NÃO ABRA. ponto-e-virgula. perversidade. puro gonzo. insanidade. não-crônicas. eles por ela.

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1 CRÍTICA LITERÁRIA perversidade. Precisamos falar sobre o Kevin retrata impressões devastadoras sobre a maternidade EXCLUSIVO loucura. Maior hospital psiquiátrico de Santa Catarina pode estar perto do fim ENTREVISTA puro gonzo. Erich Voyager, violinista e andarilho, fala de Freud, música e Terra Brasilis EXCLUSIVO insanidade. Ponto-e-vírgula testemunha o julgamento do ex-ditador militar Menéndez na Argentina SEÇÃO ESPECIAL não-crônicas. Uma seção de textos autorais sem leads ou limitação de caracteres PERFIL eles por ela. Ponto-e-vírgula conhece o escritor Daniel Galera e o músico Cesinha #1 dezembro 2008 ponto-e-virgula? NÃO ABRA dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula :::::

2 ponto_e_virgula DEZEMBRO DE 2008 EDIÇÃO 1 Agonia jornalística [ c a r t a a o l e i t o r ] REDAÇÃO Bárbara Dal Fabbro Bruna de Paula Bruno Branco Carolina Faller Moura Carlos Eduardo de Oliveira Celso Rondon Filho Cláudia Mussi Cora Ribeiro Débora Salves Fernanda Dutra Iana Lua Juliana Frandalozo Juliana Sakae Laura Toledo Daudén Lucas Sarmanho Luisa Frey Marina Ferraz Marina Veshagem Matheus Joffre Pedro Santos Thiago Bora EDIÇÃO Adriana Seguro Carolina Faller Moura Fernanda Dutra Juliana Sakae Marina Ferraz DIAGRAMAÇÃO Carolina Faller Moura Juliana Sakae Thiago Bora CAPA Juliana Sakae ILUSTRAÇÃO Alexandre Tcheto André Pizarro Clovis Geyer Tárik Pinto Tharso Duarte Pedimos licença, talvez poética, para inventar uma expressão que defina o que sentimos: agonia jornalística. Entre leads, apostos explicativos e deadlines, nos sentimos agoniados com a técnica desde a primeira fase do curso de Jornalismo. Queríamos escrever também fora da pirâmide invertida, mas não existia espaço para inovação. Foi em agonia jornalística que parimos o primeiro site da equipe: o Projeto Piloto. O trabalho reunia textos autorais de 16 pessoas, escritos com quantos caracteres fossem necessários. Surgiram várias crônicas, contos e ensaios na ânsia de continuar o gosto pela escrita. A agonia, porém, só cresceu. Sentíamo-nos mal resolvidos com a grade curricular. Decidimos, então, por um trabalho mais sério, com prazos, divisão de trabalho (entre escritores, editores, revisores e diagramadores) e data fixa de lançamento: todo primeiro dia do mês. Chamar-se-ia, se nos permitem uma mesóclise, Revista Ponto-e-vírgula. Por que? Não sabemos há teorias controversas sobre a origem do nome só lembramos que surgiu em um parque aquático. Gostamos do ponto-e-vírgula e ponto. Proíbem-nos de usá-lo em textos jornalísticos, mas queremos pontos e mais vírgulas, um em cima da outra. Sem consenso até na identidade da revista, parimos com prazer nove edições, de maio a dezembro de Encerramos o expediente por excesso de agonia, simplesmente. A crise existencial nos pegou e decidimos parar de fazer para ter espaço para pensar. Neste aniversário da chamada última-edição-ou-não, Proíbem o pontoe-vírgula em textos jornalísticos, mas queremos pontos e mais vírgulas, um em cima da outra lançamos a décima edição, ou a primeira impressa. Reunimos textos produzidos para a disciplina de Redação V, supervisionada pelo professor Mauro César Silveira, em uma revista com gosto de independente. A começar pela entrevista gonzo do violinista Erich Voyager, feita por Matheus Joffre, em uma mesa de bar. O estilo alternativo de jornalismo nasceu nos Estados Unidos com Hunter Thompson, que vivia momentos alcoólicos ao lado do entrevistado e conseguia entrevistas únicas. Já Pedro Santos, mais sóbrio, conseguiu uma experiência única: testemunhou na Argentina o início do julgamento do ex-ditador militar Menéndez, entre manifestações fervorosas da população. Luisa Frey também escreve de outro país, mas em tom cor-de-rosa acostumada a ganhar jabás, fala sobre o gondoleiro que lhe deu um passeio gratuito pelos canais de Veneza. Para encantar o leitor e aterrorizar os professores quadrados, temos uma seção livre de crônicas e perfis em estilo ponto-evírgula, com ilustrações que complementam o significado dos textos. Já as críticas culturais, de Cláudia Mussi e Carlos Eduardo, e o artigo, de Juliana Sakae, pedem licença para brincar de gente grande. Há também espaço para matérias mais sérias, como a reportagem de Marina Veshagem sobre a Colônia Santana o maior hospital psiquiátrico de Santa Catarina, de Laura Daudén sobre a ferrovia Teresa Cristina e de Iana Lua sobre a pesca artesanal. Entre ponto-e-vírgulas e agonia jornalística, divirta-se na nossa primeira e única (ou não) edição impressa. REVISÃO FINAL Adriana Seguro Fernanda Dutra Juliana Sakae Luisa Frey Marina Ferraz Marina Veshagem COORDENAÇÃO Professor Mauro César Silveira Disciplina de Redação V Curso de Jornalismo UFSC Florianópolis - SC Dezembro de 2008 Tiragem: exemplares [sumário] 03 Para não esquecer Guantánamo Bruno Branco 04 Relatos sobre a perversidade Carlos Eduardo 05 Bom teatro para todos Claudia Mussi 06 Abrigo dos horrores Juliana Frandalozo 08 Mão no peixe Iana Lua 10 Da velha à nova Teresa Laura Daudén 12 SC aposta na produção de software Cora Ribeiro 13 No banco dos réus Pedro Santos 19 Jornalista, você não é Deus Juliana Sakae 20 Rua Colônia Santana, sem número Marina Veshagem 23 Entrevista: Eu sou minha vó renascida Matheus Joffre...contracapa 32 O teatro nosso de cada dia Marina Ferraz...seções 14 Crônicas Bruna de Paula, Déborah Salves, Lucas Sarmanho, Celso Rondon, Carolina Moura, Bárbara D Fabbro 26 Perfis Thiago Bora, Fernanda Dutra, e Luisa Frey 2 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

3 Para não esquecer Guantánamo A cobertura de guerra transformou as práticas militares no front. Mas com a prisão americana em Cuba regredimos 30 anos de civilização [ e n s a i o ] Ontem lembrei da existência de uma prisão militar americana em Cuba, na baía de Guantánamo, onde prisioneiros são torturados e detidos sem julgamento. O noticiário das 8h exibia as imagens do primeiro deles a conquistar o direito à liberdade por decisão judicial de uma corte nos Estados Unidos. A partir de agora, os detentos de Guantánamo podem recorrer a qualquer tribunal civil dos EUA, por determinação do Supremo Tribunal. O fato é que fui pego de calças curtas. Essa prisão ainda existe? Perguntei ao Google. A resposta me levaria, mais tarde, à locadora de vídeos. As entradas pareciam indicar que o documentário Gitmo as novas regras da guerra, havia tido alguma repercussão em 2006, seu ano de lançamento. Entrevistas com os diretores em grandes jornais e manifestações de políticos importantes a respeito aumentaram minha angústia: o que há de tão novo em uma prisão militar americana? O que há de tão novo em práticas de tortura em prisões de guerra? Nada. Talvez por isso, minha memória tenha falhado. Então fui procurar motivos para não esquecer Guantánamo. O aspecto mais relevante do documentário Gitmo as novas regras da guerra estava expresso justamente nesse subtítulo escrito em letras minúsculas, quase ignorado, na capa. O que os cineastas suecos Erik Gandini e Tarik Saleh pretendem contar não é somente a história de O que há de tão novo em uma prisão militar americana? O que há de tão novo em práticas de tortura em prisões de guerra? Nada. três rapazes paquistaneses e suas passagens pela prisão americana (apelidada Gitmo), mas sim a materialização de um momento histórico preciso, em que o tempo retroage e nos leva para antes da institucionalização do estado de direito e das liberdades civis adquiridas, ainda que em situação de guerra. No entanto, o termo novas regras não é necessário, e tampouco é precisa a análise que toma por novas as práticas militares institucionalizadas no presídio de Guantánamo. Nova mesmo é a percepção de que agora se devem categorizar tais práticas como absurdas. Afinal, há não mais de 30 anos os recursos utilizados no Vietnã eram, ao menos, equivalentes em crueldade aos contemporâneos. Mas justamente naquela ocasião é que ficou evidente a impossibilidade de se operar uma guerra nos moldes dos massacres da primeira metade do século XX. A exposição midiática do conflito, bem como o desgaste de uma grande potência militar perante guerrilhas insurgentes, pôs um fim inimaginável à guerra e contribuiu inexoravelmente para construir a fronteira dos limites civis e militares entre as baixas. A partir de então, qualquer conflito envolvendo democracias deveria se valer de métodos cirúrgicos que, quanto mais exatos se tornaram, mais aumentaram a repercussão de eventuais falhas que levassem a mortes civis. Após o Vietnã, seria impensável um massacre nos moldes de Leningrado ou de Dresden, Guernica ou Hiroshima. O napalm consumira as últimas doses de tolerância internacional, uma vez sujeito à exposição das câmeras. Essa tendência confirmou-se nos anos seguintes, com a pacífica queda do muro de Berlim e da própria União Soviética, e principalmente com o conflito armado mais veiculado pela mídia antes da atual empreitada americana: a Guerra do Golfo, em A concorrência internacional dos diversos veículos para mostrar o conflito que contribuiria definitivamente para a consolidação de uma potência mundial, a CNN foi decisiva no desencadear da própria guerra. De fato, o teórico francês Jean Baudrillard chegou a afirmar polemicamente que o conflito nem mesmo existiu fora da realidade das imagens televisivas, exagerando o fato de que até Saddam Hussein e George Bush se pautavam na mídia para saber o destino da guerra. Com as invasões do Afeganistão e do Iraque, e a presença ainda mais aterradora da imprensa internacional, não é surpresa que as primeiras reportagens do jornalista Seymour Hersh, na revista New Yorker, em 2003, tenham sido taxadas de mentirosas e absurdas. Somente após o vazamento de centenas de fotografias e vídeos é que a história receberia a merecida atenção e o mundo conheceria a extensão das práticas de tortura institucionalizadas na prisão de Abu Graihb, em Bagdá antecessora direta da base cubana. Guantánamo, vista desta perspectiva, não é uma novidade, mas sim a reversão de uma tendência ainda recente na história bélica. Tanto é assim, que a oficial americana Janis Karpinski, maior acusada dos ocorridos em Abu Graihb, acabou tornando-se a fonte mais importante para o documentário Gitmo. Por tudo isso, não há dúvidas que Gitmo mereça créditos por seu valor em captar o preciso momento dessa reversão, mas a pretensão de lançar luz sobre uma nova regra na história é sem dúvida superestimada. Os 30 anos decorridos do Vietnã são antes um pequeno desvio na linearidade milenar do decurso histórico que uma regra propriamente estabelecida. Ainda assim, regredir 30 anos de civilização é assustador está aí o motivo para não esquecer Guantánamo. De volta ao Google, alguns jornais prevêem agora espetáculos à la O. J. Simpson e Michael Jackson para os julgamentos que seguirão a recente decisão do Supremo Tribunal americano. Mais uma modalidade para a imprensa de guerra, mais uma preocupação para os exércitos no front. E uma ajuda para lembrar. Bruno Branco dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula :::::

