DINÂMICA DAS INFLAÇÕES REGIONAIS BRASILEIRAS 1
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- Victor Gabriel Leveck Varejão
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1 DINÂMICA DAS INFLAÇÕES REGIONAIS BRASILEIRAS Sidney Marins Caeano Universidade Federal de Viçosa, Deparameno de Economia Programa de Pós-Graduação em Economia Douglas Marcos Ferreira Universidade Federal de São João Del Rei, Deparameno de Ciências Econômicas Bolsisa de Iniciação Cienífica PIBIC/UFSJ Geraldo Edmundo Silva Jr. Universidade Federal de São Carlos, Campus Sorocaba RESUMO O presene rabalho invesiga as dinâmicas inflacionárias regionais e suas paricularidades. Para ano, esima o grau de inércia via ese da razão de variâncias, medida sisemaicamene uilizada para mensuração de persisência de choques no longo prazo, aplica eses de equidade para médias/variâncias e calcula efeios peso e preço. Os resulados mosram comporamenos heerogêneos enre regiões, onde componenes inerciais significaivos foram enconrados. Tais resulados corroboram a quesão de persisência observada nas inflações, e esa como o hiao de empo para a convergência de preços esão sueios a fluuações isoladas, preferências, resrições à movimenação de recursos produivos, compeiividade de mercado ec. Palavras-Chave: Inflação Regional; Convergência; Persisência; Efeios Peso e Preço. Classificação JEL: C22; E3; R. Área Temáica: Economia Mineira Os auores agradecem o apoio financeiro da FAPEMIG em pare dos resulados obidos. O supore do Bolsisa Vinícius Mendes Go ambém foi imporane para monar a base de dados. Os resulados aqui apresenados são de responsabilidade dos auores.
2 . INTRODUÇÃO A inflação brasileira em recebido enorme aenção nas úlimas décadas por se raar de um problema fundamenal da macroeconomia. A preocupação é baseada no hisórico inflacionário brasileiro e, principalmene, nas décadas de 8, e primeira meade da década de, onde a economia enfrenou problemas graves ligados à inflação. Apenas a parir de meados da década de novena é que o país conseguiu conrolar o processo de aceleração inflacionária, após uma série de enaivas sem sucesso na Nova República. Influenciados eórica e/ou empiricamene, os governos implemenaram planos econômicos com obeivo de baixar e esabilizar o paamar inflacionário. Denro da discussão de alguns deses planos enconra-se a idéia de que o sisema econômico ficou preso na armadilha de uma inflação que se auo-susenava e que se ornava cada vez mais resisene às erapias gradualisas convencionais, ficando ainda cada vez mais propensa à aceleração diane de choques inflacionários. Logo, as componenes inerciais e propagadoras da inflação impossibiliaram o uso dos expedienes orodoxos recomendados pelo Fundo Moneário Inernacional (FMI). Enão, a convicção de que a inflação brasileira permaneceu fundamenalmene inercial gerou uma fore discussão. A hipóese da inflação inercial aribui as origens do processo inflacionário aos choques de ofera e ao sisema de indexação, que é o mecanismo pelo qual a inflação se propaga de um período para ouro. Quando não ocorrem choques de ofera, a inflação do período permanece igual à de - que, por sua vez, foi igual à de -2, e assim sucessivamene, devido aos mecanismos de indexação de preços, salários, câmbio e axas de uros, adoados pela sociedade e que ransporam a inflação no empo. O combae à inflação, de acordo com a hipóese da inflação inercial, deve ser feio quebrando-se o elo da correne que liga a inflação do período à inflação do período +, eliminando o sisema de indexação. Após o fracasso, no combae à inflação, dos planos heerodoxos Cruzado, Bresser, Verão, que eram, inicialmene, orienados pelo uso de expedienes heerodoxos, como o congelameno de preços, e, sequencialmene, pela combinação de elemenos orodoxos e heerodoxos como o congelameno de preços e reforma fiscal, foram elaborados os planos Collor I e II que represenavam expedienes proeminene orodoxos de ambienes não indexados como as reformas moneárias. Finalmene, o Plano Real obeve sucesso na queda e na esabilidade de preços com o uso de expedienes orodoxos orienados para a eliminação das componenes inerciais e propagadoras da inflação. Embora o sucesso do Plano Real, no aspeco de redução e esabilização do processo inflacionário, sea inquesionável, um problema ainda permanece, mesmo que ainda em menor escala e efeio sobre a inflação, que é a quesão da inércia. O efeio da inércia, agora nominada como núcleo da inflação, é responsável pela manuenção do paamar inflacionário, ainda que em níveis mais baixos. Nese senido, orna-se relevane mensurar o grau de inércia na dinâmica inflacionária brasileira. Ainda, invesigar ouras paricularidades e diferenças presenes nas raeórias dos preços regionais que, conunamene com a persisência, levem as dinâmicas a apresenarem, no curo prazo, comporameno divergene. Para ano, baseia-se no uso do ese da razão de variâncias, eses de equivalência de médias e variâncias e nos cálculos dos efeios peso e preço; odos eses aplicados aos índices regionais que compõem o índice nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), uma média ariméica ponderada uilizada pelo Banco Cenral do Brasil como proxy da inflação oficial brasileira. O arigo segue disribuído da seguine forma: além da presene inrodução; a seção 2 apresena breve referencial eórico e empírico; a seção 3 mosra meodologias a serem uilizadas; a seção 4 apresena e discue os resulados empíricos; e a seção 5 finaliza com as conclusões.
