O S N O V O S B E N E F Í C I O S F I S C A I S A O I N V E S T I M E N T O
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- Catarina Brás Silva
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1 i O S N O V O S B E N E F Í C I O S F I S C A I S A O I N V E S T I M E N T O N º 1 3 / 1 4 I. INTRODUÇÃO Foi aprovada, no passado dia 22 de Maio, em Conselho de Ministros, a proposta de Lei de autorização legislativa que visa permitir a adequação do Código Fiscal do Investimento, em matéria de auxílios estatais, ao novo quadro legislativo europeu, aplicável a partir do próximo dia 1 de Julho, para o período TAX & BUSINESS Neste âmbito, foi recentemente divulgada a Proposta de Lei n.º 229/XII, que procede à alteração do Código Fiscal ao Investimento e, bem assim, à alteração de algumas disposições constantes do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF). A presente Informação Fiscal destina-se a ser distribuída entre Clientes e Colegas e a informação nela contida é prestada de forma geral e abstracta. Não deve servir de base para qualquer tomada de decisão sem assistência profissional qualificada e dirigida ao caso concreto. O conteúdo desta Informação Fiscal não pode ser reproduzido, no seu todo ou em parte, sem a expressa autorização do editor. Caso deseje obter esclarecimentos adicionais sobre este assunto contacte. *** Esta Informação Fiscal é enviada nos termos dos artigos 22.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de Janeiro, relativa ao envio de correio electrónico não solicitado. Caso pretenda ser removido da nossa base de dados e evitar futuras comunicações semelhantes, por favor envie um com Remover para o endereço newsletter@rffadvogados.com. Esta proposta surge no seguimento de diversas medidas tais como o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento, ou a Reforma do IRC que entrou em vigor no início do presente ano de 2014, no âmbito da qual, entre outras medidas, foi consagrado um atractivo regime de participation exemption, e visa, para além da referida adequação ao quadro legislativo europeu, a promoção do investimento e da competitividade. Em concreto, as alterações visadas passam pela alteração (i) do regime de remuneração 01 Best Lawyers - "Tax Lawyer of the Year" 2014 Legal 500 Band 1 Tax Portuguese Law Firm 2013 International Tax Review "Best European Newcomer" (shortlisted) 2013 Chambers & Partners Band 1 RFF Leading Individual 2013 Who s Who Legal RFF Corporate Tax Adviser of the Year 2013 IBFD Tax Correspondents Portugal, Angola and Mozambique
2 II. convencional do capital social, (ii) do regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo, (iii) do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI); (iv) do sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II (SIFIDE II) e, bem assim, (v) do regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR). REGIME DE REMUNERAÇÃO CONVENCIONAL ONAL DO CAPITAL SOCIAL Tendo presente a necessidade de incentivar o investimento e, consequentemente, dotar o tecido empresarial de liquidez, a presente proposta prevê o aditamento de um artigo ao actual EBF, nos termos do qual, se prevê um regime que permite a dedução, na determinação do lucro tributável das sociedades, de uma importância correspondente à remuneração convencional do capital social, calculada mediante a aplicação da taxa de 5 % ao montante das entradas realizadas, por entregas em dinheiro, pelos sócios, no âmbito da constituição de uma sociedade ou do aumento do capital social. Prevê-se que o referido regime seja aplicável desde que (i) a sociedade em causa seja qualificada como uma micro ou pequena empresa; (ii) os sócios que tenham contribuindo para o aumento do capital social sejam pessoas singulares, sociedades de capital de risco, ou investidores de capital de risco; e (iii) o lucro da sociedade não seja determinado por métodos indirectos. III. ALTERAÇÕES AO REGIME DE BENEFÍCIOS FISCAIS CONTRATUAIS AO INVESTIMENTO PRODUTIVO São, também, propostas alterações no que respeita à possibilidade de o Estado conceder benefícios fiscais a projectos de investimento em unidades produtivas, dentro de determinados parâmetros pré-definidos e mediante a celebração de um contrato entre a sociedade beneficiária e o Estado, propondose, neste âmbito, que tais benefícios passem a ser regulados exclusivamente no novo Código do Investimento. Neste contexto, a presente proposta procede à revisão do âmbito e do sentido das aplicações e projectos relevantes para efeitos da concessão do benefício, identificando os activos fixos tangíveis que, apesar de afectos à realização do projecto de investimento, estão excluídos do âmbito de aplicação do benefício e, bem assim, os activos intangíveis abrangidos pelo regime. Por sua vez, tendo em vista a simplificação do sistema fiscal, a presente proposta procede ainda à revisão e simplificação dos procedimentos de candidatura e de apreciação dos processos contratuais de concessão dos benefícios e, bem assim, à revisão das próprias condições de contratualização, fiscalização e acompanhamento do projecto. Por fim, no que diz respeito ao benefício em si mesmo, propõe-se o aumento do limite 02
