Sociologia Organizacional

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1 DISCIPLINA SEMIPRESENCIAL Sociologia Organizacional Tânia Pereira da Gama e Paula Módulo I

2 Professora: Tânia Pereira da Gama e Paula Disciplina: Sociologia Organizacional Carga Horária: 60 ha SUMÁRIO Mensagem ao aluno: Contextualização da disciplina A sociologia como ciência 1.1 O contexto histórico e cultural do surgimento da Sociologia 1.2 As principais correntes do pensamento sociológico 1.3 A Sociologia do Trabalho A Era da Industrialização e da Automação 1.4 O estudo científico da organização do trabalho Elton Mayo MÓDULO I Mensagem ao aluno: Prezado aluno, você está recebendo o primeiro módulo da disciplina de Sociologia Organizacional, com os respectivos exercícios de revisão do conteúdo. Em breve estaremos enviando os demais. Bom estudo. Dedique-se, esforce-se, pois só conquistamos ao que almejamos com persistência e sabedoria. Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.cora Coralina. CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA Profissionais das mais diversas áreas desconhecem a utilidade da Sociologia, pois a sociedade tem características que precisam ser conhecidas para que aqueles que nela atuam tenham sucesso. Não existe, portanto, nenhum setor da vida onde os conhecimentos sociológicos não sejam de ampla utilidade. E essa certeza perpassa hoje toda a linguagem dos meios de comunicação e toda a atuação profissional das pessoas e, é por isso que a Sociologia faz parte dos programas universitários que preparam os mais diversos profissionais. Hoje afirmamos que: a Sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas por sua abordagem, isto é, pela forma com que pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais. Dizer que o objeto da Sociologia é a sociedade é dar ao cientista social um objeto sem limites precisos, amplos demais para que ele possa dar conta. Tudo que existe, desde que o homem se reconhece como tal, existe em sociedade. Portanto, não é por fazer parte da sociedade, ou de um meio social que um fato se torna objeto de pesquisa sociológica. Um acontecimento ou um comportamento Faculdade Machado de Assis 2

3 é sociológico quando sobre ele se debruça o sociólogo, tentando entende lo nos aspectos que dizem respeito às relações entre os homens e às raízes de seu comportamento. Os conhecimentos sociológicos tentam explicar as relações entre acontecimentos complexos e diferenciados, unindo fenômenos aparentemente dissociados, permite ao homem transpor as limites de sua condição particular para percebê lo como arte de uma totalidade mais ampla, que é o todo social. Isso faz da Sociologia um conhecimento indispensável num mundo que, à medida que cresce, mais diferencia e isola os homens e os grupos entre si. A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA 1 O CONTEXTO HISTÓRICO DO APARECIMENTO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO O pensamento sociológico se inaugura no século XIX, entre outras coisas, como produto das novas concepções do pensamento científico moderno que se consolidara no século XVIII, quando: Surgiram às primeiras tentativas de explicar o comportamento humano pelas situações de existência e formou se a convicção de que os fenômenos sociais variam não porque sejam sujeitos ao arbítrio dos indivíduos, mas porque são regulados por uma ordem manente às relações deles entre si, a qual é variável de uma sociedade para outra. (Fernandes, 1976, p. 32) 1 E, assim, a Sociologia surge como um ramo especializado do conhecimento e se sistematiza como ciência, dentro de um quadro que articula transformações, no plano intelectual, com as condições sociais que destruíram a sociedade medieval e edificaram os tempos modernos, marcados por um novo modo de viver e produzir. Para Costa Pinto, (...) as transformações econômicas e sociais que assinalam a primeira metade do século XIX e o desenvolvimento do método científico noutros setores do conhecimento humano, paralelos à sociologia, criaram, a esse tempo, as condições práticas e teóricas, históricas e filosóficas, para a organização da sociologia como disciplina (...) 2 Os pioneiros do pensamento social, no entanto, não aspiravam somente um conhecimento da realidade social. Seu objetivo maior era transformar o saber sociológico num instrumento de ação 1 Fernandes, Florestan. Ensaios de Sociologia Geral e Aplicada. São Paulo: Pioneira, 1976, p Costa Pinto, L.A. Sociologia e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965, p. 15 Faculdade Machado de Assis 3

4 sobre a sociedade, pretendendo modificá la. E foi com este objetivo que se elaborou, inicialmente, a ciência da sociedade: para racionalizar a construção de uma nova ordem social que deveria emergir dos escombros do antigo regime. (...) Se sabemos em que sentido evolui o direito de propriedade à medida que as sociedades se tornam mais volumosas, mais densas, e se qualquer novo aumento de volume ou de densidade torna necessárias novas modificações, poderemos prevê las e, prevendo as, querê las antecipadamente. Enfim, comparando o tipo normal com ele mesmo operação estritamente científica poderemos verificar que ele não está inteiramente de acordo com ele próprio, que contém contradições, isto é, imperfeições, e procurar eliminá las ou corrigi las (...) 3 Com as transformações nas concepções da ciência, em geral, e da Sociologia, em particular, chega se, hoje, à compreensão da serventia do pensamento sociológico, que Wright Mills tão bem definiu em sua obra A Imaginação Sociológica : A imaginação sociológica habilita nos a apanhar a história e a biografia, e as relações de ambas no interior da sociedade. Essa é a sua tarefa e promessa. Nenhum estudo social se completa se não estiver voltado para os problemas da biografia, da história e das suas conexões recíprocas na sociedade. CONCEITO DE SOCIOLOGIA A palavra Sociologia é de origem tão recente quanto a disciplina que designa. Foi criada pelo filósofo francês Augusto Comte, no século XIX (1839) que tomando por base os termos extraídos do latim socio (que exprime a idéia de social ) e do grego logos (que exprime a idéia de palavra ou estudo ) deu origem ao nome que viria a designar a nova ciência: Sociologia. Do ponto de vista etimológico, Sociologia significa simplesmente o estudo do social ou o estudo da sociedade. É claro que a etimologia da palavra não é suficiente para nos fazer entender o que é a Sociologia. A Sociologia é uma ciência que se define não por seu objeto de estudo, mas por sua abordagem, isto é, pela forma com que pesquisa, analisa e interpreta os fenômenos sociais No sentido, de criar um conceito que melhor definisse a nova ciência, vários estudiosos, elaboraram teorias sociológicas, das quais trataremos mais adiante. 3 Durkheim, Emile. De la division du travail social. Paris: Librairie Felix Alcan, Faculdade Machado de Assis 4

