ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO

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1 CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO TRIPS NAÇÕES UNIDAS Nova York e Genebra, 2003

2 NOTA O Curso de Solução de Disputas em Comércio Internacional, Investimento e Propriedade Intelectual compreende quarenta módulos. Este Módulo foi elaborado pelo Sr. F. Abbott a pedido da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). As visões e opiniões aqui expressas são do autor, e não necessariamente das Nações Unidas, da Organização Mundial do Comércio, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, do Centro Internacional para a Resolução de Disputas sobre Investimentos (ICSID), da Comissão das Nações Unidas sobre Direito do Comércio Internacional (UNCITRAL) ou do Centro de Consultoria em Direito da OMC. Os termos usados e a forma de apresentação do documento não implicam a expressão de nenhuma opinião por parte das Nações Unidas sobre o status jurídico de qualquer país, território, cidade ou área, nem de suas autoridades, ou sobre a delimitação de suas fronteiras ou limites. Nas citações de documentos oficiais e da jurisprudência de organizações e tribunais internacionais, o nome dos países é mantido em sua forma original. As Nações Unidas são titulares dos direitos autorais deste documento. O curso também está disponível, em formato eletrônico, no website da UNCTAD ( Cópias poderão ser obtidas gratuitamente, por download, no entendimento de que serão usadas para ensino ou pesquisa, e não para fins comerciais. Solicita-se o devido reconhecimento desta fonte. A versão deste módulo em língua portuguesa foi feita por Milene R. Kilimnick, participante do Programa de Capacitação de Advogados da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e outros Organismos Internacionais em Genebra. Direitos autorais UN, 2003 Todos os direitos reservados 2

3 ÍNDICE Nota O que você aprenderá 1 Princípios Gerais do Acordo TRIPS 1.1 Direitos e Obrigações Estrutura do Acordo Discricionariedade e Flexibilidade Implementação no Direito Nacional e a Questão da Aplicação Imediata Regras Obrigatórias e Discricionárias 1.2 Princípios Gerais Tratamento Nacional e de Nação Mais Favorecida Exaustão de Direitos Objetivos e Princípios A Relação entre o Acordo TRIPS e as Convenções e Tratados da OMPI A Declaração de Doha sobre o Acordo TRIPS e Saúde Pública 1.3 Tratando de Solução de Controvérsias na OMC 1.4 Teste sua Compreensão 2 O Acordo TRIPS como um Conjunto de Normas Substantivas 2.1 O Estabelecimento de Normas Substantivas Previsão Expressa e Incorporação Direitos Autorais e Correlatos Áreas de Abrangência 2.2 Direitos Autorais e Correlatos Incorporação da Convenção de Berna Dicotomia entre Expressão e Idéia Complementos à Convenção de Berna Especificidade Opções, Incluindo Uso Legal A Constituição Nacional e os Direitos Autorais 2.3 Marcas Incorporação da Convenção de Paris O Significado da Proteção da Marca Propriedade da Marca O Objetivo da Proteção da Marca Exceção e Uso Legal Duração e Outros Aspectos 2.4 Indicações Geográficas Conteúdo Vinhos e Destilados Negociações Controvérsias Potenciais 3

4 2.5 Desenhos Industriais Conteúdo Métodos de Proteção Objetivo e Duração 2.6 Patentes A Convenção de Paris Diferenças Potenciais Conteúdo Âmbito da Proteção Divulgação Exceções Outros Usos Prazo da Proteção e Outros Aspectos 2.7 Topografia de Circuitos Integrados 2.8 Informações Confidenciais Relação com a Convenção de Paris Segredos de Negócio Informações sobre Testes e Dados Regulatórios 2.9 Regras Concorrenciais 2.10 Tratando de Soluções de Controvérsias na OMC 2.11 Teste sua Compreensão 3 Aplicação das Regras do Acordo TRIPS 3.1 Disposições Gerais 3.2 Procedimentos e Remédios, Civis e Administrativos 3.3 Medidas Cautelares 3.4 Requisitos Especiais Relacionados a Medidas de Fronteira 3.5 Procedimentos Criminais 3.6 Aquisição e Manutenção 3.7 Questões para Solução de Controvérsias 3.8 Tratando de Solução de Controvérsias na OMC 3.9 Teste sua Compreensão 4 O Sistema de Solução de Controvérsias do Acordo TRIPS 4.1 Transparência 4.2 Solução de Controvérsias 4.3 Não Violação em TRIPS 4.4 Procedimentos Aplicação Geral do DSU Consulta a Peritos e à História da Negociação Alegações e Contra-Alegações Direito Internacional Costumeiro e TRIPS 4.5 Tratando de Solução de Controvérsias na OMC 4.6 Teste sua Compreensão 4

5 5 Jurisprudência sob o Acordo TRIPS 5.1 India Patents (US) 5.2 Canada Pharmaceutical Patents 5.3 US Section 110(5) Copyright Act 5.4 Canada Patent Term 5.5 US Section 211 Appropriations Act 5.6 Demandas dos Estados Unidos em Relação à Legislação de Licenciamento Compulsório do Brasil 5.7 Tratando de Solução de Controvérsias na OMC 5.8 Teste sua Compreensão 6 Estudo de Casos 7 Leitura Complementar 7.1 Livros e Artigos 7.2 Relatórios de Processos de Solução de Controvérsias 7.3 Documentos e Informações 5

