Orientações de política sobre Biodiversidade relevantes para a Avaliação Ambiental Estratégica. Engenharia do Ambiente. Júri

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1 Orientações de política sobre Biodiversidade relevantes para a Avaliação Ambiental Estratégica Cátia Andreia Amado Eira Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente Júri Presidente: Orientador: Vogal: Professor Ramiro Joaquim de Jesus Neves Professora Maria do Rosário Partidário Professor Henrique Miguel Pereira Setembro de 2009 i

2 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer à Professora Maria do Rosário Partidário, por ter acreditado em mim e me ter proporcionado a oportunidade de desenvolver este trabalho, disponibilizando a sua extensa experiência na área. Ao Sr. Pedro Ivo Arriegas e à Sra. Emília Silva, ambos do Departamento de Conservação e Gestão da Biodiversidade do ICNB, pela partilha de ideias e, em especial a esta última pela disponibilidade, apoio e simpatia que sempre demonstrou. Ao Professor Henrique Pereira pelo esclarecimento de dúvidas e partilha de ideias. À Rita Bruno Soares, pela motivação e simpatia com que me ajudou a organizar as ideias no momento de iniciar o desenvolvimento desta Dissertação de Mestrado. À Rita Gomes pela partilha de ideias na concepção da apresentação desta dissertação de mestrado. A todos os colegas e amigos da universidade, pela partilha e companheirismo, em especial à Lara Espírito Santo, Inês Amendoeira e Vera Brandão, pela amizade e por todos os momentos de trabalho e lazer que partilhámos. Pelo que crescemos juntas. Ao meu colega João Fernandes pelo seu contributo na formatação deste trabalho. À Ana Anselmo e à Daniela Duarte, grandes amigas e colegas de casa, por toda a amizade, paciência e apoio, características que só se encontram em grandes amigos. Por todos os momentos partilhados e por todos os que ainda virão. Um agradecimento muito especial aos meus pais, Maria das Dores Amado e Victor Eira, pela educação transmitida, por sempre terem acreditado em mim, pela amizade única e todo o apoio e compreensão que têm demonstrado em todos os momentos da minha vida, em especial naqueles em que estive de estar afastada deles durante o meu percurso universitário. É muito bom saber que estarão sempre aí para mim. Um outro agradecimento especial à minha irmã, Joana Eira, pela amizade e carinho incondicionais que sempre me demonstra, por toda a alegria com que me recebe sempre que regresso a casa. Aos restantes familiares e aos amigos que sempre me apoiaram e motivaram com as suas palavras. Por último, mas nunca menos importante, ao David, por todo o apoio, motivação, paciência e compreensão que sempre demonstrou. Por me fazer acreditar em mim nos momentos mais difíceis. Por estar sempre do meu lado. ii

3 RESUMO A evolução crescente da economia nos últimos séculos tem sido suportada por um desenvolvimento desregrado, em grande parte responsável pelo aumento significativo da perda de biodiversidade a nível global. O objectivo desta Dissertação de Mestrado é sistematizar as macro-políticas de biodiversidade, internacionais e europeias, e explorar a forma de as integrar na Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), contribuindo para o reforço da inclusão da biodiversidade nos processos de desenvolvimento. Este estudo desenvolveu-se segundo uma análise comparativa entre as recomendações da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), as dos documentos que resultaram da implementação da CDB a nível europeu e nacional, e ainda a sua aplicação num conjunto de casos práticos. Como seria de esperar, há uma estreita relação entre a fraca transposição das recomendações para o direito comunitário e nacional e a não aplicação das mesmas a nível prático. Verificaram-se lacunas na consideração e valorização dos serviços dos ecossistemas associados à biodiversidade; na avaliação da biodiversidade ao nível genético; na avaliação das acções que desencadeiam potenciais impactes sobre a mesma; na consideração dos impactes cumulativos, nos processos de identificação e monitorização da biodiversidade e na adopção da Abordagem Ecossistémica. De um modo geral, os casos europeus e internacionais apresentam uma abordagem mais consistente com as orientações da CDB do que os casos nacionais. Conclui-se que a AAE é um bom promotor da protecção e conservação da biodiversidade. No entanto, é necessário reforçar a pesquisa nesta área e aproveitar as potencialidades deste instrumento de avaliação como forma de colmatar as lacunas existentes. Palavras-chave: Biodiversidade, Avaliação Ambiental Estratégica, serviços dos ecossistemas, Abordagem Ecossistémica, Forças Motrizes iii

4 ABSTRACT The great economic growth of the last centuries has been supported by an uncontrolled development, largely responsible for the significant increase of biodiversity loss in a global scale. This Master s Thesis intends to summarize the international and the national policies related with biodiversity, and explore how to integrate them in Strategic Environmental Assessment (SEA), as a way to enhance the inclusion of biodiversity into the development process. This study was developed to conduct a comparative analysis between the guidelines proposed by the Convention on Biological Diversity (CBD), resulting from the implementation of CBD at European and national levels, and also the application of these guidelines in a set of case studies. As expected, there is a close relation between the weak implementation of guidelines in the community and national regulations and no application of them in practice. There are gaps in the consideration and valuation of ecosystem services provided by biodiversity, the assessment of the genetic level of biodiversity, the assessment of triggers, the consideration of cumulative impacts, the identification and monitoring of biodiversity and the Ecosystem Approach. Overall, the European and international cases show a great consistency with the guidelines of CBD then the national cases. This study allows to conclude that SEA is an effective tool to enhance biodiversity conservation, protection and sustainable use. However, it is still necessary to improve the research in the field and to take the potential of this assessment approach as a way to cover the flaws identified. Keywords: Biodiversity, Strategic Environmental Assessment, ecosystem services, Ecosystem Approach, drivers of change iv

5 ÍNDICE GERAL Agradecimentos... ii Resumo... iii Abstract... iv Índice Geral... v Índice de Quadros... vii Índice de Figuras... x Lista de Acrónimos... xi 1. Introdução Objectivo Metodologia Motivação/Justificação do tema Estrutura A Biodiversidade em AAE Biodiversidade Avaliação Ambiental Estratégica Biodiversidade e Avaliação Ambiental Estratégica Modelo de avaliação (Millennium Ecosystem Assessment & IAIA) Modelo da Abordagem Ecossistémica Análise das directrizes da CDB para a AAE Análise comparativa de casos nacionais e internacionais Casos Nacionais Caso 1 - Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) Caso 2 - Plano Regional de Ordenamento do Território de Oeste e Vale do Tejo (PROT- OVT) Caso 3 - Estudo para análise técnica comparada das alternativas de localização do Novo Aeroporto de Lisboa na zona da Ota e na zona do campo de tiro de Alcochete v

6 Caso 4 - Plano Director Municipal de Vila Franca de Xira (PDM-VFX) Caso 5 - Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) da ilha de Santa Maria, Açores Caso 6 - Plano de Ordenamento da Albufeira das Fronhas (POAF) Caso 7 - Revisão do Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês (POPNPG) Casos Internacionais Caso 1 - Plano de Produção de Energia Eólica para a Comunidade Autónoma (CA) de Castilla e León ( ) Caso 2 - Plano Local de Transporte de Gloucester, Inglaterra Caso 3 - Programa de Cooperação entre a Lituânia e a Polónia ( ) Caso 4 - Programa Operacional para o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional para a região Sudeste de Inglaterra ( ) Caso 5 - Plano local do Parque Nacional de Cairngorms, Escócia Caso 6 - Acordo N.ºCE 25/2001 Estudo Hong Kong 2030: Planeamento da Visão e Estratégia Caso 7 - Plano de Desenvolvimento do Turismo das Fiji Comparação entre as orientações da CDB e as abordagens utilizadas em cada caso Casos nacionais Casos internacionais Quadro Síntese da consistência entre as orientações da CDB e a aplicação prática Conclusões e recomendações Referências Bibliográficas Anexos... i Anexo I. Modelos de origem do actual modelo utilizado pela CDB na avaliação da Biodiversidade... ii Anexo II. Lista Indicativa dos Serviços dos Ecossistemas... iii Anexo III. Lista das Forças Motrizes Directas e Forças Motrizes Indirectas... v Anexo IV. Identificação e monitorização: Lista Indicativa de Componentes da Biodiversidade... vii Anexo V. Opções Estratégicas identificadas para o POOC da ilha de Santa Maria... viii Anexo VI. Artigo 7º. do texto da CDB... x vi

7 Anexo VII. Parque Nacional de Cairngorms, Escócia... xi Anexo VIII. Quadro de Referência Estratégico para a Biodiversidade... xii ÍNDICE DE QUADROS Quadro 2-1. Situações em que a AAE deve prestar especial atenção à biodiversidade e como deve ser abordada Quadro 3-1. Sistematização das principais orientações de política da CDB para a efectiva inclusão da biodiversidade em AAE e interpretação das mesmas ao nível da EEB, do PA e da ENCNB Quadro 3-2. Sistematização das orientações da CDB relativas ao apoio técnico e financeiro na inclusão da biodiversidade em AAE e interpretação das mesmas ao nível da EEB, do PA e da ENCNB Quadro 4-1. Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do PNBEPH Quadro 4-2. Problemas e propostas na abordagem à biodiversidade no âmbito do PNBEPH Quadro 4-3. Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do PROT-OVT Quadro 4-4. Propostas na abordagem à biodiversidade no âmbito do PROT-OVT Quadro 4-5. Critérios de avaliação, indicadores e parâmetros para a biodiversidade no âmbito da análise comparada das alternativas de localizações do NAL Quadro 4-6. Propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito da análise comparada das alternativas de localização do NAL Quadro 4-7. Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do PDM de Vila Franca de Xira Quadro 4-8. Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do PDM-VFX Quadro 4-9. Indicadores para a biodiversidade no âmbito do POOC de Santa Maria Quadro Problemas e propostas para a biodiversidade no âmbito do POOC de Santa Maria Quadro Critérios de avaliação, objectivos e indicadores para a biodiversidade no âmbito do POAF Quadro Problemas na abordagem da biodiversidade no âmbito do POAF Quadro Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do POPNPG Quadro Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do POPNPG Quadro Problemas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano de Produção de Energia Eólica para a região de Castilla e Léon Quadro Indicadores para a biodiversidade no âmbito do Plano Local de Transporte de Gloucester 49 Quadro Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano Local de Transporte de Gloucester vii

8 Quadro Indicadores para a biodiversidade no âmbito do Programa de Cooperação entre a Lituânia e a Polónia Quadro Propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Programa de Cooperação entre a Lituânia e a Polónia Quadro Indicadores identificados no âmbito do Programa Operacional para o Fundo de Desenvolvimento Regional para a região Sudeste de Inglaterra para a área da biodiversidade Quadro Objectivos e indicadores para a biodiversidade no âmbito do Plano Local do Parque Nacional de Cairngorms Quadro Problemas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano Local do Parque Nacional de Cairngorms Quadro Indicadores para a biodiversidade no âmbito do Estudo Hong Kong Quadro Propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Estudo Hong Kong Quadro Objectivos e indicadores para a biodiversidade no âmbito do Plano de Desenvolvimento do Turismo das Fiji Quadro Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano de Desenvolvimento do Turismo das Fiji Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional viii

9 Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional Quadro Quadro síntese: Consistência entre as orientações da CDB e a abordagem utilizada em cada caso Quadro II-1. Lista de Serviços dos Ecossistemas.. iii Quadro V-1. Lista de Programas e Projectos proposta pelo POOC da ilha de Santa Maria.....viii Quadro VIII-1. Quadro de Referência Estratégico para a biodiversidade: Guia da CDB para a inclusão da biodiversidade em AAE.....xii Quadro VIII.2 - Quadro de Referência Estratégico para a biodiversidade: Estratégia Europeia sobre a Biodiversidade...xiii Quadro VIII.3 - Quadro de Referência Estratégico para a biodiversidade: Plano Comunitário para a Biodiversidade para e para além......xvii Quadro VIII.4 - Quadro de Referência Estratégico para a biodiversidade: Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e Biodiversidade....xxi ix

10 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 2-1. Representação esquemática do modelo conceptual adoptado pela CDB Figura 2-2. Diagrama de categorias dos serviços dos ecossistemas: prioridades da UNEP Figura I-1. Modelo conceptual utilizado pelo Millenium Ecosystem Assessment..ii Figura I-2. Modelo de Avaliação de Impactes desenvolvido pela IAIA... ii Figura III-1. Forças Motrizes Directas.... v Figura III-2. Forças Motrizes Indirectas.... vi Figura VII-1. Parque Nacional de Cairngorms, Escócia.... xi x

11 LISTA DE ACRÓNIMOS AAE AE AIA AIE CDB CITES DQA EEB EEM EER EEU ENCNB FCD FMD FMI GEF IAIA ICNB IPF MA OGM PA PES QCA QRE Avaliação Ambiental Estratégica Abordagem Ecossistémica Avaliação de Impacte Ambiental Áreas de Intervenção Específica Convenção sobre Diversidade Biológica Convention on International Trade in Endangered Species Directiva Quadro da Água Estratégia Europeia sobre a Biodiversidade Estrutura Ecológica Municipal Estrutura Ecológica Regional Estrutura Ecológica Urbana Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e Biodiversidade Factores Críticos de Decisão Forças Motrizes Directas Forças Motrizes Indirectas Fundo Global do Meio Ambiente Associação Internacional de Avaliação de Impactes Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade Painel Intergovernamental sobre Florestas Millennium Ecosystem Assessment Organismos Geneticamente Modificados Plano de Acção Comunitário Payment for Ecosystem Services Quadro Comunitário de Apoio Quadro de Referência Estratégico xi

12 RAN RFCN REN RNAP SIC SIPNAT SNAC SSSI TEEB TIC UNEP UNESCO ZPC ZEC ZPE ZPP ZPT Reserva Agrícola Nacional Rede Fundamental de Conservação da Natureza Reserva Ecológica Nacional Rede Nacional de Áreas Protegidas Sítios de Importância Comunitária Sistema de Informação do Património Natural Sistema Nacional de Áreas Classificadas Sitios de Especial Interesse Científico The Economics of Ecosystems and Biodiversity Tecnologias de Informação e Comunicação United Nations Environment Programme United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization Zonas de Protecção Complementar Zonas Especiais de Conservação Zonas de Protecção Especial Zonas de Protecção Parcial Zonas de Protecção Total xii

