ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR: causas e consequências
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- Mauro Bastos Henriques
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1 ALERGIA E INTOLERÂNCIA ALIMENTAR: causas e consequências ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO A utilização do alimento pelo organismo depende de um processo que envolve: Ingestão Digestão Absorção Transporte Utilização Excreção FATORES QUE INTERFEREM NA NUTRIÇÃO - Modelo de produção agrícola - Quantidade de nutrientes e qualidade do alimento - REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS - RAA - Presença a de xenobióticos - Preparação e combinação dos alimentos - Mastigação - Condições psicofísicas sicas - Ambiente da refeição - Disbiose / Ritmo intestinal NOMENCLATURA DAS RAA - Intolerância Alimentar Mecanismos não imunológicos envolvidos. Por exemplo, o chocolate, o tomate e o queijo aminas vasoativas e os aditivos alimentares - Hipersensibilidade Alimentar (Alergia) Mecanismos imunológicos Manifestações intestinais: imediatas minutos após s a ingestão IgE tardias horas a dias após s a ingestão IgG Manifestações extra-intestinais: sistema geniturinário, rio, nervoso e locomotor 1
2 HISTÓRICO DAS RAA Hipócrates observou problemas gastrintestinais e urticária ria com uso do leite 1888 Samuel Gee,, descreveu a doença a celíaca relacionando-a ao consumo das farinhas 1906 Von Pirquet introduziu o conceito de alergia 1966 descoberta da IgE - hipersensibilidade imediata Década de 40 desenvolvido a ecologia clínica nica estudos das alergias a partir dos TEIXEIRA PREVALÊNCIA DAS RAA 15% da população dos EUA e da Europa apresenta manifestações alérgicas cutâneas durante as primeiras duas décadas da vida Não háh dúvida de que a doença a celíaca é mais comum do que as estatísticas sticas revelam e que o número n de casos aumentará com a disseminação doença. (Parsons) dos conhecimentos a respeito dessa PREVALÊNCIA DAS RAA Pesquisa da UnB 300 mil brasileiros com DC Hallert em estudo epidemiológico recente idade de início da DC em adulto = anos Prevalência de DC entre Diabéticos tipo 1 = dez vezes superior à da população geral 98% da população c/ manifestações alérgicas são causadas p/alergia oculta Prevalência de DC de 1:250 DIAGNÓSTICO DAS RAA 1. Exame físicof 2. Anamnese 3. Dosagem de IGE alergia imediata; IGG, IGA - DC 4. Exames complementares hemograma, albumina no sangue 5. Biópsia enteropatias e confirmação de DC 6. Dieta de eliminação e provocação (diário alimentar) Faltam dados paras as RAA não celíaca aca TEIXEIRA TEIXEIRA
3 DOENÇA A CELÍACA (INTOLERÂNCIA AO GLÚTEM) Doença a auto-imune. Ocorre atrofia do revestimento da mucosa intestinal. Mais freqüente ente no sexo feminino. Quadro clássico: edema em membros inferiores, diarréia crônica, hipotrofia da musculatura, abdome distendido e retardo no crescimento. Aspecto muito variável: vel: pessoa assintomática tica ou quadro bem definido: distensão abdominal por gases, cólicas, c náuseas e vômitos; dificuldade de adquirir peso e baixa estatura, fraqueza; alterações na pele, fraqueza das unhas, queda de pêlos; anemia por deficiente absorção do Fe e da Vit.. B12; alterações do ciclo menstrual e diminuição da fertilidade Mucosa atrofiada na DC Mucosa intestinal normal OUTROS SINTOMAS Por vezes, pode ocorrer constipação intestinal e dores de barriga freqüentes, entes, sintomas associados, geralmente, a uma barriga grande e a uma estagnação do peso e crescimento. POR QUE OCORREM AS ALERGIAS? Hereditariedade, freqüente ente ingestão de alimentos alérgenicos rgenicos, exposição precoce ao alérgeno rgeno,, toxicidade ambiental, permeabilidade intestinal Outras possíveis causas A DC deve ser rastreada em crianças as com síndrome s de Down, diabetes tipo 1, tireoidite e em casos de osteoporose precoce e infertilidade. Melhoramento genético? E os efeitos dos transgênicos no futuro? - um gene de proteína de castanha-do do-par pará inserido em soja provocou alergia em pessoas alérgicas à castanha-do do-par pará - o aminoácido produzido por uma bactéria transgênica causou a morte de 37 pessoas e doença a grave em 1500 outras 3
