RESIDENTES NÃO HABITUAIS EM PORTUGAL
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1 RESIDENTES NÃO HABITUAIS EM PORTUGAL ENQUADRAMENTO E CONDIÇÕES O Regime Fiscal dos Residentes Não Habituais (RNH), criado através do decreto-lei nº 249/2009 de 23 de setembro que alterou os artigos 16º, 22º, 72º e 81º do código do imposto sobre os rendimentos das pessoas singulares e que aprovou o código fiscal do investimento, é um regime previsto na lei fiscal que consiste na introdução de regras específicas para tributação dos rendimentos auferidos e permite às pessoas individuais beneficiar de um regime fiscal especial durante 10 anos. Aplica-se aos sujeitos passivos do IRS que, não tendo residido em Portugal, para efeitos fiscais, nos últimos 5 anos, transfiram para o território português a sua residência e tem em vista atrair para Portugal profissionais não residentes qualificados em atividades de elevado valor acrescentado ou da propriedade intelectual, industrial ou know how, assim como beneficiários de pensões auferidas no estrangeiro. A portaria nº 12/2010, de 7 de janeiro complementou a aplicação do regime e a lei nº 20/2012, de 14 de maio atualizou a sua redação. Condições de Acesso Ser considerado residente fiscal em portugal num dado ano e não ter sido tributado como tal em nenhum dos 5 anos anteriores Taxa de Imposto 20% Período durante o qual poderá beneficiar do regime 10 anos ESCRITÓRIOS Lisboa Av. Da Liberdade, 245, 4-A, T lisbon@fernandomessias.pt Faro Pça Liberdade Edif. Sto Ant.º, 75, 1.ª/2/3, T F secretariado@fernandomessias.pt
2 Destinatários Através da aplicação de um método privilegiado de isenção que consiste na eliminação da dupla tributação jurídica internacional dos rendimentos de fonte externa e na aplicação de uma taxa especial de 20% (tributação mitigada e proporcional) a determinados rendimentos, em sede de IRS, pretende-se atrair cidadãos não residentes, profissionais de atividades de elevado valor acrescentado, indivíduos com um elevado património ou poder de compra. O RNH é um regime fiscal vantajoso destinado a não residentes que se disponham a estabelecer domicílio permanente em Portugal ou que queiram regressar após um periodo mínimo de ausência de 5 anos, ou ainda, a não residentes que pretendam fixar-se como residentes temporários fruto de relações de destacamento.
3 Condições para Beneficiar do RNH Ser considerado, para efeitos fiscais, residente em território português, de acordo com os critérios estabelecidos no nº 1 do art. 16º do CIRS, no ano relativamente ao qual pretenda que tenha início a tributação como residente não habitual; Não ter sido residente fiscal em Portugal nos últimos 5 anos anteriores ao ano ao qual pretenda que tenha início a tributação como residente não habitual. Para se poder qualificar como residente fiscal não habitual, é necessário: A. Ser residente fiscal em Portugal: quem permanence em território português, num dado ano, mais de 183 dias (seguidos ou interpolados), em qualquer periodo de 12 meses com início ou fim no ano em causa; ou, quem tendo permanecido menos tempo, aí disponha, em 31 de dezembro desse ano, de habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência habitual; B. Não ter sido enquadrado como residente fiscal em Portugal nos últimos 5 anos prévios à aplicação do regime: o interessado terá de declarar que não se verificaram, nos 5 anos anteriores, as condições exigidas para se tornar residente em território português. O sujeito passivo que seja considerado residente não habitual adquire o direito a ser tributado como tal pelo periodo consecutivo de 10 anos a partir do ano, inclusive, da sua inscrição como residente em território português, tendo que cumprir o requisito de permanência todos os anos. Este regime também é aplicável a emigrantes que pretendam regressar a Portugal.