5 . OBJETO DE ESTUDOS Dizer que o objeto da Sociologia é a sociedade significa dar ao cientista social um objeto sem limites precisos, amplos demais para que ele possa dar conta. Pois, tudo que existe desde que o homem se reconhece como tal, existe em sociedade. Portanto, não é por fazer parte da sociedade, ou de um meio social que um fato se torna objeto de pesquisa sociológica. Um acontecimento, ou um comportamento é sociológico quando sobre ele se debruça o sociólogo, tentando entendê lo nos aspectos que dizem respeito às relações entre os homens e às raízes de seu comportamento. No entanto, mesmo havendo consenso entre os sociólogos modernos quanto à idéia de que a Sociologia é o estudo científico do comportamento social ou da ação social dos seres humanos, permanece a discordância no que concerne: a) à natureza do método científico aplicado aos fenômenos sociais; b) à conceituação dos fenômenos sociais, incluindo ou não os aspectos que são diretamente observáveis; c) ao âmbito e alcance dos fenômenos sociais a serem considerados como sua matéria própria. Surgiu uma maneira nova de pensar o porquê e o para que das coisas. Surgiram os sábios, homens cuja atividade era descobrir os segredos do mundo e do universo. Durante a Idade Média, com o grande poder da Igreja Católica, novamente imperou o saber ligado à religião. Só com o Renascimento é que o homem volta aos textos antigos e redescobre o prazer de investigar o mundo, descobrir as leis de sua organização como atividade de valor em si mesma, independente de suas implicações religiosas. A partir do século XVII, vimos assistimos ao crescente progresso da ciência, destinada à descoberta das relações entre as coisas, das leis que regem o mundo natural. Já no século XIX surge uma ciência nova a Sociologia, a ciência da sociedade, preocupada com as regras que organizavam a vida social. O aparecimento da sociologia significou que as questões relativas às relações entre os homens deixaram de ser apenas matéria religiosa passaram a interessar também aos cientistas. O homem começou a desenvolver métodos (observação e experimentação) e instrumentos de análise capazes de traduzir sua experiência social de maneira científica. Faculdade Machado de Assis 5

6 Criou se um jargão científico, isto é, um vocabulário próprio com conceitos que designam aspectos precisos da vida social. De tal forma se alastraram os resultados das pesquisas sociológicas que, hoje, boa parte desse vocabulário faz parte da vida cotidiana. Palavras e expressões como contexto social, movimentos sociais, classes, estratos, camadas, conflito social, são usadas no dia adia das pessoas e profundamente veiculadas pelos meios de comunicação de massa. 1.2 AS PRINCIPAIS CORRENTES DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO AUGUSTO COMTE E O POSITIVISMO Os primeiros cientistas sociais, através do método de investigação científica, tentaram explicar que as ciências sociais derivam das ciências físicas. Entre esses se destaca a figura de Auguste Comte.Suas pesquisas levaram no a identificar na sociedade dois movimentos vitais: a) o movimento dinâmico e b) o movimento estático. Chamou de dinâmico, aquele que representava a passagem para formas mais complexas de existência, como a industrialização, e de estático, o responsável pela preservação dos elementos permanentes de toda organização social, isto é, as instituições que mantinham a coesão e garantiam o funcionamento da sociedade: família, religião, linguagem, direito etc. Caberia à Sociologia manter um equilíbrio entre os aspectos estáticos e os aspectos dinâmicos, isto é, entre a ordem e o progresso. Em meio a tudo isso e devido ao desenvolvimento industrial europeu, repleto de conflitos sociais, os positivistas respondem aos anseios de organização e controle da sociedade justamente com idéias de ordem e progresso, procurando ajustar todos os indivíduos às condições estabelecidas, que garantiriam o melhor funcionamento da sociedade. O positivismo foi o pensamento que glorificou a sociedade européia do século XIX, em franca expansão. Buscava justificar, através de um método científico adequado, os padrões burgueses e industriais de organização social. Procurava resolver os conflitos sociais por meio de exaltação à coesão, à harmonia natural entre os indivíduos, ao bem estar do todo social A primeira corrente de pensamento que se deteve a estudar a sociedade a partir da análise de seus processos e estruturas, para possibilitar uma reforma das instituições, foi a filosofia positiva. Seu fundador e sistematizador foi o filósofo francês Auguste Comte ( ).O positivismo foi a Faculdade Machado de Assis 6

