PROTOCOLO ENTRE OS MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
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- Ágatha Regueira Álvares
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1 PROTOCOLO ENTRE OS MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Concorrendo para o processo de transformação em curso no Exército Português, decorrente do actual modelo de profissionalização das Forças Armadas e dos imperativos de modernização organizacional, técnica e tecnológica, a educação e a formação constituem veículos privilegiados do desenvolvimento individual e colectivo dos profissionais que servem na Instituição, muito particularmente dos militares nos regimes de voluntariado e de contrato (RV/RC). Conscientes da situação particular do Exército e dos imperativos de aumento de qualificações escolares e profissionais da população em geral, o novo modelo de educação-formação a adoptar pelo Exército assentará no desenvolvimento contínuo das competências dos seus profissionais, facilitando a certificação, escolar e profissional, das competências adquiridas, pelas vias da formação e da experiência, visando responder aos actuais desafios internos mas também à responsabilidade social de inserção socioprofissional dos jovens que cessam a sua actividade nas fileiras. Este modelo insere-se na filosofia do Acordo de Cooperação Interministerial nas Áreas de Educação e Formação no âmbito da Defesa Nacional e da Iniciativa Novas Oportunidades, a qual consigna um conjunto alargado de medidas conducentes à melhoria da qualificação escolar e profissional dos jovens e adultos, designadamente o reforço e a diversificação da oferta de cursos que conferem certificação escolar e qualificação profissional, ao mesmo tempo que fixa o ensino secundário como referencial mínimo de qualificação de todos os portugueses. Pretende-se promover também a compatibilidade e permeabilidade entre o sistema de educação-formação do Exército e os sistemas nacionais e europeus, de forma a garantir a transparência e a mobilidade. Impõe-se, para este efeito, a devida harmonização, flexibilização e ajustamento da formação ministrada no Exército à preconizada pelos referenciais de qualificação escolar e profissional, existentes ou a criar, com vista à obtenção da escolaridade de nível secundário e de uma qualificação profissional. De forma concorrente e tendo em vista potenciar todas as aprendizagens, torna-se necessário desenvolver o sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências no Exército, tirando o máximo proveito da rede nacional de Centros de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (CRVCC).
2 A eficácia e eficiência do desenvolvimento do sistema de educação-formação pressupõe, simultaneamente, uma aposta determinada na implementação de dispositivos garantes da qualidade que satisfaçam os requisitos da Acreditação do Sistema de Instrução e Doutrina do Exército. Na sequência do Acordo de Cooperação Interministerial, nas áreas da educação e formação no âmbito da Defesa Nacional, celebrado nesta mesma data, o Exército Português, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, adiante designado por IEFP, e a Direcção-Geral de Formação Vocacional, adiante designada por DGFV, irão colaborar com vista à reformulação da estrutura curricular dos diversos cursos ministrados pelo Exército Português, conciliando as especificidades da formação militar e do funcionamento do Exército com os modelos dos cursos conferentes de dupla certificação. Entre: a) O Exército Português, como primeiro outorgante, representado pelo Tenente-General Américo Pinto da Cunha Lopes, na qualidade de Comandante da Instrução e Doutrina do Exército, b) O Instituto do Emprego e Formação Profissional, como segundo outorgante, representado pelo Dr. Francisco Caneira Madelino, na qualidade de Presidente do Conselho Directivo e, c) A Direcção-Geral de Formação Vocacional, como terceiro, representada pela Dr.ª Alexandra Figueiredo, na qualidade de Presidente da Comissão Instaladora, é celebrado o presente Protocolo que se regerá pelas cláusulas que se seguem: Cláusula 1.ª Objecto O presente Protocolo tem por finalidade: a) Ajustar a formação ministrada no Exército, tendo por base os referenciais já estabelecidos no âmbito da oferta formativa escolar e profissional, visando a dupla certificação ou, em casos específicos, referenciais especialmente criados segundo a metodologia dos primeiros ou ainda, nos casos em que tal não seja possível, referenciais de unidades de competências passíveis de capitalização em percursos formativos a realizar ulteriormente no quadro da sociedade civil. b) Potenciar a utilização dos outros Centros RVCC da rede nacional de forma a permitir ao pessoal que serve no Exército, com especial relevo para os militares em RV/RC, o reconhecimento e a certificação das suas competências; c) Produzir quadros de referência metodológicos e instrumentais, tendo em vista a operacionalização da oferta de formação referida na alínea a);
