Manual de Boas Práticas de Gestão
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- Maria de Lourdes Tomé Marroquim
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1 Manual de Boas Práticas de Gestão
2 Agenda 1. Ética e boas práticas de gestão no cenário brasileiro: a Lava Jato e os clubes desportivos 2. Implantação de boas práticas de gestão e programa de integridade 3. O Manual de Boas Práticas de Gestão do Sindi-clube
3 Ética e boas práticas de gestão no cenário brasileiro: A Lava Jato e os clubes desportivos
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5 Combate à corrupção - Destaques de 2016 Lava-Jato: Continuação, desde 2014, tendo-se estendido a empresas de diversas áreas e resultado na prisão de diversos políticos e personalidades no Brasil 10 Medidas Anticorrupção: Projeto de Lei de iniciativa popular criado pelo MPF em 2015, que foi levado a votação ao Congresso em 2016 substancialmente alterado pela câmara dos deputados, o STF determinou que devia ser reanalisado
6 Combate à corrupção - Destaques de 2016 Brasil foi o grande destaque em investigações nos EUA (19 vezes), superando a China (17) (Fonte FCPABlog) Embraer: Acusada de subornar funcionários públicos estrangeiros para conseguir contratos de venda de caças na República Dominicana, Arábia Saudita, Moçambique e Índia. Aceitou pagar US$205 à SEC e ao DOJ para resolução do caso Odebrecht e Braskem: Acusadas de participarem de esquemas sistemáticos de propina, foi aplicada uma sanção de U$ 3,55 bilhões (divididos entre os EUA, Suíça e Brasil)
7 Combate à corrupção - Destaques de 2016 Rolls-Royce: Pagará 800 milhões de dólares por violações ao FCPA nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. No Brasil, a empresa foi acusada no âmbito da Lava Jato de pagar propina a funcionários da Petrobras para fechamento de contratos
8 O QUE É CORRUPÇÃO TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL A corrupção, em um conceito amplo, é definida pela Transparência Internacional como: O abuso do poder para ganho pessoal Ainda segundo classificação da TI, a corrupção pode ser classificada como Grande, Pequena ou Política, a depender do valor envolvido e do setor em que ocorre o ato de corrupção. Corrupção Grande: consiste de atos de corrupção cometidos em um alto nível de Governo, que distorcem as políticas ou o funcionamento central do Estado, permitindo um benefício aos líderes às custas do bem público. Corrupção Pequena: refere-se ao abuso diário do poder confiado a funcionários públicos de baixo e médio nível com os cidadãos ou contribuintes, os quais muitas vezes estão tentando acessar bens ou serviços básicos como hospitais, escolas, obter licenças etc. Corrupção Política: é a manipulação de políticas, instituições ou regras na alocação de recursos e financiamentos pela administração pública, por meio daqueles que tem influência política e abusam de sua posição para sustentar seu poder, status e riqueza.
9 O QUE É CORRUPÇÃO? De acordo com o Código Penal, artigo 333, a responsabilização pela prática de corrupção somente ocorrerá com a comprovação de: Dolo: intenção de corromper o agente público Contrapartida: prova de que o autor do crime espera uma contrapartida do agente público, por meio da prática, omissão ou protelação de um ato de ofício Atos lesivos contra a Administração Pública, por sua vez, são um gênero ainda mais amplo, trazido pela Lei da Empresa Limpa, que engloba outros atos além da corrupção.
10 POR QUE COMBATER A CORRUPÇÃO? Segundo o Banco Mundial, mais de US$ 1 trilhão são pagos em propinas anualmente, ou cerca de 3% do PIB mundial. Cada vez que uma empresa ou um cidadão paga um suborno, está contribuindo, mesmo em pequena escala, para perpetuar um sistema de corrupção que incorpora a pobreza e a desigualdade. A interrupção da oferta de suborno é vital para que a luta contra a corrupção seja bem sucedida". Robert Barrington, Diretor Executivo da T.I. UK
11 Para 76% da população é fácil desobedecer à lei no Brasil, diz pesquisa O relatório Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), produzido pela Fundação Getúlio Vargas, aponta: 81% dos entrevistados afirmam que sempre que possível as pessoas escolhem dar um jeitinho em vez de seguir as leis 59% dos entrevistados consideram haver poucas razões para uma pessoa seguir a lei no Brasil.
12 ONDE ESTÁ A CORRUPÇÃO?
13 Implantação de boas práticas de gestão e programa de integridade
14 De onde veio a Lei Anticorrupção?
15 Convenção da OCDE A partir da década de 90, a comunidade internacional passou a dar maior atenção às consequências e impactos da corrupção na condução de negócios internacionais, o que subsidiou a concepção da Convenção da OCDE Sobre o Combate da Corrupção. Em 1997, ela foi firmada pelos Estados membros da OCDE, aos quais se somaram Brasil, Argentina, Bulgária, Chile e República Eslovaca. No Brasil, a Convenção foi ratificada em 15 de junho de 2000 e promulgada pelo Decreto nº 3.678, de 30 de novembro de 2000.
