Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso

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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso AÇÕES AFIRMATIVAS PARA O INGRESSO DE NEGROS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA: COMPARAÇÃO ENTRE O MODELO NORTE AMERICANO E O BRASILEIRO Autora: Rayane Gomes Soares Orientadora: Mariane Chinelato Boente do Nascimento Brasília - DF 2012

2 RAYANE GOMES SOARES AÇÕES AFIRMATIVAS PARA O INGRESSO DE NEGROS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA: COMPARAÇÃO ENTRE O MODELO NORTE AMERICANO E O BRASILEIRO Artigo apresentado ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientadora: Mariane Chinelato Boente do Nascimento. Especialista em Direito Público. Brasília 2012

3 Artigo de autoria de Rayane Gomes Soares, intitulada AÇÕES AFIRMATIVAS PARA O INGRESSO DE NEGROS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA: COMPARAÇÃO ENTRE O MODELO NORTE AMERICANO E O BRASILEIRO, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Católica de Brasília, em de junho de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada. Mariane Chinelato Boente do Nascimento Orientadora Direito-UCB Brasília 2012

4 A realidade é mais complicada do que supunha C. S. Lewis

5 5 AÇÕES AFIRMATIVAS PARA O INGRESSO DE NEGROS NA UNIVERSIDADE PÚBLICA: COMPARAÇÃO ENTRE O MODELO NORTE AMERICANO E O BRASILEIRO RAYANE GOMES SOARES RESUMO: O presente artigo compara o modelo norte-americano com o brasileiro, no que tange as ações afirmativas voltadas aos negros e o ingresso nas universidades a partir do contexto histórico desses dois países. Investiga se a situação atual vivenciada pelos negros é reflexo de acontecimentos passados. Analisa as políticas públicas adotadas, onde a raça esteja entre um dos fatores a ser considerados. Tem como escopo, a verificação do sistema de cotas para negros na universidade pública, e se esta ação corrige a discrepância racial. Palavras-Chaves: Raça; Políticas Afirmativas; Cotas raciais. INTRODUÇÃO O presente trabalho de caráter investigatório com revisão bibliográfica e obras doutrinárias tem por objetivo abordar o sistema das cotas raciais nas universidades públicas brasileiras, como ação afirmativa, através de um paralelo de práticas adotadas nos Estados Unidos da América - EUA e no Brasil. Examina se as políticas públicas adotadas nestes dois países, e se a implementação de tais ações vem reduzindo a discriminação e cumprindo sua finalidade de inclusão do negro na sociedade. Para a compreensão deste tema, é necessário o estudo das medidas afirmativas adotadas no Brasil e a constitucionalidade desses programas diante da Carta Magna e do princípio da igualdade. Além disso, aponta-se uma breve incursão do Direito Constitucional Comparado. Assim, faz-se uma análise histórico-comparativa entre as realidades brasileira e a norte americana, que acarretaram a prática das ações afirmativas para negros. Sabendo-se que as realidades são distintas, tem-se como objeto de análise o fator histórico, e se este contribuiu na inserção das ações adotadas pelo governo, na criação das cotas raciais, e se amenizou a disparidade étnica. O estudo terá como foco apenas as ações afirmativas para negros, que são políticas públicas destinadas a grupos historicamente desprestigiados. Diante disso, é necessário fazer um exame das relações entre brancos e negros nos Estados Unidos, antes do surgimento das ações afirmativas e de como este país lidava com essa discriminação. Contudo, fazendo uma comparação com o Brasil, para não cometer os mesmos erros que os Estados Unidos e avaliar os riscos e os efeitos quanto à adoção das ações afirmativas.

6 6 1 CONTEXTO HISTÓRICO 1.1 A ESCRAVIDÃO NO BRASIL No Brasil, a escravidão se iniciou com o cultivo de cana-de-açúcar na primeira metade do século XVI. Para tomar conta dos extensos latifúndios de cana-de-açúcar os portugueses iniciaram o processo de escravização. Inicialmente, os colonos portugueses começaram escravizando os índios. Aos poucos os índios não se satisfaziam com o escambo, ou seja, com os objetos recebidos em troca de seu trabalho. Os índios fugiam e resistiam a essas imposições, por outro lado, havia a manifestação contrária da Igreja Católica. Aproximadamente, a data de início da escravidão africana no Brasil se deu no ano de Porém, o comércio do tráfico negreiro desenvolveu-se no ano de 1755, onde o negro era visto como uma grande máquina produtiva. Neste período, a Coroa Portuguesa proibiu qualquer escravidão indígena, em face de serem preguiçosos e rebeldes. Porém, os africanos eram o oposto, por ser mais forte para o trabalho. (TOBIAS, P.22). Assim, os portugueses tiveram que arrumar outra forma de mão de obra nos engenhos de açúcar, que foi suprida pelos negros. Os portugueses traziam os africanos para o Brasil e os vendiam como mercadorias. O transporte era feito através dos navios negreiros e as condições eram desumanas, onde muitos negros morriam no caminho. A inclusão dos negros na sociedade brasileira foi um processo dificultoso. Percebeu-se que a escravidão feria a dignidade humana. Esse processo foi tendo fim, devido às pressões internacionais pelo fim da escravidão, o Brasil firmaria diversos acordos e criaria leis, com intuito de incluir os negros na sociedade. No chamado Século do Ouro, alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam a liberdade. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito das sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas. Segundo Roberta Kaufmann (2007), a partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz, que representou a extinção do tráfico negreiro no país. Esta lei previa que as embarcações seriam apreendidas e que os que cometessem a conduta do tráfico seriam presos. Em 1871 foi aprovada a Lei do Ventre Livre, onde declarava a liberdade dos filhos de escravas que nascessem a partir da data da lei, bem como a libertação anual dos escravos. Livre: Calha citar o que diz Roberta Kaufmann (2007, p. 80) sobre a Lei do Ventre

