Flexibilização curricular no Chile VERÓNICA SALGADO. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CHILE
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- Madalena Gameiro Peralta
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2 Flexibilização curricular no Chile VERÓNICA SALGADO. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CHILE
3 Contexto Prescrição curricular centralizada As definições curriculares são desenvolvidas de forma centralizada. Existe um currículo nacional obrigatório para todo o país. A partir da reforma de 1996, foi estabelecida a possibilidade de flexibilização curricular a partir dos programas de estudo. Programas de estudo São uma proposta didática sugerida. Cerca de 98% dos professores os utilizam em suas aulas, inclusive na preparação destas. Não se alcança o efeito esperado que é a elaboração própria de programas de estudo. Relação entre o currículo e o programa de estudo O currículo chileno tem uma prescrição bastante detalhada, não dá espaço para a flexibilização. Professores e professoras não conseguem fazer suas próprias propostas.
4 Nova Lei de Educação e Transição Curricular LGE Em 2009 entrou em vigor a Lei Geral de Educação, substituindo a LOCE. Essa nova Lei, no caso da educação escolar, determina que o currículo nacional deve incorporar objetivos de aprendizado, promove novos princípios para a educação e estabelece a noção de formação integral. Ciclos Curriculares A partir de 2010 se iniciou uma nova etapa de desenho curricular, passando do Marco Curricular às Bases Curriculares. Isso interrompeu o ciclo curricular que vinha sendo desenvolvido no sentido de que as atualizações do Marco Curricular não chegaram a ser implementadas. Em 2014 começaram a se efetivar as Bases Curriculares em toda a educação básica (ensino fundamental) e até hoje progressivamente no ensino médio. Transição Curricular De 2014 em diante as escolas começaram a implementar o novo currículo, entrando na etapa de transição, o que provocou confusão pelo fato de haver muito currículo sendo implementado ao mesmo tempo. Novas Bases Curriculares As Bases Curriculares entre o 1 ano do ensino básico e o 2 ano do ensino médio se sustentaram em um paradigma técnico, aumentando o detalhe da prescrição curricular. O surgimento desse currículo e o processo de transição exigiram a criação de bases curriculares para o ciclo final do ensino médio.
5 Política de Desenvolvimento Curricular Em 2015 o Ministério da Educação convocou uma comissão técnica de desenvolvimento curricular para ratificar os ciclos curriculares e avançar na estabilidade do mesmo. Essa comissão técnica propôs recomendações para originar uma Política de Desenvolvimento Curricular no Chile, sugerindo entre outras coisas os seguintes elementos centrais: 1.- Objetivos de Aprendizado de carácter nuclear. 2.- Dar espaço curricular para a flexibilização e a contextualização curricular. 3.- Importância do processo participativo. Estes elementos foram considerados no processo de criação das bases curriculares do ciclo final do ensino médio.
6 Etapas do processo Diagnóstico Consulta Pública Processo no qual foi realizado um levantamento de informações com equipes de diretores, professores e alunos, e também com especialistas em currículo e nas diferentes disciplinas. Consistiu em três processos: - Jornada em estabelecimentos educacionais com a participação de docentes e alunos. - Consulta a especialistas em currículo e nas disciplinas. (jornadas de discussão do currículo) - Consulta aberta (on-line)
7 Currículos do 3 e 4 ano do ensino médio
8 Qual o objetivo desta proposta? Responder um diagnóstico que mostra: Propuesta Na Formação Geral Na Formação Diferenciada (em ramos) Humanístico-Científica* Necessidade de maior ênfase na formação integral. Desafios de igualdade na Formação Geral do 3 e 4 ano do ensino médio. Necessidade de fortalecer a Formação Diferenciada Humanístico-Científica* (que não foi revista desde 1998). Uma definção curricular capaz de responder às demandas atuais de educação integral e cidadã para os jovens. Uma formação geral que promova oportunidades de aprendizado nas mesmas disciplinas para os três ramos do ensino médio. Uma formação diferenciada (em ramos) que enfatize aprendizados mais significativos para os desafios da sociedade atual e os interesses e as necessidades dos jovens. Uma formação diferenciada (em ramos) que aumente as possibilidades de escolha dos alunos. *La diferenciación Técnico-Profesional comenzó un proceso de implementación de Bases Curriculares el año 2016.