16 LEI nº /2013
17 A Lei da Empresa Limpa ou Lei Anticorrupção Entrou em vigor em 29 de janeiro de 2014 e contém novidades quanto à responsabilização de pessoas jurídicas. Seus principais dispositivos são: Punição das pessoas jurídicas por atos lesivos à administração pública que atentem contra o patrimônio público, os princípios da administração pública ou os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil Responsabilidade objetiva se a pessoa jurídica beneficiou-se do ato lesivo Multas elevadas, com base no faturamento anual Redução das penas para empresas que tiverem programas anticorrupção Incentivos às pessoas jurídicas que reportarem voluntariamente o ato lesivo e cooperarem com as investigações Acordos de Leniência: redução de até 2/3 da multa administrativa
18 Atenção! A Lei Anticorrupção se aplica a: Empresas Fundações Associações A Lei Anticorrupção também se aplica aos clubes esportivos
19 Atos Lesivos I. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada. II. Financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos na Lei nº /2013. III. Utilizar-se de interposta pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados IV. dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
20 Atos Lesivos VI. No tocante a licitações e contratos: a) frustrar ou fraudar o caráter competitivo de licitação b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de licitação c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos celebrados com a administração pública.
21 Decreto nº 8.420/2015
22 Sanções Administrativas A aplicação de sanções administrativas, nos termos do Decreto n. º baseia-se em um sistema de débitos e créditos". Fatores agravantes implicam multas calculadas com base no faturamento bruto da pessoa jurídica. Fatores atenuantes representam descontos sobre a multa. A existência de um Programa de Compliance garante desconto de 4% do faturamento bruto da pessoa jurídica.
23 Programas de Compliance Segundo o artigo 41º do Decreto nº 8.420/2015, o programa deve ser estruturado, aplicado e atualizado levando em consideração as atividades e riscos inerentes à cada pessoa jurídica. Programa de Integridade é um Programa de Compliance específico para prevenção, detecção e remediação dos atos lesivos previstos na Lei /2013, que tem como foco, além da ocorrência de suborno, também fraudes nos processos de licitações e execução de contratos com o setor público. Guia CGU Programa de Integridade: Diretrizes para Empresas Privadas
24 Programas de Compliance
25 O Manual de Boas Práticas de Gestão e Compliance do Sindi-clube
26 O Manual de Boas Práticas de Gestão e Compliance do Sindi-clube Visando atender seus objetivos bem como cumprir com seu dever de promover estudos técnicos, jurídicos, econômicos e fiscais, o Sindi-clube apresenta o Manual de Boas Práticas de Gestão e Compliance. Com sugestões de boas práticas de integridade, governança e gestão para os clubes associados ao Sindicato.
27 O Manual de Boas Práticas de Gestão e Compliance do Sindi-clube Governança Boas Práticas de Gestão Compliance Valores e Princípios Estrutura Eleições Gestão Financeira Captação de Recursos Riscos Políticas Tone at the Top Controles Internos
28 Governança Eleições A eleição é a forma pela qual são formados os Conselhos de Administração e Deliberativos dos clubes. É importante que o processo de eleição seja democrático e que seus mecanismos favoreçam o diálogo e garantam a lisura de todos os procedimentos.
29 Boas Práticas de Gestão Gestão Financeira Os clubes esportivos não são empresas e não visam lucro. A Alta Direção deve garantir a aplicação dos superávits e de seus resultados financeiros na manutenção e desenvolvimento de objetivos sociais no melhor interesse do clube e da coletividade de seus associados e na consecução de seu objeto social. Instrumentos e ferramentas importantes: Relatórios gerenciais Controles internos Segregação de funções Regras de alçada
30 Boas Práticas de Gestão Captação de Recursos A transparência deve atingir também a gestão financeira, em especial no que se refere à captação e destinação de recursos públicos e benefícios fiscais. Lei Pelé: para o recebimento de tais benefícios é necessário o atendimento a exigências e requisitos, incluindo a transparência da gestão, tanto em relação aos seus dados econômicos e financeiros quanto aos contratos, patrocinadores, direitos de imagem, propriedade intelectual e outros aspectos de gestão. Sanções: má utilização ou utilização diversa da prevista em lei pode caracterizar malversação de verba pública, sujeitando o clube e seus dirigentes às sanções legais. Assim, deve haver prestação de contas relacionadas à captação de tais verbas, controle e documentação de todas as atividades relacionadas à utilização dos recursos captados.
31 Compliance Identificação de Riscos: mapeamento dos aspectos aos quais o clube está vulnerável, para traçar os mecanismos necessários para suprir tais fragilidades; Envolvimento da Alta Direção: o comportamento dos membros da alta direção inspira os demais funcionários, e deve ser visto como exemplo; Código de Conduta, políticas e procedimentos: reforçam os valores, princípios e condutas que devem ser observados e praticados por todos; Treinamentos: garantem que os funcionários tenham conhecimento sobre temas como ética, combate à fraude, corrupção e desempenho de suas funções; Conflito de Interesses: a gestão de conflito de interesses garante que as decisões sejam tomadas de maneira transparente e isentas de influências indevidas; Registros contábeis confiáveis: é recomendável que as transações sejam registradas de maneira precisa e adequada;
32 Compliance Controles Internos: têm o objetivo de verificar se transações, compras, pagamentos, entre outras, são realizadas de acordo com as regras do clube e com segregação de funções; Procedimentos para Interação com o Poder Público: regras sobre o contato com agentes públicos e contratação de terceiros que atuarão em nome ou em benefício do clube perante o Poder Público; Ouvidoria: canal pelo qual os funcionários, membros da Alta Direção e associados possam solucionar dúvidas e reportar violações às normas internas e a leis; Procedimentos de Apuração e Medidas Disciplinares: deve haver regras claras e objetivas sobre apuração de infrações e sobre a aplicação de sanções; Pronta Interrupção e Ações Corretivas: são necessárias formas de interromper prontamente a ocorrência da prática irregular e estratégias para que estas não se repitam.
33 Dúvidas?
34 Obrigado! Rafael Mendes Gomes Sócio Sênior Compliance e Investigação rafael.gomes@clcmra.com.br 55 (11)
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