicionar é decidir in re aliena (sobre coisa de terceiro) e jamais sobre in re propria (coisa de interesse próprio) do CPP. Juiz deve ser imparcial, por isso ele pode ser recusado pelas partes, art. 252 e 254 Art. 129, I da CF Sistema Acusatório: Juiz não pode investigar, após o recebimento da denúncia juiz possui a iniciativa para produzir provas (inclusive de ofício). Ex: art. 156, II do CPP. Obs.: Cláusula de Reserva do Judiciário: IMPORTANTE Informativo n.º 538 do STF: Ministério Público e Poder Investigatório - 1 A Turma indeferiu habeas corpus em que acusados por denunciação caluniosa (CP, art. 339, 2º) pleiteavam o trancamento da ação penal sob os seguintes argumentos: a) falta de justa causa, na medida em que as condutas atribuídas aos pacientes teriam sido realizadas sob o cumprimento de ordem hierárquica superior, b) ilegalidade da denúncia fundada em depoimentos colhidos pelo Ministério Público e c) impossibilidade de oferecimento da denúncia pelo mesmo promotor de justiça que colhera os depoimentos. Assentou-se que o pleito, no que tange à alegada falta de justa causa, não mereceria ser acolhido, pois ultrapassaria os estreitos limites do writ, por envolver, necessariamente, reexame do conjunto fático-probatório. Relativamente à possibilidade de o Ministério Público promover procedimento administrativo de cunho investigatório, asseverou-se, não obstante a inexistência de um posicionamento do Pleno do STF a esse respeito, ser perfeitamente possível que o órgão ministerial promova a colheita de determinados elementos de prova que demonstrem a existência da autoria e da materialidade de determinado delito. Entendeu-se que tal conduta não significaria retirar da Polícia Judiciária as atribuições previstas constitucionalmente, mas apenas harmonizar as normas constitucionais
5 (artigos 129 e 144), de modo a compatibilizá-las para permitir não apenas a correta e regular apuração dos fatos, mas também a formação da opinio delicti. Ressaltou-se que o art. 129, I, da CF atribui ao parquet a privatividade na promoção da ação penal pública, bem como, a seu turno, o Código de Processo Penal estabelece que o inquérito policial é dispensável, já que o Ministério Público pode embasar seu pedido em peças de informação que concretizem justa causa para a denúncia. Aduziu-se que é princípio basilar da hermenêutica constitucional o dos poderes implícitos, segundo o qual, quando a Constituição Federal concede os fins, dá os meios. Destarte, se a atividade-fim promoção da ação penal pública foi outorgada ao parquet em foro de privatividade, é inconcebível não lhe oportunizar a colheita de prova para tanto, já que o CPP autoriza que peças de informação embasem a denúncia. Considerou-se, ainda, que, no presente caso, os delitos descritos na denúncia teriam sido praticados por policiais, o que, também, justificaria a colheita dos depoimentos das vítimas pelo Ministério Público. Observou-se, outrossim, que, pelo que consta dos autos, a denúncia também fora lastreada em documentos (termos circunstanciados) e em depoimentos prestados por ocasião das audiências preliminares realizadas no juizado especial criminal de origem. Por fim, concluiu-se não haver óbice legal para que o mesmo membro do parquet que tenha tomado conhecimento de fatos em tese delituosos ainda que por meio de oitiva de testemunhas ofereça denúncia em relação a eles. HC 91661/PE, rel. Min. Ellen Gracie, (HC-91661) PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL Acrescido na CF com a EC n. 45, art. 5º LXXVIII da CF. Relacionado com o Princípio da Concentração, os atos estão concentrados em uma única audiência, art. 400 do CPP (procedimento ordinário) e 531 do CPP (procedimento sumário). Prazo atual para o término da instrução penal seria de 125 dias, conforme o entendimento do TRF4. Todavia, jurisprudência entende que o que importa é a razoabilidade da duração do processo e não o cumprimento do prazo. Posição do STJ: PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL Duplo matiz: a) Político art. 5º, XXXVII da CF.
6 6 b) Jurídico art. 5º, LIII do CF. Entendimento de que a criação da vara especializada não implica em contrariedade ao princípio do juiz natural. 1.6 PRINCÍPIO DA INCULPABILIDADE/ESTADO DE INOCÊNCIA/PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA Réu é inocente até que se prove o contrário, e, a prova se faz com a sentença penal condenatória transitada em julgado. Obs.: Sobre a terminologia utilizada no art. 5º, LVII da CF:... IMPORTANTE: Súmula 267 do STJ:...
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