13 1. INTRODUÇÃO O presente capítulo estabelece o enquadramento desta Dissertação de Mestrado, fazendo referência ao objectivo proposto, à metodologia utilizada e à motivação que levou à escolha do tema. Posteriormente é apresentada a estrutura da Dissertação, com uma breve descrição do conteúdo de cada capítulo Objectivo O objectivo deste estudo é sistematizar as macro-políticas de biodiversidade, internacionais e europeias, e explorar a forma de as integrar na Avaliação Ambiental Estratégica. Como referencial foram tidas em conta as recomendações associadas à implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), e os documentos decorrentes da sua implementação a nível nacional Metodologia Numa primeira fase procedeu-se ao levantamento e interpretação dos principais conceitos e linhas de força associados à CDB e dos modelos de abordagem da biodiversidade em AAE que os concretizam. Como base de informação foi utilizado o Guia da CDB para a inclusão da biodiversidade em AAE (Biodiversity in EIA & SEA: Voluntary Guidelines on Biodiversity-Inclusive Impact Assessment). Posteriormente foram analisados os documentos que resultaram da implementação da CDB a nível europeu e nacional, nomeadamente a Estratégia Europeia sobre a Biodiversidade (EEB), o Plano de Acção Comunitário para a Biodiversidade para 2010 e para além e a Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e Biodiversidade (ENCNB). A interpretação dos documentos permitiu concluir acerca das recomendações chave a seguir para uma eficaz abordagem das questões relacionadas com a biodiversidade em AAE. Numa fase seguinte foram recolhidos casos de AAE nacionais, europeus e internacionais, seleccionados com base em determinados critérios: 1. Abordar diferentes tipos de AAE (planos à escala nacional, regional e local, planos especiais - Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas, Planos de Ordenamento das Albufeiras e Planos de Ordenamento da Orla Costeira estudos); 2. Casos de países com experiência sólida na aplicação da AAE e outros a iniciar a sua aplicação; 3. Disponibilidade dos relatórios ambientais. Os casos nacionais seleccionados seguem, com as adaptações necessárias, o Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica Orientações Metodológicas (Partidário, 2007), publicado pela 1

14 Agência Portuguesa do Ambiente. Esta é a metodologia mais utilizada a nível nacional, daí ter sido escolhida. Os casos europeus apresentam metodologias diversas, embora convergindo para a base de orientação que é a Directiva Comunitária (Directiva 2001/42/CE, de 27 de Junho), comum a todos os países pertencentes à União Europeia. Relativamente aos casos não europeus, e apesar da Directiva Comunitária não constituir qualquer referência legal nessas situações, ela sugere um procedimento geral de elaboração das AAE e, estando estandardizada num vasto e influente grupo de países, tem sido utilizada fora da União Europeia, uma vez que facilita o benchmarking entre eles. Por outro lado é também um instrumento familiar compreendido por parceiros e investidores. No entanto, é usual a existência de algumas diferenças ao nível do processo de AAE nestes países. Note-se que, para aplicação do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, que transpôs para o direito nacional a Directiva Comunitária, considerou-se os casos referentes a estudos equivalentes a um plano ou programa. Todo o estudo se desenvolveu a partir da análise comparativa que confrontou os seguintes aspectos: 1. As recomendações da CDB, da EEB, do Plano de Acção (PA) e da ENCNB e os casos práticos analisados, de forma a verificar se a transposição das orientações da CDB está a ser efectuada correctamente para os níveis comunitário e nacional e se estas estão a ser correctamente aplicadas nos casos práticos; 2. As propostas feitas no âmbito dos casos e as recomendações chave a seguir, de modo a concluir se as propostas estão a dar continuidade às recomendações da CDB Motivação/Justificação do tema Numa altura em que se reforça a preocupação pela procura de soluções sustentáveis torna-se essencial a integração dos aspectos económicos, sociais e ecológicos em cada processo de desenvolvimento. A partir do momento em que a consideração dos aspectos ambientais nos vários sectores deixa de ser um obstáculo e se transforma numa oportunidade é essencial o recurso à Avaliação Ambiental Estratégica, como instrumento de sustentabilidade e de integração dos componentes ambientais nos processos de tomada de decisão. Sendo actualmente reconhecida a importância e o papel essencial da biodiversidade no suporte da vida humana é primordial a sua integração efectiva em AAE, como forma de promover a sua protecção e conservação e dos bens e serviços que fornece. 2

15 Sendo que a aplicação deste instrumento de avaliação está ainda a dar os primeiros passos a nível nacional, o que se pretende no âmbito desta dissertação de mestrado é a reestruturação da forma como integra as questões da biodiversidade, de modo a colmatar as lacunas que parecem existir entre a abordagem a nível europeu/internacional e a que é praticada a nível nacional Estrutura A presente dissertação encontra-se organizada em cinco capítulos. No capítulo 1 são apresentados os objectivos propostos, a metodologia utilizada para os alcançar e a motivação que conduziu à escolha do tema. O capítulo 2 estabelece o enquadramento do tema, apresentando os principais conceitos associados à abordagem da biodiversidade em AAE propostos pela CDB. No capítulo 3 é elaborada a análise das directrizes preconizadas pela CDB para a inclusão da biodiversidade em AAE, verificando a efectividade da sua transposição para a legislação comunitária e nacional. No capítulo 4 é apresentada uma análise comparativa de casos de AAE internacionais e nacionais, onde se verifica a concordância entre as directrizes da CDB e a abordagem utilizada em cada caso prático, concluindo assim acerca das diferenças que existem a nível internacional e nacional. No capítulo 5 são apresentadas as conclusões do estudo, bem como algumas recomendações e propostas para investigações futuras. 3

16 2. A BIODIVERSIDADE EM AAE No presente capítulo são sintetizadas as formas de abordagem e avaliação da biodiversidade, com incidência nas considerações decorrentes da CDB. A abordagem tem início com uma breve caracterização do estado da biodiversidade à escala global, uma descrição do conceito à luz da CDB e uma revista dos principais documentos legislativos relativos à sua protecção e conservação, aplicados a nível internacional, a nível comunitário e nacional. Numa segunda fase é referida a necessidade e vantagens de aplicar a AAE como resposta aos objectivos propostos no seio da CDB. Numa última fase são apresentados os principais conceitos e linhas de força decorrentes da CDB para posterior caracterização e análise Biodiversidade O aumento significativo da taxa de perda de biodiversidade ao nível planetário durante os últimos séculos é uma clara consequência da acção humana [ (Global Biodiversity Scenarios for the year 2100, 2000); (MEA, 2005); (Groombridge, et al., 2002)]. A preocupação com a perda da biodiversidade potenciou a criação de diversos acordos a nível global, centrados na sua protecção e conservação, de entre as quais se destacam a Convenção de Ramsar (1971), as Convenções da UNESCO para a protecção de reservas da biosfera (1971) e para a Protecção da Cultura e Património Natural Mundial (1972), a Convenção CITES (1973) e a Convenção de Bona (1979). O destaque vai para o ano 1992, que assinala a criação da CDB durante a Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento. É nesta convenção que é reconhecido pela primeira vez o papel da biodiversidade na sustentação da vida humana (UNEP, 2006), através dos serviços dos ecossistemas que fornece. O reconhecimento de que as questões relacionadas com a biodiversidade não podem ser confinadas por fronteiras administrativas ou políticas justifica a necessidade de criação de legislação internacional e uma efectiva cooperação entre os países. A legislação internacional criada para a conservação da natureza e biodiversidade abrange essencialmente as resoluções criadas das convenções supracitadas. Ao nível comunitário as directivas essenciais de transposição obrigatória para a legislação dos estados-membros são a Directiva n.º 79/409/CEE, de 2 de Abril (Directiva Aves) relativa à conservação das aves selvagens, a Directiva n.º 92/43/CEE, de 21 de Maio (Directiva Habitats) referente à preservação dos habitats naturais e da fauna e flora selvagens, que integradas criaram a rede ecológica de áreas especiais protegidas designada Natura 2000 e as disposições da Convenção de Berna (1979). Na legislação nacional destacam-se o Decreto-lei n.º 21/93, de 21 de Junho que aprova, para ratificação, a Convenção sobre a Diversidade Biológica; a Resolução do Conselho de Ministros n.º 152/2001 que cria a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade; o Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 4

17 de Fevereiro, que transpôs para o ordenamento jurídico português as Directivas n.º 79/409/CEE e n.º 92/43/CEE; a Resolução do Conselho de Ministros n.º 115-A/2008 relativa ao Plano Sectorial da Rede Natura 2000 (PSRN2000); o Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho referente ao Regime Jurídico da Conservação da natureza e da biodiversidade; o Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de Agosto e a Portaria n.º 1356/2008, de 28 de Novembro relativos ao regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional (REN) e aos usos compatíveis nas referidas áreas, respectivamente. O Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho estabelece a Rede Fundamental de Conservação da Natureza (RFCN) e o Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC). A RFCN é composta pelas áreas nucleares de conservação da natureza e da biodiversidade integradas no SNAC e pelas áreas de Reserva Ecológica Nacional, de Reserva Agrícola Nacional (RAN) e do domínio público hídrico. O SNAC é constituído pela Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), criada pelo Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro, pelas áreas classificadas que integram a Rede Natura 2000 (Zonas de Protecção Especial (ZPE) e as Zonas Especiais de Conservação (ZEC)), e pelas demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais assumidos a nível nacional (Decreto-Lei n.º 142/2008). As ZEC são Sítios de Importância Comunitária (SIC), que por serem considerados mais ameaçados e mais importantes em termos de conservação, podem posteriormente ser designados como ZEC. De acordo com a CDB o termo biodiversidade, ou diversidade biológica, pode ser definido como a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo, inter alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade dentro de cada espécie (ao nível genético), entre as espécies e dos ecossistemas (Convenção sobre Diversidade Biológica, 1993). O conceito de biodiversidade é muito abrangente, compreendendo no seu sentido mais lato toda a biosfera (MEA, 2005). A CDB estabeleceu uma meta para a biodiversidade, o Objectivo 2010, que sugere a redução significativa da actual taxa de perda de biodiversidade a nível global e até ao final do ano referido. A nível pan-europeu e da União Europeia a meta é mais ambiciosa, onde se pretende mesmo travar a perda de biodiversidade até ao final do mesmo ano (IUCN, 2009). Para alcançar a meta proposta a CDB estabeleceu como principais objectivos a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios que advêm da utilização dos recursos genéticos, nomeadamente através do acesso adequado a esses recursos e da transferência apropriada das tecnologias relevantes, bem como através de um financiamento adequado (Convenção sobre Diversidade Biológica, 1993). A CDB torna possível a aplicação das políticas de conservação da biodiversidade aos níveis genético, das espécies e dos ecossistemas. O nível genético compreende a variabilidade genética intra-específica, seja entre populações separadas ou entre indivíduos de uma mesma população. A diversidade ao nível das espécies inclui todas as espécies existentes numa determinada área ou em todo o planeta. A 5

18 diversidade ao nível dos ecossistemas inclui a diversidade de processos ecológicos dentro de um dado ecossistema ou entre ecossistemas. Por processos ecológicos entende-se a interacção entre os organismos (e.g. competição) e a sua interacção com o meio físico envolvente (e.g. fixação de azoto no solo) (Proença, et al., 2009). A perda da biodiversidade que tem vindo a verificar-se resulta em grande parte de dois aspectos. O primeiro prende-se com a ausência de meios efectivos de consideração e valorização dos bens e serviços por ela fornecidos. O segundo aspecto encontra-se associado ao facto de muitas das políticas relevantes ainda não estarem implementadas na sua totalidade (UNEP, 2007). Para a resolução destes problemas a CDB propõe que cada parte contratante integre, na medida do possível e conforme apropriado, a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica nos planos, programas e políticas sectoriais ou inter-sectoriais (alínea b do art.º 6º) (Convenção sobre Diversidade Biológica, 1993). Constata-se então, que a Avaliação Ambiental Estratégica pode constituir um eficaz instrumento de inclusão e avaliação da biodiversidade nos processos de tomada de decisão e, portanto uma resposta adequada aos propósitos da CDB. Um dos aspectos que já começa a ser abordado é a vertente económica da biodiversidade e dos ecossistemas. A sua valorização é uma prioridade dado que contribui para uma efectiva conservação da biodiversidade (Conference Proceedings: High Level Conference on Business & Biodiversity, 2008). Uma das formas de valorizar economicamente a biodiversidade é através de programas PES, que recompensam a protecção dos serviços dos ecossistemas e reforçam os benefícios que os mesmos fornecem (UNEP, 2009a). Existem já vários casos de países onde o pagamento por serviços dos ecossistemas (Payment for Ecosystem Services PES) é uma realidade, nomeadamente a Costa Rica, o México, a Colômbia e o Equador (MEA, 2005b). Na Caixa 1, como exemplo, é apresentado um caso de PES da Costa Rica. 6

19 CAIXA 1. CASO DE PROTECÇÃO DOS SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS NA COSTA RICA (PAGAMENTO POR SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS) A Costa Rica foi o primeiro país a adoptar um programa de PES. Este programa foi criado em 1997 ao ocorrer uma alteração na Lei da Floresta, que passou a estabelecer um pagamento aos proprietários de grandes áreas florestais pelo fornecimento de quatro tipos de serviços de ecossistema: sequestro de carbono, protecção das bacias hidrográficas, beleza associada e manutenção da biodiversidade. Inicialmente o governo esperou um grande fluxo monetário resultante da venda de títulos de emissão devido ao sequestro de carbono e da pesquisa de biodiversidade por parte das indústrias farmacêuticas. Apesar deste último aspecto não se ter verificado continua a esperar-se bastante do primeiro. O programa PES passou a compensar os proprietários pelo valor criado pela extensão de floresta natural ou plantada existente na propriedade. No âmbito deste programa foram criados contratos de conservação da floresta, com o requisito de proteger a floresta durante 5 anos, sem efectuar qualquer alteração na cobertura do solo; contratos de gestão sustentável da floresta (cessados em 2000) que compensavam os proprietários que permitissem a extracção limitada de madeira mas mantendo intactos os serviços fornecidos pela floresta e contratos de reflorestação que compensavam a plantação de árvores em áreas abandonadas e a sua manutenção durante 15 anos. De acordo com um estudo do Banco Mundial de 1993, 66% dos benefícios criados por estes serviços de ecossistema teriam impacte em todo o mundo e os restantes 34% seriam sentidos na Costa Rica. Baseado em (van Beukering, et al., 2008) No que respeita à existência de estudos sobre o valor económico da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas é essencial referir o estudo global intitulado A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (The Economics of Ecosystems and Biodiversity - TEEB), produzido em Este estudo tem como objectivo avaliar os custos globais da perda de biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas associados e compará-los com os custos de conservação e uso sustentável da biodiversidade (ICNB, 2008). Uma das primeiras conclusões do estudo é o agravamento do actual declínio da biodiversidade e consequente aumento da perda dos serviços dos ecossistemas no caso do cenário business as usual (IUCN, 2009a). Este estudo analisa as soluções disponíveis para uma melhor gestão do capital natural, nomeadamente (1) a remuneração dos benefícios provenientes da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas através do pagamento por esses benefícios e da criação de mercados próprios; (2) a reestruturação de subsídios que levam a danos sobre a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas, ou que sejam ineficientes na protecção dos mesmos (e.g. subsídios que suportam a produção e o consumo de 7

