ABERTURA COMERCIAL, PRODUTIVIDADE E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL ENTRE 1967 E 2008

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1 1 ABERTURA COMERCIAL, PRODUTIVIDADE E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL ENTRE 1967 E 2008 Ediane Canci, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS, ediane.canci@acad.pucrs.br Giana de Vargas Mores, Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS, gimores@gmail.com Guilherme de Oliveira, Universidade de São Paulo USP, guilherme.decon@usp.br Área Temática 9: Relações econômicas e políticas internacionais Resumo: Considerando os modelos neoclássicos de crescimento, o modelo de Solow-Swan contribui para a compreensão de como uma economia sem a presença do governo se mantém em uma trajetória de crescimento estável. O presente artigo tem por objetivo testar a relação de causalidade entre as variáveis abertura comercial, grau de produtividade dos fatores e crescimento econômico no Brasil, no período de 1967 a Nesse contexto, estendeu-se empiricamente o referido modelo para avaliar o impacto da abertura comercial dos anos 1990 sobre o crescimento econômico do país. Para tanto, as variáveis econômicas investigadas foram distribuídas em duas categorias. A primeira englobou as variáveis extraídas a partir do modelo de Solow-Swan e a segunda compreendeu as medidas de abertura comercial. Utilizouse a análise técnica via vetores autoregressivos e causalidade de Granger, o qual pressupõe que as séries temporais envolvidas em uma análise são estacionárias. Os resultados obtidos foram consistentes com algumas abordagens evidenciadas na literatura. A abertura comercial não apresentou relação de causalidade com o nível de crescimento econômico, pois levandose em consideração os aspectos teóricos, históricos e empíricos, concluiu-se que os modelos estimados não obtiveram significância estatística e que os sinais das variáveis de abertura comercial indicaram que, se há algum efeito da mesma sobre o crescimento econômico, este pode ser muito pequeno e positivo, ou negativo. Em outras palavras, de acordo com as diferentes especificações empregadas, o crescimento é o responsável pelo comportamento (positivo ou negativo) da abertura comercial para o caso da economia brasileira. A partir da perspectiva do modelo de Solow-Swan, não foram evidenciados efeitos advindos entre a produtividade dos fatores e a abertura comercial. Palavras-chave: Abertura Comercial; Crescimento Econômico; Produtividade dos Fatores. Abstract: Considering the neoclassical growth models, the Solow-Swan model contributes to the understanding of how an economy with no presence of the government remains on a path of steady growth. This article aims to test the causal relationship between the variables trade liberalization, level of factor productivity and economic growth in Brazil, from 1967 to In this context, the model was extended to evaluate the impact of trade liberalization in the 1990s on economic growth of the country. For this, the investigated economic variables were divided into two categories. The first comprised the variables extracted from the Solow-Swan model and the second consisted the trade liberalization measures. The technical analysis was used by autoregressive vectors and Granger causality, which assumes that the time series involved in an analysis are stationary. The results were consistent with some approaches highlighted in the economic literature. The trade liberalization did not provide causal relationship with the economic growth, because considering the theoretical, historical and empirical aspects, it was concluded that the estimated models did not obtained statistical significance and that the signs of trade liberalization variables indicated that, if there is effect of it on economic growth, this can be very small and positive, or negative. That is, according

2 2 to the different specifications employed, growth is responsible for the behavior (positive or negative) of trade liberalization for the Brazilian economy. From the Solow-Swan perspective, it was not found effects resulting from factors productivity and trade liberalization. Keywords: Trade Liberalization; Economic Growth; Factors Productivity. 1 INTRODUÇÃO A relação entre abertura comercial, produtividade e crescimento econômico tem sido objeto de vários debates e controvérsias teóricas, mas não há consenso entre as interpretações a respeito dos efeitos entre essas variáveis. Existe uma extensa literatura acerca do tema, contudo, nenhum dos estudos pesquisados sobre este tema analisou os efeitos advindos entre essas variáveis a partir da perspectiva do modelo de Solow-Swan. A economia brasileira sofreu profundas mudanças advindas de políticas de estabilização econômica e da liberalização comercial. De acordo com Pinheiro e Ellery Júnior (2006), a economia brasileira apresentou relações positivas quanto ao grau de abertura para o comércio regional. O aumento do bem-estar (no sentido utilitarista do termo) causado pelo efeito da abertura comercial contribui para o aumento da produtividade do trabalho, uma vez que esta situação auxilia no aumento do nível de investimentos e, consequentemente, no crescimento econômico. Desse modo, o progresso comercial multilateral deve visualizar o regionalismo como um processo capaz de acelerar as relações entre mercados, e não apenas um complemento do mesmo. Almeida, Lessa e Oliveira (2013) destacam que regionalismo aberto é a capacidade que alguns blocos comerciais têm de contribuir para a abertura e liberalização comercial, a fim de servir à constituição de fortalezas comerciais. Averbug (1999) argumenta sobre o processo histórico da abertura comercial do país, que passou a ser intensificado no governo Collor por meio de dois planos econômicos, o Collor I e Collor II, estendendo-se até o governo de Fernando Henrique Cardoso com implementação de políticas ora protecionistas ora liberais. A década de 1990 da economia brasileira pode ser lembrada como o processo fundamental para a abertura comercial do país, pois concretiza a liberalização comercial do Brasil. Averbug (1999) ainda destaca que com a adoção do Plano Real, em 1994, passaram a vigorar dois interesses econômicos: a condução da política de importações, que passou a se subordinar aos objetivos da estabilização de preços, e proteção dos setores mais afetados pela recente abertura. As experiências de crescimento econômico entre países demonstram que a abertura ao comércio exterior é um dos instrumentos-chave das políticas econômicas. Para Averbug