6 O QUE VOCÊ APRENDERÁ O Acordo sobre Aspectos de Direito de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio ( Acordo TRIPS ) é o primeiro acordo da OMC que exige o estabelecimento, nos sistemas legais nacionais dos Membros, de um conjunto detalhado de normas substantivas, assim como o estabelecimento de medidas e procedimentos de execução que atendam a padrões mínimos. O Acordo TRIPS é às vezes referido como sendo o único acordo da OMC que estabelece direito positivo. Este fator por si só pode contribuir para um nível de controvérsia maior do que o normal, já que os Membros lidam, em muitos casos, com a adoção de mudanças difíceis de serem alcançadas em seus sistemas legais nacionais. Entretanto, além do aspecto positivo do Acordo TRIPS, há uma história de negociação que foi por muito tempo altamente contenciosa, particularmente entre Membros desenvolvidos e em desenvolvimento, e o fato do Acordo TRIPS tocar em questões sociais importantes e sensíveis. Numa análise final, não é de se surpreender que o Acordo TRIPS tenha gerado um volume considerável de debates entre os Membros da OMC, embora até hoje grande parte desta controvérsia não tenha resultado em procedimentos de solução de controvérsias formais. O Acordo TRIPS trata de uma vasta gama de áreas de propriedade intelectual (direitos autorais, marcas, patentes e outras). Ele engloba também mercados competitivos, medidas de execução, solução de controvérsias e acordos de transição. Este Módulo apresenta uma introdução a estes vários aspectos do Acordo TRIPS e procura focar nos tipos de questões que podem ser levantadas ao lidar-se com solução de controvérsias. Em algumas áreas as questões são respondidas, mas o campo total de proteção de direitos de propriedade intelectual, incluindo medidas de execução, não pode ser coberto por um único Módulo ou por um curso de curta duração. Além disso, as questões mudam seguindo as tecnologias que formam a matéria de proteção de direitos de propriedade intelectual. O objetivo deste Módulo é fornecer formação suficiente para que, quando questões específicas surgirem, o diplomata ou advogado possa entender como lidar com elas. Este Módulo começa pela discussão de alguns princípios gerais ou conceitos aplicáveis à área de solução de controvérsias em TRIPS. Ele passa então a lidar com várias áreas substantivas cobertas pelo acordo. Ele trata das medidas de execução e em seguida de aspectos específicos do processo de solução de controvérsias na OMC. Finalmente, descreve-se a jurisprudência específica da OMC. 6

7 1. PRINCÍPIOS GERAIS DO ACORDO TRIPS Objetivos Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de: identificar os conceitos e princípios básicos do Acordo TRIPS. reconhecer a flexibilidade inerente às suas regras, a prescrição de padrões substantivos mínimos de proteção e a possibilidade de aplicação direta no sistema nacional. discutir o conceito de exaustão de direitos de propriedade intelectual, que é subjacente ao comércio paralelo, e os princípios de nação mais favorecida e tratamento nacional quando aplicados ao TRIPS. revisar os objetivos e princípios do Acordo TRIPS e entender sua relação com as Convenções da OMPI. 1.1 Direitos e obrigações O Acordo TRIPS não apenas impõe obrigações ou deveres aos Membros da OMC, mas também lhes concede um conjunto considerável de direitos. Ao lidar com uma controvérsia, um diplomata ou advogado deve perguntar: Quais são os direitos do meu governo sob o Acordo? Isto é um ponto de grande importância, pois uma demanda de solução de controvérsia sob o Acordo TRIPS se baseará freqüentemente nas obrigações que o Membro está deixando de cumprir. O Acordo TRIPS e as Convenções da OMPI nele incorporadas são muitas vezes redigidos de modo genérico. Os Membros não precisam seguir um conjunto rígido de regras ao implementá-los. Os Membros têm o direito de implementar o Acordo TRIPS da maneira que considerarem mais apropriada. Há uma grande flexibilidade inerente ao direito de Propriedade Intelectual ( PI ). Os Membros têm tanto o direito de usar a flexibilidade inerente ao Acordo, como a obrigação de cumprir seus requisitos mínimos Estrutura do acordo O Acordo TRIPS é formado por sete Partes. As duas primeiras Partes referem-se a regras substantivas que os Membros da OMC devem implementar e aplicar em seus sistemas legais 1 nacionais (ou regionais). A terceira Parte estabelece as obrigações de execução dos Membros, e a quarta refere-se aos meios para obtenção e manutenção de direitos de propriedade intelectual ( DPIs ). A quinta Parte dirige-se especificamente aos processos de solução de controvérsias sob o Acordo TRIPS, apesar de, obviamente, as outras partes do Acordo formarem a matéria das referidas controvérsias. A sexta Parte refere-se aos acordos de transição e a sétima refere-se a questões institucionais e a outras matérias. 1 As Comunidades Européias são um Membro da OMC e do Acordo de TRIPS e desenvolveram um corpo extenso de leis de propriedade intelectual e decisões judiciais. Outros grupos regionais, como o Pacto Andino e o Mercosul, também adotaram ou contemplaram a adoção de leis de propriedade intelectual regionais. Neste Módulo, referências aos direitos e obrigações nacionais devem ser entendidas como estando incluindo direitos e obrigações regionais, exceto quando o contexto expressamente indicar de forma diferente. 7

8 Em 14 de novembro de 2001, a Conferência Ministerial da OMC em Doha adotou a Declaração Ministerial sobre o Acordo TRIPS e Saúde Pública. Esta Declaração é importante para a interpretação do Acordo e sua importância ultrapassa a seara da saúde pública. O Acordo TRIPS estabelece o Conselho sobre Aspectos de Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio ( Conselho sobre TRIPS ) que tem um papel relevante na revisão de legislações nacionais, nas negociações em curso e em outras negociações. Preâmbulo do TRIPS O Acordo TRIPS obriga os Membros da OMC a estabelecer um conjunto de padrões mínimos que permitirão às partes obter e executar certos direitos em matéria de PI. O preâmbulo do Acordo TRIPS reconhece que DPIs são direitos privados. Isso significa que os detentores de DPIs, e não autoridades governamentais, são geralmente responsáveis pela persecução da aplicação de DPIs. Por outro lado, os governos podem ser (e freqüentemente são) detentores de DPIs e a referência a PIs como direitos privados não deve ser entendida como uma limitação à propriedade governamental. O preâmbulo do Acordo TRIPS foi profundamente negociado na Rodada Uruguai e é uma parte importante no contexto de sua interpretação Discricionariedade e flexibilidade Artigo 1.1 do TRIPS O Artigo 1:1 do Acordo TRIPS obriga os Membros a implementar as disposições do Acordo. Ele também estabelece que os Membros são livres para determinar o método apropriado para implementação das disposições deste Acordo em seus próprios sistemas legais, de acordo com suas práticas. O Artigo 1:1 confere flexibilidade aos Membros para implementar o Acordo TRIPS da maneira que escolherem, desde que os requisitos específicos do Acordo sejam obedecidos. Este é um princípio importante para fins de solução de controvérsias, pois a implementação de direitos de PI nos sistemas legais nacionais envolve uma escolha entre diferentes opções. Por exemplo, a lei de direitos autorais confere tipicamente o uso legal das obras dos autores e artistas para certas categorias de atos, tais como a crítica ou a paródia. Os direitos de uso legal são reconhecidos pela Convenção de Berna sobre Obras Artísticas e Literárias (veja Convenção de Berna, Artigos 9 (2), 10 & 10 bis) que foi incorporada pelo Acordo TRIPS (veja Acordo TRIPS, Artigo 9:1), bem como pelo Artigo 13 do Acordo TRIPS. As escolhas que os Membros fazem com relação ao âmbito do uso legal diferem e freqüentemente dependem de como os tribunais decidem interpretar normas locais em casos específicos. Quando um governo é interpelado em relação ao âmbito de suas regras 2 Veja Capítulo 1.5, UNCTAD TRIPS and Development: Resource Book. 8