7 primeira teoria a organizar alguns princípios a respeito do homem e da sociedade tentando explicálos cientificamente. O próprio Comte deu inicialmente o nome de física social às suas análises da sociedade, antes de criar o termo Sociologia. O positivismo foi também chamado de organicismo porque concebia a sociedade como um organismo constituído de partes integradas e coesas que funcionam harmonicamente, segundo um método físico e mecânico. Charles Darwin, cientista inglês, nesta época muito contribuiu com sua teoria da evolução biológica das espécies animais. Suas idéias transpostas para as análises da sociedade fizeram surgir o Darwinismo social, isto é, a crença de que as sociedades mudariam e evoluiriam sempre de um estágio inferior para um outro superior, em que o organismo social se mostraria mais evoluído, mais adequado e ais complexo. Esse tipo de mudança garantiria a sobrevivência dos organismos sociedade e indivíduos mais fortes e mais evoluídos. Em meio a tudo isso e devido ao desenvolvimento industrial europeu repleto de conflitos sociais, os positivistas respondem aos anseios com idéias de ordem e progresso, onde procurariam ajudar todos os indivíduos às condições estabelecidas que garantiriam o melhor funcionamento da sociedade. Comte identificou na sociedade esses dois movimentos vitais chamaram de dinâmico o que representava a passagem para formas mais complexas de existência, com a industrialização, e de estático o responsável pela preservação dos elementos permanentes de toda organização social, isto é, as instituições que mantinham a coesão e garantiam o funcionamento da sociedade, família, religião, linguagem, direito etc. O positivismo foi, portanto, o pensamento que glorificou a sociedade européia do século XIX, em franca expansão. Buscava justificar, através de um método científico adequado, os padrões burgueses e industriais de organização social. Procurava resolver os conflitos sociais por meio de exaltação à coesão, à harmonia natural entre os indivíduos, ao bem estar do todo social. A SOCIOLOGIA DE DÜRKHEIM Nasceu em Epinal, na Alsácia, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou Sociologia Faculdade Machado de Assis 7

8 em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Transferiu se, em 1902, para a Sorbonne, para onde levou inúmeros cientistas, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss, reunindo os num grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. Suas principais obras foram: Da Divisão do Trabalho Social (1893), As Regras do Método Sociológico (1895), O Suicídio (1897), As Formas Elementares da Vida Religiosa (1912), Educação e Sociologia (1922), Sociologia e Filosofia (1928) e Lições de Sociologia (1950). Essas três últimas foram obras póstumas, pois Durkheim morre em Paris, em OS FATOS SOCIAIS COMO OBJETO DA SOCIOLOGIA Durkheim e seus colaboradores se esforçaram em emancipar a Sociologia das filosofias sociais e constituí la definitivamente como disciplina científica. Para a teoria sociológica durkeimiana o objeto de estudo da Sociologia é o fato social. Durkheim, em seu trabalho Les règles de la méthode sociologigue (1895), faz a seguinte afirmativa: Quando desempenho meus deveres de irmão, de esposo ou de cidadão, quando me desincumbo de encargos que contraí, pratico deveres que estão definidos fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes. Mesmo estando de acordo com sentimentos que me são próprios, sentindo lhes interiormente a realidade, esta não deixa de ser objetiva; pois não fui eu quem os criou, mas recebi os através da educação. (...) Não somente esses tipos de conduta ou de pensamento são apenas exteriores ao indivíduo, como também são dotados de um poder imperativo e coercitivo em virtude do qual se lhe impõem, quer queira, quer não. 4 Prosseguindo na sua tentativa de evidenciar o objeto de estudo da Sociologia, Durkheim assim define fato social: (...) Nossa definição compreende, então, todo o definido se dissermos: É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou mais ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter. 5 Examinando a definição durkheimiana, pode se perceber claramente as três características fundamentais do fato social: exterioridade, coercitividade e generalidade. É exterior uma vez que atua 4 DURKHEIM, Èmile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo, Nacional, 1956, p Idem, p. 14 Faculdade Machado de Assis 8

9 sobre os indivíduos, independentemente de sua vontade, como por exemplo, as regras sociais, os costumes, as leis. É coercitivo porque se impõe, porque tem força de atuar sobre os indivíduos que, se resistirem a ele, sofrem sanções do grupo social. É geral no contexto de uma determinada sociedade, por isso que se manifesta coletivamente. Dürkheim considerava, ainda que, para garantir a objetividade científica necessária, o sociólogo devia encarar os fatos sociais como coisas, isto é, como fenômenos que não são inteligíveis imediatamente, senão que precisam de um método para se tornar conhecidos. Neste sentido, o senso comum, na medida em que é acrítico, marcado, por pré noções e preconceitos, é contrário ao conhecimento científico do fato social. Para Dürkheim, a Sociologia tinha por finalidade não só explicar a sociedade como também encontrar remédios para a vida social. A generalidade de um fato social, isto é, sua unanimidade, é garantia de normalidade na medida em que representa o consenso social e a vontade coletiva. A harmonia é conseguida através do consenso social, a saúde do organismo social. Os fatos patológicos são considerados transitórios e excepcionais. Toda teoria sociológica de Dürkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência própria e independente daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Ele chamou isto de consciência coletiva. É ela que vai revelar o tipo psíquico da sociedade. A consciência coletiva é, em certo sentido, a forma moral vigente na sociedade. Para Dürkheim, a Sociologia deveria ter ainda por objeto comparar as diversas sociedades. Ele se distingue dos demais positivistas, porque suas idéias ultrapassaram a simples reflexão filosófica e chegaram a constituir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos sobre a sociedade. A DIVISÃO DO TRABALHO SOCIAL Os fatos sociais compõem a teia de regras e normas que configuram um determinado meio moral, compartilhado por todos aqueles que vivem em determinada sociedade. Para Dürkheim, este meio moral é possível porque os indivíduos que participam de uma mesma sociedade desenvolvem um processo de interação que ele chamou de divisão do trabalho social. Faculdade Machado de Assis 9

