Grupo Sporting Clube de Portugal

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1 Grupo Sporting Clube de Portugal ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL A Sede: Av. do Brasil, 15 1º LISBOA Telefone: Fax: geral.lisboa@rsmi.pt Rua da Saudade, 132 3º PORTO Telefone: Fax: geral.porto@rsmi.pt Inscrição na Lista dos Revisores Oficiais de Contas (em ) sob o nº 21 NIPC Capital Social euros Inscrição na Lista de Auditores da CMVM (em ) sob o nº 196

2 ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO I. INTRODUÇÃO OBJECTIVOS ÂMBITO Nível da análise Empresas que compõem o Grupo Sporting Período analisado METODOLOGIA MATERIALIDADE LIMITAÇÕES... 5 II. VISÃO GERAL DAS CONTAS CONSOLIDADAS EVOLUÇÃO DO BALANÇO EVOLUÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS EVOLUÇÃO DOS CASH FLOWS ANUAIS III. ANÁLISE PARCELAR DAS CONTAS CONSOLIDADAS EVOLUÇÃO DO BALANÇO Imobilizado corpóreo Imobilizado incorpóreo Dívidas de financiamento Diferimentos e provisões Outras contas do Balanço CONTAS DE RESULTADOS Vendas e Prestações de serviços Resultados extraordinários Custos com o pessoal Fornecimentos e serviços externos Amortizações Juros e outros custos de financiamento Outras rubricas de Resultados IV. RESUMO DOS ASPECTOS MAIS RELEVANTES COM IMPACTO ECONÓMICO-FINANCEIRO QUE OCORRERAM EM CADA MANDATO V. HIPOTECAS, GARANTIAS, PENHORES, OUTROS ÓNUS E LITÍGIOS HIPOTECAS, GARANTIAS, PENHORES E OUTROS ÓNUS LITÍGIOS VI. PRINCIPAIS CONTRATOS EM VIGOR VII. CONCLUSÕES LISTA DOS QUADROS LISTA DOS GRÁFICOS BALANÇO CONSOLIDADO DE 1999 E DE DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADOS DE 1999 A

3 SUMÁRIO EXECUTIVO ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PATRIMONIAL GRUPO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL A O Relatório de que este documento é o Sumário Executivo foi elaborado nos termos da proposta apresentada com data de 3/6/2011, tendo como objectivo apresentar a evolução da situação patrimonial do Grupo Sporting, numa perspectiva financeira consolidada, no período decorrente entre 1 de Agosto de 1998 e 26 de Março de 2011, evidenciando as variações anuais materialmente relevantes das várias rubricas do Balanço e da Demonstração de Resultados consolidados e suas implicações ao nível da origem/aplicação de fundos. Este período foi estendido a 1995 no caso do Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo, às rubricas mais relevantes do Activo. Na análise temporal efectuada, teve-se em consideração os períodos de reporte inerentes a cada mandato directivo. Os trabalhos efectuados apoiaram-se nas contas individuais das várias empresas que compõem o Grupo Sporting, com base nas quais foram elaboradas Contas Consolidadas anuais, preparadas por empresa de consultadoria externa. Essas demonstrações financeiras consolidadas, que só foram elaboradas a partir da época , não incluíram a preparação da Demonstração de Fluxos de Caixa consolidada. Face a essa limitação, elaborámos uma Demonstração de Fluxos de Caixa consolidada pelo método indirecto, apoiada nos Balanços de cada ano e nas respectivas Demonstrações de Resultados, que abrange as épocas a A análise efectuada reparte-se em 3 grandes áreas: rubricas do Balanço, da Demonstração de Resultados e dos Fluxos de Tesouraria. 1. Evolução das principais contas do Balanço de 1999 a 2010 O Imobilizado Corpóreo aumentou em 86 milhões de euros, de 50 para 134 milhões de euros em valores líquidos. Entre 1998 e 2010 foram investidos 183 milhões de euros na Academia e no novo Estádio (incluindo todo o complexo desportivo e de lazer Alvalade XXI, tendo-se recebido 35 milhões de euros de subsídios e 135 milhões de euros de vendas de terrenos e direitos de superfície referentes à parte alienada do Alvalade XXI - Health Club, Edifício Administrativo, Secretaria, Clínica e Alvaláxia ). O actual património imobiliário do Grupo Sporting integra o Estádio, Museu, Multidesportivo, Academia além de outras parcelas de terreno onde, de entre as quais, está previsto ser edificado o futuro pavilhão multidesportivo. O Imobilizado Incorpóreo, que se compõe essencialmente dos passes dos jogadores de futebol profissional, diminuiu no período em 11 milhões de euros (valores líquidos em 2010). O saldo resultante de todas as operações de investimento em imobilizado incorpóreo, relacionadas com aquisições (197 milhões de euros) e vendas (157 milhões de euros) dos

4 passes de jogadores entre e foi negativo em cerca de 41 milhões de euros. Dívidas de financiamento - nesta rubrica observa-se o maior acréscimo: 217 milhões de euros. Tal representa um aumento médio de cerca de 20 milhões de euros por ano, tendo o endividamento do Grupo Sporting mais do que quintuplicado em 12 anos. O endividamento bancário surge com valores mais expressivos sobretudo a partir de 2001, ano em que se iniciaram as obras de construção do novo Estádio e do complexo Alvalade XXI. Em 2006 o endividamento atingiu o valor máximo, com cerca de 277 milhões de euros, que foi praticamente retomado em 2011, se adicionarmos a emissão de 55 milhões de euros de obrigações convertíveis em acções emitidas na época 2010/2011 (VMOC s), que se vencem em Nesta data, o Grupo Sporting terá que equacionar a sua posição de controlo sobre a SAD. O património imobiliário encontra-se hipotecado, servindo de garantia aos empréstimos contratados. Os Resultados Acumulados negativos agravaram-se em 175 milhões de euros nos últimos 12 anos, o que representa uma média anual de 16 milhões de euros de prejuízos por ano desde Como consequência desta acumulação de prejuízos ao longo dos anos, o Capital Próprio do Grupo Sporting, que era positivo em 11 milhões de euros em 1999, atingiu em 2010 o valor negativo de 183 milhões de euros, o mais baixo de sempre, evidenciando uma situação de falência técnica em termos consolidados. 2. Evolução das principais contas da Demonstração de Resultados de 1999 a 2010 e suas causas subjacentes Vendas e prestações de serviços apresentando em 1999 o valor de 20 milhões de euros, estes proveitos aumentaram especialmente em 2004 (44 milhões de euros), com um aumento considerável das receitas de bilheteira, que triplicaram nesse ano, com a inauguração do novo Estádio. Após 2004 as Vendas e Prestações de Serviços apresentaram estabilidade ou pequenos crescimentos anuais, até ao valor máximo de 51 milhões de euros em Nos dois últimos anos verificaram-se decréscimos anuais de 2 milhões de euros, tendo-se atingido os 47 milhões de euros em 2010, com uma redução média de 2 milhões de euros /ano. Proveitos extraordinários e outros estas duas rubricas confundem-se em conceito, pois no decorrer dos vários anos do período, registaram-se algumas mais-valias com os passes de jogadores como outros proveitos operacionais. Analisando estas duas rubricas em conjunto, que se compõem em grande parte pelas mais-valias obtidas nas vendas dos passes dos jogadores, concluímos que o ano de 2007 foi o mais elevado, logo seguido por 2004 e Globalmente, os resultados extraordinários contribuíram de forma positiva para os resultados líquidos do Grupo Sporting, cifrando-se em cerca de 150 milhões de euros nos últimos 12 anos ( ). Para aquele valor contribuíram principalmente as mais-valias obtidas com a venda dos passes dos jogadores, que representaram cerca de 70% (106 milhões de euros ) dos resultados extraordinários. Proveitos suplementares trata-se essencialmente dos proveitos provenientes das comparticipações da UEFA pela presença nas competições europeias. São rendimentos com

5 certa irregularidade, com valores máximos em 2001 e 2009, que advêm maioritariamente da presença do Clube nestas competições. Em acumulado, os prémios totais auferidos pelo Sporting pela participação em competições europeias durante os últimos 12 anos ( ) atingiram o montante de 39 milhões de euros, valor que representa cerca de 9% do total dos proveitos normais (bilheteira, quotização, publicidade, televisão e outros) obtidos pelo Grupo Sporting no mesmo período. Custos com o pessoal nestes gastos estão incluídas as remunerações de todo o pessoal das diversas empresas do grupo e respectivos encargos sociais, incluindo os jogadores profissionais. Houve uma tendência de crescimento até , tendo-se a partir dessa data mantido perto dos 30 milhões de euros anuais. Cerca de 75% dos gastos com pessoal são encargos com jogadores e treinadores. Os custos com directores e administradores representaram anualmente desde 2003 cerca de 2 milhões de euros, da ordem de metade dos gastos com o restante pessoal administrativo. Fornecimentos e serviços externos estes custos têm demonstrado tendência crescente, com excepção de ligeiras reduções em 2003 e Estabilizaram nos 21 milhões de euros em 2009 e Foi, no decorrer dos anos, a 2ª ou 3ª maior rubrica da estrutura de custos do Grupo Sporting. A sua evolução tem sido em crescimento, tendo os seus valores dobrado em 12 anos. Dentro dos FSEs a rubrica mais importante são os honorários, que têm acompanhado, proporcionalmente, com excepção de 2003, a progressão dos gastos gerais em FSEs. Amortizações estes custos subdividem-se em amortizações do Imobilizado Corpóreo (edifícios) e do Imobilizado Incorpóreo (passes dos jogadores). A sua irregularidade ao longo dos anos é motivada pelas amortizações dos passes dos jogadores. Relativamente ao imobilizado corpóreo, foram normalmente utilizadas as taxas máximas fiscais permitidas. As amortizações dos passes dos jogadores são efectuadas proporcionalmente aos anos dos contratos efectuados com cada jogador. Juros e encargos financeiros esta rubrica comporta todos os juros de empréstimos de financiamento, incluindo também os juros de leasings. Estes custos têm sido cada vez mais importantes nos resultados, atingido o seu valor máximo em 2007, com 17 milhões de euros, ano em que as taxas de juro estiveram especialmente altas no mercado, baixando depois significativamente. Em 2010, esta rubrica apresentava um total de encargos no valor de 11 milhões de euros. Resultados líquidos anuais Todos os anos foram apurados prejuízos, com excepção de 2007, que apresentou um lucro de 6,5 milhões de euros graças aos proveitos extraordinários apurados (incluindo outros proveitos operacionais) de 37 milhões de euros (inclui a alienação do passe do jogador Nani com uma mais-valia de 24,2 milhões de euros). O ano em que os resultados líquidos foram mais negativos foi o último (2010), que apresentou um prejuízo de 38 milhões de euros. Uma análise global à evolução dos Resultados - quase sempre negativos - do Grupo Sporting evidencia que, com a estrutura de custos existente, os prejuízos se têm vindo a revelar inevitáveis em anos em que os proveitos extraordinários da venda de passes de jogadores são baixos (2009 e 2010) ou as receitas gerais se revelem menos dinâmicas (2001 a 2003).

6 3. Evolução dos fluxos de tesouraria Os últimos 11 anos foram, em termos de tesouraria, desequilibrados, gerando necessidades globais neste domínio de 214 milhões de euros. Parte foi gerada nos primeiros anos pelo investimento corpóreo mas, em acumulado, elas são principalmente da responsabilidade do investimento incorpóreo (passes de jogadores). A persistência do recurso a empréstimos levou a que o montante dos juros degradasse a situação de tesouraria, alcançando, só os juros no inteiro período, mais de metade das necessidades de tesouraria acumuladas. Tal condicionalismo determinou o recurso a novos empréstimos para fazer face, parcialmente, ao pagamento dos juros dos próprios empréstimos. 4. Situação económico-financeira das contas consolidadas causas mais relevantes O Grupo Sporting apresenta uma Situação Líquida negativa (-183 milhões de euros), que se agravou nos 12 anos analisados em -171 milhões de euros, e que já praticamente atingiu em 2010, em valor absoluto, o valor do Activo líquido. As dívidas de financiamento atingem agora 276 milhões de euros (incluindo as VMOCs Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis), valor que representa o dobro do Activo Fixo, assumidamente uma estrutura económico-financeira desajustada. As causas mais relevantes que levaram a esta situação, evidenciada nas contas consolidadas do Grupo Sporting, foram as seguintes: Resultados líquidos negativos consolidados em quase todas as épocas, motivados por uma Margem Bruta do Futebol Profissional (Proveitos da actividade desportiva +/- valias na venda de passes - custos com pessoal relativos a jogadores e treinadores amortizações de jogadores e treinadores) em média 35 milhões de euros abaixo do ponto crítico, pelo aumento gradual dos Fornecimentos e Serviços Externos e por Encargos financeiros elevados. Fluxos de tesouraria negativos em quase todas as épocas, consubstanciado num deficit crónico de tesouraria acumulado que se cifrou em cerca de 214 milhões de euros em 11 anos (2000 a 2010), ou seja, quase 20 milhões de euros por ano, justificado por 3 razões básicas: o Investimento líquido em passes de jogadores, o Investimento líquido em imobilizado corpóreo, e o Cash flow operacional negativo na maioria das épocas. Elevado nível de financiamento, devido ao deficit crónico de tesouraria, que gerou um empréstimo total de cerca de 276 milhões de euros, representando um agravamento no passivo de 230 milhões de euros em 12 anos. Esta situação produziu custos adicionais em juros de financiamento que ultrapassam largamente a margem bruta gerada pelo futebol profissional. O acordo bancário firmado com os bancos neste contexto condicionou a gestão de tesouraria por meio de dações em pagamento de receitas de patrocínio, publicidade, televisão e outras cobranças a clientes. A fundamentação das considerações globais atrás apresentadas neste Sumário Executivo encontra-se vertida no Relatório detalhado elaborado.

7 I. INTRODUÇÃO O presente Relatório foi elaborado nos termos da proposta apresentada ao Sporting Clube de Portugal com data de 3/6/2011, tendo em vista dar cumprimento ao trabalho de análise descritiva e factual da evolução da situação patrimonial do Grupo Sporting ao longo do período decorrido entre a emissão do chamado Livro Branco (emitido em 31/7/2000, reportando a 31/5/95) e até à data da tomada de posse do novo Conselho Directivo (27/03/2011). A análise foi estendida ao exercício de 1995, nos casos em que tenham ocorrido variações patrimoniais materialmente relevantes. Este documento compõe-se de duas partes: o Relatório Principal, apresentado em papel e em formato digital do qual é parte integrante o presente texto - e os Anexos, que são entregues apenas em formato digital. Todos os valores incluídos em ambas as partes deste documento estão expressos em preços correntes. Admitindo a eventual divulgação pública do texto do Relatório, neste não são explicitados nominalmente quaisquer pessoas singulares sobre cujos rendimentos tenha recaído a nossa análise, nomeadamente na rubrica Remunerações de Pessoal. Visto que o período contabilístico nas contas das empresas do Grupo está definido de acordo com o conceito de época desportiva, o ano contabilístico decorre de 1 de Julho a 30 de Junho do ano seguinte. Sendo assim, quando no texto deste Relatório se refere as contas de um determinado ano, deve ler-se as contas cuja data do respectivo período de reporte termina nesse ano. Quando nos referirmos, por exemplo, às contas da época , dizemos que se trata das contas de Quando os gráficos apresentados incluem séries anuais de valores, incluímos informação acerca dos Conselhos Directivos vigentes em cada época, através duma linha do tempo suplementar no fundo do gráfico. Como o início e término dos mandatos não coincide com o início e término dos períodos a que se refere a informação financeira, que coincide (com as excepções indicadas no ponto 5 g) deste Capítulo), com a época desportiva decorrente entre 1 de Julho e 30 de Junho, incluímos o nome do Presidente do Conselho Directivo até ao final da última época a que presidiu. A grande maioria dos elementos contabilísticos que utilizámos está mencionada na anterior nomenclatura do Plano Oficial de Contabilidade (POC), utilizada nas contas das empresas do Grupo Sporting até Junho de 2010 inclusive. Em consequência, e porque este Relatório se destina a uma panóplia de utilizadores muito variada, alguns dos quais estarão eventualmente mais familiarizados com os termos contabilísticos há muito conhecidos dos utilizadores das informações financeiras elaboradas com base no POC, do que com a nomenclatura contabilística agora utilizada em conexão com o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) e Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), optámos por empregar neste relatório preferencialmente os termos contabilísticos utilizados em POC

8 1. OBJECTIVOS A finalidade deste documento é apresentar informação que permita fácil leitura para qualquer destinatário, privilegiando a elaboração de gráficos e quadros, numa perspectiva financeira e numa base anual, com ênfase na origem e na aplicação dos fundos, tendo em apreço o incremento/redução do activo face ao incremento/redução do passivo e, quando relevante, os ganhos ou perdas do exercício. A análise levada a cabo tem como objectivo apresentar a evolução da situação patrimonial do Grupo Sporting numa perspectiva financeira consolidada, evidenciando as variações anuais materialmente relevantes das várias rubricas do Balanço e da Demonstração de Resultados consolidados. As operações que se anulam, por consolidação, entre as empresas do Grupo Sporting, apenas serão consideradas quando a sua existência for importante para explicar situações concretas e significativas detectadas nas contas consolidadas. Não é objectivo deste trabalho tecer considerações de ordem avaliativa à gestão do Grupo Sporting no decorrer das várias épocas desportivas e dos respectivos Conselhos Directivos durante os anos em análise. Nas páginas que se seguem, e nos respectivos Anexos, serão encontrados apenas factos, associados a valores financeiros, que tenham sido relevantes para a explicação do que foi a evolução da situação económica e financeira do Grupo Sporting. Também não foi é propósito deste trabalho efectuar uma auditoria à documentação que serviu de base aos registos contabilísticos das contas do Grupo Sporting. As contas das empresas do Grupo foram auditadas em todos os anos por Revisores Oficiais de Contas e, no caso da SAD, também por um Auditor Externo, além das normais e periódicas análises efectuadas pela Administração Fiscal. No entanto, quando necessário e apropriado, requeremos a documentação comprovativa dos factos detectados, justificando um melhor aprofundamento. 2. ÂMBITO 2.1. Nível da análise O exame efectuado assentou objectivamente nas principais rubricas do activo e passivo consolidados, designadamente, imobilizado corpóreo, activo incorpóreo (plantel aquisição e venda de direitos desportivos dos jogadores profissionais de futebol), passivo perante instituições de crédito e demais credores, além de outras rubricas que, pela sua materialidade, o justificaram. Efectuou-se ainda uma análise do resultado líquido consolidado e da evolução das suas principais componentes nos respectivos exercícios, incluindo subsídios

