Curso de Especialização em Trabalho, Educação e Movimentos Sociais

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1 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE Curso de Especialização em Trabalho, Educação e Movimentos Sociais A Direção da EPSJV comunica a abertura do processo de seleção para a Turma do CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRABALHO, EDUCAÇÃO E MOVIMENTOS SOCIAIS, no âmbito do Convênio CNPq/MDA/Incra 26/2012, no período e condições abaixo especificados. O curso se destina, de acordo com o convênio citado, a qualificar a formação de professores, alunos e técnicos extensionistas, a geração de conhecimentos, capacitação técnico profissional e os serviços de Assistência Técnica Extensão Rural junto aos assentados, considerando os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação do Campo e do PRONERA 1 (Decreto nº 7352/2010), do Programa Fomento à Agroindustrialização e à Comercialização TERRA SOL, e a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Lei nº , de 11 de janeiro de 2010). O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) é um programa articular das ações de vários ministérios, de diferentes esferas de governo, de instituições e movimentos sociais e sindicais de trabalhadores/as trabalhadoras rurais para qualificação educacional dos assentados da Reforma Agrária. 1. Critérios de Seleção e Pré-Requisitos para ingresso no Curso: a) Ser graduado;

2 b) Ser vinculado a um assentamento de Reforma Agrária oficializado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA; c) Atuar prioritariamente em atividades ligadas à educação nos assentamentos rurais, ou atuar na coordenação pedagógica de escolas do campo, ou em cursos formais/centros de formação nas áreas de Reforma Agrária; d) Participar de todo o processo seletivo. 2. Da Inscrição: As inscrições deverão ser efetuadas na Secretaria Escolar da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz, no período de 03/06/2013 a 07/06/2013, mediante preenchimento da ficha de inscrição acompanhada da documentação requerida. Os candidatos também poderão efetuar a inscrição pelo site da EPSJV: Endereço da EPSJV: Avenida Brasil, º andar Sala Manguinhos, Rio de Janeiro, CEP: Telefone: (21) Do número de vagas: Número de vagas: 50 (cinqüenta). 4. Processo de Seleção: A seleção será efetuada através de: a) prova escrita, discursiva, de caráter eliminatório, constando de questões que versarão sobre temas relacionados à área de Trabalho, Educação e Movimentos Sociais. A prova escrita visará identificar o grau de conhecimento dos candidatos sobre os principais temas estruturantes do curso, bem como avaliar a sua capacidade de leitura, interpretação e expressão escrita. A prova será disponibilizada na página eletrônica da EPSJV, no dia 13/06/2013, e os candidatos terão até o dia 18/06/2013 para enviála respondida através do endereço eletrônico: temsturma2@fiocruz.br; b) carta de intenções, justificando o interesse no curso, de caráter eliminatório, que deverá conter: as motivações e as condições do candidato para a realização do curso; o tema da pesquisa e a forma como esta será desenvolvida; e a indicação da Linha de Pesquisa a qual estará vinculada (Ver Documento sobre Linhas de Pesquisa em anexo). A carta deverá ser enviada até o dia 18/06/2013 para o endereço eletrônico: temsturma2@fiocruz.br. 4.1 Para ser aprovado, o candidato deverá obter nota mínima 7,0 (sete) em cada etapa. 4.2 A classificação será feita por ordem decrescente da média aritmética das notas obtidas em cada etapa. A seleção ocorrerá de acordo com o seguinte calendário: Calendário da Seleção