10 Ao analisar o pensamento de Dürkheim, Rodrigues formula o seguinte: (...) conforme o tipo de divisão do trabalho social que predomina na vida coletiva numa determinada época, temos um tipo diferente de cooperação entre os indivíduos. E esse tipo diferente de cooperação, por sua vez, dá origem a uma vida moral diferente. Vida moral que será a base dos conteúdos transmitidos na forma de crenças, valores e normas de geração para geração (...) 6 Como se pode perceber, além de indivíduos humanos vivos, para que haja sociedade é necessário que haja entre eles um consenso, pois sem isso não há cooperação e, portanto, não há divisão social do trabalho. E Dürkheim completa: O valor moral da divisão do trabalho social está em que é através dela que o indivíduo toma consciência do seu estado de dependência com relação à sociedade; é dela que vêm as forças que o retém e o contém. Em síntese, uma vez que a divisão do trabalho se torna a fonte eminente da solidariedade social, ela se torna ao mesmo tempo a base da ordem moral (...) 7 DA SOLIDARIEDADE MECÂNICA À SOLIDARIEDADE ORGÂNICA Na ótica de Dürkheim, para que a vida social tenha prosseguimento, é necessário que os indivíduos desempenhem diferentes funções. No entanto, dependendo do meio moral, esta diferença entre as funções, isto é, a divisão do trabalho social, poderá ser maior ou menor. Numa sociedade tribal, por exemplo, na qual todas as pessoas desempenham praticamente as mesmas atividades, crêem nos mesmos deuses, adoram o mesmo totem, obedecem aos mesmos tabus, estabelece se o que na teoria durkheimiana se conhece por solidariedade mecânica, já que no seu interior os indivíduos possuem pouca divisão do trabalho social. (...) a solidariedade permanece mecânica enquanto a divisão do trabalho social não se desenvolve (...) Assim, existe uma estrutura social de natureza determinada a que corresponde a solidariedade mecânica. Caracteriza se por um sistema de segmentos homogêneos e semelhantes entre si. 8 Ao contrário, quando se trata de uma sociedade mais complexa, como a moderna sociedade industrial, em que há uma intensa divisão do trabalho social, acontece o que Durkheim chamou de 6 Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro; DP&A, 2001, p Durkheim, Emile. De la division du travail social. Paris: Librairie Felix Alcan, 1926, p Ibid, p. 157 Faculdade Machado de Assis 10

11 solidariedade orgânica. A sociedade industrial exige um certo grau de diferenciação, entre as funções que os indivíduos devem desempenhar, que a solidariedade baseada na semelhança é substituída pela solidariedade baseada na diferença. Diferente é a estrutura da sociedade onde a solidariedade orgânica é preponderante. Elas são constituídas, não por uma repetição de segmentos similares ou homogêneos, mas por um sistema de órgãos diferentes dos quais cada um tem um papel especial, sendo eles próprios formados de partes diferenciadas. Assim como os elementos sociais não são da mesma natureza, tampouco estão dispostos da mesma maneira. (...) 9 As diferentes sociedades, como se vê, correspondem diferentes tipos de solidariedade. Quanto mais complexa a sociedade se mostra, maior possibilidade de interpretações pessoais das regras que estão no grupo, mais se caminha da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica. Entretanto, positivista que era, Dürkheim acreditava que (...) todo o progresso desencadeado pelo capitalismo, traria um aumento generalizado da divisão do trabalho social e, por conseguinte, da solidariedade orgânica, a ponto de fazer com que a sociedade [capitalista] chegasse a um estágio sem conflitos e problemas sociais. 10 O NORMAL E O PATOLÓGICO De acordo com o exposto, percebe se que, mesmo admitindo que nas sociedades mais complexas se enfraqueçam as relações entre os indivíduos, tornando a solidariedade orgânica cada vez maior, sempre resta um determinado nível de controle, sem o qual se presenciaria a desintegração da vida social, num processo que Durkheim chamou de anomia, isto é, ausência de regras. Na concepção durkheimiana, os problemas sociais têm origem numa crise moral, isto é, num estado social em que as regras de conduta não estão funcionando. A esse estado de coisas em que as regras sociais não estão funcionando, ele chamou de patológico. Reunindo essas duas categorias, presentes na formulação de Durkheim, é que se compreende porque, para ele, de acordo com as concepções positivistas, o funcionamento da sociedade se dava na linha do equilíbrio linearidade harmonia. 9 Ibid, p Meksenas, Paulo. Sociologia. São Paulo: Cortez, 1994, p. 68. Faculdade Machado de Assis 11

12 A interpretação positivista da sociedade apontava que, no futuro, a sociedade industrial capitalista, caminhando dentro da ordem e do progresso, resolveria os seus problemas. Para isso bastava que se compreendesse, objetivamente, a forma como a sociedade capitalista se desenvolvia e, descobrindo as leis sociais que são falhas, se procedesse à sua substituição por outras mais eficientes. E, para Dukheim, esse seria o trabalho do sociólogo. MAX WEBER ( ) Nasceu na cidade de Erfurt, Alemanha. Filho de uma família de burgueses liberais.desenvolveu estudos de Direito,Filosofia,História e Economia,constantemente interrompidos por uma doença que o acompanhou por toda a vida.iniciou a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi catedrático na universidade de Heidelberg.Manteve contato permanente com intelectuais de sua época, como Simmel Sombart, Tönies e George Lukács.Na política, defendeu ardorosamente seus pontos de vista liberais e parlementeristas e participou da comissão redatora da Constituição da República de Weimar. Sua maior influência nos ramos especializados da Sociologia foi no estudo das religiões, estabelecendo relações entre formações políticas e crenças religiosas.suas principais obras foram: A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO ( 1904) e ECONOMIA E SOCIEDADE (1922). Enquanto a França e a Inglaterra desenvolveram o pensamento social influenciado pelo desenvolvimento industrial e urbano, que tornou esses países potências emergentes nos séculos XVII e XVIII e, portanto, sedes do pensamento burguês da Europa.Somado ao grande avanço alcançado pelas ciências físicas e biológicas cuja influência se exerceu sobre as primeiras escolas sociológicas que adaptaram os princípios e as metodologias dessas ciências a realidade social. A Alemanha, por outro lado, apresentava uma realidade distinta.aí, o pensamento burguês se organiza tardiamente e quando o faz, já no século XIX, é sob a influência de outras correntes filosóficas e da sistematização de outras ciências humanas, como a História e a Antropologia. Na Alemanha o positivismo teve menor repercussão. A grande fonte filosófica ali foi o idealismo de Kant e Hegel que exerceram grande influência sobre o pensamento sociológico desenvolvido por Weber e outros. Faculdade Machado de Assis 12