3 máximo do crédito de imposto a deduzir à colecta de IRC, dos actuais 20 %, para 25 %. IV. REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO (RFAI) Em regra, o benefício em causa, prevê a possibilidade de o beneficiário deduzir 10 % das aplicações relevantes num determinado projecto de investimento. Esta percentagem pode ser majorada até ao limite de 25 %, dependendo da região em que se situe o projecto (por forma a beneficiar as regiões mais desfavorecidas), da criação de postos de trabalho ou a sua manutenção (por forma a incentivar o emprego), e de casos de contributo excepcional para a economia nacional. De referir que, aos projectos de investimento ora em apreço, podem ainda ser concedidos outros benefícios, tais como isenção ou redução de IMI (relativamente a prédios utilizados no âmbito do projecto de investimento), isenção ou redução de IMT (relativamente a prédios adquiridos no plano do investimento) e, isenção de Imposto do Selo relativamente a todos os actos ou contratos necessários à realização do projecto de investimento. Adicionalmente, os promotores dos projectos de investimento produtivo podem ainda beneficiar de dispensa de prestação de garantia dos direitos de importação e demais imposições eventualmente devidos por mercadorias não comunitárias sujeitas aos regimes de entreposto aduaneiro. O Código Fiscal do Investimento prevê também um regime de incentivos ao investimento produtivo aplicável aos sujeitos passivos de IRC que exerçam, a título principal, uma actividade nos sectores agrícola, florestal, agro-industrial, energético, turístico, nas redes de banda larga de nova geração, na indústria extractiva ou transformadora, com excepção dos sectores siderúrgico, construção naval e fibras sintéticas e que consiste numa dedução à colecta de IRC (até 50% da mesma) nas percentagens de 25 % do investimento relevante até ,00 e de 10% do investimento relevante acima de ,00. Em linha com o referido anteriormente, a presente proposta de alteração pretende proceder à adaptação deste regime às disposições europeias em matéria de auxílios de Estado para o período , designadamente, definindo o seu âmbito de aplicação e as condições sob as quais certas categorias de auxílios podem ser consideradas compatíveis com o mercado interno, prorrogando a sua vigência até 31 de Dezembro de Por sua vez, são definidos os limites dos benefícios fiscais a conceder, nomeadamente, em função das regiões elegíveis ao abrigo da legislação europeia aplicável e, no caso de empresas recém-constituídas (start ups), prevê-se que estas possam beneficiar de uma 03
4 dedução à colecta até à concorrência da mesma, relativamente às aplicações relevantes (v.g., activos fixos intangíveis, constituídos por despesas com transferência de tecnologia) efectuadas no período de tributação do início de actividade e nos dois períodos de tributação seguintes. Neste âmbito, prevê-se ainda que a parte da dedução à colecta que não possa ser deduzida por insuficiência de colecta, pode vir a ser reflectida nas liquidações dos 10 períodos de tributação posteriores. Por fim, é aumentado também o limite máximo do crédito de imposto a deduzir à colecta de IRC, que pode ser concedido, que passa dos actuais 20 %, para 25 %, no caso de investimentos até ,00, sendo ainda reforçados os mecanismos de fiscalização e controlo deste regime de benefícios. V. SISTEMA DE INCENTIVOS FISCAIS EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL II (SIFIDE II) No que respeita ao SIFIDE II, este regime consiste num sistema de incentivos fiscais à investigação e desenvolvimentos empresariais, nos termos do qual são dedutíveis à colecta de IRC e até à sua concorrência, o valor correspondente às despesas de investigação e desenvolvimento, na parte não financiada pelo Estado a fundo perdido, numa dupla percentagem: VI. Taxa Base: 32,5% das despesas realizadas nos períodos que se iniciem em ; e, Taxa Incremental: 50% do acréscimo das despesas relativamente à média aritmética simples dos 2 exercícios anteriores, até ao limite de ,00 Na presente proposta, este regime não sofre alterações significativas, sendo, também, integrado no novo Código Fiscal do Investimento. ALTERAÇÃO DO REGIME DE DEDUÇÃO POR LUCROS RETIDOS E REINVESTIDOS (DLRR). Este benefício foi consagrado na Lei do Orçamento do Estado para 2014 e prevê um regime de incentivos fiscais ao investimento em favor de sujeitos passivos de IRC residentes em território português, bem como em favor de sujeitos passivos não residentes com estabelecimento estável neste território, que exerçam, a título principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, desde que: (i) sejam pequenas e médias empresas; (ii) disponham de contabilidade regularmente organizada, (iii) o seu lucro tributável não seja determinado por métodos indirectos, e (iv) tenham a situação fiscal e contributiva regularizada. O benefício consubstancia-se numa dedução à colecta do IRC, nos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2014, de 04
5 até 10 % dos lucros retidos que sejam reinvestidos em activos elegíveis, no prazo de dois anos contados a partir do final do período de tributação a que correspondam os lucros retidos, sendo o montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos, em cada período de tributação, de ,00, por sujeito passivo e não podendo exceder a referida dedução, 25 % da colecta do IRC. Para além da sua integração no Código Fiscal do Investimento, tendo presente a pretendida adaptação deste regime às disposições europeias em matéria de auxílios de Estado para o período , foi clarificado o seu âmbito de aplicação e as condições sob as quais certas categorias de auxílios podem ser consideradas compatíveis com o mercado interno. investimento nacional à nova regulamentação europeia, preconiza diversas alterações e aperfeiçoamentos aos regimes de incentivos existentes, tendo em vista quer o apoio ao investimento, quer o desejado crescimento da economia portuguesa. Lisboa, 6 de Junho de 2014 Rogério M. Fernandes Ferreira Marta Machado de Almeida José Mègre Pires Adicionalmente, a presente proposta estabelece, especificamente, que este regime poderá ser cumulável com o RFAI e com o regime de benefícios contratuais. Por fim, são ainda reforçados os mecanismos de controlo e acompanhamento deste benefício, quer através do estabelecimento de diversas obrigações acessórias, quer através da previsão de uma norma sancionatória específica. VII. CONCLUSÃO Tal como resulta do que se deixou exposto, a presente proposta, a par da necessidade de adaptar o regime de incentivos ao 05
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