4 CAUSAS DA HIPER-PERMEABILIDADE PERMEABILIDADE INTESTINAL Disbiose Contaminantes ambientais Estresse crônico Medicamentos Maus hábitos h alimentares Produtos processados sensibilidade a outros alimentos - Alteração do ph e disbiose - Dietas pobres em fibras = tempo de trânsito -Carências nutricionais = mám digestão -Stress oxidativo ALERGIA X VÍCIO V ALIMENTAR Liberação de histamina, causada pela reação à substância alergênica (sensibilizante) = sensação de prazer, conforto e relaxamento Leva ao vício de consumo do alimento sensibilizante ou de seus derivados (chocolates, laticínios, doces, álcool, massas, etc.) Freqüentemente em situações de desequilíbrios vontade do consumo do alimento que causa alergia. A obesidade também pode estar associada ao vício alimentar adquirido pelos alimentos alergênicos. Formação de macromoléculas culas Absorção ão pela mucosa intestinal alterada Incompleta digestão alimentar Pobre absorção ão e assimilação ão de nutrientes Meio impróprio prio à sobrevivência dos probióticos ticos produção ão de HCl, enzimas digestivas, hormônios reguladores, fator imune, neurotransmissores... Carências nutricionais Sintomas associados ao aumento da permeabilidade intestinal Dor abdominal Dor articular crônica Dor muscular crônica Confusão mental Alteração de humor Baixa imunidade Nervosismo Infecção vaginal recorrente Febres de origem desconhecida Pouca memória Fadiga Diarréia Olaison G. et al. Scand J Gastroenterol. 1990;25(4): Munkholm P et al. Gut. 1994; 35(1):
5 Condições associadas ao aumento da permeabilidade intestinal Autismo Doença a Celíaca Doença a de Crohn Acne Artrite Disfunção hepática Sín.. Int. irritável Alergias alimentares Retocolite ulcerativa desnutrição Hiperatividade infantil Sensibilidades à químicos Síndrome da fadiga crônica Eczema Psoríase Doenças auto- imunes esquizofrenia SINTOMATOLOGIA Quantidade e freqüência de consumo determina a sintomatologia Manifestações intestinais 1. Reações imediatas quantidades mínimas m do alérgeno alimentar na primeira administração do alimento IgE específica para o alimento 2. Reações tardias em geral restritas ao TGL e sob a forma de enteropatia MANIFESTAÇÕES EXTRA-INTESTINAIS MANIFESTAÇÕES NO SISTEMA NERVOSO Inflamatórias as ites em geral Mentais falta de concentração Emocionais ansiedade, agitação, distúrbio de humor. Genito-urin urináriorio glomerulonefrites, disúria ria, disminorréia ia, infertilidade Aparelho locomotor manifestações imunológicas com reações inflamatórias articulares = artrite reumatóide ide,, febre reumática Sistema nervoso cefaléia, enxaqueca, hiperatividade em crianças. as. Relatos sobre reações psicológicas como esquizofrenia, depressão, distúrbios de comportamento causadas por alergias começaram a proliferar nos EUA desde Década de 60 Dohan relata que alguns esquizofrênicos melhoraram com a retirada do trigo e leite da dieta -Singh e Cols.. investigação confirma os dados de Dohan -Hiperatividade,, falta de concentração e distúrbios de aprendizagem (ADHD) recente estudo do Comell Medical Center,, publicado no Annals of allergy 73% das crianças as com ADHD responderam favoravelmente a uma dieta de eliminação de alimentos reativos e aditivos alimentares -Pesquisas britânicas com 78 crianças as hiperativas 59 melhoraram comportamento aderindo alimentação hipoalergênica 5
