AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS ESCOLAS PUBLICAS¹
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- Alessandra Vilarinho Rocha
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1 1 AS DIFICULDADES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS ESCOLAS PUBLICAS¹ BARBOSA, Raquel Santos ² oo.com.br SANTOS, Geslaine Passos² ABREU, Jeane Damas de² Maria Cleusa de Freitas³ Resumo A educação é de fundamental importância para o desenvolvimento do cidadão critico. É de tal importância que é garantida por lei, constando no art.6 da Constituição o direito a educação, cabe ao governo fornecer escolas com infraestruturas adequadas e profissionais qualificados. No entanto não é esta a realidade, várias instituições de ensino apresentam infraestrutura inadequada e profissionais tendo que lidar com situações adversas a sua qualificação. A exemplo disso podemos citar a educação inclusiva que exige dos professores, orientação diferenciada no sentido de atender a cada aluno e suas necessidades específicas. O objetivo deste trabalho é conscientizar a sociedade escolar e o poder público da necessidade de se estruturar, tanto em se tratando de ambiente físico, quanto em capacitação dos professores nas escolas para o atendimento com necessidades especiais. Este trabalho é de grande relevância social, pois trata de uma realidade encontrada na maioria das escolas públicas e as mesmas não possuem suporte adequado para receber tais alunos ditos excepcionais, dificultando o seu processo de aprendizagem. Para a realização deste trabalho foi executada uma ampla sondagem de opiniões junto aos pais e professores, uma vez que cabe a eles a competência de assegurar a educação inclusiva. Levaremos ao conhecimento da comunidade escolar os resultados obtidos a partir da realização desse trabalho para a concretização do mesmo. Palavras-chaves: Educação inclusiva, professores, alunos ¹Este artigo é referente a disciplina Estagio Curricular Supervisionado ministrada pela Prof.Maria Cleusa de Freitas com os acadêmicos do 5 período de geografia de Universidade Estadual de Montes Claros/MG, para obtenção de creditos parciais ² Acadêmicas de Licenciatura plena de Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros/MG-³ Professora do Departamento de Estagio e Praticas Escolares- DEPE
2 2 INTRODUÇÃO A educação especial destina-se a indivíduos que necessitam de assistência particular, no processo de aprendizagem e desenvolvimento. Essa é uma área da educação que através da utilização de recursos e métodos específicos, proporciona um atendimento educacional individualizado aos alunos cujas características de ordem física, intelectual e/ou emocional os impedem de adaptarem-se a programas destinados as diferentes séries do ensino regular, ao passo que a educação inclusiva está voltada para as diversidades, buscando perceber e atender as necessidades educacionais de todas as crianças, em escolas e salas de aula comuns, visando promover o desenvolvimento e a aprendizagem de todos. Sendo assim a educação especial não está desvinculada da educação regulam constituindo então uma parte ou ramo desta, voltada para o atendimento de estudantes com necessidades especiais. No Brasil a educação especial começou a se desenvolver no século XVI por médicos e pedagogos, a mesmas era feita de forma assistencialista e institucionalizada por meio de asilos e manicômios, sobre isso (MENDES, 2006) infere: no período Imperial o trabalho com surdos, mudos e cegos eram isolados do comércio social. As pessoas que apresentavam algum tipo de limitação eram tidas como diferentes e incapazes sendo as mesmas excluídas do convívio social. No entanto com as exigências de familiares, que tinham parentes com deficiências e das instituições privadas de caráter filantrópicos, em 1854 no Rio de Janeiro, ocorreu a criação do Instituto dos Meninos Cegos, atual Benjamin Constant. No ano de 1856 foi fundado o Instituto de Surdos-Mudos, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) RJ. Em 1932, inaugurou-se a Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte, através da educadora Helena Antpoff, com a finalidade de prestar atendimento aos deficientes mentais, e em 1954, com a iniciativa de familiares no sentido de buscar alternativas para os filhos deficientes mentais, surgem o movimento das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais- APAE. (Revista Eletrônica de Ciências e da Educação). Na cidade de Montes Claros a APAE iniciou seus trabalhos em 1970, atendendo alunos portadores de deficiência mental e múltipla na faixa etária de 0 a 55 anos. Fonte: ( A educação Inclusiva é, no momento, um enorme desafio para o nosso sistema educacional convencional. Uma vez que as escolas não possuem infraestrutura adequada para receber alunos com deficiências e os docentes não têm instruções de