20 combustíveis fósseis); (3) a abordagem das perdas de biodiversidade por meio da regulamentação e do estabelecimento de mecanismos compensatórios, baseados nos princípios do poluidor-pagador e do full cost recovery 1 ; (4) Adição de valor através das áreas protegidas: aumentar a sua extensão e financiamento irá intensificar o seu potencial para manter a biodiversidade e reforçar os serviços dos ecossistemas, que garantem benefícios a nível local, nacional e global e (5) o investimento em infraestruturas ecológicas, que permitam, por exemplo, aumentar a resiliência da biodiversidade e dos ecossistemas às alterações climáticas, reduzir o risco de desastres naturais e melhorar a condição dos recursos hídricos (UNEP, 2009a). Há a reter deste estudo dois aspectos importantes. O primeiro é que os investimentos de manutenção e conservação são quase sempre mais baratos do que a restauração de ecossistemas degradados. O segundo refere-se ao facto dos benefícios sociais que surgem da restauração dos ecossistemas poderem ser muito mais elevados do que os custos dessa restauração (UNEP, 2009a). De acordo com o estudo TEEB é essencial uma melhor compreensão e quantificação da biodiversidade e dos valores dos ecossistemas, que suportem a avaliação de soluções a longo-prazo para a efectiva protecção e gestão da biodiversidade. A primeira necessidade chave é melhorar e utilizar sistematicamente indicadores com base científica que quantifiquem os impactes sobre a biodiversidade e o progresso do seu estado, permitindo antecipar, por exemplo, o colapso de ecossistemas. É necessário desenvolver indicadores específicos para os serviços dos ecossistemas. Outra necessidade chave prende-se com a consideração do valor dos bens naturais na contabilização dos rendimentos nacionais, e ainda com a monitorização da forma como o valor desses bens pode ser inflacionado ou reduzido através de determinados investimentos (UNEP, 2009a). No seguimento da valorização dos serviços dos ecossistemas é natural o desenvolvimento de um mercado que promova os bens e serviços fornecidos pela biodiversidade (Conference Proceedings: High Level Conference on Business & Biodiversity, 2008). A falta de preços de mercado para a biodiversidade e para os serviços dos ecossistemas significa que os benefícios que obtemos dos bens e serviços fornecidos são geralmente negligenciados ou subestimados nos processos de tomada de decisão. Este facto leva a acções que resultam na perda de biodiversidade e em impactes sobre o bem-estar humano (UNEP, 2009a). Para evitar o insucesso desta iniciativa é indispensável recorrer a diversas abordagens de gestão ao nível do território para evitar a sobreexploração dos ecossistemas, respeitar a sua capacidade de resiliência e ainda dispor de um suporte financeiro adequado. No entanto, alguns desafios surgem associados à criação de tal mercado, como os elevados custos de transacção para assegurar a manutenção de determinados recursos biológicos e a dificuldade na atribuição de valor a certos bens e serviços (Conference Proceedings: High Level Conference on Business & Biodiversity, 2008). 1 Segundo este princípio o custo de fornecimento de bens e serviços é atribuído ao utilizador ou ao beneficiário dos mesmos. Os consumidores pagam o custo total do que consomem, e.g. pelo abastecimento de água ou pelas concessões madeireiras (UNEP, 2009a). 8

21 2.2. Avaliação Ambiental Estratégica De acordo com o considerando n.º 4 da Directiva Europeia relativa à AAE, a avaliação ambiental constitui um instrumento importante de integração das considerações ambientais na preparação e aprovação de determinados planos e programas que possam ter efeitos significativos no ambiente nos Estados-Membros, uma vez que garante que os efeitos ambientais da aplicação dos planos e programas são tomados em consideração durante a sua preparação, antes da sua aprovação (Directiva 2001/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, 2001). O regime jurídico da AAE resulta do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, que transpôs para a legislação nacional a Directiva 2001/42/CE, de 27 de Junho, relativa à avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, e a Directiva 2003/35/CE, de 26 de Maio, referente à participação do público na elaboração de certos planos e programas relativos ao ambiente (APA). A AAE é uma ferramenta de avaliação que pode responder aos pontos fracos apresentados pela Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) na avaliação da biodiversidade. Em primeiro lugar, a AAE possibilita a consideração de uma vasta gama de impactes (cumulativos, secundários e indirectos) [ (Canadian Environmental Assessment Research Council, 1989); (Strategic Environmental Assessment: An Overview, 1992); (Sadler, 1994); (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006); (Sadler, et al., 1996); (Dalal-Clayton, et al., 1999)]. Em segundo lugar engloba níveis e escalas de avaliação mais abrangentes do que a AIA. Em terceiro lugar a AAE é posta em prática desde o início do desenvolvimento das políticas, planos e programas, antes de quaisquer decisões, desenvolvendo desde cedo várias alternativas e uma vasta gama de medidas de mitigação. Para além disso, a AAE fornece uma visão holística do objecto de avaliação, sendo bastante detalhada apenas ao nível dos factores ambientais chave, designados por factores críticos de decisão (FCD). Conclui-se assim que a AAE permite a integração dos princípios de sustentabilidade nos processos de tomada de decisão [ (Shepherd, et al., 1996); (Samarakoon, et al., 2008)] Biodiversidade e Avaliação Ambiental Estratégica MODELO DE AVALIAÇÃO (MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT & IAIA) O modelo de abordagem da biodiversidade adoptado pela CDB surge da integração do modelo do Millenium Ecosystem Assessment (MA) e do modelo desenvolvido pela International Association of Impact Assessment (IAIA). Ambos os modelos se encontram apresentados no Anexo I. O MA um programa de trabalho internacional criado em 2001 que colabora com diversas convenções internacionais, incluindo a CDB. Os seus principais objectivos são a avaliação das consequências das alterações nos ecossistemas sobre o bem-estar humano e a análise das opções disponíveis para 9

22 melhorar a conservação e o uso sustentável dos ecossistemas e a forma como essas opções contribuem para o bem-estar humano (MEA, 2005). O modelo desenvolvido (figura 2.1) baseia-se na avaliação da biodiversidade segundo o conceito de serviços dos ecossistemas (Anexo II), os benefícios que a sociedade obtém dos ecossistemas (MEA, 2005). Este conceito é uma ferramenta robusta para a avaliação de impactes, já que permite traduzir as questões da biodiversidade em aspectos directamente relacionados com o bem-estar humano e a redução da pobreza, que podem ser directamente considerados no processo de tomada de decisão (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006). Para além disso, o modelo explora o conceito de forças motrizes (drivers of change), que exercem influência directa e indirecta sobre os ecossistemas (Anexo III). Como exemplos de forças motrizes directas (FMD) contam-se as alterações no uso e cobertura do solo, a fragmentação e o isolamento, a extracção de espécies, inputs externos como emissões e efluentes, perturbações, introdução de espécies invasoras e/ou geneticamente modificadas, renovações e restaurações (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006). A longo-prazo o efeito das alterações climáticas pode também conduzir, directamente, a alterações nos ecossistemas (Proença, et al., 2009). Este modelo introduz, pela primeira vez, o conceito de forças motrizes indirectas (FMI) que, não afectando directamente os ecossistemas, exercem efeito sobre as FMD. São exemplos deste tipo de forças os factores demográficos, políticos, económicos, sociais, culturais e os processos tecnológicos (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006). É de salientar a importância que desempenham a alteração de valores culturais e fenómenos de consciencialização social, que embora sendo processos lentos, podem influenciar significativamente outras forças motrizes (Proença, et al., 2009). 10

23 Figura 2-1. Representação esquemática do modelo conceptual adoptado pela CDB. Fonte: (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006) O modelo descreve a relação entre as triggers e as alterações provocadas. As triggers são fenómenos ou acções que despoletam potenciais impactes na biodiversidade. Estas podem ser de três tipos: as que afectam uma determinada área e os serviços dos ecossistemas associados (trigger 1), as que estimulam as FMD (trigger 2) e as que estimulam as FMI (trigger 3). A afectação das primeiras (alterações biofísicas e socioeconómicas), quer pela acção desenvolvida quer pelas FMI quer pela actividade realizada (actividade 1) gera modificações nos ecossistemas e nos serviços que eles fornecem, o que conduz a alterações na forma como os stakeholders os avaliam, e consequentemente no bem-estar humano (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006). Por sua vez, a sociedade reage a estas alterações no valor dos serviços dos ecossistemas, o que gera alterações sociais. Também é possível que alterações socioeconómicas originem alterações biofísicas, um exemplo desta situação é a migração humana que conduz à ocupação do solo. Quaisquer alterações biofísicas podem influenciar a composição, a estrutura e os processos chave dos ecossistemas. Neste modelo o maior desafio é identificar os impactes nos serviços dos ecossistemas resultantes das FMD. Outro refere-se à criação de uma relação entre ambas as forças motrizes. O quadro 2.1 sintetiza as condições em que a AAE deve prestar especial atenção às questões da biodiversidade e como é que estas devem ser abordadas. 11

24 Quadro 2-1. Situações em que a AAE deve prestar especial atenção à biodiversidade e como deve ser abordada. Trigger Trigger 1 Trigger 2 Triggers Trigger 3 Quando é necessário dar atenção à biodiversidade Se a política, plano e programa influenciam: Serviços de ecossistema importantes, protegidos ou não; Áreas legalmente protegidas e/ou com estatuto internacional; Biodiversidade com valor, que deve ser mantida para as gerações futuras Se a política, plano ou programa conduzem a: Alterações biofísicas que afectam significativamente os serviços dos ecossistemas; Alterações não biofísicas com consequências biofísicas (e.g. migração humana, reforço das acessibilidades) Combinação das condições anteriores Se os promotores de alteração indirectos afectam a forma como as populações: Produzem ou consomem os produtos; Utilizam o solo e a água; Exploram os serviços dos ecossistemas Como abordar a biodiversidade Planos de conservação para biodiversidade não protegida; Mapeamento dos serviços dos ecossistemas; Ligação entre os serviços dos ecossistemas e os stakeholders Identificação das FMD; Dentro das fronteiras administrativas às quais se aplica a política, plano ou programa, proceder à identificação dos ecossistemas sensíveis a alterações biofísicas Identificação dos serviços dos ecossistemas dentro da área de influência; Definição dos impactes das FMD sobre a composição, estrutura ou processos chave dos ecossistemas; Descrição dos serviços dos ecossistemas afectados e relação com os stakeholders A metodologia desenvolvida pelo MA é uma importante ferramenta para identificar a relação entre as FMD e as FMI, mas é necessária mais pesquisa Fonte: (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006) MODELO DA ABORDAGEM ECOSSISTÉMICA A Abordagem Ecossistémica (AE) foi criada pela CDB em 2001 e constitui uma estratégia para a integração da gestão do solo, da água e dos recursos vivos, que promove a conservação e o uso sustentável dos serviços dos ecossistemas de um modo equitativo. Esta abordagem reconhece o Homem como componente integral de muitos ecossistemas [ (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006); (UNEP, 2009)]. É considerado o primeiro modelo 12

25 desenvolvido para abordar, de forma equilibrada, os objectivos da CDB (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006). A AE assenta num conjunto de pressupostos: o papel chave desempenhado pelas populações na gestão da biodiversidade; a gestão da biodiversidade para além das áreas protegidas, reconhecendo, no entanto, que estas são também vitais para assegurar os objectivos da CDB; dar resposta ao maior número de interesses dos vários sectores e a ênfase na identificação e optimização dos benefícios funcionais dos ecossistemas, como a fixação do carbono, a protecção contra fenómenos climáticos extremos, a qualidade do ar e da água. Esta abordagem veio responder à necessidade de uma visão holística na criação de uma relação entre os serviços dos ecossistemas e as necessidades humanas (UNEP, 2009). O Programa de Gestão dos Ecossistemas, criado pela United Nations Environment Programme (UNEP), tem como principais objectivos a integração da AE nos processos de desenvolvimento e planeamento; a melhoria da capacidade de utilização das ferramentas de gestão dos ecossistemas e o financiamento de programas ambientais para a redução da degradação dos serviços dos ecossistemas prioritários (UNEP, 2009). A UNEP identificou onze serviços dos ecossistemas prioritários de entre os quinze listados pelo MA como estando em declínio (figura 2.2). Figura 2-2. Diagrama de categorias dos serviços dos ecossistemas: prioridades da UNEP Fonte: (UNEP, 2009) Esta selecção foi baseada nos critérios de gravidade da degradação, impacte sobre o bem--estar humano e possibilidade de comprometer o desenvolvimento sustentável. A assimetria e descentralização do diagrama, que beneficiam os serviços reguladores com a área mais representativa, 13

26 ilustram o papel mais expressivo por parte da UNEP sobre estes serviços. Na região interior do diagrama localizam-se os seis serviços com maior prioridade (energia, recursos hídricos, regulação do clima, da água, de riscos naturais e o ciclo dos nutrientes) e na periferia encontram-se os restantes serviços prioritários (UNEP, 2009). Os serviços dos ecossistemas fornecem diversos benefícios numa vasta gama de escalas espaciais e temporais (Hein, et al., 2006), que vão desde o benefício a curto-prazo, ao nível local (serviços que fornecem determinadas amenidades às comunidades locais), aos benefícios a longo-prazo, ao nível global (sequestro de carbono) [ (Ecological-economic analysis of wetlands: scientific integration for management and policy, 2000); (Complex systems and valuation, 2002)]. As escalas e os stakeholders estão frequentemente relacionados, uma vez que a escala a que os benefícios são fornecidos pelos serviços dos ecossistemas determina que stakeholders irão tirar partido deles (Vermeulen, et al., 2002). A degradação de muitos dos serviços dos ecossistemas pode ser revertida até 2050, no entanto as acções necessárias para tal ainda não estão em curso. Estas incluem (1) investimentos nos bens públicos (e.g. educação acerca do valor dos serviços dos ecossistemas) e redução da pobreza; (2) eliminação das barreiras comerciais e subsídios danosos para a biodiversidade, como os subsídios de produção agrícola e piscícola; (3) adopção de uma gestão activa e adaptativa da biodiversidade e (4) pagamento por serviços dos ecossistemas (PES) (MEA, 2005b). 14

27 3. ANÁLISE DAS DIRECTRIZES DA CDB PARA A AAE No presente capítulo procedeu-se à sistematização das macro-políticas de biodiversidade, em particular da CDB, de modo a verificar a efectiva inclusão da biodiversidade em AAE. Numa fase posterior estas foram confrontadas com as orientações de política associadas à implementação da CDB em Portugal: a EEB (desenvolvida em 1998), o Plano de Acção Comunitário (PA) (desenvolvido em 2006) e a ENCNB (desenvolvido em 2001). A partir desta análise comparativa foi possível verificar a efectividade da transposição das orientações de política da CDB para o nível comunitário e nacional, ou seja, verificar a forma como as políticas apresentadas (EEB, PA e ENCNB) interpretam as orientações chave propostas pela CDB. Note-se que pelo facto do PA ter sido criado posteriormente à ENCNB é de esperar que nem todas as orientações propostas pela PA apresentem seguimento na ENCNB. As macro-políticas da CDB, da EEB, do PA e da ENCNB encontram-se sintetizadas no anexo VIII, e constituem o Quadro de Referência Estratégico (QRE) para a área da biodiversidade a nível nacional. É com base nas orientações de política apresentadas nos quadros 3-1 e 3-2 que todo o estudo se desenvolve. 15

