AÇÕES DOS PROFESSORES CONTRA O BULLYING ESCOLAR Apresentação: Pôster

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1 AÇÕES DOS PROFESSORES CONTRA O BULLYING ESCOLAR Apresentação: Pôster Severina Cássia de Andrade Silva¹; Luiz Gonzaga de Souza Neto¹; Gerlayne Teixeira de Souza¹; Jullyane Cristina Albuquerque Gomes¹; Ricardo Ferreira das Neves² Introdução É algo constante de que a prática de bullying continua a persistir no ambiente escolar, sendo necessárias intervenções, a fim de amenizar conflitos, estabelecer valores e cidadania. Segundo Ramos (2008), o bullying é caracterizado por atos praticados de forma contínua pelo agressor, como intimidar, ridicularizar ou excluir, além de ações racistas e preconceituosas. O que afeta a vítima de forma física e psicológica, que podem levar a morte do indivíduo. Atos como esses devem levar a uma evasão escolar ou até mesmo a criação de reflexos agressivos ao indivíduo. Em meio a essa situação e com o intuito de analisar as ações desenvolvidas pelos professores para enfrentamento do Bullying no ambiente escolar. Sabendo disso, fez-se necessário as observações de ações dos professores sobre o bullying, em uma escola pública Municipal de Vitória de Santo Antão e o esclarecimento do tema, afim de que os alunos possam distinguir bullying de uma brincadeira entre colegas. Nessa perspectiva, procuramos compreensão sobre quais as atitudes dos docentes sobre as ações de bullying na escola, assim sendo, temos como objetivo: Fundamentação Teórica As ações de violência representam uma problemática que não se limita a um ambiente específico ou a uma esfera organizacional, podendo invadir as instituições públicas e privadas, demonstrando que qualquer pessoa pode ser coagida, humilhada ou hostilizada. (BEZERRA et al., 203). Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, scassiandadrades@hotimal.com Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, neto.hu@hotmail.com Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, gerlayneteixeira@gmail.com ¹Ciências Biológicas, Universidade Federal de Pernambuco, jullyane.amajesus@hotlmai.com ² Professor Doutor, Universidade Federal Rural de Pernambuco, rico.neves200@gamail.com

2 Nesse contexto, a escola vem sofrendo frequentemente ações de violências, especificamente o Bullying, configurada por atos de verbalização depreciativa e preconceituosa entre estudantes. O Bullying se apresenta em diversos contextos sociais, mas ultimamente vem sendo discutida com grande relevância nos espaços escolares e mais debatida no mundo. (FANTER, 2008). As discussões surgem na década de 970, com ênfase na pesquisa do professor Dan Olweus, na Noruega. O Bullying é um termo de origem inglesa em que bull, caracteriza pessoa cruel, intimidadora e/ou agressiva. (GUIMARÃES, 2009). Na escola esse tipo de prática estava sendo comum, por ações agressivas aos colegas por meio de intimidações, apelidos e terminologias preconceituosas ocorrendo de forma sistemática e sem razão aparente. (RAMOS, 2008). A sua prática acaba por estimular a violência podendo se apresentar como bullying direto verbal, físico e indireto. (SOUZA et al., 20) ou bullying virtual (cyberbullying), que ocorre nas redes sociais. (SILVA, 200), por meio de insinuações, avatares ou fakes em perfis públicos gerando imagem depreciativa ao sujeito (BEZERRA et al., 203). Todos estes tipos de bullying afetam as vítimas de forma psicológica, tais atos podem levar a uma evasão escolar ou até mesmo a criação de reflexos agressivos. No âmbito escolar, muitos alunos que sofrem o bullying acabam por terem sua autoestima afetada, gerando problemas emocionais, que compromentem a sua aprendizagem e a sua relação social (TOGNETTA 2005). Reiterando essa situação, Mello (2005), aponta a necessidade de incluir no currículo da Educação Básica a importância de temas transversais, cujas temáticas estimulem nos alunos sentimentos como companheirismo e positividade, além de induzir a resolução de conflitos e problemas. Metodologia A pesquisa foi realizada junto a um grupo de professores de uma escola estadual em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. O grupo de pesquisa realizava o estágio obrigatório na referida escola, o que culminou com uma atividade de extensão com o tema bullying na escola. Na composição dos sujeitos da pesquisa foram 0 professores de áreas distintas do conhecimento e 20 alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental. Os docentes preencheram um questionário subjetivo com seis arguitivas, voltadas à temática bullying, culminando ao desenvolvimento de atividades com os alunos para a reconstrução de valores sociais. Os percursos metodológicos estão descritos a seguir: I Momento Aplicação de um questionário, visando à constatação da existência e prática do bullying por parte dos professores. As respostas colaboraram para o desenvolvimento de atividades com os alunos.