13 O conhecimento para a filosofia alemã é fruto da relação da razão com os objetos do mundo, ou seja, os conhecimentos não são apenas vividos, mas também pensados. O positivismo valoriza apenas a lei de evolução, a generalização e a comparação entre formações sociais, enquanto para a teoria sociológica weberiana a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades. Seu objeto de estudos é a ação social, definida como toda a conduta humana orientada por um motivo que lhe dá sentido. Cabe ao sociólogo perceber a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos. Para a sociologia Weberiana os acontecimentos que integram o social têm origem nos indivíduos. O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão, não a objetividade pura dos fatos. Weber relembra sempre que, embora os acontecimentos sociais possam ser quantificáveis, a análise do social envolve sempre uma questão se qualidade, interpretação, subjetividade e compreensão. Seus trabalhos abriram as portas para as particularidades históricas das sociedades e para a descoberta do papel da subjetividade na ação e na pesquisa social. A SOCIEDADE SOB UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA O contraste entre o positivismo e o idealismo se expressa, entre outros elementos, nas maneiras diferentes como cada uma dessas correntes encara a história. Para o positivismo, a história é o processo universal de evolução da humanidade, cujos estágios o cientista pode perceber pelo método comparativo, capaz de aproximar sociedades humanas de todos os tempos e lugares. A história particular de cada sociedade desaparece, diluída nessa lei geral que os pensadores positivistas tentaram reconstruir. Essa forma de pensar torna insignificantes as particularidades históricas, e as individualidades são dissolvidas em meio a forças sociais impositivas. 11 Max Weber pensador, com sólida formação histórica se opôs a essa concepção. Para ele, a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades. Essa pesquisa, baseada na coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes, permite o entendimento das diferenças sociais, que seriam, para Weber, de gênese e formação, e não de estágios de evolução. 11 DÜRKHEIM,Émile.As regras do método sociológico,op.cit.p.82. Faculdade Machado de Assis 13

14 Portanto, segundo a perspectiva weberiana, o caráter particular e específico de cada formação social e histórica deve ser respeitado. Os conhecimentos históricos, entendidos como a busca de evidências, torna se um poderoso instrumento para o cientista social. Weber consegue combinar duas perspectivas: a histórica, que respeita as particularidades de cada sociedade, e a sociológica, que ressalta os elementos mais gerais de cada fase do processo histórico. Entretanto, Weber, não achava que uma sucessão de fatos históricos fizesse sentido por si mesma. Para ele todo historiador trabalha com dados esparsos e fragmentários. Por isso, propunha para suas análises o método compreensivo, isto é,um esforço interpretativo do passado e de sua repercussão nas características peculiares das sociedades contemporâneas.essa atitude de compreensão é que permite ao cientista atribuir aos fatos esparsos um sentido social e histórico. A AÇÃO SOCIAL: UMA AÇÃO COM SENTIDO Cada formação social apresentava, para Weber, especificidade e importância próprias. Mas o ponto de partida da Sociologia de Weber não estava nas entidades coletivas, grupos ou instituições. Seu objeto de investigação era a ação social. A ação social é a conduta humana dotada de sentido, isto é, de uma justificativa subjetivamente elaborada. Assim, o homem passou a ter, como indivíduo, na teoria weberiana, significado e especificidade. É o agente social que dá sentido à sua ação: estabelece a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos. Enquanto para a Sociologia positivista, a ordem social submete os indivíduos como força exterior a eles, para Weber, ao contrário não existe oposição entre indivíduo e sociedade: as normas sociais só se tornam concretas quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação.cada sujeito age levado por um motivo que é dado pela tradição, por interesses racionais ou pela emotividade. O motivo que transparece na ação social permite desvendar o seu sentido, que é social na medida em que cada indivíduo age levando em conta a resposta ou a reação de outros indivíduos. Para Max Weber, a tarefa do cientista é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interesse estudar. O sentido, por um lado, é expressão da motivação individual, formulado expressamente pelo agente ou implícito em sua conduta. O caráter Faculdade Machado de Assis 14

15 social da ação individual decorre, segundo Weber, da interdependência dos indivíduos. Um ator age sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em relação a outros atores.por outro lado, a ação social, gera efeitos sobre a realidade em que ocorre.tais efeitos escapam, muitas vezes, ao controle e à previsão do agente. Weber distingue a ação da relação social. Para que se estabeleça uma relação social é preciso que o sentido seja compartilhado. Por exemplo, um sujeito que pede uma informação a outro estabelece uma ação social: ele tem um motivo e age em relação a outro indivíduo, mas tal motivo não é compartilhado. Numa sala de aula, em que o objetivo da ação dos vários sujeitos é compartilhado, existe uma relação social. Pela freqüência com que certas ações sociais se manifestam, o cientista pode conceber as tendências gerais que levam os indivíduos, em dada sociedade, a agir de determinado modo. A TAREFA DO CIENTISTA Max Weber rejeita a maioria das proposições positivistas: o evolucionismo, a exterioridade do cientista social em relação ao objeto de estudo e a recusa em aceitar a importância dos indivíduos e dos diferentes momentos históricos na análise da sociedade. Para esse sociólogo, o cientista, como todo indivíduo em ação, também age guiado por seus motivos, sua cultura e suas tradições, sendo impossível descartar se de suas pré noções como propunha Dürkheim. Para Weber existe sempre certa parcialidade na análise sociológica, intrínseca à pesquisa, como toda forma de conhecimento. As preocupações do cientista orientam a seleção e a relação entre os elementos da realidade a ser analisada. Os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas procura desvendar. A neutralidade durkheimiana se torna, impossível nessa visão. Para Weber o cientista, como todo indivíduo em ação, age guiado por seus motivos, sua cultura, sua tradição. No entanto, admite que, uma vez iniciado o estudo, este deve se conduzir pela busca da maior objetividade na análise dos acontecimentos. A realização da tarefa científica não deveria ser dificultada pela defesa das crenças e das idéias pessoais do cientista. Para a Sociologia weberiana, os acontecimentos que integram o social têm origem nos indivíduos. O cientista parte de uma preocupação com significado subjetivo, tanto para ele como Faculdade Machado de Assis 15