28 Quadro 3-1. Sistematização das principais orientações de política da CDB para a efectiva inclusão da biodiversidade em AAE e interpretação das mesmas ao nível da EEB, do PA e da ENCNB. ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA BIODIVERSIDADE EM AAE CDB EEB PA ENCNB Partilhar os benefícios resultantes da Abordagem integrada da biodiversidade (relação com o bemestar social e económico) utilização dos recursos genéticos; Internalizar os valores da biodiversidade nas análises custobenefício; Promover opções de ordenamento em zonas rurais, reforçando a sinergia entre desenvolvimento económico e protecção/conservação da biodiversidade; Compatibilidade do desenvolvimento do território com a biodiversidade; Turismo sustentável. Desenvolvimento sustentável das áreas adjacentes às áreas protegidas; Desenvolvimento de actividades económicas tradicionais sustentáveis (e.g. apicultura); Integração da política de conservação da natureza nas políticas sectoriais; Sistemas de incentivos Ecoturismo. sociais e económicos para a conservação de espécies locais. Conservação e gestão Abordagem Ecossistémica Não responde Abordagem Ecossistémica aplicada ao meio marinho das espécies e habitats preferencialmente in situ, privilegiando uma abordagem integrada, por ecossistema Serviços dos ecossistemas Aumento da extensão florestal para maximizar a sua função de sumidouro de carbono Reforçar a eficácia no apoio e gestão dos serviços dos ecossistemas; Apoio ao Não responde 16

29 desenvolvimento que reforce os benefícios dos serviços dos ecossistemas; Reduzir o impacte do comércio internacional sobre os serviços dos ecossistemas; Reforçar a compreensão e comunicação acerca do valor dos serviços dos ecossistemas. Conservação e gestão de espécies e habitats; Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação dos vários níveis da biodiversidade da perspectiva de todos os stakeholders; Planos de recuperação para espécies ameaçadas; Desenvolvimento de bancos de genes para a conservação dos recursos genéticos; Encorajar a avaliação da capacidade de carga dos ecossistemas e habitats. Reduzir o impacte das espécies e genótipos invasores; Reduzir o impacte da pesca sobre espécies e habitats que não são explorados a nível comercial. Recuperação de ecossistemas; Quadro normativo que regulamente o acesso aos recursos genéticos de potencial interesse agrícola; Modelos de organização territorial adequados a cada tipo de habitat ou espécie protegida; Avaliação da capacidade de carga de ecossistemas e habitats; Não responde à avaliação da biodiversidade ao nível 17

30 genético Optimizar os impactes positivos de áreas agrícolas sobre a conservação e uso sustentável da Consideração das Forças Motrizes/ Avaliação das triggers: I - Área fornece serviços dos ecossistemas; II - Actividade actua sobre as FMD III - Actividade actua sobre as FMI biodiversidade; Desenvolver indicadores para monitorizar actividades que causam a degradação de habitats, a colheita insustentável de recursos, a emissão de poluentes e a propagação de espécies invasoras ou de Organismos Geneticamente Modificados (OGM); Reforçar a coerência, a conectividade e a resiliência da rede de áreas protegidas; Progressos no bom estado ecológico das águas marinhas; Não responde à avaliação das actividades que afectam as forças motrizes. Valorizar as áreas protegidas; Protecção e recuperação de habitats; Recarga e valorização das praias; Não responde à avaliação das actividades que afectam as forças motrizes. Não responde à avaliação das actividades que afectam as FMI Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Conservação e uso sustentável dentro e fora das áreas protegidas; Promover a implementação das orientações da Conferência de Helsínquia e as recomendações do Proteger as espécies e os habitats mais importantes; Fornecer financiamento adequado à Rede Natura 2000; Melhoria no cumprimento da regulamentação Alcançar os objectivos visados na área da conservação da biodiversidade, em especial os definidos na CDB; Valorizar as áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, 18

31 Painel ambiental. cultural e social; Intergovernamental sobre Florestas (IPF). Assegurar que as intervenções de desenvolvimento regional dão cumprimento às disposições legais nacionais ou comunitárias. Previsão de impactes cumulativos Não responde Ter em consideração os impactes cumulativos Não responde Numa primeira análise da transposição das recomendações da CDB para o direito nacional são perceptíveis lacunas nos seguintes aspectos: Consideração de serviços de ecossistemas associados à biodiversidade, incluindo a valorização dos mesmos; Avaliação da biodiversidade ao nível genético; Avaliação das triggers, nomeadamente das actividades que afectam as forças motrizes; Consideração de impactes cumulativos. Existe ainda um conjunto importante de orientações da CDB directamente relacionado com o apoio técnico e financeiro indispensável a uma efectiva protecção e conservação da biodiversidade. Por se referirem a aspectos que nem sempre são expostos nos casos práticos, não serão abordados directamente no ponto 4.3 aquando da comparação entre as orientações da CDB e a abordagem utilizada em cada caso prático. Desta forma, evita-se apresentar informação que depois não seja passível de ser comparada. No entanto, sempre que se revelar importante referi-las elas virão associadas às orientações principais. Este segundo grupo de orientações de política encontra-se apresentado no quadro

32 Quadro 3-2. Sistematização das orientações da CDB relativas ao apoio técnico e financeiro na inclusão da biodiversidade em AAE e interpretação das mesmas ao nível da EEB, do PA e da ENCNB. ORIENTAÇÕES PARA A INCLUSÃO DA BIODIVERSIDADE EM AAE CDB EEB PA ENCNB Apoio financeiro pelo Quadro Comunitário de Financiamento Financiamento suficiente para a biodiversidade Fundos estruturais e fundo de coesão para o desenvolvimento sustentável e para a biodiversidade Apoio (QCA); Financiamentos do Fundo de Coesão, do Programa Operacional de Ambiente e dos Programas Operacionais Regionais. Financiamento e gestão do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF); Cooperação internacional, regional e mundial entre os Estados, as organizações intergovernamentais e o sector não governamental (e.g. estabelecer um Clearing-house mechanism) Reforçar a coordenação e cooperação transfronteiriça e entre os Estados-Membros em geral, dando especial atenção aos aspectos técnicos e científicos; Boas práticas entre instituições públicas e privadas. Complementaridade entre as estratégias europeias, as dos Estados-Membros e planos de acção Gestão transfronteiriça para as espécies migratórias; Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local; Completar as bases de dados do Sistema de Informação do Património Natural (SIPNAT), e articulá-lo com o funcionamento do mecanismo de intercâmbio (Clearinghouse mechanism). 20

33 Promover a investigação científica sobre o património natural e a monitorização de Identificação e monitorização dos ecossistemas, espécies habitats e genes do Anexo I do texto da CDB (Anexo IV) Identificar e monitorizar os componentes mais importantes da biodiversidade, dando especial atenção à listagem apresentada no Anexo I do texto da CDB Revisão das listas de espécies e habitats prioritários com interesse comunitário; Não responde na totalidade espécies, habitats e ecossistemas, sobretudo os mais significativos, ameaçados de extinção ou menos conhecidos; Inventariar a distribuição geográfica dos valores naturais prioritários a proteger na Rede Natura 2000; Não responde na totalidade Garantir que as populações de espécies selvagens Avaliação de alterações na composição, estrutura e processos chave estão num satisfatório estado de conservação, no que se refere ao tamanho, estrutura, distribuição e tendências; Tendência da composição e extensão de ecossistemas; Não responde a alterações na estrutura Não responde Não responde a e processos chave. alterações na composição e processos chave. Programas para educação científica e técnica e para Programas de informação, educação e sensibilização do Reforçar a educação, sensibilização e participação Promover e apoiar projectos de educação e formação ambiental 21

34 formação em métodos de identificação, conservação e utilização sustentável da biodiversidade e dos seus componentes público; Programas de formação dos recursos humanos envolvidos na implementação da estratégia a nível comunitário, nacional e local na área Da análise do quadro anterior verifica-se uma lacuna na identificação e monitorização dos ecossistemas, espécies, habitats e genes, e ainda na avaliação de alterações na composição, estrutura e processos chave dos ecossistemas. 22

35 4. ANÁLISE COMPARATIVA DE CASOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS No presente capítulo é apresentado um conjunto de casos de AAE nacionais e internacionais. Para cada um deles é apresentada uma breve descrição em formato de ficha com palavras-chave, para estabelecer o enquadramento de cada caso analisado. Após esta primeira apresentação é descrita, de forma mais alargada, a abordagem seguida na consideração da biodiversidade, fazendo referência aos indicadores desenvolvidos e aos problemas e propostas identificados nessa forma de abordagem. Numa fase seguinte é verificada a eficácia da transposição das orientações de política da CDB apresentadas no capítulo anterior para a abordagem utilizada nos casos práticos, e confrontadas as propostas de melhoria feitas no âmbito de cada caso e essas orientações chave, de modo a concluir se as mesmas dão continuidade a essas orientações. 23

36 4.1. Casos Nacionais CASO 1 - PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS COM ELEVADO POTENCIAL HIDROELÉCTRICO (PNBEPH) OBJECTIVOS DO PROGRAMA: Identificar e definir prioridades para os investimentos a realizar em aproveitamentos hidroeléctricos no horizonte , de forma a atingir um potencial hidroeléctrico nacional de 7000 MW até FCD1. Alterações climáticas FCD2. Biodiversidade FCD3. Recursos naturais e culturais FCD4. Riscos naturais e tecnológicos FCD5. Desenvolvimento humano FCD6. Competitividade OBJECTIVOS DA AAE: Assegurar que as consequências ambientais do Programa sejam identificadas numa fase precoce e assim integradas no desenvolvimento do mesmo. OPÇÕES ESTRATÉGICAS: Opção 1 Maximização da potência hidroeléctrica instalada e produção de energia Opção 2 Optimização do potencial hídrico da bacia hidrográfica Opção 3 Conflitos/ Condicionantes Ambientais Opção 4 Ponderação Energética, Socioeconómica e Ambiental Seleccionada como a mais favorável Baseado em (COBA & PROCESL, 2007) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Escala de análise de 1: foi alterada para 1: para tornar a avaliação da biodiversidade mais robusta; Avaliação da incompatibilidade com os Planos de Ordenamento de Áreas Protegidas relevantes, com o Plano Sectorial da Rede Natura 2000 e com as estratégias de conservação da natureza adoptadas em Portugal; Só foram consideradas as espécies com estatuto de conservação nacional elevado (estatuto vulnerável ou superior, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral, et al., 2006)) cuja sobrevivência está estritamente dependente dos ecossistemas ribeirinhos, uma vez que são as que melhor permitem a identificação dos impactes potenciais mais significativos; 24

37 Avaliação do impacte potencial sobre espécies e habitats insuficientemente cobertos pela Rede Natura 2000; Caracterização qualitativa do grau de fragmentação: reduzida, moderada e elevada; a presença de espécies exóticas e troços onde a vegetação ribeirinha se encontra significativamente alterada não foram considerados como indicadores do grau de fragmentação; As espécies de flora não foram consideradas devido à inexistência de um estatuto de conservação nacional que permita equacionar e valorizar a afectação de espécies de flora e ainda devido ao défice de informação existente relativo à sua distribuição a nível nacional fora das áreas classificadas; CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E INDICADORES: Quadro 4-1. Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do PNBEPH FACTORES CRÍTICOS Biodiversidade CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO C1 Áreas classificadas C2 Espécies ameaçadas particularmente dependentes do ecossistema lótico C3 - Espécies insuficientemente cobertas pela Rede Natura 2000 C4 - Grau de naturalidade INDICADORES Sobreposição com áreas classificadas e respectivo grau de afectação Sobreposição com áreas de distribuição de espécies particularmente dependentes dos ecossistemas ribeirinhos e com estatuto de conservação elevado em Portugal Sobreposição com áreas de distribuição de espécies insuficientemente cobertas pela Rede Natura Grau de pressão antropogénica 2. Expressão dos factores de fragmentação lótica preexistentes Fonte: (COBA & PROCESL, 2007) 2 Constantes da Directiva Habitats 25

38 NOTA: O critério C4 avalia os impactes sobre as linhas de água afectadas pelos empreendimentos. Este critério foi considerado o menos relevante já que avalia a pressão antropogénica actualmente existente e não a existência de valores naturais que importa conservar, e portanto avalia de forma indirecta a biodiversidade. PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro 4-2. Problemas e propostas na abordagem à biodiversidade no âmbito do PNBEPH. PROBLEMAS ICNB considera que não está clara a descrição dos parâmetros de avaliação da biodiversidade, bem como a sua ponderação; Estado de degradação dos ecossistemas lóticos, resultante da fragmentação e da pressão antropogénica, em zonas com número reduzido de habitats e espécies de elevado valor conservacionista e ecológico; Possibilidade de: afectação de espécies e habitats protegidos pela legislação nacional e comunitária, de aumento da fragmentação e artificialização dos habitats e da afectação cumulativa de empreendimentos sobre os ecossistemas a jusante; PROPOSTAS Inclusão de indicadores que confiram uma robustez acrescida ao método e uma melhoria na utilização da informação disponível; Realização de estudos de recolha de dados sobre a distribuição e abundância dos habitats e espécies; Incrementar o conhecimento sobre medidas compensatórias. Espécies excluídas da análise devido às lacunas de conhecimento acerca da sua distribuição e abundância. Fonte: (COBA & PROCESL, 2007) 26

39 CASO 2 - PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DE OESTE E VALE DO TEJO (PROT-OVT) OBJECTIVOS DO PLANO: Articulação do território com a Área Metropolitana de Lisboa, o Centro e o Norte do país, o Alentejo e a Beira Interior, acolhendo actividades produtivas e logísticas, fornecendo serviços à comunidade, preservando e valorizando os sistemas naturais e as actividades e produtos verdes (agro-florestais, biocombustíveis e energias renováveis). FCD1. Recursos Naturais e Culturais FCD2. Energia FCD3. Qualidade do Ambiente FCD4. Potencial Humano FCD5. Acessibilidades e Mobilidade FCD6. Desenvolvimento Rural / Relação urbano rural FCD7. Fragmentação territorial OBJECTIVOS DA AAE: Contribuir para a adopção de soluções inovadoras mais eficazes e sustentáveis e de medidas de controlo que evitem ou reduzam efeitos negativos significativos no ambiente decorrentes da execução do plano. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO: Cenário 1 Aposta nas actividades turísticas e de lazer Cenário 2 Aposta na sustentabilidade ambiental e enriquecimento da atractividade turística com base em valências ligadas à natureza ou a actividades tradicionais da região Cenário 3 Aposta no desenvolvimento de actividades com forte intensidade de Competências, Conhecimento e Criatividade, assim como numa dinamização do turismo assente no património histórico - Seleccionado como o mais favorável OPÇÕES ESTRATÉGICAS: Opção 1 Ganhar a aposta da inovação, competitividade e internacionalização Opção 2 Potenciar as vocações territoriais num quadro de sustentabilidade ambiental Opção 3 Concretizar a visão policêntrica e valorizar a qualidade de vida urbana Opção 4 Descobrir as novas ruralidades No âmbito da AAE não foi escolhida nenhuma opção estratégica. Baseado em (Partidário, et al., 2008) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Manutenção e valorização das áreas classificadas; 27