9 2.2. Empresas que compõem o Grupo Sporting No quadro abaixo explicitam-se as empresas que consolidaram no Grupo Sporting no decorrer dos vários anos da análise, com indicação da natureza da sua actividade, data de constituição e de encerramento, quando aplicável. QUADRO 1 Perímetro do grupo Sporting Nº Siglas EMPRESAS ACTIVIDADE Motivo Notas Início Fim Empresas que consolidam pelo método integral 1 SCP Sporting Clube de Portugal 01-Jul SCS Sporting - Comércio e Serviços, SA. 17-Mar Jun-2011 Por Fusão (d) 3 SCPlaneamento S.C.P. - Soc. de Construção e Planeamento, SA. 17-Mar-1997 (a) 4 Construz Construz - Promoção Imobiliária, SA. 17-Mar Q. ta Alvalade Soc. de Promoção Imobiliária Quinta de Alvalade, SA. 17-Mar Q. ta Raposeiras Soc. de Promoção Imobiliária Quinta das Raposeiras, SA. 17-Mar Lote Dourado Soc. de Promoção Imobiliária Lote Dourado, SA. 17-Mar Q. ta Loureiro Soc. de Promoção Imobiliária Quinta do Loureiro, SA. 17-Mar Abr Jan-1999 Venda de 49% Venda de 51% 9 EJA Estádio José de Alvalade, SA. 30-Jun Abr-2011 Dissolução 10 SGPS Sporting - SGPS, SA. 30-Jun SAD Sporting Clube de Portugal-Futebol, SAD. 28-Out Sporting Seguros Sporting Seguros, Mediadora de Seguros, Lda. 30-Mai SCom Sporting.Com - Empresa de Comunicação, SA 29-Jun Abr-2011 Dissolução 14 SCGE Sporting - Consultadoria e Gestão Empresarial, SA. 10-Out Abr-2011 Dissolução 15 Multimédia Sporting Multimédia, SA. 19-Dez SPM (Ex-NEJA) Sporting Património e Marketing, SA. 20-Dez Verdiblanc I Soc. Imobiliária VERDIBLANC I, SA. 09-Mar Verdiblanc II Soc. Imobiliária VERDIBLANC II, SA. 09-Mar Verdiblanc III Soc. Imobiliária VERDIBLANC III, SA. 09-Mar Verdiblanc IV Soc. Imobiliária VERDIBLANC IV, SA. 09-Mar DE Desporto e Espectáculo, SA. 30-Jun Jun-2005 Por Fusão (b) 22 Reciklado Reciklado-Exploração de Empreendimentos Turísticos, SA. 23-Ago-2007 Empresa que não consolida pelo método integral 23 SPGis SPGis-Planeamento e Gestão de Estacionamento, SA. 11-Nov Jul-2005 Venda de 49,5% (c ) Notas: (a) (b) Sociedade criada em 29-Ago-1977 esteve inactiva até 17-Mar Fusão por incorporação na Sporting Comércio e Serviços. (c ) O Sporting Club Portugal detem actualmente 0,5% da SPGis. (d) Fusão por incorporação na Sporting SAD Período analisado A nossa análise cobriu o período decorrente entre 1 de Agosto de 1998 e 26 de Março de Este período foi estendido a 1995 no caso do Imobilizado Corpóreo e Incorpóreo, as rubricas mais relevantes do Activo. O Capítulo IV e os pontos 1.1 e 1.2 do Capítulo III abrangerão este período suplementar de anos

10 3. METODOLOGIA Os dados de base do trabalho efectuado são as contas individuais das várias empresas que compõem o Grupo Sporting, nos seus respectivos Balanços, Demonstrações de Resultados, Anexos, Balancetes e Extractos de contas anuais. Estes elementos serviram de base à elaboração anual das Contas Consolidadas, compostas por Balanços, Demonstrações de Resultados e respectivos Anexos. Estas demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas por empresa de consultadoria externa ao Grupo Sporting. Tivemos também acesso aos mapas de consolidação elaborados por aquela consultora, conforme foram entregues ao Sporting no decorrer dos vários anos de análise. Estes mapas apenas incluem as anulações gerais de operações dentro do Grupo, não sendo normalmente discriminativos para contas abaixo de 2 dígitos. A metodologia seguida, tendo em conta os elementos acima referidos que nos foram disponibilizados, seguiu as seguintes fases: a) Com base nos Balanços e Demonstrações de Resultados consolidados anuais, elaborámos mapas anuais evolutivos para os Balanços e as Demonstrações de Resultados consolidados, nos quais se evidenciam as diferenças anuais detectadas entre as várias rubricas do Balanço e da Demonstração de Resultados. Foi também elaborado o mesmo tipo de mapas para as contas individuais de todas as sociedades que compõem o Grupo Sporting. b) A partir da análise desses mapas, detectaram-se as rubricas materialmente mais relevantes, bem como aquelas em que se verificaram maiores variações anuais, distinguindo-se entre as que se anulam entre as empresas do Grupo Sporting e as que têm influência significativa nos valores consolidados. c) Tendo em conta o levantamento efectuado em b), analisaram-se as principais variações ocorridas e suas implicações ao nível da origem/aplicação de fundos, do incremento/redução de activos ou passivos e dos rendimentos ou gastos do exercício. d) Quando necessário e apropriado, recorreu-se à consulta da documentação de base dos registos contabilísticos efectuados, tais como facturas, contratos e outra documentação comprovativa dos factos detectados de maior significado. e) Na análise temporal efectuada, foi-se tendo em consideração os períodos de reporte inerentes a cada mandato directivo. f) Foram efectuadas periodicamente reuniões com o Grupo de Trabalho, para acompanhamento do desenvolvimento das acções em curso, tendo em vista o seu enquadramento nos objectivos previamente estabelecidos. Realizaram-se diversas reuniões com aquele Grupo, antes da apresentação deste Relatório final

11 g) Por último, retiraram-se as principais conclusões do levantamento efectuado e da análise das diversas situações detectadas, que se encontram resumidas no Capítulo VII deste relatório. 4. MATERIALIDADE Na primeira reunião havida com o Grupo de Trabalho, foram definidos os limites de materialidade para a análise preconizada. Os valores que estiveram na base dos limites de materialidade estabelecidos foram os seguintes: Total do Activo Líquido do Balanço Consolidado do Grupo Sporting a 30/06/ ,9 milhões. Limites de materialidade normalmente praticados em auditoria - entre 0,5% e 2,5% do Activo. A partir dos elementos acima, estabeleceram-se os seguintes limites de materialidade nas acções a desenvolver no decorrer das análises a efectuar: Limite mínimo, abaixo do qual não se fez análise - 1 milhão de (0,5% do activo). Limite máximo, acima do qual sempre se fez análise - 5 milhões de (2,5% do Activo). Entre 1 e 5 milhões de euros, as análises a efectuar foram decididas pontualmente, de acordo com a natureza dos elementos envolvidos. Ficou também definido que, sempre que necessário e relevante, devido à natureza da informação financeira requerida, se efectuariam análises abaixo de 1 milhão de euros em casos devidamente justificados, à medida que a informação financeira fosse examinada. De facto, no decorrer dos exames efectuados, este limite foi muitas vezes reduzido a e, nalguns casos, mesmo a ou ainda abaixo. 5. LIMITAÇÕES Foram várias as limitações com que deparámos, tanto no início como no decorrer do nosso trabalho. No entanto, embora algumas delas dificultassem a obtenção dos elementos indispensáveis à efectiva execução dos exames em vista, nenhumas delas inviabilizaram de forma significativa as acções necessárias à prossecução geral dos objectivos definidos. Sintetizamos em seguida as principais limitações encontradas, inerentes aos elementos apresentados: a) No decorrer dos cerca de 15 anos do período em análise, foram utilizados 3 softwares de contabilidade diferentes pelas várias empresas do Grupo Sporting. De 1992 a 2003, foi usado o SWAP (AS400), sendo que, entre 1997 e 2003, foi também empregue um upgrade Conta 2000 para efeitos do apuramento das contas a Junho. Após 2003 passou-se a utilizar o GIAF. Este facto dificultou as análises temporais, cujas séries, por nós elaboradas, tiveram que ser reformatadas para o tipo de informações disponibilizado pelo software mais moderno utilizado, implicando verificações adicionais quanto à integridade dos dados envolvidos. Nessa transformação, ter-se-ão perdido algumas informações cujas especificações não puderam ser utilizadas no que diz respeito às informações financeiras correspondentes ao software mais antigo

12 b) Também no que diz respeito ao Software de gestão de pessoal, no decorrer dos 15 anos analisados, foram utilizados 2 diferentes programas de salários, e nem sempre simultaneamente para todas as empresas. Até 2000 para a EJA e SAD utilizou-se o Primavera e nos anos seguintes o SWAP (AS400) até Depois, passou a ser empregue o GIAF. Nas restantes empresas utilizou-se o SWAP (AS400) até 2003 e depois, o GIAF. Também a inexistência de um código identificador de cada funcionário único e comum a todas as empresas e softwares, dificultou a análise de informação cruzada para os diferentes exercícios, para as diversas empresas, de forma a detectar o total de rendimentos auferidos por cada interveniente, independentemente da(s) empresa(s) em que foi processado. c) No caso das sociedades que eram propriedade do Grupo Sporting, e que foram vendidas no decorrer do período de análise, não pudemos consultar a documentação de origem dos movimentos contabilísticos dos vários anos, pois os respectivos dossiers contabilísticos, com toda a inerente documentação, foram entregues aos novos proprietários. Estão neste caso as sociedades Quinta do Loureiro, SA e S. P. GIS, SA. d) Só existem demonstrações financeiras consolidadas elaboradas a partir da época Este facto limitou, nessa medida, a nossa análise dos períodos anteriores àquela época. Desta forma, nesse período, procedemos à análise das rubricas do Balanço e Demonstração de Resultados em que as duplicações provenientes das operações entre empresas do Grupo se apresentaram de fácil de detecção. Damos informação acerca do âmbito desta limitação em cada um dos pontos deste relatório a que a mesma se refere. e) Outra limitação relacionada com as contas consolidadas, é o facto de que os mapas de consolidação que nos foram facultados, elaborados por uma consultora externa, apenas dão informação acerca das anulações gerais de operações entre as empresas do Grupo, não sendo normalmente discriminativos para contas abaixo de 2 dígitos. Este facto limitou a que se procedesse a uma abordagem mais profunda às rubricas de custos e proveitos das épocas mais recuadas. f) Relativamente à data em que emitimos este Relatório, as contas consolidadas respeitantes à época de não estavam ainda elaboradas. Este facto, acrescido da dificuldade do corte de operações a 27 de Março de 2011, limitou-nos a análise relativa a 2011, na qual procedemos ao exame do Activo Incorpóreo (jogadores), Imobilizado Corpóreo, Empréstimos de Instituições Financeiras e outras rubricas, sobretudo do Balanço, em que as duplicações provenientes das operações entre empresas do Grupo sejam inexistentes, ou de detecção implícita. A análise da conta de Remunerações do Pessoal foi também estendida a essa data. g) No decorrer do período em análise, o conceito de época desportiva, na base da qual estão elaboradas as contas com respeito às datas de fecho do balanço, mudou na época de Até inclusive, o ano contabilístico estava definido entre 1 de Agosto e 31 de Julho. A época foi a primeira em que o ano contabilístico passou a ser definido entre 1 de Julho e 30 de Junho. Os elementos financeiros incluídos nas séries temporais que apresentamos incluem apenas 11 meses na época de Por outro lado, nas épocas anteriores a , as contas fechavam a 31 de Dezembro de cada ano. O ano de 1996 foi o último em que se fecharam contas a 31 de Dezembro. As contas do período seguinte - 6 -

13 abrangeram apenas 7 meses, de 1 de Janeiro a 31 de Julho de Estas épocas não fazem porém parte das contas consolidadas, e só serão analisadas pontualmente. h) Antes de 2003 inclusive, todos os elementos (extractos, balancetes) foram fornecidos apenas em papel, pois o software da época não converte os elementos para ficheiros digitais de forma fiável. Em consequência, todos os elementos utilizados para esse período obrigaram-nos à sua digitalização, implicando conferências suplementares e perda de alguma informação que, doutra forma, poderia ter sido utilizada nas pesquisas efectuadas. i) A par das limitações acima encontradas, houve que converter Escudos para Euros para os valores referentes aos anos anteriores a 2002, sendo que a conversão não foi efectuada no mesmo ano para todas as empresas do Grupo

14 II. VISÃO GERAL DAS CONTAS CONSOLIDADAS Neste Capítulo, apresentamos uma visão geral das contas consolidadas, que abrangem o período que tem início na época de , e termina na época de , que são respectivamente a primeira época contabilística com contas consolidadas preparadas e a última com contas consolidadas elaboradas até à data da elaboração deste Relatório. O objectivo é efectuarmos um levantamento geral, por comparação entre as demonstrações financeiras dos exercícios dos vários períodos envolvidos, das questões mais relevantes nas contas consolidadas do Grupo Sporting, tanto ao nível dos principais itens do Balanço, como nas componentes mais relevantes da Demonstração de Resultados. Pela análise das variações ao nível da evolução dos Fluxos Consolidados de Caixa, que elaborámos a partir das demonstrações financeiras consolidas anuais, obteremos informações complementares que nos ajudarão a confirmar as conclusões extraídas a partir da análise comparativa dos Balanços e das Demonstrações de Resultados. Após a elaboração desta análise genérica levada a cabo neste Capítulo, estaremos em condições de passar ao exame detalhado das componentes do Balanço e da Demonstração de Resultados com maior influência nas contas e nos resultados do Grupo. Essa análise detalhada é efectuada no Capítulo III. 1. EVOLUÇÃO DO BALANÇO O gráfico seguinte foi construído comparando os Balanços Consolidados de 1999 e 2010 (página 82), que são, como atrás dissemos, o primeiro ano e o último ano com contas consolidadas preparados até ao momento. Foram colocadas lado a lado as respectivas rubricas do Activo, Passivo e Situação Líquida

15 Milhões de PATRÍCIO, MOREIRA, VALENTE & ASSOCIADOS GRÁFICO 1 Balanços consolidados comparados Grupo Sporting 500 ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO (100) (41) (216) (200) (300) Imob. Incorpóreas Líq. Imob. Corpóreas Líq. Dívidas de terceiros e Outros Capital Social Reservas Resultados acumulados Dívidas de Financiamento Fornecedores e Outros Credores Diferimentos e Provisões Nota: No Anexo são apresentados os Balanços Consolidados de todos os anos do período, bem como todos os respectivos Balanços individuais de todas as empresas do Grupo. Uma análise detalhada à evolução das diferentes rubricas acima leva-nos às seguintes conclusões: O Imobilizado Corpóreo aumentou em 84 milhões de euros, de 50 para 134 milhões de euros em valores líquidos. Analisaremos a evolução desta rubrica no Capítulo III, ponto 1.1 deste relatório, incluindo, entre outros factores, a construção do novo Estádio José de Alvalade. O Imobilizado Incorpóreo, que se compõe essencialmente dos passes dos jogadores de futebol profissional, diminuiu em 11 milhões de euros (passando de 47 M para 36 M ), significando que a 30 de Junho de 2010 a equipa de futebol profissional estava contabilizada por menos 24% que em A evolução desta rubrica ao longo dos anos é explicada no Capítulo III, ponto 1.2 deste Relatório

16 Dívidas de financiamento (conta 23 POC + leasings) é a rubrica em que se observa um maior acréscimo: 217 milhões de euros (passando de 46 M para 263 M ). Tal representa um aumento médio de cerca de 24 milhões de euros por ano, tendo o endividamento do Grupo Sporting mais do que quintuplicado em 12 anos. A evolução desta rubrica ao longo dos anos e a relação dos credores envolvidos são analisadas em detalhe no Capítulo III, ponto 1.3 deste Relatório. A rubrica Diferimentos (Proveitos Diferidos e Acréscimos de Custos) e Provisões revela também um acréscimo expressivo: 39 milhões de euros, o que representa mais do triplo em 12 anos. Porque neste campo se incluem os recebimentos antecipados de contratos de prestações de serviços a terceiros, como receitas de publicidade, televisão e outros, dedicámos o ponto 1.4 do Capítulo III deste Relatório à análise deste montante. Os Resultados Acumulados negativos agravaram-se em 175 milhões de euros no período em análise, o que representa uma média anual de 16 milhões de euros de prejuízos por ano desde Para entendermos melhor as causas subjacentes a esta evolução, apresentamos no ponto 2 deste Capítulo a evolução das principais rubricas das contas de resultados de 1999 a Como consequência desta acumulação de prejuízos ao longo dos anos, o Capital Próprio do Grupo Sporting, que era positivo em 12 milhões de euros em 1999, atingiu em 2010 o valor negativo de 183 milhões de euros, o mais baixo de sempre. Esta situação de falência técnica em termos consolidados é agravada pelo facto do valor negativo do Capital Próprio do Grupo ultrapassar em 13 milhões de euros, em valor absoluto, o montante do Imobilizado Líquido total (imóveis + passes dos jogadores). 2. EVOLUÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS No gráfico seguinte podemos observar qual foi a evolução das principais rubricas das contas de resultados consolidados, de 1999 a 2010 (página 83). Este gráfico evidencia o detalhe do que ocorreu no período de tempo considerado, de forma a que possamos determinar as causas principais que provocaram os resultados negativos acumulados de 216 milhões de euros evidenciados no Balanço de

17 GRÁFICO 2 Evolução da Demonstração de Resultados consolidados Grupo Sporting Milhões de (20) (40) (60) (80) (100) (120) (10) (12) (14) (16) (13) (15) (24) (29) (16) (34) (30) (17) (8) (22) (21) (14) (22) (5) (8) (7) (25) (30) (26) (19) (16) (17) (19) (20) (21) (21) (27) (26) (23) (27) (25) (28) (28) (26) (23) (18) (14) (17) (18) (22) (13) (11) (11) (14) (17) (16) (10) (15) (11) (15) (23) (26) (38) (140) José Roquette Dias da Cunha Soares Franco J. E. Bettencourt Vendas e Prestações de Serviços Proveitos Suplementares Outros Proveitos Proveitos Extraordinários FSE Custos com pessoal Amortizações Ajustamentos+Provisões Juros e Enc. Fin. Líquidos Custos Extraordinários Resultado Líquido do Exercício Outros Custos Notas: 1- O Resultado Líquido do Exercício não inclui os Interesses Minoritários. 2- No Anexo são apresentadas as Demonstrações de Resultados Consolidados de todos os anos do período, bem como todas as respectivas Demonstrações de Resultados individuais de todas as empresas do Grupo. A análise ao gráfico acima, leva-nos às seguintes conclusões: Vendas e prestações de serviços apresentando em 1999 o valor de 20 milhões de euros, estes proveitos aumentaram especialmente em 2004 (44 M ), exibindo após esse ano estabilidade ou pequenos crescimentos, até ao valor máximo de 51 milhões de euros em Nos dois últimos anos verificaram-se decréscimos anuais de 2 milhões de euros, tendo-se atingido os 47 milhões de euros em A evolução desta rubrica é examinada em detalhe no ponto 2.1 do Capítulo III deste Relatório. Proveitos extraordinários e outros estas duas rubricas confundem-se em conceito, pois no decorrer dos vários anos da série, os critérios de classificação contabilística em outros proveitos operacionais foram nalguns anos coincidentes com os utilizados nos restantes anos para proveitos extraordinários. Este é o caso de algumas mais-valias com os passes de jogadores, que nalguns anos foram classificadas como outros proveitos operacionais. Analisando estas duas rubricas em conjunto, que se compõem em grande parte pelas maisvalias obtidas nas vendas dos passes dos jogadores, concluímos que o ano de 2007 foi o mais frutuoso, logo seguido por 2004 e Note-se que nos três últimos anos, os proveitos extraordinários obtidos foram muito diminutos, sendo especialmente reduzidos em 2010 (2 milhões de euros)