3 3 como ministrar uma aula que beneficie o aprendizado de todos os alunos. Segundo Freire (1999, p.25): ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou sua construção. Sem instrumentos (estrutura que permita o acesso de todos, equipe pedagógica) que possibilite aos docentes ensinar com qualidade eles estará em sala de aula apenas como transmissores de informações, sendo que essas nem sempre chega aos alunos. Educação inclusiva/ especial A Educação é direito de todos assegurado pela Constituição Nacional (1988) e Declaração Universal dos Direitos do Homem (1940). O conceito de Educação Inclusiva surgiu a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca. A proposta é a inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais no ensino regular. A educação Inclusiva é um direito e segundo a Declaração de Salamanca (1994, p.8): (GLAT; FERREIRA, 2003.p.6) infere que: As crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades (...). Na área educacional, a Constituição de 1988, além de afirmar o direito público e subjetivo da educação para todos, registrou no Artigo 208, como dever do poder público, a garantia do atendimento educacional especializado para os portadores de deficiência/ preferencialmente na rede regular de ensino. É preciso adequar à estrutura do ensino, os conteúdos e métodos para uma educação eficaz dos deficientes, uma vez que a educação inclusiva esta distante deste ideal, em algumas escolas publicas brasileira. No período de estágio notamos as dificuldades desse projeto, crianças com Síndrome de Down, Autismo e outras deficiências encontrase no ensino regular sem acompanhamento profissional adequado. Ficando a cargo do
4 4 professor responsável pelo o horário desenvolver atividades diferenciadas para estes alunos. Referente a isso (MAINIERI, 2007.p.9) diz: (...) um professor sozinho pouco pode fazer diante da complexidade de questões que seus alunos colocam em jogo. Por este motivo, a constituição de uma equipe interdisciplinar, que permita pensar o trabalho educativo desde os diversos campos do conhecimento, é fundamental para compor uma prática inclusiva junto ao professor. A Educação Inclusiva foi ganhando seu espaço por meio da criação de inúmeras instituições de caráter assistencialista, cumprindo essas o papel de auxiliar os desvalidos. Ao analisar a historia educacional, Dota et all (2007), infere que o Brasil tem sido considerado o pior do mundo nessa questão. Vindo a se fortalecer paulatinamente ao longo do século XIX. A partir da segunda metade do século XX as escolas normais brasileiras adaptaram seus métodos de ensino inspiradas no modelo norte americano, que tinha como base a teoria da Carência, está por sua vez explicava o desempenho escolar com base nos níveis socioeconômicos, enfatizando que as crianças de classes mais abastadas não possuíam habilidades para o aprendizado. Não havendo uma política educacional comprometida com a democracia educacional, Rogonesi (1997). O descompromisso histórico do Estado não passa do produto de um processo político, no qual ele se coloca claramente a favor dos interesses de uma determinada classe dominante. Sobre a Educação Especial no Brasil que inicialmente foi criada o Imperial Instituto dos Meninos Cegos e o Instituto dos Surdos-Mudos, na cidade do Rio de Janeiro, mas devido a conflitos político, social, moral e econômico, estes institutos foram desvalorizados, como salienta Bueno (1993) e Mendes (2001). Bueno (1993) ainda relata que:... Enquanto os institutos brasileiros de educação especial cumpriam sua função de auxilio aos desvalidos os parisienses mantinham como oficinas de trabalho... Em campo observamos que o(a) professor(a), no caso de geografia, chega a sala de aula, ensino fundamental II, apresentava o conteúdo, explicava e aplicava as atividades, em seguida dirigia-se a carteira da aula com Down pedia-lhe o caderno e elaborava uma atividade em nível primário para a mesma. Exercícios do tipo: juntes os pontilhados e