40 Delimitação das Paisagens Agrícolas e Florestais de Elevado Valor Ecológico e apoio às actividades económicas instaladas nessas áreas; Definição de uma Estrutura Ecológica Municipal e Urbana (EEM e EEU, respectivamente); Sustentabilidade cumulativa de práticas agrícolas e florestais intensivas, nomeadamente em relação à manutenção da integridade do solo, biodiversidade e uso eficiente da água de rega, assegurando as suas ligações sinérgicas com o turismo em espaço rural; Dinamização de actividades económicas compatíveis com a conservação da natureza; Actividades consumidoras de espaço (e.g. infraestruturas industriais e turísticas) levam ao aumento da pressão sobre o solo agrícola e florestal e sobre os serviços dos ecossistemas fornecidos por estas áreas; Promover e garantir o acesso à utilização social das áreas florestais, fomentando a harmonização das múltiplas funções que desempenha e salvaguardando os seus aspectos paisagísticos, recreativos, científicos e culturais; Definir estratégias de prevenção e mitigação de impactes ambientais cumulativos. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E INDICADORES: Quadro 4-3. Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do PROT-OVT FACTORES CRÍTICOS Recursos Naturais e Culturais Fragmentação Territorial CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Manutenção e valorização das áreas de protecção Policentrismo INDICADORES Áreas com estatuto de protecção Fonte: (Partidário, et al., 2008) Importa referir que foram ainda desenvolvidos alguns indicadores que afectam indirectamente a biodiversidade, apesar de, no âmbito do processo de AAE, estarem associados a outros factores críticos. Destacam-se a qualidade da água, as fontes de poluição existentes e o risco de incêndio. 28

41 PROPOSTAS: Quadro 4-4. Propostas na abordagem à biodiversidade no âmbito do PROT-OVT PROBLEMAS PROPOSTAS Valorização económica dos recursos naturais existentes através, por exemplo de turismo da natureza, multi-funcionalidade dos espaços agrícolas e valorização de um tipo de ocupação policêntrico; Desconhecimento da carga da capacidade turística ameaça a vulnerabilidade dos ecossistemas naturais envolventes, devido ao aumento da impermeabilização dos solos e à pressão humana Promover a gestão dos leitos de cheia fora dos aglomerados urbanos, como espaços vocacionados para a actividade agrícola e como corredores ecológicos; Monitorizar a conservar os importantes sistemas ecológicos da faixa costeira, designadamente as arribas e faixas de protecção às arribas, os sistemas dunares, as lagoas costeiras e outras zonas húmidas, devendo em caso de degradação restaurar a sua funcionalidade ecológica. Fonte: (Partidário, et al., 2008) 29

42 CASO 3 - ESTUDO PARA ANÁLISE TÉCNICA COMPARADA DAS ALTERNATIVAS DE LOCALIZAÇÃO DO NOVO AEROPORTO DE LISBOA NA ZONA DA OTA E NA ZONA DO CAMPO DE TIRO DE ALCOCHETE OBJECTIVOS DO ESTUDO: Análise comparada das alternativas de localização do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) nas zonas da Ota e do Campo de Tiro de Alcochete (CTA). FCD1. Segurança, eficiência e capacidade das operações do tráfego aéreo FCD2. Sustentabilidade dos recursos naturais e riscos FCD3. Conservação da natureza e biodiversidade FCD4. Sistema de transportes terrestres e acessibilidades FCD5. Ordenamento do território e desenvolvimento regional FCD6. Competitividade e desenvolvimento económico e social FCD7. Avaliação financeira OBJECTIVOS DA AAE: (1) Reforço da internacionalização e competitividade da economia portuguesa; (2) Modernização das acessibilidades da Região; (3) Assegurar a qualidade, flexibilidade e expansão da infra-estrutura aeroportuária. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO: Cenário 1 Aposta na atracção de capital humano na área das actividades tecnológicas e/ou criativas; Turismo baseado no património histórico, cultural e artístico; Reforço da conectividade internacional Cenário 2 Desenvolvimento baseado em actividades que explorem os recursos naturais; Exploração das oportunidades logísticas; Distribuição do turismo (essencialmente Europa-Brasil); Relações privilegiadas com países produtores de petróleo e matérias-primas Opção seleccionada: opção de localização CTA Baseado em (LNEC & MOPTC, 2008) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Análise dos impactes (efeitos de orla, fragmentação e isolamento) sobre as áreas classificadas, nomeadamente as pertencentes ao SNAC; Identificação dos habitats e espécies mais relevantes às escalas nacional e internacional; Avaliação do Valor Ecológico do Território, com a identificação de alterações no ordenamento do território e nos usos do solo; Importância crescente do valor económico de recursos naturais, bens e serviços ambientais dos vários ecossistemas, designadamente do seu valor de existência. 30

43 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E INDICADORES E PARÂMETROS ANALISADOS NO ÂMBITO DE CADA INDICADOR: Quadro 4-5. Critérios de avaliação, indicadores e parâmetros para a biodiversidade no âmbito da análise comparada das alternativas de localizações do NAL. FACTORES CRÍTICOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICADORES PARÂMETROS ANALISADOS Sistema Área ocupada pelo SNAC; Nacional de Áreas Classificadas Sobrevoo por aviões, alterações de uso, novas vias de comunicação; Fragmentação, isolamento, efeitos de orla. Ocupação por áreas estruturantes, áreas vitais e Valor Ecológico do Território Estrutura Ecológica Regional (EER) corredores de ligação da EER; Alterações de uso, estrangulamento de corredores, sobrevoo por aviões; Fragmentação, isolamento, efeitos de orla. Ocupação por usos do solo favoráveis à Ocupação do conservação da natureza e da biodiversidade; Conservação Solo Redução da ocupação por usos do solo da natureza e favoráveis, para cenários pessimista e optimista biodiversidade de minimização e compensação de impactes. Número e ocupação por habitats de interesse comunitário listados na Directiva 92/43/CEE; Habitats e espécies protegidos Habitats naturais Destruição e degradação de habitats a <5 km do NAL; Destruição e degradação de habitats a 5-20 km por actividades induzidas pelo NAL. Número de espécies de interesse comunitário Flora listados na Directiva 92/43/CEE, e de outras espécies com interesse de conservação; Destruição e degradação de núcleos 31

44 populacionais a <5 km do NAL; Fauna Destruição e degradação de núcleos populacionais a 5-20 km por actividades induzidas pelo NAL. Declínios populacionais por morte de indivíduos e destruição de habitats de alimentação, refúgio e reprodução; Declínios populacionais por redução de conectividade entre populações e entre habitats complementares (e.g. refúgio e alimentação). Fonte: (LNEC & MOPTC, 2008) PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro 4-6. Propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito da análise comparada das alternativas de localização do NAL PROPOSTAS Assegurar a existência de zonas tampão para contenção e amortecimento de impactes e corredores ecológicos que permitam a conectividade entre outras áreas naturais relevantes; Sistemas de gestão ambiental do NAL e infraestruturas associadas que optimizem o seu desempenho face aos objectivos de conservação da natureza e da biodiversidade; Criação de uma cintura verde na envolvente do NAL; Reordenamento da EER; Realização de uma avaliação ambiental integrada e cumulativa dos projectos e infraestruturas associadas ao NAL. Fonte: (LNEC & MOPTC, 2008) NOTA 1: Não se tornou evidente a identificação de problemas no processo de avaliação aplicado ao presente estudo. NOTA 2: Cumpridas as directrizes espera-se que a implantação do NAL satisfaça as exigências da Directiva 92/43/CEE (Directiva Habitats), em particular do seu artigo 6º, de que não seja afectada a integridade de nenhum SIC e que sejam mantidas as condições ecológicas dos tipos de habitats naturais do Anexo I e das espécies do Anexo II presentes nesses SIC. 32

45 A nota 2 supracitada só torna evidente, mais uma vez, a preocupação com a protecção e conservação das áreas classificadas CASO 4 - PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE VILA FRANCA DE XIRA (PDM-VFX) LINHAS DE FORÇA DO PLANO: (1) Reestruturar e controlar a expansão urbanística e industrial; (2) Aumentar e desenvolver as valências turísticas; (3) Salvaguardar os valores naturais e patrimoniais sensíveis; (4) Melhorar a mobilidade e a acessibilidade. FCD1. Estruturação e requalificação urbana FCD2. Valorização ambiental e cultural FCD3. Ruralidade FCD4. Emprego e qualificação humana FCD5. Ligação/Interface com o rio FCD6. Energia e Alterações Climáticas OBJECTIVOS DA AAE: Incorporar valores ambientais e de sustentabilidade no processo de decisão associado à elaboração do PDM de Vila Franca de Xira. OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS: (1) Ajustar as áreas urbanizadas e programar as urbanizáveis em função da ocupação, das necessidades infraestruturais e das áreas de risco à edificação ; (2) Libertar a frente ribeirinha do excesso de áreas urbanizáveis, implementando alternativas no interior do concelho ; (3) Criar uma EEU e EEM adoptando as orientações do PROTAML 1 ; (4) Dinamizar o turismo com a criação de áreas apropriadas, e implementar um quadro normativo que viabilize o desenvolvimento do sector ; (5) Limitar os espaços industriais com maior impacte sobre os existentes que constituam uma mais valia económica para o concelho ; (6) Criar áreas multiusos para a fixação de actividades logísticas, empresariais, científicas, tecnológicas e de investigação ; (7) Articular a salvaguarda das áreas mais sensíveis com o povoamento disperso existente nalgumas zonas, e criar áreas habitacionais de baixa densidade e grande qualidade"; (8) Estabelecer uma rede viária adequada às propostas de ordenamento ; (9) Salvaguardar os valores patrimoniais definindo medidas de protecção e incentivo à conservação 1 Plano regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa Baseado em (Partidário, et al., 2008) 33

46 FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Reforço e salvaguarda das áreas naturais sensíveis; Assegurar a integridade biofísica e paisagística dos ecossistemas; Desenvolvimento de corredores ecológicos; Aumento dos espaços verdes em solo urbano, através do desenvolvimento da EEU; Articulação das actividades económicas com a EEU (e.g. turismo rural), promovendo a valorização cultural, natural e económica dos recursos naturais; Aumento dos regimes de exploração de agricultura biológica. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E INDICADORES: Quadro 4-7. Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do PDM de Vila Franca de Xira FACTORES CRÍTICOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO INDICADORES Estruturação e requalificação urbana Paisagem e requalificação urbana Área da EEU Integração da Estrutura verde em corredores ecológicos; Valorização ambiental e cultural Estrutura verde e valorização de áreas naturais Ordenamento de áreas classificadas; Variação dos incêndios florestais (ocorrências e áreas ardidas) e bombeiros; Variação da REN. Fonte: (Partidário, et al., 2008) Importa referir que foram desenvolvidos alguns indicadores que afectam, embora de modo indirecto, a biodiversidade. Destacam-se a variação da qualidade da água superficial, fontes de poluição existentes e a afectação dos espaços de recreio e lazer na frente ribeirinha. 34

47 PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro 4-8. Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do PDM-VFX PROBLEMAS Insuficiente estrutura de espaços verdes em espaços urbanos; Ausência de um contínuo natural; Possibilidade de desenvolvimento de iniciativas turísticas em áreas classificadas (Turismo de Natureza) pode pôr em causa a integridade biofísica de algumas zonas sensíveis. PROPOSTAS Consolidar os corredores ecológicos; Mercados voluntários de carbono podem gerar oportunidades de exploração económica e ambiental das áreas florestais existentes; Desenvolver e implementar um programa de medidas de gestão ambiental para as actividades agrícolas; Estabelecer critérios de expansão e regulação para a indústria extractiva sempre que haja valores naturais e culturais presentes; Desenvolver e implementar um mecanismo que assegure a protecção do coberto vegetal em espaços naturais não classificados, de modo a consolidar e reforçar a capacidade de sequestro de carbono. Fonte: (Partidário, et al., 2008) 35

48 CASO 5 - PLANO DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA (POOC) DA ILHA DE SANTA MARIA, AÇORES OBJECTIVOS DO PLANO: Preservar o património natural e geológico, potenciar as actividades de lazer ligadas ao mar e as actividades tradicionais e atenuar a sazonalidade da procura turística. CATEGORIAS AMBIENTAIS (segundo a Directiva 2001/42/CE): 1. Biodiversidade 2. Fauna 3. Flora 4. População 5. Solo 6. Água 7. Atmosfera 8. Factores Climáticos 9. Bens Materiais 10. Património Cultural 11. Paisagem OBJECTIVOS DA AAE: Melhoria da qualidade do ambiente, em geral, e das condições de vida das populações locais, em particular. OPÇÕES ESTRATÉGICAS, materializadas nos vários projectos definidos para cada programa de intervenção (Anexo V). No âmbito da AAE não foi escolhida nenhuma opção estratégica. Baseado em (Centro de Informação Geográfica e Planeamento Territorial, 2008) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Protecção e valorização de áreas com especial interesse ambiental e dos recursos naturais, promovendo a sua utilização sustentável pela população residente e sazonal; Reforço do conhecimento acerca das áreas protegidas e da fauna e flora existentes no seu interior; Diminuição de actividades ilegais nas áreas protegidas; Melhoria das condições de fruição de pontos turísticos importantes em articulação com a recuperação e manutenção de ecossistemas costeiros; Conservação das actividades agrícolas, da conservação da natureza e da paisagem cultural associada ao desenvolvimento económico e turístico sustentado; Prevenção e mitigação dos principais riscos à protecção e conservação dos ecossistemas; 36

49 Preservação e recuperação de espécies e habitats ameaçados e endémicos; Diminuição das áreas de vegetação exótica e renaturalização da paisagem; Redução dos efeitos das espécies invasoras; Classificação e qualificação dos locais de interesse geológico, biológico e paisagístico; Melhoria da defesa costeira, através da retenção de areias, e requalificação das frentes litorais; Monitorização ambiental das áreas protegidas e outras, com vista à melhoria da eficácia das medidas de protecção ambiental das mesmas; Monitorização das populações com maior interesse ecológico e/ou económico; Divulgação, sensibilização, educação ambiental e participação dos diferentes agentes de desenvolvimento local; Maior investimento na investigação científica na área da biodiversidade e dos recursos naturais. INDICADORES: Quadro 4-9. Indicadores para a biodiversidade no âmbito do POOC de Santa Maria INDICADORES Áreas de degradação paisagística Nível de restrição em espaços de protecção e conservação da natureza Área em perigo ecológico Orla costeira artificializada Fonte: (Centro de Informação Geográfica e Planeamento Territorial, 2008) PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro Problemas e propostas para a biodiversidade no âmbito do POOC de Santa Maria PROBLEMAS Aumento da pressão urbanística e da expressão agro-pecuária; Aumento da artificialização de algumas áreas costeiras; Risco de erosão no período de tempo entre a erradicação de flora invasora e o restabelecimento da nativa; O desenvolvimento turístico sem regras bem definidas e fiscalização adequada pode criar PROPOSTAS Intervenção em áreas prioritárias de risco geológico; Aposta na afectação de novas áreas com especial interesse ambiental a regimes de gestão específicos; Criação de condicionantes à construção e identificação de áreas críticas; Propostas de requalificação e valorização; Desenvolvimento de um plano de 37

