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1 IGEPP Disciplina: Sociologia Certame: APO Pensamento Clássico da Sociologia: Ordem Social, Materialismo Dialético, Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo Prof. Dr. Stefan Klein Doutor em Sociologia (USP)

2 Contextualização Ordem social: mais frequentemente associada à teoria sociológica de Émile Durkheim. Materialismo dialético: a teoria social formulada por Karl Marx e Friedrich Engels. Ética protestante e o espírito do capitalismo: recorte da sociologia compreensiva de Max Weber.

3 Esforços de institucionalização da sociologia. Diálogos e influências anteriores. Auguste Comte e Herbert Spencer Concepção de objetividade científica. Concepção positivista. Relevância das ideias de Charles Darwin. Importância de atentar ao evolucionismo.

4 Definição de fato social. Os seus princípios de definição: exterioridade; coercitividade; generalidade.

5 Tratar os fatos sociais como coisas. Primeira indicação: seguir os preceitos daquela concepção de ciência positiva que discutimos anteriormente, isto é, separar o dever-ser das outras alternativas. No entanto, deve-se fazê-lo sob um aspecto específico. Pergunta: o que significa esse tratamento?

6 Tratar os fatos sociais como coisas. Tratar fenômenos como coisas é tratá-los na qualidade de data que constituem o ponto de partida da ciência. Os fenômenos sociais apresentam incontestavelmente esse caráter. O que nos é dado não é a idéia que os homens fazem do valor, pois ela é inacessível; são os valores que se trocam realmente no curso das relações econômicas. Não é esta ou aquela concepção da idéia moral; é o conjunto das regras que determinam efetivamente a conduta (Durkheim, 1999, p. 28)

7 Regras relativas à observação dos fatos sociais Afastar as noções vulgares / pré-noções Os homens não esperaram o advento da ciência social para formar ideias sobre o direito, a moral, a família, o Estado, a própria sociedade; pois não podiam privar-se delas para viver. Ora, é sobretudo em sociologia que essas prenoções, para retomar a expressão de Bacon, estão em situação de dominar os espíritos e de tomar o lugar das coisas. Com efeito, as coisas sociais só se realizam através dos homens; elas são um produto da atividade humana (Durkheim, 1999, p. 18).

8 Resumo: regras para a observação dos fatos sociais É preciso descartar sistematicamente todas as prenoções (p. 32). Jamais tomar por objeto de pesquisas senão um grupo de fenômenos previamente definidos por certos caracteres exteriores que lhe são comuns, e compreender na mesma pesquisa todos os que correspondem a essa definição (p. 36). Quando, portanto, o sociólogo empreende a exploração uma ordem qualquer de fatos sociais, ele deve esforçar-se em considera-los por um lado em que estes apresentam um grau suficiente de consolidação (p. 46).

9 Regras relativas à distinção entre normal e patológico A questão para Durkheim é refletir acerca da origem novamente social do que é normal e do que é patológico numa sociedade, isto é, como se os conjuntos de valores orientassem a vida social indistintamente para cada pessoa. É preciso renunciar a esse hábito, ainda muito difundido, de julgar uma instituição, uma prática, uma máxima moral, como se elas fossem boas ou más em si mesmas e por si mesmas, para todos os tipos sociais indistintamente (Durkheim, 1999, p. 59).

10 1) Um fato social é normal para um tipo social determinado, considerado numa fase determinada de seu desenvolvimento, quando ele se produz na média das sociedades dessa espécie, consideradas na fase correspondente de sua evolução. 2) Os resultados do método precedente podem ser verificados mostrando-se que a generalidade do fenômeno se deve às condições gerais da vida coletiva no tipo social considerado. 3) Essa verificarão é necessária quando esse fato se relaciona a uma espécie social que ainda não consumou sua evolução integral (Durkheim, 1999, p. 65).

