O GÊNERO VIDEO TOUR COMO INSTRUMENTO DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E DE VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE LOCAL
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- Marco Antônio Barata Maranhão
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1 O GÊNERO VIDEO TOUR COMO INSTRUMENTO DE ENSINO DE LÍNGUA INGLESA E DE VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE LOCAL Jaqueline de Andrade Borges (Colégio Estadual Prof. Dulce Mashio/Paraná) Terezinha Marcondes Diniz Biazi (/UNICENTRO/GP) emebiazi@hotmail.com Resumo: Este resumo visa apresentar o projeto de intervenção pedagógica, intitulado O gênero Video Tour como instrumento de ensino de Língua Inglesa, para o Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, para o ano de 2014 e Este trabalho apoia-se na concepção de gênero textual e sequência didática advindas da teoria do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004; ) e pretende-se produzir e aplicar uma sequência didática do gênero Video Tour, baseada em um modelo didático do gênero, para desenvolver nos alunos as quatro capacidades de linguagem, nomeadamente, de significação (CRISTOVÃO;STUTZ, 2011), de ação, discursiva e linguístico-discursiva (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) em relação a esse gênero para que, apropriados das características do gênero, possam construir seus próprios video tours locais possibilitando o resgate de suas próprias identidades. Palavras-chaves: gêneros textuais; gênero Video Tour; aulas de inglês, identidade. Introdução Analisando o espaço e os sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem, propõe-se a produção e aplicação de uma sequência didática do gênero video tours a partir de modelos didáticos de gêneros (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004), apoiada no Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999), preferencialmente com os alunos do terceiro ano do Ensino Médio. O estudo de gêneros textuais em língua inglesa levará em consideração a realidade dos alunos, resultando na produção pelos alunos de video tours locais com informações positivas sobre espaços e pessoas, numa busca da valorização e do respeito às suas histórias e seu bairro, além de um processo de ensino-aprendizagem mais efetivo e significativo. Esta proposta justifica-se pelo fato de que, por parte dos alunos, há um descontentamento e um autopreconceito com relação à região onde eles moram, o que contribui para que se sintam incapazes e menos valorizados que os jovens das regiões mais próximas do centro da cidade. Assim, a sequência didática do gênero Video Tour levará em consideração a realidade dos alunos, resultando na produção de um video tour local, pelos
2 alunos, com informações positivas sobre espaços e pessoas, numa busca da valorização e do respeito às suas histórias e seu bairro. A aplicação da sequência didática será destinada aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, que de acordo com observações feitas no cotidiano escolar, demonstram menor interesse pela disciplina em questão. Espera-se com esta prática de ensino com gêneros textuais, proporcionar uma aprendizagem mais efetiva e significativa da língua para os alunos. Materiais e métodos A abordagem metodológica que será utilizada na pesquisa-ação será pautada na produção e aplicação de sequências didáticas estudadas por Schneuwly e Dolz (2004), abordando o gênero video tour, baseada em um modelo didático do gênero, para desenvolver nos alunos as quatro capacidades de linguagem: (de significação (CRISTOVÃO; STUTZ, 2011); de ação, discursiva e linguístico-discursiva (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) em relação a esse gênero para que, apropriados das características do gênero, possam construir seus próprios video tours locais. A aplicação da sequência didática de gênero será destinada aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, e também, são eles, que de acordo com observações feitas no cotidiano escolar, demonstram menor interesse pela disciplina em questão e muitos não se percebem como sujeitos de suas próprias histórias, por residirem em um bairro periférico, constituído basicamente de trabalhadores, e que, por muito tempo, foi excluído de ações governamentais de promoção da dignidade humana, a sensação de que o que faz parte da história e da cultura dos moradores da região não tem valor diante do mundo aparentemente sofisticado e perfeito das regiões centrais da cidade. Com base nessas observações é que se optou pelo gênero video tour, o qual possibilitará uma visão mais positiva e crítica do espaço e das pessoas do bairro onde os alunos vivem. Além disso, espera-se que a aplicação da sequência didática do gênero resulte na apropriação do mesmo pelos educandos o que tornará a aprendizagem mais significativa para todos os envolvidos no processo. Num primeiro momento, antes da produção e aplicação da sequência didática, será realizada com os envolvidos, uma avaliação diagnóstica, ainda no segundo semestre de 2014, onde os