7 7 A fim de ganhar tempo, para atender aos reclamos dos cafeicultores e já utilizando legislação simbólica, a Princesa Isabel, regente de D. Pedro II, sancionou a Lei nº 2.040, de 28/9/1871, conhecida como Lei do Ventre Livre, por meio da qual se determinava que os escravos nascidos a partir daquela data seriam considerados livres. Liberdade relativa, diga-se de passagem, porquanto caberia ao senhor escolher entre libertar o negro e receber indenização do Estado, no valor 600 mil réis ou então permanecer com o escravo até que completasse 21 anos. Necessário destacar que o escravo poderia comprar a própria liberdade, mediante a formação de um pecúlio, conforme previsto no artigo 4º da lei. Logo em seguida, surgiu a Lei nº 3.270, de 28/9/1885, conhecida como Lei do Sexagenário ou Lei Saraiva Cotegipe, garantia que ao completar 60 anos de idade os escravos seriam libertos. Cabe salientar, que os escravos dificilmente conseguiam sobreviver até os 60 anos de idade. Verifica-se que essas normas vieram para adiar a abolição da escravatura, pois havia o interesse em manter a escravidão. E por fim, surge a Lei 3.353/1988, sancionada pela Princesa Isabel, promovendo a liberdade definitiva dos negros. A abolição da escravidão só ocorreu juridicamente em 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Nota-se que o fim da escravidão para várias outras sociedades da América ocorreu nas primeiras décadas do século XIX, no entanto, o Brasil, que recebeu cerca de 40% de todos os africanos escravizados, foi um dos últimos países a abolir a escravidão. 1 Cabe ressaltar, que a Lei Áurea foi apenas um instrumento que possibilitou a liberdade dos negros, porém, percebe-se que esta lei não cominou condições de democracia. Não foram razões humanitárias que promoveram o fim da escravidão. A necessidade de resolver o problema de mão de obra para a lavoura cafeeira sobrepôs-se aos ideais abolicionistas de justiça e de igualdade. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 81). Entretanto, cediço é, que o escravo liberto não teve nenhum incentivo para que conseguisse melhorar de condição, nem acompanhamento governamental para que ele pudesse progredir e tirar essa ideia de que apenas a liberdade bastava. Todavia, vale ressaltar, que a lei não contemplou condições sociais para os escravos. Além do mais, nenhum tipo de assistência governamental ou qualquer benefício foi concedido. Diante disso, gerou um novo processo para os negros serem aceitos na sociedade pleiteando a dignidade e a igualdade. Segundo Kaufmann (2007), não se pode retirar uma pessoa que durante anos esteve acorrentada e vivendo em um regime cruel de escravidão e libertá-la para serem aceitas e inseridas na sociedade, como se iguais fossem. 1 CUNHA, Olívia Maria Gomes da apud PAIXÃO, Marcelo; GOMES, Flávio.Razões afirmativas: Pós-emancipação, pensamento social e a construção das assimetrias raciais no Brasil,in: MANDARINO, Ana Cristina de Souza; GOMBERG, Estélio (org.).racismos: Olhares plurais. Salvador: EDUFBA p.47.