16 para os demais indivíduos que compõem a sociedade. Sua meta é compreender, buscar os nexos causais que dêem o sentido da ação social. Qualquer que seja a perspectiva adotada pelo cientista, ela sempre resultará numa explicação parcial da realidade. Um mesmo acontecimento pode ter causas econômicas, políticas e religiosas, sem que nenhuma dessas causas seja superior à outra em significância.todas elas compõem um conjunto de aspectos da realidade que se manifesta, necessariamente, nos atos individuais. O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão, não a objetividade pura dos fatos. Weber destaca que, embora os acontecimentos sociais possam ser quantificáveis, a análise do social envolve sempre uma questão de qualidade, interpretação, subjetividade e compreensão. KARL MARX E FREDERICH ENGELS E A LUTA CONTRA A EXPLORAÇÃO DO HOMEM KARL MARX Em uma de suas frases mais famosas, escrita em 1845, nas Teses sobre Feuerbach, dizia que, até então, os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformálo. Viveu como jornalista entre a Alemanha, a França e a Inglaterra, despertando a ira de governos e da imprensa. Em 1864, com a fundação da Internacional Socialista (Associação Internacional dos Trabalhadores), aparece como líder formulador das idéias socialistas. Em 1871,a eclosão da Comuna de Paris o torna internacionalmente conhecido. Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou grande parte da imprensa inglesa, Marx foi considerado o mais importante pensador de todos os tempos. Foram Marx e Engels os primeiros a revelar o papel histórico do proletariado como demolidor do capitalismo e construtor do comunismo, convertendo se em educadores e dirigentes do proletariado, na sua luta pela emancipação dos trabalhadores. as lendas antigas escreve Lênin oferecem exemplos comovedores de amizade. O proletariado europeu pode dizer que sua ciência foi criada por dois sábios e militantes cujas relações pessoais empalidecem as mais comovedoras lendas antigas sobre a amizade entre dois homens. Faculdade Machado de Assis 16

17 AS BASES DO PENSAMENTO DE MARX E ENGELS Rompendo com as concepções positivistas, que interpretam o funcionamento da sociedade na linha do equilíbrio linearidade harmonia, o pensamento marxista coloca que a sociedade contém contradições entre as forças produtivas e as relações de produção, e que, em certos momentos, esses conflitos tornam se entraves, abrindo se a oportunidade de uma época de revolução social, que transforma as relações de produção, constituidoras da base econômica da sociedade e de toda a superestrutura que sobre ela se ergue. Para Marx e Engels, o conhecimento da realidade social, isto é, das contradições da vida material, do conflito que existe entre as forças produtivas e as relações de produção, é um instrumento político que pode orientar a luta pela transformação da sociedade que, para eles, é gerada na luta de classes. Marx e Engels vêem a História como a ciência social única, capaz de abarcar o estudo da sociedade, do ponto de vista do modo de produção, que é fundamental para se compreender como se organiza e funciona a sociedade. As relações de produção, nesse sentido, são consideradas as mais importantes relações sociais. A história do homem é a história do desenvolvimento e do colapso de diferentes modos de produção. Conseguiram imprimir às análises da sociedade a idéia de totalidade, não fazendo separação entre as dimensões sociais, econômica, política, ideológica e religiosa da sociedade. Do mesmo modo, não colocam a divisão entre teoria e prática, pois a verdade histórica não supõe apenas o ponto de vista teórico. Ela se dá na prática. Para Marx e Engels, a ciência não dependia da objetividade, mas de uma consciência crítica. Ao invés de sugerir soluções para uma sociedade doente, eles propunham um caminho prático de ação política e um objetivo claro a ser atingido. Substituiram a idéia de harmonia pela de contradição. A trajetória desses dois pensadores é marcada pelo desenvolvimento de outras categorias importantes para entender sua formulação: modo de produção, consciência/alienação, ideologia. Faculdade Machado de Assis 17

18 A TEORIA DO MODO DE PRODUÇÃO No Prefácio de Contribuição à Crítica da Economia Política (1859), Marx e Engels expõem um resumo do que viria a se constituir no seu método de interpretação da sociedade, o materialismo histórico, criando determinadas categorias necessárias à compreensão da sociedade. A primeira delas é a de que a sociedade é resultante das relações dos homens entre si e dos homens com a natureza, mediadas pelo trabalho. E, para isso, vêm produzindo, ao longo de sua história, aquilo que Marx e Engels chamaram de meios de trabalho ou meios de produção: energia, trabalho, matéria prima, tecnologia, com a finalidade de aumentar e melhorar a sua capacidade de produzir. Segundo Marx e Engels, O meio de trabalho é aquele objeto ou conjunto de objetos que o trabalhador interpõe entre ele e o objeto que trabalha e que lhe permite dirigir sua atividade sobre esse objeto. O homem serve se das qualidades mecânicas, físicas e químicas das coisas para utilizá las, conforme o objetivo que tiver em mente, como instrumento de atuação sobre outras coisas. 12 Além de criar os meios de trabalho, o homem foi, também organizando a produção, distribuindo tarefas e benefícios entre os membros da sociedade. Inicialmente, a diferenciação se deu entre os sexos, depois entre a agricultura e a criação de animais, entre o campo e a cidade e, finalmente, entre as produções agrícolas, industriais e comerciais. A divisão do trabalho, como também tem o intuito racionalizar a produção, é parte do conjunto das forças produtivas. Mas a divisão do trabalho não é igualmente distribuída no interior da sociedade. Ela depende das diferentes relações de produção, isto é, da propriedade dos meios de produção. Pode se dizer que, na sociedade capitalista, do ponto de vista de Marx [e Engels], elas implicam numa separação básica (...) nem sempre os homens que possuem os meios para realizar o trabalho trabalham e nem sempre os que trabalham possuem esses meios. 13 Ou seja, nem sempre quem tem a propriedade dos meios de produção, trabalha. Quem trabalha, em geral, são aqueles que não são os donos dos meios de produção. Isto equivale a dizer que há tipos diferentes de proprietários: os proprietários da simples força de trabalho os trabalhadores, e os proprietários dos meios de produção os capitalistas. Além desses, Marx e Engels se referiam aos 12 Marx, Karl e Engels, Frederich. El Capital. México: Fondo de Cultura Econômica, 1959, p Rodrigues, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro; DP&A, 2001, p. 39 Faculdade Machado de Assis 18