50 perturbações nos ecossistemas; Aumento da avifauna nas falésias e ilhéus em consequência do aumento do tráfego marítimo em torno das ilhas. monitorização ambiental das áreas protegidas. Fonte: (Centro de Informação Geográfica e Planeamento Territorial, 2008) CASO 6 - PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DAS FRONHAS (POAF) OBJECTIVOS DO PLANO: (1) Salvaguarda da qualidade dos recursos naturais; (2) Protecção e valorização ambientais; (3) Aplicação da legislação vigente na gestão dos recursos hídricos e do ordenamento do território; (4) Identificação das zonas do plano de água mais adequadas para a conservação da natureza e para o recreio e lazer, compatibilizando as duas utilizações. FCD1. Recursos hídricos FCD2. Recursos naturais e paisagísticos FCD3. Desenvolvimento socioeconómico FCD4. Ordenamento e gestão territorial FCD5. Riscos naturais OBJECTIVOS DA AAE: (1) Recuperação e valorização do património natural, favorecendo a biodiversidade e a protecção da água de uma forma sustentável; (2) Recuperação, valorização, preservação e divulgação do património arqueológico, arquitectónico e histórico-cultural; (3) Criação de actividades âncora (turismo, recreio, lazer). OPÇÕES ESTRATÉGICAS / ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO: Opção 1 Salvaguarda dos usos principais da albufeira / Recuperação e prevenção da qualidade da água; Opção 2 Protecção e valorização de ecossistemas / (1) Promoção da qualidade dos ecossistemas e da biodiversidade em geral; (2) Conservação de habitats; (3) Promoção da educação ambiental; Opção 3 Definição e compatibilização dos usos secundários da albufeira / Definição e compatibilização de actividades associadas ao recreio, lazer e turismo No âmbito da AAE não foi escolhida nenhuma opção estratégica. Baseado em (Agri-Pro Ambiente Consultores, 2008) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Promoção da qualidade dos ecossistemas mais sensíveis: 38

51 Controle e eliminação de povoamentos de espécies invasoras; Reconversão de áreas florestais (e.g. zonas de declive acentuado com predominância de Eucalipto, que impedem o desenvolvimento do subcoberto estabilizador de solos, pondo em risco a qualidade da água da albufeira); Recuperação de áreas degradadas; Implementação de medidas de prevenção e combate a fogos florestais e de campanhas de sensibilização junto da população local; Melhoria da gestão das descargas de água pela barragem, de modo a atenuar mudanças drásticas no nível da água, que podem afectar negativamente a fauna ribeirinha; Conservação dos habitats e espécies mais representativos em termos da biodiversidade através de: Acções de recuperação e conservação da vegetação ripícola; Acções de conservação da ictiofauna; Monitorização das: Acções de promoção da qualidade dos ecossistemas e da biodiversidade; Acções ao nível da conservação de habitats; Promoção da educação ambiental. INDICADORES: Quadro Critérios de avaliação, objectivos e indicadores para a biodiversidade no âmbito do POAF FACTORES CRÍTICOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO OBJECTIVOS DE SUSTENTABILIDADE INDICADORES Recursos hídricos Águas superficiais e subterrâneas Salvaguarda dos usos principais da Albufeira; Conservação de habitats. Qualidade da água; Ictiofauna. Recursos naturais e paisagísticos Solo Protecção e valorização dos ecossistemas; Promoção da educação ambiental. Reserva Agrícola Nacional; Reserva Ecológica Nacional; Áreas com sensibilidade ecológica; Acções de sensibilização e educação ambiental. Floresta Protecção e valorização dos ecossistemas; Tipologia dos povoamentos florestais (autóctones/exóticos); 39

52 Riscos naturais Ecossistemas/ Biodiversidade Paisagem Erosão dos solos Incêndios florestais Expansão de espécies invasoras Promoção da educação ambiental. Protecção e valorização dos ecossistemas; Promoção da educação ambiental. Proteger a identidade da Paisagem; Promoção da educação ambiental. Prevenir a erosão dos solos e assegurar a sua protecção e recuperação ambiental e paisagística; Protecção de áreas com sensibilidade ecológica. Redução da vulnerabilidade a incêndios florestais Eliminar e controlar a expansão das espécies exóticas Áreas ardidas; Acções de sensibilização e educação ambiental. Áreas com sensibilidade ecológica; Zonas com valor ecológico; Acções de sensibilização e educação ambiental. Coberto florestal; Acções de sensibilização e educação ambiental. Reserva Ecológica Municipal; Áreas com potencial risco de erosão. Áreas Ardidas Povoamentos de espécies exóticas Fonte: (Agri-Pro Ambiente Consultores, 2008) PROBLEMAS: Quadro Problemas na abordagem da biodiversidade no âmbito do POAF PROBLEMAS A área de intervenção do POAF corresponde, fundamentalmente, a uma zona biologicamente empobrecida, com baixa biodiversidade de espécies e desprovida de valores significativos. Tanto ao nível da fauna como da flora e vegetação não se identificaram espécies relevantes; 40

53 Risco de erosão dos solos, incêndios florestais e expansão de espécies exóticas; Eliminação de espécies autóctones devido à expansão das exóticas. Fonte: (Agri-Pro Ambiente Consultores, 2008) O primeiro aspecto apresentado pode constituir um problema se esta zona for desvalorizada sem haver a preocupação de avaliar se é essencial na manutenção do contacto entre áreas com grande diversidade biológica (que podem inclusive apresentar estatuto de conservação). A perda ou fragmentação desta área pode conduzir à perda e fragmentação de áreas ricas em biodiversidade. NOTA: Não foram identificadas propostas evidentes no decorrer do processo de avaliação aplicado ao Plano. 41

54 CASO 7 - REVISÃO DO PLANO DE ORDENAMENTO DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS (POPNPG) OBJECTIVOS DA REVISÃO DO PLANO: (1) Preservar e restaurar os processos ecológicos, a biodiversidade e geodiversidade, para assegurar o bom funcionamento dos serviços de ecossistemas; (2) Conservar o património cultural e paisagístico; (3) Promover a compatibilização da protecção ambiental com os usos e actividades humanas; (4) Sensibilizar a sociedade para a preservação do património do Parque através da promoção de um regime de visitação sustentável. FCD1. Património Natural e qualidade ambiental FCD2. População e socioeconomia OBJECTIVOS DE SUSTENTABILIDADE PARA CADA FCD: FCD1: (1) Conservação de espécies de fauna e flora com estatutos de protecção e respectivos habitats; (2) Protecção e valorização dos meios hídricos e respectivos sistemas biofísicos de suporte; (3) Salvaguarda dos processos de formação e conservação do solo; (4) Conservação da Estrutura Ecológica da Paisagem, enquanto suporte dos processos naturais e do fundo de fertilidade do território; (5) Conservação de Unidades de Paisagens cujo modelo de ordenamento territorial (mosaico agrosilvopastoril) está correlacionado com o património natural e cultural; FCD2: (1) Ordenamento das actividades e usos com impactes muito significativos sobre o património natural e a socioeconomia: o pastoreio, recreio e o turismo, exploração de recursos hídricos e eólicos e exploração de inertes; (2) Valorização de conjuntos e/ou sítios relevantes do património cultural, da identidade e da memória colectiva e revitalização das estruturas de povoamento. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO: Cenário 1 Situação actual Cenário 2 Tendências de evolução actual com o PO 95 Cenário 3 Efeitos esperados com a revisão do PO PNPG o mais favorável PROPOSTAS DE REVISÃO: (1) Adequação dos níveis de protecção aos valores do património natural e da biodiversidade, à salvaguarda das áreas de maior vulnerabilidade e à salvaguarda das áreas e sistemas de suporte e regulação dos processos naturais; (2) Definição de uma área wilderness (praticamente inexplorada) dedicada exclusivamente à conservação dos processos naturais livre de qualquer actividade humana que implique a exploração de recursos e aberta à investigação científica e visitação condicionada; (3) Regulação de usos e actividades humanas susceptíveis de provocar, ou que já tenham provocado, impactes negativos sobre o património e o ordenamento do Parque; (4) Interdição de usos e actividades incompatíveis com os objectivos de conservação do PNPG. BASEADO EM (MINISTÉRIO DO AMBIENTE, ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL & ICNB & PARQUE NACIONAL DA PENEDA-GERÊS, 2009) 42

55 FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Desenvolvimento sustentado que compatibiliza as actividades humanas e a promoção do nível e qualidade de vida das comunidades residentes, com a conservação e valorização da paisagem humanizada e do património natural e cultural associado; Manter actividades e práticas tradicionais de gestão territorial, de forma a proteger e conservar os serviços dos ecossistemas; Estabelecer um plano de monitorização de habitats e espécies prioritários; Elaborar e Implementar o plano operacional de gestão para as Áreas de Intervenção Específica (AIE); Estudo de inventário, valoração e medidas de gestão para os geosítios; Implementar uma rede de locais de monitorização da qualidade da água; Implementar acções de condução e maneio do coberto vegetal nas áreas definidas como prioritárias para a expansão da floresta nativa; Desenvolvimento de estudos e projectos que optimizem numa escala de maior pormenor a continuidade entre habitats relevantes, através de corredores ecológicos; Sensibilização dos decisores e políticos para a importância estratégica de interdição de construção de parques eólicos, novos aproveitamentos hidroeléctricos, bem como a construção de novas infraestruturas e equipamentos que implicam a destruição directa de habitats e a diminuição dos níveis de wilderness; Zonamento do solo: Zonas de Protecção Total (ZPT), Zonas de Protecção Parcial (ZPP) e Zonas de Protecção Complementar (ZPC); Regulamentar edificabilidade fora dos perímetros do Parque, nomeadamente definindo as tipologias de novas obras, melhorias e condicionantes de projecto (normativo mais restritivo para preexistências); Implementar a monitorização das alterações dos usos do solo e definir usos preferenciais; Implementar uma fiscalização articulada com as autarquias no que toca ao depósito/abandono de sucatas e outros resíduos e extracção de inertes. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E INDICADORES: Quadro Critérios de avaliação e indicadores para a biodiversidade no âmbito do POPNPG CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Tipos de habitats Fauna e flora Recursos INDICADORES Representatividade dos habitats e espécies (classificados e propostos para classificação) Áreas com risco ou processos de erosão em curso*; 43

56 hídricos Solo e floresta Número de aproveitamentos hidroeléctricos e grau de artificialização da bacia hidrográfica*. Área de floresta com: i. Povoamento extreme (com apenas uma espécie) a reconverter, em reconversão ou já reconvertido; ii. Povoamento misto a programar também para o recreio e lazer e/ou já infraestruturado; iii. Matas de protecção a conservar, com planos de gestão a elaborar e/ou em implementação; iv. Novas áreas de expansão da floresta nativa; Áreas de floresta com coberto vegetal degradado. Área da Estrutura Ecológica do Parque Nacional da Peneda-Gerês (EEPNPG) e diferentes sistemas identificados; Expressão das descontinuidades/ continuidades entre habitats relevantes: áreas de sobreposição entre habitats e/ou outras ocorrências relevantes do património natural, com o sistemas da EEPNPG; Ordenamento da paisagem Áreas de sobreposição de usos incompatíveis com: i. Áreas de ocorrência efectiva de valores naturais (habitats, espécies e geosítios); ii. Os sistemas da EEPNPG, designadamente com os sistemas de suporte do ciclo da água (linhas de água e vales de drenagem, cabeceiras, áreas de recarga de aquíferos; Alterações dos usos do solo: i. Expressividade das alterações dos usos do solo; ii. Áreas da estrutura ecológica em solo rural e em solo urbano; iii. Áreas desafectadas da RAN e novas ocupações dos sistemas da EEPNPG; Factores de degradação nas unidades de paisagem*: i. Depósito/abandono de sucatas e outros resíduos; ii. Extracção de inertes; iii. Construção de estruturas e infraestruturas em solo rural; iv. Edificabilidade fora dos perímetros urbanos definidos; 44

57 Área actual e proposta para integrar os diferentes níveis de protecção (ZPT, ZPP e ZPC); Propostas, em elaboração e/ou implementação de UOPG s 3 Planos de Acção e Gestão, com vista à conservação de recursos naturais e paisagísticos relevantes. Fonte: (Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional & ICNB & Parque Nacional da Peneda-Gerês, 2009) NOTA: Os indicadores identificados com * afectam a biodiversidade de forma indirecta. PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do POPNPG PROBLEMAS PROPOSTAS Integração dos diferentes níveis de protecção: ZPT, ZPP e ZPC; Elaboração e/ou implementação de UOPG s: Planos de Acção e de Gestão, visando a conservação de recursos naturais e paisagísticos relevantes; Ordenamento não integra explicitamente a componente conservação da natureza e da biodiversidade com os usos dominantes do solo (actuais e prospectivos) Criação de um plano de monitorização de habitats e espécies prioritários, associados aos meios aquáticos; Potenciar usos e práticas que contribuam para o correcto ordenamento do território e para a valorização do património natural, cultural e da paisagem; Incrementar a valorização económica e social da floresta. 3 Unidades Operativas de Planeamento e Gestão 45

58 Fonte: (Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional & ICNB & Parque Nacional da Peneda-Gerês, 2009) 4.2. Casos Internacionais CASO 1 - PLANO DE PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA PARA A COMUNIDADE AUTÓNOMA (CA) DE CASTILLA E LEÓN ( ) OBJECTIVOS DO PLANO: Implementação de parques eólicos com o mínimo possível de impactes ambientais, determinando o potencial eólico a ser desenvolvido em cada região e identificando as áreas onde não é possível implementar. ELEMENTOS CHAVE: 1. Espaços naturais 2. Impacte visual 3. Vegetação e biótopos da fauna associados 4. Impactes socioeconómicos e património arqueológico e histórico-cultural 5. Áreas de risco geomorfológico OBJECTIVOS DA AAE: Regular e minimizar os potenciais impactes negativos do sector eólico em geral, e do Plano em particular. ALTERNATIVAS ESTRATÉGICAS: Alternativa 1 Conservacionista (Maior protecção ambiental) Alternativa 2 Sustentável Alternativa 3 Promotora de desenvolvimento (Orientada para as acções de desenvolvimento) No âmbito da AAE não foi escolhida nenhuma opção estratégica. Baseado em (Palerm, 2001) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: A sensibilidade das espécies de fauna e flora foi identificada pela sua existência em áreas com estatuto de protecção e em inventários nacionais e internacionais, nomeadamente na Directiva Habitats; Criação de um mapa em Sistemas de Informação Geográfica (SIG) onde foram identificados os cinco elementos chave que dividiu a região de acordo com quatro níveis de impacte ambiental 46

