Orientações Consultoria de Segmentos. PIS e COFINS Incidência no Regime de Caixa
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- Luiz Guilherme Farinha Figueira
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1 PIS e COFINS Incidência no Regime de Caixa 12/12/2016
2 Sumário 1 Questão Normas Apresentadas pelo Cliente Lei nº 9.718/ IN SRF nº 247/ Análise da Consultoria Julgado STJ IN RFB nº 1.515/ Código Tributário Nacional Recebimento Antecipado Conclusão Informações Complementares Referencias Histórico de Alterações
3 1 Questão O cliente, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido que adotou o regime de caixa para fins PIS, COFINS, IRPJ e CSLL, questiona se para efeitos de apuração do PIS e da COFINS, pelo regime de incidência cumulativa, devem ser consideradas a baixa do título financeiro que acontece com a notificação do banco de pagamento do título ou a efetiva entrada dos valores financeiros em conta corrente que ocorre após a disponibilidade dos valores no saldo bancário. Entende que o conceito de Regime de Caixa pressupõe o efetivo recebimento dos valores financeiros, ou seja, a sua disponibilidade financeira, sendo este o fato gerador dos tributos. Outra questão a ser avaliada é quando da ocorrência do Recebimento Antecipado (movimento no banco com a notificação de pagamento do título), ou a sua compensação data disponibilidade financeira em conta corrente. 2 Normas Apresentadas pelo Cliente O cliente apresenta como norma legal a Lei 9.718/1998 que instituí a cobrança dos tributos federais e a IN SRF 247/2002 que permite a opção pelo Regime de Caixa para fins de incidência do PIS e COFINS. 2.1 Lei nº 9.718/1998 Esta lei apresenta disposições sobre tributos Federais e determina como base para o PIS e a COFINS o faturamento. LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 CAPÍTULO I - DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS Art. 2 As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº , de 2001) 2.2 IN SRF nº 247/2002 A IN SRF 247/2002 concede aos contribuintes a possibilidade de adoção ao Regime de Caixa: IN SRF 247/2002 3
4 Art. 14. As pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do Imposto de Renda com base no lucro presumido poderão adotar o regime de caixa para fins da incidência do PIS/Pasep e da Cofins. Parágrafo único. A adoção do regime de caixa, de acordo com o caput, está condicionada à adoção do mesmo critério em relação ao Imposto de Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). OPÇÃO POR REGIME DE CAIXA Art. 85. A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação do Imposto de Renda com base no lucro presumido, que tenha adotado o regime de caixa na forma do disposto no art. 14, deverá: I - emitir documento fiscal idôneo, quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; e II - indicar, no livro Caixa, em registro individualizado, o documento fiscal a que corresponder cada recebimento. 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicado o documento fiscal a que corresponder o recebimento. 2º Os valores recebidos antecipadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer. 3º Na hipótese deste artigo, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite. 3 Análise da Consultoria Existem instruções normativas vigentes que dispõe que as pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com base no lucro presumido poderão adotar o regime de caixa, para fins da incidência da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, na hipótese de adotar o mesmo critério em relação ao imposto de renda das pessoas jurídicas e da CSLL. Esta questão já é bastante controversa neste ponto, pois encontramos facilmente em julgados do STJ o entendimento com base na premissa de que o Sistema Tributário Nacional fixou o regime de competência como regra geral para apuração dos resultados da empresa para estes tributos, e não o regime de caixa, não sendo possível a instituição deste regime apenas por meio de instrução normativa. De qualquer forma para a elaboração desta orientação não analisaremos este mérito da questão, partiremos do princípio que seria possível a adoção do regime de caixa para apuração do PIS e da COFINS, conforme determinação das Instruções Normativas e focaremos a análise na questão apresentada pelo cliente é que o momento em que a receita deve ser reconhecida. 3.1 Julgado STJ Apresentamos esta decisão do STJ com o fim de exemplificar o não reconhecimento do Regime de Caixa para fins de PIS e COFINS, conforme descrito na introdução deste capítulo. STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp PR 2007/
5 TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. "VENDAS INADIMPLIDAS". EXCLUSÃO. EQUIPARAÇÃO COM VENDAS CANCELADAS. EQÜIDADE. ART. 108, 2º, DO CTN. 1. Incide o PIS e a COFINS sobre a receita bruta das pessoas jurídicas, ai incluídos os valores de "vendas a prazo" que, embora faturados, não ingressaram efetivamente no caixa da empresa devido à inadimplência dos compradores. 2. O art. 3º, 2º, da Lei 9.718/98 estabelece as deduções autorizadas da base de cálculo do PIS e da COFINS, nele não se incluindo o de "vendas inadimplidas". 3. O Sistema Tributário Nacional fixou o regime de competência como regra geral para apuração dos resultados da empresa, e não o regime de caixa. Pelo primeiro regime, o registro dos fatos contábeis é realizado a partir de seu comprometimento, vale dizer, da concretização do negócio jurídico, e não do efetivo desembolso ou ingresso da receita correspondente àquela operação. 4. Se a lei não excluiu as "vendas inadimplidas" da base de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS, não cabe ao intérprete fazê-lo por equidade, equiparando-as às vendas canceladas. O art. 108, 2º, do CTN é expresso ao dispor que "o emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido". 5. No cancelamento da venda ocorre o desfazimento do negócio jurídico, o que implica ausência de receita e, conseqüente, intributabilidade da operação. O distrato caracteriza-se, de um lado, pela devolução da mercadoria vendida, e de outro, pela anulação dos valores registrados como receita. 