3 3 (1999), essa experiência tem apoiado a hipótese teórica de que o mecanismo de abertura comercial estimula a obtenção de crescimento econômico e melhora a produtividade dos fatores. Porém, tal embasamento teórico não é consenso entre as pesquisas relacionadas ao tema. A principal controvérsia desse debate se dá quanto à verdadeira contribuição do comércio exterior no crescimento econômico e a influência deste sobre a produtividade dos fatores. Apesar desse debate teórico ser fonte de inspiração para pesquisadores que trabalham com a perspectiva de crescimento econômico, percebe-se a escassez de pesquisas que analisam os efeitos advindos entre as variáveis: abertura comercial, produtividade dos fatores e crescimento econômico em nível nacional. Assim, esta pesquisa visa acrescentar evidências sobre as variáveis que impactam o crescimento econômico do Brasil, bem como contribuir com a discussão sobre a influência da abertura comercial no cenário brasileiro. A questão norteadora é: Qual a relação evidenciada entre a variável abertura comercial e o nível produtividade dos fatores com o grau de crescimento econômico no Brasil no período de 1967 a 2008? Com o intuito de demonstrar os efeitos da abertura comercial na economia brasileira, os dados foram extraídos para uma série de tempo que vai de 1967 a Este período permite formar uma série temporal que contempla os períodos históricos e marcantes do Brasil no que tange ao crescimento econômico e à evolução da abertura comercial. Para tanto, esta pesquisa está distribuída em cinco seções, sendo a primeira esta introdução. A segunda seção destaca a revisão de literatura; em um terceiro momento, são apresentados os procedimentos metodológicos desta pesquisa. Por conseguinte, a quarta seção abarca os resultados e discussões. As considerações finais compreendem a quinta seção. 2 REVISÃO DE LITERATURA Em se tratando de crescimento econômico, alguns estudos consideram correlação positiva como evidência de causalidade entre as variáveis de impacto sobre o mesmo. Para Tavares, Ataliba e Castelar (2001, p. 634), [...] o crescimento econômico depende, principalmente, da habilidade de se transformar insumos e recursos em produtos ou bens finais de forma mais eficiente. Essa habilidade é definida como produtividade. Os autores descrevem que, por meio dos trabalhos feitos por Solow, foi possível obter a produtividade total dos fatores, pois, ao criar a ligação entre a função produção e a produtividade, pode-se medir a alteração na função de produção dados os níveis de capital e trabalho.

4 4 De acordo com Rossi Júnior e Ferreira (1999), o debate econômico entre países que buscam assegurar a sua competitividade global torna a questão da produtividade dos fatores pertinente. Conforme Sandroni (1999), a produtividade é a utilização eficiente dos recursos produtivos, tendo em vista a máxima produção. A dificuldade em quantificar globalmente a taxa de produtividade deve-se ao fato desta variar de acordo com empresas, regiões ou países. Pinheiro e Ellery Júnior (2006) argumentam que países, no intuito de gerar ganhos de comércio, promovem integrações regionais. Para os autores, um maior grau de abertura comercial para países em desenvolvimento é diretamente proporcional a um nível de bemestar mais elevado, principalmente entre aqueles membros de acordos regionais. Em consenso, Carvalho e Silva (2002) afirmam que o entusiasmo inicial com a formação dos blocos comerciais faz da liberalização um instrumento de ganhos de comércio e de redução das ineficiências geradas pelo protecionismo. Além disso, defensores da reestruturação produtiva visualizam a abertura comercial como um processo fundamental para a ocorrência do crescimento da produtividade dos fatores. Koshiyama (2008) identifica a relação entre a abertura comercial e o crescimento econômico entre os países latino-americanos, chegando à conclusão de que, para a maioria, o processo de abertura comercial é benéfico e vantajoso. Além disso, Koshiyama (2008, p. 37) menciona que há um impacto positivo da abertura comercial sobre a mudança tecnológica, a produtividade do trabalho, a eficiência do capital e, eventualmente, sobre a produção. Já Sena e Melo (2007) evidenciam que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, tanto antes como depois da entrada no Mercosul, está pouco correlacionado ao grau de abertura comercial. Rodriguez (2007 apud KRUTZMANN; AZEVEDO, 2011) argumenta que a maioria dos indicadores de abertura comercial não correlaciona fontes de mau desempenho econômico, como elevadas variações cambiais e instabilidade macroeconômica; enfatiza também que não há evidências consistentes pós-1945 que comprovem a relação entre a abertura comercial e o crescimento econômico. Diante dos trabalhos mencionados, percebe-se que nenhum estudo aborda o impacto econômico da abertura comercial a partir da perspectiva dinâmica do modelo de Solow-Swan, em um contexto de séries de tempo. Nesse sentido, esta pesquisa pretende subsidiar a literatura por meio desta incorporação, assim sendo a subseção 2.1 revisa os principais pontos do modelo de Solow-Swan.