9 de uso legal num processo de solução de controvérsia, ele poderá contar com a flexibilidade conferida pelo Artigo 1:1 do Acordo TRIPS, com as regras aplicáveis da Convenção de Berna e com outras partes do Acordo TRIPS. O Relatório do Painel no caso US Section 110(5) Copyright Act 3 mostra que há limites para esta flexibilidade ou discricionariedade Implementação no direito nacional e a questão da aplicação imediata Como mencionado acima, os Membros são obrigados a implementar o Acordo TRIPS em seus sistemas nacionais. A questão da implementação é mais complexa do que pode parecer inicialmente. Os Membros podem, obviamente, escolher implementar as regras do Acordo TRIPS através da adoção de leis nacionais ou de normas administrativas que incorporem especificamente suas disposições. Entretanto, nem todos os sistemas legais exigem que as regras dos tratados (ou acordos internacionais) sejam transformadas em leis nacionais através da criação de legislação específica. Em alguns sistemas legais nacionais, a constituição estabelece que as autoridades reguladoras e os tribunais podem conferir aplicação imediata aos tratados. 4. O fato de um sistema legal nacional reconhecer a aplicação imediata pode ser importante na solução de controvérsias na OMC. Considere o caso em que um Membro é questionado sobre uma alegada falha em implementar uma disposição do Acordo TRIPS em seu direito nacional. Se a constituição de tal Membro permitir a aplicação imediata, tal Membro pode defender-se contra a alegação de não implementação indicando que seu sistema legal nacional não requer que as disposições de TRIPS sejam transformadas, por um ato jurídico separado, em legislação nacional, já que o Acordo em si torna-se parte do direito nacional. Não haveria, portanto, falha na implementação. Contudo, o reconhecimento da aplicação imediata do Acordo TRIPS é uma faca de dois gumes em potencial, e esta é uma das razões pelas quais as Comunidades Européias e os Estados Unidos tomaram, cada um, providências para negar a aplicação imediata, ainda que os sistemas constitucionais de ambos, Comunidades Européias e Estados Unidos, admitam esta possibilidade. Se um Membro permite a aplicação imediata do Acordo TRIPS, as partes privadas podem basear-se diretamente em seus termos perante os tribunais nacionais. O parlamento ou o poder executivo de um Membro pode perder suas opções de implementação do Acordo TRIPS aproveitando-se da flexibilidade mencionada anteriormente se delegar a tarefa de interpretação do Acordo para os tribunais Regras obrigatórias e discricionárias Uma das questões críticas para se fazer em qualquer contexto de solução de controvérsia na OMC é se uma lei ou regulamento que está sendo questionado tem um caráter obrigatório ou discricionário. No contexto de TRIPS, regra obrigatória é aquela que deve ser aplicada, pelas autoridades que a implementam, em relação aos detentores de DPIs ou 3 Relatório do Painel, United States Section 110(5) of the Copyright Act ( US Section 110(5) Copyright Act ), WT/DS160/R, adotado em 27 de julho de Nos Estados Unidos, os tratados com aplicação imediata são chamados tratados auto-executáveis, mas esta terminologia é específica dos Estados Unidos. 9

10 aqueles que os estiverem questionando.. Uma regra discricionária é aquela que pode ser aplicada pelas autoridades executoras ou tribunais nesses casos. Apesar de haver certos limites a este princípio, há muito tempo se reconhece, na prática de solução de controvérsias GATT-OMC, que apenas as regras obrigatórias podem ser questionadas em processos de solução de controvérsias e que regras discricionárias não podem ser questionadas até que o Membro use o poder discricionário de forma incompatível com as obrigações da OMC Princípios gerais Tratamento nacional e de nação mais favorecida A parte I do Acordo TRIPS também incorpora certos princípios gerais, incluindo os princípios de tratamento nacional e de nação mais favorecida (MFN). Artigo 3 do TRIPS Artigo 4 do TRIPS Os princípios de nação mais favorecida e tratamento nacional devem ser conhecidos pelo estudo do GATT 1994 e do GATS. Apesar destes princípios terem características próprias e especiais na aplicação dos DPIs, o conceito geral é o mesmo. De acordo com o princípio do tratamento nacional, o Membro deve tratar estrangeiros e nacionais de maneira equivalente para fins de obtenção e aplicação de direitos em DPIs, bem como para defesa contra alegações de abuso. De acordo com o princípio da nação mais favorecida, um Membro deve tratar nacionais de diferentes Membros da mesma maneira e não deve conceder privilégios especiais para nacionais de Membros específicos. Tanto o princípio da nação mais favorecida como o princípio do tratamento nacional estão sujeitos a certas limitações e exceções. Por exemplo, de acordo com o princípio do tratamento nacional, regras relativas à garantia de proteção podem variar para levar em consideração o caráter estrangeiro de um solicitante de registro, desde que a diferença formal não resulte em discriminação. Talvez a maior exceção ao tratamento da nação mais favorecida seja aquela que se aplica a acordos internacionais relacionados a propriedade intelectual existentes antes da vigência do Acordo TRIPS. Esta exceção aplica-se a regimes de propriedade intelectual de certos acordos regionais, como as Comunidades Européias. 5 O Painel no caso US Section 301 Trade Act identificou uma regra discricionária, considerando que a mesma obrigava os Estados Unidos a agir de forma que criava incerteza em relação às suas obrigações na OMC, e concluiu que, em tal circunstância, mesmo uma regra discricionária pode violar obrigações da OMC. Este relatório do painel não foi apelado (veja Relatório do Painel, Estados Unidos seções do Trade Act de 1947 ( US Section 301 Trade Act ), WT/DS152/R, adotado em 27 de janeiro de 2000). Em uma determinação subseqüente, o Órgão de Apelação afirmou que a distinção entre regra obrigatória e regra discricionária é parte da jurisprudência da OMC, notando, sem expressar uma opinião sobre o assunto, que o Painel no caso US Section 301 entendeu que mesmo discricionárias, obrigações podem violar certas obrigações da OMC (Relatório do Órgão de Apelação, United States Anti-Dumping Act of 1916, WT/DS136/AB/R, DS162/AB/R, adotado em 26 de setembro de 2000, nota de rodapé 59). 10

