as figuras abaixo, mostram a configuração quando se deseja transmitir uma cor A
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- Armando Leal Neves
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1 STV 13 OUT FUNDAMENTOS DO SISTEMA PAL após a implantação do sistema NTSC, a te1evisão em cores nos EUA ganhou grande impulso, mas, ao mesmo tempo começaram a aparecer algumas dificuldades. uma vez que o ângulo de fase do sinal de crominância determina o matiz da cor que se deseja reproduzir, então qualquer perturbação indesejável sobre este ângulo tem influência direta na qualidade das cores na tela esta distorção pode ser originada no equipamento transmissor, no canal de transmissão ou no próprio receptor surgiram diversas tentativas para a solução deste problema uma das mais satisfatórias foi o desenvolvimento, por pesquisadores alemães, de um novo sistema derivado do NTSC através de um artifício, consegue-se praticamente anular os efeitos da distorção de fase este artifício consiste na inversão, na frequência do sincronismo das linhas horizontais, da componente R-Y do sinal transmitido seguido por um processo inverso no receptor daí o nome do sistema: PAL, Phase Alternating Line, ou "linha de fase alternada" a seguir seguem descritas apenas as diferenças conceituais em relação ao sistema NTSC apesar deste sistema permitir por princípio um cancelamento de erros, cuidados devem ser tomados no projeto e no ajuste do decodificador para que não ocorram efeitos indesejáveis específicos, que não estão presentes no sistema NTSC O CONCEITO DO SISTEMA PAL no sistema NTSC, o matiz de uma cor qualquer é definido pelo ângulo de fase de um sinal de crominância C, quando medido em relação ao ângulo de fase de um sinal de referência, denominado burst este sinal de burst tem, no sistema NTSC, um ângulo de fase fixo de 180 em relação à referência "zero" para os ângulos, que se convenciona ser a direção da componente B-Y a figura (a) acima, reproduz o vetor correspondente a um sinal C qualquer, que tem uma fase α em relação à referência deve-se lembrar que, para efeito de codificação de cores, o ângulo que de fato é determinante é aquele entre C e o sinal de burst, no caso (180 - α) qualquer alteração neste ângulo altera as componentes B-Y e R-Y de forma a aumentar uma e diminuir a outra, distorcendo as cores reproduzidas se, como na figura (b), o ângulo α for alterado para β, por exemplo, a componente B-Y aumentará e a componente R-Y diminuirá, tornando a cor mais azulada esta distorção pode ocorrer em diversos pontos da cadeia entre o equipamento transmissor e o decodificador de crominância no receptor, através de uma rotação de fase que afete diferentemente o sinal de crominância e o sinal de burst estes sinais estão situados em "níveis" deferentes no sinal de vídeo e podem sofrer influências distintas ao longo de seu trajeto o recurso que o sistema PAL utiliza na transmissão, para a minimização dos efeitos dessa distorção, pode ser descrito da seguinte forma: 1. inversão de fase da componente (R-Y) do sinal de cor, uma linha sim, outra não 2. defasagem no sinal de burst, alternando-se a cada linha entre dois valores, +45 o e -45 o da direção -(B-Y)
2 STV 13 OUT as figuras abaixo, mostram a configuração quando se deseja transmitir uma cor A numa linha qualquer n, onde as componentes (R-Y) e (B-Y) de A seriam idênticas às de uma transmissão do sistema NTSC, a configuração dos sinais é a da figura (a) a linha seguinte (n+1) é transmitida como indicado na figura (b): a componente (B-Y) é mantida a componente (R-Y) é invertida e o sinal de burst é defasado de 90 o a linha (n+2) volta a ser idêntica à linha n a linha (n+3) é idêntica à linha (n+1) e assim por diante o sinal transmitido corresponde a uma cor B, evidentemente diferente da cor A original a mudança de posição