5 5 2.1 O MODELO DE CRESCIMENTO DE SOLOW-SWAN A teoria neoclássica articulada por Solow (1956) e Swan (1956) oferece uma importante contribuição para o entendimento da situação econômica de muitos países. Apesar de os autores supracitados não terem tido contato, estes desenvolveram modelos muito próximos. Jones (2000) demonstra que, primeiramente, o modelo assume que o crescimento econômico de uma nação depende das mudanças tecnológicas e que esta é exógena ao modelo. Assim sendo, a tecnologia disponível para as empresas não é afetada por políticas macroeconômicas, incluindo a política comercial e a pesquisa e desenvolvimento. Nas palavras de Rossi Júnior e Ferreira (1999), essa condição do modelo impossibilita o estabelecimento de ligação entre crescimento e comércio. Um dos principais postulados deste modelo é o de que, no longo prazo, as taxas de crescimento dos países convergiriam, ou seja, ingressariam em numa trajetória de crescimento equilibrado até atingir a maturidade (steady-state). Isso não significa que a economia pare de crescer, mas sim que cresce a uma taxa constante. Outro postulado do modelo é que existindo este crescimento equilibrado a economia estaria se mantendo sem um Estado, ou seja, estaria a livres forças do mercado. O modelo levanta algumas hipóteses simplificadoras para a sua aplicação. Em termos conceituais, Jones (2000) argumenta que o modelo de Solow-Swan é constituído em função de duas equações, uma de produção e outra de acumulação de capital. Nesse modelo hipotético, assume-se que apenas um bem é produzido e que vigora a concorrência perfeita entre as empresas que são tomadoras de preço. Essas empresas pagam um salário (w) aos trabalhadores e um aluguel (r) a cada unidade de capital num período, então: w L + r K = Y, ou seja, o pagamento aos fatores exaurem o valor do produto gerado, não obtendo lucro econômico. Conforme Jones (2000), o modelo de Solow-Swan supõe que existe uma firma representativa que maximiza os lucros sobre a hipótese de concorrência perfeita, ou seja, se as firmas quiserem produzir mais sempre encontrarão capital e trabalho aos seus respectivos preços em um mercado competitivo. A função de produção neoclássica é do tipo Cobb- Douglas com retornos constantes à escala e rendimentos marginais decrescentes. Essa função apresenta retornos constantes à escala: se todos os insumos forem duplicados, o produto dobrará (JONES, 2000, p. 18). A função combina os insumos geradores do produto (Y) em duas categorias: capital (K) e trabalho (L), com objetivo de maximizar os lucros. Dessa forma, é possível escrever a função de produção 1 em termos de produto e de capital por trabalhador:

6 6 (1) Em que: Y = produto da economia (PIB); K = estoque de capital da economia; E = nível tecnológico do país; L = número de trabalhadores incorporados no processo produtivo; EL = trabalhadores efetivos dotados de tecnologia; α = parcela dos lucros na renda ou a importância relativa que o capital tem no processo produtivo do país; 1-α = parcela dos salários na renda ou a importância relativa que o trabalho efeito tem no processo produtivo do país. Como a função tem retornos constantes à escala, é possível escrevê-la na chamada forma intensiva, dividindo a função de produção por EL. O resultado dessa divisão é a função expressa em número de trabalhadores efetivos, representado pela equação 2: α (2) Essa função de produção demonstra que a produtividade marginal do capital é declinante, pois a cada unidade adicional de capital entregue a um trabalhador, o produto gerado pelo mesmo cresce menos, ou seja, a função exibe rendimentos decrescentes. Dessa forma, y (PIB dividido pelo número de trabalhadores efetivos) representa a produtividade do trabalho e k significa a relação de capital que cada trabalhador tem disponível. Portanto, quanto maior a quantidade de capital disponível por trabalhador, maior será a produtividade do trabalho (renda per capita), no entanto, cresce a uma taxa cada vez menor. O modelo assume que o número de trabalhadores cresce a uma taxa exógena n, que o nível tecnológico cresce também a uma taxa exógena β e o capital se deprecia também a uma taxa exógena δ. Assim, remete-se à equação 3: (3)

7 7 A equação mostra que a taxa de variação de (relação de capital disponível por trabalhador efetivo) no tempo depende da diferença do nível de investimento, em que α, e da velocidade com que seu capital desaparece. Assim, a equação 3 é a equação fundamental do modelo de Solow-Swan, pois representa a função de acumulação do capital por trabalhador, que mostra como o capital evolui no tempo. Os resultados obtidos por meio desta equação apontam que quando a taxa de desaparecimento é maior que a taxa de investimento, o capital está diminuindo, vice-versa. Se o resultado for zero, o capital por trabalhador estaria no chamado steady-state. Na equação 3, o termo do lado esquerdo representa a variação no estoque de capital, sendo igual ao montante do investimento bruto menos o da depreciação do estoque de capital durante o processo produtivo. A equação 3 diz que a variação no capital por trabalhador é determinada por três termos. O investimento por trabalhador, sy, aumenta k, enquanto a depreciação por trabalhador, dk, reduz k. O termo novo nessa equação é uma redução em k devida ao crescimento populacional nk. A cada período aparecem nl novos trabalhadores que existiam no período anterior (JONES, 2000, p. 22). Essa equação informa que, dada qualquer relação capital por trabalhador, convergirá sempre para o equilíbrio de longo prazo. De acordo com Marquetti (2003), há dois tipos de crescimento no modelo de Solow- Swan. O primeiro é dado pelo aumento da relação capital trabalho em direção ao steady-state, chamado de aprofundamento do capital, em que cada trabalhador terá uma maior quantidade de capital para utilizar no processo produtivo. O segundo é o crescimento que ocorre no steady-state. Nesse estágio, o aumento do capital é utilizado para equipar um número maior de trabalhadores, denominado de alargamento do capital. A Figura 1 demonstra o gráfico de Solow-Swan a partir de duas curvas principais.

