Balanceio dos braços na cortada do voleibol
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1 Balanceio dos braços na cortada do voleibol El balanceo de brazos en la cortada de voleibol Arms swing in spike volleyball Mestre em Ciência da Motricidade Humana (CMH) pela UCB do RJ (Brasil) Nelson Kautzner Marques Junior Resumo A cortada é o fundamento que proporciona o ataque, sendo a atividade mais determinante na vitória do voleibol O balanceio dos braços desencadeia maior salto na cortada. O objetivo do estudo foi sugerir um novo balanceio dos braços na cortada do voleibol. Baseado em dois conteúdos da biomecânica, recomenda-se flexão do cotovelo durante o balanceio dos braços da cortada com intuito de gerar menor esforço. Em conclusão, apesar do balanceio dos braços com o cotovelo flexionado ocasionar menor esforço, ainda são necessários estudos de campo para comprovar os benefícios ao jogador de voleibol. Unitermos: Voleibol. Cortada. Salto. Balanceio dos braços. Abstract The spike is an attack skill more important for the victory of the volleyball. The arms swing causes the best jump in spike. The objective of the study was to suggest a new arms swing in volleyball spike. Two contents of the biomechanics determine less effort for arms swing during the spike. The athlete practices arms swing with flexion of the elbow. In conclusion, the arms swing with flexion of the elbow causes less effort, but is important the practice of original articles for determine the benefices of the arms swing. Keywords: Volleyball. Spike. Jump. Arms swing. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de / 1 Introdução A cortada é o fundamento que proporciona o ataque, sendo a atividade mais determinante na vitória do voleibol 1. Geralmente o remate ocasiona uma velocidade média de 100 km/h 2. Para esse ataque possuir excelência o atleta necessita de adequada biomecânica da cortada 3. Uma das ações que permite qualidade durante a cortada é o balanceio dos braços porque essa atividade ocasiona maior impulsão do jogador 4,5. O balanceio dos braços contribui em 10% com a elevação do centro de gravidade 6. Por esse motivo o voleibolista realiza essa ação na cortada, sendo conclusivo na literatura que o balanceio dos braços gera um salto mais elevado 7-9. O balanceio dos braços desencadeia maior salto vertical ou oblíquo (muito utilizado na cortada dos 3 m que possui trajetória curvilínea) na cortada 10 porque o atleta realiza mais
2 força dos membros inferiores e consequentemente a saída do corpo do solo é mais veloz 11. Também, a boa coordenação do balanceio dos braços com a atividade de impulsão dos membros inferiores proporciona num salto mais alto 12. Porém, o voleibolistas com melhor biomecânica do balanceio dos braços costumam flexionar os cotovelos mais cedo no momento da flexão do ombro, gerando menor esforço nessa atividade 13. Contudo, esse menor esforço só acontece na fase final do balanceio dos braços 14, enquanto que no momento inicial do balanceio dos braços, quando o esportista faz extensão do ombro, a força gerada é a mesma pelo jogador de alta e baixa qualidade biomecânica no balanceio dos braços. Sabendo dessa questão, o objetivo do estudo foi sugerir uma nova técnica para o jogador de voleibol praticar o balanceio dos braços. Balanceio dos braços durante a cortada A cortada é um fundamento do voleibol que é dada muito importância por causa das chances de ponto que essa técnica esportiva ocasiona 15, podendo ser determinante na vitória desse esporte 16. Por esse motivo essa técnica esportiva é muito investigada 17,18, servindo como parâmetro na escolha de um jogador para uma equipe 19 ou determinar os atletas que pontuam mais para a posição de oposto 20. Entretanto, em 1998, Shalmanov 13 informou que na fase final do balanceio dos braços da cortada, ou seja, no momento da flexão do ombro, os voleibolistas com melhor biomecânica dos membros superiores no balanceio dos braços costumam efetuar mais brevemente flexão do cotovelo para gerar menor esforço nessa ação. Baseado em qual conteúdo