07/09/2012 PROCESSO PENAL I

Transcrição

1 I 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 1

2 Art.6 docppeart. 7 I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fatoesuas circunstâncias; IV-ouvir oofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido aleitura; VI- proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ouaordemordem pública. 2

3 Pode haver investigação por parte do réu??? Não existe previsão legal neste sentido, atribuição constitucional dos órgãos responsáveis!! Indiciamento: é o ato pelo qual a autoridade indica o possível autor da infração penal / apontar alguém como provável agente ou autor do crime; Não tem previsão expressa na lei doutrinadores atribuem a sua legalidade ao artigo 6 incisos V, VIII e IX O investigado passa então a indiciado e pode: ser constrangido a comparecer aos atos do inquérito, prisão provisória decretada e passará a ter registros criminais - instituto de investigações criminais Ato vinculado necessita ter justacausa!!!!!!!! causa!!!!!!!! portaria Estadual Indiciamento: polícia Federal não pode indiciar as pessoas do art. 102 I b e c sem autorização da corte suprema; Nem do presidente, vice, ministros etc Identificação: súmula 568 STF: a identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha se identificado civilmente X Cf 5 LVIII X organizações criminosas, doc insuficiente; banco genético/dna x biossegurança de 05 3

4 Identificação Cancelar a identificação policial na absolvição ou arquivamento de inquérito policial??? Não existe previsão legal!!!!!!!!! STJ: como analogia do 748 do CPP, em direito a intimidade do indivíduo obriga que todas as condenações sejam excluídas após a reabilitação, absolvição ou arquivamento do IP; São Paulo: o direito do investigado se refere na expedição de certidões da justiça para fins civis RT 826/580 Sigilo: art. 20 do CPP deriva da natureza inquisitiva, não incide o princípio da publicidade; indispensável à eficácia das diligências Necessidade sociedade; da investigação Não se aplica ao juiz, promotor e advogado; e/ou interessa Algumas condutas podem ser realizadas em segredo; Ex: infiltração de agentes, monitoração de atividades Súmula Vinculante 14 É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. da 4

5 Incomunicabilidade: Art. 21 CPP X art da CF C/C Art. 5 LXII/LXIII - constitucionalmente não pode existir, Nomeação de curador: Art. 15 CPP maior de 18 e menor de 21; /02(novo CC) e revogação do art. 194 do CPP, entendemos pela dispensabilidade, quiçá ilegalidade do referido dispositivo, se já tem a capacidade civil, tem a capacidade penal além do mais tal artigo é desnecessário pois a presença do advogado será obrigatória e dispensa a importância de um curador Para os que entendem em vigor é passível de anulação de inquérito, a invalidade do ato; DECISÕES E SÚMULAS TJRS: a prova policial só é de ser arredada se totalmente desamparada por elementos judicializados, ou se contrariada ou desmentida por estes. se assim não for, serve para embasar, junto com os demais seguimentos probatórios, juízo condenatório. Súmula Vinculante n. 14- STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 5

6 ENCERRAMENTO Relatório final: uma vez encerradas as diligências o inquérito se encerra com o relatório do delegado que deve conter o relato objetivo de todos os procedimentos investigatórios; Deve se abster de comentários, não pode emitir juízos e conclusões subjetivas, nem mesmo a classificação definitiva do crime; Depois do relatório final remete-se ao juízo, com vistas ao MP ação penal pública Defesa no inquérito: o indiciamento não suspende seus direitos e garantias individuais MS é possível, HC é possível até mesmo HD. HC pode até mesmo trancar o IP na falta de justa causa. ENCERRAMENTO As peças do inquérito tem valor probante?? Não se submetem ao contraditório, é disponível, tem natureza inquisitiva e sigilosa, unilateral = valor relativo como prova!!!! As provas ali colhidas devem ser ratificadas em juízo!!! Mesmo as perícias estão sujeitas à suspeição dos peritos, formulação de quesitos, nova perícia etc; 6