3 II Momentos Realização de uma intervenção didática, por meio de atividades lúdicas, oportunizando situações reais para os alunos sobre o tema e a realização da depuração das ideias, buscando revisões e reflexões sobre atitudes, num resgate de valores e cidadania. IV Momento Apresentação de palestra por psicóloga com o propósito de esclarecer o tema bullying e instigação de valores entre os participantes. Resultados e Discussão A partir das respostas obtidas nos questionários aplicados com os professores, foi observado eles utilizam como forma de trabalhar a temática bullying, tema transversais, como o bullying em sala de aula, buscando diminuir ações de violência e a construção de um cidadão crítico do meio em que vive. Os professores afirmaram significativamente, que seria algo comum na escola e as formas mais frequentes estão veiculadas as ações verbais, físicas e indiretas. Na primeira arguitiva, indagamos aos docentes sobre algum tipo de bullying em suas aulas, os professores afirmaram significativamente, que seria algo comum na escola. Por isso, há necessidade de reforçar o tema bullying, como uma forma de contrapor essa situação. A proposta da pesquisa culminou com a problemática relatada pelos professores, de forma a discutir o tema, que embora esteja presente no dia a dia dos alunos, muitas vezes acaba passando despercebido, e se isso acontece, pode gerar sérias consequências para a vítima das agressões, desistência do aluno na escola e problemas de suicídios. No que concerne à segunda arguitiva sobre os tipos de bullying destacados na escola, os professores pontuaram que as formas mais frequentes estão veiculadas as ações verbais, físicas e indiretas e ainda destacaram que é algo constante na rotina escolar, e que muitas vezes confundem se está ocorrendo o bullying ou é apenas discussão entre os alunos, como relatado por um docente fica muito difícil nós distinguimos o que é considerado um bullying e o que é considerado uma brincadeira. Assim como relata Carvalho et al, 200, o bullying pode ocorrer de forma indireta, a percepção dos atos de bullying nem sempre é clara para os estudantes e professores, visto que muitas vezes os alunos não conseguem diferenciar o bullying de brincadeiras ou agressões casuais que não oferecem riscos para os envolvidos. Noutro momento, muitos docentes destacaram que os alunos não conseguem socializar com seus colegas ou professores as situações sofridas, caracterizada pela exclusão de brincadeiras ou até pelo repúdio por parte dos colegas sobre o outro. Na terceira arguitiva, buscamos dos professores compreensão de como os alunos veem a escola. Dentre os diversos posicionamentos, 40% dos professores consideraram que os alunos observam a

