COMUNICAÇÕES ORAIS - AVALIAÇÃO A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA : CONCEPÇÕES DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL
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- Marcelo Franca Belém
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1 COMUNICAÇÕES ORAIS - AVALIAÇÃO A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA : CONCEPÇÕES DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL ETIANE VALENTIM DA SILVA HERCULANO O presente estudo focalizou o universo polêmico da avaliação da aprendizagem em Matemática, considerando o contexto das concepções docentes no Ensino Fundamental de escolas públicas de Paulista-PE. Os dados revelaram que muitos são os sentidos atribuídos ao processo avaliativo em matemática, os quais ora perpassam por uma perspectiva mais conservadora e ora resgatam a perspectiva mais formativa e emancipatória do processo avaliativo. Entendemos que as concepções docentes acerca da avaliação da aprendizagem em Matemática vive, hoje, uma transição paradigmática e polissêmica de sentidos atribuídos a esse fenômeno educacional. Palavras Chave: Avaliação da Aprendizagem; Avaliação de Matemática; Concepções Docentes. INTRODUÇÃO A proposta deste estudo surgiu da curiosidade em compreendermos as dimensões e os questionamentos que envolvem e influenciam o fenômeno da avaliação da aprendizagem, particularmente no ensino de Matemática do Ensino Fundamental. Nosso interesse surge no contexto de polêmica que envolve esse fenômeno educativo, vislumbrado nas práticas escolares cotidianas. Dialogando com alguns autores como: Pedro Demo, 2004; Jussara Hoffmann (2005; 2009); Cipriano Luckesi (2011); Libâneo (1994); Celso Antunes, (2008) e Romão (2011), observamos que seus pressupostos teóricos trazem profundas reflexões sobre o tripé ensino-aprendizagem-avaliação que por vezes é tão desencontrado na prática de nossas escolas. Queremos identificar quais as concepções dos docentes de Matemática acerca da avaliação da aprendizagem, uma vez que há grande número de mitos que
2 se contrapõem entre os dizeres e fazeres do educador em sua didática aplicada aos conteúdos das aulas de matemática. Diante das contradições entre ensino, aprendizagem e avaliação temos como objetivo central compreender as concepções dos docentes do Ensino Fundamental, acerca da Avaliação da Aprendizagem em Matemática. DISPOSTIVO TEÓRICO-METODOLÓGICO Nosso estudo optou por uma abordagem qualitativa de pesquisa, uma vez que, nos dizeres de Minayo (2002) (...) trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, valores e atitudes, (..) que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (Minayo, 2002, p ). Como campo empírico tivemos duas escolas públicas de Paulista-PE, que se revelaram disponíveis para receber nossa pesquisa, como também eram significativas no número de sujeitos foco de nosso estudo, isto é, com docentes de Matemática do Ensino Fundamental. Junto aos sujeitos do estudo (docentes do Ensino Fundamental), buscamos identificar diferenciações e/ou semelhanças entre as concepções da Avaliação da Aprendizagem construídas por diferentes perfis. Como procedimento de pesquisa realizamos a aplicação do instrumento questionário, usando ainda o caderno de bordo como auxiliar ao nosso estudo, na medida com esse instrumento foi possível fazer o registro de informações e inferências auxiliares à compreensão do fenômeno investigado. No questionário utilizado nos reportamos às questões do perfil docente (formação, atuação...) e das concepções acerca da avaliação da aprendizagem (o que é avaliação? o que é avaliação de matemática? Como se avalia em matemática? Porque avaliar em Matemática? E, Para que avaliar em matemática?). Além disso, realizamos o estudo bibliográfico no sentido de dialogar com alguns autores da temática, possibilitando-nos o aprofundamento e ampliação de nosso entendimento, acerca das concepções de docentes sobre a avaliação da aprendizagem em Matemática. Posteriormente ao trabalho de campo realizamos a análise dos dados, mapeando as respostas emitidas numa interlocução com os autores que tratam da temática do estudo. ANALISES E DISCUSSÃO No que se refere aos dados dos questionários aplicados, observamos que as respostas acerca das concepções da Avaliação da Aprendizagem são bastante
3 heterogêneas variando entre os docentes entrevistados e estando intimamente relacionadas à formação desses profissionais. Tais dados revelaram ambiguidades de sentidos em relação ao fenômeno avaliativo, demonstrando que este fenômeno continua se constituindo enquanto elemento polêmico e polissêmico no bojo do processo educacional. Analisando as concepções dos professores, sujeitos da pesquisa, observamos que suas respostas são bem heterogêneas, com ambiguidade de sentidos entre uma postura mais conservadora e outra mais progressista do ato avaliativo. Ainda, numa análise mais aprofundada dessas concepções, pode-se pensar em estabelecer uma possibilidade de entendimento entre professor, alunos e conteúdos matemáticos e esses devem dialogar na vida pratica de cada aluno, propiciando assim um interesse pelos problemas propostos nas atividades de sala. O professor D, especializado em matemática, 8 anos de atuação justifica que a avaliação é a forma de atualizar os conceitos, conteúdos, práticas