8 8 A liberdade dos escravos, assim como a de qualquer outro que vive acorrentado, deveria ser acompanhada de uma política de inclusão, da mesma maneira que é feita a ressocialização de um preso quando é integrado novamente à sociedade. A esse propósito, verifica-se o descaso, na criação de políticas públicas para inclusão dos negros libertos. Destarte, com o término do período escravocrata, acarretou que os negros constituíram uma população menos privilegiada, havendo falha no processo de socialização e refletindo na sociedade que se formava. Como consequência desse fator social, são perceptíveis, atualmente, o drama vivido pelos negros, como, a ocupação em locais desvalorizados e sem infraestrutura urbana e a falta de opções de trabalho, que acarretou a proliferação das favelas e da marginalização. Dessa forma, no Brasil a abolição da escravatura não foi precedida de guerras e nem conflitos, mas a escravidão deixou muitas marcas, como o preconceito, opções de trabalho, escola, saúde, moradia e a dificuldade de inclusão e integração desse povo. 1.2 A ESCRAVIDÃO NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Após essa breve abordagem sobre a escravidão no Brasil, pretende-se analisar este fenômeno nos Estados Unidos, a partir de sua história e processo de colonização. Consoante Roberta Kaufmann (2007), os Estados Unidos eram formados por treze colônias controladas pela Inglaterra. Os ingleses utilizavam essas colônias como forma de obtenção de lucros e de recursos minerais. A colonização ocorreu de dois tipos: na colônia do norte, região que foi colonizada pelos ingleses fugitivos das perseguições religiosas e na colônia do sul, que sofreu uma colonização de exploração, onde era baseada no latifúndio, mão-de-obra escrava, produção e exportação para a metrópole. Nos Estados Unidos, os escravos foram trazidos através do tráfico negreiro da África para a América do Norte entre 1609 e Eram vendidos nas colônias do sul e nas Antilhas, onde eram trocados por rum e utensílios. Segundo Kaufmann (2007), o fator principal que ensejou a Guerra de Secessão foi a escravidão. Essa guerra foi entre as duas colônias que possuíam modos de pensar e viver diferentes. A colônia do Norte, caracterizada pela industrialização, manufatureiro e assalariado, era contra a expansão do Sul. A colônia do Sul, agrícola e escravagista, onde predominava a escravidão, os senhores agrícolas temiam que a libertação dos escravos afetasse sua economia. Em 1860, os abolicionistas, dos estados do norte, elegeram Abraham Lincoln, do Partido Republicano, como Presidente dos Estados Unidos. [...] Na verdade, para os estados sulistas era completamente inaceitável o fim do trabalho escravo, ainda que para tanto tivessem de se desligar da União. E assim foi feito: em 20/12/1860, a Carolina do Sul proclamou a separação dos demais estados que formava, os Estados Unidos, no que foi acompanhada por mais sete entes federativos Geórgia, Alabama, Flórida, Mississipi, Louisiana, Virgínia e Texas. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 130).

9 9 No mesmo ano, ocorreu a separação dos estados sulistas e elegeram Jefferson Davis para novo Presidente. É importante aduzir, que outra constituição foi redigida determinando expressamente a impossibilidade de lei posterior tentar abolir a escravidão. No entanto, Lincoln, em 1863, declarou a abolição da escravidão nos estados confederados. Assim, se deu início a guerra de secessão. 2 Insta salientar que, a abolição do trabalho escravo ocorreu neste mesmo ano, com a publicação da 13ª emenda à Constituição. Há de se destacar que a abolição da escravatura nos Estados Unidos concedeu ao negro a igualdade perante a lei, mas na prática, o negro não possuía o mesmo status de cidadão branco. Isto porque a sociedade estadunidense não estava preparada para aceitar o ingresso do negro em situação de igualdade com os brancos. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 135). Os Estados Unidos da América somente rechaçaram a escravidão após o término da Guerra Civil, com advento da Décima Terceira Emenda Constitucional. Até essa data, no entanto, aceitava-se oficialmente a escravidão, ainda que os Estados do norte fossem contrários a tal prática. (TAVARES, André Ramos, 2007, p ). É importante aduzir que os negros adquiriram a liberdade, mas enfrentaram o preconceito, discriminação e o ódio dos brancos responsabilizando-os pela Guerra da Secessão, em que os negros foram vistos como concorrentes para o mercado de trabalho. Nesse passo, as leis e as decisões da Suprema Corte contribuíram para o regime de segregação imposto aos negros, proibindo os negros de frequentar as mesmas escolas que os brancos, de trabalhar em algumas profissões, de casar com brancos, de terem acesso a alguns locais, dentre outras proibições. Por derradeiro, essas proibições ficaram conhecidas como sistema Jim Crow, discriminação que teve apoio e foi estimulada pelo governo, gerando a criação de duas sociedades. 2 O SURGIMENTO DAS AÇÕES AFIRMATIVAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA As ações afirmativas tiveram início na Índia, as quais começaram a ser implantadas ainda sobre o domínio colonial inglês. Com o advento da independência, a nova comunidade política fundada optou por ratificar tais iniciativas em sua constituição, homologada em As denominadas ações afirmativas compõem um grupo de institutos cujo objetivo precípuo é, grosso modo, compensar, por meio de políticas públicas ou 2 KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes. Ações Afirmativas à brasileira necessidade ou mito? uma análise histórico-jurídico-comparativa do negro nos Estados Unidos da América e no Brasil. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007,p SOUZA NETO, Cláudio Pereira de; FERES JÚNIOR, João. Ação Afirmativa: Normatividade e Constitucionalidade. In. SARMENTO, Daniel, IKAWA, Daniela. PIOVESAN, Flávia (cood.). Igualdade, Diferença e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Lumen Juris p.346