9 Qual é a proposta educacional? Áreas de aprendizado 3 grandes áreas nas quais se organizam as disciplinas Expressão e Sentido Representação e Compreensão Bem-estar Pessoal e Social Dimensões 3 dimensões da realidade Pessoa Sociedade e Democracia Natureza e Sustentabilidade Habilidades centrais 4 habilidades transversais de desenvolvimento Habilidades de pensamento crítico Habilidades criativas Habilidades de comunicação Habilidades de colaboração e participação
10 Nesse contexto, os propósitos formativos para o 3 e 4 ano do ensino médio propostos são: Respeito à pessoa Contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento integral dos e das estudantes em suas diferentes dimensões. Contribuir para a formação dos e das estudantes para que valorizem o trabalho e sua dignidade enquanto espaço de cidadania para contribuir com o desenvolvimento sustentável da sociedade. Contribuir para a formação de pessoas conscientes de suas potencialidades, capazes de construir uma visão de mundo e projetos de vida.
11 Nesse contexto, os propósitos formativos para o 3 e 4 ano do ensino médio propostos são: Respeito à relação da pessoa com a sociedade e a natureza Contribuir para a educação de cidadãos livres, autônomos, informados, críticos e participativos, comprometidos com a construção de uma sociedade democrática, pluralista, multicultural e solidária. Contribuir para a compreensão e valorização da diversidade biológica e cultural, assim como para uma concepção de desenvolvimento equitativo e sustentável, que promova o respeito às comunidades e ao meio ambiente. Contribuir para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis de sua relação com o espaço que habitam.
12 Como estas categorias se articulam? A noção de aprendizado dessa proposta articula o desenvolvimento das seguintes habilidades em todas as áreas de aprendizado nas diferentes dimensões da realidade. Linguagem e Humanidades Ciências: Natureza e Sociedade Desenvolvimento Pessoal Habilidades de pensamento crítico Habilidades criativas Habilidades de comunicação Habilidades de colaboração e participação
13 1. Formação Geral Plano Comum a todos os ramos (Artístico, Humanístico- Científico, Técnico-Profissional). 2. Formação Diferenciada Fortalecimento do Plano Diferenciado para alunos do ramo Humanístico- Científico.
14 Formação Geral
15 Plano comum a todos os ramos (Artístico, Humanístico-Científico, Técnico-Profissional) Formação integral e cidadã que favoreça a construção de uma base cultural comum a todos os jovens do 3 e 4 ano do ensino médio, de maneira a promover espaços para consolidar os aprendizados realizados até o 2 ano do ensino médio. O foco do plano comum é o desenvolvimento de uma visão mais integrada e multidimensional da realidade, de modo a abordar os desafios que os jovens enfrentam na vida pessoal e social.
16 O que é proposto para a Formação Geral? Um plano comum aos três ramos Consolidação de uma base cultural Plano comum que aborde as diferentes áreas da formação da pessoa e aprofunde os aprendizados desenvolvidos até o 2 ano do ensino médio. Igualdade das oportunidades de aprendizado Disciplinas e Objetivos de Aprendizado comuns aos três ramos, o que permite estabelecer um desafio de qualidade compartilhado por todos os estudantes do país. Formação integral Entendida como o desenvolvimento das diferentes dimensões do ser humano: ética, estética, corporal, emocional, espiritual, social, cultural e intelectual. Formação cidadã Formação do sujeto como parte de uma comunidade que contribua para o fortalecimento da democracia, o desenvolvimento sustentável do país e o cuidado com o meio ambiente.