18 É feita uma análise detalhada a estas rubricas no ponto 2.2 do Capítulo III deste Relatório. As mais-valias específicas provenientes da venda dos passes de jogadores, são detalhadas no ponto 1.2 do mesmo Capítulo III. Por outro lado, as que são derivadas da venda de imobilizado corpóreo, são analisadas em pormenor no ponto 1.1 desse mesmo Capítulo. Proveitos suplementares trata-se essencialmente dos proveitos provenientes das comparticipações da UEFA pela presença nas competições europeias. São rendimentos com certa irregularidade, com valores máximos em 2001 e 2009, que advêm maioritariamente da presença do Clube nestas competições. Custos com o pessoal nestes gastos estão incluídas as remunerações de todo o pessoal das diversas empresas do grupo e respectivos encargos sociais, incluindo os jogadores profissionais. De realçar que 2002 foi o ano em que estes custos tiveram o seu valor máximo, com 34 milhões de euros. O ano mais baixo após 1999 foi o de 2006 (23 M ). Estes custos têmse mantido, após essa data, perto dos 30 milhões de euros anuais. No ponto 2.3 do Capítulo III analisam-se em detalhe estes custos, bem como no ponto 1.2 desse mesmo Capítulo quando se trate dos jogadores de futebol profissional. Fornecimentos e serviços externos estes custos têm demonstrado tendência crescente, com excepção de ligeiras reduções em 2003 e Estabilizaram nos 21 milhões de euros em 2009 e São analisados em pormenor no ponto 2.4 do Capítulo III deste Relatório. Amortizações estes custos subdividem-se em amortizações do Imobilizado Corpóreo (edifícios) e do Imobilizado Incorpóreo (passes dos jogadores). A sua irregularidade ao longo dos anos é motivada pelas amortizações dos passes dos jogadores. Relativamente ao imobilizado corpóreo, foram normalmente utilizadas as taxas máximas fiscais permitidas. As amortizações dos passes dos jogadores são efectuadas proporcionalmente aos anos dos contratos efectuados com cada jogador. Podem ser encontrados detalhes acerca dos gastos com os passes dos jogadores e respectivas amortizações no ponto 1.2 do Capítulo III deste Relatório, e acerca das restantes amortizações, no ponto 2.5 do mesmo Capítulo. Juros e encargos financeiros esta rubrica comporta todos os juros de empréstimos de financiamento, incluindo também os juros de leasings. Como se verifica no gráfico, estes custos têm sido cada vez mais importantes nos resultados, atingido o seu valor máximo em 2007, com 17 milhões de euros. Este foi o único ano em que e apesar deste valor dos encargos financeiros as contas consolidadas apresentaram lucro. Este foi também um ano em que as taxas de juro estiveram especialmente altas no mercado, imediatamente antes da crise financeira mundial, que despoletou em 2008, ano em que as taxas de juro baixaram significativamente no mercado nacional e internacional. Em 2010, esta rubrica apresentava um total de encargos no valor de 11 milhões de euros. Nos pontos 1.3 e 2.6 do Capítulo III deste Relatório é examinada especificamente esta rubrica. Resultados líquidos anuais a parte vermelha do gráfico está sempre presente em todos os anos, na última linha, com excepção de Isto significa que, como resultado da gestão anual do Grupo Sporting, todos os anos foram apurados prejuízos, com excepção de 2007, que apresentou um lucro de 6,5 milhões de euros graças aos proveitos extraordinários apurados (incluindo outros proveitos operacionais) de 37 milhões de euros (ponto 2.2 do Capítulo III)

19 2010 foi o ano em que os resultados líquidos negativos atingiram o seu valor mais elevado, da ordem de 38 milhões de euros. Os 2 últimos anos, cuja soma de prejuízos atinge 64 milhões de euros, são responsáveis por mais de 1/3 dos resultados negativos acumulados nos últimos 12 anos. Também o período de 2001 a 2003 apresentou prejuízos anuais na ordem dos 25 a 30 milhões de euros. Esses 3 anos apresentaram um prejuízo conjunto de 81 milhões de euros, o que representa cerca de metade do total dos prejuízos acumulados durante o período analisado. Em resumo, e fazendo uma análise geral à evolução dos Resultados - quase sempre negativos - do Grupo Sporting concluímos que, com a estrutura de custos apresentada, os prejuízos se têm vindo a revelar inevitáveis em anos em que os proveitos extraordinários da venda de passes de jogadores sejam baixos (2009 e 2010), ou as receitas gerais se revelem menos dinâmicas (2001 a 2003). O gráfico abaixo mostra qual foi a evolução da estrutura de custos nos últimos 12 anos (preços correntes). Nota-se que os custos com o pessoal mantêm a mesma posição na estrutura, tendo os Fornecimentos e Serviços Externos aumentado um pouco (+2%) o seu peso financeiro. A principal diferença está nas Amortizações, que diminuíram em importância (-8%), em contrapartida dos Juros de financiamento, que passaram a pesar 13% nos custos (+6%). GRÁFICO 3 Evolução da estrutura de custos Com a actual estrutura de custos, e face à natureza dos vários gastos aí incluídos, deve ser explicitado que, a variável que acaba por ser mais susceptível de ser controlada pela gestão são as amortizações do imobilizado incorpóreo (passes dos jogadores) e respectivos salários. A evolução desta componente patrimonial (imobilizado incorpóreo jogadores), pelas implicações financeiras directas que determina, teve influência marcante na evolução dos resultados e na estrutura financeira do Grupo Sporting nos anos em análise, entre 1999 e

20 A subdivisão dos Resultados Líquidos em Resultados Operacionais, Resultados Financeiros e Resultados Extraordinários (conceito POC), permite apreciar como estas 3 variáveis evoluíram ao longo dos anos. É o que faz o gráfico seguinte, que demonstra bem a tendência evolutiva de cada uma dessas variáveis. Milhões de GRÁFICO 4 Evolução dos resultados (10) (20) (30) (40) (50) (3) 2 (24) (10) (20) (12) (11) (13) (31) (33) (34) (13) (40) (39) (17) (15) (27) (3) (14) (3) (5) (11) (11) (7) (8) Resultados Operacionais Resultados Financeiros Resultados Extraordinários Nota: Os Resultados extraordinários incluem as rubricas outros custos e proveitos operacionais, que têm natureza idêntica Embora no Gráfico 2 já tivéssemos tido a oportunidade de apreciar a evolução dos Resultados Extraordinários e dos Resultados Financeiros, através deste gráfico consegue-se apurar com mais precisão qual tem sido a evolução dos Resultados Operacionais no decorrer dos últimos 12 anos. Após uma evolução tendencialmente negativa (-40 M ) até 2003, os Resultados Operacionais vão melhorando gradualmente, sendo cada vez menos negativos, até que atingem apenas -2,5 M em 2008, o melhor ano no período analisado. Em 2009 e 2010, os Resultados Operacionais voltam a agravar-se, atingindo em 2010, -27 M. 3. EVOLUÇÃO DOS CASH FLOWS ANUAIS Além da evolução do Balanço e da Demonstração de Resultados é essencial analisar também a evolução dos Fluxos de Caixa anuais, pois só através desta peça das demonstrações financeiras das contas consolidadas do Grupo Sporting se poderão avaliar quais as necessidades de financiamento do Grupo. No entanto, uma dificuldade que se nos deparou foi a inexistência da Demonstração de Fluxos de Caixa consolidada. Face a essa limitação, elaborámos uma Demonstração de Fluxos de Caixa consolidada pelo método indirecto, com base nos Balanços de cada ano e nas respectivas Demonstrações de Resultados. Face às limitações inerentes a esta metodologia, procurámos colmatar as lacunas com as informações entretanto recolhidas ao nível dos investimentos em

21 imobilizado corpóreo, passes de jogadores (incorpóreo), investimentos financeiros e empréstimos obtidos e outros movimentos dentro das principais rubricas de Activos e Passivos. Como resultado desse trabalho, elaborámos o gráfico abaixo que representa a evolução anual do Cash flow do Grupo Sporting no período compreendido entre 1999 e Como os cálculos são apresentados pelo método indirecto, e portanto por comparação com o ano anterior, não existindo contas consolidadas para 1998, não nos foi possível calcular a Demonstração de Fluxos de Caixa para Em consequência, a série iniciou-se em 2000, embora tendo em conta as contas consolidadas de 1999 como ponto de partida. Distinguiram-se no gráfico os 5 principais grupos de origens e aplicações de fundos: fluxos da actividade operacional, de investimentos financeiros (compras e vendas de acções com entidades externas), de investimentos de activo incorpóreo (passes de jogadores e treinadores), de investimentos em activo corpóreo e fluxos de pagamento de juros. Estes fluxos foram elaborados anualmente em termos líquidos. O saldo anual representado é portanto igual aos empréstimos recebidos ou pagos no ano (o saldo de Caixa e Bancos é normalmente pouco relevante). Adicionou-se no gráfico uma linha com o Cash Flow (fluxos de tesouraria) anual gerado, representando a soma algébrica dos fluxos positivos e negativos de cada ano. GRÁFICO 5 Evolução anual dos Cash Flows Milhões de (20) (40) (4) (4) (12) (17) (3) (15) (5) 11 (34) (7) 11 (44) (7) 12 (13) (4) (9) (5) (11) (14) 26 (7) (13) (18) (22) (17) (11) 30 (8) (15) 17 (30) (11) (60) (28) (80) (8) (100) Investimento Corpóreo Investimento Incorpóreo Investimentos Financeiros Cash Flow Operacional Juros SALDO A análise do gráfico permite-nos concluir que em todas as épocas foram gerados Cash flows negativos, com excepção de 2006, 2007 e 2009, sendo que os Cash flows de 2006 e 2009 estão muito próximos do zero. Apenas 2007 é francamente positivo, com 34 milhões de euros de cash flow gerado. Note-se que este foi exactamente o único ano em que foram obtidos resultados líquidos positivos (Gráfico 2 do ponto anterior)

22 Por outro lado, 2003 foi o ano em que se atingiu o valor negativo mais elevado, com -77 M, logo seguido por 2001 e 2002 com -41 M e -34 M, respectivamente. No total, estes 3 anos determinaram um Cash Flow negativo de 152 M - em grande parte devido aos investimentos imobiliários - que representam cerca de 70% do total das necessidades líquidas de tesouraria em todos os 11 anos analisados. Em termos de repartição pelos 5 grupos de desagregação do gráfico, nota-se que o investimento em imobilizado corpóreo recupera em 2007, 2008 e 2009, enquanto o Cash flow operacional se revela positivo nos anos de 2006, 2008 e Porém, fazendo uma análise mais detalhada aos elementos do quadro de valores que serve de base à elaboração do gráfico, nota-se que o Cash flow operacional de 2010 se deve ao facto de nesse ano os prazos de pagamento aos fornecedores terem sido dilatados. Se estes se mantivessem ao mesmo nível dos anos anteriores, o Cash flow operacional registaria em 2010 um saldo negativo de 3 milhões de euros. De forma a que possamos compreender a situação acumulada, em termos de necessidades de tesouraria, que os fluxos anuais geraram, construímos o gráfico seguinte, que informa acerca do Cash flow acumulado, por tipo de fluxos, entre 2000 e GRÁFICO 6 Evolução dos Cash Flows acumulados 50 Milhões de - (50) (100) (12) (8) (29) (20) (8) (42) (18) (28) (15) (21) (23) (86) (61) (51) (29) (99) (102) (109) (59) (20) (52) (25) (63) (47) (35) (13) (17) (21) (150) (200) (56) (61) (23) (35) (70) (45) (48) (62) (79) (90) (105) (115) (250) (300) Investimento Corpóreo Investimento Incorpóreo Investimentos Financeiros Cash Flow Operacional Juros Este gráfico tem a vantagem adicional de nos permitir visualizar qual foi a responsabilidade de cada um dos 5 grupos de geração de fluxos de caixa no Cash flow acumulado de -214 M no período acima. É visível que o único tipo de fluxo sempre positivo foi o de investimentos financeiros. Por outro lado, os juros realçam-se com -115 M para o conjunto dos anos do período, o que representa

23 cerca de 54% do total dos fluxos negativos líquidos gerados. O Imobilizado Incorpóreo (-59 M ) representa 28% e os activos corpóreos (-23 M ) cerca de 11%. A actividade operacional foi também globalmente negativa (-35 M ). Conclui-se, assim, que os últimos 11 anos foram também desequilibrados em termos de tesouraria, gerando necessidades globais neste domínio de 214 M. Parte dessas necessidades foram criadas nos primeiros anos pelo investimento corpóreo mas, em acumulado, elas são principalmente da responsabilidade do investimento incorpóreo (passes de jogadores). A acumulação de necessidades de empréstimos persistentes levou a que o montante de juros deteriorasse a situação de tesouraria, arrecadando só os juros mais de metade das necessidades de tesouraria acumuladas do período. Tal condicionalismo determinou a necessidade de se recorrer a novos empréstimos para fazer face ao pagamento dos juros dos próprios empréstimos

24 III. ANÁLISE PARCELAR DAS CONTAS CONSOLIDADAS Neste Capítulo, efectuaremos uma análise detalhada das contas do Balanço e da Demonstração de Resultados consolidados que foram detectadas no Capítulo II como sendo as mais relevantes na estrutura financeira e com maior influência nos resultados do Grupo Sporting. De acordo com esse levantamento efectuado no Capítulo II, seleccionámos a análise das contas de acordo com as seguintes rubricas: Imobilizado Corpóreo; Imobilizado Incorpóreo; Dívidas de financiamento; Diferimentos e provisões; Outras rubricas do Balanço; Vendas e Prestações de serviços; Resultados extraordinários; Custos com o pessoal; Fornecimentos e serviços externos; Juros de empréstimos e Outras rubricas de Resultados. 1. EVOLUÇÃO DO BALANÇO 1.1. Imobilizado corpóreo O gráfico seguinte sintetiza a evolução dos valores brutos contabilizados em terrenos e edifícios em todas as empresas do Grupo Sporting. Apesar das primeiras contas consolidadas só datarem de 1999, foi possível elaborar a evolução do Imobilizado Corpóreo consolidado, desde 1994, a partir das contas individuais das empresas do Grupo pois, devido ao número limitado de lançamentos existentes, foi viável concluir acerca do respectivo valor consolidado. GRÁFICO 7 Terrenos e edifícios do Grupo Sporting Milhões de Terrenos Grupo Edificios Grupo Explicamos em seguida as variações ( ) materialmente relevantes verificadas no decorrer dos vários anos do período (M = milhões de euros):

25 1995 ( +21,6 M ): Reavaliação (Luso-Roux) dos terrenos do SCP, em cerca de +17 M, para efeitos contabilísticos. Reconhecimento em Imobilizado Corpóreo de obras efectuadas em exercícios anteriores no antigo Estádio José de Alvalade (nova bancada e recuperação estrutural, entre outras) por 5 M ( +13,3 M ): Nova reavaliação de terrenos (Luso-Roux) +12,8 M ( 0 ) 1998 ( -5,3 M ): Alienação da Quinta do Loureiro (terreno), que estava registada, através de avaliação, por 6 M. Esta operação, efectuada através da venda das participações financeiras da empresa por 7 M, gerou em Resultados extraordinários uma mais-valia de 0,9 M ( +0,8 M ): Aquisição dos terrenos da Academia por 0,5 M ( -2,7 M ): Alienação à RENIT de terreno da Construz, que estava registado por 2,6 M. Esta operação, cuja venda foi efectuada por 3,7 M, gerou em Resultados extraordinários uma mais-valia de 1,1 M ( +18 M ): Construção da Academia (Edifícios e custos associados) ( +11 M ): Avaliação de terrenos do Interface (Metro/Carris/Outros), que transitavam sem valor na contabilidade, passando a ser registados por 13 M. Abate de parte do antigo Estádio (Edifícios) em cerca de 2,5 M ; Transferência para Imobilizado Corpóreo de cerca de 0,5 M referentes à Academia ( +147,8 M ): Venda à RENIT de parte significativa dos terrenos da Quinta Alvalade, registados por 4,7 M. Esta operação, cuja venda foi efectuada por 21,1 M, gerou em Resultados extraordinários uma mais-valia de 16,4 M. Abate do antigo Estádio (Edifícios) no valor de 10,8 M. Novo Estádio (Edifícios) contabilizado por 153 M. Reclassificação em consolidado de Imobilizado Incorpóreo das contas individuais relativo a Direitos de superfície no valor de 10,2 M ( +8 M ): Reavaliação dos terrenos do Interface para 1,4 M

26 Venda do Lote R à sociedade Neta & Santos, que estava registado por 205 mil. Esta operação, cuja venda foi efectuada por 997 mil, gerou em Resultados extraordinários uma mais-valia de 792 mil. Transferência de 5,1 M de Imobilizado em Curso para Imobilizado Corpóreo de várias rubricas (Estádio, Multiusos, Health Club, Bingo, Museu). Reclassificação em consolidado de Imobilizado Incorpóreo das contas individuais relativo a Direitos de superfície no valor de 1,8 M ( +3,4 M ): Transferência de 3,4 M de Imobilizado em Curso para Imobilizado Corpóreo de várias rubricas (Multiusos, Health Club, Sala Informática) ( -44,4 M ): Alienação à SILCOGE de parte do património não desportivo, detido pelo SCP (Direito da propriedade da raiz incluindo o direito ao Solo do Health Club, Edifício Administrativo, Secretaria, Clínica e FEC - Centro de Entretenimento Familiar ou Alvaláxia ). O património alienado estava registado por 9 M. Alienação à SILCOGE dos Direitos de Superfície detidos pela sociedade SPM (Sporting Património e Marketing) sobre o mesmo património acima, que estavam registados por 33,2 M. Estas duas operações, cuja venda total foi efectuada por 50,9 M, geraram em Resultados extraordinários uma mais-valia total de 8,7 M ( +29,2 M ): Reavaliações de terrenos do Sporting para entradas em espécie no aumento da capital das Sociedades Verdiblanc I, Verdiblanc II, e Verdiblanc III, Verdiblanc IV e Soc. Quinta das Raposeiras ( -52,2 M ): Alienação a várias sociedades do Grupo Multi Development Corporation International, SA de várias parcelas de terrenos pertencentes às empresas do Grupo Sporting VERDIBLANC I, VERDIBLANC II, VERDIBLANC III, VERDIBLANC IV e Soc. Quinta das Raposeiras, que estavam registadas por 52,2 M. Esta operação, cuja venda foi efectuada por 51,3 M, gerou em Resultados extraordinários uma menos-valia de 851 mil, por via da fixação dos preços no Protocolo anteriormente firmado ( + 0,3 M ): Valores relativos a edifícios, materialmente pouco relevantes : Embora não se disponha ainda das contas consolidadas do ano de 2011, as variações ao nível do consolidado afiguram-se pouco materiais. No entanto, ao nível das relações entre empresas do Grupo, com data do dia 6 de Outubro de 2010, foi firmado entre o Sporting Clube de Portugal e a SAD um contrato de trespasse pelo qual é cedida à SAD a Academia, incluindo toda a sua actividade, activos e passivos. A cedência foi efectuada pelo preço total de 23,7 milhões de euros, incluindo um contrato de leasing imobiliário com uma dívida actual de 5,7 milhões de euros. Visto que o valor líquido do imobilizado em questão estava contabilizado por 18 milhões de euros, o SCP contabilizou uma mais-valia de 5,7-20 -

