Casos notificados de transmissão vertical por um milhão de mulheres Figura 1

Transcrição

1 Introdução A transmissão vertical ( TV) do HIV é a principal fonte de infecção das crianças, sendo um evento multifatorial e com possíveis sequelas neurológicas. Quanto mais precoce a infecção do feto, pior o prognóstico e maiores as chances de se desenvolver grandes sequelas neurológicas, tais como a O Brasil foi pioneiro na implementação de um programa de Saúde Pública para prevenção da TV do HIV. Sabendo disso, esse trabalho tem como objetivo analisar as notificações de TV de HIV, principalmente em menores de 2 anos, no Brasil de 2007 a 2012; comparar valores destoantes entre as unidades da federação; analisar as faixas etárias acometidas e a associação com o sexo.

2 Material e Métodos Estudo observacional, utilizando dados do DATASUS-SINAN e séries temporais para avaliar temporalmente a evolução do número de casos ao nível nacional e de macrorregiões. Para estratificação dos valores brutos das notificações obtidas usou-se a população feminina de cada estado em cada ano analisado, e uma constante de , sendo estratificadas duas populações distintas de TV, uma que incluía apenas casos com menores de 2 anos e outra sem restrição de idade. Utilizou-se teste-t para médias, Fisher e χ2,com grau de confiança de 95%.

3 Resultados A região Sul apresenta maior número de casos por milhão de mulheres, sendo o RS a UF que se destaca. A região com menor número de casos é o CO, com exceção em 2010 em que foi o sudeste, sendo que DF, GO e MS permaneceram entre as UF com menor quantidade de casos nesse período, acompanhado de RN e MG( figura 1). Quando observadas as notificações em menores de dois anos, nota-se diferenças, principalmente, nas UF, com maior número de casos em RN em 2008 e 2011, AP em 2009, RO em 2010 e AM em Com menor número está GO em 2007, 2009, 2012, MG em 2008 e 2010 e Paraíba em Se a limitação de idade está presente ou não, há diferença de até 90,25 vezes nos números de casos entre as UF no mesmo período. A faixa etária de 1 a 4 anos representa 46,35% dos casos em média, apresentando tendência de crescimento de 2011 a 2012 após decrescimento desde Não se encontrou associação com o sexo em Goiás e ao nível nacional (p >0,4).

4 Encefalopatia pelo HIV LC; Pinheiro RS; Zuzino MKRT; Cavalcante JEDS. Casos notificados de transmissão vertical por um milhão de mulheres Figura 1

5 LC; Pinheiro RS; Zuzino MKRT; Cavalcante JEDS. Federal de Goiás Discussão e Conclusão As recorrentes baixas taxas de TV em GO reforçam a eficácia das estratégias de redução desse risco nesse estado, que incluem sorologia anti-hiv durante o prénatal, parto cesáreo, uso dos antirretrovirais pela mãe a fim de reduzir a carga viral no momento do parto, e proscrição do aleitamento materno. Certamente a frequência de realização da triagem pré-natal para o HIV deveria ser imitada pelos demais estados, afim de que se reduzam as disparidades verificadas neste estudo. Referências ALCÂNTARA, K.C. et al. HIV-1 mother-to-child transmission and drug resistance among Brazilian pregnant women with high access to diagnosis and prophylactic measures. Journal of Clinical Virology, v.54, n.1, p.15-20, jan TELLECHEA, N.R; Legido, A. Síndrome de inmunodeficiencia adquirida por transmisión vertical: alteraciones neurológicas. Rev Neurol, v.36, n. 3, p , feb TURCHI, M.D. et al. Mother-to-child transmission of HIV: risk factors and missed opportunities for prevention among pregnant women attending health services in Goiânia, Goiás State, Brazil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3, p. S390-S401, 2007.