4 Como Obter o Estatuto de RNH O interessado deve solicitar, junto do registo de cadastro de contribuintes da autoridade tributária e aduaneira, a adesão ao regime dos residentes não habituais no ato da inscrição como residente em Portugal ou, posteriormente, até 31 de março, inclusive, do ano seguinte àquele em que se tornar residente. O tempo médio de atribuição do RNH é de 8 meses (os efeitos retroagem à data da chegada). 1) Obter o número de identificação fiscal português (contribuinte); 2) Proceder à abertura de uma conta bancária em Portugal; 3) Obrigatoriedade de inscrição na segurança social, no caso de o não residente habitual auferir rendimentos de categoria A ou B em Portugal; 4) No caso de não se encontrarem inscritos na segurança social, os residentes não habituais deverão ser portadores de um seguro de saúde válido em território nacional, que garanta proteção na saúde e em acidentes ou, em alternativa, possuir cartão de saúde europeu, para o caso de cidadãos europeus; 5) Registar-se como residente em território português; 6) Apresentar o pedido de concessão do estatuto de RNH até ao dia 31 de março, inclusive, do ano seguinte àquele em que se torne residente fiscal em Portugal; 7) Solicitor a inscrição através do portal das finanças ou requerimento (suporte papel).
5 Regime Aplicável aos Rendimentos Enquadramento Fiscal Atividades de Calor Acrescentado Categorias A e B Taxa de 20% Atividades Não Consideradas de Valor Acrescentado Regime fiscal aplicável idêntico aos dos residentes fiscais em portugal Outros Rendimentos Regime fiscal aplicável idêntico aos dos residentes fiscais em Portugal Rendimentos de fonte estrangeira: Trabalho dependente: são isentos de tributação em Portugal, desde que tenham sido efetivamente tributados no estado da fonte ou não sejam de considerar obtidos em território português. Rendimentos de fonte portuguesa: por opção, podem não se englobar os rendimentos das categorias A e B, quandos estas decorram de atividades de alto valor acrescentado, conforme a Portaria 12/2010, de 7 de janeiro. Pensões: são isentos de tributação em Portugal, desde que tenham sido efetivamente tributados no estado da fonte ou não sejam de considerar obtidos em território português. Rendimentos de outras categorias (capitais, prediais, mais-valias), desde que: Possam ser tributados no estado de fonte do rendimento (de acordo com o ADT aplicável); Não existindo ADT, possam ser tributados de acordo com regras contidas no Modelo OCDE; Não provenientes de um paraíso fiscal ; Não sejam considerados obtidos em Portugal.
6 Taxas Aplicáveis Rendimento Fonte do Rendimento Em Portugal No exterior Condições Salário Obtido em Portugal: taxa reduzida só é aplicável no caso de atividades de elevado valor Salário 20% (+ sobretaxa progressiva até 3,5%) Isento acrescentado. Salário obtido no exterior: a isenção só se aplica quando as pensões não sejam consideradas obtidas em Portugal. Tributadas às taxas variáveis até Pensões obtidas no exterior: a isenção só se Pensões 48% (+ sobretaxa + taxa adicional Isento aplica quando as pensões não sejam de solidariedade) consideradas obtidas em Portugal. Rendimento obtido em Portugal: taxa reduzida só é aplicável no caso de atividades de elevado valor acrescentado. Rendimento Empresarial 20% (+ sobretaxa progressiva até 3,5%) Isento Rendimento obtido no exterior: isento apenas quanto a atividades de elevado valor acrescentado, e desde que o rendimento possa ser potencialmente, e não efetivamente, tributado no Estado da fonte à luz de acordo de dupla tributação, ou da convenção modelo OCDE e não tenham origem offshore. Rendas de Imóveis Juros Dividendos Mais-valias Royalties 28% Isento Rendimento obtidos no exterior: isentos desde que o rendimento possa ser potencialmente tributado no Estado da fonte à luz de acordo de dupla tributação, ou da convenção Modelo OCDE e não tenha origem offshore. PUBLICAÇÕES - Fernando Messias Law Office LIDERANÇA E BEM-ESTAR O caso da hotelaria de cinco estrelas no Algarve... este livro teve como investigação-base o objetivo de compreender e descrever o bem-estar na hotelaria de cinco estrelas através da ação de chefias promotoras de bem-estar. Assente em metodologias quantitativas e qualitativas, analisaram-se vários fatores, tendo as palavras liderança e bem-estar sido as principais norteadoras das conclusões alcançadas, numa abordagem perentória para a compreensão de ambos os conceitos e da sua importância enquanto processos de influência social transversais a todas as organizações e essenciais à dinâmica relacional e diálogo entre líder e liderado, bem como para a perceção de que a liderança promotora de bem-estar é um processo interpessoal, de transparência relacional e influência organizacional, orientado para o desempenho organizacional focalizado no autodesenvolvimento dos colaboradores. Disponível aqui Autor: Fernando Messias, advogado e doutor em turismo
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