27 milhões de euros, que aumentou neste montante o Resultado Líquido das contas individuais. Nas contas consolidadas, esta operação, decorrente da deliberação da Assembleia Geral Extraordinária de 28 de Maio de 2008, é completamente anulada, pois as mais-valias são geradas exclusivamente no perímetro do Grupo Sporting. A discriminação acima descrita de todas as variações ocorridas no Imobilizado Corpóreo durante os últimos 17 anos encontra-se sintetizada no quadro seguinte, que nos informa acerca do total de reavaliações, aquisições/construções, alienações e mais ou menos valias realizadas. QUADRO 2 Evolução do activo imobiliário Da análise do quadro acima, concluímos que os terrenos propriedade do Grupo Sporting foram reavaliados, mediante relatórios subscritos por entidades especializadas, em cerca de 74 milhões de euros. As mais-valias totais líquidas obtidas (valor de venda valor da reavaliação) através da venda dos terrenos reavaliados foram de 18,2 M. Por outro lado, a mais-valia obtida através da venda de parte do Alvalade XXI foi de 8,6 M. Os valores de venda dos terrenos alienados ao longo dos anos, que culminaram em 2009 com a venda dos terrenos ou direitos de superfície detidos pelas Sociedades Verdiblanc I, II, III e IV e pela Quinta da Raposeira, foram previamente acordados por meio de contratos-promessa de compra e venda com as entidades compradoras, firmados em Nesses contratos, foram acordados não só os preços de venda, mas também as condições gerais de actualização dos preços até à data das escrituras, que dependiam de autorizações de construção e outras condições a conceder pela Câmara Municipal de Lisboa. A análise do quadro permite-nos também concluir acerca do valor total obtido com a venda do património imobiliário. Somando a coluna das alienações (preço de custo ou reavaliação) com a coluna das mais ou menos valias, obtém-se o valor total das vendas, que atinge os 135 M

28 (retirou-se 1 M referente às amortizações acumuladas à data da parte vendida do Alvalade XXI). A evolução do Imobilizado Corpóreo do Sporting pode-se resumir da seguinte forma: com a demolição do antigo Estádio José de Alvalade, o respectivo terreno bem como todos os terrenos adjacentes pertencentes ao Clube foram reavaliados e vendidos, com excepção do terreno onde foi construído o novo Estádio José de Alvalade, 2 terrenos onde foram edificados 2 postos de combustível e outras parcelas de terreno onde está previsto ser edificado o futuro pavilhão multidesportivo. A construção do novo Estádio incluiu um complexo de lazer e desporto que foi denominado, junto com o Estádio, pelo nome de Alvalade XXI. Parte desse complexo (Health Club, Edifício Administrativo, Secretaria, Clínica e Alvaláxia ) foi entretanto também alienado. Por outro lado, no terreno adquirido em Alcochete no ano 2000, foi construída a Academia, que ficou concluída em O actual Imobilizado Corpóreo do Sporting é composto da seguinte forma: Terrenos QUADRO 3 Detalhe do imobilizado corpóreo Descrição Valor Aquisição Amortização Acumulada Milhares de Valor Liquido Q ta. das Raposeiras Terreno Academia Outros Terrenos Parcelas 7, 8 e Terrenos S.C. Planeamento Q ta. de Alvalade Terrenos Construz Edifícios e Outras Construções Edifícios e Outras Construções 789 (8) 782 Edifícios e Out. Const.-Academia (169) Estádio José de Alvalade (42.457) Correcções Consolidado Equipamento Básico 677 (489) 188 Equipamento de Transporte 467 (314) 153 Ferramentas e Utensílios 296 (290) 6 Equipamento Administrativo (3.137) 400 Outras Imobilizações Corpóreas 801 (286) 515 TOTAL (44.574) Os terrenos da Quinta das Raposeiras, são aqueles sobre os quais está edificado o Estádio José de Alvalade (Alvalade XXI). As parcelas 7, 8 e 9 e os terrenos do SC Planeamento, constituem a parcela de terreno onde será edificado o futuro pavilhão multidesportivo. A Quinta de Alvalade e nos terrenos da Construz (empresa do Grupo), são os terrenos onde estão edificados 2 postos de combustível da Petrogal, empresa com a qual foram contratualizados os respectivos direitos de superfície

29 Em relação ao complexo Alvalade XXI, em 5 de Abril de 2005 foi efectuado entre duas empresas do Grupo (Sporting Clube de Portugal e SPM Sporting Património e Marketing) um contrato de cedência de direitos de superfície por 25 anos. Esta operação, envolvendo empresas do Grupo, é completamente anulada nas contas consolidadas, continuando o património registado ao seu valor inicial como Imobilizado Corpóreo (Activo Fixo Tangível). No entanto, por assumir relevância jurídica, e porque tem influência nas contas individuais do Sporting Clube de Portugal, descrevemos em seguida sucintamente o registo desta transacção. O SCP cedeu à SPM os direitos de superfície, de utilização por 25 anos, de todo o complexo desportivo e de lazer denominado Alvalade XXI pelo valor líquido do imobilizado conforme contabilizado no SCP à data, isto é, 163,9 M. Em consequência, foi registado em Proveitos Diferidos no SCP este valor credor, que foi transferido para proveitos anualmente na proporção de 1/25. A SPM registou o direito de propriedade no Imobilizado Incorpóreo (Activo Fixo Intangível), que vai amortizando como custo em 1/25. Embora neste aspecto o custo e o proveito sejam idênticos nas 2 empresas, no SCP os custos com a amortização do Imobilizado Corpóreo eram, nos primeiros anos, superiores em cerca de 2 M, aos proveitos dos direitos de superfície que debitava à SPM. Com a venda de parte do Alvalade XXI (Health Club, Edifício Administrativo, Secretaria, Clínica e Alvaláxia ) à SILCOGE, a SPM registou mais-valias de cerca de 5 M na venda dos direitos de superfície que tinha adquirido, e o SCP contabilizou mais-valias de 3,6 M na venda dos respectivos direitos ao solo à mesma entidade. Ambas as mais-valias entraram nas contas consolidadas. O quadro seguinte permite-nos calcular o Cash-flow (fluxo de tesouraria) obtido no decorrer dos 17 anos considerados, em função das aquisições e alienações do Activo Imobiliário (edifícios e terrenos) do Grupo

30 QUADRO 4 Resumo Cash Flow teórico do imobilizado Ano Entidades Descrição Valor Milhões de Recebimentos Vendas Externas 1998 Q ta. Loureiro Sociedade 7, Construz Terrenos 3, Q ta. Alvalade Parte terrenos Q ta. Alvalade 21, SCP Terreno do SCP 1, SCP Património não desportivo 12, SPM Património não desportivo 38, Verdiblanc I Direitos de Superfície 7, Verdiblanc III Direitos de Superfície 7, Verdiblanc II Lote 1, 2, 3 e 4 18, Verdiblanc IV Lote 5, 6 e 7 15, Q ta. Raposeiras Terrenos Q ta. Raposeiras 1,9 Subtotal 135,1 Subsídios 2005 CML Projecto Imobiliário EPUL 10,0 IDP+ IEP Novo Estádio 24,5 Subtotal 34,5 Total Recebimentos 169,6 Pagamentos Compras Externas 2000 Academia (0,5) Construções 2002 Academia (17,9) 2004 Novo Estádio (161,5) Demolições 2004 Demolição Estádio Antigo (2,5) Subtotal (181,9) Total Pagamentos (182,4) Total Geral (12,8) O valor final indicado evidencia que, após todas as operações de construção e compra e venda de imobilizado - venda de terrenos, construção da Academia, construção do Alvalade XXI (novo estádio + complexo desportivo e de lazer) e venda de parte do mesmo Alvalade XXI o saldo de tesouraria de todas estas operações foi negativo em cerca de 13 milhões de euros. Está incluído neste saldo o recebimento de subsídios a fundo perdido, relativos ao novo Estádio do complexo Alvalade XXI, no valor total de 34,5 milhões de euros. Esses subsídios incluíram duas componentes: os subsídios IDP+IEP (Instituto do Desporto de Portugal + Instituto de Estradas de Portugal), no valor total de 24,5 milhões de euros, e um apoio especial da Câmara Municipal de Lisboa/EPUL, no valor de 10 milhões de euros. Os 24,5 M foram contabilizados até 2010, de acordo com o POC, em Proveitos Diferidos, sendo transferidos anualmente para resultados na proporção das amortizações do novo Estádio Alvalade XXI. Em 2011, de acordo com o SNC, o saldo em Proveitos Diferidos foi

31 transferido para Capitais Próprios, continuando no entanto a ser anualmente transferido para resultados com os mesmos critérios utilizados em POC. Por outro lado, os 10 M concedidos pela CML foram contabilizados directamente em Resultados Extraordinários pois o contrato de cedência do referido montante não fazia referência à construção do novo Estádio nem implicava quaisquer outros encargos para o Clube. Em virtude da importante posição relativa para as contas do Clube do investimento imobiliário efectuado no Alvalade XXI (novo Estádio José de Alvalade + complexo desportivo e de lazer), apresentam-se em seguida 3 gráficos que discriminam os gastos por complexo estrutural, por natureza do tipo de obra do Estádio, e por fornecedor da obra (fonte de informação: relatório elaborado por entidade fiscalizadora especializada). GRÁFICO 8 ALVALADE XXI - Estrutura Multidesportivo 9,0 (5%) Acessibilidades 11,0 Health Club (7%) 1,9 (1%) Edifício de Apoio Administrativo 13,5 (8%) Demolições 2,5 (2%) Milhões de FEC 17,2 (11%) Estádio 108,7 (66%)

32 GRÁFICO 9 ALVALADE XXI - Investimento do Estádio por tipo de obra Elevadores e Escadas Rolantes 1,0 (1%) Mobiliário e Carpintaria 1,5 (1%) Fornecimento e Montagem de Cadeiras 1,7 (2%) Outros 22,8 (21%) Milhões de Escavação/Estrutura/Alven aria 40,6 (37%) Video Screen 1,7 (2%) Cobertura + Mastros 15,3 (14%) Redes e Instalações Electricas 20,2 (18%) ESTÁDIO Caxilharia 3,9 (4%) GRÁFICO 10 ALVALADE XXI - Investimento por Fornecedor Tecnovia IBM 4,0 3,6 (3%) (3%) Martifer 5,2 (4%) Ambisider Siemens 2,1 2,5 (1%) (2%) OPCA 9,9 (7%) Martifer / Simi 13,1 (9%) Outros 20,3 (14%) Novopca 14,3 (10%) Alves Ribeiro 50,6 (35%) EFACEC 17,5 (12%) Milhões de Embora, como referimos no Capítulo I, não seja a finalidade deste trabalho efectuar uma auditoria à documentação que serviu de base aos registos contabilísticos das contas do Grupo, por se tratar dum conjunto de despesas de particular importância para o património do Clube, efectuámos a verificação, por amostragem, da documentação comprovativa dos gastos efectuados com as obras, tanto do complexo desportivo Alvalade XXI como da Academia. Foi verificado um total de 60% dos gastos efectuados no complexo Alvalade XXI e de 26% do

33 investimento efectuado na Academia. Foram examinadas todas as facturas de montante superior a em ambos os casos. Não se detectaram anomalias na documentação examinada. Face ao atrás exposto, e aos elevados valores do investimento efectuado em Imobilizado corpóreo com a construção do complexo desportivo e de lazer Alvalade XXI, do qual é parte integrante o novo estádio, poderá questionar-se se a actual situação financeira do Sporting se deve ao avultado investimento efectuado 164 M - e aos juros de financiamentos daí decorrentes. Analisando o Quadro 4, atrás apresentado, é-se levado a concluir que o fluxo negativo de tesouraria globalmente resultante das operações de imobiliárias (construção do Complexo Alvalade XXI e da Academia, venda de terrenos e edifícios e subsídios obtidos) se cifrou em 13 milhões de euros, valor pouco expressivo (4,9%) em comparação com os 263 M de empréstimos contraídos. No entanto, esse quadro não nos permite ter uma visão temporal da evolução dos fluxos de tesouraria provenientes da actividade imobiliária. Essa necessidade é colmatada pelo gráfico abaixo, que nos dá a evolução, ao longo dos anos das necessidades de financiamento provenientes dos investimentos imobiliários efectuados. As colunas mostram os investimentos e as vendas conforme registados no Balanço, e a linha representa os fluxos de caixa reais líquidos provenientes do Activo Imobilizado, conforme retirados do Gráfico 5 (ponto 3 do Capítulo II). GRÁFICO 11 Evolução das necessidades de fundo de maneio dos investimentos imobiliários Milhões de (17,9) 21,1 34,5 51,0 51,3 (50) (161,5) (100) (150) (200) Pagamentos Demolições Pagamentos Construção Recebimentos Subsídios Recebimentos Vendas Cash Flow Imob. Corp. Acumulado

34 A análise deste gráfico permite-nos concluir que, no decorrer da construção do Alvalade XXI (início em 2001), o Sporting teve naturais carências de tesouraria, para as quais teve que contrair empréstimos avultados para fazer face ao investimento a efectuar, pois os subsídios e as vendas de terrenos e edifícios foram sendo realizados parcelarmente: em 2004 (ano em que o novo Estádio entra em Imobilizado), em 2005, 2007 e Por via desses financiamentos, foram pagos juros durante vários anos que podem ser imputados ao investimento. Com base nos Cash Flows negativos das operações imobiliárias em cada ano, a proporção dos juros pagos desde 1999 e até ao presente (2010) que pode ser imputada a essa actividade ascende a 49,5 M. Este será o montante dos custos que podemos imputar aos investimentos imobiliários, para além das amortizações anuais normais equivalentes ao desgaste desse mesmo Activo (actualmente cerca de 6 M anuais). Aquele valor teve também influência no Cash flow de tesouraria, que juntamente com os 13 M negativos se cifrou, somente para o imobilizado corpóreo, em cerca de -63 M desde O actual património imobiliário do Sporting integra, além da Academia a parte não alienada do complexo Alvalade XXI, (Estádio, Museu, Multidesportivo e Acessibilidades). Este património está hipotecado, servindo de garantia aos empréstimos contratados. Os valores pelos quais foram alienados os terrenos pertencentes ao Clube tiveram por base avaliações efectuadas por empresas da especialidade. A gestão do património imobiliário, traduzida, conforme evidenciado no Quadro 4, no valor líquido de -12,8 M, se acrescida do montante de 49,5 M referente a juros imputáveis ao investimento efectuado (não capitalizados), demonstra que este foi um dos factores que terá contribuído para a actual situação financeira consolidada das contas do Sporting Imobilizado incorpóreo O imobilizado incorpóreo é quase integralmente composto pela propriedade dos direitos contratuais do Clube sobre os jogadores e treinadores (os chamados passes ). Embora aqui também estejam incluídos jogadores de outras modalidades, a esmagadora maioria destes direitos relaciona-se com a equipa profissional de futebol. Até à época de 1996/1997, os passes dos jogadores estavam contabilizados no Sporting Clube de Portugal. Na época de , os valores contabilísticos líquidos desses direitos foram transferidos para a SAD como entrada em espécie do Sporting Clube de Portugal no capital desta Sociedade, pelo valor total de 30 milhões de euros. Essa entrada em espécie incluiu uma reavaliação dos valores dos passes dos jogadores por mais 4,5 milhões de euros do que estava contabilizado anteriormente no Clube (25,5 M ). O gráfico seguinte demonstra qual foi a evolução dos valores líquidos dos passes dos jogadores e treinadores (imobilizado incorpóreo) desde a época de , primeira época para a qual se dispõe de contas consolidadas. Note-se que se trata de valores líquidos, portanto já deduzidos das amortizações anuais dos referidos passes. As amortizações são efectuadas em quotas anuais constantes, de acordo com os anos de vigência dos direitos contratuais existentes

35 GRÁFICO 12 Evolução do imobilizado incorpóreo líquido passes dos jogadores Milhões de Uma análise da evolução dos valores acima, aponta para 2001 como o ano em que o plantel estava mais valorizado. Este valor foi descendo gradativamente até 2007, ano em que apenas valia 14 milhões de euros (preços correntes). Em 2010, o plantel estava já valorizado por 41 milhões de euros, valor idêntico ao de O quadro seguinte, mostra como foram obtidos os valores patentes no gráfico, respeitantes à evolução do Imobilizado incorpóreo líquido (passes do jogadores e treinadores) ao longo dos últimos 12 anos: QUADRO 5 Evolução do Imobilizado Incorpóreo líquido (Passes dos Jogadores - SAD) Milhões de Saldo inicial líquido 38,8 41,1 35,5 51,9 45,6 36,9 27,2 16,6 18,8 14,4 28,7 26,3 Aquisições de passes 24,8 12,9 35,7 17,7 10,4 3,6 6,1 15,6 9,5 22,2 10,4 31,2 Amortizações anuais 13,5 14,6 17,8 17,5 16,6 11,5 12,9 7,8 7,2 7,1 10,8 13,6 Vendas/Abates de passes (valor de aquisição líquido) 9,1 3,9 1,6 6,3 2,6 1,7 3,8 5,6 6,8 0,9 1,9 2,9 Saldo final líquido 41,1 35,5 51,9 45,6 36,9 27,2 16,6 18,8 14,4 28,7 26,3 41,0 Da análise do quadro, ficamos a conhecer quais foram os anos em que foram efectuadas mais aquisições, e quais as consequências dessas aquisições ao nível das amortizações dos respectivos passes. Ressaltam as épocas de 2001 e 2010, com aquisições acima dos 30 milhões de euros, anos em que se verificaram maiores prejuízos. Este facto, por si só, embora gere mais amortizações - que poderão nem ser muito elevadas na época da compra, se esta for efectuada a meio da época e mais custos com o pessoal, não afecta necessariamente os resultados de forma negativa, pois pode gerar proveitos superiores aos custos produzidos

36 Por outro lado, a época com menos aquisições foi 2004 (menos de 4 milhões de euros), logo seguida de 2005, com cerca de 6 milhões de euros. Analisando as amortizações anuais dos passes, nota-se que estas foram especialmente elevadas (acima dos 13,5 M anuais) nos anos de 1999 a 2003 e em Quatro (2001, 2002, 2003 e 2010) destes seis anos foram os anos em que o Sporting teve prejuízos mais avultados (ver ponto 2 do Capítulo II). Por outro lado, os anos que apresentam menos amortizações de passes de jogadores, os de 2007 e 2008 (7 M anuais), foram respectivamente, o único ano com lucro e o 2º com menor prejuízo do período. Sendo um facto que as amortizações de passes de jogadores influenciam de forma considerável os resultados dos exercícios, em termos financeiros, porém, estes factos isolados não nos informam muito acerca da sua consequência em termos de fluxos de tesouraria que criaram ou da sua contribuição final para os resultados do Grupo Sporting. Na análise do quadro, deve-se ter em conta que as saídas dos passes de jogadores e treinadores estão neste quadro valorizadas ao preço líquido da compra, ou seja, ao valor de aquisição menos as amortizações acumuladas efectuadas até à altura da venda. Para os jogadores que tenham estado há mais tempo no clube, o valor líquido do passe poderá já estar registado na contabilidade por zero euros, em consequência das amortizações acumuladas. Esta informação relativa às alienações dos passes dos jogadores, embora útil para calcular o saldo final do valor líquido dos passes em poder do Sporting, não elucida acerca dos movimentos de tesouraria e das mais ou menos valias provenientes dessas vendas. Por estas razões, elaborámos o gráfico que se segue, que nos permite comparar as aquisições e vendas dos passes época a época. Neste gráfico, as vendas dos passes estão valorizadas ao preço de venda, incluindo todas as diversas facetas de negociação do contrato que tenham originado proveitos para o Clube. Note-se que alguns desses proveitos podem não estar contabilizados no ano da venda do passe de um determinado jogador, pois os direitos da SAD na transferência do jogador podem estender-se para além da época da transferência, como é o caso dos direitos sobre transferências futuras para terceiros clubes. Este gráfico, comparando valores reais das aquisições e das vendas dos passes de jogadores, permite-nos ter a percepção da consequência, época a época, em termos de tesouraria, da política de aquisições e vendas dos passes dos jogadores e treinadores

