Aprendendo por osmose: um estudo sobre externalidades de capital humano
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- Heitor Canário Pacheco
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1 : um estudo sobre externalidades de capital humano Universidade de Brasília - Congresso PET 12 de abril de 2012
2 1 Introdução Capital humano O que são as externalidades de capital humano 2 A origem das externalidades de capital humano A modelagem das externalidades de capital humano 3 Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa 4 Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões
3 O que é capital humano? Capital humano O que são as externalidades de capital humano Um conceito amplo que incorpora qualquer característica intrínseca ao indivíduo que lhe conceda um diferencial de produtividade. Normalmente é reduzido à educação ou experiência do indivíduo.
4 Capital humano O que são as externalidades de capital humano O que são as externalidades de capital humano são os efeitos externos gerados pelo capital humano de um indivíduo ou de uma determinada população. A maior parte do que sabemos, aprendemos de outras pessoas. Nós pagamos pelos serviços de alguns destes professores (...), mas a maior parte adquirimos gratuitamente, e, com frequência de forma mútua. (Lucas, 1988) Por que constitui uma externalidade? O ambiente em que são estudadas as externalidades de capital humano.
5 A origem das externalidades de capital humano A modelagem das externalidades de capital humano A origem das externalidades de capital humano De que maneira o capital humano de um indivíduo pode afetar o seu ambiente? Knowledge spillovers. Transmissão de conhecimento. Criação de conhecimento. Aversão ao crime. Poĺıtica consciente.
6 A origem das externalidades de capital humano A modelagem das externalidades de capital humano A modelagem das externalidades de capital humano Pressupostos do modelo de equiĺıbrio entre cidades abertas: 1 Custo zero de mobilidade para trabalhadores e firmas. 2 Apenas dois bens na economia: bem composto e terra. 3 Os proprietários da terra não moram na cidade. Consequência: níveis de utilidade nacionalmente determinados.
7 A origem das externalidades de capital humano A modelagem das externalidades de capital humano O aumento da produtividade dos trabalhadores eleva tanto os salários quanto os aluguéis da cidade. Nesse modelo os únicos verdadeiros beneficiados pelas externalidades são os proprietários das terras.
8 Rauch (1993) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa Primeiro artigo que se propõe a mensurar as externalidades de capital humano. Realiza uma regressão baseada no modelo minceriano de determinação da renda adicionando uma variável para o capital humano agregado da cidade. y ij = x ij β + σ j + ɛ ij σ j = α + z j γ + µ
9 Rauch (1993) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa Rauch desconsidera qualquer viés causado por variáveis omitidas. O autor obtém que o aumento de um ano ao nível de escolaridade média eleva o produto total da cidade em média 2,8%.
10 Acemoglu e Angrist (2001) Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa O problema da endogeneidade do nível de capital humano agregado. causalidade inversa. Viés em Rauch. Variáveis instrumentais Substituição da variável correlacionada com o erro, por outra correlacionada com esta, mas não correlacionada com o erro. Dificuldade de se encontrar variáveis que se adequem a essas condições.
11 Acemoglu e Angrist (2001) Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa As leis de estudo compulsório dos estados dos EUA. Construção das variáveis. Correlação com o nível educacional do estado. Predominância sobre os anos de estudo básicos. Os autores não encontram evidências significantes em favor da existência de externalidades de capital humano.
12 Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa
13 Moretti (2004a) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa O nível de capital humano pode afetar os níveis salariais mesmo na ausência de externalidades de capital humano. Complemetariedade entre trabalho qualificado e não qualificado Efeito neoclássico de aumento da oferta de trabalho qualificado.
14 Moretti (2004a) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa O sinal resultante do efeito neoclássico dependerá da composição da mão de obra empregada. Mais um viés ignorado por Rauch (1993). Para contornar o efeito neoclássico, Moretti calcula as externalidades experimentadas para cada um dos grupos educacionais separadamente.