11 Exemplo empírico: o crime enquanto um fato social e, sobretudo, o crime sendo normal. Em primeiro lugar, o crime é normal porque uma sociedade que dele estivesse isenta seria inteiramente impossível (Durkheim, 1999, p. 68). Pergunta: tentemos compreender: por qual motivo uma sociedade que fosse isenta do crime seria, de acordo com Durkheim, impossível?

12 Durkheim está, aqui, refletindo acerca de que cada fato social possui uma função social. Logo, aquilo que é considerado / classificado como fato social, em suas exterioridade, coercitividade e generalidade, precisa ter uma função no âmbito daquele tipo social. O crime é portanto necessário; ele está ligado às condições fundamentais de toda vida social e, por isso mesmo, é útil; pois as condições de que ele é solidário são elas mesmas indispensáveis à evolução normal da moral e do direito (Durkheim, 1999, p. 71).

13 A explicação dos fatos sociais Diferenciação entre utilidade e causalidade. Mostrar em que um fato é útil não é explicar como ele surgiu nem como ele é o que é. Pois os usos a que serve supõem as propriedades específicas que o caracterizam, mas não o criam (Durkheim, 1999, p. 92). Portanto, quando se procura explicar um fenômeno social, é preciso pesquisar separadamente a causa eficiente que o produz e a função que ele cumpre (Durkheim, 1999, p. 97)

14 A explicação dos fatos sociais Funcionalismo na teoria sociológica de Durkheim. A causa determinante de um fato social deve ser buscada entre os fatos sociais antecedentes, e não entre os estados da consciência individual (Durkheim, 1999, p. 112). A função de um fato social deve sempre ser buscada na relação que ele mantém com algum fim social (Durkheim, 1999, p. 112)

15 A explicação dos fatos sociais A origem primeira de todo processo social de alguma importância deve ser buscada na constituição do meio social interno (Durkheim, 1999, p. 114). O ser coletivo enquanto coercitivo, ao mesmo tempo interno e externo ao indivíduo daí derivando-se a sua naturalidade e socialidade.

16 A explicação dos fatos sociais Mas, se [ ] dizemos que a vida social é natural, não é por encontrarmos sua fonte na natureza do indivíduo; é porque ela deriva diretamente do ser coletivo, que é, por si mesmo, uma natureza sui generis; é porque ela resulta dessa elaboração especial a qual estão submetidas as consciências particulares devido à sua associação [ ] se reconhecemos com uns que a vida social apresenta-se ao indivíduo sob o aspecto da coeração, admitimos com os outros que ela é um produto espontâneo da realidade; e o que liga logicamente esses dois elementos, aparentemente contraditórios, é que a realidade da qual ela emana supera o indivíduo (Durkheim, 1999, p. 125).

17 O ser humano enquanto um ser social. A relação entre indivíduo e sociedade como uma de dependência mútua. O conceito de consciência coletiva como modo de apreender a reprodução da sociedade e, portanto, o caráter permanente e exterior ao qual Durkheim faz referência na definição do fato social. O processo de socialização como constitutivo do ser humano.

18 Considerações finais (1) Para contribuir na compreensão da noção de ordem social: relembrar a distinção entre a consolidação de uma norma enquanto social e a aprovação/promulgação ou cancelamento de uma lei (norma legal). Exemplos locais: uso do cinto de segurança / lei referente ao adultério no Brasil. Dinâmicas distintas no que diz respeito a manter a ordem social e sua mudança e seus parâmetros.

19 Considerações finais (2) A distinção entre normal e patológico como um elemento central para definir o grau de coesão e, portanto, a ordem de uma sociedade. O conceito de anomia como uma interpretação da desagregação social que pode marcar um grupo. A importância da consciência coletiva. O tipo peculiar de relação constitutiva do indivíduo, que é sobretudo um produto do social.