6. Embora da inadimplência possa resultar o cancelamento da venda e conseqüente devolução da mercadoria, a chamada "venda inadimplida", caso não seja a operação efetivamente cancelada, importa em crédito para o vendedor, oponível ao comprador, subsistindo o fato imponível das contribuições ao PIS e à COFINS. 7. Recurso especial não provido (STJ - REsp: PR 2007/ , Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 25/09/2007, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ p. 255) 3.2 IN RFB nº 1.515/2014 A IN RFB 1.515/2014 estabelece regras para os optantes pelo regime de caixa, mas não especifica o momento que os valores são considerados recebidos, questão a ser avaliada. IN RFB Nº 1.515/2014 Seção VIII - Do Lucro Presumido - Regime de Caixa Art A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, que adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida do recebimento e mantiver a escrituração do livro Caixa, deverá: I - emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; II - indicar, no livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento. 1º Na hipótese prevista neste artigo, a pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento. 2º Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer. 5
6 Quando for copiar Legislação utilizar esta formatação CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 ÍTULO II... 3º Na hipótese prevista neste artigo, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite. 4º O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do imposto com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente. 3.3 Código Tributário Nacional Não havendo disposição sobre o momento que a receita deve ser reconhecida para cálculo do PIS e COFINS, recorremos a norma do Imposto de Renda para identificar o momento de reconhecimento da receita, considerando o conceito de disponibilidade econômica e disponibilidade financeira. LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966 SEÇÃO IV Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. 3.4 Recebimento Antecipado Importante destacar que no caso de Recebimento Antecipado, caso já exista a disponibilidade do Bem ou a Realização da Prestação de Serviço deve ser considerado para apuração do imposto. 6
7 Veja que deve ser analisado se existe a disponibilidade do bem ou prestação do serviço ao adquirente conforme consta na IN nº 247/2002. OPÇÃO POR REGIME DE CAIXA Art. 85. A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação do Imposto de Renda com base no lucro presumido, que tenha adotado o regime de caixa na forma do disposto no art. 14, deverá: I - emitir documento fiscal idôneo, quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; e II - indicar, no livro Caixa, em registro individualizado, o documento fiscal a que corresponder cada recebimento. 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicado o documento fiscal a que corresponder o recebimento. 2º Os valores recebidos antecipadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer. 3º Na hipótese deste artigo, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite. Neste caso deverá ser avaliado pela empresa fornecedora ou prestadora do serviço, se o bem foi entregue ou a prestação de serviço foi realizada ou concluída, ao comprador ou encomendante do serviço. Ocorrendo a entrega do Bem ou Conclusão do Serviço, deverá ser considerada a Data de Recebimento (movimento no banco com a notificação de pagamento do título) e não a data de compensação (data disponibilidade financeira em conta corrente). 4 Conclusão A interpretação do cliente para as normas apresentadas é que a tributação pelo regime de caixa, da empresa optante pelo lucro presumido, ocorrerá por ocasião da efetiva entrada dos valores financeiros em conta corrente, isto é, pelo recebimento dos valores relativos às referidas operações, os quais representam, em verdade, as efetivas importâncias que ingressam em seu caixa. Gostaríamos de informar que entendemos e estudamos todas as colocações apresentadas pelo cliente, inclusive apresentando uma questão ao Canal Fale conosco da RFB, porem até o presente momento não obtivemos respostas efetivas e esclarecedoras sobre a matéria. A interpretação desta consultoria é que devemos considerar as diferenças entre disponibilidade econômica e a disponibilidade financeira, sendo a segunda desnecessária para determinar fato gerador do tributo, assim julgamos desnecessário que a renda se torne efetivamente disponível (disponibilidade financeira) para que se considere o fato gerador do PIS e COFINS, limitando-se a lei a exigir a verificação do acréscimo patrimonial (disponibilidade econômica). Também consideramos que as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda têm como base de cálculo do PIS/PASEP e da COFINS o valor do faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas, e não o recebimento efetivo dos valores devidos pelos seus fornecedores, ou seja, não seria necessário considerar tramites ou processos de compensação bancária para que houvesse o reconhecimento da receita. 7
8 Pelos argumentos acima expostos optamos por manter uma posição conservadora e pró-fisco, onde o contribuinte será menos exposto. Considerando que não existe uma definição nas normas do PIS e COFINS do momento em que deve considerar o valor recebido, utilizamos subsidiariamente as normas pertinentes ao imposto de renda, sendo a nossa recomendação que estas posições sejam adotadas por todas as obrigações acessórias em que estas operações sejam declaradas. Solicitamos ao contribuinte, que apresente consulta formal a Receita Federal verificando se é possível aguardar os tramites bancários e efetiva disponibilidade financeira no caixa da empresa para efetivar o cálculo e recolhimento dos referidos tributos. 5 Informações Complementares Não existe informação a ser complementada. 6 Referencias Histórico de Alterações ID Data Versão Descrição Chamado/ Ticket LSB 20/10/ PIS e COFINS Incidência no Regime de Caixa TTJZS5 AM 12/12/ PIS e COFINS Incidência no Regime de Caixa
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