10 10 privadas, os séculos de discriminação a determinadas raças ou segmentos. (TAVARES, André Ramos, 2007, p. 534). Logo, as ações afirmativas são políticas públicas destinadas a grupos historicamente desprestigiados. A comunidade negra era identificada pela combinação da segregação social na proposta de ações afirmativas nos Estados Unidos da América. Segundo Kaufmann (2007), o surgimento das cotas se iniciou na presidência de Jonh Kennedy, como forma de ação afirmativa, com intuito de combate à discriminação. Esse surgimento das cotas foi uma forma de promover a inserção dos negros no sistema educacional, onde os negros eram impedidos de frequentarem a mesma escola que os brancos americanos. Além disso, teve como objetivo combater os danos causados pelas leis segregacionistas. Cabe ressaltar que, a ação afirmativa nos Estados Unidos da América se iniciou como combate à discriminação. É importante mencionar que, não é o mesmo conceito que entendemos hoje, ou seja, não significava uma medida que tem como objetivo a inclusão propriamente dita. A criação das ações afirmativas nos Estados Unidos decorreu de uma situação histórica e pontual originada pela discriminação até então praticada naquele país e que transformara a sociedade em um barril de pólvora prestes a explodir a qualquer momento. Criar programas positivos foi a solução encontrada pelos governantes para tentar administrar a crise. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 207) Inicialmente as ações afirmativas foram vistas como meio essencial à realização do objetivo de integração, pelo fato das consequências das desigualdades sociais e foram assim amplamente adotadas por todas as instituições de ensino superior norte-americanas. (OLIVEIRA, Pedro Alves de, 2004, p. 104). Dessa forma, as ações afirmativas foram criadas para resolver um problema concreto de segregação oficial, para tentar reverter os prejuízos decorrentes de um sistema no qual as oportunidades de um melhor emprego, de estudar em melhores escolas eram, definitivamente, vedadas aos negros, na medida em que o próprio governo promovia a separação. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 211). Somente com o final da Guerra Civil é que a estrutura social e política do país vem a sofrer relevantes. No plano jurídico, tais mudanças são implementadas por intermédio de três emendas constitucionais: a Décima Terceira Emenda, proposta no Congresso e ratificada pelos Estados em 1865, que proibiu a escravidão e o trabalho involuntário para todos os cidadãos submetidos à jurisdição dos Estados Unidos, ressalvados os trabalhos forçados decorrentes de condenação penal; a mencionada Décima Quarta Emenda, que foi proposta em 1866 e ratificada em 1868, e contemplava cinco artigos versando sobre tópicos distintos; e, por fim, a Décima Quinta Emenda, proposta em 1869 e ratificada em 1870, que proibia os Estados e o governo Federal de negar ou cercear o direito de voto a qualquer cidadão por motivo de raça, cor ou prévio estado de servidão. (MENEZES, Paulo Lucena de, 2001, p. 71) Nos Estados Unidos, mesmo com a abolição da escravatura, não se concedeu ao negro a possibilidade de inserção na sociedade como os brancos eram inseridos.

11 11 Nos Estados Unidos, as ações afirmativas foram criadas para resolver um problema concreto de segregação oficial, para tentar reverter os prejuízos decorrentes de um sistema o qual as oportunidades de um melhor emprego, de estudar em melhores escolas eram, definitivamente, vedadas aos negros, na medida que o próprio governo promovia a separação. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 211) No mesmo sentido, é importante fazer menção do entendimento de Contrim: A proposta de cotas raciais nas universidades americanas surge nesse contexto, na década de 70, quando o governo republicano desejava melhorar a imagem prejudicada com a guerra do Vietnã. Implantadas as cotas, discute-se atualmente se foram atingidos os objetivos de inclusão e diminuição da desigualdade entre brancos e negros nos Estados Unidos, uma vez que, os níveis de pobreza entre a população afro-descendente aumentaram, mesmo após três décadas de programas da implementação das cotas raciais (CONTRIM, 1996, p.43). Em 1960, várias universidades nos Estados Unidos, atendendo as pressões do governo, adotaram ações afirmativas, considerando a raça um fator a ser analisado na admissão dos alunos nas instituições de ensino, como forma de integração dos negros. (LOPES, Carla Patrícia Frade Nogueira, 2008, p.154). No direito norte-americano a norma específica de combate à discriminação na área de educação é o Título VI do Estatuto de Direitos Civis de 1964, que proíbe a discriminação com base a raça, cor, sexo ou origem nacional em qualquer programa, estabelecimento ou atividade financiada total, ou parcialmente, com recursos financeiros federais. (OLIVEIRA, Pedro Alves de, 2004, p. 103). Atualmente, consoante à contribuição de Rubens Cartaxo Júnior, em seu estudo sobre a problemática americana: A discussão foi longa e acalorada tendo finalizado em 1978, ocasião em que a Suprema Corte decidiu pela inconstitucionalidade do sistema de cotas, vez que feriria o princípio da igualdade. Em vista disso, várias universidades americanas abandonaram o sistema de cotas e adotaram um outro sistema chamado de preferências, que confere pontos de acordo com certas características dos alunos. Ou seja, uma compensação por essas minorias terem menos oportunidades, mas sem criar vagas cativas para seus integrantes. Entretanto, mais tarde, as ações afirmativas tornaram-se verdadeiras concessões de preferências, de benefícios, com objetivo certo: incremento das oportunidades. A busca por oportunidades iguais a todas as classes, raças, etnias, passou a ser uma grade força compressora na sociedade Americana, algo que toda e qualquer pessoa deve ter como um direito fundamental e cuja negação é moralmente inaceitável. (TAVARES, André Ramos, 2007, p. 544). Desta forma, percebe-se que os Estados Unidos admitiram em poucos casos o sistema de cotas, mas por diversas discussões contra esse sistema, hoje não são utilizadas. Além do mais, consoante os dizeres de Kaufmann, as cotas para Universidades nunca foram consideradas legítimas.

