EXPERIÊNCIAS DE ENSINO EM AULAS DE BIOLOGIA COM BOLSISTAS DO PIBID

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1 EXPERIÊNCIAS DE ENSINO EM AULAS DE BIOLOGIA COM BOLSISTAS DO PIBID Larissa Aparecida De Freitas Araujo (1); Ana Cláudia Bernardes Dias (1); Talles Fillipe Barcelos Vieira (2); Reile Ferreira Rossi (3); Wanessa Cristiane Gonçalves Fialho (4) 1, 2- Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás-UEG, Campus de Quirinópolis, Go. 3- Professor de Biologia da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte de Goiás, supervisor no Colégio Estadual Dr. Onério Pereira Vieira. Professor na Universidade Estadual de Goiás UEG, Campus Quirinópolis-Go, doutorando em Zoologia pela Universidade de Brasília, reilerossi@yahoo.com.br 4- Coordenadora do subprojeto de Ciências Biológicas, na Universidade Estadual de Goiás-UEG, Campus Quirinópolis-Go, doutoranda em Educação pela PUC CAMPINAS, SP. Eixo 08: Relatos de Experiência Resumo: O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação e tem por finalidade apoiar a iniciação à docência de estudantes de licenciaturas nas universidades brasileiras, com o fortalecimento da sua formação para o trabalho em escolas do ensino básico. Os bolsistas, juntamente com seus supervisores, levam novas metodologias de ensino para as salas de aula, de forma didática e lúdica; essas mudanças fazem com que o ambiente escolar se torne mais agradável e atrativo. Dessa maneira, o presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências de alunos bolsistas do PIBID que estão em plena atividade no subprojeto de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás, Campus Quirinópolis. Para a execução deste subprojeto todas as atividades a serem realizadas nas escolas são planejadas pelos bolsistas juntamente com a professora coordenadora e o professor regente, supervisor do projeto. O planejamento ocorre semanalmente durante as reuniões realizadas na universidade, em seguida são executados os projetos utilizando diferentes metodologias. Durante todas as atividades, os alunos do ensino básico puderam aplicar os conhecimentos teóricos, apresentados na sala, em práticas diversas, fazendo com que sua aprendizagem fosse reforçada. Os bolsistas aprenderam formas diferentes, divertidas e eficazes de aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade; afinal, aprender não precisa necessariamente ser desinteressante e cansativo. Palavras-Chave: Práticas de Ensino; PIBID; Metodologias para biologia. Introdução O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação e tem por finalidade apoiar a iniciação à docência de estudantes de licenciaturas nas universidades brasileiras com o fortalecimento da sua formação para o trabalho em escolas do ensino básico. Na Universidade Estadual de Goiás, Campus de Quirinópolis, o projeto é desenvolvido gepeec@gmail.com Página 1444

2 pelos acadêmicos bolsistas por meio dos subprojetos, com destaque para o subprojeto de Ciências Biológicas. O subprojeto valoriza o processo de formação de professores e para a valorização dos professores da rede pública, contribuindo para uma maior integração entre escola e universidade. Assim, os alunos bolsistas são inseridos na prática de ensino antes de seus respectivos estágios e as atividades por eles desenvolvidas são mediadas pelos professores que atuam na rede pública de ensino (SÁ; GARRITZ, 2014). O PIBID foi criado como lei de estado em 2013 e abrange todo o país. São incluídos como bolsistas os alunos de universidades públicas e que fazem parte de cursos de licenciatura. A estrutura do projeto conta com um professor coordenador do subprojeto e um professor regente do ensino público, que atua como supervisor. Todos os trabalhos realizados são planejados em conjunto pelos membros do subprojeto (SÁ; GARRITZ, 2014). Os bolsistas juntamente com seus supervisores levam novas metodologias de ensino para as salas de aula, de forma didática e lúdica; essas mudanças fazem com que o ambiente escolar se torne mais agradável e atrativo, fato esse que eleva a importância desse projeto na formação de futuros professores (GAMA et al., 2013). De acordo com Pinto (2014), o PIBID é de grande importância para os acadêmicos porque supervaloriza o magistério, incentivando a atuação em escolas da rede pública com ensino básico; o mesmo faz com que o ensino superior entre em contato com o ensino básico. O projeto ainda contribui para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações dos acadêmicos nos cursos de licenciatura e aumentando suas experiências com novas metodologias e tecnologias para o ensino de Biologia. Sendo assim, os principais objetivos do PIBID estão em levar os acadêmicos das licenciaturas para as escolas públicas, para que eles entrem em contato com os alunos do ensino básico; vivenciar o cotidiano escolar, para observar as facilidades e dificuldades no processo de ensino e aprendizagem (JORGE; VIANA; PEIXOTO, 2012). Além disso, o PIBID é uma oportunidade para os acadêmicos aperfeiçoarem as habilidades e adquirirem experiências na área da docência, promovendo melhorias na formação inicial. Esta atuação dos acadêmicos em sala de aula abre um caminho para a aprendizagem de novas tecnologias e metodologias a serem utilizadas em seu futuro gepeec@gmail.com Página 1445