4 Relatos sobre a perversidade Em romance rejeitado por 30 editores, escritora oferece visão polêmica para o fenômeno das chacinas em escolas americanas [ crític a c ultural] De todos os que têm alma e pensamento, nós, mulheres, somos a criatura mais infeliz. Primeiro, é preciso, com o máximo de bens, comprar um marido, e tomar o déspota de nossos corpos. Esse mal é mais doloroso do que o próprio mal. (...) Dizem que vivemos uma vida sem perigos, em casa, enquanto eles guerreiam com a lança e pensam mal, pois preferiria eu três vezes lutar com o escudo a parir uma única vez. (Medéia, de Eurípides). Tenho uma teoria segundo a qual é possível situar a maioria das pessoas num espectro muito rudimentar de preferência e talvez seja com a posição ocupada nessa escala que todos os seus outros atributos se relacionem: exatamente o quanto elas gostam de estar aqui, de estar vivas, apenas. Acho que Kevin odiava. Acho que ele estava fora dessa escala, ele odiava completamente estar aqui. Talvez tenha até guardado vestígios de uma memória espiritual, de tempos pré-concepção Kevin sentia muito mais falta do nada glorioso do que do meu útero. Parecia se sentir furioso por ninguém tê-lo consultado para ver se queria mesmo acabar num berço, com o tempo escoando sem parar quando nada, absolutamente nada, o interessava ali naquele berço. Kevin foi o garoto mais sem curiosidade que já vi na vida, com raras exceções à regra, mas estremeço só de me lembrar delas. Durante as entrevistas que promoviam seu novo livro, a escritora e jornalista norte-americana Lionel Shriver fez uma declaração que, aos ouvidos mais desatentos, pôde parecer banal, mas verificado o tema da obra e o cenário, os EUA, se torna contundente. Nossas crianças vivem vidas secretas, lançou ela. Numa sociedade cujos assassinatos em massa praticados por adolescentes adquiriram um caráter endêmico, Shriver consegue ultrapassar os estereótipos reforçados pelas explicações e os julgamentos dominantes quanto à conduta dos jovens assassinos, e decide abordar a questão a partir de um ângulo delicado a maternidade. Em Precisamos falar sobre o Kevin (Editora Intrínseca, 2007), sétimo romance da autora, ganhador do prêmio Orange, da Inglaterra, em 2005, Shriver criou um assassino que foge dos modelos atuais ele não foi rejeitado pela namo- rada não pertence a minorias e não idolatrava movimentos nazistas. Nas mãos da escritora, Kevin Khatchadourian é um menino bonito, introspectivo e inteligente. É admirado pelos professores e mimado pelo pai. Mesmo assim, Kevin planeja e executa com frieza o assassinato de nove pessoas no ginásio de sua escola. É em busca de uma explicação que a mãe, Eva Khatchadourian, empreende um monólogo solitário sobre a maternidade e, na medida em que descreve o filho, em relatos minuciosos e quase psicanalíticos, acaba revelando muito de si mesma. Através de cartas endereçadas ao marido ausente, Eva repassa sua vida antes e depois do nascimento de Kevin. Logo nos deparamos com uma americana de origens armênias, crítica severa dos valores consumistas que a rodeiam e portadora de um constante sentimento de inadequação, como se fosse uma estrangeira em seu próprio país. Não por acaso, encontra nas viagens para todos os cantos do mundo uma garantia de fuga. É também por meio delas que consegue fundar uma bem sucedida empresa de guias de turismo. Com a carreira nos eixos e casada com um homem que realmente ama, Eva reflete sobre o que estaria faltando para completá-la. Uma escolha é o resultado dessa inquietação. Ela decide que precisa ter um filho. Mas esse desejo é acompanhado desde o início por uma ambivalência dolorosa. É neste momento que Shriver joga luz em outras camadas da personalidade de Eva. O que vemos é uma mãe se sentindo invadida pelo que carrega. Impressões devastadoras sobre a maternidade são projetadas nos trechos onde a personagem fala sobre o período de gestação e das inevitáveis mudanças em seu corpo. Esse percurso não assume outros contornos nem muda depois do nascimento de Kevin. É impossível não estremecer diante da lembrança de Eva logo após o parto. Com o bebê nos braços, ela é tomada Impressões devastadoras sobre a maternidade são projetadas no livro por um vazio absoluto: não consegue amar o filho. Fica assombrada diante da recusa obstinada do menino pelos seus seios, na hora da amamentação. E pressente, desde aquele momento, que a rejeição mútua marcará suas vidas. A obscuridade e o antagonismo de uma mãe diante de sua prole já foram bastante explorados no campo artístico. A mitologia grega clássica guarda a história de Medéia, filha do rei da Cólquida que, movida pela traição e abandono do marido, Jasão, estrangula os próprios filhos como forma de vingança. Essa lenda, escrita pelo dramaturgo grego Eurípides no ano de 431 a.c., revela a irracionalidade de uma mulher. Contudo, a obra de Shriver ganha força justamente ao estabelecer uma diferença crucial com a peça grega: para a contemporânea Eva o filho Kevin é um total estranho. Embora ela cumpra com todas as obrigações de mãe e procure, à base de muito esforço, criar tentativas de aproximação com o filho a apatia de Kevin reforça um quadro de negligência materna. Já a barbaridade cometida por Medéia não é relacionada à ausência de amor pelos filhos, mas a uma obstinação e frieza alimentadas por paixão e ódio. Shriver recupera a tradição do romance epistolar, mas sua narrativa não é cronológica. As recordações de Eva passam por momentos e épocas distintas a vida com o marido, a infância de Kevin e, o ponto alto do livro, suas visitas ao presídio juvenil. Embora a protagonista anseie por uma resposta e claramente seja perturbada pela possibilidade de que seu desapego pelo filho possa ter contribuído para o crime, em nenhum momento esbarramos com teses ou razões óbvias. Ao contrário. De forma muito sutil, entendemos que a posição da autora é a de que os jovens de hoje matam pelo senso de espetáculo e porque seriam atormentados por uma condição de absurdo, ou uma falta de propósitos, infligidas por uma sociedade fundada no materialismo. Humanizar sua Medéia moderna é outro trunfo conquistado por Shriver. Com o nascimento da segunda filha, Celia, Eva ama e sente-se amada pela menina. Mostrada como o mais extremo oposto de Kevin, Celia adquire uma posição central na narrativa. Para Kevin, no entanto, a vida da irmã significa tão pouco quanto a de suas vítimas. E desde cedo ele entende que cada arranhão na menina repercutiria de forma letal na mãe. O que o destino reservou à Celia nas mãos do irmão, assim como a meticulosa descrição da tarde em que Kevin assassinou nove pessoas, são trechos de uma qualidade imaginativa singular. E, ainda que exiba uma carga de violência desnecessária em alguns momentos, o livro atesta o papel da arte como investigadora da realidade. Carlos Eduardo de Oliveira ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

5 Bom teatro para todos A Compagnie Phillipe Genty fez sucesso este ano no Brasil [ crític a c ultural] Pascal François La Fin des Terres (O Fim das Terras) é um marco na carreira da companhia liderada pelo francês Philippe Genty. Conhecido mundialmente por inserir no mundo das artes cênicas a manipulação à vista de bonecos, o francês já criou treze espetáculos além de filmes e séries de televisão. La Fin des Terres, que este ano percorreu São Paulo, Rio de Janeiro, Londrina e Florianópolis, foi criado em 2005, seguido apenas No palco, ator interage com uma bolha de ar gigante durante a peça experimental francesa La Fin des Terres por Boliloc (2007) e representa as novas idéias de representação de Genty. A começar pelo rompimento das fronteiras entre uma arte e outra, misturando no palco teatro, dança, música e artes visuais de forma a brincar com os sentidos do espectador em impressionantes criações estéticas. Diferente dos outros espetáculos, La Fin des Terres não se concentra apenas na manipulação de formas animadas, mas abre espaço para outras experimentações como os desenhos dos corpos dos atores nas sombras proporcionadas pelo imenso ciclorama posicionado ao fundo do palco, interações entre atores e gigantescas bolhas de ar flutuantes e as perfeitas movimentações de entrada e saída do palco pelo chão, fazendo com que atores apareçam e desapareçam na frente do espectador. Ficam bem aparentes que as composições de dança e de movimentações dos atores vieram de improvisações livres em ensaios. Esta liberdade que Genty dá a seus atores também é novidade, pois costumeiramente cria seus espetáculos passando sua visão integralmente para os atores, que são apenas o meio de levar a idéia do diretor para a cena. Os atores, que em La Fin des Terres também são criadores, dão maior naturalidade às cenas e são donos de sua própria movimentação, que diz muito mais respeito ao corpo do intérprete do que a coreografias a ele impostas. No total, seis atores-bailarinos-intérpretes-criadores-cantores-manipuladores e todos fazem tudo muito bem dão vida a um universo plasticamente perfeito, que faz jus ao surrealismo que serviu de inspiração a Genty neste espetáculo. As referências da obra de René Magritte, principalmente, são apresentadas em vários momentos com atores trajados direta de bonecos fica visível, especialmente, em dois momentos do espetáculo. No primeiro deles, dois bonecos de mais de dois metros de altura são manipulados pelos atores. É encenada uma conquista entre duas pessoas em um bar. Aos poucos, a boneca feminina vai perdendo membros até que o outro boneco esteja beijando uma atriz que assume a posição da boneca. As fronteiras entre manipulador e manipulado são poucas na obra de Genty. Certas horas, fica difícil reconhecer quem está animando o quê. Em um segundo momento, uma atriz dança com um inseto gigante que possui o rosto de um homem. O boneco é manipulado por três atores e a dança se estende até que o boneco bata as asas e saia voando pelo palco. Entre estas e outras cenas, intercalam-se retratos surrealistas da realidade moderna, traduzidos em perfeita harmonia entre luz, música e interpretação. Tudo se inclina para compor o palco como o lugar do inconsciente. Desafiando as técnicas clássicas de interpretação, não há psicologismos ou justificativas para as ações das personagens. A precisão dos atores ajuda na composição de uma sucessão de enigmas que inquietam o espectador. Viajar nas imagens criadas magicamente em sua frente é o que faz do teatro da Compagnie Phillipe Genty tão instigante. É claro que a falta de uma linha narrativa pode incomodar os mais aristotélicos, mas mesmo estes vêem o espetáculo se configurar em uma experiência tangível do que a arte contemporânea pode oferecer de encantador. La Fin des Terres é uma obra sem restrição. Pode e deve ser desfrutada por todos os públicos. Afinal, são poucos os momentos em que é possível deixar com sobretudos e chapéus-coco. de lado a razão e mergulhar no mundo das sensações o Nesta brincadeira com linguagens cênicas, a técnica espetáculo é, definitivamente, um deles. que tornou Philippe Genty conhecido em todo o mundo não é esquecida. A maestria na técnica de manipulação Claudia Mussi dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula :::::

