CURSO DE DISTRIBUIÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

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1 CURSO DE DISTRIBUIÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS MÓDULO II.3 Segurança na utilização dos produtos fitofarmacêuticos Março 2015

2 1. Aspetos toxicológicos inerentes à manipulação e aplicação dos produtos fitofarmacêuticos 2. Símbolos toxicológicos e ecotoxicológicos 3. Informação e leitura do rótulo 4. Equipamento de proteção individual (EPI) 5. Relação entre o EPI e as diferentes características dos produtos fitofarmacêuticos 6. Alguns sintomas de intoxicação com produtos fitofarmacêuticos

3 1 Aspetos toxicológicos inerentes à manipulação e aplicação dos PF A classificação dos produtos é efectuada mediante o sistema europeu de classificação de perigosidade; Perigo característica de toxicidade intrínsecas das s.a..

4 Risco probabilidade dos efeitos ocorrerem face a uma determinada situação de exposição. Para aplicação de um mesmo PF tóxico o risco pode ser bastante diferente. Risco = Toxicidade x Exposição Toxicidade Depende das características toxicológicas dos produtos; é expressa nos rótulos (símbolos e precauções toxicológicas). NÃO é influenciada pelo aplicador. Exposição Forma de contacto com os produtos: Dermal, Inalação e Oral. É influenciada pelo aplicador.

5 Exposição a um PF É influenciada pelo aplicador e depende: Da cultura a tratar (densidade, altura,...); Das técnicas de aplicação; Do material de aplicação; Das condições de aplicação (meteorológicas, orográficas,...); Da utilização do equipamento de protecção (EPI s), adequado; Da manutenção e limpeza dos EPI s. Utilizar os PF com segurança é actuar sobre a exposição, evitando o contacto directo com os produtos

6 2. Símbolos toxicológicos e ecotoxicológicos 3 tipos de perigos principais: Perigo para o meio ambiente Perigo para a saúde (irritantes, nocivos, corrosivos, mutagénicos, tóxicos) Perigo físico ( inflamavéis, explosivos, comburentes, substâncias/ misturas auto-reactivas)

7 II.3 Segurança na utilização dos produtos fitofarmacêuticos

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9 3. Informação do rótulo da embalagem de PF O rótulo é o documento oficial que contém toda a informação sobre o produto, sua utilização correcta e recomendações. É OBRIGATÓRIO ler o rótulo e seguir as suas instruções. A informação que consta nos rótulos não é igual para todos os produtos e é fundamental para seguir as boas práticas agrícolas.

10 Rótulo da embalagem de PF

11 Rótulo da embalagem de PF (continuação)

12 Rótulo da embalagem de PF (continuação)

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17 O Regulamento (CE) n.º 1272/2008, de 16 de dezembro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas, é também conhecido por Regulamento CLP (Classification, Labelling and Packaging). Como qualquer regulamento, o CLP não necessita de transposição para o direito nacional, aplicando-se diretamente e de igual forma em todos os Estados-Membros. É executado, na ordem jurídica interna, pelo DL n.º 220/2012, de 10 de outubro.

18 ADVERTENCIA DE PERIGO - Frases H (Frases de Risco) descrevem a natureza dos perigos de uma substância ou mistura H302 - Nocivo por ingestão. H312 - Nocivo em contacto com a pele. H304 - Pode ser mortal por ingestão e penetração nas vias respiratórias. H300 + H310 - Mortal por ingestão ou contacto com a pele. H302 + H312 - Nocivo por ingestão ou contacto com a pele.

19 RECOMENDAÇÕES DE PRUDÊNCIA - FRASES P (Frases de segurança) que descrevem as medidas recomendadas para minimizar ou prevenir efeitos adversos P102 - Manter fora do alcance das crianças. P103 - Ler o rótulo antes da utilização. P270 - Não comer, beber ou fumar durante a utilização deste produto. P271 - Utilizar apenas ao ar livre ou em locais bem ventilados. P303 + P361 + P353 - SE ENTRAR EM CONTACTO COM A PELE (ou o cabelo): despir/retirar imediatamente toda a roupa contaminada. Enxaguar a pele com água/tomar um duche.