3 2. REFENCIAL TEÓRICO E EMPÍRICO A inflação é definida como um processo de ala generalizada e conínua do índice geral de preços, raduzindo-se na redução gradaiva do poder de compra da moeda 2. A axa de inflação é uma média da elevação dos preços em um dado período. Como as oscilações nos preços não caminham na mesma direção e muio menos são de magniudes idênicas, as alerações dos preços relaivos são freqüenes em processos inflacionários independene de sua magniude. O Brasil, nas décadas de 8 e, enfrenou problemas basane graves ligados à inflação e foi apenas a parir de meados da década de novena que o país conseguiu conrolar o processo de aceleração inflacionária. Quando a inflação ende a se maner permanenemene no mesmo paamar diz-se que há uma inflação inercial; na maioria das vezes, ela permanece esagnada devido a mecanismos de indexação, sea formal ou informal. Em uma economia plenamene indexada, um aumeno auônomo de preços implica uma elevação da inflação na exaa medida daquele aumeno original, devido ao mecanismo muliplicador que acaba por elevar odos os demais preços na mesma proporção. Se a indexação não for plena, o muliplicador será menor. Segundo Bresser Pereira e Nakano (84), o processo generalizado de indexação formal e informal não acelera, mas maném o paamar da inflação na medida em que, simplesmene, conserva as margens de lucro e os salários reais. No início dos anos 8, surgiu a eoria da inflação inercial desenvolvida por dois grupos de economisas: i) o grupo da PUC do Rio de Janeiro onde se pode desacar: Arida (82, 84), Bacha (82, 87), Lara Resende (84, 8), Lara Resende e Arida (84), Lopes (84a, 84b), Lopes e Bacha (8), Modiano (83); ii) o grupo da Fundação Geúlio Vargas de São Paulo: Bresser Pereira (8, 88), Nakano (82), Bresser Pereira e Nakano (84, 84a, 84b). O primeiro grupo limiou explicação da origem desse ipo de inflação às defasagens nos aumenos de preço ou à rigidez nominal dos preços que obrigava os agenes econômicos a reproduzir no presene a inflação passada, enquano o segundo grupo considerou fundamenal levar em cona os aumenos auônomos e relaivamene auomáicos de preços decorrenes das defasagens como uma das formas pela qual se expressa o conflio disribuivo. Conforme Bresser Pereira e Nakano (84), o processo inflacionário no quarel do século XX só pode ser compreendido disinguindo rês mecanismos ou faores que auam sobre os preços, deerminando que eses coninuem a crescer de forma persisene: ) faores que causam a manuenção do paamar da inflação; 2) faores que causam a aceleração (ou desaceleração) da inflação; e 3) faores que sancionam a elevação dos preços. Ainda segundo eses auores, uma vez iniciada a inflação por qualquer um dos faores aceleradores (aumeno da margem de lucros ou de salários reais acima da produividade, por exemplo), exisem mecanismos que endem a maner o paamar de inflação relaivamene esável, sem a necessidade de novos aumenos; onde o faor manenedor do paamar da inflação por excelência seria o conflio disribuivo. Além desa discussão eórica sobre inflação inercial, exise a empírica que esá mais ligado ao obeivo geral do presene rabalho, onde muios esudos buscam idenificar e analisar o grau de persisência de longo prazo na dinâmica inflacionária brasileira, pois o Brasil era ido como um bom exemplo de análise de um país com uma grande componene inercial na inflação. Desaca-se Novaes (3), que aravés de uma medida paramérica de funções de resposa cumulaivas para modelos ARIMA, esimou o grau de inércia na inflação brasileira em /3, iso é, um erço da dinâmica inflacionária brasileira seria devida à exisência de inércia. Durevall (8), usando uma formulação de correção de erros, esimou o nível de inflação inercial no Brasil em.4. Cai e al. (), usando a função de densidade especral da primeira diferença da série normalizada na freqüência zero, enconraram inércia quase complea na inflação brasileira,.7. Já 2 Quando, ao conrário, ocorre uma baixa generalizada e conínua do índice geral de preços, em-se o conceio e o efeio inverso ao de inflação: deflação e aumeno do poder de compra.