3 d) Envolver nas ofertas referidas em a) e b) cerca de 5000 jovens e adultos, por ano. Compete às partes: Cláusula 2.ª Obrigações comuns a) Colaborar visando a harmonização e adequação da formação escolar e profissional actualmente ministrada no Exército, tendo em vista a dupla certificação ao nível do ensino secundário; b) Contribuir para potenciar a utilização da rede nacional de CRVCC de forma a possibilitar ao maior número de profissionais que servem no Exército a elevação dos níveis de qualificação; c) Cooperar para o desenvolvimento de quadros de referência metodológicos e instrumentais e de um glossário de termos de educação-formação; d) Colaborar no sentido da concepção de propostas de soluções formativas e do apoio técnico, metodológico e instrumental, dirigidos aos técnicos que conceberão os percursos formativos e aos que implementarão a oferta formativa nos termos ora consignados; e) Constituir a Comissão de Coordenação e Acompanhamento do presente Protocolo, cujo regulamento interno e planificação de actividades será definido no prazo de um mês; f) Para além dos signatários do presente Protocolo, a comissão referida na alínea anterior deve incluir ainda um representante da Direcção-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional. Cláusula 3.ª Obrigações do Exército Português Compete ao Exército Português, no âmbito do presente Protocolo: a) Ajustar o seu sistema de formação de forma a permitir o reconhecimento da formação escolar e profissional, visando a dupla certificação, ministrada no Exército por parte das entidades competentes; b) Assegurar a entrada em processos de RVCC dos militares RV e RC, protocolando com os restantes CRVCC da rede nacional o desenvolvimento de medidas incentivadoras e mobilizadoras da sua utilização; c) Constituir-se como um campo de experimentação de projectos de investigação-acção de metodologias e instrumentos consensualizados em sede de parceria; d) Constituir equipas de projecto que, na operacionalização da oferta formativa, irão aplicar os conceitos, metodologias e instrumentos concebidos no âmbito da parceria;
4 e) Providenciar e partilhar informação útil, gerada internamente ou recolhida designadamente no âmbito da OTAN, quer relativamente às metodologias e instrumentos, quer relativamente aos perfis de competências e de formação; f) Implementar acções facilitadoras do desenvolvimento do processo formativo e garantes da qualidade de funcionamento do sistema de educação-formação do Exército. Cláusula 4.ª Obrigações do Instituto do Emprego e da Formação Profissional No âmbito da aplicação do presente Protocolo, incumbe ao IEFP: a) Colaborar no ajustamento da oferta formativa do Exército, de forma a permitir o reconhecimento da formação escolar e profissional, visando a dupla certificação, por parte das entidades competentes; b) Integrar no quadro da oferta de formação do Centro Nacional de Formação de Formadores as soluções formativas destinadas a preparar os técnicos que conceberão os percursos formativos e os que implementarão a oferta formativa, nos termos ora consignados; c) Facultar a participação a elementos da parceria, ou que com eles colaborem, em acções de formação por si realizadas, que se afigurem de interesse ao desenvolvimento do projecto. Cláusula 5.ª Obrigações da Direcção-Geral de Formação Vocacional No âmbito da aplicação do presente Protocolo, incumbe à DGFV: a) Colaborar no ajustamento do dispositivo de formação de forma a permitir o reconhecimento da formação escolar e profissional, visando a dupla certificação, ministrada no Exército por parte das entidades competentes; b) Integrar no quadro da oferta de formação por si dinamizada as soluções formativas destinadas a preparar os técnicos que conceberão os percursos formativos e os que implementarão a oferta formativa, nos termos ora consignados; c) Facultar a participação a elementos da parceria, ou que com eles colaborem, em acções de formação por si realizadas, que se afigurem de interesse ao desenvolvimento do projecto. Cláusula 6.ª Vigência e entrada em vigor do Protocolo O presente Protocolo vigora por um período de três anos e entra em vigor na data da sua assinatura.
5 Cláusula 7.ª Alterações ao Protocolo O presente Protocolo só pode ser alterado ou denunciado por acordo unânime dos vários signatários, devendo constar de documento escrito. Feito em três exemplares, ficando cada uma das partes na posse de um exemplar do presente Protocolo. Lisboa, 30 de Maio de 2006.
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