3 magistério. Estas tecnologias aumentam o interesse dos alunos em relação à aprendizagem, pois nem sempre são disponibilizadas aulas diferenciadas e motivadoras. Alguns alunos só conseguem aprender com mais precisão ao se utilizar metodologias diversas das aulas expositivas. Sobre a importância do uso de variadas metodologias de ensino e a utilidade delas para o ensino de biologia, diversos autores comungam com o pensamento de que a medida que a sociedade evolui, novos métodos também vão surgindo, ou se modernizando, pois, como afirma Piletti, 2006, esses métodos ganham cada vez maior sofisticação, à medida que passam a ser equacionados em termos de tecnologias que perseguem fins viáveis, onde o planejamento do que fazer é colocado em termos de estratégias a serem escolhidas para uma ação ótima (p. 103). Nesse sentido, os professores buscam, cada vez mais, novos tipos de metodologias para melhorarem a aprendizagem em sala de aula. As metodologias de ensino devem ser utilizadas de acordo com o conteúdo, a idade dos alunos e os tipos de recursos disponíveis na escola. As aulas devem incluir uma diversidade de modalidades didáticas, pois cada situação exige uma solução própria; além do que, a variação das atividades pode atrair e interessar os alunos, atendendo às diferenças individuais (Krasilchik, 2005, p. 77). Dessa maneira, o presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências de alunos bolsistas do PIBID que estão em plena atividade no subprojeto de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás, Campus de Quirinópolis. Metodologia O subprojeto do PIBID do curso de Ciências Biológicas da UEG, Campus de Quirinópolis abrange o ensino na educação básica, atuando em escolas públicas do município de Quirinópolis-GO. Em seu primórdio, sua atuação ocorreu no Colégio da Polícia Militar de Goiás CPMG Dr. Pedro Ludovico, durante os anos de 2014 e 2015, trabalhando com alunos do ensino fundamental. Em seguida atuou no Colégio Estadual Independência no ano de 2016, com turmas de Ensino Médio e em 2017 tem como escola parceira o Colégio Estadual Dr. Onério Pereira Vieira, também desenvolvendo as atividades nas turmas de Ensino Médio. Para a execução deste subprojeto todas as atividades a serem realizadas nas escolas são planejadas pelos bolsistas, juntamente com a professora coordenadora e o gepeec@gmail.com Página 1446