4 Campêlo e Cribari-Neo (3) enconraram resulados que indicam que a inércia na inflação brasileira é de segunda ordem. Cribari-Neo e Cassiano (5), inicialmene, desenvolvem uma simulação de Mone Carlo para verificar o desempenho em amosras finias de diferenes varianes da razão de variâncias. Suas simulações forma realizadas sob inovações normais e não-normais, bem como na presença e ausência de ouliers e inliers. Os resulados enconrados favorecem uma paricular variane robusa da razão de variâncias. Quano aos resulados empíricos para o Brasil, eses indicam que o grau de inércia inflacionária é subsancialmene maior do que o enconrado em Campêlo e Cribari Neo (3). Os auores, ainda, analisam as dinâmicas inflacionárias da Argenina, Chile e México. Enreano, uma invesigação a nível regional não é enconrada na lieraura brasileira. Exisem poucos rabalhos que analisam o comporameno e caracerísicas das inflações regionais, denre eses, pode-se ciar: Holanda () e Caeano e Corrêa (6). Devido a esa carência e relevância é que se procurou desenvolver o presene esudo. Anes, de apresenar os resulados empíricos, suas discussões e a conclusão, apresena-se duas imporanes meodologias base da invesigação preendida. 3. METODOLOGIA Esa seção procura apresenar insrumenos uilizados para verificar as duas principais caracerísicas das inflações regionais, ou sea, efeios preço e peso e o grau de persisência. 3.. DIFERENÇAS ENTRE AS INFLAÇÕES REGIONAIS E A INFLAÇÃO NACIONAL A decomposição nos efeio-peso e efeio-preço permie a idenificação dos deerminanes das diferenças enre as axas de inflação das regiões e do país. Seguindo a definição do Boleim Regional do Banco Cenral do Brasil (8b) para a inflação de uma região i, em-se: i i i π = θ π () = i Onde i refere-se à região e aos grupos que compõem o IPCA. O componene θ represena o peso do grupo na cesa da região i. A diferença enre a inflação de uma deerminada região e a inflação nacional pode ser dada por: i BR i i ( π ) = θ π π θ π (2) = = BR BR BR i Para decompor os efeios, basa somar e subrair θ π e rearranar os ermos: i BR i i BR BR BR i ( π ) = θ π θ π + θ π π θ π = = = = i BR i i BR i BR i BR BR ( π ) = θ π θ π + θ π θ π π = = = = π (3) = = i BR i i BR BR i BR ( π ) = π ( θ θ ) + θ ( π π ) EFEITO-PESO EFEITO PREÇO BR i =
5 3.2. A INÉRCIA E O TESTE DA RAZÃO DE VARIÂNCIAS Inércia é uma persisência de longa duração. Em séries emporais, o caso ineiramene inercial corresponde ao processo conhecido por passeio aleaório, onde um choque de um por ceno orna-se compleamene persisene. Para analisar o grau de inércia na dinâmica inflacionária regional brasileira uiliza-se a razão de variâncias medida sisemaicamene uilizada para a mensuração de persisência de choques no longo prazo. Enreano, ambém aplica como propõe Cribari-Neo e Cassiano (5), uma alernaiva que permie a presença de séries disoanes, ou sea, medidas robusas obidas a parir de modificações nas esaísicas de ese proposas por Wrigh (). Uma vanagem desa aplicação é que a mesma permie presença de observações disoanes seam ouliers ou inliers. Já que a possibilidade de exisência deses nas axas de inflação brasileira, ano nacional quano nas regionais, é basane ala; enão esas medidas parecem ser as mais indicadas para a mensuração do grau de inércia nas inflações regionais ou na inflação nacional brasileira RAZÃO DE VARIÂNCIAS Sea P uma série emporal arbirária com T + observações ( P, P, L, P T ), enão π = ΔP implica em T observações. A razão de variâncias indexada pelo índice k pode ser apresenada por: Var( P + k P ) Vk =. (4) k Var P P ( + ) Pode-se esimar V k subsiuindo Var( P + P ) e Var( ) k P + P por seus correspondenes esimadores e, assim, obém-se: T 2 = ( ) T 2 Vk π, L, π k + k μ π μ, (5) T k + k = k T = = T onde μ T. π. Ese esimador será denoado por V 2 k. = Se P segue um passeio aleaório, a razão acima é aproximadamene igual a um. Mas, se a série P é esacionária, a razão em (5) se aproxima de zero quando k cresce. Cochrane (88), esudando as propriedades assinóicas de V k, forneceu uma aproximação para a expressão (4): k Vk + 2 ρ, (6) = k onde ρ é a -ésima auocorrelação de π. O valor esperado de V k sob a hipóese nula de independência serial é obido noando que a -ésima auocorrelação amosral em valor esperado [- /(T - )], 3 e assim: k 2 k 2 T k E. (7) ( ) Vk = + k k = T Pode-se esimar V k subsiuindo as auocorrelações populacionais ρ em (6) pelas correspondenes auocorrelações amosrais ρ. Obendo, assim: V k k + 2 ρ. (8) = k 3 Ver Kendall e Suar (76).