12 12 3 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA É bem verdade que, há diversas diferenças entre o Brasil e os Estados Unidos, no que tange aos negros, conforme demonstrado no contexto histórico. No Brasil não ocorreu um sistema de segregação institucional entre as raças, não havia leis proibindo, como por exemplo, de um o negro se casar com um branco, de ter acesso a restaurantes ou ao transporte e não houve guerras. Já nos Estados Unidos, a partir do acontecimento da guerra, houve um ódio entre as raças, em que o negro seria o culpado pela guerra. Desta feita, mesmo com a abolição os negros não foram incluídos e muito menos tiveram os mesmos direitos que os brancos. Nesse sentido, necessário se faz mencionar os dizeres da autora Roberta Kaufmann: Outra distinção importante entre o Brasil e os Estados Unidos pode ser observada quanto ao modo em que se desenvolveu o processo abolicionista. O Brasil, a abolição não fora precedida de guerras nem conflitos e decorreu de necessidade econômica premente relativa à escassez da mão-de-obra (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 215) Impende destacar, o modelo de cotas brasileiro é uma cópia do modelo norteamericano, porém, as leis de reserva de vagas que são instituídas no Brasil pelas universidades públicas, não foram aplicadas nem nos Estados Unidos. O sistema americano não tem cotas, a pessoa interessada a uma vaga universitária, apenas candidata-se e apresenta suas credenciais escolares, o brasileiro é diferente, possui uma quantidade reservada às cotas raciais e o candidato afrodescendente opta por ela no momento da inscrição, concorrendo também simultaneamente ao sistema universal. Embora os modelos sejam parecidos, a discriminação perpetua. Discriminar, consoante entendimento de Joaquim B. Barbosa Gomes (2003), é insistir em apontar ou em inventar diferenças, valorizar e absolutizar essas diferenças, mediante atividade intelectual voltada à legitimação de uma agressão ou de um privilégio. No Brasil, a difusão do mito da democracia racial, a despeito de não corresponder inteiramente à realidade, colaborou para que fosse criado, no consciente coletivo, a idéia de ser incorreto apoiar a discriminação, de modo que a própria sociedade atua como censora das condutas dos demais. Nos Estados Unidos, ao revés, a cada dia um dos Poderes do Estado praticava e institucionalizava a discriminação, passando a mensagem de que somente era correto discriminar, mas, sobretudo, era legal e legítimo. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 136). É importante enfatizar as condições em que se desenvolveu a colonização nos Estados Unidos no que tange à questão racial.

13 13 Nos Estados Unidos não ocorreu a miscigenação da mesma forma que aconteceu no Brasil. Nesse passo, é importante trazer a baila, que nos Estados Unidos da América na colonização não houve carência de mulheres, como ocorreu no Brasil. Ademais, nota-se que não existe categorias dos mulatos, ou dos morenos, ou seja, o sistema é birracial, onde as pessoas pertencem ou à raça branca ou à negra. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p ). 4 A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA DAS COTAS NA UNIVERSIDADE O tema discorre sobre os negros, com base no sofrimento que o povo africano viveu com o trabalho escravo. É bem verdade que, o tráfico de pessoas trouxe muitas humilhações com o comércio humano. São fatos que remetem a dramas vividos pelos negros e quantidade de vidas desperdiçadas, em razão do preconceito e da discriminação em face da cor da pele. O sistema de cotas, mais conhecido como cotas raciais, entende-se por uma medida governamental com o intuito de criar vagas em instituições de ensino público para negros. A proposta de criar cotas para facilitar a admissão e aumentar a participação de negros nas universidades brasileiras coloca em questão a discriminação racial e a desigualdade educacional. Nesse diapasão, impende destacar o conceito de ações afirmativas nos dizeres de Roberta Fragoso Kaufmann, como: [...] instrumento temporário de política social, praticado por entidades privadas ou pelo governo, os diferentes poderes e nos diversos níveis, por meio do qual se visa a integrar certo grupo de pessoas à sociedade, objetivando aumentar a participação desses indivíduos sub-representados em determinadas esferas, nas quais tradicionalmente permaneceriam alijados por razões de raça, sexo, etnia, deficiências física e mental ou classe social. (KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes, 2007, p. 220). No Brasil as cotas raciais ganharam visibilidade a partir dos anos 2000, quando universidades e órgãos públicos começaram a adotar tal medida em vestibulares e concursos. O Estado do Rio de Janeiro deu início no país em adoção do sistema, aprovou a Lei N.º 3.524/00, que garantia 50% das vagas nas universidades do estado para estudantes das redes públicas municipais e estaduais de ensino. Destarte, foi uma ação afirmativa, com objetivo de inclusão social. Segundo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Valter Roberto Silvério (2003), buscando diminuir as desigualdades no que tange a raça, o Rio de Janeiro aprovou a Lei Estadual nº 3.708/01, que instituiu a reserva de no mínimo 40% das vagas nas universidades estaduais cariocas a estudantes negros e pardos, modificando a lei nº 3.524/00. Como se vê, houve aqueles que pensaram que essa política provocaria um racismo ao contrário, mas não ocorreu nenhum conflito. Em 20 de julho de 2002, a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), por meio da Resolução nº 196/2002, segue o mesmo caminho, reservando 40% das