11 1.2.2 Exaustão de direitos Artigo 4 do TRIPS Declaração de Doha O Artigo 6 do Acordo TRIPS estabelece que, para fins de solução de controvérsias, nada no Acordo deve ser usado para tratar da questão da exaustão de DPIs. Embora quase todos os Membros tenham entendido que o Artigo 6 permite a cada um deles adotar suas próprias políticas e regras na área de exaustão nacional e internacional, havia preocupações relevantes em relação a questões de interpretação levantadas por certos Membros, já que a Declaração de Doha em relação ao Acordo TRIPS e a Saúde Pública deixava claro que seria permitido a cada Membro adotar suas próprias políticas em relação a exaustão, sem estar sujeito à solução de controvérsias. O conceito de exaustão de DPIs pode não ser tão conhecido por aqueles que não têm familiaridade com o direito de PI. O conceito existe em decorrência de uma diferença fundamental entre propriedade intelectual e propriedade tangível (ou física). Ou seja, PIs estão corporificadas em bens e serviços, mas não são bens e serviços em si. Em termos gerais, quando um produto tangível (como uma lata de refrigerante) é vendido e transferido, o vendedor não tem mais qualquer direito sobre o produto, podendo o comprador dispor dele como desejar. O detentor de um direito de PI (como uma marca), por outro lado, geralmente não dispõe de seu direito sobre a PI quando o produto é vendido e transferido. O detentor da PI continua detendo o direito de PI. A exaustão refere-se à questão sobre se tal direito pode ser usado para controlar disposições futuras do produto ou não. Considerem a famosa marca Coca-Cola, estampada numa lata de refrigerante. Quando você compra uma lata de Coca-Cola, você não adquire a marca Coca-Cola. Você compra a lata que contém o refrigerante. O refrigerante foi identificado através da marca como sendo o produto de uma determinada empresa. A Empresa Coca-Cola não abdicou de seus direitos sobre a marca de forma que você possa começar a produzir sua própria Coca- Cola. Por outro lado, o fato de que a marca Coca-Cola continua na lata após a aquisição do refrigerante não dá à Empresa Coca-Cola o direito de impedir que você venda a lata que você comprou para um terceiro, ou o direito de impedir que você beba o refrigerante. Quando a Coca-Cola vende a lata de refrigerante, ela exaure seus direitos sobre a marca de forma que ela não poderá mais controlar as disposições subseqüentes do produto. Todos os regimes nacionais de DPIs reconhecem alguma doutrina de exaustão; se assim não fosse, os detentores de DPIs controlariam quase todos os aspectos da atividade econômica mantendo controle sobre bens e serviços após eles terem sido vendidos ou transferidos pela primeira vez. Os Membros da OMC não definiram regras uniformes a respeito da exaustão de DPIs ter um caráter nacional ou um caráter internacional. De acordo com a doutrina da exaustão internacional, se um produto é legalmente colocado no mercado de um Membro da OMC, o detentor de um direito paralelo de PI em outro Membro não é capaz de controlar sua importação ou revenda com base neste DPI paralelo. De acordo com a doutrina da exaustão nacional, a comercialização legal do produto em um Membro da OMC não afeta os direitos 11

12 de um detentor paralelo de PI em outro Membro e o detentor de PI neste outro Membro pode usar seu DIP paralelo para bloquear a importação e a disposição subsequente do produto. Alguns Membros da OMC seguem a regra da exaustão internacional e outros seguem a regra da exaustão nacional. Não é incomum que Membros tenham regras de exaustão diferentes em relação a diferentes tipos de DPIs. Enquanto o Artigo 6 e a Declaração de Doha estabelecem sem sobra de dúvidas que cada Membro pode permitir a exaustão internacional e a chamada importação paralela de DPIs de produtos protegidos, isso não significa que uma política de exaustão não possa ser nunca questionada em processos de solução de controvérsias. Isto porque a palavra exaustão não se auto-define e um Membro pode fazer uma reclamação contra outro Membro alegando que este não adotou uma definição razoável para o conceito de exaustão. Desta forma, um painel e o Órgão de Apelação (AB) podem ser chamados para determinar quais são os limites ao âmbito do princípio da exaustão Objetivos e princípios Artigo 7 do TRIPS Artigo 8:1 do TRIPS Artigo 8:2 do TRIPS Os Artigos 7 e 8 do Acordo TRIPS tratam dos objetivos do Acordo e dos princípios geralmente aplicáveis à sua interpretação e aplicação. O Artigo 7 confirma que os DPIs visam a um equilíbrio entre os interesses de detentores privados, que confiam na proteção de PI para incentivar a criatividade e a inventividade (e incentivar o investimento nessas atividades), e a sociedade, que espera beneficiar-se do acesso a criações e da transferência e disseminação da tecnologia. O Artigo 8:1 indica que os Membros podem adotar, entre outras, medidas necessárias para proteger a saúde e a alimentação públicas, desde que tais medidas sejam compatíveis com o Acordo. A formulação do Artigo 8:1 pode ajudar na defesa de casos de anulação ou prejuízo decorrentes de uma não violação, se estes forem eventualmente permitidos sob o Acordo. Em termos mais gerais, a utilidade do Artigo 8:1 em solução de controvérsias é limitada pela exigência de que as medidas sejam compatíveis com o Acordo, em contraste com a formulação do Artigo XX do GATT 1994 e do Artigo XIV do GATS, cada um determinando quais medidas são necessárias e também, por outro lado, quais são incompatíveis com o Acordo. A fórmula estabelecida no Artigo 8:1 é controversa. O Artigo 8:2 reconhece o direito dos Membros agirem contra práticas desleais relacionadas a PI, também com a regra de que tal ação deve ser compatível com o Acordo. O papel dos Artigos 7 e 8 em solução de controvérsias tem sido até o momento bem limitado. Estas disposições têm sido invocadas como um auxílio na interpretação, mas não exerceram influência perceptível no resultado dos casos A relação entre o Acordo TRIPS e as convenções e tratados da OMPI Artigo 2 do TRIPS 12