19 proprietários de terras, os latifundiários. Esses proprietários formam as três grandes classes da sociedade moderna, baseada no regime capitalista de produção. 14 Para resumir, pode se dizer que a cada época histórica corresponde um conjunto de forças produtivas que se desenvolvem a partir de um conjunto instituído de relações de produção, isto é, das relações de propriedade que estão presentes nessa dada sociedade. A este conjunto Marx e Engels chamaram de modo de produção CONSCIÊNCIA. IDEOLOGIA. ALIENAÇÃO Num contexto de pensamento em que não se coloca a divisão entre teoria e prática, pois a verdade histórica não supõe apenas um ponto de vista teórico uma vez que se dá na prática, não se pode admitir que a forma como o homem pensa e o trabalho que executa possam estar dissociados. Daí, Marx e Engels se preocuparem em explicar de que forma as crenças, os valores, as normas, se relacionam com a produção material da existência. Para eles, são as condições materiais da existência que determinam a consciência: (...) são os homens que desenvolvem sua produção material e seu intercâmbio material que mudam também, ao mudar esta realidade, seu pensamento e os produtos de seu pensamento. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. 15 No entanto, como as idéias dominantes na sociedade são as idéias da classe dominante, as concepções sobre o mundo e sobre como funciona são marcadas pelas idéias de como a classe dominante determina que elas sejam. Para Marx e Engels, quando a burguesia domina como classe, é de se esperar que seus membros ajam (...) enquanto pensadores, enquanto produtores de idéias que regulem a produção e a distribuição das idéias de seu tempo; e que suas idéias sejam, por isso mesmo, as idéias dominantes da época. 16 Assim sendo, a classe operária, ao adotar como suas as idéias da burguesia, o faz porque a sua concepção de mundo está comprometida com uma visão que lhe parece própria de sua classe social. Essa concepção é produto de uma falsa consciência que não lhe permite captar a essência das relações 14 Marx, Karl e Engels, Frederich. Historia critica de la plusvalia. México: Fondo de Cultura Econômica, 1944, p Marx, Karl e Engels, Friederich. La ideologia alemana. Montivideo/Barcelona: Pueblos unidos/grijalbo, 1970, p Ibdi, p. 50. Faculdade Machado de Assis 19

20 às quais as classes sociais, na sociedade capitalista, estão submetidas. Ou seja, a representação que fazem de suas vidas é aquela que lhes é fornecida pela sociedade onde a burguesia é dominante. Marx chamou essa falsa consciência de ideologia, cuja origem histórica ocorre com a emergência da divisão entre trabalho intelectual e manual. É a partir deste momento que surge a ideologia, derivada de agentes sociais concretos que autonomizariam o mundo das idéias e assim inverteriam a realidade. Com isso, a classe operária acaba por adotar como sua uma ideologia de outra classe social. Um exemplo disso é a aceitação, como se fosse natural, de uma situação de exploração presente na sociedade capitalista, que nada tem de natural, pois foi socialmente construída. Essa exploração, que se traduz no que Marx e Engels chamam de mais valia 17, é aceita porque a classe operária, no seu cotidiano não tem consciência real da mesma. A percepção da exploração e das conseqüências da exploração não são claras para o trabalhador. A ideologia da classe dominante faz com que ele acredite que existem as fábricas e seus proprietários. Ao trabalhador cabe trabalhar na fábrica e obedecer às ordens do dono. É o proprietário quem determina o que vai ser produzido, quanto vai ser produzido, em que tempo, com que matéria prima e quanto custará. O trabalhador fica impedido, no capitalismo, de ter qualquer decisão sobre o seu trabalho e sobre o produto do seu trabalho. O trabalhador não consegue perceber o seu trabalho como algo que lhe pertence. A isto Marx e Engels chamaram de alienação. A alienação do trabalhador do produto de seu trabalho promove uma auto alienação do homem, contribuindo para uma existência em que se observa uma essência desumanizada. No entanto, é possível mudar a direção desse processo se a classe operária der uma guinada e se conscientizar de seu destino humano e de sua dignidade. E, para Marx e Engels, isso aconteceria porque o próprio capitalismo engendraria a forma de sua superação. A concentração do capital nas mãos de uns poucos levaria à revolução. A missão dessa revolução seria recuperar o homem, derrubando todas as situações em que ele pudesse ser degradado, escravizado, abandonado e desprezado. Com isso se superaria toda alienação. 17 Mais valia é uma categoria presente no pensamento marxista e que se refere à diferença entre o valor do bem produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no sistema capitalista. Marx chama a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. Em fazendo esta distinção, Marx rompe com a idéia ricardiana do lucro como "resíduo" e percebe a possibilidade de os capitalistas ampliarem autonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da mão-de-obra. Faculdade Machado de Assis 20