37 GRÁFICO 13 Evolução das aquisições e vendas de passes de jogadores Imobilizado Bruto Na análise do gráfico, destacam-se 3 épocas relativamente às vendas: 2007, com vendas no valor de mais de 30 milhões de euros, a primeira época da série, 1999, com cerca de 25 milhões de euros e 2011 com 22 milhões de euros. Nenhum outro ano apresenta vendas superiores a 20 milhões de euros. Note-se que, certamente por influência das vendas de passes verificadas nesse ano, 2007 foi o único ano da série que analisámos em que o Grupo Sporting teve resultados positivos. Em contrapartida, a época de 2009 registou vendas praticamente nulas. As outras 3 épocas menos expressivas em vendas de passes de jogadores, foram 2005, 2008 e 2010, inferiores a 2 M cada e 2010 foram dois dos anos com resultados mais negativos no período em análise. Sem vendas, não se produziram mais-valias, essenciais para o equilíbrio das contas, face à actual estrutura de custos do Grupo Sporting. No mesmo gráfico, as partes amarela e laranja das colunas destaca as aquisições e vendas que pertencem, em cada ano, ao First Portuguese Football Players Fund, Ltd. Esta entidade, que não tem qualquer relação financeira com o Grupo Sporting, é um fundo de investimento que adquiriu em 3 épocas diferentes parte do passe de vários jogadores, entre os quais estão Hugo Viana, Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Marius Niculae, Danny, Beto, Liedson, João Moutinho, Paulo Sérgio, Carlos Saleiro e Yannick Djaló. Estas operações consistiram na aquisição, por parte do Fundo, duma percentagem dos passes de determinados jogadores, que o Fundo entendeu terem maior potencial de valorização futura. Pela aquisição dessa parte do passe, a SAD do Sporting valorizou os jogadores na parte correspondente ao que recebeu do Fundo, deduzido o valor líquido pelo qual esses jogadores estavam registados em Imobilizado. Obteve assim uma mais-valia, por contrapartida dum aumento do Activo

38 Com a venda dos passes em épocas futuras, o Sporting apenas recebeu a parte do passe que ainda detinha, recebendo o Fundo a respectiva percentagem da venda, de acordo com a parte do passe que anteriormente tinha adquirido. As referidas partes amarela e laranja das colunas do gráfico indicam qual o montante dessa aquisição/revalorização dos jogadores pelo Fundo, e da respectiva parte da venda desses jogadores que reverteu a favor do Fundo. O quadro abaixo mostra quais foram as épocas em que essas operações se efectuaram, e quais os montantes envolvidos, com consequências tanto nos recebimentos obtidos (Cash Flow) como nas mais-valias alcançadas. A última transacção que envolveu este Fundo foi a venda, na época de , do passe do jogador João Moutinho, do qual o Fundo tinha adquirido 10% em No cômputo geral, o Fundo entregou à SAD do Sporting 9 M entre 2001 e 2005, tendo em contrapartida realizado 12,2 M até 2011 com a venda dos passes dos jogadores cuja parte tinha adquirido. Época QUADRO 6 Contribuição do Fundo de jogadores Aquisição pelo Fundo de parte dos passes de alguns Jogadores Contas da SAD Tesouraria Proveitos/Revalorizações Recebido Mais-Valias Milhares de Valores recebidos pelo Fundo na venda posterior dos passes dos Jogadores 2001/ / / / / / / TOTAL Tal como fizemos relativamente ao Imobilizado Corpóreo, e visto que o valor acumulado negativo de tesouraria relativo ao imobilizado Incorpóreo (-59 M até 2010) se reparte ao longo dos anos, elaborámos o gráfico abaixo que nos informa acerca das consequências, em termos de tesouraria, das aquisições e vendas dos passes dos jogadores e treinadores ao longo dos anos. O gráfico não tem em conta diferenças temporais no pagamento e recebimento dos passes, que podem ser analisadas no Gráfico 5 (ponto 3 do Capítulo II). Neste gráfico, os valores apresentados não incluem os montantes relativos às partes amarela e laranja do gráfico anterior, pois não correspondem a reais saídas ou entradas monetárias na SAD do Sporting. No entanto, acrescentámos ao valor das vendas as importâncias recebidas do Fundo relativas à compra por esta entidade de parte dos passes de alguns jogadores, conforme expresso na 1ª coluna do quadro anterior (cerca de 9 M em 3 épocas). De facto, trata-se de vendas antecipadas de parte dos passes, que a SAD recebeu em tesouraria

39 GRÁFICO 14 Aquisições e vendas de jogadores e treinadores Como resultado da análise deste gráfico, concluímos que as épocas que mais contribuíram para o deficit de tesouraria provocado pelas aquisições de passes de jogadores e treinadores foram 2000/2001 e 2009/2010, com valores na ordem dos -30 M cada, exactamente os períodos que coincidem com as épocas de maiores compras, visto que estas não foram compensadas por vendas correspondentes. Só esses 2 anos em conjunto apresentaram um deficit superior ao apurado no total do período (13 épocas). Outras épocas críticas foram 2007/2008 e 2008/2009, com -20 M e -10 M, respectivamente. Em sentido contrário, destacam-se duas épocas francamente positivas em termos de tesouraria nas transacções de passes de jogadores e treinadores: 2006/2007 (+21 M ), a época única em que o Grupo apura um Resultado Líquido positivo, e 2010/2011 que foi, até Março, positiva (+18 M ). Por outro lado, a linha do gráfico informa-nos acerca do deficit acumulado de tesouraria proveniente da aquisição e venda de passes de jogadores. Este deficit crónico, com o valor global de 41 M, gerou uma parte considerável dos empréstimos contraídos, chegando a atingir em 2010 a percentagem de 23% do endividamento bancário. Os juros imputáveis à quota-parte dos empréstimos gerados pelo Cash flow negativo dos passes dos jogadores foram de 22 M

40 Este gráfico, no quadro que tem inserido, dá-nos ainda outra informação relevante: o saldo de tesouraria resultante de todas as operações de investimento em imobilizado incorpóreo, relacionadas com aquisições e vendas dos passes de jogadores. Este saldo foi negativo em cerca de 41 milhões de euros até 2011, e 59 M até 2010, isto é, quase 5 vezes mais do que o saldo negativo proveniente das operações de investimento em imobilizado corpóreo desde 1998 (terrenos e edifícios). A informação acima, embora muito útil em termos de evolução da tesouraria, não nos dá a percepção da influência das operações de vendas dos passes dos jogadores e treinadores nos Resultados Líquidos do grupo, pois a mais ou menos valia que daí advém depende, além do preço de venda, do custo de aquisição desse passe, que normalmente foi adquirido noutra época anterior, e da amortização acumulada já efectuada do passe anteriormente adquirido, que depende do número de anos de contrato que já tenham sido cumpridos pelo jogador, desde a sua aquisição e até à venda do passe. Essa informação está sintetizada no quadro abaixo, que nos dá, época a época, esclarecimento acerca dos valores individuais das principais (> 1 M ) compras e vendas de passes de jogadores e treinadores, ocorridas no período em análise (épocas 1998/1999 a 2010/Março de 2011), informando simultaneamente acerca das mais ou menos valias daí resultantes. Nos valores de compra foram incluídas todas as verbas capitalizadas em imobilizado incorpóreo, designadamente passes dos jogadores, prémios, formação e outros valores pagos relacionados com a aquisição do passe ou o alargamento do prazo do contrato do jogador para uma data posterior à inicialmente contratada. Os valores capitalizados nos vários anos estão todos incluídos na primeira época de cada jogador, mesmo que tenham sido negociados posteriormente

41 QUADRO 7 Resumo do movimento dos jogadores entre e Época Jogador Tipo de Operação Valor Compra Amortizações Acumuladas Valor Venda Outros Gastos/ Rendimentos Milhares de +/- Valias 1997/1998 Abdelilah Saber Compras 980, /2001 Abdelilah Saber Vendas - 780, , ,6 1997/1998 Aldo Duscher Compras 4.743, /2000 Aldo Duscher Vendas , , ,0 1997/1998 Manuel Maçães (Bino) Compras 1.249, /2001 Manuel Maçães (Bino) Abates , /1998 Bruno Gimenez Compras 5.323, /1999 Bruno Gimenez Vendas , ,9 764,4 853,2 1997/1998 Carlos Miguel Compras 4.846,9 908, ,1-160,9 1997/1998 Delfim Teixeira Compras 1.987, /2001 Delfim Teixeira Vendas - 835, , ,7 1997/1998 Edmilson Pimenta Compras 4.551, /2001 Edmilson Pimenta Vendas ,8 200,3 - (26,0) 1997/1998 Fábio de Brito (Nenê) Compras 2.507, /1999 Fábio de Brito (Nenê) Vendas , ,1-157,0 1997/1998 Joaquim Alberto (Quim Berto) Compras 1.805, /2001 Joaquim Alberto (Quim Berto) Abates , /1998 Julián Kmet Compras 4.872, /2002 Julián Kmet Abates ,0-63,9 (1.154,1) 1997/1998 Leandro Machado Compras 4.803, /1999 Leandro Machado Vendas , , ,7 1997/1998 Mustapha Hadjy Compras 1.247,0 381, , ,8 1997/1998 Pedro Barbosa Compras 3.017, /2005 Pedro Barbosa Abates , /1998 Renato + Leão Compras 1.906, /1999 Renato + Leão Vendas - 743, ,2-9,8 1997/1998 Roberto Severo (Beto) (1)(5) Compras 2.800, /2006 Roberto Severo (Beto) (1)(5) Vendas , ,0 (637,0) (962,6) 1997/1998 Rui Jorge Compras 2.463, /2005 Rui Jorge Abates , /1998 José Vidigal Compras 271, /2000 José Vidigal Vendas - 175, , ,0 1997/1998 Simão Sabrosa (5) COMPRAS 995, /1999 Simão Sabrosa (5) Vendas - 185, ,3 719, ,9 1998/1999 Alberto Acosta (Beto Acosta) Compras 1.961, /2001 Alberto Acosta (Beto Acosta) Abates , /1999 Francisco Delgado (Chiquinho) Compras 1.296, /2005 Francisco Delgado (Chiquinho) Abates , /1999 Mauricio Hanuch (2) Compras 4.076, /2003 Mauricio Hanuch (2) Abates ,1 - - (1.415,5) 1998/1999 Peter Krpan Compras 2.617, /2001 Peter Krpan Abates , /1999 Peter Schmeichel Compras 2.281, /2001 Peter Schmeichel Abates , /1999 Antonio Gonzalez (Toñito) Compras 3.525, /2004 Antonio Gonzalez (Toñito) Abates ,8 - - (636,8) 1998/1999 Facundo Quiroga Compras 6.113, /2004 Facundo Quiroga Abates ,9 - - (1.104,1) 1999/2000 Ayew Kwame (2) Compras 3.958, Ayew Kwame (2) ,2 - (112,2) (689,5) 1999/2000 César Prates Compras 1.924, , ,8 253,0 337,6 1999/2000 Dimas Teixeira Compras 1.712, /2002 Dimas Teixeira Abates ,1 - - (527,4) 1999/2000 Mbo Mpenza Compras 2.804, /2002 Mbo Mpenza Abates - 968, ,4-1999/2000 Pavel Horvath Compras 1.805, /2002 Pavel Horvath Abates - 381, ,5 (2,3)

42 Época QUADRO 7 Resumo do movimento dos jogadores entre e (Continuação) Jogador Tipo de Operação Valor Compra Amortizações Acumuladas Valor Venda Outros Gastos/ Rendimentos Milhares de +/- Valias 1999/2000 Ricardo Quaresma (1)(5) Compras /2003 Ricardo Quaresma (1)(5) Abates Vendas ,0 (1.797,0) 4.203,0 1999/2000 Paulo Bento Compras 2.149, /2004 Paulo Bento Abates ,0 - - (181,0) 1999/2000 Alan Mahon Compras 305, /2001 Alan Mahon Vendas - 165, , ,6 1999/2000 Ricardo Fernandes COMPRAS 124, /2003 Ricardo Fernandes Vendas - 68, , ,6 2000/2001 Sá Pinto Compras 3.346, /2006 Sá Pinto Abates , /2001 Rodrigo Tello Compras 7.337, /2007 Rodrigo Tello Abates , /2001 Hugo Vieira Compras 1.334, /2006 Hugo Vieira Abates , /2001 João Vieira Pinto Compras 4.189, /2004 João Vieira Pinto Abates ,6 - - (87,3) 2000/2001 Luís Filipe (1) Compras 3.687, /2005 Luís Filipe (1) Abates ,4 - - (1.371,1) 2000/2001 Marius Niculae (1) Compras 8.489, /2005 Marius Niculae (1) Abates ,4 - - (3.104,1) 2000/2001 Custódio Castro (1) Compras 735, /2007 Custódio Castro (1) Abates - 179, ,0 (505,0) (60,9) 2000/2001 Hugo Viana (1)(5) Compras 31, /2002 Hugo Viana (1)(5) Vendas - 16, ,0 (3.641,3) 8.856,6 2001/2002 Daniel Gomes (Danny) Compras 840, /2005 Daniel Gomes (Danny) Vendas ,0 (1.050,0) (190,0) 2001/2002 Mário Jardel Compras 9.167, /2004 Mário Jardel Vendas ,0 600, /2002 Cristiano Ronaldo (1)(5) Compras /2004 Cristiano Ronaldo (1)(5) Vendas ,0 (3.831,8) /2003 Clayton Cruz Compras 1.950, /2005 Clayton Cruz Abates , /2003 Paulo Sérgio Compras 1.069, /2011 Paulo Sérgio Abates - 653,0 - - (416,0) 2002/2003 Ricardo Pereira Compras 2.472, /2008 Ricardo Pereira Vendas , ,0 (400,0) 1.097,9 2002/2003 Anderson Polga Compras 2.250, /2007 Anderson Polga Abates , /2007 Anderson Polga Compras 3.800, , /2004 Liedson Muniz Compras 3.350, /2007 Liedson Muniz Abates ,9 - - (173,1) 2005/2006 Liedson Muniz (1) Compras 5.723, /2011 Liedson Muniz (1) Vendas , ,0 650,0 476,6 2004/2005 Joseph Enakarhire Compras 1.250, /2006 Joseph Enakarhire Vendas - 34, ,0 (1.650,0) 3.134,8 2004/2005 Mauricio Pinilla Compras 1.200, /2007 Mauricio Pinilla Abates , /2005 Rogério Régis Compras 1.020, /2006 Rogério Régis Vendas - 481,7 7,9 192,3 (338,3) 2004/2005 Roudolphe Douala Compras 1.051, /2008 Roudolphe Douala Abates , /2006 Abel Ferreira Compras 1.260, , /2006 Deivid de Souza Compras 4.050, /2007 Deivid de Souza Vendas , ,0 (1.000,0) 962,5 2005/2006 João Alves Compras 2.925, /2007 João Alves Abates ,

43 QUADRO 7 Resumo do movimento dos jogadores entre e (Continuação) Época Jogador Tipo de Operação Valor Compra Amortizações Acumuladas Valor Venda Outros Gastos/ Rendimentos Milhares de +/- Valias 2005/2006 Morgan Romagnoli Compras 2.010, /2007 Morgan Romagnoli Abates , /2006 Fábio Rochemback (3) Compras 1.500, /2010 Fábio Rochemback (3) Vendas - 906, , ,1 2005/2006 Wenderson Said (Wender) Compras 1.172, /2007 Wenderson Said (Wender) Abates - 922, /2006 Luís da Cunha (Nani) Compras 62, /2007 Luís da Cunha (Nani) Vendas - 62, ,0 (1.340,0) ,0 2006/2007 João Moutinho (1) Compras 3.325, /2011 João Moutinho (1) Vendas , , , ,2 2006/2007 Carlos Paredes Compras 1.400, /2008 Carlos Paredes Abates - 799,9 - - (600,1) 2006/2007 Miguel Veloso Compras 480, /2011 Miguel Veloso Vendas - 258, ,0 (451,8) 8.326,5 2007/2008 Helder Postiga Compras 3.950, , /2008 Izmailov Lokomotiv Compras 5.000, , /2008 Marco Caneira (4) Compras 2.450, /2011 Marco Caneira (4) Imparidade ,0 - - (1.250,0) 2007/2008 Milan Purovic Compras 2.246, , /2008 Simon Vukcevic Compras 3.502, , /2010 Simon Vukcevic Compras 2.000, , /2008 Vladimir Stojkovic Compras 1.739, , /2009 Leandro Grimi Compras 3.950, , /2010 Evaldo Fabiano Compras 3.000,0 562, /2010 João Pereira Compras 3.131,8 860, /2010 Matías Fernández Compras 5.285, , /2010 Pedro Mendes Compras 2.231, , /2010 Florent Pongolle Compras 6.762, , /2011 Nuno Coelho Compras 1.000,0 187, /2011 Marco Natanel Torsiglieri Compras 3.400,0 425, /2010 Marco Natanel Torsiglieri Vendas 50% , /2011 Jaime Valdés Compras 3.300,0 824, Total , , ,6 (9.216,1) ,7 NOTAS: (1) - O valor de compra está deduzido do valor pertencente ao First Portuguese Football Players Fund, Ltd. (2) - Contabilisticamente o valor da menos valia foi registado como amortização extraordinária (conta #66) e não como custo estraordinário (conta #69). (3) - Considerámos em amortizações o montante de 571 milhares de euros que correspondem a amortização e imparidade posterior à venda, já que permanece no activo bruto esse mesmo montante relativo a 40% dos direitos económicos sobre o passe do jogador. (4) - Contabilisticamente o montante de menos valia corresponde a uma imparidade dado que não ocorreu a venda ou abate do passe até 27 de Março. (5) - Na coluna "Outros gastos e rendimentos" estão incluidas as verbas recebidas em épocas posteriores, referentes aos Direitos de Formação ao abrigo do Mecanismo de Soliedariedade do Regulamento FIFA. Analisando o quadro acima, este dá-nos informação exaustiva de todos os principais movimentos de passes de jogadores durante as últimas 13 épocas. A nossa análise incluiu a consulta dos contratos mais significativos dos jogadores de futebol profissional. Seleccionámos os 12 contratos com maior valor de venda, representando 74% do total de vendas de passes do período, e 82% do total de mais-valias obtidas no mesmo período. Não foram detectadas anomalias nos montantes contabilizados. Os dois quadros seguintes, ordenam em ranking, separadamente, a informação relativa aos resultados obtidos com as vendas e abates dos passes de jogadores e treinadores, de acordo