59 (nível 1 desprezável, nível 4 extremamente elevado). Um mapa final mostra o nível global de impacte ambiental. O valor da sensibilidade ambiental foi definido pelo peso atribuído a cada um dos cinco elementos, sendo que os espaços naturais e o impacte visual têm maior peso. NOTA 1. Não foram desenvolvidos quaisquer indicadores no âmbito deste plano. PROBLEMAS: Quadro Problemas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano de Produção de Energia Eólica para a região de Castilla e Léon PROBLEMAS A escala utilizada (1: ) é inapropriada, uma vez que não permite a delimitação adequada das áreas ecologicamente sensíveis; Não foram realizados estudos sobre as rotas de migração das aves migratórias, que são, em termos faunísticos, a classe mais prejudicada; Fonte: (Palerm, 2001) Não foram consideradas as áreas naturais que fazem fronteira com outras CA s. É perceptível no Plano, com a determinação do mapa de impacte global, a interligação entre os aspectos ecológicos, os sociais e os económicos. NOTA 2. Não foram identificadas propostas evidentes no decorrer do processo de avaliação aplicado ao Plano. 47

60 CASO 2 - PLANO LOCAL DE TRANSPORTE DE GLOUCESTER, INGLATERRA OBJECTIVOS DO PLANO: Implementação de uma estratégia que abrange essencialmente o melhoramento das acessibilidades, da qualidade do ar e da segurança e a redução do congestionamento, apresentando alternativas aos veículos automóveis. ASPECTOS AMBIENTAIS CHAVE: 1. Qualidade do ar 2. Biodiversidade 3. Factores climáticos 4. Património cultural (incluindo o património arquitectónico e arqueológico) 5. Saúde Humana (incluindo o ruído) 6. Paisagem 7. Bens materiais (incluindo recursos naturais) 8. População 9. Solo 10. Água OBJECTIVOS DA AAE: Minimizar os potenciais impactes negativos do Plano sobre o ambiente, e propor recomendações para evitar, reduzir ou compensar esses impactes. Foram definidos objectivos específicos para cada aspecto ambiental chave, sempre no sentido de melhorar a qualidade do ambiente e das condições de vida da população local. OPÇÕES ESTRATÉGICAS: Opção 1 Não implementação do plano Opção 2 Melhoria nas infraestruturas de transporte para satisfazer as necessidades de todos os utilizadores rodoviários, conferindo prioridade à abordagem dos atrasos na manutenção de auto-estradas Opção mais favorável Opção 3 Medidas adicionais de gestão da utilização de veículos automóveis nas principais áreas urbanas e limitação da sua utilização noutras áreas Opção 4 Medidas adicionais para estimular a população a andar a pé e de bicicleta e a utilizar os transportes públicos nas cidades e nas áreas interurbanas BASEADO EM (BURKE, ET AL., 2005) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Conservação e aumento das áreas classificadas (e.g. Sítios de Especial Interesse Científico SSSI - e da Rede Natura 2000), espécies e habitats legalmente protegidos; Conservação da biodiversidade a todos os níveis; 48

61 Redução da área de perda de habitats prioritários incluídos no Plano de Acção sobre a Biodiversidade junto aos limites das auto-estradas, uma vez que é frequente a destruição de uma extensa zona, que não tem qualquer utilização rodoviária e que pode ser importante em termos de biodiversidade; Utilização de SIG para mapear bens ambientais existentes na área analisada, de modo a verificar como é que as opções estratégicas e as medidas referidas no Plano afectam essa área. As layers utilizadas para realizar o mapeamento dos recursos sensíveis foram as seguintes: Bens Patrimoniais (Áreas de Conservação, Monumentos Antigos Inventariados, Parques e Jardins Registados, Locais de Batalhas Históricas), Denominações relacionadas com a biodiversidade (ZEC, SSSI, Reservas Naturais Nacionais e Locais, Locais Selvagens Chave) e Áreas de Beleza Natural Excepcional ; Abordagem dos impactes indirectos sobre os ecossistemas, nomeadamente a perda e fragmentação de habitats, os efeitos causadores de mortalidade de espécies e alterações na qualidade do ar; Adopção da Abordagem Ecossistémica, que permite a protecção de todos os valores de biodiversidade e não apenas os raros ou os que já apresentem um estatuto legal. INDICADORES: Quadro Indicadores para a biodiversidade no âmbito do Plano Local de Transporte de Gloucester INDICADORES Áreas de paisagem especial Fonte: (Burke, et al., 2005) Este indicador avalia as paisagens relevantes que devem ser protegidas através do controlo e do planeamento de futuros projectos de desenvolvimento na região. Relativamente aos indicadores indirectos que afectam a biodiversidade destacam-se os relacionados com a qualidade da água e a poluição existente, a qualidade do solo, a utilização sustentável dos recursos naturais e a requalificação urbana. 49

62 PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano Local de Transporte de Gloucester PROBLEMAS Utilização indevida de corredores ecológicos; Perturbações em elementos delimitadores de habitats, nomeadamente cursos de água, e em habitats urbanos; Fragmentação de habitats; Expansão de espécies invasoras; PROPOSTAS Criação de corredores ecológicos onde se revelar necessário; Criação e protecção de redes ecológicas; Recriação de habitats. Afectação da biodiversidade existente junto aos futuros locais de implementação das infraestruturas associados aos Park & Rides 4. Fonte: (Burke, et al., 2005) 4 Parques de estacionamento conectados ao sistema de transportes públicos, que permitem à população que se pretende deslocar ao centro da cidade o estacionamento dos veículos pessoais e a transferência para veículos de transporte público. Estes parques estão geralmente localizados nos subúrbios das áreas metropolitanas ou na periferia de grandes cidades ((Gloucestershire County Council, 2009); (Norfolk County Council, 2005)). 50

63 CASO 3 - PROGRAMA DE COOPERAÇÃO ENTRE A LITUÂNIA E A POLÓNIA ( ) OBJECTIVOS DO PLANO: Facilitar a coesão socioeconómica entre a Lituânia e a Polónia, promovendo o seu desenvolvimento sustentável, reforçando a competitividade e assegurando um bem-estar social. ASPECTOS AMBIENTAIS CHAVE: 1. Saúde humana 2. Paisagem natural e fauna, flora, incluindo a biodiversidade e os habitats naturais 3. Solo 4. Águas de superfície e subterrâneas 5. Ar 6. Alterações climáticas 7. Património cultural 8. Conservação e uso eficiente dos recursos naturais OBJECTIVOS DA AAE: (1) Melhorar a atractividade das regiões (melhoria das acessibilidade, assegurar serviços de qualidade e preservação do ambiente); (2) Encorajar a inovação (reforço da economia e Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC); (3) Criar e melhorar os empregos. PRIORIDADES: Prioridade 1 Crescimento da competitividade e da produtividade na região fronteiriça; Prioridade 2 Coesão fronteiriça e reforço da qualidade global da região considerada. No âmbito da AAE não foi escolhida nenhuma opção estratégica. Baseado em (Dudutyte, et al., 2007) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Promoção da restauração, preservação e enriquecimento de recursos e outros elementos naturais destruídos e garantia da utilização racional da diversidade biológica e da paisagem; Manutenção e restauração dos estatutos de conservação de habitats naturais; Desenvolvimento da Rede Natura 2000, incluindo a legislação relativa aos corredores ecológicos; Reforço da protecção no interior das áreas protegidas existentes e criação de novas áreas; Desenvolvimento de planos de gestão de recursos naturais e de áreas protegidas com carácter transfronteiriço: potencia a criação de oportunidades de desenvolvimento de mapas de gestão da natureza e biodiversidade que tenham em consideração apenas os valores naturais existentes nas áreas e não as fronteiras físicas que os separam; 51

64 Consideração dos impactes resultantes do desenvolvimento de infraestruturas em zonas verdes não apenas sobre as áreas protegidas mas também sobre os corredores ecológicos e outros ecossistemas relevantes; Promover o turismo ecológico, concordante com as características ecológicas e as limitações sociais; Desenvolver um sistema de gestão dos recursos hídricos que disponibilize água potável à população e assegure a protecção efectiva das massas de água, o potencial recreativo a ainda a diversidade e produtividade dos ecossistemas aquáticos; Remoção ou redução das ameaças à preservação da biodiversidade; Desenvolver práticas agrícolas e promover a plantação de vegetação que evite ou minimize a erosão dos solos. INDICADORES DEFINIDOS POR ACÇÃO: Quadro Indicadores para a biodiversidade no âmbito do Programa de Cooperação entre a Lituânia e a Polónia PRIORIDADES Prioridade 1. Crescimento da competitividade e da produtividade na região fronteiriça ACÇÕES Acção 1.1. Modernização das infraestruturas económicas (por exemplo, rede viária, aeroportos, rede ferroviária) INDICADORES Número de quilómetros de estrada construídos; Casos de desenvolvimento de infraestruturas em áreas protegidas; Número de medidas de conservação da biodiversidade implementadas; Número de hectares de solo drenado. 52

65 Prioridade 2. Coesão fronteiriça e reforço da qualidade global da região considerada Acção 1.2. Promoção do ambiente empresarial Acção 1.3. Desenvolvimento do turismo sustentável e preservação do património cultural/histórico Acção 2.1. Desenvolvimento de novas redes de cooperação social e cultural e reforço das já existentes Acção 2.2. Melhorar o meio ambiente - Casos de desenvolvimento de infraestruturas em áreas protegidas; Percentagem de turistas a utilizar os transportes públicos. - Número de encontros destinados à discussão acerca do desenvolvimento de planos transfronteiriços de gestão das áreas protegidas; Número de planos transfronteiriços de gestão das áreas protegidas aprovados; Fonte: (Dudutyte, et al., 2007) Número de medidas concretas a nível transfronteiriço para a conservação e protecção de espécies. Para as acções 1.2 e 2.1 não foram desenvolvidos indicadores, uma vez que não foi detectado qualquer impacte das mesmas sobre as questões ambientais relevantes. PROPOSTAS: Quadro Propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Programa de Cooperação entre a Lituânia e a Polónia PROPOSTAS Ter em conta nos planos de desenvolvimento a Abordagem Ecossistémica Fonte: (Dudutyte, et al., 2007) 53

66 CASO 4 - PROGRAMA OPERACIONAL PARA O FUNDO EUROPEU DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL PARA A REGIÃO SUDESTE DE INGLATERRA ( ) OBJECTIVOS DO PLANO: Promover a economia da região através do aumento da competitividade e criação de empregos, de acordo com os objectivos propostos na Agenda Lisboa, e contribuir para a redução da pegada ecológica da região, conforme o que ficou proposto na Agenda Gotemburgo. ASPECTOS AMBIENTAIS CHAVE: 1. Alterações climáticas 2. Procura de recursos 3. Biodiversidade 4. Gestão de resíduos OBJECTIVOS DA AAE: (1) Conservar a biodiversidade e melhorar a eficiência dos usos do solo; (2) Melhorar a saúde e bem-estar da população; (3) Identificar formas de adaptação e mitigação às alterações climáticas; (4) Melhorar a gestão e a qualidade dos recursos hídricos; (5) Reduzir o risco de cheia; (6) Aumentar a eficiência energética e o recurso a fontes renováveis; (7) Melhorar a qualidade do ar; (8) Incentivar o envolvimento em actividades culturais, proteger e melhorar o património histórico e paisagístico; (9) Reduzir e gerir o consumo de recursos e a produção de resíduos; (10) Reduzir os níveis de congestionamento e poluição. PRIORIDADES / LINHAS DE DESENVOLVIMENTO: Prioridade 1 Inovação, transferência de conhecimento e produtividade sustentável; / (1) Promoção de uma economia de conhecimento; (2) Promoção da produção e consumo sustentáveis. Baseado em (Government Office for the South East & SEEDA, 2007) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Protecção e reforço da qualidade dos habitats selvagens, das paisagens e da zona costeira; Promoção da preocupação com as questões ambientais ao nível empresarial (Business & Biodiversidade); Incremento do desenvolvimento das comunidades reduzindo a sua pegada ecológica; Conhecimento da extensão e estado dos habitats chave; Protecção e reforço dos elementos naturais da região, nomeadamente os corredores ecológicos, parques e zonas verdes, bosques e florestas antigas, parques nacionais e áreas de beleza natural excepcional; Aumento da extensão de habitats recreando as zonas com pouca vida selvagem; Identificação dos impactes directos, indirectos, secundários e cumulativos; 54

67 Aumento de esquemas agro-ambientais, que beneficiam as áreas onde são aplicados através de práticas de gestão do solo melhoradas, que permitem proteger e restaurar a biodiversidade, o solo e a qualidade da água; Para a protecção e conservação dos serviços dos ecossistemas deve ser apoiada a integração entre as actividades económicas das áreas rurais e o fornecimento de bens e serviços nas áreas urbanas; Criação de espaços de amortecimento de cheias. INDICADORES: Quadro Indicadores identificados no âmbito do Programa Operacional para o Fundo de Desenvolvimento Regional para a região Sudeste de Inglaterra para a área da biodiversidade INDICADORES População de aves selvagens; Estado dos SSSI; Extensão e estado dos habitats chave incluídos no Plano de Acção da Biodiversidade; Extensão dos bosques mais antigos. Fonte: (Government Office for the South East & SEEDA, 2007) NOTA: Não foram identificadas propostas e problemas evidentes no decorrer do processo de avaliação aplicado ao Plano. 55

68 CASO 5 - PLANO LOCAL DO PARQUE NACIONAL DE CAIRNGORMS, ESCÓCIA OBJECTIVOS DO PLANO: (1) Conservar e reforçar o património natural e cultural; (2) Promover o uso sustentável dos recursos naturais; (3) Promover as qualidades do Parque e as possibilidades recreativas associadas; (4) Promover o desenvolvimento socioeconómico sustentável das comunidades locais. ASPECTOS AMBIENTAIS CHAVE: 1. Biodiversidade 2. Locais designados de conservação da natureza 3. População 4. Ambiente histórico 5. Paisagem e pedoforma 4 6. Solo 7. Água 8. Ar 9. Acesso e recreação 10. Energia e infraestutura 11. Ambiente construído OBJECTIVOS DA AAE: (1) Conservar e reforçar a diversidade de espécies e habitats e a integridade dos ecossistemas; (2) Proteger e melhorar o estado dos recursos hídricos dentro do Parque ou com ele relacionados; (3) Manter os sistemas hidrológicos; (4) Manter e melhorar a paisagem e o carácter cultural do Parque; (5) Assegurar o acesso responsável por parte dos visitantes; (6) Manter e melhorar a qualidade da atmosfera; (7) Consumo sustentável dos recursos naturais; (8) Manter a saúde na comunidade local e promover a sustentabilidade, a nível energético, de poluição e na produção de resíduos; (9) Manter e melhorar a qualidade do ambiente edificado. OPÇÃO PROPOSTA Garantir o apoio ao potencial crescimento da comunidade local, através da disponibilização de um grande número de habitações dentro do Parque; ALTERNATIVA 1 Uma abordagem muito restritiva no que respeita ao mercado habitacional, limitando o número de ocupantes nas novas habitações Rejeitada: não cumpre os objectivos do Plano e potencia impactes sociais e económicos negativos sobre a comunidade local ALTERNATIVA 2 - Continuação da aplicação da política de ordenamento habitacional convencional, que exige a disponibilização de menos habitações - Rejeitada: não cumpre os objectivos do Plano 4 Formas da paisagem Baseado em ( (Cairngorms National Park Authority, 2007); (Cairngorms National Park Authority a), 2007)) 56

