Trânsito Solar de Vénus de Junho 6H20 12H25 O Trânsito Solar de Vénus pode cegar Proteja-se a si e às crianças Dossier de Imprensa
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1 Trânsito Solar de Vénus de Junho 6H20 12H25 O Trânsito Solar de Vénus pode cegar Proteja-se a si e às crianças Dossier de Imprensa Observatório Astronómico de Lisboa
2 O TRÂNSITO SOLAR DE VÉNUS No dia 8 de Junho de 2004, o planeta Vénus atravessará lentamente o disco solar durante toda a manhã. A este fenómeno astronómico chama-se internacionalmente Trânsito Solar de Vénus. QUANDO SE VAI VER O Trânsito Solar de Vénus pode ser visto na manhã do dia 8 de Junho de 2004: no Continente, entre as 6h 20m e as 12h 25m; na Madeira, entre as 7h 00m e as 12h 26m; nos Açores, entre as 6h 23m e as 11h 26m. QUAL O INTERESSE O fenómeno é raro. Ocorreu em 1874 e em 1882 e voltará a ocorrer em 2012 e em Em Portugal não será visível o de 2012, porque ocorrerá durante a noite. No nosso País só voltará a ser visível em 2117, o que faz do fenómeno do próximo dia 8 de Junho uma oportunidade única, que as pessoas não vão querer perder, porque vai ser possível observar Vénus a olho nu, que é o planeta mais próximo da Terra e que possui um tamanho quase igual. QUAL O PERIGO Visto da Terra, o Sol vai ter um tamanho semelhante ao da Lua Cheia, enquanto Vénus terá o tamanho de um pequeno ponto negro que passará, durante a manhã do próximo dia 8 de Junho, à frente do Sol. Acontece que o brilho directo do Sol vai encandear quem para ele olhar e as pessoas vão insistir para tentarem observar a passagem do pequeno ponto negro bem recortado, que é Vénus, à frente do Sol. A exposição dos olhos à luz solar pode provocar graves lesões na visão. Porquê? 1
3 Porque os olhos são particularmente sensíveis à acção dos raios solares. Estes raios são ultra-violeta e infravermelhos, os quais lesam a retina, que é a camada nervosa dos olhos que comanda a visão e a função visual. A retina pode, assim, ser queimada por uma reacção química, tal como acontece com a pele quando em contacto com a cal, levando a perturbações da visão, transitórias ou definitivas, que podem ir da diminuição da acuidade visual até à cegueira total. FACTORES QUE AUMENTAM O RISCO As pessoas que: possuem cristalinos mais transparentes, como os jovens; não possuem cristalino por terem sido operadas a cataratas; foram submetidas a cirurgias que enfraqueceram a retina; sofrem de retinopatia diabética; estão a tomar alguns medicamentos como tetraciclinas (antibiótico); têm aumento da temperatura corporal por febre ou calor; possuem um fundo ocular muito pigmentado; correm um risco acrescido de sofrer graves lesões oculares com a observação directa do Trânsito Solar de Vénus. QUAIS OS SINTOMAS DE LESÃO OCULAR A lesão queimadura da retina não causa dor, podendo passar despercebida até surgirem os primeiros sintomas nas horas ou dias imediatos. Estes sintomas variam entre o aparecimento de uma post-imagem persistente, a visão avermelhada dos objectos, a visão enevoada ou o aparecimento de escotomas, ou seja, o aparecimento de uma área negra à frente do olho. 2
4 O resultado final é a diminuição da acuidade visual que nos seis meses seguintes poderá vir a ser regressiva, parcial ou totalmente, com tratamento oftalmológico adequado. É de notar que mesmo sem haver fixação prolongada da visão no Sol, a lesão da retina pode não regredir e evoluir para a cegueira total. IMPACTO MEDIÁTICO O Observatório Europeu do Sul, do qual Portugal é membro, lançou uma forte campanha em todos os países europeus no sentido de aproveitar o Trânsito Solar de Vénus para promover a realização de acções educativas, pedagógicas e formativas a vários sectores da população europeia, como escolas, universidades, astrónomos amadores e população em geral. O Observatório Astronómico de Lisboa em colaboração com a Associação Portuguesa para o Ensino da Astronomia, constituem o Nodo Nacional Português para divulgar este evento e dar apoio a todas as actividades integradas de observação no Projecto VT-2004 do Observatório Europeu do Sul. A Europa inteira está, portanto, a ser mobilizada através da comunicação social, despertando o interesse público para a observação deste fenómeno astronómico. PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA O fenómeno astronómico, associado à curiosidade geral para olhar o Sol na manhã do próximo dia 8 de Junho de forma desadequada, transforma-se num problema de saúde pública, pelo seu potencial para causar graves problemas na visão da população. Ou seja, a oportunidade única de se poder observar um evento astronómico raro, associado: à possibilidade de se ver o fenómeno sem aparelhos ópticos especiais; à pressão da comunicação social europeia sobre o assunto; à possibilidade de uma observação prolongada no tempo; 3