4 professor regente, supervisor do projeto. O planejamento das ações ocorre semanalmente, durante reuniões que ocorrem na universidade, em seguida os projetos são executados utilizando diferentes metodologias, tais como: aulas práticas no laboratório, aulas demonstrativas em sala de aula e nos laboratórios de multimídia, paródias, simulações, teatro com fantoches, atividades lúdicas, oficinas, feiras de ciências e excursões. Resultados e Discussão Desde o primórdio da atuação do projeto e seu devido subprojeto, foram realizadas atividades não só no colégio Independência, mas em outras escolas do município em que o subprojeto teve sua atuação. Ao total foram 12 atividades realizadas ao longo do ano, dentre elas encontramos, aulas práticas em laboratórios, oficinas, paródias, visitas, palestras, trilhas ecológicas e conteúdo audiovisual. A materialização e contextualização de um conteúdo não precisa necessariamente de um laboratório e equipamentos sofisticados; seu objetivo é fazer com que o aluno compreenda o conteúdo e o contexto nele inserido (BORGES, 2002). Quando o subprojeto atuava no CPMG-Pedro Ludovico, no mês de outubro de 2015 os alunos fizeram uma visita ao Jardim Botânico-Herbário-Jar situado nas dependências da UEG-Campus Quirinópolis. Com a supervisão dos alunos bolsistas eles puderam observar a flora daquele ambiente, conhecer alguns princípios de ecologia, entrar em contato com a natureza ali presente, aprender sobre espécies de animais e plantas do bioma Cerrado e o mais importante, sair do ambiente escolar e da rotina tradicional de ensino. Durante o mês de junho de 2015, houve a feira de ciências evento que envolveu toda a escola e os subprojetos que atuam na mesma participaram. Foram desenvolvidos vários projetos que auxiliaram na melhoria de aprendizagem dos alunos e nas interações aluno/professor, aluno/aluno. Com o início da semana da árvore do ano de 2015, os alunos bolsistas desenvolveram várias atividades lúdicas com os alunos e em sequência um plantio de árvores nas calçadas do Colégio. Esta atividade foi importante para os alunos vivenciarem, na prática, experiências de educação ambiental. Além de verem e estudarem sobre a importância das árvores, e da proteção e conservação do planeta. gepeec@gmail.com Página 1447

5 Uma das aulas práticas que foi realizada no laboratório de Ciências do Colégio Estadual Independência, teve como temática o estudo de briófitas e ocorreu no mês de abril de Nesta prática os acadêmicos bolsistas coletaram materiais biológicos para serem analisados ao microscópio e lupa pelos alunos dos segundos anos do Ensino Médio (Figura 1). Figura 1. Alunos do Colégio Estadual Independência, durante as explicações sobre as estruturas das briófitas, no laboratório de Ciências. A partir das atividades desenvolvidas foi possível a visualização das microestruturas dessa classe vegetal, bem como o entendimento do ciclo de vida e importância das briófitas. Em outra atividade prática, sobre histologia humana, foram analisados cortes histológicos ao microscópio óptico. Foram utilizadas lâminas com tecidos animais como rins e língua. Durante a atividade os bolsistas auxiliaram no manuseio do material e explicaram aos alunos a estrutura de cada tecido e como identificá-los em cada lâmina histológica. Segundo Krasilchik (2005), as aulas práticas podem atuar contribuindo para a melhor interação e aprendizagem dos discentes, possibilitando uma visão diferente e mais objetiva da sala de aula, aumentando o interesse por parte dos alunos do ensino básico. Dentre as modalidades de ensino existentes, as aulas práticas podem ser consideradas como os meios mais adequados para a descaracterização das aulas convencionais, pois tornam o conhecimento palpável e acessível. Sobre esse assunto, Santos (2011) afirma que um dos objetivos do PIBID é levar inovação para as aulas, no cotidiano da escola, e fazer com que o acadêmico entre em contato com os alunos do gepeec@gmail.com Página 1448

6 ensino básico e transmitindo o conhecimento de uma forma mais interessante, com o uso de diferentes recursos didáticos, como é mostrado na figura1. Em outra atividade, para o complemento do ensino teórico de citologia, os alunos dos A) pelos bolsistas, produziram estruturas de B) primeiros anos do ensino médio, orientados células animais e vegetais com guloseimas e massas comestíveis (Figura 2). Esta atividade teve como objetivos identificar as estruturas celulares, diferenciar os tipos de células (animal e vegetal) e incentivar os alunos a colocar o conhecimento teórico e a criatividade em prática. Sobre esse assunto Rosa (2012), afirma que o professor tem a função de fornecer ao aluno aulas diversificadas para motivá-lo, adquirindo novos conhecimentos. Figura 2. Células comestíveis com suas respectivas estruturas, organizadas pelos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Independência, Quirinópolis-GO. A, células animal; B, célula vegetal. Dessa maneira o processo de ensino, em maior parte de ciências e biologia, deve ser adaptado às novas formas de aprendizado, para fazer com que o aluno busque a descoberta, e o professor possa orientá-lo, fazendo com que ele mesmo busque o aprendizado, tirando suas dúvidas e o auxilie a resolver problemas e a esclarecer questões (KRASILCHIK, 2005). A paródia foi outra modalidade didática realizada como aula diferenciada. Os conteúdos abordados foram os sistemas circulatório, respiratório e digestório. Esta atividade foi utilizada pelos bolsistas para reforçar a aprendizagem por meio de músicas, um método bem criativo, diferenciado e que foge do padrão tradicional de ensino (Figura 3). Contatos: cecifop@gmail.com gepeec@gmail.com Trabalho Completo Página 1449 CECIFOP/2017