20 Considerações finais (3) A explicação deve buscar a função / a utilidade mas, igualmente, a causa do fenômeno / fato social. Um fato social é sempre causado por outro(s) fato(s) social(is), logo, não tem origem individual. Coercitividade não-física do fato social: ele nos é externo e age como força externa sobre nós.

21 Materialismo dialético Método concebido empreendido por Karl Marx e Friedrich Engels. Formulação mais antiga dentre as três que estudaremos nesta aula. Influência do e crítica ao idealismo alemão, notadamente à filosofia de G. W. F. Hegel.

22 Luta de classes enquanto motor da história. Modelo simplificado da divisão de classes no Manifesto do Partido Comunista. Definição de burguesia (classe dominante). Definição do proletariado (classe dominada). Antagonismo de classes como base para que se compreenda a constituição da luta de classes.

23 Surgimento e papel revolucionário da burguesia. Vemos, portanto, como a própria burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de revoluções/transformações (Umwälzungen) nos meios de produção e de transporte. [ ] A burguesia desempenhou na história um papel extremamente revolucionário (Marx e Engels, 1998, pp. 9 e 10, respectivamente).

24 O surgimento do trabalhador livre e assalariado. As peculiaridade, ambiguidade e duplicidade de caráter do conceito de trabalhador livre. O sentido específico conferido a existência desse ser humano enquanto trabalhador dado a maneira particular de manifestar-se essa liberdade.

25 Concepção do ser humano enquanto ser de tipo social, ou seja, produto de uma relação dialética entre ser humano e natureza. A divisão do trabalho (em sentido ampliado) como veículo fundamental do desenvolvimento da(s) sociedade(s) de determinada maneira. Critérios distintos para a divisão do trabalho, e sua presença no interior da sociedade, da família, além de entre diferentes países e sociedades.

26 O conceito de forma social. A sociedade burguesa como denominador comum e elemento fundamental para que se compreenda as mudanças mais recentes na organização humana, notadamente a partir dos anos Critérios para a constituição, consolidação e, por fim, a expansão do mercado mundial.

27 Melhoria dos meios de transporte. Incremento da comunicação. O processo de expansão colonial. A expropriação dos meios de produção.

28 Papel da propriedade privada dos meios de produção. Todas as classes anteriores que conquistaram o poder para si, procuraram assegurar a sua condição de vida já adquirida à medida que submetiam toda a sociedade às condições de sua aquisição. Os proletários só podem conquistar as forças produtivas sociais à medida que abolem o seu próprio modo de apropriação e, assim, todo o modo de apropriação até hoje existente. Os proletários nada têm de seu para assegurar, eles têm de destruir todas as seguranças privadas e todos as garantias privadas até hoje existentes (Marx e Engels, 1998, p. 19). A propriedade privada enquanto a forma da propriedade burguesa. Os trabalhadores: possuidores somente de sua força de trabalho. Mercadoria: o trabalhador ou a força de trabalho?

29 Complementaridade e dependência entre a burguesia e o proletariado em seu desenvolvimento. Na mesma medida em que a burguesia, isto é, o capital, desenvolve-se, desenvolve-se o proletariado, a classe dos modernos operários, os quais só subsistem enquanto encontram trabalho, e só encontram trabalho enquanto o seu trabalho aumenta o capital. Esses operários, que têm de vender-se um a um, são uma mercadoria como qualquer outro artigo de comércio e, por isso, igualmente expostos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as oscilações do mercado (Marx e Engels, 1998, p. 14)

30 A proximidade conceitual e histórica entre, de um lado, o mercado mundial e, de outro, o conceito de história mundial (Weltgeschichte). Laços específicos de interdependência, constituídos de maneira assimétrica e hierárquica. No lugar da velha auto-suficiência e do velho isolamento locais e nacionais, surge um intercâmbio em todas as direções, uma interdependência múltipla das nações (Marx e Engels, 1998, p. 11). A expansão dos mercados como produto de um tipo específico da organização da produção.