3 Período de Inscrições Prova Escrita Prazo para envio da prova escrita e da carta de intenção Correção da Prova Escrita e Análise das Cartas de Intenção 03/06/2013 a 07/06/ /06/2013 a 18/06/ /06/ /06/2013 a 24/06/2013 Na página eletrônica da EPSJV Será colocada na página eletrônica da EPSJV no dia 13/06/2013 A prova escrita e a carta deverão ser enviadas para temsturma2@fiocruz.br Até às 23h 59min Divulgação do Resultado 26/06/2013 Recurso 27/06/2013 Resultado final 01/07/2013 Na Secretaria Escolar e na página eletrônica da EPSJV Enviar para o temsturma2@fiocruz.br Na Secretaria Escolar e na página eletrônica da EPSJV Divulgação do Resultado da Reclassificação Matrícula dos reclassificados 23/09/ /05/2014 a 30/05/2014 Na Secretaria Escolar e na página eletrônica da EPSJV Na Secretaria Escolar e na página eletrônica da EPSJV O não cumprimento dos horários e normas estipulados neste Edital implicará a exclusão do candidato na seleção. 4.3 Reclassificação: Em casos de evasão ou desistência, serão chamados, para a segunda etapa do curso, os candidatos aprovados e não classificados na primeira chamada de acordo com os termos do Manual de Orientação do Pronera (dados), onde se lê: "8.11. EVASÃO/DESISTÊNCIA: Em caso de evasão e desistência, o educando poderá ser substituído até a segunda etapa do tempo escola, desde que a instituição de ensino assegure a reposição de 75% da carga horária das disciplinas ministradas ao educando que o substituiu" (Manual de Operações do Pronera, Edição revista e atualizada de acordo com o Decreto n.º 7.352/2010 e Acórdão TCU nº 3.269/2010. (Aprovado pela Portaria/Incra/P/Nº 238, de 31 de maio de 2011) Da matrícula: Os candidatos aprovados deverão efetivar sua matrícula de 08/08/2013 a 31/08/2013, entre 08 e 17 horas, na Secretaria Escolar da EPSJV/Fiocruz.

4 Serão considerados desistentes os candidatos selecionados: a) que não realizarem a matrícula no período previsto; b) que realizarem a matrícula e não comparecerem à primeira semana de aula sem qualquer justificativa. Tal justificativa deve ser apresentada à Secretaria Escolar, previamente ao início das aulas, ou, no máximo, até o segundo dia útil da segunda semana de aula. Os candidatos reclassificados deverão efetivar a sua matrícula de 05 a 30 de maio de DOCUMENTAÇÃO PARA MATRÍCULA 2 (duas) fotos 3x4 de frente e recentes; cópia do diploma de graduação ou declaração de conclusão do curso de graduação; cópia do histórico escolar de graduação; cópia da identidade; cópia do CPF; cópia de declaração de vínculo com a Reforma Agrária; Curriculum Vitae, preferencialmente no modelo Lattes (Ver Plataforma Lattes em Observação: os documentos exigidos para matrícula deverão se apresentados em originais e se prestarão a mera conferência e autenticação, em confrontação para aceite das cópias, sendo imediatamente devolvidos aos candidatos. Os casos omissos e as situações não previstas neste Edital serão resolvidos pela Direção da EPSJV/Fiocruz. Rio de Janeiro, 29 de maio de Paulo César de Castro Ribeiro Diretor da EPSJV

5 Endereço para Correspondência e Informações: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio / Fundação Oswaldo Cruz. Programa de Pós-graduação em Educação Profissional em Saúde Coordenadoras: Profª. Drª. Neise De Luiz, Profª. Drª. Carla Martins e Profª. Drª. Ana Margarida Campello End: Avenida Brasil, º andar Sala Manguinhos, Rio de Janeiro, CEP: Telefone: (21) BIBLIOGRAFIA BÁSICA PARA A PROVA DE SELEÇÃO: FREITAS, Luiz Carlos. Escola Única do Trabalho. In: CALDART, Roseli Salete, et al. (orgs.) Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro/São Paulo: EPSJV- Fiocruz/Expressão Popular, 2012, pp Acessível no endereço eletrônico: FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação Politécnica. In: CALDART, Roseli Salete, et al. (orgs.) Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro/São Paulo: EPSJV-Fiocruz/Expressão Popular, 2012, pp Acessível no endereço eletrônico: CALDART, Roseli Salete. Educação do Campo. In: CALDART, Roseli Salete, et al. (orgs.) Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro/São Paulo: EPSJV-Fiocruz/Expressão Popular, 2012, pp Acessível no endereço eletrônico: LEHER, Roberto. 25 anos de Educação Pública no Brasil: notas para um balanço. In: GUIMARÃES, Cátia, et al.(orgs.). Trabalho, educação e saúde: 25 anos de formação politécnica no SUS. Rio de Janeiro: EPSJV, 2010, pp Acessível no endereço eletrônico:

6 Anexo 1: LINHAS DE PESQUISA 1. Trabalho e Educação Ementa: O trabalho como base ontológica do Ser Social. A dinâmica das sociedades de classe e, em especial, a sociedade capitalista, subordina a educação à divisão social do trabalho (opondo trabalho manual a intelectual; campo e cidade, etc.), reservando níveis diversos de educação aos diferentes setores da classe trabalhadora e 'filtrando' (meritocracia) a ascensão de alguns dos integrantes dos setores populares às condições de produção do conhecimento. A crítica de Marx incide tanto sobre a forma da organização da sociedade capitalista, quanto sobre a própria configuração do trabalho, alienado de sua sociabilidade sob o peso da dominação do capital. A Educação não pode ser separada da forma social na qual o trabalho se exerce, porém não pode se limitar a endossar a mesma forma do trabalho, o que representaria a perpetuação das classes sociais. Precisa pois ter clara e sempre presente essa contradição, para apropriar-se criticamente dos saberes e técnicas disponíveis, enfrentando a divisão social naturalizada que concentra e se apropria das condições de formulação do conhecimento (e da longa história humana de produção de conhecimento) e desqualifica as contribuições realizadas pelos próprios trabalhadores (o saber popular). Esta linha pretende evidenciar as tensões que atravessam as relações entre Trabalho (e a divisão social que constitui sua base) e Educação, pensando as formas particulares de trabalho (o trabalho e a Educação do Campo, por exemplo) sob as condições da totalidade da dominação do capital e as formas rígidas pelas quais a Educação parece se apresentar (escolarização seriada, meritocracia, individualismo concorrencial, etc.). Debater a questão do sujeito revolucionário. Não basta identificar um 'sujeito-trabalhador' abstrato, mas é preciso estabelecer as condições reais nas quais a classe trabalhadora produz a existência coletiva e, portanto, identificar as contradições fundamentais que unificam uma classe trabalhadora fragmentada pelo capital e, ao mesmo tempo, socializada no processo geral da divisão social do trabalho. Bibliografia Básica: GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Rio, Civilização Brasileira, 2000 a MANACORDA, Mario. O princípio educativo em Gramsci. Porto Alegre, Artes Médicas, MARX, K. Manuscritos Econômico-Filosóficos e outros escritos. SP, Ed. Abril Cultural, MARX, K. e Engels, F. A Ideologia Alemã. SP, Ed. Boitempo, SAVIANI, Dermeval. O choque teórico da politecnica. Trabalho, Educação e saúde. 1(1): , EPSJV, Estado, políticas públicas de educação e luta de classes Ementa: Na sociedade capitalista madura, isto é, na qual se estenderam as relações mercantis lastreadas por extensa expropriação da população, todos os espaços tornam-se, aberta ou veladamente, âmbitos de luta de classes. Desde a menor forma organizativa popular ou patronal, até os partidos, da mídia à família, diferentes tensões expressam a exasperação das contradições, traduzidos mais ou menos claramente em lutas sociais. Multiplicam-se aparelhos privados de hegemonia e aprofunda-se a relação entre eles e o Estado, ampliando-o, além de modificar as condições da hegemonia da dominação burguesa e da luta contra-hegemônica. O próprio conceito de educação e de política precisa dar conta das diferentes instâncias que formulam práticas pedagógicas, a começar pelo Estado. Temas como a relação entre o público e o privado (gênese do debate, trajetória dessa dicotomia e suas novas formas) integram essa linha. Análise das formas de organização pedagógica da dominação, através da disseminação de aparelhos privados de hegemonia e sua atuação no âmbito estatal precisam ser empreendidas e contrapostas às propostas de acesso (exercício de direitos) e de socialização do

