Due Diligence Aspectos Práticos
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- David Bento Borja
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1 Due Diligence Aspectos Práticos Foi tendo em conta os aspectos práticos do tema que o Dr. Ivo Renato Moreira de Faria Oliveira apresentou o trabalho sobre o Due Diligence Financeiro no Contexto de uma Concentração Empresarial, seguido de um debate com os Colegas, nos dias 22 de Abril (Porto) e 23 de Abril (Lisboa). Trata-se de um tipo de serviços para o qual o Revisor Oficial de Contas está, naturalmente, preparado, mas que justifica sempre um estudo actualizado e uma abordagem pelo ponto de vista prático, com uma troca de experiências que permitirá melhorar a qualidade das suas intervenções profissionais e reduzir os riscos que geralmente estão associados a este tipo de trabalhos. O Encontro, tanto em Lisboa, como no Porto, serviu para a discussão de diversas matérias ligadas ao tema e a sua relação com a revisão de contas e a aplicação das disposições dos direitos comercial e fiscal. Sistema de Normalização Contabilística Na sequência da aprovação, pela Comissão de Normalização Contabilística (CNC), do documento intitulado Projecto de Linhas de Orientação Para Um Novo Modelo de Normalização Contabilística, foram preparados projectos sobre de instrumentos contabilísticos, integrando o novo modelo intitulado Sistema de Normalização Contabilística (SNC) que visa substituir o POC e legislação complementar. O Conselho Geral da CNC deliberou proporcionar uma ampla divulgação do referido novo modelo, tendo o Governo decidido submeter o projecto de SNC a consulta pública, de forma a recolher sugestões e outros contributos para o respectivo aperfeiçoamento. Assim, no decurso desta discussão pública sobre o SNC, a Ordem promoveu um Encontro para debater o tema com os Colegas, recolher comentários e opiniões. Para este evento foi convidado o Colega António Baia Engana que introduziu o tema e promoveu o debate nas duas sessões que decorreram no dia 27 de Maio na Secção Regional do Norte, no Porto, e no dia 28 de Maio, na Sede, em Lisboa. 12 REVISORES AUDITORES ABR/JUN 2008 RA41_AF_ALTERADA.indd 12 08/07/31 0:32:26
2 Recepção aos Novos Revisores Quero dar-lhes as boas vindas e recebê-los nesta grande família de profissionais reconhecidamente responsáveis, exigentes e respeitados, foram estas as palavras proferidas pelo Bastonário na abertura da sessão de entrega das cédulas profissionais aos 47 novos Revisores Oficiais de Contas que se juntaram à profissão. Admitindo que a profissão vive tempos de mudança a nível nacional e internacional, incentivou contudo a encarar as mudanças como desafios e, por sua vez converter os desafios em oportunidades, convidando estes novos Colegas a não vacilarem perante as primeiras dificuldades que brevemente irão ter que enfrentar. Fazendo uma alusão ao regime de acesso à profissão, afirmou que a entrada destes novos Colegas não foi fácil. Apesar de tudo prosseguiu o Bastonário na sua intervenção, importa deixar claro que o regime de acesso mais não pretende do que fazer uma rigorosa selecção. Não pretendemos limitar e não limitaremos frisou o acesso a ninguém que seja detentor dos conhecimentos e da formação que a lei estabelece como requisito prévio Na sua intervenção, o Bastonário reiterou o objectivo da Ordem de continuar a trabalhar no sentido de tornar a profissão mais atractiva, evidenciando os seus méritos e incentivando os melhores a optar por uma carreira profissional independente e dignificante. Felicitando vivamente estes novos membros da Ordem pelo sucesso alcançado e por terem ultrapassado todos os obstáculos que integram o regime de acesso, recordou que a lei, as normas técnicas e os regulamentos da Ordem, e em especial o Código de Ética serão sempre, a par da consciência de cada um, os seus melhores conselheiros. Na sua conclusão, salientou o carácter marcadamente liberal do exercício desta actividade e da responsabilidade individual de cada um em dignificar a profissão como classe. Para isso, deixou claro que estes novos Colegas não devem hesitar em procurar o apoio da Ordem sempre que entendam necessário, e de que tudo se fará para os ajudar a se integrar nesta profissão, por um lado exigente, difícil e, às vezes, esgotante mas, por outro lado, motivadora, interessante e gratificante 14 REVISORES AUDITORES ABR/JUN 2008 RA41_AF_ALTERADA.indd 14 08/07/31 0:32:30
3 25 anos de Profissão A Ordem agraciou uma vez mais os Colegas que completaram, este ano, 25 anos de carreira como Revisores Oficiais de Contas. Na sessão pública que ocorreu no dia 7 de Julho de 2008, foram entregues as respectivas medalhas comemorativas. Citando as palavras que o Bastonário dirigiu aos Colegas: Sabemos, por experiência, que são grandes os sacrifícios que a profissão exige de todos nós. Porém, não parece difícil concluir de que quem ficou 25 anos na profissão foi porque nela encontrou motivação bastante e um nível de realização e de satisfação superior. Todos na vida teremos tido outros desafios e outras propostas profissionais seguramente tanto ou mais interessantes que ser ROC. Mas temos que reconhecer que terá sido por uma boa razão que a opção de carreira, feita há 25 anos, tenha permanecido inalterável Na sua intervenção, o Bastonário realçou ainda que os 25 anos passados de intenso trabalho e de total dedicação à profissão por parte dos Colegas então agraciados, motiva a Ordem a promover esta homenagem de reconhecimento por tudo o que fizeram para aumentar a reputação e o prestígio da profissão que abraçaram ABR/JUN 2008 REVISORES AUDITORES 15 RA41_AF_ALTERADA.indd 15 08/07/31 0:32:37