13 O Acordo TRIPS é singular entre os acordos da OMC por incorporar disposições de várias Convenções pré-existentes em seu corpo de regras, sendo as mais importantes a Convenção de Paris sobre a Proteção de Propriedade Industrial e a Convenção de Berna sobre Obras Literárias e Artísticas 6. O Artigo 2 do Acordo TRIPS define em linhas gerais sua relação com as Convenções da OMPI. Ele determina que os Membros devem cumprir as disposições aplicáveis das Convenções e também dispõe que nada no Acordo TRIPS deve ser entendido como estando derrogando as partes das suas obrigações em relação às Convenções. Nesse sentido, devemos notar que, apesar do Acordo TRIPS não interferir nas obrigações derivadas das Convenções de Paris e Berna, ele pode teoricamente modificar direitos que os Membros têm sob tais Convenções. Tendo em vista que as Convenções da OMPI estão em vigor há muito mais tempo que o Acordo TRIPS, algumas questões importantes de direito de tratados internacionais são levantadas em relação ao relacionamento entre práticas governamentais sob as Convenções e a interpretação do Acordo TRIPS. Considere, por exemplo, que uma questão seja levantada num processo de solução de controvérsia de TRIPS em relação à interpretação de uma disposição do Acordo TRIPS aplicável pela incorporação de uma disposição da Convenção de Berna. Considere ainda que, no histórico da vigência da Convenção de Berna, uma série de tribunais nacionais tenha interpretado tal disposição como tendo um determinado significado. O painel da OMC estaria vinculado pelas interpretações anteriores, sob a Convenção de Berna? E se um dos Membros que fosse parte do Acordo TRIPS não tivesse sido signatário da Convenção de Berna na época em que as decisões dos tribunais nacionais foram proferidas? Já vimos o Órgão de Apelação e os painéis basear-se em documentos produzidos pelo Secretariado da OMPI (o Escritório Internacional ) como fonte para interpretação de Convenções relevantes A Declaração de Doha sobre o Acordo TRIPS e saúde pública Declaração de Doha Em 14 de novembro de 2001, a Conferência Ministerial de Doha adotou a Declaração de Doha sobre o Acordo TRIPS e Saúde Pública. Apesar de haver algumas discussões sobre o caráter legal exato desta Declaração, é evidente que ela será usada como fonte de interpretação do Acordo TRIPS em processos futuros de solução de controvérsias 7. A Declaração de Doha terá, no futuro, uma aplicação bem específica na área de saúde pública. Em geral, a Declaração de Doha ratifica o direito dos Membros de beneficiar-se da flexibilidade inerente do Acordo TRIPS. Também ratifica e esclarece o significado das disposições relacionadas ao licenciamento compulsório e à importação paralela. A 6 A Convenção de Roma e o Tratado de Propriedade Intelectual em Relação a Circuitos Integrados também foram incorporados. 7 O autor tende a ver a Declaração como uma decisão dos Membros da OMC sobre a interpretação do Acordo, já que ela está redigida em termos nós acordamos (veja para. 4). Alguns vêem a Declaração como uma declaração dos Ministros. 13

14 Declaração de Doha autoriza uma extensão para países menos desenvolvidos em relação à implementação e execução de proteção de patentes farmacêuticas, o que pode tornar-se objeto de processos de solução de controvérsias. De acordo com o parágrafo 6 da Declaração de Doha, até o final de 2002 haveria uma recomendação do Conselho de TRIPS tratando da questão de licenciamento compulsório especificamente para suprir a demanda de exportação na área de medicamentos. 1.3 Tratando de solução de controvérsias na OMC As disposições gerais do Acordo TRIPS acima mencionadas suscitam certos questionamentos que podem ser feitos por diplomatas e advogados ao se confrontarem com uma demanda pelo não cumprimento dos termos do acordo. A reclamação envolve uma regra bem precisa ou uma regra que possui uma flexibilidade substancial? No segundo caso, outros membros da OMC implementaram a regra de forma similar à prática que está sendo questionada? A reclamação baseia-se na não adoção ou implementação de uma norma de TRIPS? Em caso positivo, o Membro que está sendo demandado reconhece a doutrina da aplicação direta dos tratados de forma que o Acordo TRIPS possa ser considerado como parte integrante da legislação nacional? A regra questionada é obrigatória ou discricionária? O governo efetivamente agiu de forma incompatível com as obrigações de TRIPS ou ele apenas recebeu poderes abrangentes o suficiente para permitir que ele agisse de tal forma? 1.4 Teste sua compreensão 1. O que é a doutrina da aplicação imediata dos tratados em direito internacional? Como pode esta doutrina ser importante no contexto de solução de controvérsias em TRIPS? 2. O que é a doutrina da exaustão de direitos de propriedade intelectual e como ela afeta a chamada importação paralela? 3. O Acordo TRIPS inclui uma exceção geral similar à do Artigo XX do GATT 1994? Se houver diferenças entre as abordagens destes dois acordos em relação à questão das exceções, o que você acha que pode ter contribuído para isto? 14