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21 Ficha técnica

22 4. Equipamento de proteção individual (EPI) O equipamento de proteção deve estar aprovado para ser utilizado na actividade de protecção das plantas. Um par de calças ou luvas comuns não protegem convenientemente. Todo o equipamento deverá apresentar o símbolo CE. Leitura do rótulo para verificar se existe necessidade de EPI S específicos (Máscaras especiais, óculos )

23 Fatos de proteção individual Fatos de proteção contra prod. químicos: - Tipo 4 : Impermeável à pulverização - Tipo 6 : Protecção limitada contra salpicos Fatos homologados especificamente para tratamentos fitossanitários (ex. Resist Spills) Portugal editou recentemente a norma NP 463 e NP468, que permite a certificação de fatos para aplicação de PF Tipo 1 impermeável a gases Tipo 2 não impermeável a gases Tipo 3 impermeável a líquidos Tipo 4 impermeável à pulverização Tipo 5 proteção contra partículas Tipo 6 proteção limitada contra salpicaduras

24 Luvas de proteção As luvas de proteção devem satisfazer a norma EN 374 (Luvas de Protecção contra Químicos e Microorganismos). Luvas de nitrilo ou neoprene. As luvas deverão apresentar na embalagem os símbolos CE e um número que indica o tempo de penetração tempo necessário para que o líquido perfure completamente

25 Máscaras de proteção Existem basicamente 3 tipos de filtros: - mecânicos - químicos - combinados (mecânicos e químicos) Filtros mecânicos -Proteção contra pós e partículas, distinguem-se pela cor branca, letra P e número de acordo com o seu poder de retenção (de acordo com a norma EN 143 para filtros para pó): P1 poder de retenção normal para partículas sólidas; P2 alto poder de retenção para partículas sólidas e líquidas; P3 máximo poder de retenção para partículas sólidas e líquidas

26 Máscaras de proteção Filtros químicos - Protegem contra gases e vapores químicos, classificados por letra e cor e o número indica o poder de retenção (1, 2 ou 3).

27 Filtro combinado - Proteção simultânea contra gases e partículas, distinguem-se pela combinação de letras, números e cor. Como reconhecer a máscara que protege adequadamente A máscara deve ter as seguintes indicações: CE seguida de 4 algarismos; Por exemplo, o filtro A2P3 tem poder de retenção alto contra vapores orgânicos e poder de retenção máximo contra partículas sólidas e líquidas

28 Botas As botas devem ser de borracha resistente Chapéu O chapéu deve ser impermeável aos salpicos e ter abas largas, de forma a proteger uma maior superfície. Viseira A viseira deve ser: - Transparente; - Que não embacie. Óculos Os óculos a utilizar devem ser convenientemente fechados, protegendo assim os olhos de poeiras, líquidos ou aerossóis.

29 Manutenção e limpeza do equipamento de proteção individual (EPI) Lavagem das botas As botas de borracha devem ser lavadas com água corrente e ainda quando se tem as luvas calçadas. Lavagem das luvas As luvas também devem ser lavadas com água corrente e sem usar detergente. Deve evitar-se o contacto das mãos com a parte exterior das luvas.

30 Limpeza do fato de proteção Faz-se por lavagem à mão ou na máquina de lavar roupa e separadamente da lavagem de roupa de uso diário. A lavagem deverá respeitar as instruções do fabricante.

31 Limpeza da viseira, óculos e máscara Os óculos e viseira devem ser lavados com água corrente, podendo utilizar-se um detergente suave. A máscara deve ser limpa com um pano húmido. No caso de máscaras reutilizáveis com filtros incorporados, ter cuidado para nunca molhar os filtros.