8 8 Figura 1 Diagrama de Solow-Swan com a função acumulação do capital Fonte: Elaborada pelos autores com base em Jones (2000). A primeira curva da Figura 1 representa a equação 2 demonstrando que quanto mais capital por trabalhador, maior será a sua produtividade, mas a taxas cada vez menores, pois está elevado na α, e α<1, por isso a curva possui formato côncavo e é reduzida pelo fator s. Na concepção de Jones (2000), a segunda curva representa o montante de investimento per capita (ou a produtividade do trabalho),, representado pela equação 3 multiplicada por uma taxa de poupança s. Dessa forma, a segunda curva representada pela equação 3 possui o mesmo formato da primeira curva, porém tem sua forma reduzida pelo fator s (a fração da taxa de poupança não pode ser maior que a fração da renda). A terceira curva é uma linha reta com inclinação que representa o novo investimento per capita, (n+β+δ), que são parâmetros exógenos e a única variável é. Essa reta tem a função de manter constante o capital por trabalhador, conforme abordado por Jones (2000). Devido a isso, comenta-se que quando esta mudança é uma função positiva e a economia aumenta seu capital por trabalhador, está ocorrendo um aprofundamento de capital; e quando esta mudança é zero com aumento apenas do estoque de capital, k, está ocorrendo um alargamento de capital. Ainda segundo Jones (2000), o modelo de Solow-Swan tem implicações importantes em termos de crescimento. Quanto mais próximo da origem, maior é a escassez de capital e, portanto, maior será a taxa de crescimento do estoque de capital e da renda per capita, o que é possível de verificar na Figura 1, em que a diferença entre a segunda curva e a linha reta é maior próxima à origem, o que demonstra que países com escassez relativa de capital crescem

9 9 mais rápido do que os que têm mais capital. Ou seja, países mais pobres têm taxas de crescimento maiores que os países ricos, concluindo que todos os países serão desenvolvidos algum dia. Conforme descrito por Marquetti (2003), essa hipótese, derivada a partir do modelo de Solow-Swan, é conhecida como hipótese da convergência absoluta. No mundo empírico, os países pobres não têm uma taxa de crescimento maior da renda do que os países ricos (que estão no steady-state). O modelo de Solow-Swan demonstra que onde o capital é escasso a taxa de crescimento é maior; porém; se o capital é escasso, o pouco que existe de capital teria uma taxa de lucro elevada com baixos salários. Jones (2000) explica que nem todos os países apresentam o mesmo estado estacionário, pois existem muitos fatores que estão fora do modelo, impedindo que o capital migre entre países, dentre eles: as economias são fechadas ao exterior (necessidade de uma abertura comercial); falta de infraestrutura básica; diferenças nos níveis de renda e taxas de crescimento populacional, investimento e níveis tecnológicos. Jones (2000) afirma que uma das explicações derivadas do modelo de Solow-Swan é que a necessidade de abertura comercial é um dos fatores determinantes para que o capital passe a migrar entre os países, sem barreiras para o capital estrangeiro explorá-los e permitindo que os pobres se desenvolvam. Portanto, este trabalho pretende testar se a abertura comercial da economia brasileira trouxe maior crescimento da renda per capita para o período selecionado. 3 MÉTODOS E TÉCNICAS Conforme a revisão de literatura considerou-se importante uma abordagem quantitativa com a utilização de técnicas econométricas para a operacionalização da pesquisa. Dessa forma, empregou-se a pesquisa descritiva, necessária para fins de análise da relação entre as variáveis. Na tentativa de explicar a relação entre a abertura comercial e o crescimento econômico, foram pesquisados estudos para a contribuição teórica, embora haja a escassez de pesquisas para o caso brasileiro. O modelo de crescimento de Solow-Swan tem sido apontado como um dos estudos de maior contribuição teórica para problemas de crescimento econômico. Nesta pesquisa, buscou-se testar o impacto da abertura comercial na renda per capita e na taxa de crescimento econômico. Portanto, recorre-se ao valor da renda per capita no steady-state. Ou seja, assume-se que o Brasil está no steady-state até encontrar uma equação que permita estimar, em termos econométricos, a renda per capita em função das variáveis

10 10 propostas pelo modelo de Solow-Swan. Assim sendo, a equação 4 foi reescrita. No entanto, sabe-se que está em unidade de trabalhador efetivo e que. (4) Ao passar multiplicando o E para o lado direito, tem-se: (5) A equação 5 mostra que a produtividade do trabalho é função do produto do nível tecnológico do país multiplicado pela taxa poupança. No entanto, esta equação não é linear, sendo que para linearizar é necessário aplicar logaritmo nos dois lados da equação: (6) Assim, tem-se a equação: logaritmo da renda per capita é função do logaritmo do nível tecnológico do país, do logaritmo da taxa de poupança e do logaritmo da taxa de crescimento populacional mais nível tecnológico e depreciação. Em termos econométricos, é possível obter a seguinte especificação: (7) Em que: = LnE; = resíduo. Esta equação demonstra a inclusão de uma variável de abertura comercial relacionada às equações derivadas do modelo de Solow-Swan. Assim, faz-se necessário regredir a renda per capita contra a taxa de poupança e o crescimento populacional mais a depreciação, uma vez que a constante é a tecnologia e o resíduo obtido da regressão. Além das especificações econométricas descritas, foi aplicado o teste de causalidade de Granger. A partir da extensão