biomecânico pode-se afirmar que isso acontece? Segundo Barbanti 21, o movimento angular dos ombros durante o balanceio dos braços é mais lento quando o cotovelo está em extensão. Essa mesma ação de balanceio dos braços durante a cortada torna-se mais veloz quando os membros superiores estiverem mais próximos do eixo de rotação, isso ocorre quando os cotovelos estão um pouco flexionados. Merecendo estudo se um balanceio dos braços com maior velocidade ocasiona um salto de maior impulsão. O balanceio dos braços com os cotovelos flexionados é vantajoso porque torna-se mais fácil para o atleta iniciar ou terminar o movimento angular 22. Esse movimento angular de balanceio dos membros superiores o braço e o antebraço correspondem a massa (m), sendo a resistência, os ombros são o eixo de rotação, o raio (r). Portanto, conforme a distribuição da massa do braço e do antebraço em relação ao eixo de rotação do ombro, o
3 balanceio dos membros superiores vão gerar um movimento angular mais veloz ou mais lento, denominado de momento de inércia (I) 23. Podendo ser expresso pelo seguinte cálculo: I = m x r² =? kg.m². Outro conteúdo biomecânico que fundamenta o balanceio dos braços com o cotovelo flexionado são as alavancas. A alavanca é uma barra rígida que se movimenta fixada em um eixo por causa da força 24. No corpo humano a barra rígida é o osso, o eixo é a articulação e a força são os músculos que tem função de movimentar o osso que estão presos na articulação 25. O comprimento da alavanca entre o eixo e a resistência é denominado de braço de resistência (BR). A resistência é constituída pelo osso podendo estar somada por algum peso no membro e pela ação da gravidade. A distância entre o eixo e a força exercida pelo músculo é chamado de braço de força (BF). A alavanca mais comum no corpo humano é a de 3ª classe ou interpotente, adequada para tarefas de velocidade, exposta na figura 1. Figura 1. Alavanca de 3ª classe. Consultando Costa 26, conhecer as alavancas permite ao professor elaborar uma atividade com maior ou menor BR. Ele nos fornece um exemplo, o exercício é abdução do ombro com halter, tendo maior BR quando o executante realiza essa tarefa com os cotovelos em extensão, podendo diminuir o BR no momento que o praticante efetua flexão de 90º dos cotovelos. Transferindo esses ensinamentos de Costa 26 para o balanceio de braços da cortada do voleibol, basta o jogador flexionar um pouco o cotovelo para ocasionar um menor BR, gerando numa vantagem mecânica. Através desses dois conteúdos da biomecânica o treinador pode entender o motivo de ensinar ao jovem atleta o balanceio dos braços com o cotovelo flexionado, podendo ser num ângulo de 90º, com intuito do esportista realizar menor esforço na fase inicial
4 (quando o ombro faz extensão) e final (momento que o ombro realiza flexão) dessa ação da cortada. A figura 2 ilustra o balanceio dos braços com menor BR: Figura 2. Balanceio dos braços com flexão de 90º do cotovelo Conclusão Embasado em dois conteúdos da biomecânica esse artigo concluiu que realizar o balanceio dos braços com o cotovelo flexionado ocasiona em menor esforço para o voleibolista durante a cortada. Contudo, apesar dessa afirmação, essa maneira de balanceio dos braços ainda necessita de estudos de campo para realmente comprovar os benefícios ao jogador de voleibol. Referências 1. Castro J, Mesquita I (2008). Estudo das implicações do espaço ofensivo nas características do ataque no voleibol masculino de elite. Rev Port Ciên Desp 8(1): Cerrato D et alii (2007). Validez y fiabilidad del radar para el control de la velocidad del remate en voleibol. Cult, Ci, Deporte 2(6): Valadés D et alii (2004). Análisis de la técnica básica del remate de voleibol. Rendimiento Deportivo (8): Coleman S, Benham A, Northcott S (1993). A three-dimensional cinematographical analysis of the volleyball spike. J Sports Sci 11(4): Ribeiro da Silva K, Magalhães J, Garcia M (2005). Desempenho do salto vertical sob diferentes condições de execução. Arq Mov 1(1):17-24.
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