6 Abrigo dos horrores Programa de controle de animais em Imbituba fracassa e responsáveis escondem o problema da população [ re p o r t a g e m ] Juliana Frandalozo O ambiente é úmido, escuro e fede a urina, mesmo depois de ter sido limpo. As condições insalubres do abrigo de animais de Imbituba, litoral sul de Santa Catarina, se agravaram nos últimos dois anos. Dos 110 abrigos, poucos estão em condições consideradas saudáveis. Não que falte comida ou assistência veterinária é que pela quantidade de animais nas ruas, só os que estão em más condições são recolhidos. A mudança evidencia o fracasso do projeto que, ao invés de diminuir, aumentou o número de cães nas ruas pelo abandono. De tão precário, o veterinário responsável pela Clínica Veterinária Clinvet, que executa o programa de controle de cães e gatos, Édio Souza de Oliveira, proíbe imagens do abrigo. Ele não está do jeito que eu gostaria, justifica. Paulo Botafogo, presidente da ONG Fundo Vira-lata de Garopaba, visitou o lugar. O abrigo é tudo menos um abrigo. É um lugar frio e triste, com cães amontoados deitados no cimento frio, desesperados e apáticos. Cães confinados em celas minúsculas, sem sol nem espaço. Resultado de uma política que tenta esconder o problema da superpopulação. Pensei que fosse limpar as ruas de Imbituba em um ano, mas pelo contrário, aumentou o número de cães na rua, cada vez as pessoas soltam mais, admite Oliveira. O repasse mensal é de R$ O custo da manutenção do abrigo geralmente ultrapassa esse valor, segundo o veterinário. De fato, recolher animais não é barato e não resolve o problema. Por esse motivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a esterilização como a única forma de controlar a superpopulação de animais. Botafogo tenta alertar: recolher e recolher seria uma coisa sem fim, desperdiçando o dinheiro público com um processo sem resultados práticos que só produz sofrimento. É um lugar frio e triste, com cães amontoados deitados no cimento frio, desesperados e apáticos Apesar disso, Oliveira não concorda em oferecer esterilização a baixo custo. Ele acha que seria antiético com a clínica dele e do outro veterinário da cidade cobrar mais barato pela cirurgia. Na ética financeira, talvez. Pois quem trabalha pela causa animal geralmente não ganha um tostão, pelo contrário, muitos se enchem de dívidas para cuidar deles. Há protetores em Imbituba que, quando precisam de castração, enchem um carro e vão a Garopaba. Lá, a ONG Fundo Vira-Lata faz esterilização a baixo custo e campanhas de educação. Em seis anos, a ONG tirou mais animais das ruas do que qualquer canil tiraria. ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

7 Juliana Frandalozo Desde o início do projeto, Oliveira promete que vai construir um novo abrigo. O município não tem planos de bancar a construção. Se o abrigo for construído por Oliveira, no terreno dele e com o dinheiro dele, será particular. E não se pode basear um programa público de controle de animais em um canil particular, pois o poder público pode abandonar o projeto assim que acabar o contrato ou mudar de gestão. Outro problema de um canil particular é que ele tira da população a responsabilidade e a possibilidade de vigiar o que está sendo feito com os animais e com o dinheiro público. Alguns cães latem e se jogam contra as grades, desesperados Quando o projeto começou, em outubro de 2006, os responsáveis tentaram recolher todo animal que vagasse pelas ruas, achando que dessa forma acabariam com o problema. Para o abrigo, foi cedido um prédio abandonado no porto, que, toscamente adaptado, começou a receber animais. Os canis são todos na parte interna, sem acesso ao ar livre. No pavilhão central, são dez baias, de 2x3 metros, onde fica a maior parte dos cães. Sem luz solar direta, o piso está sempre molhado. São até oito cães em cada baia, que tem um estrado de madeira onde eles se amontoam para dormir. Os tratadores colocam coleiras e correntes nos cães e os levam em grupos para tomar sol, acorrentados do lado de fora do prédio. Qualquer coisa diferente gera algazarra entre os moradores do pavilhão central. Quando algum deles foge, os latidos dos que ficam presos é ensurdecedor. De vez em quando dá briga e o tratador vai separar. O último, que saiu, separava os animais a pauladas. No pavilhão central, alguns cães latem e se jogam contra as grades, desesperados, mendigando atenção. Outros permanecem deitados, com ar depressivo, acompanhando de longe os visitantes. Na última sala do pavilhão central fica a solitária, onde estão os cães agressivos. Presos em pequenas celas de 1 x 1,5 metro, eles raramente saem para tomar sol. O mais veterano dos cães na solitária é um Pitbul amarelo que está preso há quatro meses. Depressivo, não esboça reação, nem quando chamado. Parece ter perdido a noção de que é um cachorro, num lugar onde só vê paredes, acabou se confundindo com uma. Outro que está na solitária é um vira-lata preto enorme. Ele olha desconfiado pelas frestas da porta e late raivoso como se cobrasse a presença do advogado. No segundo andar fica o gatil. Seis gatos ficam deitados em meio a fezes e urina misturados na areia espalhada pelo chão. Gatos são bichos muito higiênicos, aprendem sozinhos a usar a caixinha de areia. Normalmente não deitam na areia que usam para fazer cocô. Mas não há outro lugar para deitar além do piso frio de cerâmica. O contato com as fezes de outros animais pode transmitir doenças, como a toxoplasmose, e verminoses. O gatil é um retrato da precariedade do abrigo. Culpar a população tornou-se um hábito Oliveira atribui os problemas do programa à população. Sabe que deveria haver educação, mas admite que esse trabalho não existe. A 300 metros do abrigo de animais, está a Secretaria de Educação de Imbituba. Dessa distância é impossível não ouvir os latidos desesperados. Se nem como cidadã, a secretária de educação, Leda Pamato de Souza, se interessou pelo abrigo, difícil esperar algo além da indiferença. Ela afirma não poder fazer nada, pois não foi solicitada. A coordenadora da Vigilância Sanitária, Sandra Mara Leal, reclama também dos municípios vizinhos. Sabemos que eles enchem carros, kombis, até barcos e vêm despejar tudo aqui em locais já conhecidos de abandono de animais, revela. Nesse jogo de empurra é muito fácil responsabilizar a população, que realmente tem sua parcela de culpa. Mas não se pode esperar que as campanhas de educação se façam sozinhas. Os responsáveis pelo projeto sabem que a população deve participar, que o problema é de todos, mas continuam tentando esconder os animais no abrigo, mascarando com os números de adoção, afastando a população da realidade ao mesmo tempo em que a culpa de abandonar. Oliveira não queria que eu descrevesse o abrigo na matéria, pois iriam criticá-lo, chegou a dizer que poderia abandonar o projeto, que não estava tendo lucro e só se incomodava. Para que o canil não se torne apenas um depósito de animais, o programa deve ser focado na castração e na educação, com incentivo ao voluntariado, ao invés de se buscar o lucro em cima de um problema público. Quem espera não somos nós, mas os pobres animais confinados naquelas pequenas celas frias. Juliana Frandalozo dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula :::::

8 Mão no peixe Pescadores da praia do Campeche empunham os remos e saem em busca da tainha à moda antiga [ repor tagem] Iana Lua É uma manhã de outono. O vento sul, característico da ilha, já sopra mais forte, batendo portas e janelas. Vinte e quatro músicos de uniforme estão em formação carregando seus instrumentos dourados. Os da frente levam as partituras coladas nas costas, em caso de esquecimentos. O sinal do maestro dá início ao som e todos se põem a andar. A passos lentos, a procissão segue em direção à praia. Pescadores, moradores, religiosos e curiosos se apertam em meia pista de estrada de terra e arriscam a cantar. 1 de maio, dia dos trabalhadores. Feriado nacional desde 1925, esse é para a maioria das pessoas um momento de descanso do batente. Mas não para os pescadores de tainha da praia do Campeche na Ilha de Santa Catarina. Há quatro anos acontece nessa data a missa que declara aberta a temporada de pesca. Nada melhor do que celebrar o dia do trabalho pedindo por mais trabalho. O mar está cinza como o céu. As ondas carregam os surfistas que se aventuram na água fria e espumosa. Ao chegar à areia, a andança fica ainda mais lenta. Logo à frente há um riozinho que corre ao encontro do mar. Pouco a pouco, os presentes o atravessam sobre uma passarela de madeira que não impede de molhar os sapatos. Em meio à restinga há uma clareira, o destino final da procissão. A vegetação do local foi retirada para a construção de um rancho, lugar onde os pescadores esperam pela chegada do peixe. Entre a casinha de madeira e a canoa de pesca, aglomeram-se cerca de 200 pessoas. De cima de um palco, montado para a ocasião, o padre celebra a missa. Na platéia distribuem folhas com os cantos, e timidamente, algumas senhoras começam a cantar. Perto do palco, as vozes soam fortes acompanhadas pelos violões Hosana nas alturas! Aleluia! Aleluia! dentro do rancho as mesas estão servidas com bolos, pães e café. Alguns pescadores se empolgam na conversa, logo cortada por pedidos de silêncio. Palmas indicam que a missa chegou o fim. Jornalistas cercam as autoridades presentes em busca de fotos e citações para suas matérias. Entre bolos e apertos de mão, a clareira começa a esvaziar. Na praia, surfistas passam correndo com suas pranchas e roupas de borracha. É hora do almoço, e a temporada de pesca da tainha está declarada aberta. Dia de pescador começa antes de o sol nascer. A tainha não avisa quando vai chegar, é preciso estar sempre preparado. Às seis da manhã de um sábado, no final de maio, ainda estava escuro. Os postes de luz iluminavam a praia do Campeche, refletindo a espuma branca das Dia dos trabalhadores é, para a maioria das pessoas, um momento de descanso do batente. Mas não para os pescadores de tainha da praia do Campeche ondas. Fazia 12 C e o vento sul, soprando gelado por debaixo das roupas, parecia imperceptível aos pescadores que, de chinelos e bermudas, se aprontavam para a pesca. Garotos com garrafas de cerveja sentaram na areia para ver o nascer do sol o fim do dia para uns, o começo para outros. O barco está pronto. Retiram ele do rancho e o posicionam na areia apontando para o mar. Quinze homens estão em volta, conversando animadamente. Resolvem que ali não é um lugar muito bom. Com força começam a empurrar o barco e o levam pela areia até uma ponta na praia onde a visão é mais ampla e ali o apontam novamente em direção ao mar. O dia começa a clarear. Uma massa homogênea de nuvens fofas e cinzas cobre o céu. A praia fica perto do aeroporto de dez em dez minutos, o barulho de um avião quebra o constante ruído das ondas. É o início de mais um dia de espera. 8 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