11 11 do modelo de Solow-Swan, acrescentaram-se variáveis que medem a abertura comercial para a estimação do teste empírico: (8) Em cada regressão realizada a partir da equação 8, a variável abertura comercial foi substituída por alguma representativa. Nesta pesquisa, as variáveis econômicas investigadas foram distribuídas em duas categorias. A primeira englobou as variáveis extraídas a partir do modelo de Solow-Swan e a segunda compreendeu as medidas de abertura comercial. As séries de dados foram extraídas das bases de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e da Extend Penn World Table. Para a estimação do modelo econométrico proposto, assumiu-se as seguintes variáveis do modelo de Solow-Swan: produtividade do trabalho (PIB em função do número de trabalhadores); taxa de crescimento populacional mais a taxa de depreciação; taxa de poupança (capital por trabalhador em função da produtividade do trabalho). As demais variáveis de abertura comercial foram estimadas por meio do modelo em questão. Assim sendo, pode-se citar: PIB, produtividade do trabalho, capital por trabalhador, estoque de capital, depreciação, coeficiente de abertura comercial, investimento estrangeiro direto (IDE), exportações, importações e população. 3.1 MODELO ECONOMÉTRICO Para a estimação do modelo econométrico foram coletados dados secundários disponíveis nas instituições estatísticas Ipeadata e Extend Penn World Table. Os dados foram coletados em séries anuais para um período de 41 anos, que vai de 1967 a 2008, e tratados por meio do software estatístico Eviews 5.0. A unidade monetária de referência para os dados é o dólar dos Estados Unidos. Para a análise dos dados, os valores foram deflacionados para valores de Para a análise das séries de tempo, empregou-se a forma estocástica para a aplicação do modelo econométrico. Um dos primeiros passos da pesquisa foi descobrir se as séries temporais escolhidas eram estacionárias. Bueno (2008) define uma série estacionária como aquela que flutua em

12 12 torno de uma mesma média, ou seja, sua média e variância são constantes ao longo do tempo. As séries temporais foram analisadas em nível, em primeira diferença e em segunda diferença. Embora existam vários testes para saber se uma série é estacionária ou não, o teste escolhido foi o teste da raiz unitária. Para verificar se o modelo autoregressivo apresentava ou não raiz unitária, utilizou-se o teste Dickey-Fuller aumentado ou Teste ADF, que tem o propósito de verificar a existência ou não de tendência estocástica das séries temporais. Gujarati (2006) define o processo estocástico como um conjunto de variáveis aleatórias ordenadas no tempo. Portanto, um processo estocástico estacionário refere-se a uma série temporal com média, variância e autocovariância constantes, ou seja, não variam com o tempo. Na prática, a estimação do teste da raiz unitária é obtida por: (9) Gujarati (2006) descreve que, por meio da equação 9, testa-se a hipótese nula de que, ou seja, se a série temporal é não-estacionária. Sob esta hipótese nula, o valor t estimado do coeficiente passa a ter sua significância avaliada via a estatística (tau). Portanto, a hipótese alternativa mostra que, quando a hipótese de que é rejeitada (a série temporal é estacionária), utiliza-se o teste t. Depois de verificada a condição de estacionariedade, aplicou-se o teste para definição das defasagens ótimas. As defasagens são analisadas de acordo com o critério de Schwarz, mais robusto e indicado para grandes amostras. Conforme destacado por Gujarati (2006), um dos modelos de previsão econométrica mais empregados é o de auto regressão vetorial, pois consiste em equações simultâneas e permite verificar os efeitos defasados das variáveis relevantes sem a necessidade de se determinar quais são as variáveis endógenas e exógenas no modelo. Utilizou-se este modelo em função da incerteza quanto à relação de causalidade entre as variáveis do modelo. Constatada a presença de raiz unitária, fez-se necessário testar a existência de equilíbrio, ou relação de longo prazo entre as variáveis econômicas, o chamado teste de cointegração. Um dos testes mais utilizados devido a sua precisão nos resultados é o teste de Johansen, que permite identificar quantos vetores de cointegração existem entre as variáveis, e analisa quais vetores cointegrantes podem ser considerados estatisticamente significantes para o modelo econométrico.

13 13 Não se constatando a existência de vetores de cointegração, como neste caso, o procedimento econométrico mais indicado é o processo de Vetores Auto-Regressivos (VAR). Bueno (2008) afirma que por meio deste é possível expressar modelos econômicos completos e estimar os seus parâmetros. Por fim, relacionou-se a conexão entre VAR e o teste de causalidade de Granger, o qual pressupõe que as séries temporais envolvidas em uma análise são estacionárias. Dessa forma, os testes para verificar se as séries temporais são ou não estacionárias devem preceder os testes de causalidade. Gujarati (2006) descreve que o teste de causalidade de Granger procura estabelecer uma relação de causalidade entre duas variáveis propondo que, uma variável X Granger causa uma variável Y, se valores passados de X ajudam a prever o valor presente de Y. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste estudo, analisa-se a relação de causalidade entre abertura comercial, produtividade e crescimento econômico. Para tanto, estimou-se um modelo econométrico que visou testar o impacto da abertura comercial na renda per capita e na taxa de crescimento. 4.1 RESULTADOS PARA O MODELO EM NÍVEL DE CRESCIMENTO DO PRODUTO Nesta subseção são apresentados os resultados obtidos por meio da estimação de seis modelos econométricos para abertura comercial em nível de crescimento do produto e variáveis consideradas significativas a 95%. Para o teste de estacionariedade, necessitou-se de apenas uma defasagem para encontrar a mesma pelo critério de Schwarz, ou seja, a defasagem ótima encontrada para todas as variáveis analisadas em nível de crescimento do produto foi igual a 1. O teste de cointegração demonstrou que, utilizando o critério de Schwarz, não foram verificados vetores de cointegração em um modelo sem intercepto e sem tendência. Visto que o modelo não contém vetores de cointegração, estimou-se um VAR, conforme a Tabela 1:

14 14 Tabela 1 - Teste VAR em nível de crescimento do produto Auto Regressão Vetorial (VAR) Erros-padrão entre () e estatísticas t entre [] Em primeira diferença D(LNX(- 1)) D(LNX(- 2)) D(LNS(- 1)) Fonte: Elaborada pelos autores (2014). D(LNS(- 2)) D(LNNDEL TA(-1)) D(LNNDEL TA(-2)) VAR. ABERT. COMER CIAL (-1) VAR. ABERT. COMER CIAL (-2) LNIED_ PIB LNIED_ PIB D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LNIED_N_ INV LNIED_N_ INV D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LNIED LNIED D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LNCOEF_ ABERT LNCOEF_ ABERT D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LN_M_ POP LN_M_ POP D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Em segunda diferença LN_EXP_ IMP_POP LN_EXP_ IMP_POP D(D(L NX)) E E DP E E T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] C A Tabela 1 demonstra que não foram identificadas variáveis significativas. No entanto, mesmo não havendo significância, cumpre analisar se os coeficientes fazem sentido ou não. Considera-se que a hipótese nula (Ho) seja zero, isto é, se a estatística t calculada for maior que a t tabelada, rejeita- se Ho e, portanto, o resultado é significativo. Dessa forma, é possível analisar que algumas variáveis, como o nível de abertura comercial (LNCOEF_ABERT) e as importações em função da população (LN_M_POP) chegaram próximas ao nível de 95%. Além disso, verificam-se as variáveis pertinentes, do ponto de vista do sinal esperado, de acordo com o modelo de Solow-Swan, como a taxa de poupança, que apresentou sinal positivo, inferindo uma possível influência na produtividade do trabalho. Ou seja, dado o aumento de 1% da taxa de poupança no período passado, verificou-se aumento da produtividade do trabalho em primeira diferença de 0,343111, considerando o coeficiente de abertura comercial.

15 15 Em relação à variável crescimento populacional mais a depreciação e a constante do progresso técnico, não sugerem influência sobre o nível da produtividade do trabalho, conforme os resultados negativos observados na Tabela 1. Conclui-se, portanto, que, do ponto de vista da teoria econômica, todas as variáveis advindas do modelo de Solow-Swan fazem sentido quanto aos seus sinais esperados, porém não são significativas. O coeficiente de abertura comercial não confirmou influência sobre o nível de crescimento econômico, pois também apresentou sinal negativo. Assim, dado o aumento de 1% do coeficiente de abertura comercial no período passado, não ocorre aumento da produtividade do trabalho no período presente, tanto em primeira quanto em segunda defasagem. Dos seis modelos testados para variáveis que medem a abertura comercial, apenas dois apresentaram sinais positivos. Apesar do baixo nível de influência, o modelo que testou a variável investimento estrangeiro direto mostrou sinal positivo em primeira defasagem, demonstrando que dado o aumento de 1% no investimento estrangeiro direto no período anterior, a produtividade do trabalho aumenta em 0,001143% no período presente, ou seja, seu impacto é quase nulo. O modelo de investimento estrangeiro direto em função do número de trabalhadores e do nível de investimento estrangeiro direto também causou aumento em 0,000856% na produtividade do trabalho dado o seu aumento de 1%, isto é, seu impacto foi quase nulo uma vez que o valor é próximo a zero. Mesmo apresentando sinais positivos, ambas as variáveis não podem ser consideradas estatisticamente significativas. Portanto, pode-se relacionar o sinal de cada uma das variáveis de abertura comercial: sendo positivos os sinais para LNIED_PIB, LNIED_N_INV e LNIED e negativos para LNCOEF_ABERTI, LN_M_POP e LN_EXP_IMP_POP. Dados os resultados, o modelo de Solow-Swan explica que variáveis exógenas ao modelo tendem a apresentar sinais esperados negativos, mesmo não sendo estatisticamente significativos. Em relação aos outros modelos testados, verifica-se que o teste VAR não apresentou resultados confiáveis, sendo que apenas 25,77% da variável dependente consegue ser explicada pela variável coeficiente de abertura comercial, regressora do modelo. O percentual máximo encontrado para o R² do modelo em nível de crescimento do produto foi de 32,07% da variável exportações em função das importações sobre a população (LN_EXP_IMP_POP), explicando a variável dependente. Com base nesses resultados, estimou-se o teste de causalidade de Granger, a fim de obter uma conclusão mais confiável, conforme a Tabela 2.

16 16 Tabela 2 - Teste de causalidade de Granger em nível de crescimento do produto Relação de Causalidade F-statistic Probabilidade LNS não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LNS ** LNNDELTA não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LNNDELTA LNIED_PIB não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LNIED_PIB LNIED_N_INV não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LNIED_N_INV LNIED não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LNIED LNCOEF_ABERTURA não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LNCOEF_ABERTURA ** LN_M_POP não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LN_M_POP LN_EXP_IMP_POP não Granger Causa LNX LNX não Granger Causa LN_EXP_IMP_POP *** Fonte: Elaborada pelos autores (2014). Nota:* significante a 1%, ** significante a 5%, *** significante a 10%. A fim de complementar a análise, a Tabela 2 apresenta os resultados para o teste de causalidade de Granger em nível de crescimento do produto. A hipótese nula do teste é que a variável X não Granger-causa Y, ou seja, não causa produtividade do trabalho; ao se rejeitar a hipótese (pelo teste F ou valor p), assume-se que X Granger-causa, ou seja, causa variável Y. Nesse sentido, o teste diz que a produtividade do trabalho Granger causa a variável taxa de poupança, ou seja, trabalhadores com um maior nível de renda tendem a poupar mais. A variável produtividade do trabalho também causa no sentido de Granger o coeficiente de abertura comercial, ou seja, indica que o crescimento da renda afeta o crescimento da abertura comercial. Ao racionalizar os motivos econômicos para tal relação de causalidade, pode-se concluir que um maior nível de renda disponível por trabalhador permite que estes tenham mais acesso ao mercado externo, aumentando a demanda, por exemplo, de bens importados. Além disso, o aumento da produtividade do trabalho torna as firmas mais eficientes a ponto de serem mais competitivas externamente, aumentando assim a inserção das exportações brasileiras. Os resultados do teste e da causalidade de Granger também sugerem que a produtividade do trabalho causa, no sentido de Granger, aumento do nível das exportações,

