MOVIMENTO PSICANALÍTICO
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- Raul Laranjeira Caldeira
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1 MOVIMENTO PSICANALÍTICO Sigmund Freud ( ) Psicanálise: escola psicológica que busca penetrar na dimensão profunda do psiquismo humano. Objeto de Estudo: o inconsciente Métodos: 1. Hipno-catártico 2. Interpretação dos Sonhos 3. Associação livre de idéias (método interpretativo) Sigmund Freud Nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg, Moravia (hoje Pribor, República Tcheca). Morreu em 23 de setembro de 1939, em Londres. Viveu a maior parte da vida em Viena.
2 1873 Escola de Medicina da Universidade de Viena 1885 foi à Paris, estagiar com Jean Charcot: psiquiatra francês que utilizava a hipnose no tratamento da histeria. 1. Provocava o aparecimento e o desaparecimento dos sintomas histéricos, durante a hipnose não havia comprometimento físico ou neurológico natureza psíquica da histeria. 2. os pacientes obedeciam ordens dadas durante a hipnose, embora não se recordassem conscientemente delas a importância do inconsciente. - Joseph Breuer: médico vienense que utilizava a catarse (cura do paciente pela purificação obtida ao falar sobre si próprio). 1. catarse: caminho para alcançar os conteúdos inconscientes; processo de redução ou eliminação de um complexo, transferindo-o para o consciente, permitindo, assim, sua expressão. 2. hipnose palavras mais significativas falam mais sobre elas recordam-se de histórias relacionadas com os fatos associados ao aparecimento dos sintomas significativa melhora dos pacientes após estas sessões. Conclusão: fatos ou acontecimentos que ficavam aparentemente esquecidos são cruciais na determinação do atual comportamento das pessoas. Método Hipno-catártico. 3. associação livre de idéias: solicita-se ao paciente que relate tudo o que lhe vem à mente, sem restrições e sem preocupação com a lógica e significação a importância das vivências ocorridas na primeira infância sobre a formação da personalidade. 4. Interpretação dos Sonhos: o sonho é a realização disfarçada (ou não) de desejos inconscientes (ou não). Conteúdo manifesto + conteúdo latente
3 Caso Anna O (caso atendido por Breuer).: Situação de conflito: é obrigada a abdicar de seus desejos para cuidar do pai doente Ódio à situação + desejo de que o pai morresse Sentimento de culpa Repressão do desejo inconsciente Aparecimento de sintomas: alucinações visuais, contraturas e acessos de tosse, distúrbios de visão, da linguagem e da motricidade. Misturava diversas línguas, não sabia mais se expressar em alemão e acabou escolhendo o inglês. Método hipno-catártico recorda-se dos desejos, desaparecimento/diminuição dos sintomas Trabalho com a histeria: importância de histórias de sedução relatadas pelas pacientes (reais ou fantasiadas) sexualidade infantil.
4 Anna O. ou Bertha Pappenheim A humanidade nunca perdoará três homens que investiram contra a megalomania humana: Galileu (a Terra não é o centro do universo), Darwin (parentesco do homem com os macacos) o próprio Freud (não somos livres, somos escravos do inconsciente). Trabalhos antecedentes sobre a patologia sexual, sexualidade infantil, repressão dos impulsos sexuais e seus efeitos sobre a saúde física e mental 1845 Adolf Patze: o impulso sexual poderia ser detectado em crianças de 3 anos 1867 Henry Maudsley reafirma o que Patze publicou 1886 Krafft-Ebing publica Psychopathia Sexualis
5 1897 Albert Moll escreveu sobre a sexualidade infantil e o amor dos pais pelos filhos do sexo oposto Trabalhos antecedentes sobre a simbologia dos sonhos Charcot: o trauma psicológico relacionado com a histeria revela-se nos sonhos do paciente Janet: as causas da histeria estavam contidas nos sonhos; usava sua análise como ferramenta terapêutica Krafft-Ebing: os desejos sexuais inconscientes podiam ser encontrados nos sonhos. Hipnose: eficiência temporária no alívio ou eliminação de alguns sintomas Associação livre de idéias + Interpretação dos Sonhos
6 A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE Primeira Teoria Tópica INCONSCIENTE: constitui-se pelos impulsos instintivos ou pulsões e das representações reprimidas ou daquelas que nunca puderam chegar à consciência, por poderem provocar dor, angústia, etc. CONSCIENTE: tudo o que conhecemos, a percepção do mundo objetivo, as lembranças, os sentimentos, o pensamento e a percepção do mundo subjetivo. PRÉ-CONSCIENTE: é o sistema psíquico que serve de intermediário entre o inconsciente e a consciência. Nele estão as representações que podem se tornar conscientes e as representações de fatos esquecidos, incômodos, mas não censurados, não reprimidos.
7 A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE Segunda teoria tópica ID: instância original. A única nos bebês e crianças pequenas. Constitui-se por impulsos ou pulsões (sexuais + agressivos). Instintos de Vida Eros. Servem tanto para a conservação (fome, sede, evitação da dor, preservação da espécie). Instintos de Morte Tânatos. São os instintos destrutivos, a agressividade. Toda pessoa tem desejo inconsciente de morrer Funciona pelo Princípio do Prazer: busca da satisfação imediata dos desejos e redução de tensões aqui e agora. EGO: é o responsável pelo contato com o ambiente, com a realidade externa e constitui a sede de quase todas as funções mentais. Componente psicológico da personalidade. Funciona pelo Princípio da Realidade: é capaz de adiar a satisfação dos desejos, tolerar frustrações. Avalia: com quem, onde, quando, de que forma identificar se uma experiência é dolorosa ou não, perigosa ou não, etc. SUPEREGO: último sistema a se desenvolver. Funciona pelos princípios éticos e morais, de acordo com os padrões sociais vigentes, representante dos valores e ideais da sociedade, transmitidos pelos pais, escola, religião, etc. Pode bloquear os impulsos do ID.