44 com o facto de daí terem resultado mais ou menos valias nas vendas durante todas as 13 épocas consideradas. A grande maioria das vendas foram negócios com resultado positivo, daí resultando cerca de 126 milhões de euros de mais-valias em vendas de passes, o que dá uma média de 3,9 milhões de euros por jogador. QUADRO 8 Vendas de jogadores com mais valias entre e Milhares de Época Nome/N.º Valor Valor Amort. Out. Venda Bruto Acum. Cust./Prov. + Valia 2006/2007 Luís da Cunha (Nani) ,0 62,5 62,5 (1.340,0) ,0 1998/1999 Simão Sabrosa (3) ,3 995,8 185,7 719, ,0 2003/2004 Cristiano Ronaldo (3) ,0 - - (3.831,8) ,2 1999/2000 Aldo Duscher , , , ,0 2010/2011 João Moutinho (1) , , , , ,2 2001/2002 Hugo Viana (1)(3) ,0 31,3 16,2 (3.641,3) 8.856,6 2010/2011 Miguel Veloso 9.000,0 480,0 258,4 (451,8) 8.326,5 1999/2000 José Vidigal 5.271,4 271,6 175, ,0 2002/2003 Ricardo Quaresma (1)(3) 6.000,0 - - (1.797,0) 4.203,0 1997/1998 Mustapha Hadjy 4.533, ,0 381, ,8 2005/2006 Joseph Enakarhire 6.000, ,0 34,8 (1.650,0) 3.134,8 1998/1999 Leandro Machado 5.348, , , ,7 2005/2006 Fábio Rochemback (2) 3.220, ,0 906, ,1 2000/2001 Delfim Teixeira 3.621, ,7 835, ,7 Mais valia < Mil /Jogador , , ,0 (1.930,0) ,0 Total Geral , , ,8 (12.622,3) ,5 Média / Jogador 5.319, ,5 864,9 (394,4) 3.932,1 NOTAS: (1) - O valor de compra está deduzido do valor pertencente ao First Portuguese Football Players Fund, Ltd. (2) - Considerámos em amortizações o montante de571 milhares de euros que correspondem a amortização e imparidade posterior à venda, já que permanece no activo bruto esse mesmo montante relativo a 40% dos direitos económicos sobre o passe do jogador. (3) - Na coluna "Outros gastos e rendimentos" estão incluidas as verbas recebidas em épocas posteriores, referentes aos Direitos de Formação ao abrigo do Mecanismo de Soliedariedade do Regulamento FIFA. As menos-valias obtidas durante o período são bastante menores em valor: 19 M de prejuízos. As principais foram obtidas pelo abate dos passes dos jogadores que foram dispensados do Clube sem qualquer contrapartida financeira na venda do respectivo passe. O quadro abaixo dá-nos a lista, em ranking individual, por época, dos abates verificados que, como se vê, foram em número significativo. Na maioria das situações, a menos-valia obtida não é muito elevada, pois nos casos dos passes com valores de aquisição mais elevados, a decisão de dispensar o jogador só se verifica após algumas épocas, o que tem como consequência que, à data da rescisão do contrato, já tenha sido normalmente contabilizada a maior parte da amortização do montante de aquisição do passe

45 Época QUADRO 9 Vendas/Abates de jogadores com menos valias entre e Nome/N.º Valor Venda Valor Bruto Amort. Acum. Out. Cust./Prov. Milhares de - Valia 2004/2005 Marius Niculae (1) 8.489, ,4 - (3.104,1) 2002/2003 Mauricio Hanuch (2) 4.076, ,1 - (1.415,5) 2004/2005 Luís Filipe (1) 3.687, ,4 - (1.371,1) 2010/2011 Marco Caneira (4) 2.450, ,0 (1.250,0) 2001/2002 Julian Kmet 4.872, ,0 63,9 (1.154,1) 2003/2004 Facundo Quiroga 6.113, ,9 - (1.104,1) 2005/2006 Roberto Severo (Beto) (1)(5) 1.300, , ,7 (637,0) (962,6) 2002/2003 Ayew Kwame (2) 3.958, ,2 (112,2) (689,5) 2003/2004 Antonio Gonzalez (Toñito) 3.525, ,8 - (636,8) 2007/2008 Carlos Paredes 1.400,0 799,9 - (600,1) 2001/2002 Dimas Teixeira 1.712, ,1 - (527,4) 2005/2006 Hugo Valdir 509,7 9,5 - (500,2) Menos valia < 500 Mil /Jogador , , ,0 453,0 (5.653,0) Total , , ,0 (232,3) (18.968,5) Média / Jogador 79, ,7 768,3 (3,6) (291,8) NOTAS: (1) - O valor de compra está deduzido do valor pertencente ao First Portuguese Football Players Fund, Ltd. (2) - Contabilisticamente o valor da menos valia foi registado como amortização extraordinária (conta #66) e não como custo estraordinário (conta #69). (4) - Contabilisticamente o montante de menos valia corresponde a uma imparidade dado que não ocorreu a venda ou abate do passe até 27 de Março (5) - Na coluna "Outros gastos e rendimentos" estão incluidas as verbas recebidas emépocas posteriores, referentes aos Direitos de Formação ao abrigo do Mecanismo de Soliedariedade do Regulamento FIFA Até agora, apenas analisámos a influência na tesouraria (Cash Flows) e nos Resultados, por meio das mais ou menos valias obtidas, das decisões efectuadas entre Julho de 2008 e Março de 2011 relativamente às aquisições e vendas de passes de jogadores e treinadores. No entanto, a influência destas aquisições e vendas nos resultados do Grupo Sporting vai mais além das mais ou menos valias obtidas com as alienações dos passes. Qualquer decisão de compra dum passe de jogador ou treinador tem como consequência custos com amortizações, salários e outros encargos com o pessoal que se estendem até ao fim do contrato, ou até à alienação do passe. O gráfico abaixo permite-nos fazer a apreciação, época a época, da contribuição da rentabilidade da actividade do Futebol Profissional para os resultados do Grupo Sporting. Como custos, incluímos as amortizações anuais dos passes e os encargos com o pessoal (apenas jogadores e treinadores), tendo também em conta as mais e menos valias líquidas anuais obtidas na alienação dos passes. Como os proveitos relacionados com a actividade desportiva do Clube, elegemos os seguintes: receitas de bilheteira, patrocínios, publicidade, quotização, televisão e prémios de participação nas competições da UEFA. Estamos a incluir neste gráfico todos os proveitos acima descritos, quando na realidade uma parte deles poderá não estar ligada à actividade futebolística. Desprezamos propositadamente esses montantes, no pressuposto que não serão materialmente relevantes para os resultados apurados

46 GRÁFICO 15 Evolução da margem bruta do futebol profissional Milhões de (13) (15) (18) (18) (17) (7) (17) (23) (15) (23) (12) (13) (20) (23) (8) (7) (7) (11) (14) (17) (18) (18) (21) (22) (6) Amort. Ex. Imob. Incorpóreo Remunerações+Enc. Seg. Social + ou - Valias e Abates Proveitos Margem Bruta Margem Bruta Sem +/- Valias Custos com +/- Valias O gráfico acima, que apura o que chamamos, em termos genéricos, Margem Bruta do Futebol Profissional (Proveitos da actividade desportiva +/- valias na venda de passes - custos com pessoal (jogadores e treinadores) amortizações de jogadores e treinadores), permite-nos tirar simultaneamente várias conclusões: A época com custos mais elevados com os jogadores e treinadores foi 2003, com mais de 45 milhões de euros de encargos, incluindo uma menos-valia líquida de 5,7 M. Logo em seguida estão as épocas de 2001, 2005 e 2010, com custos totais na ordem dos 41 M, 36 M e 36 M, respectivamente. Estes valores incluem as menos valias das vendas das respectivas épocas. Existe uma forte correlação entre os custos com os jogadores e treinadores e os resultados líquidos obtidos no Grupo. As 3 épocas indicadas no ponto anterior são 4 das 6 piores épocas em resultados líquidos nas contas do Grupo Sporting. Seria de esperar que os proveitos obtidos provenientes das actividades desportivas cobrissem pelo menos os custos directos com a equipa de futebol, conforme elencados no gráfico. Caso contrário, isso significaria ter uma Margem Bruta de exploração negativa (venda por preço inferior ao do custo). Ora foi exactamente o que aconteceu nas épocas de 2001 e 2003, que apresentaram margens brutas de exploração negativas da actividade de futebol profissional na ordem dos 6 M e 23 M, respectivamente

47 Por último, apresentamos um quadro que resume, para os anos relativos às contas consolidadas, qual a Margem Bruta do Futebol Profissional apurada durante esse período. QUADRO 10 Margem bruta do futebol profissional Descrição Milhões de Valor Proveitos da actividade desportiva(1) 420 Custos e +/- Valias: Amort. Ex. Imob. Incorpóreo (151) Remunerações+Enc. Seg. Social (224) + ou - Valias e Abates 79 Total de custos e +/- valias (297) Total Margem Bruta do Futebol 123 Margem bruta média anual 10 (1) Inclui as receitas de bilheteira, Patrocínios, publicidade, quotização, televisão e prémios de participação da UEFA. A margem bruta média do futebol do profissional por época, que ronda os 10 M, não é suficiente para compensar os juros pagos anualmente pelos empréstimos contraídos. E para além destes, nos custos normais de estrutura encontram-se cerca de 20 M em Fornecimentos e Serviços Externos, além de cerca de 6 M em outros custos com o pessoal administrativo e outros 6 M em amortizações de imobilizado corpóreo nos últimos anos. De facto, o ponto crítico da Margem Bruta do Futebol Profissional situa-se entre os 30 M e os 35 M antes de encargos financeiros. Em conclusão, podemos dizer que a gestão do plantel, que contabilisticamente se denomina como Imobilizado Incorpóreo, foi um dos factores com maior influência nas contas do Grupo Sporting, pois: Contribuiu para o deficit de tesouraria, em termos de compras menos vendas, em -59 M nos últimos 12 anos ( , representando cerca de 23% das dívidas de financiamento no último ano). Gerou uma Margem Bruta muito baixa, insuficiente para sustentar os custos fixos do Grupo, que lhe são superiores, em média, em quase 25 M por ano (excluindo encargos financeiros). Existe uma elevada correlação entre os custos com a equipa de futebol e os resultados líquidos das contas do Grupo Sporting. Épocas como 2001 e 2003, foram tão negativas na exploração do plantel, que nesses anos as receitas desportivas do Grupo Sporting não chegaram a cobrir os custos directos com a equipa de futebol, com margens brutas negativas conjuntas, nos 2 anos, na ordem dos 30 M

48 1.3. Dívidas de financiamento Após termos examinado as duas principais rubricas do Activo, passamos a analisar a maior conta do Passivo, que em 2010 atingiu 263 milhões de euros. O gráfico abaixo ajuda-nos a identificar a evolução das dívidas do Grupo ao longo dos anos, devendo-se realçar a sua subida em flecha a partir de 2001 inclusive, tendo em apenas 3 anos (até 2003) atingido cerca de 230 milhões de euros, à razão de um aumento médio de mais de 50 M por ano (em 2000, as dívidas de financiamento situavam-se um pouco acima de 70 M ). As necessidades financeiras que se fizeram sentir neste período, tiveram três razões básicas: O início das obras do novo Estádio e do complexo desportivo Alvalade XXI, que se estenderam de 2001 a 2003, tendo sido contabilizadas como imobilizado em curso até 2003 e transferidas em 2004 para Imobilizado Corpóreo. O total da obra orçou em 164 milhões de euros, estando já contabilizado em 2003 o montante de 127 M. Os investimentos no plantel (imobilizado incorpóreo), que nesses 3 anos tiveram um saldo global negativo (vendas aquisições) de -25 M. Os Resultados líquidos negativos desse triénio, que totalizaram 81 milhões de euros, e que incluíram um Cash Flow operacional negativo total de cerca de 51 M (Gráfico 5, ponto 2, Capítulo II). GRÁFICO 16 Evolução do financiamento por natureza Milhões de /2011 José Roquette Dias da Cunha Soares Franco Empréstimos e Descobertos Bancários Leasings Obrigações VMOC VMOC (CP) J. E. Bettencourt A partir de 2003 e até 2011, as dívidas de financiamento oscilaram anualmente entre os 230 M e o valor mais alto, atingido em 2005, de 277 M. As amortizações de financiamentos que se fizeram nos períodos compreendidos entre 2007 e 2009 inclusive, tiveram como origem de fundos a alienação por 51 M de parte do Alvalade XXI (2007) e dos últimos terrenos de

49 Alvalade que foram vendidos no valor total de 51 M (2009). Neste último caso o encaixe foi apenas de 30 M, pois o restante já tinha sido adiantado em anos anteriores. Estes valores não tiveram total aplicação na amortização de empréstimos, em virtude dos gastos efectuados na aquisição de jogadores nas épocas de 2007/2008, 2008/2009 e 2009/2010, que nestas 3 épocas totalizaram mais de 60 milhões de euros. A partir da época de 2005/ 2006, a SAD emitiu um empréstimo por obrigações, no valor de 19 milhões de euros, que foram totalmente subscritas. Esse empréstimo, na prática renovado em 2011, mantém-se até ao presente. Neste último ano, além da emissão das novas obrigações, que se destinavam a pagar as anteriormente emitidas em 2006, a SAD emitiu 55 milhões de euros em obrigações a 5 anos, convertíveis em acções, denominadas VMOCs (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis). Dessas obrigações, constantes no gráfico a cor rosa, apenas uma pequena parte está contabilizada como Passivo, estando a maior parte deste montante registado como Capital Próprio, de acordo com as normas do SNC. Ao valor contabilizado em Capital Próprio, é descontado o valor actual dos juros a pagar, contabilizado em passivo. Contando com o valor total das obrigações convertíveis, os financiamentos externos atingiram em 2011 um dos valores mais elevados de sempre: 276 M. Sendo estas obrigações convertíveis em acções, à data do seu vencimento (2016) os 55 milhões de euros não serão pagos, mas serão convertidos em acções da SAD. Visto que a SAD tem actualmente um capital social de 39 milhões de euros, dos quais o Sporting detém 89,322%, com a entrada deste reforço de capital, o Sporting terá que equacionar a sua posição de controlo sobre a SAD, assegurando, até essa data, a pertença directa ou indirecta de, pelo menos em valor nominal das novas acções denominadas VMOCS, para assegurar a maioria simples, ou , caso pretenda garantir a maioria qualificada de 2/3 (condições constantes do CSC). Observando agora o próximo gráfico, decorre que os empréstimos bancários (incluindo leasings) se encontram repartidos entre 2 bancos principais: o BCP e o BES. Desde 2009, o BCP tem perdido a sua posição dominante, sendo substituído pelo BES, que agora é responsável por 70% do financiamento bancário de todas as empresas do Grupo Sporting

50 GRÁFICO 17 Evolução do financiamento por entidade Milhões de 300 Outros Pub. Portugal Televisão (PPTV) VMOC (CP) VMOC Obrigações BES /2011 BCP José Roquette Dias da Cunha Soares Franco J. E. Bettencourt Além dos financiamentos bancários acima e dos empréstimos por obrigações existentes, em 2010 regista-se no Balanço um empréstimo de 7,8 M da Olivedesportos, liquidado em Neste ano, surge novo empréstimo duma entidade não financeira do mesmo grupo empresarial, a PPTV Publicidade Portugal e Televisão, SA, no valor de O aumento do endividamento externo, especialmente desde 2001, provocou um acréscimo substancial dos juros e outros custos de financiamento, cujo valor máximo se cifrou em 17 M no ano de 2007, devido à alta generalizada das taxas de juro no mercado. Em 2010, os juros baixaram para 11 M pelo motivo inverso. Analisaremos mais em detalhe esta variável da conta de Resultados no ponto 2.6 deste Capítulo. Em resumo: o endividamento bancário surge com valores mais expressivos sobretudo a partir de 2001, ano em que se iniciaram as obras de construção do novo Estádio e do complexo Alvalade XXI. Em 2005 o endividamento atingiu o valor máximo, com cerca de 277 M. Após uma descida de cerca de 39 M em 2007, em 2011 retomou-se sensivelmente o valor de 2006, se adicionarmos a emissão de 55 milhões de euros de obrigações convertíveis em acções emitidas na época 2010/2011, que se vencem em Nesta data, o Grupo Sporting terá que equacionar a sua posição de controlo sobre a SAD. Os elevados valores de endividamento devem-se, não só ao investimento no novo Alvalade XXI, mas sobretudo às aquisições, ao longo dos anos, de passes de jogadores sem a devida contrapartida em vendas, e também a sucessivos Cash Flows correntes negativos de exploração

51 1.4. Diferimentos e provisões O montante global de provisões, que em 2009 e 2010 apresentava o saldo em Balanço de 5,2 M e de 7,3 M respectivamente, não é muito relevante relativamente às restantes rubricas do Activo. Nos restantes anos, os saldos desta rubrica foram sempre inferiores a 5 milhões de euros. O gráfico abaixo mostra a decomposição das provisões registadas no passivo, relativamente ao Balanço de GRÁFICO 18 Provisões 2010 Milhões de Outras provisões 3 M 36% Provisões para impostos 1 M 12% Provisões para pensões 4 M 52% Provisões para pensões (52%) Provisões para impostos (12%) Outras provisões (36%) As provisões para pensões estão constituídas de acordo com o protocolo estabelecido para benefício dos trabalhadores do SCP e da SAD, e estão devidamente actualizadas. A rubrica Outras provisões é quase integralmente constituída por riscos inerentes a licenciamentos da CML, ainda pendentes relativamente a terrenos já alienados. Relativamente aos acréscimos e diferimentos, esta rubrica é especialmente importante por via do montante registado no Passivo, que em 2010 apresenta 49,4 milhões de euros. Este valor decompõe-se em Acréscimos de custos (6,7 M ) e proveitos diferidos (42,7 M ). O gráfico abaixo apresenta a decomposição destas duas rubricas do passivo. Apresentamos apenas a decomposição dos valores relativos a 2010, pois para este tipo de contas não tem grande significado a análise em série temporal, uma vez que normalmente no ano seguinte são saldados os valores lançados como diferimentos ou acréscimos do ano