31 A burguesia e sua forma de dominação. A condição essencial para a existência e para a dominação da classe burguesa é a acumulação da riqueza em mãos privadas, a formação e a multiplicação do capital; a condição do capital é o trabalho assalariado. O trabalho assalariado assenta-se exclusivamente sobre a concorrência dos operários entre si. O progresso da indústria, de que a burguesia é o representante indolente e apático, substitui o isolamento dos operários, que se dá através da concorrência, pela sua união revolucionária através da associação. Com o desenvolvimento da grande indústria, subtrai-se portanto à burguesia a própria base sobre a qual ela produz e apropriase dos produtos. Ela produz em primeiro lugar os seus próprios coveiros (Marx e Engels, 1998, p. 20).

32 Concepção de comunismo e teoria da história. As proposições teóricas dos comunistas não se baseiam de forma alguma em idéias, em princípios inventados ou descobertos por esse ou aquele reformador do mundo. Elas são apenas expressões gerais de relações efetivas de uma luta de classes existente, expressões de um movimento histórico que se desenrola sob os nossos olhos (Marx e Engels, 1998, p. 21).

33 Considerações finais (1) O sentido de se atribuir o nome, a essa teoria, de materialismo dialético. A sua relevância teórico-epistemológica. A importância do olhar histórico. O papel central exercido pela contradição. As possibilidade e condições para a ocorrência da mudança social.

34 Considerações finais (2) A dinâmica de (re)produção da sociedade. O conceito de crítica negativa e dialética. O processo de negação da sociedade. O conceito de estranhamento/alienação.

35 Considerações finais (3) A tensão entre a história linear e a ruptura: proposição de uma teoria da história. A importância da propriedade privada (bem como de sua negação). O sentido da mudança social: possibilidade histórica, depende da unidade entre teoria e prática, logo, de processo tanto intelectual quanto político.

36 A ética protestante e o espírito do capitalismo Introdução: a sociologia compreensiva de Max Weber Tradição das assim chamadas ciências do espírito alemãs: a centralidade do conceito de verstehen (compreender) Relação entre economia e sociedade no pensamento de Weber, que (também) não é sociólogo de formação. O ponto de vista do indivíduo enquanto fundamento para a definição do conceito de ação social.

37 Coincidência observada por Weber entre a posse de capital e o exercício da crença. Dados empíricos portanto, anaĺise fundada historicamente que oriente o seu olhar. Acesso à educação lembrando o contexto específico da época, em que isso constitui um diferencial ainda maior é tomado como outro indicador para apontar esse viés.

38 Está claro que a participação dos protestantes na propriedade do capital, na direção e nos postos de trabalho mais elevados das grandes empresas modernas industriais e comerciais, é relativamente mais forte, ou seja, superior à sua porcentagem na população total, e isso se deve em parte a razões históricas que remontam a um passado distante em que a pertença a uma confissão religiosa não aparece como causa de fenômenos econômicos, mas antes, até certo ponto, como consequência deles (Weber, 2004, pp grifos original).

39 Também há diferenças qualitativas entre o tipo de educação superior buscada por cada grupo religioso. Nesses casos, a relação de causalidade repousa sem dúvida no fato de que a peculiaridade espiritual inculcada pela educação, e aqui vale dizer, a direção conferida à educação pela atmosfera religiosa da região de origem e da casa paterna, determinou a escolha da profissão e o subsequente destino profissional (Weber, 2004, p. 33 grifos original).

40 O espírito do capitalismo: definição conceitual Para esse, como para todo fenômeno histórico, a consideração de outros pontos de vista produziria como 'essenciais' outros traços característicos: segue-se daí que não se pode ou não se deve necessariamente entender por 'espírito' do capitalismo somente aquilo que nós apontaremos nele como essencial para nossa concepção. (Weber, 2004, p. 42 grifos original).