15 2. O ACORDO TRIPS COMO UM CONJUNTO DE NORMAS SUBSTANTIVAS Objetivos Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de: identificar as formas de propriedade intelectual abordadas pelo Acordo TRIPS e as normas básicas que lhes são geralmente aplicáveis. Isto inclui direitos autorais, marcas, indicação geográfica de origem, desenho industrial, patente, topografia de circuitos integrados e proteção de informações confidenciais. explicar que o Acordo TRIPS incorpora normas das Convenções da OMPI que tratam da mesma matéria. compreender que obrigações de proteger DPIs são sujeitas a exceções importantes O estabelecimento de normas substantivas Previsão expressa e incorporação Um dos maiores incentivos para a negociação do Acordo TRIPS foi a percepção, pelos países desenvolvidos que faziam parte do GATT 1947, de que os padrões básicos de proteção à PI estabelecidos nas Convenções da OMPI eram inadequados para lidar com as necessidades de seus setores comerciais na era pós-industrial ou era da informação. A percepção de fragilidade essencial na proteção dirigia-se principalmente para as regras de patentes da Convenção de Paris, embora preocupações em outras áreas também tenham sido suscitadas. Pelo fato dos regimes legais estabelecidos pelas Convenções da OMPI possuírem um alto grau de detalhamento técnico e terem evoluído no decorrer do século através de sua implementação nas legislações nacionais, decisões judiciais e outros, considerou-se desnecessário e ineficiente tentar substituir por completo as Convenções da OMPI por um novo corpo de normas legais internacionais. Desta forma, o Acordo TRIPS estabelece suas normas substantivas tanto ao introduzir expressamente normas aplicáveis a certos casos quanto ao incorporar disposições das Convenções da OMPI com modificações e disposições suplementares em outras áreas. Em muitos casos, o Acordo TRIPS só pode ser entendido quando lido em conjunto com a Convenção da OMPI a ele relacionada Abrangência Artigo 1:2 do TRIPS O Acordo TRIPS estabelece em seu Artigo 1:2 que para os propósitos deste Acordo, a expressão propriedade intelectual refere-se a todas as categorias de propriedade intelectual objeto dos Capítulos 1 a 7 da Parte II. Esta definição parece ser um esforço por parte dos negociadores para limitar a aplicabilidade das normas do Acordo TRIPS para tipos específicos de PI abordados pelo Acordo. Novos tipos de PI, ou formas marginais de PI (como a proteção sui generis de database ) não entrariam automaticamente no âmbito do acordo. Entretanto, como na maioria das questões referentes ao Acordo TRIPS, 15

16 isto não é tão evidente. Por exemplo, o Órgão de Apelação decidiu no caso US Section 211 Appropriations Act que nomes comerciais entram no âmbito do TRIPS embora este não se dirija expressamente aos mesmos, principalmente porque nomes comerciais são objeto de uma disposição da convenção de Paris (Artigo 8) que é incorporada no artigo 2.1 do TRIPS. Este comentário não implica desacordo com o Órgão de Apelação nesta questão, mas apenas mostra que é difícil discernir entre o que está dentro e o que está fora do âmbito do Acordo TRIPS Áreas de abrangência A Parte II do Acordo TRIPS refere-se expressamente às áreas de direitos autorais, marcas, indicações geográficas, desenhos industriais, patentes, topografias de circuitos integrados, informações confidenciais e controle de práticas de concorrência desleal. Para cada área, o Acordo TRIPS descreve as regras básicas que os Membros devem implementar e aplicar em seus sistemas legais. 2.2 Direitos autorais e correlatos Incorporação da Convenção de Berna Artigo 9:1 do TRIPS As disposições do Acordo TRIPS sobre direitos autorais envolvem principalmente disposições da Convenção de Berna (Artigos 1 a 21, e Anexo). Assim, num processo de solução de controvérsia, o painel ou o Órgão de Apelação deverá interpretar as disposições aplicáveis da Convenção de Berna no contexto do Acordo TRIPS Dicotomia entre expressão e idéia Artigo 9:2 do TRIPS Os direitos autorais protegem os interesses dos autores e artistas em suas obras literárias e artísticas e dizem respeito à expressão do autor ou artista, em contraposição à sua idéia. O Artigo 9:2 do Acordo TRIPS reconhece a chamada dicotomia expressão-idéia, que evoluiu no decorrer de uma longa história de interpretações, legislativas e judiciais, da Convenção de Berna e das leis nacionais sobre direitos autorais. Para ilustrar a distinção: a idéia de escrever um livro sobre magos e bruxas é provavelmente tão antiga quanto a idéia de escrever um livro em si. No entanto, nos últimos anos, uma autora ganhou muito dinheiro escrevendo uma série popular de livros infantis sobre o desenvolvimento de um jovem numa escola de magos e bruxas. A autora da série não pode evitar que outros autores escrevam livros sobre magos e bruxas através da proteção de direitos autorais. Isto representaria uma tentativa de controlar o uso de uma idéia. O que a autora pode fazer é evitar o uso por outros autores de uma forma particular de expressão de uma idéia, mediante a descrição de personagens específicos ou de detalhes de uma história. 16

17 2.2.3 Complementos à Convenção de Berna Artigos 11 e 14 do TRIPS O Acordo TRIPS adiciona alguns elementos às normas da Convenção de Berna (bem como às normas da Convenção de Roma para Proteção dos Artistas, Intérpretes ou Executantes, dos Produtores de Fonogramas e dos Organismos de Radiodifusão) em áreas como direito de aluguel, apresentação e difusão. Assim, os Membros da OMC que são partes da Convenção de Berna e que implementaram os preceitos desta em suas legislações nacionais devem ainda adotar novas regras para considerar as disposições de direitos autorais do TRIPS que complementam a Convenção de Berna Especificidade A Convenção de Berna contém regras de diferentes graus de especificidade. Algumas regras, como aquelas que descrevem o conteúdo dos direitos autorais, são bem detalhadas. Mesmo nestes casos, há bastante espaço para interpretação já que a tecnologia evolui de forma muito rápida, podendo tornar obsoleta a terminologia da Convenção. Outras regras, como aquelas que permitem exceções à proteção de direitos autorais, são redigidas de forma genérica e são por isto passíveis de grande flexibilidade na implementação Opções, incluindo uso legal A Convenção de Berna confere expressamente aos Membros alternativas para a possibilidade de implementação da proteção e para as formas de proteção a serem aplicadas. Por exemplo, o Artigo 2(4) da Convenção de Berna permite a cada membro decidir se conferirá proteção aos direitos autorais para textos oficiais de natureza executiva, legislativa e judicial e até que limite. No caso de haver uma indústria editorial significativa atuando na área de publicação de textos legislativos, é fácil imaginar uma reclamação de tal indústria se um Membro não estiver protegendo de forma adequada textos legislativos contra reproduções. Entretanto, nem o Acordo TRIPS nem a Convenção de Berna exigem tal proteção, sendo isto parte da flexibilidade reservada aos Membros. Este fato ilustra a importância de se reconhecer que o Acordo TRIPS confere não somente obrigações aos Membros, mas também direitos. As disposições mais controversas do Acordo TRIPS e da Convenção de Berna em relação a direitos autorais parecem ser aquelas referentes ao uso legal de obras protegidas por direitos autorais, especialmente o Artigo 13 do Acordo TRIPS e os Artigos 9 (2), 10 e 10 bis da Convenção de Berna, incorporados ao Acordo TRIPS. Isto porque os direitos de uso legal estão entre os mais discutidos dentro dos sistemas legais nacionais, inclusive nos países membros da OCDE 8. 8 Por exemplo, no famoso caso Napster, envolvendo gravações digitais pela Internet, a Napster baseou sua defesa no uso legal. 17