17 Estrutura do plano comum Área de aprendizado: Expressão e Sentido Artes Área de aprendizado: Representação e Compreensão Ciências Naturais Área de aprendizado: Bem-estar Pessoal e Social Educação Física e Saúde Disciplina Filosofia Educação Cidadã Orientação Língua e Literatura História, Geografia e Ciências Sociais Religião Matemática Nota: O Inglês é disciplina obrigatória no plano diferenciado.
18 Com essa organização são promovidos espaços de integração, o que permite avançar na construção de um currículo mais leve em relação à carga e significativo em sua finalidade. Contempla a incorporação de um critério de avaliação por áreas. O desafio é gerar avaliações que permitam obter uma visão integrada das áreas e simplificar a estrutura de notas do Plano Comum.
19 Formação diferenciada Humanístico- Científica
20 Formação diferenciada Plano Diferenciado Humanístico- Científico (HC) vigente: Não foi atualizado desde Segundo o diagnóstico realizado: Esse ramo apresenta uma formação desatualizada em relação às demandas da sociedade e às necesidades e interesses atuais dos jovens. Existe uma demanda por parte dos jovens para ampliar as possibilidades de escolha de acordo com seus interesses e aptidões, de modo a apoiar a construção de projetos de vida. Plano Diferenciado Humanístico- Científico (HC) pretende: Oferecer oportunidades de aprofundamento e exploração nas diferentes áreas de aprendizado visando seu prosseguimento nos estudos superiores. Promover um olhar integrador e complexo da realidade. Fortalecer as possibilidades de escolha para promover a construção de projetos de vida.
21 Componentes da Formação Diferenciada HC Disciplinas de aprofundamento Artes Ciências Naturais Educação Física e Saúde Filosofia História, Geografia e Ciências Sociais Língua e Literatura Matemática Inglês Obrigatório em função dos intereses dos estudantes. Duas posibilidades de escolha: Inglês para o Mundo Científico e Tecnológico Inglês para o Ambiente Social Projeto Oportunidade de aprendizado para abordar problemas de interesse dos estudantes, integrando aprendizados desenvolvidos nas disciplinas de aprofundamento e nas do Plano Comum. A oferta de disciplinas será para todos os alunos do 3 e 4 ano do ensino médio, de modo que alunos de ambos os níveis poderão cursar a mesma disciplina de aprofundamento.
22 Organização do Plano Diferenciado Cada aluno escolhe três disciplinas de aprofundamento, escolha que deve respeitar as seguintes características: 3 ano do ensino médio O aluno escolhe três disciplinas de aprofundamento em ao menos duas das três áreas de Aprendizado (Língua e Humanidades, Ciências: Natureza e Sociedad e Desenvolvimento Pessoal). 4 ano do ensino médio O aluno escolhe três disciplinas sem restrição dentro da oferta de disciplinas possíveis, com a opção de aprofundar em uma área ou explorar outras.
23 Reflexões finais
24 O processo participativo permitiu originar uma proposta que faz sentido aos alunos e alunas. Eles são o ator principal nesse processo. Os e as docentes têm um papel fundamental no processo de desenho, desenvolvimento e implementação do currículo, pois viabilizam a proposta. Para avançar na flexibilização e na contextualização curricular devemos ter em conta que os e as docentes são profissionais com autonomia, que tomam decisões em seus contextos e necessitam de espaços, tempo e apoio para terem êxito. A construção curricular sempre implica numa tomada de decisões e é um processo de negociação de caráter bastante político, razão pela qual nunca todos os atores ficarão completamente satisfeitos, mas todos e todas devem se ver refletidos no currículo. Do contrário este não será efetivo em sala de aula. Não é possível esperar que todas as condições sistêmicas estejam dadas para mudar o currículo, este também deve alavancar mudanças no sistema. Se esperarmos que todas as condiciones estejam dadas, o currículo não mudará nem será desafiador para mobilizar processos educativos dotados de sentido.
25 Muito obrigada pela atenção!
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