9 À tarde, o vento sul soprou mais forte. De longe se escutam gritos: Eeeeeeê - é tainha na área. Tudo acontece muito rápido. Mal o barco entrou no mar e a rede já está toda estendida na areia A pesca da tainha no Campeche é artesanal. Os barcos não têm motor. O grande responsável por manter essa tradição é Getúlio Manoel Inácio, ou Seu Getúlio. O homem de 57 nos, pele escura, cabelos grisalhos, de camisa de lã e chinelo de dedo, conta que seu pai era pescador profissional e que, por isso, o contato com a pesca já veio do útero da mãe. Com as mãos cruzadas no colo, Getúlio fala mansamente, como se tivesse o dia inteiro para finalizar um pensamento: Na semana santa meu filho preparou uma tainha como se fosse um bacalhau. E sabe que a tainha não perdeu em nada pro bacalhau?. Além de pescador, Getúlio é formado em Pedagogia, aposentado da base aérea, maestro da banda... e estudioso de Saint-Exupéry. Ele escreveu um livro sobre as passagens do autor de O pequeno príncipe por Florianópolis e conta a história de como o francês e seu pai se tornaram bons amigos. Homem mais novo de 15 irmãos, Getúlio herdou um dos ranchos quando o pai faleceu em 1993 e, desde então, luta para que a pesca artesanal não se acabe. Passa um pescador correndo, olhando para trás e gritando: Ô, ô, ô!. Esse chamado é o bastante para que logo em seguida vários outros se ponham a correr também. Surgem homens de todos os lados, tiram chinelos e casacos, tomam os lugares e se preparam para entrar em ação. Para deslizar o barco até o mar são distribuídas toras de madeira pela areia formando uma passarela. Conforme o barco vai passando por cima das toras, os pescadores tiram as que ficaram para trás e as posicionam mais à frente. Enquanto trabalham, todos falam alto e ao mesmo tempo, dando a impressão de que ninguém está realmente se entendendo. Quando chegam à beira do mar, pára tudo, um silêncio: a tainha mergulhou, sumiu de vista. Sem perder o humor, os pescadores posicionam outra vez o barco, pronto para a próxima, e recolocam seus chinelos e casacos. As gargalhadas, as implicâncias, os jogos de dominó, as pausas para o cafezinho, as andanças pela areia dão um clima de bagunça. Porém, é uma bagunça organizada. A pesca na praia do Campeche é dividida em três ranchos, lugar onde ficam guardados os equipamentos de pesca e onde esperam pela chegada do peixe. O dono do rancho é também o dono do barco e da rede. Cada rancho tem uma parelha, ou equipe de pesca. Dentro de uma parelha, as funções são dividas: no rancho ficam o cozinheiro e o rancheiro, encarregado de cuidar do rancho na areia ficam os olheiros que de cima das dunas avistam o peixe no barco vai o patrão, que fica na popa dando as ordens e a direção, quatro remeiros e o chumbereiro, que solta a rede. Devido às águas agitadas do Campeche, vai também no barco um nadador, que traz até a areia uma ponta da rede. Tem ainda os camaradas, que são os pescadores que puxam a rede, arrastando junto os peixes. No fim da pesca, após contadas, as tainhas são distribuídas ainda na areia entre aqueles que ajudaram. Bem diferente do que acontece na maioria das praias, onde o que sai da rede vai direto para o caminhão frigorífico. Dependendo da função que executou, cada um recebe uma quantidade de peixe. Até mesmo aqueles que não são pescadores e ajudaram, levam algum pra casa. E assim é a rotina: chegar ao rancho com o raiar do sol e ir embora quando ele for também, sempre preparado para assumir seu posto e entrar em ação. À tarde, o vento sul soprou mais forte. De longe se escutam gritos: Eeeeeeê! é tainha na área. Tudo acontece muito rápido. Mal o barco entrou no mar e a rede já está toda estendida na areia. As barrigas prateadas dos peixes refletem a luz do sol. Os pescadores comemoram, gritam e dão risada. Presas, as tainhas se debatem tentando inutilmente se livrar da fina rede. Transeuntes param para olhar, alguns espantados com o sofrimento dos peixes, outros com cara de quem nunca viu e outros querendo uma para o jantar. Duas crianças se engajam em uma missão de resgate. Molham suas camisetas no mar e torcem em cima das tainhas. Eu vou te salvar!, grita o menino menor. Mais de 30 pescadores ajudam a tirar os peixes da rede. Pegam três em cada mão e jogam em um monte que vai se formando na areia. A agitação passou, agora o momento é de concentração. Os sorrisos são substituídos por caras compenetradas e os gritos de alegria por gritos de ordens. Já sem forças, as tainhas cansam de tentar, agora apenas abrem e fecham a boca. A pesca foi boa! Pra quem tava há 28 dias sem pegar nada!, comemora com poucas palavras, como a maioria dos pescadores, Fábio Eusébio Daniel, patrão da canoa há cinco anos. De chapéu e bigode brancos e calça de moletom molhada até os joelhos, Eusébio anda de um lado pra o outro dando ordens. Tira as tainhas da rede e as coloca em um canto: alguém passará para levá-las ao monte. Fim da garimpagem: 523 tainhas, um número razoável para essa temporada que não deu mais do que 2 mil em um lance só. No ano passado, chegaram a pescar mais de 4 mil de uma só vez. Já mais descontraídos, os pescadores começam a recolher a rede. Entre risadas, conversas e brincadeiras, executam com naturalidade um trabalho que parece impossível fazer caber uma rede de 600 metros em um barco de 11. Deixado de lado, o monte de tainhas, sujas de areia, não brilha mais. O sol está se pondo. De longe ainda escutam-se as vozes dos pescadores. Depois de finalizar o trabalho, vão para casa torcer para que, no dia seguinte, a tainha resolva de novo aparecer. Iana Lua dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula :::::

10 Da velha à nova Teresa A privatização trouxe melhorias à ferrovia do carvão, mas nem a tecnologia pôde reaproximá-la da população do sul de Santa Catarina Laura Daudén [ re p o r t a g e m ] À primeira vista, nada no centro da cidade de Tubarão indica que por lá passavam os trens da antiga ferrovia do carvão. Os trilhos permanecem bem guardados por casas e ruas estreitas e a antiga estação, entre tábuas e barracas de camelôs, é apenas um ponto de ônibus para quem desconhece sua história. É preciso olhar Tubarão por essas frestas: por uma delas é possível ver a cidade que, há 124 anos, ouviu o apito dos trens anunciando a modernidade e o progresso. Pessoas que durante toda a vida moraram em frente à linha férrea, como Maria Conceição Correa da Conceição, de 63 anos, ainda não viram a promessa cumprida. Para ela, uma das únicas mudanças é que hoje, movido a diesel, o trem não deixa mais fuligem nas roupas do varal. Mesmo não pertencendo mais à rotina da cidade que, como o país, se rendeu ao automóvel - a ferrovia Teresa Cristina deu forma às cidades do sul de Santa Catarina. O crescimento da área urbana de Tubarão, como explica o arquiteto Rodrigo Althoff Medeiros, sempre ocorreu em função do acréscimo ou decréscimo da atividade ferroviária. Apesar da atuação estritamente regional, ela permitiu a integração dos municípios da região e abriu caminho para que o carvão Os trens não passam mais pela avenida principal, ninguém espera na plataforma para dar boas vindas, o carvão não se acumula em montes até a hora de carregar os vagões mineral, seu principal produto, chegasse aos portos e à termoelétrica Jorge Lacerda (hoje controlada pela empresa Tractebel). Desestatizada em 1996, num momento em que o país cedia 28,5 km de linhas férreas para a iniciativa privada, a Teresa Cristina continua desempenhando um papel economicamente estratégico. Ela ainda é a única ligação entre as carboníferas e a termoelétrica. Apesar de não estar em um período de decadência, como aconteceu nas décadas de 1970 e 1980, já não há muitos laços que liguem a nova ferrovia à população de Tubarão. Os trens não passam mais pela avenida principal, ninguém espera na plataforma para dar boas vindas ao time de futebol da cidade vizinha, o carvão já não se acumula em montes até a hora de carregar os vagões. O que existe, sim, é uma lembrança, um pouco idealizada quem sabe, e que a cada apito leva Maria Conceição para o tempo em que ia de Barbacena a Laguna no banco de tábua da segunda classe. 10 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

11 Fotos: Laura Daudén A história e a lembrança O trem que levava Maria da Conceição foi batizado em homenagem à imperatriz Thereza Christina Maria de Bourbon, esposa de Dom Pedro II. A ferrovia que levou seu nome, de Araranguá a Imbituba e de Treviso a Tubarão, foi inaugurada em O grandioso empreendimento liderado pelo Visconde de Barbacena foi financiado pelo capital inglês que, nessa época, desfrutava da abertura do mercado brasileiro e dos tratados firmados com a corte portuguesa (e, posteriormente, com a brasileira). Seu principal objetivo era escoar a produção do carvão mineral que, descobriu-se, era de boa qualidade. O historiador e geógrafo Dorval do Nascimento conta em seu livro As curvas do trem, de 2004, que o rebuliço criado com a construção da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina (EFDTC) trazia a promessa de desenvolvimento e suplantava a época antiga com a supremacia técnica do homem e a superioridade do industrialismo. No poema A via férrea, de 1880, o português João de Lemos traduz o sentimento: Que vem além, no horizonte? / Que rebentou nesse monte / Em carreira tão veloz, / Parece enorme serpente / Sibilante, monstro ingente / Raivoso, direto a nós / Oh? Pavor estranho / Oh? Fantástica visão / Da cabeça sai-lhe fumo / Da boca aceso carvão. As linhas foram expandidas até os anos 1940, seguindo os momentos de pico na produção de carvão. Também nessa época teve início o transporte de passageiros, que durou até Por muito tempo, a ferrovia foi o principal meio de transporte da população e ainda, fator determinante para o assentamento dos imigrantes que constituíam comunidades no sul do estado. Dorval do Nascimento, que conviveu durante muitos anos com os trilhos, acredita que quando o transporte de passageiros foi extinto, a estrada de ferro se desligou das pessoas e de suas necessidades. Tornou-se uma ferrovia que só transporta carvão. De fato, ainda que ele sempre represente seu suporte econômico, o transporte de passageiros, cargas e encomendas lhe dava vida e a tornava importante no contexto regional, afirma. Apesar da expansão puxada em grande parte pelo surgimento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1941 e pela instauração da lei que obrigava as empresas do país a utilizarem um mínimo de 20% de carvão nacional a maioria dos contratos firmados no fim do século XIX começou a vencer entre as décadas de 30 e 50, o que postergou os serviços de manutenção e acelerou a deterioração das vias e dos trens. O descaso foi acentuado pela entrada da indústria automobilística e pelo investimento pesado na construção de rodovias. A estratégia foi ampliada pelo governo militar: era preciso ocupar o território brasileiro em menos tempo e com menos gastos. Assim como outras 17 ferrovias brasileiras, em 1957 a Teresa Cristina passou a fazer parte da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). Silvio dos Santos, professor de Engenharia Mecânica e gerente de infra-estrutura aquaviária da Secretaria de Intra-Estrutura de Santa Catarina (SIE), afirma que, além de ser mau operador, o governo colocava entraves burocráticos para que os problemas de cada setor fossem resolvidos e para que a manutenção fosse feita devidamente. Isso teria levado as ferrovias brasileiras a um processo de sucateamento. Em 1996, dentro do plano de privatizações do presidente Fernando Henrique Cardoso, esse foi um dos argumentos levantados para que as estradas de ferro passassem para empresas privadas. Uma nova ferrovia Hoje, a velha ferrovia tubaronense é administrada pela Ferrovia Teresa Cristina S.A., que está sob controle de seis acionistas. Através de algumas ações pontuais, como a distribuição de brinquedos nas comunidades carentes que se formaram ao longo dos trilhos, a empresa busca uma reaproximação com a população. Ainda assim, a distância quase asséptica da nova gestão em relação à vizinhança afasta a FTC de pessoas como Maria da Conceição, que só soube da privatização por meio de boatos. Mesmo morando em um terreno cedido pela antiga empresa ao seu pai, funcionário da ferrovia por 32 anos, ela nunca recebeu visita dos atuais administradores. O neto brinca entre os trilhos abandonados que, em algum ponto, desembocam no museu ferroviário da cidade, enquanto seu filho Luciano reclama do mau estado de conservação da área. Em contraponto aos indícios de abandono e indiferença em relação à estrada férrea de que falam mãe e filho, em maio deste ano o governo federal abriu a licitação para que seja feito o projeto da ferrovia litorânea. Se concretizada, a obra de 236 km vai ligar os quatro portos de Santa Catarina à malha ferroviária nacional, investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Depois de anos de desencontros na política de transportes brasileira, a velha idéia da ferrovia como motor do crescimento ressurgiu. Mesmo que saia do papel, Maria não tem com que se preocupar: suas roupas não ficarão sujas com a passagem do trem e nenhum apito vai atrapalhar o sossego de sua varanda com vista para os trilhos. Laura Daudén dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula ::::: 11