e modos de ver, julgar e agir o ensino. Nesse contexto Luckesi (2011) nos fala: que exercer didaticamente o papel do educador significa, ao nosso ver desejar ser educador, o que exige um ato de vontade de não desistir diante das dificuldades, nossas e dos educandos. (Luckesi, 2011, p. 141). A professora F, especialista no ensino de matemática, 21 anos de atuação, deu a seguinte resposta, numa visão mais geral: avaliação é o que nós, seres humanos, fazemos constantemente, avaliamos e somos avaliados.essa concepção nos remete às falas de Celso Antunes quando este afirma que o julgamento é válido e inerente ao ser humano, a culpa é invencionice tola, vontade disfarçada de atribuir ao outro tudo quanto nos apequena (Antunes, 2008, p. 24). Tais ponderações nos faz refletir que a avaliação ajuda a tornar mais claros os objetivos que se quer atingir. No início de uma unidade didática, o professor ainda não está muito seguro de como atingir os objetivos no decorrer do processo de transmissão e assimilação (Libâneo, 1994). Vejamos a seguir a resposta de um professor (A) sobre que é avaliação de matemática: avaliar em matemática é conhecer saberes, as habilidades e ainda as dificuldades que alguém tem em matemática. Por sua vez, o professor F destaca que avaliar em matemática é um desafio, pois várias vezes os processos são feitos mentalmente pelos aprendizes. É preciso que se procure os caminhos que os estudantes percorrem para chegar às suas respostas/soluções, estejam certas ou não. Essas respostas nos levam a refletir sobre os questionamentos de Romão quando questiona acerca de que tipo de medida pode ser aplicada na verificação do
4 rendimento escolar? Em que sistema numérico se enquadram as notas dadas pelos professores aos seus alunos? (Romão, 2011 p. 77). O professor C acrescenta que se avalia de diversas formas, porém de forma contínua e sistemática. O professor obtém os melhores resultados. Na matemática é bom utilizar atividades lúdicas além das escritas e objetivas. Também a professora C segue essa linha de pensamento respondendo que torna-se importante verificar o nível em que o aluno se encontra e a forma como ele processa os dados recebidos, para que o professor realize as intervenções necessárias ao aprendizado. Partindo dessas respostas podemos apreciar o que nos diz Jussara Hoffman, quando afirma que o olhar avaliativo busca essencialmente captar a dinâmica do processo de conhecimento do aprendiz: Perceber o que há de diferente em todos os sentidos (Hoffmann; 2011 p. 32). Observamos ainda que algumas respostas revelaram polaridades e dicotomias acerca das concepções da Avaliação da Aprendizagem compartilhadas por professores do Ensino Fundamental. Observou-se assim, que ora as concepções docentes estavam mais voltas para uma perspectiva emancipatória da Avaliação e ora essas concepções revelam resquícios de uma vertente conservadora, meritocrática ou mesmo punitiva da avaliação da aprendizagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Numa abordagem mais reflexiva e objetiva no tocante à avaliação da aprendizagem, podemos entender que são grandes as preocupações no sentido de melhorias dos instrumentos e critérios envolvidos nas ações avaliativas, utilizadas pelos professores, para que sejam mais eficientes em sua ação profissional. Nesse sentido, a postura do professor pode representar possibilidades efetivas de qualificação do processo de ensino e aprendizagem, bem coo condução ou recondução do aluno na perspectiva da vitória, desmitificando assim o fantasma do fracasso escolar. Em outras palavras, a avaliação pressupõe uma ação reflexiva acolhedora, ou seja, avaliar considerando que esse processo não se encerra em si, mas se contrapõe ao imediatismo dos resultados e à perspectiva classificatória que não contempla a heterogeneidade do aprendizado. E isso se revela com maior intensidade na disciplina de Matemática, que, por vezes se restringe a nivelar os desempenhos individuais. A avaliação da aprendizagem em Matemática suscita conhecimentos e desempenhos didáticos pedagógicos específicos no cotidiano
5 escolar, com o firme propósito de construir e reconstruir formas de desenvolvimento cognitivo de aprendizagem e de avaliação. É nesse sentido que, num quadro de polissemia de sentidos atribuídos à Avaliação escolar no contexto de investigação desse estudo, precisamos refletir e construir alternativas viáveis para que a dicotomia avaliar-aprender sejam superadas e que a prática educativa vislumbre significado e respeito ao sujeito aprendiz em todas as suas interfaces, especialmente no processo de ensino e de aprendizagem de Matemática. REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. Ser professor hoje. Fortaleza: Editora IMEPH, DEMO, Pedro. Aprendizagem no Brasil: Ainda muito por fazer. Porto Alegre: Mediação, HOFFMANN, Jussara Maria Lerch; Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Mediação, O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, MINAYO, Maria Cecília de. (org.) Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis: Vozes, ROMÃO, José Eustáquio. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, VALENTE, Wagner Rodrigues (org.). Avaliação em matemática: História e perspectivas atuais. Campinas, SP: Papirus,
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