7 conhecimento (emancipação). Análise dos processos concretos, de experiências organizativas, curriculares, políticas e pedagógicas hegemônicas (burguesas) e contra-hegemônicas (populares) e das contradições que emergem no próprio decorrer dos processos educativos, tanto hegemônicos quanto nas formas de luta emancipatória. A questão da universidade: a dimensão pública e privada no Brasil; a gestão privada do público; movimentos sociais em luta pela socialização da educação (experiências, práticas, possibilidades e limites) e as condições reais da luta pela socialização da vida. Bibliografia Básica: GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. Rio, Civilização Brasileira, 200 a POULANTZAS, Nicos. O Estado, o Poder e o Socialismo. Rio, Graal, Universidade, Ciência e hegemonia: a questão da consciência Ementa: A produção do conhecimento e sua subordinação ao capital (ou ao desenvolvimento capitalista) afeta ontológica e epistemologicamente os métodos, objetos e conceitos utilizados. Porém, sendo a sociedade uma unidade contraditória, a luta de classes está também presente na Universidade e na produção do conhecimento. A importância da presença dos movimentos sociais nas universidades públicas, trazendo as grandes questões, reivindicações e pautas de luta modifica o ambiente universitário e pode contribuir para a produção de conhecimento contra-hegemônico. Ciência e saberes populares: contraposição ou complementaridade? As formas históricas da produção do conhecimento; o trabalho como a proto-forma da humanização e como base de produção do conhecimento; as condições históricas do trabalho e as formas da expropriação do conhecimento popular e de sua concentração capitalista. A relevância epistemológica da identificação do núcleo de bom-senso presente de maneira difusa no senso comum. A ampliação do acesso a universidade, o acréscimo de etapas no processo de formação acadêmica (especializações, mestrados profissionais, mestrados acadêmicos, doutorados, pós-doutorados, etc.), contraposto ao seu aligeiramento. Universidade e movimentos sociais: teor, escopo, alcance e limites das lutas na produção do conhecimento e na universalização da educação. Luta social e mecanismos de financiamento à educação e à pesquisa: ciência, inovação, técnica e tecnologia. Bibliografia Básica: BOURDIEU, Pierre. O campo científico. In Grandes cientistas sociais. Ed. Ática, GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. Rio, Civilização Brasileira, 2000 a LANDER, Edgardo. A ciência neoliberal. In: CECEÑA, Ana Esther (Org.). Os desafios das emancipações em um contexto militarizado. São Paulo: Expressão Popular/Clacso, IASI, Mauro. O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência. São Paulo: Boitempo, Movimentos sociais e as experiências da luta pela educação. Ementa: As bases teóricas para uma educação emancipadora, de cunho escolar e extra-escolar. As formas educativas e pedagógicas da dominação e as condições/formulações da luta emancipatória. Que escola e qual educação para a revolução? Tensões e contradições entre educação escolar, saber e práticas populares e/ou emancipatórias, conquistas populares formais ou parciais (expansão da escolarização) e novas tensões na formação político-ideológica. A questão do direito burguês e seu impacto nas experiências de universalização da educação escolar. A organização dos trabalhadores em educação. Educação do campo (contra-hegemonia) e educação rural (hegemonia). Bibliografia Básica: CALDART, Roseli S. Pedagogia do Movimento Sem Terra. São Paulo: Expressão Popular

8 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, IASI, Mauro. O dilema de Hamlet: o ser e o não ser da consciência. São Paulo: Boitempo, SNYDERS, Georges. Escola, classe e luta de classes. São Paulo: Centauro, THOMPSON, E. P. Educação e experiência (texto sobre método e educação popular), In: Os românticos, Rio, Civilização Brasileira, 2002.