6 AUTISMO Uma microbiota alterada pode ter um papel importante na patologia do autismo FINEGOLD, S.M. et al. Gastrointestinal microbiota studies in late-onset autism. Clin Infect. Dis, 2001;v.35:S6-S16 S16 Já está bem estabelecido que compostos tóxicos t produzidos no intestino podem atravessar a barreira hematoencefálica lica WAKEFIELD, A.J. The gut-brain axis in childhood developmental disorders. Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 2002: O O autismo deve estar ligado ao metabolismo de carboidratos. A síndrome s da acidose lática l parece estar presente nas crianças as autistas COLEMAN, M., BLASS, J.P. Autism and lactic acidosis. Journal of Autism and Developmental Disorders,1985; 15:1-8 AUTISMO 400 crianças as autistas 55% tinha deficiência na produção de lactase 15% apresentou deficiência combinada de dissacaridases HARVARD AUTISM PROJECT, Initial Autism Research Findigs at Harvard Massachussetts General Hospital. DERMATITE ATÓPICA (DA) DOENÇA A CELÍACA NÃO TRATADA AUMENTA A CHANCE DE OCORRER CÂNCER? Doentes celíacos sem dieta isenta de glúten adenocarcinoma de intestino delgado 34 vezes + que a população geral adenocarcinoma de esôfago 12 vezes + linfoma não-hodgkin 9 vezes + melanoma 5 vezes + 37% de crianças as com DA alergia como causa ou agravante dos sintomas, mais freqüente ente em crianças as com alergia ao leite de vaca desencadeia ou agrava as lesões. Antígenos alimentares como ovo, soja e trigo têm demonstrado papel semelhante Doentes celíacos com dieta bem feita linfoma não-hodgkin 6 vezes + Principal causa de morte entre pacientes estudados era por linfoma não- Hodgkin relacionado a complicações a longo prazo da DC TEIXEIRA
7 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS RAA - Dieta rotatória: ria: os ecologistas clínicos rodízio entre todos os alimentos evita que desenvolva a intolerância - Tratamento da candidiase e da disbiose em geral - Dieta hipoalergênica reequilíbrio da microbiota - Prevenção precoce - orientação alimentar da gestante e nutriz não expor precocemente feto ou criança a a sobrecarga de antígenos CONCLUSÕES Há necessidade de mais pesquisas sobre a prevalência de RAA Diversos indivíduos duos com sintomas sutis e gerais (às( s vezes considerado erroneamente como sem sintomas ), sem diagnóstico adequado da RAA continuam expostos aos alérgenos alimentares sem tratamento dietoterápico adequado, podendo desenvolver doenças + graves CONCLUSÕES Biópsia negativa não é indicativo de que não há RAA. Outras alterações ou sintomas menores podem ocorrer até o diagnóstico definitivo, o que poderá se apresentar de forma mais grave Há relatos de casos de celíacos em uso de dieta contendo glútem, cujo tempo necessário para surgirem alterações histológicas na mucosa intestinal excedeu a 5 anos Hagberg et al., Suécia (1993) menina com diagnóstico aos 4 anos; reiniciou a ingestão aos 7 anos; durante 14 anos realizou biópsia intestinal e mucosa estava sempre normal; com 24 anos e doença recidivou. Caso + longo de DC latente (14 anos) REFERÊNCIAS AVARIA, M. Alergia a los alimentos. R. Chilena de Pediatria. Santiago, v. 64, n. 5, p , 357, BEVACQUIA, E. Cuando se deben usar dietas? Archivos Argentinos de Alergia. Buenos Air., v. 25, n. 4, p , 24, BRANDT, K. G. Doença a Celíaca em um grupo de crianças as e adolescentes portadoras de Diabetes. Arq. Bras. Endocrinol. Metabol. Recife, vol. 48 n. 6, Dezembro CARTER, Jill, EDWARDS, Alison. The Rotation Diet Cockbook. Washington, Dc: Element Books, COURY, S. T. Nutrição Vital: uma abordagem holística da alimentação e saúde. 3 ed. Brasília: LGE, LAZARUS, Pat. A cura da mente através s da terapia nutricional: uma abordagem ortomelecular para problemas psicológicos. RJ: Campus,
8 PENNA, F. J. Gastroenterologia pediátrica trica.. Ed. Medsi,, POVOA, H. O cérebro c desconhecido. Como sistema digestivo afeta nossas emoções, regula nossa imunidade e funciona como um órgão inteligente. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, RIBEIRO, L.F.M. PERCIAVALLE, L. FERNADES, M.F.M. et al. Urticária ria a alimentos e aditivos alimentares. Rev. Bras. Alerg. Imunopatologia. São Paulo v.17, n. 2, p , ROSÁRIO, RIO, F., N. Alergia e imunologia.. Rio de Janeiro: Cult.. MED,
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