do sinal de burst linha a linha é, na realidade, um resultado da inversão da sua componente segundo o eixo vertical (R-Y) esta mudança de fase do sinal de burst é necessária para poder identificar as linhas que foram, ou não, invertidas no sistema NTSC a fase do burst é fixa na direção -(B-Y) em todas as linhas no receptor, é evidente que essa inversão alternada de fase da componente (R-Y) deva ser refeita, a fim de que a cor original A seja obtida em todas as linhas, após a demodulação CORREÇÃO DOS ERROS DE FASE o propósito em se fazer esta inversão ficará claro com a ajuda da figura abaixo supondo-se que a cor A tenha sofrido uma distorção de fase representada pelo ângulo α a cor que chegará aos demoduladores será A' nas n, n+2,... B' nas linhas n+1, n+3... figuras (a) e (b)
3 STV 13 OUT a componente (R-Y) de B' é reinvertida no receptor o resultado pode ser visualizado na figura (c): linhas consecutivas com as cores A' e B' se for efetuada uma "média" entre A' e B', tem-se uma cor resultante com o mesmo ângulo de fase da cor original A, compensando-se o efeito da distorção de fase esta "média" entre A' e B', também representada na figura (c), tem uma amplitude ligeiramente menor que aquela da cor original A significa que, após a correção, a cor resultante será de saturação um pouco menor que a original este efeito é tão pouco visível que pode ser desprezado a "média" poderia ser efetuada de uma maneira simples: pelo olho do espectador este veria as cores A' e B' diferentes entre si, mas fisicamente muito próximas na tela, pois estão em linhas consecutivas à distância, ele observaria, se a distorção de fase a for pequena, uma mistura das duas cores, criando a impressão da cor original A ocorre, porém, que, para distorções de fase consideráveis, os matizes de A' e B' são tão distintos que permitem a impressão de uma "trama" de linhas coloridas horizontais, em vez de uma cor uniforme este efeito é chamado "efeito veneziana" um método muito mais eficiente de se efetuar o cancelamento do erro utiliza a chamada "linha de atraso ultra-sônica", a ser descrita posteriormente OUTRAS VANTAGENS DO SISTEMA PAL assim como a correção de erros de fase, os princípios do sistema PAL permitem também a correção parcial de outros problemas, como, por exemplo, os erros de fase introduzidos por reflexões do sinal recebido o sinal principal recebido pode ser afetado pela soma de um sinal refletido, que é defasado em relação ao primeiro e que provoca distorção de matiz nas cores reproduzidas, no sistema NTSC para o sistema PAL, pode ser demonstrado que a distorção de matiz é compensada, resultando aqui também somente uma pequena redução de saturação no sinal reproduzido testes práticos realizados em distintas condições de recepção mostram uma mais acentuada vantagem do sistema PAL em relação ao NTSC quanto mais fraca a qualidade dos sinais utilizados na comparação A FREQÜÊNCIA DE SUBPORTADORA PAL-M para a determinação das frequências de sincronismo (horizontal e vertical) e da frequência de subportadora para o sistema NTSC: as frequências de sincronismo horizontal e vertical foram escolhidas para que fossem as mais próximas possíveis dos valores de Hz e 60 Hz, respectivamente, que já eram os utilizados no sistema de transmissão de imagens em preto-e-branco nos EUA decidiu-se usar para as transmissões NTSC: f H = ,27 Hz f V = 59,94 Hz além disso, mantiveram-se as mesmas frequências de RF e a interportadora de som de 4,5 MHz com isso garantiu-se a compatibilidade entre os televisores preto-e-branco já existentes no país e o sistema de televisão em cores que estava sendo implantado em outras palavras, os receptores monocromáticos podem receber os sinais das transmissões em cores, logicamente reproduzindo-os em preto-e-branco e, inversamente, os receptores em cores podem receber