6 Ese esimador será denoado por V k. Tem-se de (8) que V k é uma combinação linear das primeiras k auocorrelações amosrais da primeira diferença da série com pesos decaindo arimeicamene. Por consrução, V k é não-negaiva e não-limiada superiormene, sendo sua disribuição assimérica em amosras finias. Devido à exisência de um severo viés em V k, é comum muliplicar a razão de variâncias esimada por [T/(T -k+)] para a correção do viés. O uso de V k em muias vanagens, em paricular, apresena desvio-padrão assinóico menor que alguns ouros esimadores mais simples de V k, por exemplo, algum esimador que aribua pesos iguais para odas as k auocorrelações amosrais. Um resulado de análise especral (Priesley, 82) fornece o erro-padrão assinóico de V k, que pode ambém ser obido da fórmula de Barle (46): Vk s. e. Vk = 3 T. () 4 k Usando sinais podem-se consruir ouras duas medidas de persisência. Para alguma série π defina a função f ( π, q) = se π q e f ( π, q) = caso conrário. 2 2 Sea s = 2 f ( π,). Noa-se que s é independene e idenicamene disribuída com média e variância. Cada s é igual a com probabilidade /2 e é igual a - com probabilidade /2. T Considere agora s 2 = 2 f π, μ, onde μ = T. π. = Subsiuindo s e s 2 no lugar de π na definição da razão de variâncias V 2 k, equação (5), em-se as seguines medidas de persisência baseadas em sinais: T 2 = ( ) ( ) ( ) T 2 S k s,, s k + s T k + k L = k T () = S2 k onde T 2 = ( ) T 2 s2, L, s2 k + k μ s2 s2 μ s2, () T k + k = k T = T s2 = T. = μ s RESULTADOS EMPÍRICOS Normalmene, os aumenos dos preços não ocorrem de forma sincronizada, ou sea, não há um aumeno igual do preço de odas as mercadorias e serviços; desse modo, há um problema para calcular o amanho da variação de preços (inflação). Uma solução é fazer uma média ponderada da elevação dos preços, conforme se em no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e diversos ouros índices de preços brasileiros. Dado a relevância do IPCA para a economia, por ser a aual inflação oficial brasileira, a análise e os eses esaísicos do presene rabalho a consideram como seu obeo de invesigação. O IPCA é calculado pelo Insiuo Brasileiro de Geografia e Esaísica (IBGE) cua abrangência geográfica é as regiões meropolianas de Belém, Foraleza, Recife, Salvador, Belo Horizone, Rio de Janeiro, São Paulo, Curiiba e Poro Alegre, Brasília e município de Goiânia. Seu período de colea se esende, em geral, do dia a 3 do mês de referência. A população-obeivo abrange as famílias com rendimenos mensais compreendidos enre (um) e (quarena) salários-mínimos,
7 qualquer que sea a fone de rendimenos, e residenes nas áreas urbanas das regiões. Tais regiões cobrem uma exensa pare do erriório brasileiro e bem represenam sua diversidade geográfica e econômica. Com os preços coleados mensalmene, obém-se, na primeira eapa de sínese, as esimaivas dos movimenos de preços referenes a cada produo pesquisado. Tais esimaivas são obidas aravés do cálculo da média ariméica simples de preços dos locais da amosra do produo que, comparadas em dois meses consecuivos, resulam no relaivo das médias. Ao agregar os relaivos dos produos aravés da média geomérica é calculada a variação de preços de cada subiem, que se consiui na menor agregação do índice que possui ponderação explícia. A parir daí é aplicada a fórmula Laspeyres, obendo-se odos os demais níveis de agregação da esruura iem, subgrupo, grupo e, por fim, o índice geral da região. O índice nacional IPCA é enão calculado a parir dos resulados dos índices regionais, uilizando-se a média ariméica ponderada. Assim sendo, exise cera relevância ao considerar as séries emporais regionais que, por sua vez, são as axas de inflação mensais medidas pela variação do IPCA para cada região meropoliana, Brasília e município de Goiânia. As séries invesigadas abrangem períodos disinos, conforme desaca a Tabela, devido à daa inicial de divulgação do índice regional. Enreano, uilizam-se períodos diferenes somene na aplicação do ese da razão de variâncias, pois procura um maior número de observações possíveis para a invesigação paricular da persisência. Já as demais aplicações uilizam-se o mesmo período amosral, e ese será desacado quando for o caso. Tabela Índice de Preços Regionais Índice de Preços Período Número de Observação IPCA Geral 8: - :2 35 IPCA São Paulo 8: - :2 36 IPCA Salvador 8: - :2 35 IPCA Rio de Janeiro 7: - :2 372 IPCA Recife 7:6 - :2 367 IPCA Poro Alegre 7:6 - :2 367 IPCA Goiânia : - :2 228 IPCA Foraleza 8: - :2 35 IPCA Curiiba 8: - :2 35 IPCA Brasília 8: - :2 36 IPCA Belo Horizone 7:6 - :2 367 IPCA Belém 8: - :2 36 Fone: IBGE. Elaboração própria. A Figura apresena o comporameno das inflações regionais que revelam uma elevação acenuada no inicio dos anos 8, chegando a paamares significaivos em 8. Visualmene, se observa comporamenos similares enre as inflações regionais, inclusive com a dinâmica da axa de inflação nacional. Homogeneidade esa confirmada pelas simples esaísicas descriivas, apresenadas na Tabela 2, ao se comparar média, mediana e desvio-padrão. Com exceção de Goiânia que apresenou a menor média e mediana, as demais áreas apresenaram médias e medianas bem próximas umas das ouras. A diferença enre a área com maior média (Salvador) e a menor (Goiânia) foi de 2,8 p.p.. 4 Já as volailidades, medidas pelo desvio-padrão, apresenaram comporameno bem semelhane enre as regiões. Os valores obidos expõem que no período analisado a inflação no país possuía um comporameno basane uniforme enre as regiões. Ese 4 Cabe desacar que as esaísicas descriivas esão considerando as amosras disinas apresenadas na Tabela, porano, um valor exremo pode influenciar a média e a variância. Mas, al fao é minimizado nos eses, exceo o da persisência, á que os mesmos consideram amosras de amanho e período equivalenes.