12 SC aposta na produção de software Empresas de TIC do estado unem forças para aumentar sua representatividade nos mercados nacional e internacional [ repor tagem] Falar sobre tecnologia da informação e comunicação, conhecida pela sigla TIC, é como querer abraçar o mundo com as pernas. Esse promissor setor industrial desenvolve desde pequenos sensores que detectam a umidade do ar e alertam o agricultor sobre possíveis alterações do tempo, a centros de processamento de dados que possuem uma capacidade incalculável de armazenamento de arquivos, contando com segurança de última geração. No entanto, o setor de TIC possui o software como produto de base mais comum. Segundo pesquisas internacionais, esse segmento industrial será responsável pelos maiores índices de crescimento na economia global nos próximos anos. Esta tendência pode ser observada também no Brasil, onde o setor de informática cresceu 40% entre 2000 e 2007 e tem no estado de Santa Catarina um dos principais celeiros brasileiros de empresas de desenvolvimento de software. O segmento de tecnologia da informação e da comunicação em Santa Catarina existe há 20 anos e é caracterizado por pequenas e médias empresas concentradas em três principais pólos tecnológicos: Florianópolis, Joinville e Blumenau. A maioria dessas empresas inicia sua vida produtiva em incubadoras, que são instituições responsáveis pelas companhias até que elas adquiram capacidade financeira para andar com as próprias pernas. A fim de ampliar a competitividade das representantes catarinenses do setor e para se transformarem em negócios de classe mundial, desde 2006, 49 empresas de TIC de Santa Catarina estão se organizando numa plataforma denominada PLATIC. Coordenado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC), o projeto é apoiado em 12 metas. Mais de 300 colaboradores das companhias integrantes da Plataforma tiveram acesso a treinamentos em diversas áreas como desenvolvimento de software, processos de telecomunicações, precificação, propriedade intelectual e gestão do negócio. Essas metas de capacitação ficaram sob responsabilidade de instituições de ensino como universidades e centros de qualificação profissional, como por exemplo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o SENAI. Em junho deste ano, o PLATIC foi premiado em primeiro lugar no Prêmio Dorgival Brandão Júnior, concedido pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade em Software, da Secretaria de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia. Unindo o útil ao agradável No início deste ano, foi instituído pelo IEL nacional e pela Confederação Nacional da Indústria a programação de observatórios de desenvolvimento industrial, conhecidos por ODIs. Cinco estados, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul deviam, então, escolher setores produtivos que funcionassem como projetos piloto desses observatórios. A atuação dos ODIs envolve a participação efetiva de atores estratégicos como federações, associações, u n i v e r s i - dades, com o objetivo de gerar informações inteligentes para subsidiar a form u l a ç ã o, implantação e avaliação das políticas industriais, as ações institucionais e as iniciativas empresariais em nível local, regional e, posteriormente, nacional. Com o intuito de unir o útil ao agradável, o IEL/SC optou pelo setor de TIC para ser o projeto piloto do estado. O PLATIC realizou um mapeamento do setor no início de 2002, através de pesquisas e relatórios de um laboratório especializado da UFSC. Com isso, as indústrias de TIC já estavam um passo a frente dos demais setores do estado para a conformação da metodologia dos ODIs. E como a Plataforma previa como meta a estru- O PLATIC ganhou o Prêmio Dorgival Brandão Júnior do programa do Ministério da Ciência e Tecnologia turação de observatórios tecnológicos, optamos pelo setor de TIC para o desenvolvimento do projeto explica o superintendente do IEL/SC, Natalino Uggioni. Com o financiamento do instituto, organizou-se uma equipe formada por três alunos da UFSC e três membros do IEL/SC. O grupo realizou oficinas de prospectiva estratégica, a fim de estipular dados sobre o setor no estado. Com isso, os empresário catarinenses, representantes do segmento, puderam perceber a existência de outros pólos desenvolvedores pelo estado, como em Chapecó, por exemplo. Além disso, puderam identificar problemas como a falta de mão de obra qualificada e a alta mortalidade de empresas. As maiores empresas do estado Dígitro, Intelbrás e Datasul não aderiram à Plataforma. Por isso, a equipe dos ODIs baseia-se em cálculos matemáticos para estipular alguns dados importantes, como foi o caso do faturamento bruto anual do setor, estimado em R$ 3,52 bilhões. O PLATIC permite que as empresas se organizem enquanto setor, que em 2007 conquistou um arranjo produtivo local, o que o torna segmento preferencial em financiamentos do governo. Além disso, políticas industriais estão dando tratamentos diferenciais ao setor de TIC, já que seu produto possui um alto valor agregado e acarreta uma mão-de-obra extremamente especializada. Cora Ribeiro 12 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

13 No banco dos réus Repórter da Ponto-e-vírgula testemunha o início do julgamento do ex-ditador argentino Luciano Benjamín Menéndez e seus subordinados Antes de o julgamento começar, enquanto as 160 pessoas entram no tribunal e vão ocupando as cadeiras reservadas, um grito forte de mulher ecoa na sala: Chegou a hora!. Alguns minutos depois, às 10h34 de uma terça-feira fria de maio, na cidade de Córdoba, Argentina, tem início a sessão que vai julgar oito ex-militares. Entre os réus, um senhor de 80 anos se destaca. Impassível e sem cruzar as pernas como fazem seus companheiros, seu blazer cinza repousa no colo enquanto os olhos fixam a bancada dos juízes. Os jornalistas que o observam são tentados a descrever os olhos daquele senhor com o clichê olhos de águia, mas essa descrição não vai aparecer no jornal do outro dia, assim como também não estará o xingamento de um radialista ao observar Luciano Benjamín Menéndez: Olha como está velho, o filho da puta! Fora do prédio do Tribunal Federal de Córdoba, a polícia fecha o quarteirão para evitar a proximidade de mil manifestantes, a maioria composta por estudantes e militantes de partidos de esquerda. De dentro do edifício é possível escutar as músicas de protesto: Olé, olé... Olé, olá. Vení, Menéndez, vení, mirá. Los subversivos cada día somos más! Luciano Benjamín Menéndez está sendo julgado ao lado de sete ex-militares, dignos subordinados, nas palavras do próprio Menéndez, que atenderam a suas ordens de 1975 a 79 no Terceiro Corpo do Exército, organização responsável por dez das 23 províncias argentinas durante Os réus estão protegidos por uma peça de vidro blindada, que em nada impede o insulto gritado pela irmã de um desaparecido durante a ditadura: Covardes, assassinos, torturadores a última Ditadura Militar argentina ( ). Ele, porém, parece alheio às manifestações, ou já se acostumou a elas. Agora ele está sentado no último banco à direita da primeira fila. Os réus estão protegidos por uma peça de vidro blindada, que em nada impede o insulto gritado pela irmã de um desaparecido durante a Ditadura. Covardes, assassinos, torturadores. Senhores juízes, por favor, façam justiça, clamou enquanto o presidente do tribunal, o juiz Jaime Díaz Gavier, a repreendia, expulsando-a da sala. Eu não vou permitir manifestações de nenhuma natureza. Estamos em um julgamento, respondeu o magistrado. Organizações como H.I.J.O.S., Avós da Praça de Maio ou Familiares de Desaparecidos e Detidos por Razões Políticas (FDDRP) lutam há muito tempo para levar os ex-ditadores ao banco dos réus. Emilia Dambre é uma senhora da mesma idade de Benjamín Menéndez. Teve dois filhos desaparecidos e, a partir daí, começou a militar no FDDRP. Quando comecei a buscar meus filhos é que passei a ver o que eles defendiam e vi que tudo pelo que eles lutavam era para chegar a um mundo melhor, conta Emilia. Nada vai me devolver o que eu perdi Assim como Emilia, Mercedes Toloso de Bustos não vai esquecer nunca do dia em que teve seu filho seqüestrado. Eu tenho memória, muita memória, desabafa ela depois de passar pela barreira da polícia e ir em direção ao tribunal. Meu filho tinha 21 anos quando pegaram ele e minha vida é dividida em antes e depois de seu desaparecimento. Se eu pudesse olhar nos olhos do assassino eu ia perguntar onde ele colocou meu filho. Eu quero saber onde ele está, eu tenho o direito maternal de saber, emociona-se. Ela não consegue terminar de conversar com os jornalistas e entra chorando no saguão principal. Ao ver a multidão de repórteres, microfones, gravadores, câmeras e luzes, muitas luzes em sua direção, Valeria Chávez parece confusa e atordoada. Sem saber muito bem para que lado olhar, ela responde a todas as questões calmamente, sem vergonha dos olhos marejados e da voz embargada, nem quando alguém pergunta o que ela diria a Menéndez. Não sei se lhe diria algo, respondeu. Eu não quero me encontrar com ele. Nada me vai devolver o que eu perdi, mas acho que a justiça vai sanar um pouco minha dor e a dor de muitos que estão na mesma situação. Humberto Brandalisis e Hilda Palacios, a mãe de Valeria, foram fuzilados junto a Carlos Enrique Lajas e ao pintor Raúl Cardoso, todos militantes do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PTR). No segundo dia do julgamento, sete acusados se reservam ao direito de permanecerem calados. Mas Menéndez opta por falar. Pega o microfone, desdobra um papel, tira os óculos e começa a leitura, primeiro dizendo que o tribunal era incompetente para julgá-lo. A lei vigente quando a subversão marxista iniciou o assalto a nossa pátria afirma que eu teria que ser julgado por um tribunal militar, argumenta, concentrando toda a atenção dos presentes na sala, sem referir que seu reclamo foi rechaçado por juízes de primeira instância e tribunais de alçada. Com sua voz levemente rouca, ele continua: Sou o único responsável da atuação da minha tropa. Por isso, a meus dignos subordinados daquela época, não se pode acusálos de nada e muito menos privá-los da liberdade. Luciano Benjamín Menéndez se convenceu de que fazia parte de forças legais responsáveis por enfrentar e vencer o terrorismo marxista. Ele, junto com os sete acusados, pensa que os antigos militares, soldados vitoriosos, como disse, não deveriam sentar-se no banco indigno dos réus, afinal de contas venceram os terroristas subversivos que assaltaram o país porque não acreditavam nas instituições republicanas. O julgamento começou no dia 27 de maio de Três meses depois, Benjamín Menendez foi condenado à prisão perpétua em cárcere comum. A pena dos outros sete soldados varia entre a prisão perpétua e 18 anos de reclusão. Em 5 de novembro de 2008, outro militar argentino, o ex-coronel Alberto Barda, de 80 anos, foi condenado à prisão perpétua por crimes cometidos no centro clandestino de detenção La Cueva, em Mar del Plata, Buenos Aires. [ repor tagem] Pedro Santos, de Córdoba, Argentina dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula ::::: 13