52 GRÁFICO 19 Acréscimos e Diferimentos Acréscimo de Custos 2010 Proveios Diferidos 2010 Seguros a Liquidar Grupo SCP % 2% Remunerações a Liquidar 623 9% Outros 460 1% Milhares de Prémios a Pagar % Outros % Juros a Liquidar % Patrocínios e Publicidade % Bilhetes de Época 663 2% Lugares Cativos % Petrogal-SCP % Subsídio p/ Invest.- Novo Estádio % Subsidios p/ Invest.- Outros 21 0% Os Acréscimos de custos dizem respeito a custos contabilizados no ano, por se referirem à actividade da época, mas que não foram pagos nesse período. Estiveram neste caso os juros especializados a liquidar, os prémios a pagar aos jogadores, férias e subsídios de férias a liquidar, seguros e outros. Por outro lado, os proveitos diferidos representam adiantamentos recebidos de clientes, que já foram facturados em 2010, mas que só são proveitos de Conforme se pode apreciar no gráfico, esta rubrica subdivide-se em 3 grandes partes: Subsídios ao investimento no Novo Estádio, no valor de cerca de 15 M. Estes subsídios, provenientes do Instituto de Desporto de Portugal e do Instituto de Estradas de Portugal, foram recebidos em 2005 no montante de 24,5 M. De acordo com as regras contabilísticas, só devem ser considerados proveitos na mesma proporção dos custos de amortização do Estádio. Esta transferência para proveitos tem sido efectuada anualmente de acordo com a legislação aplicável, mantendo-se ainda em 2010 o saldo de 15 M, para transferir nos anos futuros. De acordo com as novas regras contabilísticas (SNC), este saldo será todo transferido em 2011 para Capital Próprio, sendo daí transferido para proveitos do exercício anualmente, de acordo com os mesmos critérios dos anos anteriores. O subsídio de 10 M da EPUL, anteriormente referido, não está registado em Proveitos Diferidos, tendo sido contabilizado como Proveito Extraordinário do ano, de acordo com as normas contabilísticas aplicáveis. Lugares cativos (13 M ), pagos antecipadamente pelos sócios para as épocas seguintes. Petrogal trata-se do montante recebido da Petrogal respeitante à concessão dos direitos de superfície de terrenos a essa empresa, que se estende por 25 anos. Cada ano, 1/25 desse valor é transferido para proveitos

53 Relativamente ao adiantamento de receitas de direitos de televisão, que muitas vezes são contratados para vários anos, estes seriam normalmente contabilizados nesta rubrica. Em 2010, porém, não estavam registados em proveitos diferidos nenhuns valores respeitantes a este tipo de adiantamentos. No entanto, conforme dissemos no ponto anterior, estava registado em Empréstimos de terceiros um crédito da Olivedesportos pelo valor de 7,8 milhões de euros, que ficou saldado em Neste último ano, regista-se um empréstimo da PPTV Publicidade Portugal e Televisão, SA no valor de Embora assuma a forma jurídica dum empréstimo (letras descontadas), trata-se na realidade dum adiantamento dum cliente, caucionado por prestações de serviços futuros Outras contas do Balanço Além das grandes rubricas do Balanço que foram já analisadas anteriormente, há que tecer algumas considerações acerca da evolução de algumas das outras rubricas ainda não analisadas, sobretudo aquelas cujo saldo atinja valores de alguma materialidade. Estão neste caso as Dívidas de clientes (Activo), Dívidas a terceiros entidades não financeiras (Passivo) e as Reservas de reavaliação (Situação Líquida). Dívidas de clientes: O gráfico abaixo mostra quais eram os principais clientes e devedores do Grupo em 2010: GRÁFICO 20 Clientes e outros devedores Milhões de OUTROS 3 M 36% PUMA 1 M 8% S.P.GIS 1 M 12% SOCIETA NAPOLI 2 M 22% TBZ 2 M 22% PUMA PORTUGAL - ARTIGOS DESPORTIVOS, LDA. (8%) S.P.GIS - PLAN. GESTÃO ESTACIONAMENTO, S.A. (12%) SOCIETA SPORTIVA C NAPOLI SPA (22%) TBZ MARKETING ACCOES PROMOCIONAIS L (22%) OUTROS < 1 M (36%)

54 Um aspecto a realçar relativamente a Clientes, é o saldo da conta Ajustamento para Dívidas de Terceiros, já deduzida aos valores do gráfico acima, que constitui a parte das dívidas dos Clientes cuja cobrabilidade é duvidosa. O quadro abaixo discrimina estes saldos por cliente, e informa-nos acerca da sua antiguidade. Alguns destes devedores estão a ser alvo de processos judiciais, como é o caso da TBZ e dos Cinemas Millenium (ver ponto 2 do Capítulo V) QUADRO 11 Clientes e devedores de cobrança duvidosa com imparidade a 100% NOME SALDO Milhares de Dias em Mora > TBZ MARKETING ACÇÕES PROMOCIONAIS, LDA SOCIETA SPORTIVA C NAPOLI SPA R.C. RECREATIVO DE HUELVA, S.A.D CLUB CERRO CORA CINEMAS MILLENIUM, S.A SRL SOC. RESTAURAÇÃO LISBONENSE, LDA FOUR SQUARES AC. HOTELEIRAS, LDA FOOD'NSPORT - SOC. INT. INV. TURISMO E RESTAURAÇÃO DOT ONE ACTIVATION MARKETING - COMUN. E MARKT., S.A ALFREDO DOS SANTOS GASPAR ARTIGOS DE DESPORTO, LDA DISGIT - PUBLICIDADE E MARKETING, LDA TOPLAZA - SOC, DE INVESTIMENTOS IMOBILÁRIOS, LDA S.P.GIS - PLAN. GESTÃO ESTACIONAMENTO, S.A CLUBE DE FUTEBOL ESTRELA DA AMADORA MEDIA CAPITAL - SERV. CONSULTORIA E GESTÃO, S.A EVERYTHING IS NEW FARM MARKETING PORTUGAL, LDA HAY CONSULTING GROUP, S.A R.BENSIMON - PUBLICIDADE E MARKETING, LDA NET PLAN - TELECOMUNICAÇÕES E ENERGIA, LDA Outros < 50 milhares de TOTAL Dívidas a terceiros entidades não financeiras: Esta rubrica do Passivo inclui as dívidas a todas as entidades que não foram incluídas no ponto 1.3 (dívidas de financiamento) deste Capítulo. O gráfico abaixo mostra quem eram os principais credores do Grupo em 2010, com excepção das dívidas de financiamento: GRÁFICO 21 Fornecedores e outros credores M 7% 15 M 29% 2 M 5% 7 M 13% 1 M 3% 6 M 11% 3 M 7% 3 M 5% 6 M 12% 2 M 4% 1 M 2% 1 M 2% Milhões de CHATERELLA INVESTORS LIMITED (3%) CLUB ATLÉTICO DE MADRID, SAD (11%) CLUB ATLETICO VELEZ SARSFIELD (7%) FC SATURN (4%) INVERSIONES NAZA SPORTS LIMITADA (2%) RANGERS FOOTBALL CLUB (2%) SPORTING CLUBE DE BRAGA -FUTEBOL SAD (12%) VILLARREAL C.F. SAD (5%) JOGADORES/TREINADORES (13%) LIGA PORTUGUESA DE FUTEBOL PROFISSIONAL (5%) SPORTINVESTE MULTIMÉDIA, S.A. (7%) OUTROS < 1 M (29%)

55 Acima, incluída na dívida à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, está a dívida fiscal do Sporting abrangida no chamado Totonegócio. Em 2010 essa dívida orçava ainda em cerca de 2,4 milhões de euros, a amortizar futuramente, conforme acordado, através de parte das receitas do Totobola canalizadas para esse efeito. Reservas de reavaliação: Esta rubrica do Capital Próprio regista todas as reavaliações efectuadas ao longo dos anos, normalmente por contrapartida a débito das contas de imobilizado corpóreo e incorpóreo, sendo o seu saldo diminuído aquando da alienação dos respectivos bens que tinham sofrido reavaliações. O valor total registado em Reservas de Reavaliação nas contas consolidadas era, em 2010, de milhares de euros. Este valor procedia na sua totalidade da reavaliação do imobilizado corpóreo nas contas individuais do Sporting Clube de Portugal. Como vimos no ponto 1.1 deste Capítulo, as únicas reavaliações do imobilizado corpóreo efectuadas no Sporting Clube de Portugal foram as relativas a terrenos, muitos dos quais alienados durante o período em análise. De acordo com o Quadro 3 do mesmo ponto, os terrenos propriedade do Sporting Clube de Portugal estavam registados no Balanço de 2010 pelo valor total de milhares de euros. Comparando este montante com o valor das reservas de reavaliação, vemos que estas registam um excedente de 5 milhões de euros sobre o valor dos terrenos. Mesmo supondo que o valor total dos terrenos equivale na totalidade ao valor das reavaliações, somos levados a tirar a conclusão que pelo menos 5 milhões de euros devem ser transferidos para Resultados Transitados, o que colocaria o total dos prejuízos acumulados em 211 milhões de euros. Provavelmente em alguma alienação de imobilizado, não se transferiu a reserva de reavaliação do terreno alienado para Resultados Transitados. 2. CONTAS DE RESULTADOS 2.1. Vendas e Prestações de serviços O gráfico abaixo dá-nos a evolução das vendas e prestações de serviços nos últimos 13 anos. Uma primeira abordagem mostra que estas mais do que duplicaram, tendo passado de 20 M em 1999 para 47 M em Foi em 2004, com o novo Estádio, que as receitas tiveram um forte incremento, sendo o primeiro ano em que ultrapassaram os 40 M. Os proveitos aumentaram nas 4 épocas seguintes, até 51 M em 2008, tendo depois reduzido em 4 M, para os 47 M, até

56 GRÁFICO 22 Evolução das prestações de serviços e vendas por categoria 60 Milhões de /2011 José Roquette Dias da Cunha Soares Franco J. E. Bettencourt Bilheteira Bingo Outros Patrocinio Publicidade Quotização TV Vendas O aumento de receitas em 2004 teve origem nas receitas de bilheteira, que triplicaram, passando de 4,8 M em 2003 para 14,2 M em A rubrica Outros, que é maioritariamente composta por rendas provenientes da concessão de espaços, também duplicou o seu montante de 2003 (3,1 M ) para 2004 (7,4 M ). A redução desta mesma rubrica em 2008, relaciona-se com a venda de parte do complexo desportivo e de lazer Alvalade XXI (Health Club, Edifício Administrativo, Secretaria, Clínica e Alvaláxia ), a cujos utilizadores o Grupo Sporting debitava rendas. Note-se porém que algumas destas receitas não têm contrapartida em termos de Cash Flow líquido, pois os respectivos recebimentos já foram antecipados pela Banca. É o caso, por exemplo, de cerca de 10,7 M de receitas da Unicer e da PT e 4 M do crédito sobre o Génova pela venda do passe do jogador Miguel Veloso, que deverão ser pagos com os recebimentos efectivos próximos futuros. Em situação semelhante estão os direitos televisivos até 2013 (ver Capítulo IV). Em conclusão, as receitas têm evoluído desfavoravelmente nos últimos 2 anos, com uma redução média de 2 M /ano, após um aumento considerável das receitas de bilheteira, que triplicaram em 2004 com a inauguração do novo Estádio, e continuaram a aumentar até

57 2.2. Resultados extraordinários Como referimos no ponto 2 do Capítulo II, em algumas épocas os critérios de classificação contabilística em outros proveitos operacionais foram coincidentes com os utilizados nos restantes anos para proveitos extraordinários. Este é o caso de algumas mais-valias com os passes de jogadores, que nalguns anos foram classificadas como outros proveitos operacionais. Por isso, analisaremos estas duas rubricas em conjunto debaixo do título Resultados Extraordinários. Os Resultados Extraordinários exerceram uma influência determinante nas contas consolidadas de muitos dos 12 exercícios findos ( ). No seu conjunto, como mostra o quadro abaixo, os Resultados Extraordinários representaram cerca de 150 milhões de euros. Este quadro mostra ainda qual a decomposição básica deste tipo de custos e proveitos, que são compostos na sua esmagadora maioria (70%) por mais ou menos valias provenientes de alienação de passes de jogadores e treinadores (106 M ), vendas de imobilizado corpóreo (26 M ), ou vendas de participações financeiras (18 M ). Além do subsídio da EPUL (10 M ), que também foi incluído nesta rubrica, os restantes custos ou proveitos aí incluídos são muito variados, mas individualmente pouco relevantes. QUADRO 12 Resultados Extraordinários 1999 a 2010 Milhões de Rubrica + - Saldo Jogadores 113,3 (7,3) 105,9 Imobilizado 27,0 (1,2) 25,9 Outros: Acções 17,8-17,8 EPUL 10,0-10,0 Diversos 24,4 (33,2) (8,7) TOTAL 192,5 (41,7) 150,9 O gráfico abaixo esclarece-nos acerca da evolução de cada uma das 5 principais rubricas, dando-nos simultaneamente informação acerca da sua repartição entre custos e proveitos ao longo dos anos

58 GRÁFICO 23 Resultados Extraordinários e Outros Operacionais Milhões de (5) (3) (2) (2) (3) (2) (2) (2) (2) (1) (4) (3) (3) (4) (2) (3) (2) ACÇÕES EPUL Jogadores Outros Imobilizado (10) José Roquette Dias da Cunha Soares Franco J. E. Bettencourt A decomposição dos valores incluídos em cada uma das colunas ano a ano, menciona apenas os valores principais, que individualmente considerámos como sendo materialmente relevantes (> 0,5 M ), dentro de cada empresa que gerou resultados extraordinários. Relativamente aos resultados obtidos com a venda de imobiliário e com as vendas dos passes dos jogadores, já foram dados detalhes específicos nos pontos 1.1 e 1.2 deste Capítulo Jogadores: SAD (-1 M ) Indemnização por denúncia de contratos com jogadores. SAD (+ 18,3 M ) Mais-valias na venda do passe de 7 jogadores (+13,4 M, +2,8 M, +0,9 M e outros) Jogadores: SAD (+16,4 M ) Mais-valia na venda do passe de 2 jogadores (+11M e +5,2 M ) 2001 Jogadores: SAD (+ 5,5 M ) Mais-valias na venda do passe de 3 jogadores (+2,5 M, +1,7 M e +1,3 M )

59 Imobilizado corpóreo: CONSTRUZ (+ 1,1 M ) Mais-valia da venda dos terrenos Lote 3 a 14 à RENIT Jogadores: SAD (- 1,7 M ) Indemnização por denúncia de contratos com 3 jogadores (0,5 M, 0,6 M e 0,7 M ). SAD (+ 13,4 M ) Mais-valia da venda do passe de 1 jogador (+ 8,9 M ) Mais-valia obtida pela cedência de parte do passe de 8 jogadores ao FUNDO (+ 4,5 M ) Participações financeiras: SGPS (+ 4,4 M ) Alienação de acções da Sporting Multimédia à Sportinvest por 3,1 M, com a obtenção duma mais-valia de 3,1 M. Venda de acções da SAD à Sportinveste por 1,6 M, com a obtenção duma maisvalia de 1,3 M Jogadores: SAD (- 1,6 M ) Indemnização por denúncia de contratos com 1 jogador (- 0,8 M ) Reembolsos e Diferenças de seguros de vários jogadores. SAD (+ 8 M ) Mais-valias na venda dos passes de 2 jogadores (+ 1,9 M e + 3,3 M ). Mais-valia obtida pela cedência do passe de 5 jogadores ao FUNDO (+ 2,1 M ) Participações financeiras: SGPS (+ 9,3 M ) Mais-valia gerada pela alienação pela SGPS de acções da SAD à Sportinvest. Outros: SCS (- 0,9 M ) Reforço da provisão para terceiros (- 0,5 M ) e reforço da provisão para existências 2004 Jogadores: SAD (+8,9 M ) Mais-valia na venda do passe de 1 jogador (+ 8,8 M ) Imobilizado corpóreo:

60 SCP (+ 16,5 M ) Mais-valia obtida na venda de terrenos da Quinta de Alvalade à RENIT. Participações financeiras: SGPS (+ 1,7 M ) Mais-valia obtida na alienação pela SGPS de acções da SAD à Sportinvest Jogadores: SAD (+ 1,2 M ) Cedência de 3 jogadores ao Fundo e mais-valias na venda do passe de 2 jogadores. Imobilizado corpóreo: SCP (+ 0,8 M ) Mais-valia decorrente da venda da Parcela R à sociedade Neta & Santos - Sociedade de Construções, Lda. Subsídio EPUL: SCP (+ 10 M ) Subsídio recebido da EPUL ao abrigo do Contrato Programa Projecto Imobiliário, firmado em 5 de Agosto de Outros: SPM (- 1 M ) Juros SWAP (0,7 M ) e várias regularizações Jogadores: SAD (- 1,6 M ) Menos-valias na venda dos passes de 8 jogadores (num dos quais de 0,6 M ) SAD (+ 6,3 M ) Mais-valias na venda dos passes de 4 jogadores (+3,8 M, +2,3 M e outros) Participações financeiras: SCP (+1,5 M ) Mais-valia obtida (1,7 M ) pela alienação de acções da SP GIS à ESLI, SA por 1,9 M Jogadores: SAD (+ 25,5M ) Mais-valias obtidas na venda dos passes de 3 jogadores (+24,2 M, +1 M e +0,3 M ). Imobilizado corpóreo: SCP (+3,7 M )

61 Mais-valia obtida na venda de parte do complexo Alvalade XXI (Alvalaxia, Ed. Administrativo, Health Club e Clínica). SPM (+5 M ) Mais-valia obtida na alienação dos direitos de superfície de parte do complexo Alvalade XXI (Alvalaxia, Ed. Administrativo, Health Club e Clínica) Jogadores: SAD (+ 4,2M ) Mais-valias obtidas na venda dos passes de 3 jogadores (+1,2 M, +1,1 M e +0,3 M ). compensação pela formação de jogadores com passes vendidos e indemnização de seguros Jogadores: SAD (- 0,6 M ) Abate do passe de vários jogadores. SAD (+3,3 M ) Compensação pela formação de jogador cujo passe foi vendido (+0,7 M ) e accionamento do mecanismo de solidariedade na venda anterior do passe de outro (+2,4 M ). Imobilizado corpóreo: VERDIBLANC II (- 0,9 M ) Menos-valia obtida na venda dos Lotes 1, 2, 3 e Jogadores: SAD (+18,4 M ) Mais-valia obtida na venda do passe dos jogadores João Moutinho (+10,1 M ) e Miguel Veloso (+8,3 M ) Conforme constatamos pela descrição acima, além das mais-valias obtidas na venda de passes de jogadores e do activo imobiliário, as restantes mais-valias obtidas foram sobretudo as provenientes da venda de cerca de 2,4 milhões de acções da SAD à Sportinvest, que geraram uma mais-valia total de cerca de 13 milhões de euros. As restantes acções vendidas foram as da Sporting Multimédia e da SPGIS, que geraram mais-valias de 3,1 M e 1,7 M, respectivamente. A SPGIS é a empresa concessionária dos parques de estacionamento do novo Estádio do Alvalade XXI. A empresa era detida em 50% pelo Sporting Clube de Portugal que alienou 49,5% das suas acções em 20/7/2005 à ESLI. A mais-valia obtida compensou em parte a dívida de 234 milhares de euros que o Sporting entretanto tinha constituído à SPGIS, em virtude de adiantamentos recebidos por conta das rendas do parque de estacionamento. Em resumo, podemos dizer que os resultados extraordinários contribuíram de forma positiva para os resultados líquidos do Grupo Sporting, cifrando-se em cerca de 150 M nos últimos 12 anos ( ). Para aquele valor contribuíram principalmente as mais-valias obtidas com a