32 5. Relação entre o EPI e as diferentes características dos PF Adequar o equipamento ao risco Os factores que influenciam na exposição do operador são: a altura das plantas e a distância entre linhas; o material de aplicação; a técnica de aplicação e o volume de calda aplicado; a duração da aplicação; o tipo de formulação do produto; a temperatura e a humidade relativa do ar; o EPI usado

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36 6. Alguns sintomas de intoxicação com PF Factores que podem influenciar uma intoxicação: Toxicidade do produto Quantidade do produto Exposição Vias de contaminação: Absorção dermal Absorção por ingestão Absorção por inalação

37 Absorção por ingestão: Como pode acontecer? Ingestão acidental devido a armazenamento inadequado; Saqueta ou garrafa mal fechada e guardada junto a alimentos; Produto guardado numa embalagem que não é a original; Produto deixado ao alcance de crianças;

38 Absorção por ingestão (continuação): Como pode acontecer? Pequenas quantidades absorvidas pelo utilizador quando come ou fuma antes de lavar as mãos, ou quando desentope os bicos soprando-os; Gotículas da calda que chegam à boca.

39 Absorção por ingestão: COMO EVITAR? Guardar os produtos fitofarmacêuticos nas suas embalagens originais, em locais próprios, seguindo as regras para um armazenamento correcto deste tipo de produtos; Utilizar sempre o equipamento de proteção individual; Não comer, beber ou fumar durante a aplicação.

40 Absorção dérmica: Como pode acontecer? Gotas ou derrame de produto que entra em contacto directo com a pele, ou através da roupa; Escorrimento do produto durante a aplicação; Contacto com as partes tratadas das plantas; Uso de roupa ou utensílios contaminados.

41 Absorção dérmica: COMO EVITAR? Tratar apenas quando as condições meteorológicas são indicadas para o fazer; Utilizar sempre equipamento de proteção individual adequado e limpo.

42 Absorção por inalação: Como pode acontecer? Pequenas partículas de pó, gotículas da nuvem de pulverização, podem depositar-se na mucosa respiratória e acabar no pulmão; Substâncias activas na forma de gás ou vapor são rapidamente absorvidas na corrente sanguínea.

43 Absorção por inalação: COMO EVITAR? Utilizar sempre o equipamento de proteção individual adequado; Usar máscaras para pós ou gás sempre que for recomendado pelo rótulo do produto a utilizar.

44 6. Alguns sintomas de intoxicação com PF Se sentir, algum dos seguintes sintomas, quando está a manusear PF, deve parar: Geral: Extrema debilidade e fadiga; Pele: Irritação, ardor, suor excessivo, manchas; Olhos: Picadas, ardor, lágrimas, visão difícil ou nublada, pupilas contraídas ou dilatadas; Aparelho digestivo: Ardor na boca e na garganta, salivação abundante,. II.3 Segurança na utilização dos produtos fitofarmacêuticos náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia; Sistema nervoso: Dor de cabeça, enjoo, confusão e inquietação, contracções musculares, marcha cambaleante, fala balbuciante, ataques, inconsciência; Sistema respiratório: Tosse, dor e pressão no peito, dificuldade respiratória

45 SE TAL ACONTECER, ANALISE E CORRIJA O QUE NÃO ESTÁ A SER FEITO DE FORMA ADEQUADA Em caso de intoxicação, ligue Centro de Informação Antivenenos (CIAV) Caso se sinta doente procure ajuda médica: Se depois de estar em contacto com produtos fitofarmacêuticos sentir algum mal-estar, procure sempre um médico; Os sintomas de intoxicação por produtos fitofarmacêuticos podem manifestar-se algum tempo depois da exposição Mostre o rótulo do produto ao médico.

46 Medidas a tomar em caso de contaminação acidental: 1. Tire imediatamente toda a roupa contaminada; 2. Lave imediatamente e bem a zona afectada com água e sabão, mas sem esfregar demasiado para não danificar a pele; 3. No caso de contaminação dos olhos, lave-os bem com água abundante e limpa, pelo menos durante 10 minutos; 4. Vista roupa completamente limpa; 5. Se contaminar o interior das botas ou luvas, retire-as e não as use novamente. O interior das botas e luvas não se descontamina com a lavagem; 6. Não beba leite, álcool nem fume depois de uma contaminação acidental.

47 CONCLUSÃO A utilização segura dos PF é vista hoje pelos aplicadores como uma prática com vantagens competitivas e jamais como consumidora de recursos, tempo ou incómoda.