14 14 suas vagas de vestibular aos afrodescendentes (pretos e pardos).(silva, Petronilha Beatriz Gonçalves e; SILVÉRIO, Valter Roberto, 2003, p. 208). Alguma mobilização para que as universidades federais adotem programas de ação afirmativa começa a se fazer notar também na Universidade de Brasília, na Universidade Federal da Bahia, na Universidade Federal do Paraná e na Universidade Federal de São Carlos. (SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e; Silvério, Valter Roberto, 2003, p. 208). Hoje, são cerca de 110 mil cotistas negros em 32 universidades estaduais e 38 universidades federais de todo o país. Para ser beneficiado com o sistema de cotas, o aluno deve se declarar como negro ou pardo e provar com fotos anexadas à matrícula. 4 Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2006, mostra que 65% dos brasileiros são favoráveis à reserva de um quinto das vagas nas universidades para negros e descendentes. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgada em 2009 pelo IBGE, 50,6% dos brasileiros se declararam pretos e pardos. Portanto, o objetivo das ações afirmativas no Brasil deve ser encarado de maneira diferente dos Estados Unidos. No Brasil não existe essa separação entre negros e brancos, ou seja, uma segregação institucionalizada, em que a instituição de cotas raciais acarreta um conflito ou guerra. O Brasil é um país, onde a miscigenação entre as raças predomina. Destarte, a instituição das ações afirmativas é uma forma de combater as causas que impedem os negros terem acesso em algumas categorias sociais. É imprescindível verificar se o problema é apenas racial ou se decorre do preconceito e da discriminação. 5 CONSTITUIÇÃO FEDERAL A própria Constituição Federal de 1988 traz em seu texto alguns termos que objetivam traçar as diferenças encontradas na população brasileira. Destaca-se o caso da discriminação, previstos nos artigos 3ª, IV, 5º, XLL, 7º, XXXI e 227, caput, preconceito, presentes no preâmbulo e artigos 3º, IV, 227, 1º, II e o racismo (artigos 4º, VIII e 5º, XLII). A esse propósito, faz-se mister trazer os princípios fundamentais adotados pela Carta Magna, oportuno se faz citar os seguintes artigos: Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil: IV promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]. 4 GUSTAVO, Cidral. Dez anos da lei de Cotas Raciais 7 de maio de Disponível em: < Acesso em: 16/05/2012.

15 15 É importante frisar, que foi estabelecido expressamente no próprio texto constitucional o repúdio ao racismo nas relações internacionais, em seu artigo 4º, inciso VIII, onde prevê que: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios [...] repúdio ao terrorismo e ao racismo. Além disso, está previsto na Constituição Federal de 1988 em seu preâmbulo, a sociedade sem preconceitos e a igualdade como objetivo precípuo do Estado Democrático de Direito. Cabe ressaltar, o artigo 5º, caput, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A esse propósito, mister destacar que o ordenamento pátrio repudia os atos discriminatórios de forma expressa. Nesse passo, é de todo oportuno trazer à baila, os dizeres de Silva, J. 2003, p.222: A discriminação é proibida expressamente, como consta o artigo 3º, IV, da Constituição Federal, onde se dispõe que, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, está: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas. Por fim, urge relembrar, o conceito de discriminação se relaciona com o da igualdade, pois quando um indivíduo sofre discriminação, afirma-se que ele foi tratado de forma desigual, podendo tal discriminação ser por decorrência de sua raça, cor e origem PRINCÍPIO DA IGUALDADE O elemento discriminador deste princípio deve estar a serviço do fim constitucionalmente protegido. Segundo, Roberta Fragoso Menezes Kaufmann, 2007, p. 233: Cabe ressaltar, que com o advento da Constituição de 1988, o princípio da igualdade, proclamado pelas Constituições anteriores apenas formalmente, passou a ter dimensão material, com o fito de garantir a efetiva participação de todos na construção de uma sociedade livre de preconceitos. O constituinte possibilitou ações concretas visando a alcançar a igualdade como direito fundamental. 5 GOMES, Joaquim B. Barbosa Gomes. Ação afirmativa e Princípio Constitucional da igualdade: O direito como Instrumento de Transformação Social. A experiência dos EUA. Rio de Janeiro:Renovar p.20.