8 MECANISMOS DE DEFESA DO EGO DEFINIÇÃO: instrumentos inconscientes do ego. FUNÇÕES: lidar com os conflitos entre id, super-ego e realidade. Proteger da dor psíquica, da angústia, do medo. REPRESSÃO: manter idéias, impulsos, desejos, sentimentos, fatos sentidos como perigosos e/ou dolorosos fora do alcance da consciência. Mecanismo de defesa básico. PROJEÇÃO: atribuir a outra pessoa idéias, desejos, características, que são do próprio sujeito. TRANSFERÊNCIA ou DESLOCAMENTO: sentir e/ou perceber algo ou alguém com base em experiências passadas e não pelas suas características reais. Uma descarga afetiva (emoção, impulso) é transferida de seu objeto verdadeiro para um elemento substituto. NEGAÇÃO: negar um fato, sentimento, desejo evidentes. FORMAÇÃO REATIVA: expressar sentimentos opostos ao sentimento que produz ansiedade. O amor pode ser substituído pelo ódio, a gentileza pode substituir a crueldade, a ordem e a limpeza podem substituir o prazer da sujeira, etc. RACIONALIZAÇÃO: justificação de um comportamento, cujas razões verdadeiras são ignoradas. Apresentação de explicações falsas mas lógicas, que justificam certas ações ESCOTOMIZAÇÃO: deixar de perceber aspectos, sentimentos, desejos ou partes de uma realidade ou de uma pessoa que são
9 identificados como perigosos ou que possam mobilizar dor e/ou angústia. SUBLIMAÇÃO: impulsos inconscientes são desviados de seus objetos primitivos para fins socialmente úteis. Tem papel muito importante na adaptação do indivíduo a seu meio, permitindo ajustamento social. FIXAÇÃO: permanência temporária ou permanente num estágio primitivo do desenvolvimento, especialmente causada por frustrações e ansiedades. REGRESSÃO: retorno a um estágio anterior de desenvolvimento. FASES DO DESENVOLVIMENTO DA SEXUALIDADE HUMANA FASE IMPULSO ZONAS ERÓGENAS ORAL Sugar, (0 11/2) lamber, ANAL (11/2 3) FÁLICA (3-7) morder Expulsão ou retenção das fezes Ver e exibir Manipular os órgãos genitais Boca, lábios, língua Ânus Pênis Clítoris FIXAÇÕES Fumar, beber, beijar, fazer discursos, etc. Economia (perduláriosxavarentos) Obsessão por limpeza Escultores, pintores Voyeur Exibicionista Ginecologista
10 LATÊNCIA FASE GENITAL Relativa estabilidade Super-Ego mais estabilizado Relações Pênis sexuais Clítoris Superação do Narcisismo Escolhas objetais verdadeiras COMPLEXO DE ÉDIPO/COMPLEXO DE ELETRA MENINO MÃE: Amor PAI: ódio, rivalidade, ciúme MENINA PAI: Amor MÃE: ódio, rivalidade, ciúme Sentimento de culpa
11 Angústia de Castração (meninos) Complexo de Castração (meninas) Formação do super-ego (o que o sujeito deve ser + o que o sujeito não deve ser) CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE PARA A EDUCAÇÃO Interesse de Freud pela Educação: expectativa que o conhecimento da Psicanálise por parte dos educadores pudesse contribuir para reformar os métodos e objetivos educacionais, criando uma educação profilática. Mecanismos básicos para a aprendizagem: TRANSFERÊNCIA: - no processo terapêutico: pode se constituir em poderoso instrumento no processo de cura. - nas relações professor-aluno: possibilita ao aluno ligar-se afetivamente ao professor e a aprender. Pode constituir-se em importante instrumento no processo de aprendizagem. SUBLIMAÇÃO: - toda atividade de estudo implica/exige uma certa quantidade de sublimação de impulsos sexuais.
12 REPRESSÃO: - o desenvolvimento da personalidade é decorrente do enfrentamento de conflitos, frustrações e a abdicação da realização plena dos desejos. Papel do educador: - constituir-se como uma autoridade amorosa e saudável; - estimular a sublimação dos desejos; - buscar junto com o educando o justo equilíbrio entre o prazer individual e as necessidades coletivas; - educação sexual da criança (superando as práticas educacionais repressoras e de tendência a ocultar da criança a realidade sobre a sexualidade e amedrontá-la com argumentos religiosos; - estimular a submissão do Princípio do Prazer ao Princípio da Realidade; - conseguir equilíbrio justo entre a permissão e a proibição; - compreender as inevitáveis inter-relações entre afetividade e cognição; - considerar sempre a participação do inconsciente na construção do conhecimento;
13 - contribuir para a construção do desejo de aprender; - compreender que, embora possa organizar o processo de ensino, não tem controle sobre o efeito que produz sobre os alunos, sobre a aprendizagem, porque não tem controle sobre as repercussões inconscientes do que ensina, do papel que ocupa no inconsciente dos alunos, do papel que os alunos ocupam em seu inconsciente, etc.
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