4 escola como um local acolhedor de segurança e se sentem bem para aprenderem. Contudo, 60% dos professores consideram que a visão dos alunos sobre a escola é de um ambiente de competitividade, uns melhores que os outros e da escola ser um local de insegurança e sem atrativos. A quarta arguitiva versou sobre as causas do bullying na escola, em que 60% dos professores consideram que os casos evidenciados são decorrentes de conflitos passados, cuja violência não era denunciada e os alunos guardavam para si. Segundo Ferreira & Tavares (2009), a prática do bullying no ambiente escolar, não precisa de motivos para se concretizar e são camufladas por brincadeiras ou informadas pelo agressor como acidente. Na quinta arguitiva questionamos aos docentes se os alunos já os procuraram para relatarem sobre ações de bullying. A maioria (60%) pontuou que existe procura por parte dos alunos, destacando ações de preconceito racial, agressões verbais, exclusão, apelidos e chacotas. A última pergunta envolveu as atitudes dos docentes quanto às ações das instituições de ensinos sobre o combate ao bullying escolar, em que 60% dos docentes apon taram que ao perceberem sinais de bullying, comunicam aos familiares do agressor e do agredido para uma reunião com a gestão escolar, tratando como um caso isolado, buscando a integridade dos alunos. No entanto, cabe a instituição escolar estimular e persistir o acompanhamento das famílias na escola, uma vez que o bullying ultrapassa as barreiras institucionais e reflete uma estrutura psicológica e formativa que está além do ambiente escolar (FERREIA & TAVARES, 2009). Os demais (40%) destacaram uma forma de enfrentamento está nas ações de sensibilização por meio de palestras, teatros e aulas relativas ao tema, como forma de contrapor essa problemática. Por fim, após a captação das informações a partir das respostas dos professores, desenvolvemos as atividades intervencionistas, por meio de aula expositiva-dialogada sobre o tema e posteriormente, a palestra da psicóloga, visando alertar aos alunos e professores sobre a prática do bullying e as ações negativas ao cotidiano escolar, além de desmistificar confusão entre pequenas libertinagens do bullying. Ao final, muitos estudantes estavam sensibilizados e abraçaram a causa. Notamos, por meio da fala de um dos alunos, que ele praticava constantemente o bullying racial com um de seus colegas de turma, mas que não notava o quanto isso incomodava o amigo, contudo relatou que a partir da de agora, iria rever seus conceitos e passar a valorizar e respeitar as diferenças entre os alunos. Conclusão A referida pesquisa constatou que a temática bullying ainda é um problema mundial e que tem sido significativamente presenciado na escola, devendo ser combatido a partir de intervenções

5 didáticas, por meio de atividades na sala de aula ou palestra informativa, visando minimizar os conflitos e colaborando no resgate de valores e cidadania. Ao enfrentamento, os professores se posicionam num momento com o diálogo entre as partes, evitando exposição dos envolvidos e uso de estratégias como discussão em sala de aula e palestras de sensibilização, visando diminuir essa problemática na escola. Por fim, percebemos pelos relatos, o quanto a atividade foi significativa, vez que vários estudantes que se utilizavam de ações de bullying contra outros e, relataram que a partir daquele momento, repensariam suas atitudes, demonstrando o quanto foi válido a intervenção sobre a temática. Assim, se apresentaram acessíveis a rever suas condutas e colaborar com a harmonia nas relações sociais na escola. Referências BEZERRA, E. J. et al. VIOLÊNCIA CONTRA O PROFESSOR: o fenômeno que ocorre dentro e fora das escolas. Anais do Jepex. Universidade Federal Rural de Pernambuco, 203. CARVALHO, M. G. O et al. Bullying nas escolas brasileiras: Resultados da pesquisa nacional de saúde do escolar (PENSE), Ciência e Saúde Coletiva, Brasília, v. 5, n. 2, p , 200. GUIMARÃES, J. R. Violência escolar e o fenômeno bullying : a responsabilidade social diante do comportamento agressivo entre estudantes. Março de Disponível em: Violencia+escolar+e+o+fenomeno+bullying>. Acesso em: FANTE, C. Bullying no ambiente escolar. Revista de Educação Física. nº3, dez FERREIRA, J. M.; TAVARES, H. M. Bullying no ambiente escolar. Revista da Católica, Uberlândia, v., n. 2, p , Acesso e Disponível em: RAMOS, A. K. S. Bullying: A Violência Tolerada na Escola. Disponível em:< Maio de SILVA, A. B. B. Cartilha: Bullying - Justiça nas escolas. ª Ed. Conselho Nacional de Justiça: Brasília, 200. SOUZA, C. P, A. L. C. P.; ALMEIDA, L. C. P. Bullying em Ambiente Escolar. Enciclopédia Biosfera. Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.2; 20. TOGNETTA, L. R. P. Violência na escola: os sinais de bullying e o olhar necessário aos sentimentos. Porto Alegre: Editora Zouk, 2005.