8 resulado foi conrário ao obido por HOLADA (), porém o mesmo auor assegurava que é de se esperar que a diferença regional diminuísse com a consolidação do processo de esabilização dos preços. Os coeficienes de simeria e curose para as regiões esudadas apresenaram valores disanes para uma disribuição normal, zero e rês, respecivamene. Resulado ese confirmado pelo ese Jarque-Bera que reeiou a hipóese nula de normalidade em odos os casos. Figura Inflação nacional e regional (IPCA em %) São Paulo Salvador Rio de Janeiro Recife Poro Alegre Município de Goiânia Foraleza Curiiba Brasília Belo Horizone Belém Geral-Brasil Tabela 2 - Esaísicas Descriivas SP SAL RJ REC POA GOI FOR CUR BRA BH BEL GERAL Média Mediana Máximo Mínimo Desv. Padrão Simeria Curose Jarque-Bera Probabilidade Fone: Elaboração dos auores. A fim de alcançar uma inferência esaísica para corroborar alguns resulados acima, opouse, inicialmene, por fazer o ese de equalização para médias e para variâncias, durane o período de meas para inflação. O ese de equalização para médias fundamena-se na idéia básica de que se os subgrupos possuem a mesma média, enão as variações enre as médias amosrais (enre grupos) deverão ser as
9 mesmas denro de cada subgrupo (denro do grupo). Já o ese de equalização para variância avalia a hipóese nula de que os desvios em odos os subgrupos são iguais conra a hipóese alernaiva de que pelo menos um subgrupo em variação diferene 5. No inicio, foram realizados ambos os eses de equalização enre odas as áreas abrangidas pelo IBGE conunamene, conforme desaca a próxima subseção. 4.. TESTE DE EQUIVALÊNCIA Os resulados obidos corroboraram a uniformidade deecada visualmene pelas esaísicas descriivas. Em nível de significância de 5%, e ambém %, não se reeia a hipóese nula de equidade enre as médias e variâncias das regiões analisadas conunamene (ver Tabelas A e A2 em anexo). Com obeivo de reforçar o resulado de equidade das médias e variâncias, porém sob um pono de visa mais regional, foram realizados ambos os eses para odos os pares de regiões. A Tabela 3 expõe os resulados do ese de equalização para médias e variâncias, ou sea, para cada par de regiões foi esada a hipóese de equalização enre duas regiões. Em nenhum dos casos a hipóese nula de equalização enre as médias foi reeiada aos níveis de significância de % ou 5%. O menor p-valor ficou enre as regiões de São Paulo e Belém (,5), á o maior se concenrou enre as regiões de Foraleza e Curiiba (,7). O ese de equalização para variâncias ambém reforça a idéia de homogeneidade presene nas raeórias dos preços, ao considerar um nível de significância de pelo menos 5%. Tabela 3 Tese de Equalização para Médias e Variâncias 2 Belém Belém Belo Poro Rio de Brasília Curiiba Foraleza Goiânia Recife Horizone Alegre Janeiro Salvador São Paulo,6,4,82,84,,55,,3,36 2,5 [,636] [,842] [,3647] [,364] [,762] [,4578] [,6547] [,5856] [,54] [,5] Belo Horizone Brasília Curiiba Foraleza Goiânia Poro Alegre Recife Rio de Janeiro Salvador 2,88,3,36,36,,6,,3,6,78 [,] [,87] [,546] [,553] [,56] [,64] [,35] [,8524] [,82] [,834],2,8,46,46,,25,5,,4,72 [,8878] [,66] [,48] [,46] [,24] [,642] [,822] [,752] [,787] [,],4,65,4,,36,5,24,6,,38 [,7] [,7] [,8385] [,73] [,5486] [,823] [,6228] [,686] [,7368] [,5375],68,,3,84,36,4,23,5,,45 [,64] [,764] [,284] [,36] [,556] [,8374] [,6284] [,65] [,7473] [,524],5 2,8,,2,3,7,2,5,8,57 [,8248] [,5] [,474] [,883] [,2883] [,677] [,856] [,823] [,7764] [,25],4,,2,8,,32,,4,2,82 [,65] [,768] [,2576] [,3234] [,86] [,2525] [,7685] [,8437] [,87] [,3652],54,3,2,2,36,25,44,,3,37 [,4633] [,3366] [,53] [,7284] [,5488] [,67] [,58] [,224] [,873] [,2432],24,2,7,53,4,77,6,6,,7 [,266] [,58] [,3754] [,468] [,8323] [,38] [,837] [,66] [,486] [,278],53,,28,2,35,25,42,,5, [,468] [,345] [,56] [,735] [,555] [,63] [,562] [,87] [,668] [,383] São Paulo 3,3, 2,3 2,6,48 3,,5,75,85,7 [,784] [,6577] [,88] [,82] [,42] [,78] [,473] [,872] [,357] [,38] Fone.: Valores esimados pelos auores no Eviews 6.. Número de observações = 3 Obs.: Os valores enre [] represenam o p-valor para cada ese. - Welch F-es 2 - Brown-Forsyhe 5 Para maiores informações sobre eses de equalização para médias e variâncias ver User Guide EViews 6..
10 Enreano, considerando um nível de significância de %, é possível reeiar a hipóese de equidade para variâncias enre São Paulo e algumas regiões. Ese comporameno do IPCA enre as regiões pode ser explicado pelos mecanismos de compeição de mercado e de arbiragem de preços iner-regionais que endem a levar a um comporameno convergene no longo prazo. Ainda, aspecos pariculares nos mercados locais podem gerar comporamenos de preços específicos para cada região em deerminados segmenos. Sem conar os efeios da esabilidade econômica que endem a gerar um comporameno mais esável dos preços. Na busca de idenificar paricularidades regionais, ainda mais desagregadas, no comporameno dos preços, compararam-se as médias e as variâncias dos grupos 6 do IPCA em cada região, fao que permie idenificar os grupos cuos comporamenos conribuem para a diferenciação da inflação nacional e quais favorecem a sua equalização. As Tabelas 4 e 5 apresenam eses resulados ano para os grupos quano para subgrupos, ambém denro do regime de meas de inflação. Tabela 4 - Tese de igualdade de médias - Grupo e Subgrupos do IPCA Grupos e Subgrupos Esaísica P-valor Alimenação e bebidas,55,85. Alimenação no domicílio,58,83.2 Alimenação fora do domicílio 3,66, 2 Habiação,24, 2. Encargos e manuenção 4,32, 2.2 Combusíveis e energia 2,42, 3 Arigos de residência,58, 3. Móveis e uensílios 5,74, 3.2 Aparelhos eleroelerônicos,37, 3.3 Conseros e manuenção 7,3, 4 Vesuário 5,54, 4. Roupas 3,4, 4.2 Calçados e acessórios 8,, 4.3 Joias e biuerias 7,37, 4.4 Tecidos e armarinho 8,23, Transpores 2,,2 5. Transpores 2,,2 Saúde e cuidados pessoais 2,47,6 6. Produos farmacêuicos e óicos,88,5 6.2 Serviços de saúde 4,47, 6.3 Cuidados pessoais,26, Despesas pessoais 2,26, 7. Serviços pessoais 6,56, 7.2 Recreação, fumo e filmes 3,22, Educação 3,7, 8. Cursos, leiura e papelaria 3,7, Comunicação,5,88. Comunicação,5,88 Fone.: Valores esimados pelos auores no Eviews 6.. Obs.: - Tese de Welch. 2 - Exceo região meropoliana de BH. 6 O IPCA é consiuído por nove grupos: Alimenação e bebidas, Habiação, Arigos de residência, Vesuário, Transpores, Saúde e cuidados pessoais, Despesas pessoais, Educação e Comunicação.