62 venda dos passes dos jogadores, que representaram cerca de 70% (106 M ) dos resultados extraordinários. As mais-valias obtidas na venda de imobilizado corpóreo e de participações financeiras (maioritariamente acções da SAD vendidas à Sportinvest) representaram, respectivamente, 17% e 12% do total dos resultados extraordinários obtidos Custos com o pessoal Os custos com o pessoal representam a maior parcela dos custos do Grupo Sporting, cifrandose anualmente em cerca de 32% do total dos custos nas contas consolidadas. O peso desta rubrica na Conta de Resultados é determinante. Estes custos com pessoal englobam dois grandes sectores: o pessoal administrativo, que se concentra na SAD, no Sporting Clube de Portugal e na SPM (Sporting Património e Marketing), e o plantel de futebol, que está totalmente integrado na SAD. Importa fazer um esclarecimento relativamente aos elementos que em seguida apresentaremos nesta rubrica. O detalhe acerca da decomposição dos custos com o pessoal por categoria profissional foi obtido através da análise dos registos dos programas de vencimentos, a partir dos quais se efectuaram agregações das remunerações individuais auferidas de acordo com as suas categorias profissionais, classes e montantes específicos. Os totais por época dos elementos extraídos dos programas de pessoal, não coincidem integralmente com os gastos com o pessoal registados na contabilidade essencialmente por 2 motivos: Os acréscimos de custos com férias e subsídios de férias a pagar no ano seguinte, são apenas registados na contabilidade, e não constam dos dados individuais dos programas de pessoal. Normalmente, estas divergências entre a contabilidade e os gastos com o pessoal calculados a partir do programa de vencimentos serão apenas temporários, sendo compensados no ano seguinte. Os prémios dos jogadores e treinadores, cujos custos sejam diferidos ou capitalizados em Imobilizado Incorpóreo na contabilidade, são considerados como gastos nos elementos extraídos a partir do programa de vencimentos. Apesar destes desfasamentos, a compilação destes dados é muito útil, pois permite fazer uma análise dos gastos com o pessoal por categoria profissional, que doutra maneira, apenas com os elementos extraídos da contabilidade, não seria possível efectuar. O gráfico abaixo apresenta a evolução, desde 1999 e até ao presente, dos gastos com o pessoal, subdivididos em 4 grandes grupos: treinadores, jogadores, directores/administradores e outro pessoal administrativo. Estes gastos incluem tanto remunerações como prémios e segurança social

63 GRÁFICO 24 Gastos com Pessoal por categoria profissional Milhões de Jogadores Directores/Administradores Treinadores Outros Analisando a evolução dos valores patentes no gráfico, verifica-se que os gastos com pessoal cresceram até 2003, registaram alguma irregularidade até 2006 e cresceram após essa data à razão de menos de 2 milhões de euros por ano. Especialmente notórios neste Capítulo, foram os exercícios de 2000, 2003 e 2005 que registaram aumentos anuais de cerca de 8 M, 11 M e 10 M, respectivamente. Em termos de estrutura, os encargos com Jogadores e Treinadores atingem regularmente cerca de 75% do total dos gastos com o pessoal. Por outro lado, os gastos com Directores e Administradores passaram a ter maior expressão a partir do ano de 2002, com cerca de 2 milhões de euros por ano. Em 2010, os gastos com Administradores e Directores atingiram cerca de 2,3 milhões de euros. Estes gastos representaram nesse ano mais de metade dos gastos com o restante pessoal administrativo. Em virtude da importância destes gastos nos resultados do Grupo, apresentamos em seguida 2 quadros, um com o ranking dos 10 Jogadores ou Treinadores com níveis de rendimentos mais elevados nos últimos 15 anos, e outro com o mesmo ranking, mas referente a 10 Directores ou Administradores. O ranking está elaborado, tendo em conta os gastos médios por época individualizados, somando os gastos individuais em todas as épocas divididos pelo nº de épocas em que aquele tiver prestado serviço. Nos casos em que a pessoa tenha prestado serviço numa época incompleta, essa época conta por inteiro na média calculada

64 QUADRO 13 Ranking de valores médios de remunerações de Jogadores e Treinadores por época Milhares de Jogador / Treinador N.º N.º de épocas Valor Total Valor Médio Jogador A Jogador B Jogador C Treinador A Jogador D Jogador E Jogador F Jogador G Jogador H Treinador B Outros < 850 milhares de TOTAL A análise da concentração dos gastos com o pessoal em alguns dos jogadores e treinadores melhor remunerados, indica-nos que no Top 10, estão incluídos vários jogadores que permaneceram no Sporting por muitas épocas (6, 8 e 9 épocas). É natural que os esforços feitos, em termos de remunerações e prémios, para que estes jogadores permanecessem no plantel, tenham gerado rendimentos mais elevados para esses jogadores. Também é de concluir que, entre os jogadores incluídos neste Top 10, o 1º não chega a usufruir o dobro da média do 10º, e os 3 primeiros estão muito próximos uns dos outros, o que demonstra que não existe um elemento que se distinga dos restantes. QUADRO 14 Ranking de valores médios de remunerações de Administradores e Directores por época Milhares de Administrador / Director N.º N.º de épocas Valor Total Valor Médio Director Desportivo Administrador Director Desportivo Administradora Director Geral Director Geral Director Geral Administrador Director Desportivo Administrador Delegado Outros < 115 milhares de TOTAL

65 Relativamente ao Top 10 dos Directores/Administradores, é de realçar que o melhor remunerado apenas atinge a terça parte do vencimento do 10º jogador melhor remunerado do Ranking. Por outro lado, entre os Directores/Administradores, o 1º teve um vencimento médio 2,4 vezes acima do 10º do Ranking. Este TOP 10 representa cerca de 30% do total das remunerações dos restantes 47 corpos directivos. Para completar a análise feita acima, apresentamos em seguida os gastos com o pessoal, subdivididos entre prémios, segurança social e remunerações. Em virtude da pouca relevância da segurança social, que tem taxa reduzida para a actividade desportiva, a rubrica prémios assume especial relevância, por atingir entre 6 e 9 milhões euros anuais em todos os anos, desde Nos últimos anos esta rubrica tem representado 20% a 25% do total dos gastos com o pessoal. Uma excepção foi o ano de 2004, em que os prémios não chegaram a atingir os 2 M. GRÁFICO 25 Gastos com Pessoal por tipo de encargo Milhões de Remunerações Prémios Segurança Social É importante realçar que os prémios não incluem os passes dos jogadores, pois estes são normalmente direitos de entidades terceiras (Clubes desportivos ou Fundos) e como tal contabilizados como imobilizado incorpóreo (ou activo intangível), sendo activados e amortizados anualmente conforme a sua duração. A rubrica prémios inclui remunerações acessórias que são irregulares, como por exemplo prémios de jogo ou competições, no caso dos jogadores. As quantias incluídas em prémios são sempre processadas através de recibo de vencimento. Caso o prémio seja pago através de recibo verde, não será incluído nesta rubrica, mas sim em honorários. Também no caso dos prémios pagos ao próprio jogador ou treinador para assinatura ou extensão de contrato de trabalho por vários anos, este é contabilizado como custo diferido na parte que diz respeito às épocas seguintes, e transferido para custo época a época na parte respectiva. Estes prémios também estão incluídos nos gastos com o pessoal, excepto se forem pagos por recibos verdes ou outros documentos

66 legais, em nome de sociedades. Neste caso, são também diferidos na parte do custo de cada época, mas são classificados como honorários (ou trabalhos especializados, no caso do documento de quitação ser uma factura ou venda a dinheiro duma sociedade). A análise às remunerações não ficará completa sem se examinar a rubrica de honorários, que inclui todas as remunerações de atletas das outras modalidades, cujos recibos verdes de honorários são pagos pelo Sporting (Clube). Também muitos dos técnicos e treinadores são pagos através de honorários, bem como alguns directores. Esta análise será feita no ponto seguinte, pois os honorários integram a rubrica fornecimentos e serviços externos. Em conclusão: Os anos de maior crescimento nos gastos com pessoal foram os exercícios de 2000, 2003 e Cerca de 75% dos gastos com pessoal são encargos com jogadores e treinadores. Os gastos com directores e administradores representaram anualmente desde 2003 cerca de 2 M, cerca de metade dos gastos com o restante pessoal administrativo. No Ranking TOP 10 dos jogadores e treinadores, o mais caro jogador de sempre atingiu a média de quase 1,5 M por época, em 2 épocas. Porém, 2 dos jogadores do TOP 10 que permaneceram no clube durante 8 e 9 anos atingiram médias anuais muito próximas do 1º, 1,4 M e 1,1M, respectivamente. No Ranking TOP 10 dos directores e administradores, o mais dispendioso atingiu a média de por época. Os prémios têm representado nos últimos anos 20% a 25% do total dos gastos com o pessoal Fornecimentos e serviços externos Os fornecimentos e serviços externos (FSEs) eram em 2010 a 3ª maior rubrica da estrutura de custos, estando praticamente a par das amortizações (2ª maior). Nas 3 épocas (2007 a 2009) precedentes, os FSEs foram mesmo a 2ª maior rubrica dos custos, por força do menor volume de amortizações dos passes de jogadores. Observando agora o próximo gráfico, este dá-nos a evolução da estrutura de custos dos FSEs, de 1999 até 2010, cujos gastos dobraram nesses 12 anos. Numa primeira abordagem da evolução ao longo do tempo, nota-se um aumento constante desta rubrica, com excepção dos anos de 2003 e 2005, este último devido ao crescimento anormal em Sendo 2004 o ano de inauguração do novo estádio e do complexo desportivo e de lazer Alvalade XXI, cresceram nesse ano os custos com trabalhos especializados, seguros e subcontratos, bem como outros custos diversos

67 GRÁFICO 26 Evolução de FSE por natureza A rubrica mais importante em 2010 foram os honorários (5M ), que estão muito ligados, como dissemos no ponto anterior, às outras modalidades que não o futebol profissional, mas que simultaneamente também contemplam muitas remunerações pagas a técnicos, nomeadamente na área da saúde, relacionados com o do futebol profissional. Estes custos têm demonstrado ter uma tendência nítida de subida, acompanhando o sentido geral dos FSEs, com excepção do ano de 2003, em que cresceram apesar da descida geral dos FSEs. Em virtude da sua ligação com os gastos com o pessoal, elaborámos o gráfico abaixo, que demonstra até que montante se elevariam anualmente esses gastos, caso lhes adicionássemos a rubrica de honorários. Em 2010, os honorários representaram 18% dos custos com o pessoal, sendo esta a relação constante entre estes dois tipos de custos ao longo dos anos, com excepção de 2002, ano em que os gastos com o pessoal atingiram o valor mais elevado, não acompanhado pelos custos em honorários

68 GRÁFICO 27 Gastos com pessoal e Honorários evolução 1999 a 2010 Milhões de Custos com pessoal Honorários José Roquette Dias da Cunha Soares Franco J. E. Bettencourt À semelhança do que fizemos com os gastos com o pessoal, apresentamos em seguida o Ranking TOP 10 dos custos com honorários, exibindo em simultâneo a profissão de cada um dos prestadores de serviços aí incluídos. No topo está um profissional da saúde, fisioterapeuta ligado ao futebol, logo seguido por um economista (gestor), que assumia funções directivas. As médias anuais de remunerações, embora úteis para a classificação de cada um dos prestadores de serviços no TOP, podem enviesar a análise, pois no caso daqueles que já não estejam ao serviço do clube, podem aí estar incluídas indemnizações por rescisão de contrato de prestação de serviços que elevaram a média anual de remunerações. Este é o caso, por exemplo, do gestor com funções directivas. QUADRO 15 Ranking de valores médios de honorários por época Milhares de Prestador de Serviços N.º N.º de épocas Valor Total Valor Médio Fisioterapeuta Economista Director Desportivo Preparador Físico Treinador Adjunto Médico Técnico de Futebol Administrador Jogador Administrador Outros < 86 milhares de TOTAL Como se dá a circunstância de, em alguns casos, a mesma entidade usufruir honorários e vencimentos dentro do Grupo Sporting, elaborámos a informação individual agregando estes dois tipos de remunerações. O TOP 10 dos custos com o pessoal não apresentou mudanças,

69 mas o Ranking dos Directores e Administradores já ficou diferente. Apresentamos em seguida esse TOP 10 reordenado para o conjunto de honorários e custos com o pessoal excluindo jogadores e treinadores. QUADRO 16 Ranking de valores médios de Remunerações e Honorários por época Milhares de Prestador de Serviços N.º N.º de épocas Valor Total Valor Médio Fisioterapeuta Administrador Economista Director Desportivo Director Geral Director Desportivo Director Geral Director Desportivo Preparador Fisico Administradora Outros < 142 milhares de TOTAL Nota: Os valores relativos a honorários compreendem apenas o período de 1999 a Comparando este quadro com o anterior Ranking de Administradores e Directores, mas só com vencimentos (Quadro 14), verificamos uma subida do valor máximo de remuneração média do 1º lugar para 283 milhares de euros (mais 7 mil euros). Os restantes valores do TOP 10 também aumentam, numa média de 16%. Em resumo, podemos dizer que os fornecimentos e serviços externos é, conforme os anos, a 2ª ou 3ª maior rubrica da estrutura de custos do Grupo Sporting. A sua evolução tem sido em crescimento, tendo os seus valores dobrado em 12 anos. Dentro dos FSEs a rubrica mais importante são os honorários, que têm acompanhado, proporcionalmente, com excepção de 2003, a progressão dos gastos gerais em FSEs. Olhando o TOP 10 dos honorários em conjunto com os vencimentos, este altera o Ranking relativo aos directores e administradores, passando o 1º lugar, que antes era 2.º, a ter a remuneração média de por época Amortizações As amortizações foram sempre, entre 1999 e 2010, a 2ª maior rubrica na estrutura de custos do Grupo Sporting, com excepção do período de 2007 a 2009, durante o qual passaram a ocupar o 3º lugar nos custos. O valor mais alto da série foi atingido em 2004, com 26 milhões de euros, no ano da conclusão das obras do Alvalade XXI. Embora as amortizações em si não tenham influência na tesouraria, pois não representam qualquer fluxo de caixa, elas têm um forte efeito nos resultados obtidos, pelo peso relativo na estrutura de custos

70 Visto que as amortizações já foram analisadas parcialmente, no ponto 1.2 deste Capítulo (imobilizado incorpóreo), a propósito duma das rubricas do Balanço que lhes dá origem, é agora objectivo desta secção analisar o peso relativo dos 2 tipos de amortizações com efeito nos resultados, e a sua influência respectiva nos resultados líquidos do Grupo Sporting. Com esse propósito, construiu-se o gráfico abaixo, que apresenta em simultâneo a evolução das amortizações do imobilizado corpóreo e do imobilizado incorpóreo (passes dos jogadores). GRÁFICO 28 Amortizações do imobilizado corpóreo e incorpóreo Milhões de José Roquette Dias da Cunha Soares Franco J. E. Bettencourt Amortizações do Imobilizado Corpóreo Amortizações do Imobilizado Incorpóreo À excepção do período de 2006 a 2008, em que as amortizações dos passes dos jogadores foram relativamente baixas, e de 2004 e 2005, em que as amortizações do imobilizado corpóreo foram mais altas, nos restantes anos do período as amortizações dos passes dos jogadores representaram pelo menos o dobro do valor das amortizações do imobilizado corpóreo. Nos últimos 3 anos, as amortizações do imobilizado corpóreo estabilizaram nos 6 milhões de euros anuais. Neste contexto pode concluir-se que a política de aquisição dos passes dos jogadores tem influência preponderante no custo anual das amortizações, que assumem normalmente o 2º lugar nas estrutura de custos do Grupo Sporting. E a este respeito, deve referir-se também que essas mesmas decisões de compra não têm repercussão nos custos apenas num ano, mas prolongam-se até ao fim da duração de cada contrato Juros e outros custos de financiamento Os juros e custos de financiamento só tiveram influência efectiva nos resultados do Grupo Sporting a partir de 2001, ano em que se iniciaram as obras de construção do Alvalade XXI

71 Na análise destes valores ao longo do tempo, há porém que ter em conta o facto de que em alguns anos, na parte correspondente aos financiamentos que foram utilizados na construção do Alvalade XXI, estes custos foram capitalizados, ou seja, não foram considerados como custo do ano, mas foram adicionados aos investimentos por transferência para o imobilizado corpóreo, procedimento de acordo com as regras contabilísticas. O quadro abaixo sintetiza os valores relativos aos custos financeiros que foram imobilizados em 2002, 2003 e 2005, num total de 11 milhões de euros. O valor de 2005, é referente a comissões do Project Finance, entendido como um refinanciamento do investimento no Alvalade XXI. Em 2007, com a venda de parte do complexo Alvalade XXI, a parte correspondente dos juros activados foi abatida, como mostra também o quadro. QUADRO 17 Gastos financeiros imobilizados Milhares de Categoria TOTAL Juros Comissões e Despesas Bancárias Imposto Selo Abate (2.528) (2.528) TOTAL (2.528) Pelos motivos atrás explanados, os encargos financeiros incluídos na conta de resultados não correspondem à totalidade dos juros e outros encargos financeiros debitados pelos bancos, e que dessa forma influenciaram desfavoravelmente o Cash Flow do período em análise. Apesar disso, estes custos têm vindo a assumir cada vez mais importância nos resultados. Analisando a sua evolução desde 1999 e ao longo dos anos, evidenciada no Gráfico 2 (conta de resultados no ponto 2 do Capítulo II), constata-se que os encargos financeiros ocuparam sempre o 4º lugar na estrutura de custos, com excepção do ano de 2007, em que assumiram o seu valor máximo (17M ), devido à alta de taxas de juros no mercado. Após 2004, o ano de 2010 atingiu o valor mínimo dos últimos 7 anos (10,8 M ), exactamente pelas razões inversas Outras rubricas de Resultados Visto que a rubrica Outros proveitos operacionais já foi apresentada em conjunto com os Resultados Extraordinários, pois inclui, nos anos mais representativos, principalmente elementos dessa natureza (mais-valias na venda de passes de jogadores), restam-nos ainda como rubricas mais influentes na conta de resultados os proveitos suplementares e os ajustamentos e provisões. Analisaremos em seguida estas duas rubricas da conta de resultados. Proveitos suplementares Esta conta compõe-se sobretudo pelos proveitos (prémios) provenientes da participação em competições europeias e outros torneios, geralmente pagos pelas respectivas entidades

72 organizadoras. Os valores mais avultados referem-se às participações na Liga dos Campeões e na Liga Europa. O gráfico abaixo permite-nos apreciar a evolução destas receitas através dos anos, e a importância das competições europeias nas mesmas. As épocas com maiores proveitos foram (8M ), (6,6 M ) e (10M ). GRÁFICO 29 Proveitos Suplementares Milhões de , ,2 1,1 8, José Roquette 3,2 0,4 Dias da Cunha 3,1 4,5 6,6 Soares Franco 0,5 2,8 10,0 0,2 3,9 J. E. Bettencourt OUTROS COMPETIÇÕES EUROPEIAS Em acumulado, os prémios totais auferidos pelo Sporting pela participação em competições europeias durante os últimos 12 anos ( ) atingiram o montante de 38,9 milhões de euros, valor que representa cerca de 9% do total dos proveitos normais (bilheteira, quotização, publicidade, televisão e outros) obtidos pelo Grupo Sporting no mesmo período. A participação na fase de grupos da Liga dos Campeões traduz-se normalmente em 7 a 10 milhões de euros de prémios da UEFA. Ajustamentos e provisões Estes custos, que anualmente se têm comportado de forma um tanto irregular, representam em média 1,3 M por ano, com um total de cerca de 16 M nos 12 anos examinados ( ). Os gráficos abaixo representam a evolução dos ajustamentos e provisões ao longo dos anos, bem como a decomposição, por tipo de ajustamento e provisão, da totalidade dos 16 M que foram registados como custos nestas rubricas durante os 12 anos da série

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