14 Os cachecóis [ crônic as] Não, não se tratam dos acessórios típicos de inverno. Mas digamos que sem eles a indumentária destes personagens não teria a mesma graça. A aparência, apesar da espiritualidade cachecolenha, é o traço identificador do grupo. Podemos somar a este charme europeu transportado aos trópicos o cachecol de fato uma boina, um paletó anos 70 (sem esquecer que pelo menos uma destas peças tem de ser estampada em xadrez) e o tênis, obviamente, da marca All Star. Para se ter uma idéia da expressividade do grupo, alguns deles chegam até mesmo ao Ministério, mas nem por isso se sentem intimidados na escolha das estampas de seus coletes. Aqui me permito um parêntese etimológico, o que me faz quase entrar para o clube. Talvez depois disso eu só tenha que pesquisar mais sobre filmes eslovacos dos anos 40, e serei um deles. Lá vai: palavra de origem francesa (!), cachecol vem de cacher, que significa esconder e col que quer dizer colo ou pescoço. Posteriormente, claro, ganhou outras conotações, como a que agora trataremos. Retomando: não menos indispensável do que a indumentária, é falar fora de contexto e citar autores dos quais se leu apenas o prefácio, ou se tem um profundo conhecimento wikipediano aqui se dão bem aspas de Nietzsche, divagações sobre Kafka, e se quiser se parecer com um mortal, vale citar Nelson Rodrigues. Mas, enfim, o êxtase da vida de um cachecol só pode se completar através da sociabilidade, que se dá apenas entre os seus pares. O convívio social é tão vital ao cachecol por ser o momento de mostrar na terça-feira o que aprendeu na segunda, sempre fingindo a naturalidade de já dominar o assunto há tempos. Bebendo Heineken ou Glacial, em caso extremo, quando se encontram em situação financeira desfavorável (o que adoram alardear, apesar de serem sustentados pelo pai funcionário público) sobram Godards e Truffauts, que na maioria das vezes não chegaram a ser vistos por aqueles olhos revestidos pelos indispensáveis óculos de acetato. À cerveja soma-se o cigarro. Aos charutos partem somente depois dos 40, em caso de cachecolismo crônico. Logo, cafés, botecos imundos, universidades públicas, cinemas falidos ou qualquer lugar a meia-luz empestado de fumaça são autênticas cachecolândias. Além das lições diárias que se pode tomar rapidamente googleando, muitos dos assuntos das rodas de cachecóis recaem sobre o que é proibido segundo o código do bom comportamento cachecol. A televisão, por exemplo, seria um aparato completamente dispensável, não fosse o dvd as remasterizações da Versátil então, são imperdíveis (não se admitem promoções das Americanas, com aquelas capinhas baratas). E, por favor, se você tem o cachecolismo como uma meta não ouse comentar novelas, é uma premissa fundamental do Código. Mesmo que tenha assistido, finja que não sabe quem é a Donatella e passe longe de programas de auditório. Outro preceito fundador são as aversões às listas dos dez mais vendidos estas gôndolas devem ser repudiadas quando se entra na sua megastore favorita para comprar alguns títulos fundamentais em qualquer biblioteca, para enfeitar a prateleira. Prefira edições da Cosac Naify, nem que para isso tenha que empenhar seu ipod repleto de músicas de bandas inglesas que só você conhece. No cinema, são terminantemente proibidos filmes americanos. Como vocês sabem, eles emburrecem. Não menos indispensável do que a indumentária é falar fora de contexto e citar autores dos quais se leu apenas o prefácio, ou se tem um profundo conhecimento wikipediano Salve da lista David Lynch e Woody Allen em suas fases não comerciais. Um cachecol que se preza deve transitar pelas mais variadas manifestações de arte. É claro que cada um tem as suas especificidades, mas se não entender muito de teatro, digitar distanciamento brechtiano no Google resolve muitos problemas. Nas artes plásticas, basta colecionar os fascículos de Caras, tendo sempre o cuidado, claro, de queimar as revistas depois. É indispensável gostar de pop art, especialmente de Andy Warhol. Para mostrar ao mundo sua cultura, o cachecol se utiliza do amigo serigrafista, que estampa camisas com ícones pops ou frases em inglês. Se o atrevimento for muito grande, as frases podem ser em alemão ou francês. Em literatura, os russos são sempre uma saída para maiores embaraços, mas, se mesmo assim nada resolver, vale dizer que tudo vem dos gregos. Se não leu o livro em questão, finge que leu, pede pra ir ao banheiro e corre comprar o exemplar. Passa o olho pelo prefácio e, no dia seguinte, retoma o assunto, com toda a propriedade. O mundo cachecol, apesar de parecer um universo paralelo, penetra diversas esferas de nossa vidinha cotidiana. Se você anda com um pocket do Leminski cuidadosamente visível, costuma cheirar o vinho antes de beber e dizer que ele é encorpado, ou freqüentar büfetts de sopas, talvez seja um deles. Não é de todo ruim. Mas tenha a decência de parar antes da boina e do paletó. Bruna de Paula ilustração: a.pizarro 14 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

15 [ c r ô n i c a s ] ilustração: a.pizarro Viver a dois é algo complicado e inevitável. Porque não vivemos a dois apenas no que diz respeito a um companheiro ou companheira. Há várias vidas a dois. A dois, entre nós e nós mesmos. A dois com o corpo. A dois com a profissão. A dois com o chefe ou o colega de trabalho. A dois com o pai e a dois com a mãe. A dois com o lugar onde moramos, onde nascemos ou nos criamos. E em todas essas vidas a dois, há sempre rupturas. Há sempre um dos dois que precisa partir, que precisa ficar, que precisa seguir ou que precisa parar. É uma morte, ainda que não seja física. É uma morte, ainda que ela dê origem a outra vida. Aos 31 anos, Gustavo Kuerten, o Guga, enfrenta agora uma série de rupturas em suas vidas a dois. O ex-primeiro lugar do ranking mundial rompe sua vida a dois com a carreira de tenista profissional. Com o tênis, o relacionamento continua. Não vai ser treinador, ele já disse, mas quer levar a alegria do tênis para as pessoas. Alegria da qual ele pode falar muito bem, pois conhece desde os 6 anos. Com jeito de menino, muitas vezes tímido, o cabelo cacheado às vezes mais comprido e às vezes curto, Guga conquistou o mundo. Nascido em Florianópolis, conhecida como Ilha da Magia, e onde mora até hoje, o tenista espalhou seu encanto com o jeito simples que parecia dizer a quem quisesse ouvir: seja simples, seja sincero, dê seu melhor e você será feliz. Mas o carismático Guga deixou de ser feliz a Há sempre um dos dois que precisa partir, precisa ficar, que precisa seguir ou precisa parar. É uma morte, ainda que não seja física ainda que dê origem a outra vida dois com seu corpo. As primeiras brigas com o quadril direito começaram em 2001, e culminaram com uma cirurgia em O relacionamento do tenista estava comprometido e, embora em 2004 ele tenha tentado mais uma vez salvar a relação, as coisas nunca mais foram as mesmas. Vida a dois Despediu-se da carreira em Roland Garros, em maio. O torneio, o mais importante disputado sobre saibro no mundo, deu a taça a Guga por três vezes, em 1997, 2000 e O menino, que aos 20 anos levantou o troféu francês pela primeira vez, ganhou a admiração de brasileiros e fãs do tênis em todo o mundo, virou homem. E como sempre acontece na vida adulta, precisa agora se despedir. Guga diz que ainda não sabe o que vai fazer depois que parar de competir. Mas sabe que não vai deixar o tênis pra lá. Quer se dedicar ao Instituto Guga Kuerten, que atua com inclusão social de deficientes, aliando esporte e educação. O projeto mais recente da instituição, lançado em 16 de maio, com patrocínio do Banco do Brasil, vai beneficiar mais de 500 jovens em Santa Catarina, estado natal do tenista. E ele quer is mais longe, quer atingir outros estados. Mesmo fora das quadras, o brasileiro certamente continuará a levar sorrisos a seus compatriotas. Pelo treinador Larri Passos, que acompanha Guga desde os 14 anos, gratidão é uma palavra que não dá conta. Respeito e admiração talvez ajudem a entender. Se a relação se rompe entre tenista profissional e treinador, certamente não acabará fora das quadras. Algumas vezes as relações a dois são múltiplas e, nessa multiplicidade, se uma dessas facetas se desfaz, as outras ainda permanecem. Como mudam as pessoas, mudam suas relações. Gratidão, respeito e admiração, no entanto, são imutáveis. E é imutável também a essência desse menino que mostrou o tênis para a maioria dos brasileiros. Em seu site, Guga resume: Sonho em estar muito feliz, com muita saúde para todos, e estar sempre curtindo as coisas que faço. Às vezes, uma relação a dois se vai, mas sempre outras se aproximam. Guga se despede da carreira de tenista profissional, mas não se despede de si mesmo e do que acredita. Que você seja mesmo muito feliz nas suas novas vidas a dois, garoto. Déborah Salves O trem da morte Chacoalha, chacoalha, chacoalha... Que dia de sorte esse! Cá estou eu, no Trem da Morte, adentrando os confins da Bolívia e desvendando sua realidade. Passa do meio-dia de uma abafada terça-feira de janeiro, quando o trem dá início a sua viagem de Puerto Quijarro, na fronteira com o Brasil, até Santa Cruz de la Sierra. - Empanadas! Água fria, limonada! Empanadas! Quantos berros! São as cholas, algumas em seus trajes típicos, carregando cestas enormes nas costas e que, entre uma estação e outra, tiram seu sustento da venda de alimentos, refrescos e chás aos viajantes. Normal, se não fosse tão grande o número de crianças vendendo também. Chacoalha, chacoalha, chacoalha... Pelo menos o trem não é perigoso, nem seus passageiros. Os viajantes, em sua maioria, apenas esperam o tempo passar. Não fosse pelos incontáveis vendedores que sobem no trem entre uma e outra de suas também incontáveis paradas, não se ouviria muito barulho fora o chacoalha, chacoalha interminável da viagem. Isso na teoria. Na prática, os turistas brasileiros, em grandíssimo número, fazem uma bagunça digna de uma excursão de escola primária. Isso sem contar aqueles que representam muito bem o país ao entrar sem pagar ou furar a fila nas estações. Chacoalha, chacoalha, chacoalha... O Trem da Morte escancara seus vários anos de dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula ::::: 15