17 17 em função das importações sobre a população. Desse modo, evidencia-se que o aumento da produtividade do trabalho reporta maior acesso da população ao mercado externo. No que se refere às demais variáveis, nenhuma relação de causalidade no sentido de Granger foi evidenciada. Destaque é dado para a variável investimento estrangeiro direto, que apresentou sinal positivo em primeira defasagem no teste VAR, confirmando uma influência, mesmo que pequena, sobre a produtividade do trabalho, porém não Granger causa esta. Em outras palavras, embora se possa mencionar alguma relação entre as variáveis (baixa), não é possível inferir nada sobre a causalidade. Isso faz sentido conforme o modelo de Solow-Swan, posto que este recorre às diferenças nas taxas de investimento, crescimento populacional e algumas variáveis exógenas para explicar diferenças na renda per capita. Com base nos resultados apresentados, em síntese, nenhuma das variáveis testadas apresentou significância estatística para o modelo de crescimento em nível de produto, possivelmente por não se estar considerando o caráter dinâmico do crescimento econômico de um país, ou seja, a sua taxa de variação no tempo. Dessa forma, estimou-se um modelo com taxas de crescimento do produto, apresentado na subseção RESULTADOS PARA O MODELO COM TAXAS DE CRESCIMENTO DO PRODUTO Tendo em vista a dificuldade em encontrar resultados satisfatórios para o modelo econométrico em nível de crescimento do produto, nesta subseção, a análise está voltada para o modelo com taxas de crescimento do produto, sendo consideradas significativas a 95%. Primeiramente, verificou-se a existência ou não de raiz unitária por meio do Teste ADF. Verificada a existência de raiz de unitária das séries temporais, buscou-se encontrar qual a defasagem ótima pelo critério de Schwarz, que identificou a estacionariedade das séries com apenas uma defasagem. Após o teste de cointegração, identificou-se que os vetores cointegrantes podem ser considerados estatisticamente significativos, no entanto, não foram verificados vetores de cointegração para um modelo sem intercepto e sem tendência. De posse desses resultados, estimou-se um VAR conforme a Tabela 3:

18 18 Tabela 3 - Teste VAR com taxas de crescimento do produto Auto Regressão Vetorial (VAR) Erros-padrão entre () e estatísticas t entre [] D(LNX(- 1)) D(LNX(- 2)) Em primeira diferença D(LNS(-1)) D(LNS(-2)) D(LNNDE LTA(-1)) D(LNNDE LTA(-2)) VAR. ABERT. COMER CIAL (-1) VAR. ABERT. COMER CIAL (-2) LNIED_ PIB LNIED_ PIB D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LNIED_N_ LNIED_N_ INV INV D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LNIED LNIED D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LNCOEF_ ABERT LNCOEF_ ABERT D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] LN_M_ POP LN_M_ POP D(LNX) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Em segunda diferença LN_EXP_ IMP_POP LN_EXP_ IMP_POP D(D(LNX)) DP ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) T [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] Fonte: Elaborada pelos autores (2014). C Na análise da Tabela 3, foram encontradas mais variáveis em proporção à Tabela 1 que se aproximam do nível de significância de 95%. Dentre as variáveis, destacam-se: LNIED_PIB, LNIED_N_INV e LNIED. De modo geral, nenhuma das variáveis testadas apresentou significância estatística, no entanto, a análise dos coeficientes foi feita a fim de complementar este estudo. Do ponto de vista do sinal esperado, primeiramente foram analisadas as variáveis condicionantes do modelo de Solow-Swan, como por exemplo, a taxa de poupança que apresentou sinal positivo, demonstrando efeito sobre a produtividade do trabalho. Dessa forma, dado o aumento de 1% da taxa de poupança no período passado, ocorre aumento de 0,42456% na produtividade do trabalho em primeira diferença, considerando o coeficiente de abertura comercial. Outra variável canônica do modelo de Solow-Swan, que correspondeu o

19 19 sinal esperado, foi a variável crescimento populacional mais a depreciação. Essa não sugere influência sobre a produtividade do trabalho de acordo com os resultados negativos da Tabela 3. Apesar de não significativas, todas as variáveis propostas pelo modelo de Solow-Swan fazem sentido quanto aos seus sinais esperados, do ponto de vista da teoria econômica. Conforme os resultados observados para a variável coeficiente de abertura comercial, esta não sugere influência sobre o nível de crescimento econômico, isto é, dado o aumento de 1% do coeficiente de abertura comercial no período passado, não se verifica aumento da produtividade do trabalho no período presente. É possível destacar na Tabela 3 que todas as variáveis de abertura comercial apesentaram sinal negativo. Ou seja, embora os resultados não tenham sido significativos estatisticamente, o sinal do impacto da abertura comercial no crescimento econômico é negativo. A existência de ampla concorrência no mercado pode ser umas das explicações para que a abertura comercial impacte negativamente no crescimento da economia. Posto isso, o teste VAR novamente não apresentou resultados tão robustos, o que pode ser confirmado pelo resultado do R², de que 25,47% da variável dependente consegue ser explicada pela variável abertura comercial. Para este conjunto de modelos, o R² máximo foi de 29,06%, para o que considera a variável investimento estrangeiro direto explicando a variável dependente produtividade do trabalho. No intuito de aperfeiçoar os resultados, a Tabela 4 apresenta os resultados estimados para o teste de causalidade de Granger.