11 Tabela 5 - Tese de igualdade de variâncias - Grupo e Subgrupos do IPCA Grupos e Subgrupos Esaísica P-valor Alimenação e bebidas,47,4. Alimenação no domicílio,33,2.2 Alimenação fora do domicílio 3,86, 2 Habiação 8,3, 2. Encargos e manuenção,78, 2.2 Combusíveis e energia 4,3, 3 Arigos de residência 3,35, 3. Móveis e uensílios 2,, 3.2 Aparelhos eleroelerônicos 3,, 3.3 Conseros e manuenção 6,4, 4 Vesuário 3,5, 4. Roupas,, 4.2 Calçados e acessórios,5, 4.3 Joias e biuerias 5,25, 4.4 Tecidos e armarinho 7,35, Transpores 2,73, 5. Transpores 2,73, Saúde e cuidados pessoais 2 2,28,2 6. Produos farmacêuicos e óicos,25, Serviços de saúde 4,8, 6.3 Cuidados pessoais 2,, Despesas pessoais 6,36, 7. Serviços pessoais 7,44, 7.2 Recreação, fumo e filmes 6,5, Educação 5,, 8. Cursos, leiura e papelaria 5,, Comunicação,8,3. Comunicação,8,3 Fone.: Valores esimados pelos auores no Eviews 6.. Obs.: - Tese de Brown-Forsyhe. 2 - Exceo região meropoliana de BH. Consideram-se variações nos úlimos doze meses do IPCA em cada região pesquisada, por grupo, uma vez que as séries de variações mensais não se mosram adequadas para a análise, por refleirem, de modo geral, diferenças ransiórias da inflação períodos de um mês endem a ser insuficienes para que choques de ofera e demanda em mercados regionais seam ransmiidos para o resane do país (BOLETIM REGIONAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, 8a). Os grupos Alimenação e bebidas, Arigos de residência, Comunicação e Saúde e cuidados pessoais, apresenaram médias esaisicamene iguais enre as regiões, a um nível de significância de pelo menos 5%. Já para os grupos Habiação, Despesas Pessoais, Transpores, Educação e Vesuário, a hipóese nula de equidade de médias foi reeiada. A fore paricipação dos iens comercializáveis nos grupos Alimenação, principalmene no subgrupo Alimenação no domicílio assegurou o comporameno similar do mesmo enre as regiões. Para os grupos Comunicação e Saúde e cuidados pessoais, a igualdade das médias das variações nas diferenes regiões pode ser explicada, sobreudo, pela acenuada paricipação dos moniorados nesses grupos. Os reauses de remédios e planos de saúde ocorrem mediane auorizações do governo federal e as políicas nacionais de preços êm garanido a igualdade de médias da inflação no grupo Saúde e cuidados
12 pessoais 7, como observado nos subgrupos Produos farmacêuicos e óicos e Cuidados pessoais, composo principalmene por iens de higiene pessoal. A evolução equiaiva dos preços regionais no grupo Arigos de residência é assegurada pela paricipação inegral de iens comercializáveis. Adicionalmene, desaca-se a maior influencia do comporameno da axa de câmbio sobre o subgrupo Aparelhos eleroelerônicos, favorecendo a equalização de preços no grupo, mesmo diane de um menor peso dese subgrupo relaivo ao peso do subgrupo Móveis e uensílios. Já a hipóese nula de igualdade de variâncias, Tabela 5, foi reeia para odos os grupos, exceo para o grupo de Alimenos e bebidas. Tal resulado reflee uma presença de diferenes volailidades nas raeórias dos preços regionais, mesmo para alguns grupos que demonsraram médias esaisicamene equivalenes, evidenciando comporameno heerogêneo enre as regiões. Denre aqueles que conribuíram para a diferenciação da inflação enre as regiões, desaca-se Habiação, uma vez que o mesmo é consiuído em mais de % por produos não comercializáveis, Transpores e Despesas pessoais pelo peso que eses rês possuem no índice. Em resumo, a exisência de diferenciais nas médias e nas variâncias nos grupos e subgrupos que compõem o IPCA são indicadores da não convergência das componenes e das inflações regionais, sea devido a resrições à movimenação de recursos produivos ou compeiividade de mercado. Assim, as diferenças nas inflações regionais podem causar maior persisência no paamar inflacionário devido aos diferenciais de pesos. Após esa invesigação baseada nos eses de equalização, a próxima subseção complemena ais resulados apresenando os deerminanes das diferenças enre as inflações das regiões e a inflação nacional, a parir do cálculo do efeio preço e do efeio peso EFEITOS PREÇO E PESO Ouro méodo ineressane para se esudar as diferenças enre as variações do IPCA nas diversas regiões relaiva à inflação nacional é aravés dos efeios preço e peso, conforme seção 3. Para isso, realizou-se a decomposição do IPCA, durane o regime de meas de inflação, nos efeios peso e preço na busca de idenificar as diferenças enre as axas de inflação das regiões e do país. A Tabela 6 sineiza ambos os efeios para cada região comparada. Observa-se que as regiões mais influenciadas pelo efeio peso ao longo do período de meas para inflação são Brasília, Goiânia e Rio de Janeiro, isso se somados os efeios ao longo de odo o período esudado. Porém, nos úlimos anos, são nas regiões do nore e nordese do país que se observa um efeio peso mais expressivo, alvez devido ao peso do iem Alimenação e bebidas que é, em média, maior na composição das cesas das famílias das regiões mais pobres. Foram nas regiões de Salvador, Recife e Foraleza que o efeio peso mais conribuiu para a redução da inflação no período como um odo. Já o efeio preço raduz o impaco de aumenos diferenciados de preços dos mesmos produos enre as regiões e o país. São Paulo desaca-se ao apresenar ao longo de odo o período observado, com exceção em, valores negaivos para o efeio preço. Denre as inflações regionais, porano, podem-se desacar os efeios peso e preço das regiões meropolianas de Foraleza e São Paulo. Devido às suas inflações esarem frequenemene abaixo da inflação nacional. Mais posiiva é a região de São Paulo por causa do maior peso que esa região possui no índice nacional. Nesa úlima, o desaque fica por cona do efeio preço, que na maioria dos anos gerou maior valor absoluo. Já a região mineira e a carioca puxaram a inflação nacional para cima, á que as mesmas apresenaram um diferencial significaivo. 7 Inicialmene, o ese para as onze regiões reeiou a hipóese nula de igualdade das médias. Enreano, al resulado foi deerminado pelo comporameno aípico da Região Meropoliana de BH.