7 TRANCAMENTO Podemos afirmar que o trancamento é a interrupção do IP, a paralisação do procedimento de forma temporária, determinada por acórdão proferido no julgamento de habeas corpus. Osmotivosque levamaotrancamentopodemser: Fato foratípico Ausência de justacausa Quando estiver presente causa extintiva da punibilidade Indiciado forinocente Provas ilícitas (controvérsia jurisprudencial)(hc PR), TRANCAMENTO INDICIAMENTO sem justa causa, tipicidade, indícios de autoria, punibilidade do fato e agente Habeas Corpus p/ trancamento de IP!!!!!!!!!! art. 648 I CPP Doutrina considera o princípio da insignificância como motivador do trancamento!!! Decadência, prescrição, investigações; perempção, renúncia: Impede novas Falta de elementos de autoria: investigações podem ser retomadas art. 18 Caso o indiciamento constrangimento ilegal!!! Cessa as investigações não tenha justa causa configura 7

8 ARQUIVAMENTO Encerrado o inquérito remete ao juiz remete ao cartório para queixa(ação privada) ou remete ao MP para verificar se é situação de 1 - denúncia 2-arquivamento 3- realização e outras diligências(art.16 CPP) Indubio pro societate!!! Princípio da obrigatoriedade autoridade arquivar inquérito CPP art. 17 não pode Ato complexo MP promove e juiz aprecia e decide ARQUIVAMENTO MP: Motivação: argumentos jurídicos e embasamentos legais; Argumentos Falta de base para a denúncia indícios de autoria. Para ser reaberto necessita de notícias de novas provas!!! STF sum. 524 (p/ ação penal novas provas) Provas novas = inovação Argumentos Atipicidade prescrição penal STF - Gera coisa julgada material não pode ser reaberto o IP com base nos mesmo fatos (é aconselhável que o juiz aponte extinção da punibilidade na sentença) 8

9 ARQUIVAMENTO Não existe exigência legal para o arquivamento por parte do MP Devemos por vezes usar a analogia com o art. 395/397 CPP Art A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. Parágrafo único. (Revogado). ARQUIVAMENTO Art Após o cumprimento do disposto no art A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente 9

10 ARQUIVAMENTO Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Críticas!!!! Lembrete: juiz não pode instaurar de ofício a ação penal ARQUIVAMENTO Procurador-geral: insiste no arquivamento Oferece a denúncia Delega o oferecimento O promotor designado oferecerá a denúncia, mas tem independência para pedir a absolvição do réu. O juiz que recusou o arquivamento não deve seguir no processo, caso a denúncia seja oferecida deve-se declarar suspeito Art. 97 CPP. 10

11 ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO Arquivamento tácito: Havendo mais de um indiciado, o promotor não oferece denúncia contra todos; Havendo mais de um crime, o promotor não oferece denúncia contra todos; Não tem previsão legal, mas na prática funcionaria como o arquivamento mas cabe o aditamento da denúncia se a ausência se deu por equívoco; STF NÃO ACEITA!!!! O juiz deve se manifestar; ARQUIVAMENTO INDIRETO Quando o juiz se declara competente, mas o MP não oferece denúncia por considerá-lo incompetente OBSERVAÇÕES Art. 67, I, do CPP despacho. A natureza jurídica do arquivamento do inquérito policial é a de uma decisão judicial; O arquivamento ocorre em ação penal pública pois na ação privada não tem muito sentido devido a decadência(6 meses/art.38 CPP) ou renúncia; 11

12 RECURSOS Da decisão que mandar arquivar não cabe recurso!! Exceto: Lei 8.625/93 (lei orgânica do MP) arquivamento pode ser revisto pelo colégio de procuradores; Lei 1.521/51 (crimes contra a economia popular etc) o juiz deve recorrer de ofício de sua própria decisão??????? Contravenções do jogo e bicho e corrida de cavalo. Mas a decisão sempre será do titular da ação penal no caso MP procurador-geral CABIMENTO LEMBRETE!! TERMO CIRCUNSTANCIADO Crimes de menor potencial ofensivo Lei 9.099/9595 Pena máxima até 1 ano Lei /01 Pena máxima até 2 anos Autor do fato e vítima providenciam os respectivos exames 12

13 LEMBRETE!! TERMO CIRCUNSTANCIADO PROCEDIMENTO Notícia crime Elaboração do termo circunstanciado Qualificação e endereço completo das partes Data, hora e local dos fatos Versões do autor e da vítima Rol de testemunhas com a qualificação destas Descrição dos objetos (apreendidos ou não) Assinatura dos envolvidos, inclusive no termo de comparecimento Encaminhamento ao juizado rubensjrconsultor@gmail.com 26 13