DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
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- Vitorino Castel-Branco Bugalho
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1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 1
2 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (AIJ) TRATA-SE DE ATO PROCESSUAL COMPLEXO QUE VISA À COLHEITA DE PROVA ORAL, CULMINANDO NA SENTENÇA FINALIDADE: FORMAÇÃO DA CONVICÇÃO DO JUIZ PARA JULGAMENTO DA CAUSA IMPORTÂNCIA DA AIJ SEGUNDO OVÍDIO BAPTISTA DA SILVA: A audiência é a fase mais importante de todo o procedimento civil, destinada não só a possibilitar o contato direto do juiz com as partes e seus procuradores (princípio da imediatidade), mas fundamentalmente para nela produzirem-se as provas orais (princípio da oralidade), como o interrogatório e depoimentos pessoais das partes, a inquirição de testemunhas e os esclarecimentos dos peritos. Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 2
3 Art No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. PARTICIPANTES DO ATO DE AUDIÊNCIA 1. JUIZ 2. PARTES 3. ADVOGADOS 4. AUXILIARES DA JUSTIÇA 5. REPRESENTANTE DO MP 6. TESTEMUNHAS Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 3
4 ATRIBUIÇÕES DO JUIZ EM AIJ Art. 360, NCPC. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: I - manter a ordem e o decoro na audiência; II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; III - requisitar, quando necessário, força policial; IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. O EXCESSO NO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA DO JUIZ PODERÁ CAUSAR FERIMENTO AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIA E DA AMPLA DEFESA Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 4
5 PRODUÇÃO DA PROVA ORAL Art As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: I - o perito e os assistentes técnicos (1º), que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; II - o autor (2º) e, em seguida, o réu (3º), que prestarão depoimentos pessoais; (ART. 385, 2º - AQUELE QUE AINDA NÃO DEPÔS NÃO PODERÁ OUVIR DA OUTRA PARTE) III - as testemunhas arroladas pelo autor (4º) e pelo réu (5º), que serão inquiridas. (ART. 456 A TESTEMUNHA NÃO PODERÁ OUVIR DE OUTRAS) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 5
6 POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DA ORDEM DE COLHEITA DE PROVA ORAL DETERMINADA PELA LEI Art O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as partes concordarem. Art O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 6
7 AUDIÊNCIA POR VIDEOCONFERÊNCIA OU OUTRO RECURSO TECNOLÓGICO DE TRANSMISSÃO DE SONS E IMAGENS EM TEMPO REAL Art o e ART. 453, 1º. O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento. (NOVIDADE LEGISLATIVA) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 7
8 ALTERAÇÃO DA FORMA DE COLHEITA DA PROVA ORAL Art As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida.(novidade LEGISLATIVA) Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 8
9 Art A audiência poderá ser adiada: ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA I - por convenção das partes; (NCPC NÃO TROUXE RESTRIÇÃO À QUANTIDADE) II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; (PARTES = PENA DE CONFISSÃO; TESTEMUNHAS = COLHEITA DAS DEMAIS PROVAS E DESIGNADA AIJ EM CONTINUIDADE À PRIMEIRA; ADVOGADOS, DP, MP = PODERÁ LEVAR À PERDA DA COLHEITA DAPROVA) III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 9 marcado. (NOVIDADE LEGISLATIVA) (ART. 357, 9º: AIJ s COM INTERVALO DE 1 HORA)
10 CASUÍSTICA: ART o (ART. 362, 1º, NCPC)Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura daaudiência; não o fazendo, o juiz procederá à instrução. REGRA QUE DEVERÁ SER INTERPRETADA COM TEMPERAMENTOS Audiência adiamento ausência da parte e de seu procurador - força maior prova posterior à abertura possibilidade inteligência do art. 453, 1, CPC. (RT606/138) Alimentos ausência do requerido e do seu patrono à audiência revelia decretada e feito sentenciado inadmissibilidade ocorrência de caso fortuito ou de força maior (existência de neblina que deu origem à denominada operação comboio, empreendida pela Polícia Rodoviária) necessidade de redesignação de audiência e da reabertura de prazo para oferecimento da contestação decretação da nulidade da sentença a partir da questionada audiência recurso provido. (TJSP, Ap. Civ /Santos). Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 10
11 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: ATO JUDICIAL COMPLEXO APÓS A OITIVA DA PROVA ORAL, O JUIZ PODERÁ: 1. DETERMINAR A PRODUÇÃO DE OUTRAS PROVAS, COMO A JUNTADA DE DOCUMENTOS, A OITIVA DE TESTEMUNHAS REFERIDAS, A ACAREAÇÃO DE DUAS TESTEMUNHAS OU DE TESTEMUNHA COM A PARTE (ART. 461), OU AINDA, CONVERTER O FEITO EM DILIGÊNCIA PARA, POR EXEMPLO, REALIZAR INSPEÇÃO JUDICIAL (ART. 481) 2. CASO DESNECESSÁRIAS TAIS MEDIDAS, ENCERRA-SE A INSTRUÇÃO PROBATÓRIA E O JUIZ DARÁ INÍCIO AOS DEBATES, OCASIÃO EM QUE OS ADVOGADOS APRESENTARÃO ORALMENTE SUAS ALEGAÇÕES (ART. 364) PELO PRAZO Prof. ANA PAULA DELEIKO 20SAKAUIE MINUTOS, - DPC II PRORROGÁVEIS POR MAIS110.
12 3) HAVENDO LITISCONSÓRCIO OU INTERVENÇÃO DE TERCEIRO, O PRAZO SERÁ DIVIDIDO ENTRE 4) POSSIBILIDADE DASALEGAÇÕES ORAIS SEREM SUBSTITUÍDAS POR RAZÕES FINAIS ESCRITAS EM CASO DE COMPLEXIDADE DA DEMANDA (15 DIAS SUCESSIVOS) 5) ENCERRADO O DEBATE OU OFERECIDA AS RAZÕES ESCRITAS, O JUIZ PRERIRÁ SENTENÇA EM AUDIÊNCIA OU NO PRAZO DE 30 DIAS Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 12
13 PUBLICIDADE DA AUDIÊNCIA PUBLICIDADE DA AUDIÊNCIA ART. 368,NCPC AUDIÊNCIA SERÁ PÚBLICA EXCEÇÕES À REGRA ART. 189, NCPC SE O INTERESSE PÚBLICO EXIGIR O SEGREDO DE JUSTIÇA AÇÕES QUE VERSAM SOBRE: CASAMENTO, FILIAÇÃO, SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO, ALIMENTOS E GUARDA DE MENORES E ADOLESCENTES Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 13
14 CASUÍSTICAS INTERESSE PÚBLICO = CONCEITO VAGO Nesse sentido: Ação penal segredo de justiça fatos envolvendo a honra de advogados e de juiz de direito Hipótese em que o interesse público autoriza exceção à regra da publicidade do julgamento (RT 645/263). Art. 155, II: rol não taxativo. Ex.: Art. 9º, Lei 9278/96: causas relativas à união estável Nesse sentido: Concubinato adulterino sociedade de fato comprovação ação proposta pela companheira contra homem casado processamento em segredo de justiça possibilidade hipótese enquadrável no art. 155, I e II, CPC. (RT 562/108). Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 14
15 PUBLICIDADE DA AUDIÊNCIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Art. 5º... LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; Prof. ANA PAULA LEIKO SAKAUIE - DPC II 15
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