13 Tabela 6 Decomposição do IPCA Efeio Preço e Efeio Peso Tabela A3 - Decomposição IPCA - Efeio Preço e Efeio Peso Regiões / Ano Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso Ef. Preço Ef. Peso -,2684 -,2568 -,68 -,588,8457,56,5726 -,63 -,2 -,243,423, 2,53 -,2483 -,336 -,5,5783,258 -,23 -,3658 -,7725,227, -,3,7,,877,64,238,262 -,5337 -,628,4565,252,6382 -,638 -,567 -,375,384,832 -,48 -,73 -,67 -,676 2,5858 -,552 -,225 -,87 -,226 -,3,423 -, -,827,36,356 -,37,57 -,88 -,222 -,77,6478,224 2,6488 -,42 -,7646,84 2,3,345 -,775 -,743,6,4,3778 -,264,465,64,582 -,6568,6686 -,55,322,235,827,45,3367,846 -,5 -,3 3,44 -,647,88 -,56,88 -,48 -,8464,26,56 -,256,8344,2366,33 -,254,24 -,465,8775,22,4887 -,2766 -,6 -,72 4 -,36,77,2265,6 -,6847,,562,287 -,477 -,335,76,345,823,622 -,5646 -,45 -,4 -,7 -,552 -,2467 -,55 -, 5,6844 -,376,537,86,545,224 -,86,56,2872 -,323,238,3742,5223 -,38,648 -,26 -,3564,448,4772 -,372 -,2886,42 6,36 -,832,764,5,73 -,322 -,6623,48 -,3 -,77 -,635,77 -,5287,878 -,258,33,84 -,34,284 -,655 -,4542 -,232 7,337,8,382,28,364 -,2227 -,8236 -,87 -,4866,222,544 -,3527 -,778,536,66,3368 -,633 -,27,5662 -,57 -, -,27 8,33,62 -,45 -,35 -,3828 -,233 -,244 -,24,483,24 -,837 -,2582,5645,8,8768,68,532 -,8 -,837,27 -,23 -,688,4,325,36 -,246,,68,34,224,27 -,4 -,726 -,535 -,654,67,35 -,652 -,3274 -,328 -,24 -,666,2365 -,277 Fone: Valores calculados pelos auores. Belém Belo Horizone Brasília Curiiba Foraleza Goiânia Poro Alegre Recife Rio de Janeiro Salvador São Paulo
14 4.3. ANÁLISE DE PERSISTÊNCIA DE LONGO PRAZO A Tabela 7 apresena as medidas empíricas do grau de persisência V k e V 2 k, conforme discuido na seção 3. Observa-se que, em odos os casos, essas esimaivas decrescem à medida que o valor de k aumena. Seus comporamenos são bem próximos, quase sempre iguais, como era esperado. Para k = 2 e k = 3, por exemplo, as medidas esimadas sugerem efeios acenuados do choque ocorrido, mas as esimaivas decaem de forma que para k = 66, iso é, 66 meses ou 5 anos e meio após o choque inicial em-se V k e V 2 k próximos de., com alguns casos um pouco acima ou abaixo dese valor. Porano, seguindo esas esimaivas, poderia sugerir que as inércias nas dinâmicas inflacionárias regionais e brasileira medidas pelo índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) seriam de segunda ordem. Ou sea, poderia ser dio que os efeios de choques seriam rapidamene dissipados. No enano, conforme á desacado, as séries de inflação regionais e a brasileira uilizadas desacam a presença de valores discrepanes, devido aos planos de esabilização imposos à economia durane o período de invesigação, o que fez com que períodos de crescimeno acenuado da inflação fossem inerrompidos com choques, levando o comporameno das séries a paamares significaivamene inferiores aos aneriores. Por conseqüência, a presença de valores discrepanes pode afear os resulados obidos, pois os esimadores aneriores não levam em consideração al problema. A alernaiva usada para enar resolver a quesão foi uilizar medidas robusas obidas a parir de modificações nas esaísicas de ese proposas por Wrigh (), conforme explica e sugere Cribari-Neo e Cassiano (5). A Tabela 8 apresena esas novas esimaivas revelando a presença de alo grau de persisência nas séries regionais, exceo para o município de Goiânia. Tal fao conradiz os resulados preliminares enconrados e mosra que a componene inercial em quase a oalidade das inflações regionais medidas pela variação do IPCA regional é significaiva.