41 A categoria de tipo-ideal. Isso faz parte da natureza mesma da 'formação de conceitos históricos', a saber: tendo em vista seus objetivos metodológicos, não tentar enfiar a realidade em conceito genéricos abstratos, mas antes procurar articulá-los em conexões [genéticas] concretas, sempre e inevitavelmente de colorido especificamente individual (Weber, 2004, p. 42 grifos original).

42 O espírito do capitalismo derivado da análise de texto/instruções de Benjamin Franklin. Lembra-te que tempo é dinheiro (Franklin, Necessary Hints to Those that Would be Rich, 1736 grifo no original). Ninguém porá em dúvida que é o 'espírito do capitalismo' que aqui nos fala de maneira caracterísitca e dúvida também não há em afirmar que nem tudo o que se pode compreender por esse 'espírito' esteja contido aí (Weber, 2004, p. 44 grifos original).

43 O espírito do capitalismo e sua forma moderna. [...] então salta à vista como traço próprio dessa 'filosofia da avareza' [o ideal do homem honrado digno de crédito e, sobretudo,] a ideia do dever que tem o indivíduo de se interessar pelo aumento de suas posses como um fim em si mesmo. [Com efeito: aqui não se prega simplesmente uma técnica de vida, mas uma 'ética' peculiar cuja violação não é tratada apenas como desatino, mas como uma espécie de falta de dever: isso, antes de tudo, é a essência da coisa. O que se ensina aqui não é apenas 'perspicácia nos negócios' algo que de resto se encontra com bastante frequência mas é um ethos que se expressa, e é precisamente nesta qualidade que nos interessa.] (Weber, 2004, p. 45 grifos original).

44 Weber nota que o que há de específico é o ganho de dinheiro como fim em si, sem outro objetivo em virtude do qual se apresenta. De fato: essa ideia singular, hoje tão comum e corrente e na verdade tão pouco autoevidente, da profissão como dever, de uma obrigação que o indivíduo deve sentir, e sente, com respeito ao conteúdo de sua atividade 'profissional', seja ela qual for, pouco importa se isso aparece à percepção espontânea como pura valorização de uma força de trabalho ou então de propriedades e bens (de um 'capital') é essa a ideia que é característica da 'ética social' da cultura capitalista e em certo sentido tem para ela uma significação constitutiva (Weber, 2004, p. 47 grifos original).

45 Por ora, é suficiente para nosso propósito indicar: que na terra natal de Benjamin Franklin (o Massachusetts) o 'espírito do capitalismo' existiu incontestavelmente antes do 'desenvolvimento do capitalismo' [(já em 1632 na Nova Inglaterra, havia queixas quanto ao emprego do cálculo na busca de lucro em contraste com outras regiões da América)] (Weber, 2004, p. 48). Coloca-se então a questão: qual é a relevância de Weber identificar essa incongruência peculiar?

46 Essa sua interpretação lhe permite questionar a acepção presente na concepção materialista, que, de acordo com ele, reduz as ideias a estarem determinadas pela base material. Logo, tem-se que o capitalismo ao menos em parte desenvolveu-se em decorrência de um impulso anterior a ele, e que encontrou, em algumas daquelas orientações religiosa protestantes, os 'agentes' para a acumulação de capital (lembrar: capitalismo de tipo moderno, pois há outros na história).

47 Tradicionalismo x espírito do capitalismo. Weber destaca a importância da empresa de tipo capitalista e da organização racional do trabalho. O trabalho por tarefa como fomentador de eficiência. Isso posto, pode-se identificar que as expectativas depositadas nos diferentes indivíduos produzem por conseguinte probabilidade de realização de trabalho.