as transmissões monocromáticas no Brasil utiliza-se para preto-e-branco as mesmas frequências de sincronismo e RF que nos EUA, padrão M para o sistema PAL-M tomaram-se as mesmas frequências f H e f V do sistema NTSC o valor da frequência de subportadora de cor não pode ser exatamente o mesmo usado em NTSC, pelas razões que que estão descritas a seguir ENTRELAÇAMENTO DE FREQÜÊNCIAS PARA O SISTEMA PAL a figura abaixo mostra o espectro de frequências de um sinal de luminância, com sua concentração de frequências em torno dos múltiplos de f H, deixando espaços vazios nos múltiplos ímpares de f H /2 : 3f H /2, 5f H /2,... estes espaços são aproveitados no sistema NTSC colocando-se neles as componentes do sinal de crominância, sem que interfiram com o sinal de luminância para isso, basta tornar a frequência de subportadora de crominância um múltiplo ímpar de f H /2 por este motivo que foi escolhida para o NTSC: f sp NTSC = 455 f H 2 = 3,579545
4 STV 13 OUT para o sistema PAL, o espectro de frequências é mais complexo, já que, devido à comutação de (R-Y) com frequência f H /2 (ou seja, a cada duas linhas), os "espaços vazios" ficariam ocupados por componentes de B-Y, mas as componentes de R-Y estariam superpostas a Y, produzindo interferência, caso a mesma frequência de subportadora do sistema NTSC fosse escolhida a comutação desloca de f H /2 as componentes R-Y em relação às de B-Y ver figuras abaixo (a)para o sistema NTSC (b)para o sistema PAL com f sp múltiplo ímpar de f H/2 (c)para o sistema PAL com f sp múltiplo ímpar de f H/4 o recurso usado é tornar a subportadora um múltiplo ímpar de f H /4 no sistema PAL com isso, há um espaçamento de f H /4 entre as componentes de Y e as de crominância utilizou-se, então: f sp NTSC= 909 f H = ,27 =3, MHz 4 4 portanto, ligeiramente diferente de f sp (NTSC) o número ímpar 909 foi escolhido simplesmente para resultar, como no sistema NTSC, um valor de f sp perto de 3,58 MHz, na parte mais alta das frequências de vídeo para que uma eventual interferência resultante do sinal de subportadora ocorra com a menor visibilidade possível e, ainda assim, que seja possível acomodar as bandas laterais do sinal de crominância dentro da faixa de vídeo do canal no sistema PAL as informações de cor B-Y e R-Y são transmitidas com bandas passantes iguais (a) (b) (c) DIFERENÇAS ENTRE SISTEMAS são utilizados na nas Américas três sistemas de TV em cores: PAL-M: Brasil NTSC: EUA, México, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, Panamá, Canadá PAL-N: Argentina, Paraguai, Uruguai
5 STV 13 OUT Pode-se notar que: As diferenças entre o sinal transmitido NTSC e PAL-M estão somente nas características do sinal de crominância (cor) a transformação entre receptores desses sistemas é, portanto, relativamente simples, sendo necessário acrescentar para o receptor PAL o circuito capaz de decodificar e identificar a inversão linha a linha da componente R-Y, além da alteração da frequência de subportadora a diferença entre o sinal transmitido PAL-M e PAL-N reside nas frequências de sincronismo e na frequência de subportadora aqui, também, a transformação é relativamente simples, pois as freqüências de sincronismo horizontal são ainda próximas e a adaptação entre as frequências de sincronismo vertical é obtida facilmente, estando muitas vezes a diferença dentro da faixa de captação do receptor a troca da frequência de subportadora também é possível através da troca de componentes específicos - cristal, linha de atraso a diferença entre o sinal PAL-M e os sinais PAL-B ou PAL-G, usados na Europa, é bem mais ampla as frequências de RF e de interportadora de som são distintas, além das frequências de sincronismo e de subportadora a transformação envolve, nesse caso, alterações bem mais consideráveis
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