15 Tabela 7 Medidas de persisência esimadas para as inflações regional e nacional (IPCA em %) Brasil SP RJ PoA BEL CUR FOR GOI BRA SAL REC BH k vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr2 vr vr Fone: Elaboração dos auores. Tabela 8 Medidas de persisência esimadas para as inflações regional e nacional (IPCA em %) Brasil SP RJ PoA BEL CUR FOR GOI BRA SAL REC BH k S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S2 S S Fone: Elaboração dos auores.
16 5. CONCLUSÃO O presene rabalho enou focar no comporameno inflacionário regional, dado a carência e relevância que os preços regionais possuem. Inicia invesigando algumas caracerísicas regionais ais como a quesão da homogeneidade no comporameno das mesmas. Os eses de equidade para médias e para variância indicaram a divergência enre as inflações regionais, enquano que os efeios preços e peso permiiram corroborar al fao ao mosrar as diferenças enre as inflações de cada região em relação à inflação do país. Observou-se que algumas regiões foram mais influenciadas pelo efeio peso e preço ao longo do período de meas para inflação, não sendo as mesmas quando se leva em cona o efeio individual, sea peso ou preço. Apenas São Paulo apresenou ao longo de odo o período observado, com exceção em, valores negaivos para ambos os efeios, fao posiivo para a inflação nacional dado seu peso no índice geral. Em geral, a decomposição do IPCA nas regiões abrangidas pela pesquisa do IBGE evidenciou que as variações em paamares disinos de preços relaivos a iens iguais ou similares consiuíram-se no principal deerminane das diferenças enre os índices regionais e o país. Essas variações de preços ocorreram mesmo em iens considerados comercializáveis, o que infere que cusos de ranspore ou imperfeições de mercado se raduziram em barreiras à equalização do IPCA enre as regiões. Tais eses revelaram especificidades regionais imporanes, na maioria deles as regiões com os maiores níveis de equidade não esão na mesma região do país. Em função desse comporameno, áreas mais pobres esão apresenando dinâmica inflacionária próxima de regiões mais desenvolvidas, ainda com significaiva volailidade. Quano à quesão da persisência, foi após o diagnósico de uma inflação de cunho eminenemene inercial no Brasil, que al fao incenivou diversos esudos empíricos na busca do grau de inércia na dinâmica inflacionária brasileira usando diferenes meodologias. Dois resulados conrasanes são desacados na lieraura, o resulado obido por Cai e al. (), que enconraram inércia plena, e o de Campêlo e Cribari-Neo (3) indicando que a componene inercial não é significaiva. Mas, ais esudos se deram sobre a dinâmica da inflação nacional. Os resulados obidos nese rabalho corroboravam, a princípio, com os apresenados no segundo esudo, ao revelar que a componene inercial nas dinâmicas inflacionárias regionais medida pelo índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) seriam de segunda ordem. Ainda, mosraram comporamenos semelhanes à medida que k aumenasse. Enreano, pela Figura, observa-se que as séries de inflação regionais uilizadas apresenam valores discrepanes, fao que poderia er afeado os resulados enconrados inicialmene. Para corroborar ais resulados e resolver o problema da presença de observações disoanes seam ouliers ou inliers, a alernaiva foi uilizar medidas robusas obidas a parir de modificações nas esaísicas de ese proposas por Wrigh (), conforme expõe e sugere Cribari-Neo e Cassiano (5). As novas esimaivas para S e S2 indicaram a presença de alo grau de persisência nas séries regionais, exceo para o município de Goiânia, conradizendo, porano, os resulados iniciais em quase sua oalidade. Nese senido, os componenes inerciais presenes nas séries regionais são significaivos, o que implica dizer que os efeios de choques não são rapidamene dissipados. Em suma, como o índice geral de preços represena a combinação de médias com pesos fixados para os iens que compõem as cesas de referência e os pesos das respecivas regiões, o efeio na diferença enre as médias dos grupos e das regiões possibiliam a idenificação de componenes relacionados à esruura do índice que ornam a inflação persisene. Por exemplo, mesmo diane da equivalência esaísica de algumas médias, as diferenças nas volailidades fazem com que al convergência sea obida com cera defasagem emporal. Tal hiao de empo é confirmado pelo grau de inércia significaivo presene nas séries. Do pono de visa das componenes dos índices, observa-se ano a diferença nas médias quano as diferenças na variância, conforme as abelas 5 e 6, respecivamene. Tal resulado, porano, orna o comporameno do índice sueio às fluuações isoladas em cada uma das suas componenes, ano do pono de visa da diferença enre as medias que fariam o índice convergir para diferenes níveis quano o hiao de empo para que al convergência sea verificada. Essa componene ganha maior força, dependendo do peso que esa exerce no agregado.
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19 ANEXOS Tabela A Tese de Equalização para Médias Méodo df Value Probabiliy Anova F-es (, 254) Welch F-es (, 5.466) Caegory Saisics Variable Coun Mean Sd. Dev. of Mean BE BH BRA CUR FOR GOI PA REC RJ SAL SP All Fone: Teses calculados pelos auores. Tabela A2 Tese de Equalização para Variâncias Méodo df Value Probabiliy Barle Levene (, 254) Brown-Forsyhe (, 254) Caegory Saisics Mean Abs. Mean Abs. Variable Coun Sd. Dev. Mean Diff. Median Diff. BE BH BRA CUR FOR GOI PA REC RJ SAL SP All Fone: Teses calculados pelos auores.
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