48 Ganhar mais o atraía menos que o fato de trabalhar menos; ele não se perguntava: quanto posso ganhar por dia se render o máximo no trabalho? e sim: quanto devo trabalhar para ganhar a mesma quantia 2,50 marcos que recebi até agora e que cobre as minhas necessidades tradicionais? Eis um exemplo justamente daquela atitude que deve ser chamada de 'tradicionalismo': o ser humano não quer 'por natureza' ganhar dinheiro e sempre mais dinheiro, mas simplesmente viver, viver do modo como está habituado a viver e ganhar o necessário para tanto. Onde quer que o capitalismo [moderno] tenha dado início à sua obra de incrementar a 'produtividade' do trabalho humano pelo aumento de sua intensidade, ele se chocou com a resistência infinitamente tenaz e obstinada desse Leitmotiv do trabalho (Weber, 2004, p. 53 grifo original).

49 O conceito de vocação (Beruf) enquanto expressão da busca decidida e desapegada por algo. [ ] uma disposição de executar o trabalho como se fosse um fim absoluto em si mesmo como 'vocação'. Mas tal disposição não está dada na natureza. E tampouco pode ser suscitada diretamente, seja por salários altos seja por salários baixos, só podendo ser o produto de um longo processo educativo (Weber, 2004, p. 54).

50 Deve-se notar que Weber indica a importância de se rejeitar uma leitura chapada da história: pode-se observar ganho e lucro, sem o espírito do capitalismo plenamente cristalizado, pois quaisquer mudanças tardam a acontecer. Consolidação de uma conduta de vida (lembrar do ethos ao qual ele fez referência anteriormente). Uma forma de vida ascética, ou seja, o acúmulo de riquezas não tem em vista a obtenção de fama.

51 De que círculo de ideias originou-se pois a inclusão de uma atividade voltada puramente para o ganho na categoria de 'vocação', a qual o indivíduo se sentiu vinculado pelo dever? Pois foi essa a ideia que conferiu à conduta de vida do empresário de 'novo estilo' base e consistência éticas (Weber, 2004, p. 66). Cabe, então, compreender que se trata de condutas de vida que seguem um ethos, por excelência na atividade do empresário, porém sem se restringir a ela unicamente.

52 Centralidade do conceito que ele denomina: racionalismo econômico. Esse conceito deve ser compreendido à luz de um importante processo nomeado por Weber de: processo de racionalização ou também tido por processo de desencantamento do mundo. Trata-se de destacar o lugar ocupado pela razão.

53 Ora, esse processo de racionalização no plano da técnica e da economia sem dúvida condiciona também uma parcela importante dos 'ideais de vida' da moderna sociedade burguesa: o trabalho com o objetivo de dar forma racional ao provimento dos bens materiais necessários à humanidade é também, não há dúvida, um dos sonhos dos representantes do 'espírito capitalista', uma das balizas orientadoras de seu trabalho na vida (Weber, 2004, p. 67).

54 Importante salientar: a referência de Weber ao que opta denominar desencantamento do mundo ou processo de racionalização em nada se aproxima de uma acusação de que, antes, inexistisse racionalidade no mundo. É, inclusive, por causa disso que ele se refere, em A ética protestante, à racionalidade econômica: trata-se d'uma relação particular entre meios/fins.

55 Forma particular de racionalidade econômica. E com igual clareza é uma das qualidades fundamentais da economia privada capitalista ser racionalizada com base no cálcuulo aritmético rigoroso, ser gerida de forma planejada e sóbria para o almejado sucesso econômico, contrariamente à existência do camponês, o qual leva a vida da mão para a boca, à rotina privilegiada do artesão das antigas corporações [e ao 'capitalismo aventureiro', orientado pelo oportunismo político e pela especulação irracional] (Weber, 2004, p. 67).

56 O processo de racionalização ocorre de modo desigual: podemos observá-lo avançando mais ou menos em determinadas esferas. Trata-se de uma chave interpretativa de como a história se desenvolve e, em sua forma moderna, as sociedades se consolidam.