18 2.2.6 A constituição nacional e os direitos autorais Outras questões importantes que podem causar controvérsias na OMC envolvem a relação entre liberdade de expressão e direitos autorais como questão de direito constitucional nacional. Muitos países reconhecem a liberdade de expressão em suas constituições nacionais (e esse direito é refletido em vários instrumentos de defesa de direitos humanos). A proteção dos direitos autorais, quase por definição, impõe limites à liberdade de expressão. O Acordo TRIPS não determina até que ponto a liberdade de expressão, enquanto direito protegido constitucionalmente, pode prevalecer sobre os interesses dos detentores de direitos autorais. Não é difícil prever que um Membro vá defender-se de uma reclamação sobre direitos autorais invocando sua constituição e alegando o direito à liberdade de expressão. No caso India Patents (US) o Painel e o Órgão de Apelação abordaram certas questões de direito constitucional indiano, já que elas afetavam a administração de patentes, e indicaram que a substância das regras constitucionais nacionais pode ser uma questão de fato em processos de solução de controvérsias na OMC 9. A questão do alcance da proteção nacional que um Membro pode oferecer aos seus cidadãos tem uma natureza diferente, e a questão relativa à possibilidade de restrição das escolhas constitucionais básicas dos Membros pelo sistema de solução de controvérsias da OMC continua pendente. 2.3 Marcas Incorporação da Convenção de Paris A Convenção de Paris trata da questão das marcas. Algumas disposições de tal convenção foram incorporadas pelo Acordo TRIPS (notando que muitas disposições da Convenção de Paris são comuns às patentes e às marcas). As disposições do Acordo TRIPS sobre marcas, entretanto, ultrapassam consideravelmente as regras da Convenção de Paris que, em princípio (apesar de não exclusivamente), dirigiam-se mais aos procedimentos para garantir os registros do que aos aspectos substantivos da proteção de marcas. Como apontado anteriormente, a incorporação do Artigo 8 da Convenção de Paris pelo Acordo TRIPS levou o Órgão de Apelação a concluir (no caso US Section 211 Appropriations Act) que nomes comerciais são regulados pelo Acordo TRIPS O significado da proteção da marca Artigo 15:1 do TRIPS Artigo 15:3 do TRIPS O Artigo 15 do Acordo TRIPS é o primeiro esforço multilateral para definir a natureza da marca; ou seja, qualquer sinal capaz de distinguir bens ou serviços de uma empresa em relação à outra. O Artigo 15:1 inclui uma lista não exaustiva de tais sinais, incluindo letras, números, elementos figurativos e combinações de cores. Quando tais sinais não são distintivos por si, o Membro pode vincular a possibilidade de registro ao uso. 9 India Patent Protection for Pharmaceutical and Agricultural Chemical Products, iniciado pelos Estados Unidos, WT/DS50/AB/R ( India Patents (US) ). 18

19 Tradicionalmente, os governos nacionais têm aceito o registro e a proteção de um grande número de sinais e símbolos, apesar de haver áreas limites, como cores únicas e fragrâncias, que continuam a levar a resultados diferentes. Artigo 15 e 16 do TRIPS Os Artigos 15 e 16 do Acordo TRIPS estabelecem que marcas de serviço e marcas receberão essencialmente o mesmo tratamento regulatório, o que não era exigido pela Convenção de Paris. Marcas de Serviço têm sido muito utilizadas, por exemplo, por bancos e prestadores de serviços financeiros, turismo e transporte, serviços profissionais e outros. Artigo 15:5 do TRIPS O Artigo 15:5 do Acordo TRIPS exige que os Membros estabeleçam a publicação e a disponibilização de procedimentos para o cancelamento do registro de marcas Propriedade de marca Artigo 15:2 do TRIPS O Artigo 15:2 do Acordo TRIPS determina que os Membros podem recusar o registro de uma marca baseando-se em outros argumentos que não a falha em criar um sinal distintivo, desde que tais argumentos não sejam proibidos pela Convenção de Paris. Esta disposição foi interpretada no caso Section 211 Appropriations Act, em que o Órgão de Apelação decidiu que os Estados Unidos poderiam recusar o registro de uma marca quando constatasse que a parte alegando o direito ao registro não fosse o detentor legítimo da marca. Este caso estabelece um princípio muito importante para a implementação do Acordo TRIPS, que é o de que cabe aos Membros decidir quem são os legítimos detentores de DPIs. No caso US Section 211 Appropriations Act, os Estados Unidos negaram a propriedade de uma DIP baseando-se em argumentos de política pública O objetivo da proteção da marca Artigo 16 do TRIPS O Artigo 16 do Acordo TRIPS define o âmbito da proteção, permitindo ao detentor opor-se ao uso, sem o seu consentimento, de um sinal idêntico ou similar ao seu no comércio de produtos ou serviços também idênticos ou similares, se tal uso resultar numa similaridade ou confusão. O uso de um sinal idêntico em produtos ou serviços idênticos cria uma presunção de similaridade ou confusão. A definição do âmbito da proteção de marcas pelo Artigo 16 confere aos Membros uma flexibilidade considerável em relação ao grau de proteção que poderá ser concedido. Por exemplo, a regra básica é que um sinal similar não pode ser utilizado em produtos similares. Isto pode ser interpretado restritivamente, de modo que sinais e bens devam ser 19