16 16 O Princípio da Igualdade é uma das bases do Estado Democrático de Direito. Sendo fundamental para o desenvolvimento da sociedade em si. A igualdade entre os cidadãos gera a verdadeira e a almejada democracia Sendo assim, tem-se que (ROCHA apud SILVA, J. 2003, p. 35): Igualdade constitucional é mais que uma expressão de Direito, é um modo justo de se viver em sociedade. Por isso é princípio posto como pilar de sustentação e estrela de direção interpretativa das normas jurídicas que compõem i sistema jurídico fundamental Além disso, dar tratamento isonômico às partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. Igualdade no sentido de garantia constitucional fundamental que significa isonomia real, substancial e não meramente formal. (NERY, Maria 2006, p.128) Insta frisar, que a igualdade pode ser dividida em igualdade formal ou igualdade material, onde aquela se define pelo tratamento isonômico conferido a todos os seres de uma mesma categoria e esta tem por finalidade a igualização dos desiguais, com intuito de reduzir as desigualdades sociais. Nesse diapasão, é importante aduzir que as ações afirmativas estão ligadas a essa igualdade material. A igualdade formal é aquela que proíbe o Estado de realizar um tratamento discriminatório, determina tratamento igual para todos perante a lei, de forma abstrata e geral, não prevendo uma distinção entre indivíduos, o que em determinados casos gera injustiças, tendo em vista que nem todas as pessoas se encontram, no caso concreto, em condições iguais. Essa vertente que se reduz à fórmula que todos são iguais perante a lei está presente na Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão e também na Constituição de Apesar da própria previsão do principio da igualdade constatou-se que sua concepção formal não era suficiente para promover um tratamento justo, pois esta não considera as diferenciações que existe em cada ser humano, fazendo com que mesmo que exista uma igualdade de todos, esta não é considerada justa. Dessa forma, surgiu a igualdade material, com o objetivo de buscar o tratamento igual dos casos iguais e o tratamento desigual dos casos desiguais. Segundo Bastos; Martins (2004), a igualdade material, também denominada de igualdade real ou substantiva, é aquela que assegura um tratamento uniforme entre todos os homens, que resulta em igualdade efetiva entre todos e perante todos os bens de vida. A corroborar o exposto acima, sustenta-se que, além de não discriminar arbitrariamente, deve o Estado promover a igualdade material de oportunidades por meio de políticas públicas e leis que atentem para as especificidades dos grupos menos favorecidos, compensando, desse modo, as eventuais desigualdades de fato decorrentes do processo histórico e da sedimentação cultural 6. Dessa forma, o princípio da igualdade se fixa no tratamento igual do que é essencialmente igual e no tratamento diferente do que é essencialmente diferente. (SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas da, 2003, p. 80). 6 SILVA, A. V. O desafio das ações afirmativas no direito brasileiro. Disponível em: < >. Acesso em: 24 mai.2012.

17 17 De fato, as ações afirmativas podem ser caracterizadas de diversas formas, não apenas no sistema de cotas. O objetivo dessas ações é o de reduzir as desigualdades ligadas à igualdade material. Além disso, elas são implementadas através de concessão de determinadas vantagens que vão compensar essa hipossuficiência. O princípio da igualdade não funciona, em tese, como limitador à adoção de programas afirmativos. Entretanto, a constitucionalidade ou não de programas positivos não pode ser diagnosticada em abstrato, devendo ser analisada no caso concreto, a partir de cada medida específica. Em princípio, sabe-se que é o próprio das normas estabelecerem critérios diferenciadores entre as pessoas, desde que a eleição de tais critérios seja justificável. O desafio de interpretar o alcance do princípio da igualdade reside justamente em impedir certas diferenciações que não possuem fundamento razoável e que, assim, transgrediram a igualdade, por serem desproporcionais. (MELLO, Celso Antônio Bandeira, 1993, p.81 e 82). Em suma, as ações afirmativas não ferem o princípio da isonomia, pois a igualdade prevista no texto constitucional não é meramente formal, mas sim material. É importante frisar, que as ações afirmativas, no caso das cotas raciais, objetivam a redução dos níveis de desigualdades sociais, assim como a marginalização, ambos objetivos perseguidos pela Republica Federativa do Brasil. 6 CONSTITUCIONALIDADE DAS COTAS RACIAIS A instituição do sistema de cotas é uma maneira de combater as desigualdades sociais, onde sua implantação é uma forma de alcançar os objetivos estabelecidos na Constituição Federal para a busca de um estado democrático de direito. No entanto, a instituição das cotas raciais alcança objetivos maiores, os quais se sobrepõem à igualdade como garantia impessoal. Nesse sentido, expõe (MOEHLECKE, 2002, p. 17): Aqueles que as percebem como um privilégio atribuem-lhes um caráter inconstitucional. Significariam uma discriminação ao avesso, pois favoreceriam um grupo em detrimento de outro e estariam em oposição à ideia de mérito individual, o que também contribuiria para a interiorização do grupo supostamente beneficiado, pois este seria visto como incapaz de vencer por si mesmo. Para os que as entendem como um direito, elas estariam de acordo com os preceitos constitucionais, á medida que procuram corrigir uma situação real de discriminação. Não constituíram uma discriminação porque seu objetivo é justamente atingir uma igualdade de fato e ao fictícia. De outra banda, tem os que defendem a inconstitucionalidade das cotas, alegam que seria uma desvantagem para a população branca e carente, pois o sistema de cotas seria destinado a conceder privilégios, em desacordo com a igualdade prevista na Carta Magna. Além do mais, a adoção de cotas estimula uma