57 O duplo sentido do conceito de vocação. Vocação (Beruf) enquanto chamado, de cunho religioso / vocação (Beruf) enquanto profissão, de cunho profissional. Não dá para não notar que já na palavra alemã Beruf, e talvez de forma ainda mais nítida no termo inglês calling, pelo menos ressoa uma conotação religiosa a de uma missão dada por Deus -, e quanto mais enfaticamente acentuamos a palavra num caso concreto, mais ela se faz sentir (Weber, 2004, p. 71 grifos no original).

58 Trabalho profissional individual como ganho vs. trabalho de usura, que se aproveita d'outrem. A vocação é aquilo que o ser humano tem de aceitar como desígnio divino, ao qual tem de 'se dobrar' essa nuance eclipsa a outra ideia também presente de que o trabalho profissional seria uma missão, ou melhor, a missão dada por Deus (Weber, 2004, p. 77 grifos no original). Importância do exercício da autodisciplina ascética.

59 O paradoxo das consequências. Eles não foram fundadores de sociedades de 'cultura ética' [ ]. A salvação da alma, e somente ela, foi o eixo de sua vida e ação. Seus objetivos éticos e os efeitos práticos de sua doutrina estavam ancorados aqui e eram tão só a consequência de motivos puramente religiosos. Por isso temos que admitir que os efeitos culturais da Reforma foram em boa parte talvez até principalmente, para nossos específicos pontos de vista consequências imprevistas e mesmo indesejadas do trabalho dos reformadores, o mais das vezes bem longe, ou mesmo ao contrário, de tudo o que eles próprios tinham em mente (Weber, 2004, p. 81 grifos original).

60 Impossibilidade de estabelecer uma relação de tipo causal direto entre religião e economia. Logo: a referência ao paradoxo das consequências. Havia meios e fins nas ações, porém os fins que ao serem levadas a cabo atingiram eram distintos dos que se tinha em mente ao propô-las.

61 Em face da enorme barafunda de influxos recíprocos entre as bases materiais, as formas de organização social e política e o conteúdo espiritual das épocas culturais da Reforma, procederemos tão-só de modo a examinar de perto se, e em quais pontos, podemos reconhecer determinadas 'afinidades eletivas' entre certas formas da fé religiosa e certas formas da ética profissional. Por esse meio e de uma vez só serão elucidados, na medida do possível, o modo e a direção geral do efeito que, em virtude de tais afinidades eletivas, o movimento religioso exerceu sobre o desenvolvimento da cultura material (Weber, 2004, p. 83 grifo no original).

62 Crítica implícita e explícita de Weber ao materialismo histórico (à teoria de Marx e Engels). Entende haver simplificações na redução de tudo à dinâmica material e, por isso, esforça-se em ter acesso aos ditames culturais sem, no entanto, excluir aspectos materiais. Olhar histórico que permita conjugar tais fatores.

63 Considerações finais (1) Distinção entre espírito do capitalismo e o capitalismo propriamente dito enquanto um fenômeno histórico. Desafio de tentar compreender o papel da Reforma. Com isso, conceituação peculiar que Max Weber faz do conceito de 'espírito', identificando um impulso, que, porém, está emancipado face a aspectos de tipo religioso, porém converge com as práticas de alguns grupos religiosos.

64 Considerações finais (2) Categoria de tipo ideal não tem caráter valorativo. Em outras palavras: ela é ideal pois nem sempre irá corresponder, exatamente, à realidade, mas possui algum grau de abstração / idealização, buscando expressar e representar um processo ou um traço histórico.

65 Considerações finais (3) Consolidação de uma conduta de vida, com origem religiosa, porém que se estabelece laicamente. Daí a vinculação entre um espírito do capitalismo que antecede o capitalismo e a ética protestante, por mais que esse desenvolvimento expresse uma consequência não-intencionada.

66 Referências bibliográficas ADORNO, Theodor W. Einleitung in die Soziologie. Frankfurt am Main: Suhrkamp, DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins Fontes, MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. O Manifesto do Partido Comunista. Estudos Avançados. USP: São Paulo, 12 (34), 1998, pp WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

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