3 alunos demonstrarão o conhecimento prévio sobre o gênero video tour. A referida avaliação dará base para a produção da sequência didática do gênero que posteriormente será aplicada em sala de aula durante o primeiro semestre de A sequência didática do gênero video tour, trará ao aluno o gênero em questão de forma autêntica por meio de vídeos coletados, os quais serão estudados e analisados em atividades que auxiliarão o aluno a compreenderem de forma detalhada as características do gênero textual apresentado. Essas atividades serão divididas em módulos, onde o aluno ampliará seu conhecimento paulatinamente, não apenas com relação às características do gênero, mas também aspectos próprios da língua em uso em determinado contexto. Em seguida, será proposta aos alunos a produção em pares de um video tour que mostrará aspectos positivos do local onde os mesmos vivem. A produção final será apresentada pelos alunos aos colegas no ambiente escolar, com o objetivo de valorização da produção no segundo semestre de Os alunos serão avaliados constantemente por meio das atividades desenvolvidas e por meio da produção final, a qual será analisada com a avaliação diagnóstica feita no início do processo. Resultados e Discussão Considerando o arcabouço teórico do Interacionismo Sociodiscursivo (doravante ISD), formulado por Bronckart (1999), temos o texto como designação para toda unidade de produção de linguagem. Os grupos sociais produzem uma diversidade de textos que cada indivíduo adapta de acordo com o contexto social de uso. Nessa diversidade, os textos possuem características próprias de acordo com o contexto social o qual foi produzido e intencionalidade para qual foi veiculado, o que constitui espécies de textos. Reunidos de acordo com essas características, as espécies de textos podem ser classificadas em gêneros textuais, que são formas variadas de discurso. Sob esta perspectiva, o ISD tem como foco o ensino dos gêneros textuais na língua. O trabalho com o gênero como prática de linguagem em sala de aula, no âmbito do ISD, perpassa pela construção de modelo didático de gênero (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004) e na produção de uma sequência didática. O modelo didático de gênero funciona como eixo
4 norteador no desenvolvimento da sequência didática, que estará em consonância com o conhecimento dos alunos a respeito do gênero trabalhado e definirá os objetivos com maior clareza. Ainda sob a ótica de Schneuwly e Dolz (2004), a sequência didática é definida como um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática em torno de um gênero textual oral ou escrito. Por meio da sequência didática o aluno, ao realizar as atividades propostas, poderá se apropriar do gênero escolhido para estudo, já que estarão em contato com instrumento que permite estabelecer relações sociais com o mundo. Portanto, a primeira fase da sequência didática será a produção inicial do gênero, que após analisado pelo professor, funcionará como uma avaliação diagnóstica e fornecerá suporte para a confecção dos módulos seguintes. Sucessivo a produção inicial, os módulos apresentam atividades que propõe a análise da maioria das características do gênero escolhido, bem como sua esfera de circulação, destinatário, objetivos e outras abordagens. Ao final da sequência didática há uma produção final do gênero pelo aluno. Com todos esses passos, segundo Marcuschi (2009) ao se referir aos estudiosos Schneuwly e Dolz (2004), aqui o aluno obtém um controle sobre sua própria aprendizagem e sabe o que fez, por que fez e como fez. O trabalho desenvolvido com o gênero Video Tour não servirá apenas para a reflexão sobre o gênero textual em questão e sobre a língua na qual ele foi produzido. A escolha do mesmo tem também o propósito de proporcionar aos alunos o reconhecimento de suas próprias identidades e de seus pertencimentos a um grupo social que pode e deve ser promovido perante as demais comunidades do município de Guarapuava. Conclusões Acreditamos que o uso do gênero textual video tour como instrumento de ensino de língua inglesa, resulte na apropriação do mesmo pelos educandos o que tornará a aprendizagem mais significativa para todos os envolvidos no processo. Espera-se também, fortalecer a noção de cidadania e de identidade local dos alunos, considerando que a produção de seus video tours buscará fomentar nos mesmos um posicionamento positivo
5 diante de suas realidades e de seus cotidianos. Nessa perspectiva, ao se criar oportunidade para que alunos e alunas possam fazer suas próprias leituras do lugar onde moram, considerando a importância desse local para sua formação enquanto cidadão de direitos e deveres, oportuniza-se também a eles que assumam suas identidades. Referências BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sociodiscursivo. Tradução de Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. São Paulo: EDUC, CRISTOVÃO, Vera Lucia Lopes; STUTZ, Lidia. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 e no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, Paula Tatiane Carrera; ARAÚJO, Julio Cesar, NICOLAIDES, Christine Siqueira; SILVA, Kleber Aparecido da. (Orgs.). Linguística aplicada e sociedade: Ensino e aprendizagem de línguas no contexto brasileiro. Campinas, SP: Pontes Editores, 2011, p MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. 3º ed. São Paulo: Parábola, SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Os gêneros escolares das práticas de linguagem aos objetos de ensino. Campinas-SP: Mercado de Letras, p. 82.
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