15 Moretti (2004a) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa Regressção econométrica. Proporção da população com nível superior, ao invés de escolaridade média. Também se utiliza de variáveis instrumentais para lidar com a endogeneidade.
16 Moretti (2004a) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa Variáveis instrumentais. Land grant colleges Universidades esstabelecidas em terrenos concedidos pelo Estado no séc. XIX. Não correlacionado com a situação econômica atual da região. Efeito predominante sobre os níveis elevados de escolaridade. Estrutura etária da população.
17 Moretti (2004a) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa
18 Moretti (2004a) Introdução Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa Resultados: O aumento de 1 ponto percentual na proporção de graduados aumenta o nível de salários da cidade entre 0,6 e 1,2%. Este aumento é composto por: 1.9% para trabalhadores sem ensino médio completo. 1.6% para trabalhadores com ensino médio completo. 1.2% para trabalhadores com ensino superior incompleto. 0.4% para trabalhadores com ensino superior completo.
19 Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa A abordagem de composição constante. Obtém-se a média salarial de dois momentos distintos (ex: 1970 vs. 1990) mantendo-se a distribuição educacional constante. A partir disso faz-se uma regressão da diferença obtida sobre a variação no estoque de capital humano. São utilizadas as mesmas variáveis já utilizadas por Moretti(2004a) e Acemoglu e Angrist (2001) Os resultados são, de modo geral, estatisticamente insignificantes.
20 Rauch Acemoglu e Angrist Moretti Tabela comparativa
21 Comparação entre os trabalhos Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões Compreendendo as discrepâncias entre os resultados: A transcrição entre os resultados obtidos com as duas variáveis independentes. O acréscimo de um ano à escolaridade média da população equivale a um aumento de 6 pontos percentuais na proporção de graduados. O resultado encontrado por Moretti equivale a um retorno externo médio de 5,4% para cada ano a mais de escolaridade média.
22 Comparação entre os trabalhos Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões
23 Comparação entre os trabalhos Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões As variáveis instrumentais utilizadas se correlacionam com diferentes faixas educacionais, interferindo nos resultados das regressões. As distinções nos resultados obtidos revelam não uma contradição, mas sim a existência de retornos externos distintos para diferentes níveis educacionais.
24 Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões Modelos que explicam externalidades de nível superior Iranzo e Peri (2006) Dois setores diferenciados: tecnológico e tradicional. O setor tecnológico tem a capacidade de criar bens diferenciados, enquanto o setor tradicional compete na produção de um único bem. Somente o setor tecnológico gera externalidades de capital humano. Ambos os setores se beneficiam das externalidades.
25 Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões Modelos que explicam externalidades de nível superior Moretti (2004b) Busca evidências de externalidades nos níveis de produtividade de firmas instaladas em cidades com alto nível de capital humano. Encontra níveis muito altos de externalidades para firmas de tecnologia e praticamente nulos para o setor tradicional. Encontra também evidências de grandes externalidades geradas pela interação entre firmas.
26 Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões O significado destes resultados para o Brasil O conjunto dos resultados encontrados válida poĺıticas públicas como o programa Ciência sem Fronteiras e o Prouni. Existem, no entanto, fortes razões para se acreditar que obteríamos resultados bastante distintos para o Brasil Estado educacional extremamente precário da metade inferior da população brasileira. Desigualdade da distribuição educacional.
27 Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões O significado destes resultados para o Brasil
28 Conclusões Introdução Comparação entre os trabalhos Modelos que explicam externalidades de nível superior O significado destes resultados para o Brasil Concluões Para o contexto dos EUA somente se encontram evidências de externalidades para os níveis superiores de educação. Não existem, no entanto, motivos para se crer que a conclusão anterior se sustente para o Brasil. Propostas para trabalhos futuros: Identificar a magnitude e as nuances das externalidades de capital humano para o Brasil. Identificar situações específicas que possam incrementar os níveis de externalidades de capital humano.
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