16 viagens na sua simplicidade e lentidão. As pessoas humildes e de aparência sofrida e principalmente, a paisagem erma e isolada, proporcionam um ar bucólico e prazeroso ao trajeto. Chacoalha, chacoalha, chacoalha... A situação muda à medida que o pôrdo-sol esconde a pacata paisagem e seu povo. Toda a beleza da viagem dá lugar a outro sentimento não tão prazeroso: são seis horas da tarde e a viagem só acaba às nove horas da manhã seguinte. Pela janela, agora vejo apenas escuridão. A penumbra dos vagões revela sua feiúra e maus cuidados. Essa viagem vai demorar demais. - Manzanilla, té, manzanilla! - Empanadas! Empanadas! No silêncio noturno, aquelas vozes voltam a se digladiar com as mesmas palavras. Será mesmo que havíamos andado alguma coisa? Não pensava em beber nem comer nada. Além do medo da procedência dos alimentos, não queria usar o banheiro do trem. Nada pessoal. É apenas pelo fato de que não há vaso, somente um buraco no chão que dá para os trilhos e uma torneira suspeita com uma mensagem escrita em vermelho: Água não-potável. - Água fria, limonada! Empanadas! Empanadas! Uma das mulheres passa oferecendo limonada. Nada demais até aí, se não fosse pelo fato da limonada estar num balde de limpeza. Agora, sim, que eu não bebo mais nada! Chacoalha, chacoalha, chacoalha... Era um caminho ao inferno. Algumas pessoas dormem no chão, outras tentam, outras esperam. Ao lado do banheiro, uma mulher descalça embala um bebê sentada no espaço entre os dois vagões. Outra criança dorme ao seu lado no chão. Chacoalha, chacoalha, chacoalha... O trem da morte segue. Quero dormir, mas não dá. Quando o sono tenta engrenar, o trem parece chacoalhar mais. Faz de propósito. Os mosquitos me sugam o sangue. Cadê o repelente? Já não é apenas para os insetos atrevidos, mas também um ótimo refresco para a pele nesse calor infernal. É o Trem da Morte. Não acredito em inferno, mas se por um acaso ele existe, é para lá que o trem vai. - Café brasileño, té, manzanilla! Amanhece. Agora as vendedoras oferecem café aos turistas. Uma mãe com duas crianças ao meu lado ainda tenta dormir no corredor, e reclama de quem passa. Não acredito, mas vejo o sol. E com ele a paisagem, as plantas, as casinhas esporádicas, tudo volta e dá vida de novo à viagem. Esperança! Chacoalha, chacoalha, chacoalha... E pára. Chegamos! Após vinte e uma horas de viagem, as coisas já não parecem tão ruins, e os maus momentos viram lembranças apenas. Seria ótimo encarar tudo aquilo como tradição ou folclore de um povo vizinho. Não consigo pensar assim. O Trem [ crônic as] Quero dormir, mas não dá. Quando o sono tenta engrenar, o trem parece chacoalhar mais. Faz de propósito. Os mosquitos me sugam o sangue da Morte merece o nome que tem. Lucas Sarmanho Isto não é uma crônica É parodiando Foucault, para não dizer quase plagiando, que começo este texto. Sejamos francos: isto não é uma crônica. Depois de ficar duas horas em frente ao espelho tentando me convencer de que eu estava trabalhando em um jornal, Só escrevi a crônica porque achei que seria mais fácil que uma grande reportagem. Terrível engano, dada minha quase nula desenvoltura do lado direito do cérebro. Ou seria o esquerdo? e que tinha um público a quem destinar meus caracteres, foi que me dei conta disso. A mais pura verdade é que meu público-alvo é o professor e que isto é um trabalho acadêmico. E a pior parte é que eu não trabalho em jornal algum. Mas, então, o que eu deveria escrever para conseguir nota máxima? Contar uma piada? Uma situação engraçada pela qual passei? Creio que isso não provaria que eu entendi o que é uma crônica. Posso começar contando que eu não fiquei de fato duas horas em frente ao espelho pensando no que fazer. Nem eu me agüento por tanto tempo. Mas na crônica a gente pode inventar, exagerar, criar detalhes para realçar o conteúdo. Aliás, esse negócio de ficar se olhando no espelho é meio narcisista. Muita frescura pro meu gosto. Então, a partir de agora, nem passei na frente do espelho. Quem estava lá era só o meu reflexo. Outra coisa: só escrevi a crônica porque achei que seria mais fácil do que fazer uma grande reportagem. Terrível engano, dada a minha quase nula desenvoltura do lado direito do cérebro. Ou seria o esquerdo? Sou canhoto, será que a minha metade criativa é a esquerda também? Aliás, já que estamos falando de trabalhos acadêmicos, e não de crônicas, tenho uma observação a fazer: não sei por que existe uma seção no trabalho só para falar dos objetivos pretendidos. Poderiam os alunos preencher que o objetivo é tirar dez? Com exceção de pesquisas que têm propósitos realmente nobres e interesse sincero dos pesquisadores, grande parte dos trabalhos é entregue exclusivamente para cum- 16 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

17 [ c r ô n i c a s ] prir obrigações. Ou alguém acredita que se o trabalho acadêmico não fosse compulsório, todos o fariam? Eu seria o primeiro a não fazer. Eu amo a vadiagem. O Domenico de Masi ama a vadiagem. E ele ganha rios de dinheiro escrevendo sobre isso. Minha intenção aqui não é desconstruir nenhum conceito. Essas reflexões pós-modernistas são muito intelectuais para mim. Se me perguntarem o que é crônica, eu respondo que é a minha situação no final de cada semestre, e pronto. Já posso dizer que alguma coisa eu aprendi na faculdade! Mas caso tudo dê errado e meu texto não mereça aprovação, só me resta contar com a compreensão e o grande senso de justiça do professor, que certamente reconhecerá meu árduo esforço e dedicação para com a sua disciplina. Ou eu posso começar a pensar o tema da próxima crônica. Celso Rondon Filho Sobre voar: Entre a decolagem e o pouso, e vice-versa Tentei recortar a silhueta da ilha no horizonte apinhado de prédios da capital paulista. As nuvens logo atravessaram o caminho antes de eu conseguir contar com precisão quantas construções daquelas caberiam na área total de Florianópolis.. Em meio a pessoas correndo e avisos de embarque imediato, saí um metro além da porta do aeroporto para respirar o ar da cidade. Me pareceu romântico: a idéia veio com meu sentimento caro à metrópole. Ali estavam reunidos os fumantes, mas não foi essa fumaça que inspirei. Ao voltar para o ambiente fechado senti a tolice em querer encher os pulmões de tal atmosfera cinzenta.. Marquei em meu bloquinho enquanto comia o sanduíche do serviço de bordo: ao longo de 17 anos (desde os meus dois), foram quatorze vôos internacionais e vinte domésticos, salvo engano. Deixei de fora escalas na Cidade do Panamá e passeios de teco-teco incluí o vôo no qual então me encontrava.. Manche e pedal, manche e pedal ouvindo essas palavras balancei as asas do Luscombe, o avião do meu pai, como que acenando para alguém perdido nos campos abaixo. Alguém acredita que já pilotei de Rio do Sul ao litoral? Claro, sem pouso nem decolagem. Só de olho no nível e no altímetro, brincando de acenar.. Na final para o pouso, pensei sobre a possibilidade de explodir em algum galpão do aeroporto. Nos vôos internacionais, geralmente me imagino caindo no oceano. Mas não tenho medo. Desde criança brigo pelo lugar à janela, e o consegui no meu caminho ao aeroporto de Confins. Olhei para o horizonte de certa forma belo, porém o mesmo horizonte anuviado da viagem toda. Não vi prédio algum a pista realmente fica nos confins.. Assim como me apaixonei por São Paulo em quatro dias, num dezembro passado, apaixonei-me por aeroportos e aviões em dez viagens, com direito a narração das atividades dos flaps e do recolhimento dos trens de pouso, na voz de meu pai. Amo decolar. Adoro estar sozinha em um aeroporto. Só não tenho coragem de pagar dez reais por um café com pão-de-queijo guardo os biscoitinhos da companhia aérea para esses momentos. Carolina Faller Moura Alguém acredita que já pilotei de Rio do Sul ao litoral? Claro, sem pouso nem decolagem. Só de olho no nível e no altímetro, brincando de acenar ilustração: Alexandre Tcheto dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula ::::: 17

18 Ficam informações e vão-se reflexões [ crônic as] Com o aumento da velocidade em que as informações são produzidas, o jornalismo sofre com fontes mal-intencionadas e dados não apurados Barulhos de tiros, bombas. Muitos podem pensar que estes são os sons que os jornalistas mais temem. Ledo engano. Repórter de guerra é um dos postos mais cobiçados pelos profissionais da notícia (chique, né!). O som que arrepia qualquer jornalista, que o faz angustiar-se, estressar-se é... Ainda não descobriram? Tic tac tic tac tic tac Sim. É o tique-taque do relógio que tira o sono de nossos bravos heróis (esta eu aprendi com o Bial). O tempo para o jornalismo é o vilão mais perverso. Nem a censura provocou tanto estrago quanto a falta de tempo para apurar, redigir e editar uma matéria, seja ela de TV, rádio, internet ou impresso. Com a globalização, a internet e o acesso facilitado aos produtos dos meios de comunicação, o tempo parece ter acelerado. O jornalista ilustração: Clovis Geyer O tempo para o jornalismo é o vilão mais perverso. Nem a censura provocou tanto estrago quanto a falta de tempo para apurar, redigir e editar uma matéria, seja de TV, rádio, internet ou impresso acumulou funções. Além de ter que trabalhar com a foice do dead line (linha de morte ou hora da morte, como preferem os mais pessimistas) à espreita, prestes a cortar cabeças, pés de textos e até matérias inteiras, o jornalista deve estar atento às diversas mídias para se considerar minimamente informado. Ler todos os jornais diários, as revistas semanais de maior tiragem, assistir aos telejornais dos principais canais (não só nacionais), ouvir as rádios noticiosas e ler os sites de notícias. Ufa! Devido a isso, angústia, estresse e tensão são latentes na vida de qualquer jornalista. Muitos chegam a dizer que não se trata de uma profissão e sim de uma devoção, um sacerdócio. Amém. O jornalismo é uma constante durante todo o dia, se almoça e se janta notícia, não há descanso, não há como se desligar da informação. Não se está jornalista, se é jornalista. Sem pausas, sem intervalos, sem férias (Mamma mia!). E o tempo. Não ajuda nem um pouco! Talvez seria preciso multiplicá-lo para que se pudesse cumprir todas as leituras, reflexões e pesquisas que um jornalista deveria e gostaria de fazer. Parece que não há saída. Quanto mais horas um dia tivesse, mais horas um jornalista trabalharia. (Muitas vezes sem remuneração extra, fazer o que!). E a falta de tempo para apurar e redigir produz mais um agravante, o de confiar demais nas declarações e dicas das fontes, publicando, sem tempo para checar informações, matérias falsas, as famigeradas barrigas jornalísticas (Aí fu!). Quem não se lembra do boi-mate? Ou do bebê do demo? O que concluímos com isso? Que todo jornalista é maluco. Talvez. Que não recebe o quanto deveria, e normalmente não tem tempo para sua vida pessoal. Mas que, mesmo assim, mesmo a revelia do tempo, das condições políticas ou financeiras do veículo para o qual trabalha, segue a cumprir seu papel social de informar, relatar e reportar o que a realidade apresenta como novidade. Vamos lá pessoal, não é para desanimar também. Se fossem apenas trevas não existiriam tantos jornalistas por aí. Garanto que há uma compensação. Vivenciar um momento histórico para o seu país, ajudar a se fazer justiça com uma investigação jornalística bem feita ou mesmo levar o desconhecido ao grande público faz com que o valha a pena. O tempo continua a não ajudar, mas, como diria Darwin (profundo!) o homem tem a qualidade de se adaptar, o jornalista então, nem se fala. Bárbara Dal Fabbro 18 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