20 praticamente idênticos para justificar a proteção, ou de maneira mais abrangente, de forma que sinais e bens precisem estar apenas dentro de uma categoria ou classe para justificar a proteção. Na verdade, sistemas legais diferentes e mesmo tribunais diferentes dentro do mesmo sistema legal podem divergir sobre a forma de aplicação destes conceitos. O Artigo 16 do Acordo TRIPS complementa as regras da Convenção de Paris em relação às marcas notoriamente conhecidas, essencialmente ao limitar a classe de pessoas que devem conhecer a marca ou a marca de serviço para justificar a proteção Exceções e uso legal Artigo 17 do TRIPS Há várias circunstâncias nas quais pode ser necessário ou útil ao detentor permitir o uso de sua marca ou marca de serviço fora do contexto específico do comércio de determinado bem ou serviço. Estas circunstâncias são abordadas de forma bastante ampla pelo Artigo 17 do Acordo TRIPS, que permite algumas exceções, como o uso adequado de termos descritivos. O autor de uma reportagem sobre uma empresa e seus produtos pode referir-se aos produtos através de suas marcas desde que haja interesse público neste tipo de referência. O autor de uma sátira ou paródia pode referir-se à marca de um produto visando promover a liberdade de expressão. Há questões relevantes de saúde pública envolvidas no uso adequado de uma marca. Por exemplo, produtores de medicamentos genéricos podem considerar importante imitar a cor de medicamentos de uma determinada marca para evitar a confusão entre os consumidores. O caráter flexível do Artigo 17 parece permitir a cada Membro da OMC decidir se uma exceção a este tipo de uso deve ser permitida ou não, apesar de haver muitos debates sobre os limites da permissão do uso adequado de tais cores. Ao restringir os limites pelos quais uma única cor pode constituir uma marca, os Membros podem permitir uma certa flexibilidade para produtores de medicamentos genéricos Duração e outros aspectos Artigo 18 do TRIPS O Artigo 18 do Acordo TRIPS estabelece que a proteção das marcas não deve ser limitada no tempo, desde que os critérios aplicáveis para a manutenção dos direitos sobre a marca sejam cumpridos, apesar dos Membros poderem exigir que os registros sejam renovados com freqüência não superior a 7 (sete) anos. Os Artigos 19 a 21 do Acordo TRIPS estabelecem regras sobre os critérios para uso e sobre os requisitos que podem afetar a concessão e a manutenção da proteção da marca, assim como os limites que podem ser impostos na cessão das marcas. 20

21 2.4 Indicações geográficas Conteúdo Artigo 22 do TRIPS Apesar do Artigo 10bis da Convenção de Paris (sobre concorrência desleal) tratar da proteção das indicações geográficas de maneira geral, o Acordo TRIPS é o primeiro acordo multilateral que trata expressamente desta matéria. O Artigo 22 do Acordo TRIPS define indicação geográfica como sendo o nome de um território ou localidade que identifica um produto como proveniente de um determinado lugar cuja qualidade, reputação ou outra característica do produto seja essencialmente atribuível à sua origem geográfica. A legitimidade de uma indicação geográfica não depende de uma demonstração objetiva de que um bem seja de fato diferente ou melhor por ser proveniente de um lugar específico, apesar desta demonstração poder ser útil ao se estabelecer o direito à uma indicação geográfica. Em vez disto, a legitimidade de uma solicitação pode derivar de uma reputação ou vantagem que um lugar tenha adquirido ao produzir determinado bem. Um exemplo bem conhecido é o dos produtores de vinho espumante da região francesa de Champagne, que dependem do nome desta região para distinguir seu produto daqueles dos produtores de vinho espumante de outras regiões. Os produtores de sekt alemão podem usar o mesmo processo de fermentação e os peritos em vinhos, num teste às cegas, podem não ser capazes de distinguir com precisão entre os produtos da região de Champagne e os produtos da Alemanha. Apesar disso, pelo fato dos produtores da região de Champagne terem construído uma reputação internacional para seus produtos, a palavra Champagne foi protegida como uma indicação geográfica. Uma indicação geográfica é diferente de uma indicação de origem como por exemplo Fabricado na China que apenas indica o local de produção do bem e não visa destacar qualquer característica do mesmo. A indicação de origem é usada pelas autoridades alfandegárias e outras autoridades reguladoras de comércio para inúmeros outros propósitos Vinhos e destilados Artigo 23 do TRIPS O Acordo TRIPS possui regras específicas relacionadas à indicação geográfica de vinhos e, numa escala menor, de destilados. Tais regras incluem limitações ao uso das palavras espécie ou tipo para distinguir produtos não pertencentes às áreas comumente atribuíveis à indicação geográfica. As regras sobre vinhos e destilados estabelecem o registro de indicações. Há também regras relativas à proteção de usos pré-existentes de nomes de vinho idênticos. 21

22 2.4.3 Negociações Em relação às outras áreas, que não a de vinhos e destilados, o Acordo TRIPS adia a negociação de regras para uma fase posterior. Estas negociações foram iniciadas no Conselho de TRIPS e continuarão de acordo com o Mandato de Doha Controvérsias potenciais Estima-se que o campo relacionado às indicações geográficas possa levar a controvérsias entre os Membros da OMC em desenvolvimento. Há demandas concorrentes para a titularidade de nomes de tipos de arroz e de variedades de chás que são populares entre consumidores ao redor mundo inteiro e que são oriundos de regiões geográficas específicas. Um dos objetivos das atuais negociações do Conselho de TRIPS é desenvolver regras mais precisas para resolver estes tipos de demanda. 2.5 Desenhos industriais Conteúdo Artigo 25 do TRIPS A área de desenhos industriais tem sido uma das mais problemáticas do direito de PI. Os países têm discordado a respeito da necessidade de proteção efetiva do desenho industrial e também sobre o âmbito da proteção que deve ser conferida. O Artigo 25 do Acordo TRIPS define desenho industrial referindo-se à criação independente e com caráter novo ou original. A proteção do desenho industrial não se estende aos casos de desenhos industriais ditados essencialmente por considerações técnicas ou funcionais. Se o desenho de uma asa de avião, por exemplo, for ditado pela necessidade da aeronave permanecer no ar, o desenho será excluído da proteção de desenho industrial, apesar de poder ser protegido pelas regras de patente, se as condições para tal forem cumpridas Métodos de proteção Os países têm protegido desenhos industriais através de registros de direitos autorais, patentes de desenho, desenhos ou de uma combinação destes métodos. Um desenho industrial pode ser protegido por direitos autorais por ser um trabalho de expressão. Ademais, os direitos autorais não protegem a funcionalidade, sendo muitas vezes difícil fazer uma diferenciação entre elementos funcionais e elementos de expressão de um desenho. A patente do desenho diferencia-se da patente de invenção (ou patente de utilidade ) pela exigência de que um novo desenho seja não estético e não útil ou funcional. Como no caso dos direitos autorais, muitas vezes é difícil separar as características não estéticas de um produto da sua utilidade. Os sistemas de registro são caracterizados pela relativa facilidade pela qual as partes podem listar seus desenhos, apesar do registro criar apenas uma presunção em favor da parte que solicita o registro, presunção esta que poderá ser contestada em procedimentos administrativos ou judiciais. 22

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