7 Figura 3. Acadêmica bolsista utilizando o violão como instrumento musical para apresentar a paródia. Ao utilizar a música como um recurso em sala de aula, essa pode aproximar e melhorar o relacionamento entre aluno e professor, uma vez que a música é capaz de tornar o ambiente mais agradável e as aulas mais atrativas, descontraídas e divertidas, auxiliando na aprendizagem e no ensino da disciplina (VICINGUERA; CUNHA, 2012). As atividades realizadas nos colégios contribuíram para que todos adquirissem um vasto conhecimento sobre biologia e os bolsistas aplicassem de forma variada as metodologias existentes para o ensino de biologia. Conclusão Durante todas as atividades do projeto, os alunos do ensino básico puderam aplicar os conhecimentos teóricos, apresentados na sala, em práticas diversas, fazendo com que sua aprendizagem fosse reforçada. Os mesmos aprenderam que o conhecimento pode ser apresentado de uma forma diferente da tradicional e que as atividades práticas são importantes para o processo de aprendizagem. Além disso, as atividades realizadas nos colégios contribuíram com o despertar de um maior interesse pela aprendizagem e pelas formas diversas que o ensino de biologia lhes oferece, tornando as aulas mais interessantes e completas com intercâmbio entre teoria e prática. Os bolsistas também aprenderam formas diferentes, divertidas e eficazes de aplicar os conhecimentos adquiridos na universidade; afinal, aprender não precisa necessariamente ser desinteressante e cansativo. Eles também se envolveram nas atividades adquirindo mudanças nas próprias experiências vivenciadas na escola no dia a dia com os alunos, o que coopera com uma formação inicial mais sólida e repleta de experiências positivas para o tornar-se professor. gepeec@gmail.com Página 1450

8 Agradecimentos: Esta pesquisa tem o apoio financeiro da CAPES/PIBID. Referências GAMA, A. G. B.; JÚNIOR, E. B. M.; BARBOSA, E. M.; NETO, F. P. S.; TARGINO, K. F. C.; SOUZA, M. C. M.; FERNANDES, P. R. N. A importância do projeto PIBID na formação dos alunos de licenciatura em química do IFRN campus - Apodi. In: 4 CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO IFRN. p , Currais Novos. Anais..., JORGE, I. C.; VIANA, D. R.; PEIXOTO, J. C. Diagnóstico para realização das atividades do programa institucional de bolsa de iniciação à docência PIBID/ Biologia na escola municipal João Luiz de Oliveira, Anápolis, GO. Unievangélica/UEG KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, PILETTI, C. Didática Geral. São Paulo: Ática, ROSA, A. B. Aula diferenciada e seus efeitos na aprendizagem dos alunos: o que os professores de biologia tem a dizer sobre isso? f. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. SÁ, L. P.; GARRITZ, A. O conhecimento pedagógico da "natureza da matéria" de bolsistas brasileiros participantes de um programa de iniciação à docência. Educación Química, México, v. 25, n. 3, SANTOS, L. C. M. Experiência com a utilização dos recursos didáticos nas aulas de ciências do 7 ano na escola estadual prof Arício Fortes. V Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade p. VICINGUERA, F.; CUNHA, M. B. A utilização de músicas e poesias no ensino de química. O professor PDE e os desafios da escola pública Paranaense. Paraná, v. 1, p. 1-19, PINTO, Eliane Ap. Toledo; et al. A contribuição do pibid para a formação de licenciandos. Mimesis, Bauru, v. 35, n. 1, p , gepeec@gmail.com Página 1451