19 Não, jornalista, você não é Deus O profissional que lida com fatos e informação está sujeito a tropeços e não há punição eficaz para seus erros. Mas liberdade tem limite [ ar tigo] Hugh MacLeod A pergunta que circula na internet brinca com a profissão daquele mediador de informação e formador de opinião pública. Um internauta ironiza: Caro amigo, sua pergunta é instigante. Minha resposta, também aplicável aos médicos, é a seguinte: quando entram na faculdade acham que são deuses. Quando saem têm certeza. Outros diriam que o profissional acredita que é Deus no céu e o jornalista na Terra. Em crise com a própria existência, o jornalista não encontra na universidade a resposta para qual o papel do jornalista?. A pensadora portuguesa Cristina Ponte, no seu livro Leituras das Notícias (Editora Livros Horizonte, 2004), critica aquelas respostas pré-fabricadas. É o historiador do presente, É o vigilante do espaço público, É o provedor dos mais fracos, É o mediador entre fonte de informação e público. Fazer jornalismo deve ser algo além, diria Ponte. Sabemos ser difícil, para não dizer impossível, ser apenas mediador buscar uma informação e entregar na mão do receptor sem juízo de valor. O ser humano é um ser cultural, diria o jamaicano Stuart Hall, escritor do livro A identidade cultural na pósmodernidade (Editora DP&A, 2005). O lugar onde cresceu, a relação com sua família, o que estudou (ou não), todos os pontos influenciam a maneira pessoal de ver o Vocês, editores, dão-nos o direito de relatar as notícias de uma forma independente e deixam-nos em paz, e em troca não vos causaremos demasiados incômodos nas notícias mundo, e do jornalista, conseqüentemente, de enxergar a informação de um ponto de vista próprio. O americano Jay Rosen, escritor do artigo Para além da objetividade, diz que o jornalista vive em paz negociada. Vocês, editores, dão-nos o direito de relatar as notícias de uma forma independente e deixam-nos em paz, e em troca não vos causaremos demasiados incômodos por introduzir a nossa política nas notícias. Rosen defende a busca pela verdade através da separação entre o fato e os valores, a informação e a opinião, e a notícia e o ponto de vista. Hoje, esta idéia está desgastada. Os jornalistas insistem que não existe objetividade, mas tentamos agir com eqüidade, como se o discurso jornalístico fosse matematicamente balanceável. A relatividade do discurso não deve ser a justificativa para deixar de lado uma possível busca pela verdade, mesmo que esta seja também relativa. O jornalista é uma das únicas profissões no Brasil sem um órgão fiscalizador, capaz de caçar um registro profissional por uso indevido da mídia. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) possui um código de ética, mas a maioria dos artigos não possui dispositivo capaz de estabelecer pena. O artigo 11º, por exemplo, proíbe a divulgação de informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, mas não há como assegurar seu cumprimento. Lei de Imprensa Os crimes contra honra de difamação, injúria e calúnia tem penas previstas no Código Penal de um, três ou seis meses de detenção. Quando a ofensa é veiculada a milhares de pessoas, a vítima se sente mais lesada, o que deveria aumentar a pena do autor do crime. Neste argumento foi embasada a Lei da Imprensa (nº 5.250/67). Criada durante a Ditadura Militar, em 1967, a lei possui aspectos negativos, muitos vistos neste ano na batalha judicial entre a Igreja Universal Reino de Deus e a jornalista da Folha, Elvira Lobato. A reportagem Igreja Universal chega aos 30 anos com império empresarial, em 15 de dezembro de 2007, teria ofendido os religiosos. O ministro do STF, Carlos Britto, suspendeu a vigência de diversos artigos da Lei de Imprensa que motivaram os fiéis da Igreja a mover 89 ações contra o jornal. Hoje, 35 delas já foram sentenciadas favoráveis à Folha. O jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo FHC, lembra que não se deve estranhar a proposta de uma lei especial, pois onde não há lei própria, há capítulos e disposições específicas aos crimes praticados por meio da imprensa, como acontece na Itália, em Portugal e na França. De 191 países da ONU, a grande maioria tem algum tipo de lei sobre a imprensa, diz o advogado José Paulo Cavalcanti. No Brasil, fatos como a Escola Base, ocorrida há 14 anos, ainda correm na justiça. A matéria publicada no jornal Folha da Tarde, do Grupo Folha, com o título Perua escolar carregava as crianças para a orgia, acusou os donos da escola de abusarem sexualmente das crianças. Condenados pela opinião pública, Icushiro e Maria Aparecida Shimada, Maurício e Paula Milhim Alvarenga foram presos e depois tiveram sua inocência comprovada. O filho de um dos casais, hoje com 18 anos, conseguiu indenização no valor de 200 mil reais. A Globo foi condenada a pagar R$ 1,35 milhão, a Folha e Estadão R$ 750 mil e a revista IstoÉ R$ 360 mil. Como afirma o norte-americano Philip Meyer, escritor do livro A Ética no Jornalismo, colecionar histórias de horror sobre os delitos jornalísticos é fácil, mas avançar na direção de uma cura racional para os problemas da profissão é muito mais difícil. A criação do órgão fiscalizador o Conselho Federal de Jornalistas encontra barreiras no ego do profissional que acredita que sua liberdade é máxima, esquecendo que toda liberdade encontra limite no direito do outro. Jornalista, você não é Deus. Juliana Sakae dezembro de 2008 ::::: ponto-e-virgula ::::: 19

20 Rua Colônia Santana, sem número O endereço do Hospital Psiquiátrico que caminha consciente da possibilidade de seu fim [ repor tagem] Área rural de São José (SC), há 22 km de Florianópolis. Velocidade máxima de 40 km/h para um trânsito de carroças, bicicletas e alguns carros. Dois ônibus passam a cada meia hora. Muitas casas simples, poucas lojas pequenas. Morros e vegetação exacerbada. E, de um dos lados da rua, o maior hospital psiquiátrico de Santa Catarina. É de um azul forte por trás de um pátio com várias árvores e de uma fonte que não jorra água ao lado, uma ponte, agora quebrada, mas que antes dava acesso a uma das unidades de moradia do hospital. Na recepção, duas pessoas e um cartaz, Visitas: quinta e domingo das 14 às 16 horas. O ambiente de entrada do hospital corresponde ao setor administrativo: direção, recursos humanos e residência médica. Mais adiante, a sala da educação física, com equipamentos de musculação e aeróbica, é aberta tanto para os pacientes quanto para os profissionais. Uma porta ao fim do corredor dá para o restante do hospital, que se distribui numa área aberta com construções independentes - do lado direito, a moradia, do lado esquerdo, a internação, e, no meio a pessoa responsável pela segurança: uma mulher relaxando recostada numa cadeira. A rua onde se localiza a instituição não mudou de nome Colônia Santana -, mas o hospital, sim. Em 1994, passou a se chamar Instituto de Psiquiatria do Estado de Santa Catarina (Ipq). Nesse mesmo ano, foi dividido entre moradia e internação, por exigência do Ministério da Saúde. O serviço de internação psiquiátrica tem a função de tirar o paciente da crise e devolvê-lo para a sociedade, é de curta permanência, as atividades são mais rotineiras e as visitas restritas. Já na moradia, as pessoas devem residir no local, assim as atividades servem para estimular a melhora e as trocas com a comunidade, e as visitas são liberadas, explica Luiz Gonzaga Cardoso, psicólogo e coordenador da sala de atividades do hospital. Na unidade de moradia são ao todo 290 leitos, divididos em sete unidades quatro masculinas e três femininas localizadas no Centro de Convivência Santana (CCS). Conta com cerca de 15 auxiliares de enfermagem que ajudam o enfermeiro responsável no dia-a-dia. A Moradia das Rosas, feminina, tem quartos separados, com duas camas cada. Os cômodos têm decoração, há guarda-roupas e as camas são cobertas com edredons floridos. As moradoras da unidade têm bastante autonomia, algumas se trocam e comem sozinhas. De acordo com a enfermeira Roseli Stahiln, os medicamentos que os pacientes com transtorno mental tomam são os neurolépticos, os estabilizadores do humor, os antidepressivos e os anticonvulsionantes, que são necessariamente combinados com as terapias, já que por lei a medicação não pode ser o único tratamento nesses casos. Não foi sempre assim. Até meados dos anos 70, os tratamentos dispensados aos pacientes da Colônia Santana incluíam o eletrochoque e a insulina, para aqueles que corriam risco de suicídio ou para depressão severa. Esse parou de ser o padrão quando a enfermagem se recusou a fazê-lo, e, por conseqüência, a psiquiatria deixou de prescrever. Nessa época, a Colônia foi assumida pela Fundação Catarinense Hospitalar - órgão da Secretaria da Saúde de Santa Catarina que até hoje mantém o hospital - e começou a ter enfermeiros com formação ou, pelo menos, experiência na área de doença mental. Aparelhos de eletrochoque, afirmou a enfermeira Stahiln, hoje, só no museu do Ipq. O Instituto de Psiquiatria desenvolve diversas atividades com os pacientes, muitas de terapia ocupacional e outras ligadas ao lazer e educação. Uma das terapias realizadas no Ipq é a dos paninhos. Os pacientes preparam retalhos para serem usados na limpeza de carros, oficina mecânica e posto de gasolina. Também são feitos tapetes, trabalhos com tear e cerâmica. Os produtos são vendidos e uma parte da renda fica com o morador e a outra serve para cobrir os custos da produção. As atividades de lazer são o bingo, realizado toda quinta-feira e a tarde dançante, nas sextas. Há também a bioenergética prática que trabalha a energia para a integração entre corpo, mente e espírito -, a cozinha terapêutica em que o paciente ajuda com o cardápio e preparação dos alimentos de sua unidade -, além de exibições de filmes em espaço adequado dentro da sala de atividades. O setor de pedagogia disponibiliza aulas para aqueles A medicação era liberada indiscriminadamente, como o Haldol, o sossega-leão, que dificulta a deglutição e pode levar à morte por asfixia pacientes com condições de aprender a ler e a escrever. O momento de escola é o único em que os pacientes usam uniformes. No cotidiano, as roupas são as padronizadas pela Secretaria da Saúde. Nos trajes dos moradores - moletons, pijamas camisolas, etc. -, é colocada uma etiqueta com o nome de cada um do lado de dentro. Essa mudança aconteceu devido ao estigma dos doentes que antes tinham o emblema do Ipq estampado nas roupas. Os pacientes da unidade de internação não têm seus nomes nas etiquetas das roupas, mas sim o nome do hospital, pois permanecem pouco tempo lá. Eles podem participar somente de algumas das atividades realizadas no Ipq, como o bingo, e têm uma rotina diferente. Hoje, a internação possui 160 leitos, pois um número maior configuraria um macro-hospital especializado, o que é proibido no Brasil. Há grande rotatividade dessas camas média de permanência de 30 dias por paciente para que não haja aumento excessivo do número de leitos-chão. Na internação, há uma equipe multidisciplinar para atendimento dos doentes: além dos auxiliares técnicos e enfermeiros, há psicólogos, psiquiatras, um terapeuta ocupacional e a residência médica. A unidade de internação é fechada, há necessidade de tocar a campainha para entrar. Os quartos também são individualizados, mas não há tanta estabilidade nessa unidade quanto na de moradores os pacientes entram em surto com mais freqüência. Em 30 de maio, a divisória de um dos quartos estava quebrada, um paciente em crise havia derrubado durante a noite. Pela manhã, um 20 ::::: ponto-e-virgula ::::: dezembro de 2008

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