18 18 discriminação reversa. O correto seria instituir as cadeiras universitárias os hipossuficientes, pois com a implantação das cotas raciais, os brancos pobres acabariam sendo prejudicados, pois não gozariam de nenhum benefício em relação à população negra. Para eles a saída para a desigualdade no Brasil, no que tange o quesito de negros nas universidades de ensino superior, seria as cotas sociais, uma vez que atingiria todas as camadas do povo brasileiro. Ademais, diferente dos Estados Unidos, no Brasil foi afastada a inconstitucionalidade, pois o Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)186, recentemente,em 26 de abril de 2012, confirmou por unanimidade a constitucionalidade do sistema de cotas raciais adotadas na Universidade de Brasília (UNB). para ingresso em universidades. Posto isso, pelo pouco tempo de implementação dessa ação afirmativa no Brasil ainda não é possível concluir os resultados desta política. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a revisão bibliográfica constata-se que no Brasil, as ações afirmativas para o ingresso de negros na universidade pública basearam-se no modelo norte americano, este considerado inconstitucional por não atender a seu principal objetivo: combate à discriminação. Observou-se que os contextos históricos revelaram uma discrepância nos motivos que impulsionaram os governos a criarem políticas afirmativas, mas também os erros cometidos ao acreditarem que sem acompanhamento adequado os negros libertos, inseridos na sociedade, seriam aceitos sem serem discriminados. Nota-se que as cotas raciais - adotadas com o intuito de inserir os negros na universidade pública e ao mesmo tempo corrigir as injustiças sofridas por eles desde que foram trazidos e explorados no cultivo da cana de açúcar - tentam corrigir essa injustiça. Porém, há ambiguidade e divergência no que diz respeito ao texto e à aceitação da lei. Por isso, alguns defendem a implementação de políticas sociais, que beneficiariam não uma minoria, mas todos que são desprestigiados socialmente. Diante do exposto, acredita-se que todas as ações afirmativas criadas no Brasil, no que diz respeito às cotas, ainda não são suficientes para a inclusão do negro na sociedade dentro do princípio de igualdade defendido pela Constituição Federal.

19 19 Affirmative Action for admission to the University of blacks: a comparison between the American and the Brazilian model ABSTRACT: This article compares the american and brazilian models for affirmative action aimed at blacks and their admissions at universities, from the historical context of these two countries. Investigates if the situation experienced by blacks in the past reflects the present situation. Analyzes the public policies adopted, where the race is one of the factors to be considered. Inquires the idea of the system of quotas for blacks in college, and if this action solves the deployment problem. Key Words: Race. Affirmative Action. Public Education REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil. 3º Ed. Revisado e atualizado. São Paulo: Saraiva Volume 2. CONTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de (Disponível em : < Acesso em 29 mai CARTAXO JUNIOR, Rubens. Sistema de cotas, a melhor política compensatória?. Disponível em: < Acesso em: 5 mai MANDARINO, Ana Cristina de Souza; GOMBERG, Estélio (org.).racismos: Olhares plurais. Salvador: EDUFBA GUSTAVO, Cidral. Dez anos da lei de Cotas Raciais. Disponível em: < htm>l. Acesso em: 16 mai GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação Afirmativa e princípio constitucional da igualdade. Rio de Janeiro: Renovar, KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes. Ações Afirmativas à brasileira necessidade ou mito? uma análise histórico-jurídico-comparativa do negro nos Estados Unidos da América e no Brasil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, LOPES, Carla Patrícia Frade Nogueira. O Sistema de Cotas para afrodescendentes e o possível diálogo com o direito. Brasília: Edições Dédalo, 2008.

20 20 MELLO, Celso Antônio de. Princípio da Isonomia: Desequiparações Proibidas e Desequiparações Permitidas. São Paulo: Malheiros, MENEZES, Paulo Lucena de. A Ação Afirmativa (Affirmative Action) no Direito Norte-Americano. São Paulo: Revista dos Tribunais, MOEHLECKE, Sabrina. Ação Afirmativa: história e debates no Brasil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, OLIVEIRA, Pedro Alves de. O Direito à educação e o sistema de cotas. Brasília, SILVA, A. V. O desafio das ações afirmativas no direito brasileiro. Disponível em: < Acesso em: 24 mai SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas da. Princípio Constitucional da Igualdade. 2º Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e; SILVÉRIO, Valter Roberto. Educação e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília, 2003 SARMENTO, Daniel, IKAWA, Daniela. PIOVESAN, Flávia (coord.). Igualdade, Diferença e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Lumen Juris TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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