20 20 Tabela 4 - Teste de causalidade de Granger com taxa de crescimento do produto Relação de Causalidade F-statistic Probabilidade LNS não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LNS ** LNNDELTA não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LNNDELTA LNIED_PIB não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LNIED_PIB LNIED_N_INV não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LNIED_N_INV LNIED não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LNIED LN_COEF_ABERTURA não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LN_COEF_ABERTURA *** LN_M_POP não Granger Causa LN_TX_CREX_X LN_TX_CREX_X não Granger Causa LN_M_POP LN_EXP_M_POP não Granger Causa LN_TX_CREX_X *** LN_TX_CREX_X não Granger Causa LN_EXP_M_POP Fonte: Elaborada pelos autores (2014). Nota: * significante a 1%, ** significante a 5%, *** significante a 10%. Conforme a Tabela 4, observam-se resultados significativos para o teste de causalidade de Granger em nível de crescimento do produto entre as variáveis: taxa de poupança, produtividade do trabalho e nível de exportações em função das importações sobre a população. Esses resultados são semelhantes aos apresentados pelo teste de causalidade de Granger em nível de crescimento. Assim, constata-se que a variável produtividade do trabalho novamente Granger-causa aumento no coeficiente de abertura comercial, evidenciando que o crescimento da renda afeta o nível de abertura comercial do país. Economicamente faz sentido que o crescimento cause, no sentido de Granger, a abertura comercial, pois o aumento da produtividade das firmas, por exemplo, faz com que estas se tornem mais competitivas e eficientes, podendo expandir seus mercados para o exterior. A taxa de crescimento da produtividade também Granger causa a taxa de poupança, ou seja, o aumento da renda dos trabalhadores torna possível um aumento das suas taxas de poupança. Da mesma forma que as firmas podem expandir seus mercados, um maior nível de renda disponível por trabalhador permite que os mesmos tenham mais acesso ao mercado externo. Destaque para a variável exportação em função da importação sobre a população que causa, no sentido de Granger, aumento da produtividade do trabalho. Percebe-se que a

21 21 variável investimento estrangeiro direto deixou de apresentar sinal positivo em primeira defasagem no teste VAR, mantendo sua condição de não Granger-causa produtividade do trabalho. Os principais resultados explanados evidenciam que o sinal das variáveis da abertura comercial foram muito próximo de zero e positivos ou foram negativos. Nesse sentido, mesmo sem significância estatística, os modelos estimados parecem indicar que, se há algum efeito da abertura comercial sobre o crescimento econômico, este pode ser muito pequeno e positivo ou negativo. Desse modo, os resultados apontam que, estatisticamente correto, o crescimento é o responsável pelo comportamento (positivo ou negativo) da abertura comercial para a economia brasileira no período de 1967 a 2008, como demonstra o teste de causalidade de Granger. 4.3 POR QUE A ABERTURA COMERCIAL NÃO INFLUENCIOU OS RESULTADOS DO MODELO DE SOLOW-SWAN? Embora os resultados para modelo econométrico não tenham sido estatisticamente significativos, pode-se inferir que foram explanadas relações de causalidade relevantes para o tema. Cogitam-se duas explicações acerca dos resultados encontrados para a abertura comercial proposta por meio do modelo de Solow-Swan. A primeira explicação evidencia que o próprio modelo de Solow-Swan não se ajusta conforme desejado quando estimado a partir de séries de tempo, pois este é geralmente testado pela produtividade total dos fatores. Reis (2008) estimou a produtividade total dos fatores para a economia brasileira de 1955 a 2003 por meio do modelo de Solow-Swan, com o objetivo de compreender como se verificou a mudança tecnológica no período. Tavares, Ataliba e Castelar (2001) mensuraram, a partir do modelo de Solow-Swan, a influência da produtividade total dos fatores em 21 estados brasileiros. Dentre os trabalhos pesquisados que estimaram a produtividade total dos fatores para a economia brasileira, observou-se que a quase totalidade dos autores estimou a partir do modelo de Solow-Swan, e não pelas equações de steady-state, que são os determinantes últimos do crescimento, ou seja, pelo aumento da taxa de poupança e pela taxa de crescimento populacional mais depreciação. A inexistência desses testes na literatura pode prejudicar a robustez do modelo de Solow-Swan em um contexto de séries de tempo, pois é trivial testar um modelo econométrico nesse cenário. Este trabalho demonstrou isso, que as previsões do modelo não

22 22 são estatisticamente significativas mesmo com a inclusão de uma nova variável, como a abertura comercial. A segunda explicação é mais relevante, pois supõe que a abertura comercial realmente não causa impacto no nível de crescimento e produtividade do país, uma vez que, conforme observado na Figura 2, o coeficiente de abertura comercial manteve-se praticamente constante desde a década de 1960 até os anos Figura 6 Taxa de crescimento do PIB brasileiro e coeficiente de abertura comercial do país de 1967 a 2008 Fonte: Elaborada pelos autores a partir do Ipeadata (2014). Esta explicação pode ser reforçada pela expansão das commodities, principalmente, observada a partir deste período, o que pujou o coeficiente de abertura comercial, conforme abordado em Bosio (2009). A autora ainda destaca que em 2005 o comércio exterior brasileiro registrou mudanças relevantes e positivas no perfil das exportações e na diversificação dos setores geradores do saldo comercial. A afirmação de que até 1988 a economia brasileira era fechada e que somente a partir deste período se verificou a abertura comercial brasileira pode ser rejeitada por meio da análise da Figura 2. Como se observa até 2003 o coeficiente de abertura comercial não apresentou tendência a uma maior participação da economia externa no PIB do Brasil. Com a expansão das commodities em 2003, este indicador ganhou maior significância, pois somente a partir de 2002 os números da balança comercial brasileira passaram a apresentar resultados positivos, conforme descrito em Bosio (2009). Isso significa que em 1963 a economia era tão aberta quanto fechada como em 2000, pois a participação no PIB era

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