4 Auditoria e Mercado de Capitais Intervenção do Presidente da CMVM No âmbito da Sessão Pública realizada pela Ordem, no Hotel Tivoli, em Lisboa, no passado dia 7 de Julho, o Senhor Presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) fez uma intervenção subordinada ao tema Auditoria e Mercado de Capitais. O Senhor Dr. Carlos Tavares na qualidade de Presidente da CMVM, realçou o papel primordial que os revisores oficiais de contas representam no mercado de capitais, falando sobre valores inerentes à sua profissão, tais como a independência, a transparência, reforçando a ideia da importância da qualidade da auditoria. Falando a propósito das suas funções exercidas, realçou que Os auditores são a primeira linha externa de controlo, cabendo-lhes assegurar que a informação financeira prestada ao mercado é um retrato fiel da situação das empresas cotadas. Prestam, por isso, um importante contributo para a integridade e a transparência dos mercados de capitais. Numa alusão à recente reforma do Código das Sociedade Comerciais e das novas Recomendações da CMVM sobre o Governo das Sociedades Cotadas, afirmou que estas «tiveram em consideração o papel primordial dos auditores e visaram, nomeadamente, reforçar: A fiscalização interna das sociedades (órgão reforçado) A designação de interlocutores independentes do órgão de direcção, para discussão e confronto de políticas contabilísticas agressivas; O reforço da independência dos auditores (deixando de estar no seio do órgão de fiscalização; 16 REVISORES AUDITORES ABR/JUN 2008 RA41_AF_ALTERADA.indd 16 08/07/31 0:32:40
5 A transparência quanto ao exercício da sua actividade, em particular quando esteja em causa a auditoria de empresas cotadas.» Na continuação da sua intervenção, lançou uma série de reptos que resumiu da seguinte maneira (citando): Dado que as empresas cotadas se financiam através de produtos financeiros cada vez mais sofisticados, exige se dos auditores: Conhecimento profundo dos instrumentos financeiros complexos tais como futuros, opções, swaps, forwards ou CFD s obrigações colateralizadas produtos estruturados bem como do modo de funcionamento dos mercados em que são negociados. Para tanto são necessários: Formação constante dos recursos humanos e capacidades de adaptação ao ritmo das inovações Meios tecnológicos capazes de realizar uma verificação eficaz da valorização dos novos activos financeiros O Dr. Carlos Tavares prosseguiu afirmando que A Comissão Europeia emitiu recentemente uma Recomendação sobre a limitação da responsabilidade dos auditores com o objectivo designadamente de estimular a concorrência no mercado de auditoria: Serão os Estados-Membros a decidir o método apropriado para a limitação da responsabilidade dos auditores, dentro dos seguintes limites destinados a proteger os próprios auditores, as empresas auditadas e os investidores: a limitação da responsabilidade não pode aplicar se em caso de incumprimento intencional dos deveres do auditor a limitação será ineficaz se não abranger também terceiros quem sofrer prejuízos tem o direito a ser ressarcido. E concluiu dizendo que É um assunto que importa discutir com um adequado balanceamento entre a protecção dos investidores e a viabilidade da profissão de auditoria. ABR/JUN 2008 REVISORES AUDITORES 17 RA41_AF_ALTERADA.indd 17 08/07/31 0:32:44
6 Controlo de Qualidade Sorteio Público Na sessão pública de 7 de Julho de 2008, que contou com a presença de representantes de diversas entidades públicas e privadas, foi realizado o Sorteio Público a que se refere o art.º 14.º do Regulamento do Controlo de Qualidade. Na ocasião, o presidente da Comissão do Controlo de Qualidade Dr. António Marques Dias, informou que a legislação nacional que irá proceder à transposição da 8ª Directiva já tinha sido aprovada pelo Governo devendo ser publicada em breve, pelo que o controlo de qualidade das entidades a sortear será efectuado seguindo o actual Regulamento de Controlo de Qualidade. Referiu, ainda, que foram aprovadas pelo Conselho Directivo, pequenas melhorias no processo do controlo de qualidade que sintetizou como segue: «1. Nas sociedades com valores mobiliários admitidos à cotação sorteadas, será efectuado também o controlo do ROC/SROC se diferente do auditor para a CMVM. 2. A reunião prévia com os controladores/relatores será transformada numa acção de formação (obrigatória) de modo a aumentar o nível de uniformidade na documentação das acções de controlo. 3. Os controladores prepararão relatório detalhado das deficiências observadas nos casos em que as mesmas, pelo número ou pela relevância, constituam justificação para conclusão com observações e recomendações de relevância ou insatisfatórias.» A culminar uma breve intervenção que deu início aos trabalhos o Bastonário, António Gonçalves Monteiro, teve oportunidade de salientar: «Nunca é demais sublinhar a importância dos benefícios que decorrem de um adequado sistema de controlo que, não devendo ser excessivo, deve ser suficientemente capaz de prevenir tentações e de reprimir infracções». A lista dos sorteados encontra-se disponível no sítio 18 REVISORES AUDITORES ABR/JUN 2008 RA41_AF_ALTERADA.indd 18 08/07/31 0:32:48
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