5 5 forme as letras ou palavras, escreva com letra cursiva, entre outros; no final a professora olhava o caderno e tomava a leitura da aluna, quando o horário permitia. Segundo MACHADO (2007), Colocar crianças e adolescentes portadores de necessidades especiais nas escolas sem que sejam construídas e fornecidas as ferramentas básicas para essa integração pode ter um efeito devastador para todos os envolvidos nesse projeto. Nas salas em se encontram crianças com necessidades especiais, devem apresentar um ambiente físico adequado, ser regida por profissionais devidamente habilitados e proporcionar ao educando atendimento proporcional a sua deficiência. Sendo necessário para que isso aconteça à elaboração de programas individualizados, que visem o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, lhe proporcionando uma adequação na conduta social. MACHADO (2007) infere que: Os professores têm que ser preparados para trabalhar com essas necessidades, as crianças que frequentam as escolas devem ser orientadas para esse convívio diferente e especial sem que se criem amarras ou resistências... No período de estágio e entrevista os professores relataram que não tiveram nenhum treinamento relacionado à educação inclusiva sendo eles responsáveis por elaborar e aplicar atividades que contemple aquelas crianças. Observamos pré-adolescentes, no ensino fundamental, que tinham dificuldades para ler, escrever e se comunicar. Crianças hiperativas que saiam da sala sem autorização, dirigiam-se ao docente de formar agressiva, usando palavras de baixo calão. Com isso nota-se que mesmo quando o Sistema de Ensino difunde o acesso, alguns alunos continuam excluídos, tanto devido à falta de preparação dos educadores quanto por serem considerados um grupo de indivíduos que estão fora dos padrões homogeneizados da escola. Segundo Sant Ana (2005): Na medida em que a orientação inclusiva implica um ensino adaptado às diferenças e as necessidades individuais, os educadores precisam estar
6 6 habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos vários níveis de ensino. O que se tem visto com a implantação da educação Inclusiva são as dificuldades decorrentes da falta de qualificação dos professores em atender as necessidades educacionais especiais, devido à precarização da infraestrutura e das condições materiais para o trabalho educativo junto as crianças com deficiência. SANT ANA (2005) relata que: Na inclusão educacional, torna-se necessário o envolvimento de todos os membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados a temática. Docentes, diretores e funcionários apresentam papeis específicos, mas precisam agir coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada nas escolas. A inclusão diz respeito não apenas as escolas, mas a toda sociedade, pois ambas podem buscar meios que dará suporte ao desenvolvimento dos discentes.
7 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos então que para que haja uma maior eficiência na Educação Inclusiva, será necessária a organização de escolas e capacitação profissional, para se desenvolver com qualidade um trabalho social e humanitário com crianças, adolescentes e adultos portadores de necessidades especiais. Para que isso ocorra, é preciso pensar em mudança tanto estrutural quando cultural das escolas. Sendo necessárias mudanças nas praticas pedagógicas, com adaptação ou construção de currículos apropriados, uso de novas técnicas e recursos específicos voltados a essa clientela, uma vez que os resultados positivos dependem dessas mudanças e adaptações. Concluirmos que para tornar a Educação Inclusiva é necessária interação escola e sociedade, pois ambas podem intervir, para que melhorias de cunho estrutural e profissional ocorram. Com isso teremos um ensino voltado a promover o desenvolvimento e as potencialidades dos portadores de necessidades especiais.
8 8 Referencias bibliográficas DECLARAÇÃO DE SALMANCA, Salamanca, Espanha: Disponível em: acessado em 30 de maio de DOTA, Fernanda Piovesan. Educação Especial no Brasil: Uma analise histórica. São Paulo: Revista Cientifica Eletrônica de Psicologia da Faculdade de Ciências da Saúde de Garça FASU/FAEF, Disponível em: acessado em 03 junho de MACHADO, João Luís de Almeida. Os filhos do silêncio: na ausência dos sons e das palavras. São Paulo: Editora Intersubjetiva, Disponível em: acessado em 30 de maio de PAULON, Simone Mainieri. Documentário subsidiário à política de inclusão. Brasília: Ministério da Educação, Secretária da Educação Especial, RAIÇA, Darcy. A educação especial do deficiente mental. São Paulo: EPU, ROSSETO, Elisabeth. Processo de inclusão: Um grande desafio para o século XXI. Revista Eletrônica de Ciências (RECE), SANT ANA, Izabella Mendes. Educação Inclusiva: concepções de professores e diretores, Maringá: Disponível em: HTTP// acessado em 03 de junho de 2012.
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