21 Marx considera tudo isso tarefa do movimento comunista. O comunismo possibilitaria a superação positiva da propriedade privada, elemento de auto alienação do homem, e se constituiria no resgate do homem para ele mesmo, enquanto ser social. Desapareceria, dessa forma, o antagonismo entre o homem e a natureza e entre o homem e o homem. Com o comunismo, ʺencerra se a pré história da sociedade humanaʺ e inicia se a sociedade ʺrealmente humanaʺ. ALGUMAS INFLUÊNCIAS DO PENSAMENTO MARXISTA Leitura crítica da filosofia de Hegel (observou e aplicou o método dialético de modo peculiar) Destacou o pioneirismo dos críticos da sociedade burguesa (Saint Simon, Fowier e Proudhon), mas reprovava o utopismo. Crítica a obra dos economistas clássicos ingleses: Adam Smith e David Ricardo maior parte de sua obra teórica. A trajetória do pensamento marxista é marcada pelo desenvolvimento de conceitos importantes: alienação, classes sociais, valor, trabalho, mais valia e modo de produção. Alienação o capitalismo alienou, isto é, separou o trabalhador dos seus meios de produção as ferramentas, as terras e as máquinas que se tornaram propriedade privada do capitalismo. O homem só pode recuperar sua condição humana através da crítica radical. Essa crítica radical só se efetiva na praxes, isto é, a ação política consciente e transformadora. Classes Sociais são formadas pelas desigualdades sociais provocadas pelas relações de produção do sistema capitalista. As relações entre os homens resultam das relações de oposição, antagonismo, exploração e complementaridade entre as classes sociais. Os trabalhadores, para assegurar a sobrevivência, vendem sua força de trabalho ao empresário capitalista, o qual se apropria do produto do trabalho de seus operários. Operários aluga por um certo tempo a força de trabalho e, em troca recebe salário (contrato). Faculdade Machado de Assis 21

22 Valor o valor de uma mercadoria era dado pelo tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção. Mais valia valor excedente produzido pelo operário. Para Marx, o estudo do modo de produção é fundamental para se compreender como se organiza e funciona uma sociedade. As relações de produção, nesse sentido, são consideradas as mais importantes relações sociais. A história do homem é a história do desenvolvimento e do colapso de diferentes modos de produção. Marx conseguiu imprimir às análises da sociedade a idéia de totalidade. Para Marx a ciência não dependia da objetividade, mas de uma consciência crítica. Ao invés de sugerir soluções para uma sociedade doente, Marx propunha um caminho prático de ação política e um objetivo claro a ser por ele atingido. Substituiu a idéia de harmonia pela de universalização dos interesses da classe burguesa, através do Estado. 1.3 A SOCIOLOGIA DO TRABALHO A ERA DA INDUSTRIALIZAÇÃO E DA AUTOMAÇÃO A Revolução Industrial, ocorrida na Europa Ocidental, no século XVIII trouxe inovações significativas não apenas ao processo produtivo (substituição do homem pela máquina) como também ao mundo do trabalho, introduzindo aí transformações profundas que ainda se fazem presentes nos dias atuais. Dois foram os países que contribuíram com suas invenções para o nascimento de uma nova era. Esses países foram por ordem de importância,,segundo Oliveira 18, a Inglaterra e mais tarde, a França. Na medida em que o emprego de máquinas pelas indústrias se intensifica,nesses países,começam a surgir controvérsias sobre a mecanização: sob o aspecto econômico constata se a diminuição dos custos das mercadorias, o que favorece o consumidor e possibilita que o produtor aumente sua produção, conquistando maiores mercados. Do ponto de vista social, constata se que a introdução da máquina além de acrescer as dificuldades de adaptação e de satisfação no trabalho, gera o desemprego. 18 Op. Cit.p.28. Faculdade Machado de Assis 22

23 A segunda Revolução Industrial foi marcada pela aparição de novas forças motoras,tais como: a elétrica e a derivada do petróleo, pelo aperfeiçoamento do motor a explosão, pelo grande impulso da indústria química e pelo aperfeiçoamento das primeiras máquinas automáticas. A indústria automobilística que surgiu nessa época refletia todas as novas invenções, juntamente com a indústria metalúrgica que produzia metais e novas ligas para atender à indústria de automóveis. Diante desse quadro,na busca de melhorar a situação dos trabalhadores, criaram se as associações operárias de produção, e os operários acreditavam que elas seriam as defensoras de seus interesses,alivio para a miséria em que vivia a sua classe. Como resultado positivo da ação dessas associações podemos citar a redução da jornada de trabalho. Por outro lado, enquanto a automação diminuía a fadiga física e aumentava a produtividade, com aumento de salário,por outro, passava a exigir operários especializados, o que provocou elevado índice de desemprego daqueles que não se enquadravam nesse novo padrão de operário que as novas tecnologias passavam a demandar. Esse momento, segunda metade do século XIX, é marcado pelas interferências dos sindicatos que passaram a exigir: aumentos de salários, treinamento, e retreinamento dos operários, além da garantia de um ano de salários nas indústrias mais afetadas pela automação, evitando assim demissões em massa. Tal posição fazia do sindicato o intermediador entre o assalariado e o progresso técnico, permitindo que o primeiro não temesse o segundo, mas obrigando o segundo a respeitar o primeiro. 19 Existe, contudo a idéia de que o uso da automação tem permitido que o homem deixe de realizar tarefas mais rudes, que exigem grandes esforços físicos.o emprego da alta tecnologia traz a necessidade de nova gestão dos fluxos produtivos que permitem o uso de robôs e a substituição dos operários nas operações executivas. Esse fato gera mudanças profundas no sistema de postos e funções dentro de uma indústria metalúrgica, por exemplo. Na indústria, a introdução da alta tecnologia para a fabricação de produtos com o intuito de redução de custos, eliminação de erros, melhoria na qualidade dos produtos, e maio rapidez e eficiência na produção reduzem acentuadamente a utilização da mão de obra, ou seja, do fator humano. 19 Op.cit.p.30. Faculdade Machado de Assis 23

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