5 à eventualidade de as pessoas usarem binóculos, óculos escuros, câmaras fotográficas ou de vídeo ou outros instrumentos; faz aumentar o potencial de perigosidade visual da observação desadequada do Trânsito Solar de Vénus na população em geral e, em particular, nas crianças e nas pessoas com factores de risco acrescido. Perante tal facto, o Ministério da Saúde não poderia ficar indiferente. Então, o que vai ser feito? CAMPANHA DE PREVENÇÃO É fundamental o papel da comunicação social na informação correcta da população sobre os riscos da observação desadequada do Trânsito Solar de Vénus e sobre as medidas de prevenção das lesões da retina. O Ministério da Saúde estabeleceu uma parceria com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, o Observatório Astronómico de Lisboa e a Associação Nacional de Farmácias para levar a cabo esta campanha de prevenção. Para além da sensibilização da população, que vai ser realizada pelo Ministério da Saúde através das rádios e televisões nacionais e através de folhetos e cartazes informativos: a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia disponibiliza, das 8h às 24 h dos dias 8 e 9 de Junho de 2004, através da Linha de Saúde Pública (chamada grátis para o número ) da, a triagem, aconselhamento e encaminhamento das pessoas que tenham sintomas visuais atribuíveis à observação directa do Trânsito Solar de Vénus; o Observatório Astronómico de Lisboa disponibiliza na Internet, através do site que é o site oficial do VT-2004 Europeu em Portugal, toda a informação sobre o fenómeno astronómico, tanto a nível de comunicação social, como cultural, amador e científico; 4
6 a Associação Nacional de Farmácias disponibiliza, a partir de 24 de Maio, nas cerca de 2700 Farmácias suas associadas, do Continente e Regiões Autónomas, a venda ao público de filtros de protecção ocular (são óculos especiais), ao preço unitário de 1,5, para observação do Trânsito Solar de Vénus, com marca CE obrigatória, que cumprem a Norma Europeia EN 169/1992 e a Directiva Europeia CEE 89/686, as quais definem os critérios de máxima segurança para a observação ocular directa. O QUE SE DEVE FAZER usar, por períodos curtos de tempo, os óculos especiais de protecção ocular (CE; EN 169/1992; D.E. CEE 89/686), se quiser observar directamente o Trânsito Solar de Vénus; seguir indirectamente o Trânsito Solar de Vénus através da Internet no site usar outros métodos de observação indirecta do Trânsito Solar de Vénus, como seja pela televisão ou dirigindo-se a um local onde haja observações do Trânsito Solar de Vénus coordenadas por pessoas qualificadas, como os Observatórios Astronómicos de Lisboa e de Coimbra, os Centros Ciência Viva, os Centros de Investigação de Astronomia das Universidades ou os vários grupos de astrónomos amadores que se estão a organizar pelo País; colocar os óculos especiais de protecção ocular por baixo dos óculos habituais de ver; mesmo usando os óculos especiais de protecção ocular, observar o Trânsito Solar de Vénus por períodos curtos e espaçados. O QUE NÃO SE DEVE FAZER NÃO utilizar óculos escuros, vidros negros de fumo, negativos de fotografias, radiografias, CD s; 5
7 NÃO usar óculos especiais de protecção ocular que já tenham sido utilizados ou que estejam guardados, porque podem ter microfuros, arranhões ou imperfeições que deixem passar mais radiação do que a permitida; NÃO utilizar os óculos especiais de protecção ocular combinados com binóculos, câmaras fotográficas, telescópios ou outros instrumentos ópticos activos; NÃO utilizar os filtros solares que são fornecidos pelos fabricantes de telescópios e binóculos, para serem colocados na ocular do aparelho, ou seja, a lente onde se encosta o olho para ver. ONDE OBTER INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, telefone: Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, telefone: Observatório Astronómico de Lisboa, telefone:
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