69 FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Protecção robusta de espécies e habitats prioritários, nomeadamente os pertencentes às áreas classificadas como Rede Natura 2000; Protecção de áreas de património natural; Manutenção da integridade e conectividade dos ecossistemas, o que revela a importância dos corredores ecológicos para a protecção e conservação da biodiversidade; Dar prioridade à abordagem de espécies invasoras que representam uma ameaça ao património natural e à gestão do Parque; Promoção da sensibilização e compreensão das interacções entre usos do solo, turismo, contacto com o exterior e conservação da natureza; Condução de um programa de pesquisa que forneça informações e monitorize os habitats, espécies e ecossistemas, funcionando como um guia para futuros processos de decisão; Promoção de oportunidades Business & Biodiversidade; Utilização sustentável dos recursos; Gestão integrada do solo; Promoção do turismo sustentável ou ecoturismo; Acesso ao exterior e desenvolvimento de actividades recreativas. INDICADORES DEFINIDOS POR OBJECTIVO: Quadro Objectivos e indicadores para a biodiversidade no âmbito do Plano Local do Parque Nacional de Cairngorms OBJECTIVOS INDICADORES Conservar e aumentar a diversidade de espécies Perda de espécies prioritárias habitats associados; Criação de habitats para espécies prioritárias; Gestão de habitats para espécies prioritárias. 57

70 Perda de habitats prioritários; Conservar e aumentar a diversidade dos habitats Criação de habitats prioritários; Gestão de habitats prioritários. Manter e reforçar a integridade dos ecossistemas Proteger e, quando apropriado melhorar, o estado das massas de água dentro ou relacionadas com a área do Parque Nacional Manter os processos de captação e sistemas hidrológicos Continuidade de habitats prioritários; Manutenção ou criação de habitats prioritários para o desenvolvimento de redes. Estado ecológico das massas de água; Acções de desenvolvimentos em consonância com os Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável. Acções de desenvolvimento, desde que permitido, nas zonas húmidas e zonas de inundação; Acções de desenvolvimento em consonância com os Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável; Gestão das zonas húmidas. Alterações no carácter paisagístico causadas pelas acções de desenvolvimento; Manter e reforçar a paisagem cultural e tradicional característica do Parque Acções de desenvolvimento que complementem o carácter paisagístico; Perda/perturbação de elementos geológicos e geomorfológicos; Percepção do Parque como um local selvagem, inexplorado. Utilizar os recursos naturais de forma sustentável Cessar a utilização de combustíveis fósseis em qualquer projecto de desenvolvimento que tenha lugar; Acções de desenvolvimento que utilizem e promovam os produtos madeireiros do local. Fonte: ( (Cairngorms National Park Authority, 2007); (Cairngorms National Park Authority a), 2007)) 58

71 PROBLEMAS: Quadro Problemas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano Local do Parque Nacional de Cairngorms PROBLEMAS Extensão do Parque por quatro áreas administrativas conduz à aquisição de dados sobre os recursos e património natural do Parque em formatos diferentes, o que dificulta a sua análise e comparação Fonte: ( (Cairngorms National Park Authority, 2007); (Cairngorms National Park Authority a), 2007)) NOTA: Não foram identificadas propostas evidentes no decorrer do processo de avaliação aplicado ao Plano. 59

72 CASO 6 - ACORDO N.ºCE 25/2001 ESTUDO HONG KONG 2030: PLANEAMENTO DA VISÃO E ESTRATÉGIA OBJECTIVOS DO PLANO: Preparar um modelo de planeamento estratégico do uso do solo para Hong Kong até ao ano ASPECTOS AMBIENTAIS CHAVE: 1. Qualidade do ar 2. Ruído 3. Geologia, solos e áreas contaminadas 4. Recursos hídricos e qualidade da água 5. Resíduos 6. Energia e recursos naturais 7. Paisagem e uso do solo 8. Ecologia 9. Património cultural 10. Gestão dos riscos OBJECTIVOS DA AAE: Alcançar uma boa qualidade ambiental. CENÁRIOS ESTRATÉGICOS: Cenário 1. Fornecer uma boa qualidade do ambiente Cenário 2. Reforçar a competitividade económica Cenário 3. Fortalecer as ligações com o continente OPÇÕES ESTRATÉGICAS: No padrão de desenvolvimento: Consolidação e Descentralização Na localização do terminal de contentores: South West Tsing Yi e North West Lantau Opção seleccionada: Híbrido entre a consolidação e a descentralização; ainda não foi escolhida a localização preferencial do terminal. ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO: Estratégia 1 - Estratégias de transporte e infra-estruturação; Estratégia 2 - Definição de novas áreas de desenvolvimento; Estratégia 3 Abordagem fronteiriça Baseado em (Planning Department of the Government of the Hong Kong Special Administrative Region, 2007) 60

73 FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Maior protecção e gestão dos locais ecológicos classificados, situados tanto em propriedades públicas como privadas, através de acordos de gestão com os proprietários dos locais e mecanismos de gestão em parceria entre as entidades públicas e privadas; Gestão e reforço das áreas naturais para o benefício da biodiversidade e das comunidades locais; Elaboração de planos de zonamento destinados à designação de áreas de conservação; Restauração de habitats degradados. INDICADORES: Quadro Indicadores para a biodiversidade no âmbito do Estudo Hong Kong 2030 INDICADORES Capacidade de carga dos recursos naturais Capacidade de carga do território: i. Área de território protegido por habitantes; ii. Volume de visitantes nas áreas protegidas por ano; iii. Área ocupada por espaços verdes urbanos por km 2 ; iv. Taxa de área desenvolvida por área coberta de floresta natural. Capacidade de carga das populações: i. Análise da dinâmica das populações; ii. Nível de perturbação que conseguem suportar. Distribuição e abundância de espécies Estado de conservação de habitats e espécies Fonte: (Planning Department of the Government of the Hong Kong Special Administrative Region, 2007) PROPOSTAS: Quadro Propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Estudo Hong Kong 2030 PROPOSTAS Promoção do ecoturismo; Promoção da agricultura biológica; Avaliação dos efeitos das novas infraestruturas associadas ao terminal e próximo deste sobre a biodiversidade e a qualidade da água marinha; Criação de áreas de conservação e de zonas de protecção costeira na 61

74 elaboração de planos de zonamento; Adopção da Abordagem Ecossistémica. Fonte: (Planning Department of the Government of the Hong Kong Special Administrative Region, 2007) NOTA: Não foram identificados problemas evidentes no decorrer do processo de avaliação aplicado ao Plano CASO 7 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DAS FIJI OBJECTIVOS DO PLANO: Avaliar os impactes ambientais do Plano, de modo a contribuir para futuros planos mais sustentáveis no sector do turismo, e testar a utilidade da AAE como instrumento de sustentabilidade. OBJECTIVOS DA AAE: (1) Manutenção e reforço da qualidade ambiental; (2) Manutenção da beleza natural; (3) Promoção do desenvolvimento sustentável; (4) Melhoria da qualidade de vida da população; (5) Equilíbrio entre a oferta e a procura de recursos. PRIORIDADES CHAVE: 1. Gestão sustentável dos recursos 2. Desenvolvimento do turismo tendo em conta a capacidade de carga do ambiente 3. Desenvolvimento do turismo a um ritmo e a uma escala que se enquadre na quantidade de recursos que a região possui e nos riscos e constrangimentos existentes 4. Disseminar pelas ilhas os benefícios socioeconómicos resultantes do turismo 5. Necessidade de melhorar os processos de desenvolvimento do turismo nas regiões indígenas; 6. Solucionar a carência de taxas a pagar pelos utilizadores para conseguir um turismo sustentável Baseado em (Levett, et al., 2003) FORMA DE ABORDAGEM DA BIODIVERSIDADE: Afectação de ecossistemas sensíveis e espécies em risco; Protecção e gestão integrada da zona costeira; Criação da Rede de Gestão da Área marinha; Legislação e financiamento adequados para melhorar a gestão ambiental no sector turístico; Pagamento de taxas no parque marinho de Bonaire. 62

75 INDICADORES DEFINIDOS POR OBJECTIVO: Quadro Objectivos e indicadores para a biodiversidade no âmbito do Plano de Desenvolvimento do Turismo das Fiji OBJECTIVOS INDICADORES DE RESULTADO INDICADORES DE ENTRADA, DE SÁIDA E DE PROCESSO Proteger, reforçar e restaurar ecossistemas especiais, em particular mangais, recifes de coral e florestas Reduzir quando possível o número de populações ameaçadas Manter os sistemas de água doce Prevenir a perda de solos Manter os níveis de poluição e nutrientes dentro do limite de capacidade de carga dos Área e qualidade dos ecossistemas; Extensas áreas intactas; Áreas não fragmentadas. Populações das espécies identificadas Fornecimento de quantidade da água que satisfaça as necessidade humanas sem comprometer a capacidade de carga dos ecossistemas Quantidade de solo perdido em zonas vulneráveis e em rios/zonas costeiras Extensão dos ecossistemas (e.g. Área ocupada pelos recifes, lagoas, mangais, florestas) com manifestações de stress provocado pelo excesso de nutrientes e poluição; Desenvolvimento do turismo em consonância com as políticas de gestão de diversos sectores Desenvolvimento do turismo evitando provocar stress nas populações; Desenvolvimento de programas e fundos de protecção e conservação. Eficiência na utilização da água e promoção de medidas de reutilização em instalações turísticas; Captação e armazenamento de água. Gestão do solo para prevenir a perda durante o desenvolvimento de infraestruturas de apoio ao turismo; Evitar as actividades que potenciem a erosão do solo. Aplicação de regras aos projectos relacionados com o turismo para prevenir emissões que, tendo em conta todas as outras emissões, podem provocar a ruptura da capacidade de carga dos ecossistemas 63

76 ecossistemas Grau de stress, em particular se são detectados danos irreversíveis. Manter o acesso das comunidades locais aos recursos naturais Número de pessoas privadas de terrenos agrícolas, direitos de pesca ou do acesso às praias; verificar se houve retorno de ganhos para as comunidades por consentirem tais perdas Existência de um processo justo e transparente na negociação de compensações às comunidades, assegurando que todos os residentes (e não apenas os mais ricos) aceitam as perdas Fonte: (Levett, et al., 2003) PROBLEMAS E PROPOSTAS: Quadro Problemas e propostas na abordagem da biodiversidade no âmbito do Plano de Desenvolvimento do Turismo das Fiji PROBLEMAS PROPOSTAS Valorização monetária dos serviços Muitos dos benefícios ambientais nem são ainda valorizados, devido à ausência de dados plausíveis e uma adequada metodologia; Dados incompletos sobre espécies e habitats ameaçados. dos ecossistemas; Promoção do ecoturismo; Fundos resultantes do turismo a financiar acções de protecção e conservação da biodiversidade. Fonte: (Levett, et al., 2003) 4.3. Comparação entre as orientações da CDB e as abordagens utilizadas em cada caso Antes da análise dos resultados optou-se por fazer uma sistematização dos mesmos em quadro, onde se adoptou a seguinte simbologia: A abordagem adoptada segue totalmente as orientações da CDB A abordagem adoptada não segue as orientações da CDB A abordagem adoptada segue parcialmente as orientações da CDB 64

77 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASOS NACIONAIS CASO1. PROGRAMA NACIONAL DE BARRAGENS COM ELEVADO POTENCIAL HIDROELÉCTRICO (PNBEPH) Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 1 Orientações CDB Abordagem Casos O PNBEPH entra em conflito com os objectivos da CDB, já que provoca a perda de biodiversidade. Relativamente à ENCNB o programa conflitua com as opções estratégicas 3 e 4: Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, cultural e social e Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de protecção especial integrados no processo da Rede Natura 2000, respectivamente. Contudo, vai ao encontro da opção 6 ( Promover a integração da política de conservação da natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes políticas sectoriais ), ao considerar a biodiversidade como um FCD, logo assume uma abordagem integrada da biodiversidade. Não é utilizada uma Abordagem Ecossistémica nem referidos os serviços dos ecossistemas. Quanto às forças motrizes, apenas são consideradas as directas, nomeadamente a fragmentação. A avaliação da biodiversidade é concretizada ao nível dos ecossistemas e das espécies, o nível genético não é abordado. Para verificar se o Programa origina impactes sobre a biodiversidade dois aspectos são fundamentais: (1) a área afectada e os serviços dos ecossistemas associados e (2) tipos de actividades previstas que podem actuar como força motriz (directa ou indirecta) nos serviços dos ecossistemas. Estes aspectos são geralmente designados por triggers. 65

78 Neste Programa é feita referência à afectação de áreas protegidas, que albergam diversos bens e serviços. É também identificada como actividade que estimula a força motriz directa (fragmentação de habitats) a implantação de infraestruturas associadas aos empreendimentos. Como resposta ao problema deverão ser definidas medidas de mitigação exequíveis consoante a espécie e as condições hidromorfológicas. Dado que todas as áreas afectadas estão perfeitamente delimitadas em termos geográficos é possível identificar os ecossistemas e, em particular os bens e serviços afectados. No entanto, ao longo do processo de avaliação não é feita nenhuma referência aos serviços dos ecossistemas afectados. O PNBEPH não responde a todas as obrigações legais comunitárias e nacionais ao ir contra os propósitos da Directiva Quadro da Água (DQA), das Directivas Aves e Habitats. No primeiro caso não evita a continuação da degradação nem contribui para uma melhoria do estado dos ecossistemas aquáticos e dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas directamente dependentes dos ecossistemas aquáticos, no que diz respeito às necessidades de água. No segundo e terceiro casos provoca impactes sobre espécies com estatuto de ameaça elevado em Portugal e insuficientemente cobertas pela Rede Natura Finalmente, é notória a preocupação com a previsão dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade, sendo referida a necessidade de analisar os efeitos de fragmentação do contínuo lótico, dos habitats terrestres e a perda de habitats. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: As propostas apontadas permitem reforçar a protecção e conservação da biodiversidade através da melhoria da monitorização de espécies, habitats e ecossistemas, do reforço das bases de dados relativas à sua distribuição e abundância e da melhoria das medidas compensatórias. Desta forma, vão ao encontro dos objectivos da CDB (em particular o proposto no Art.º 7º do texto da CDB ver Anexo VI) e a opção 1 da ENCNB. 66

79 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 2. PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DE OESTE E VALE DO TEJO (PROT-OVT) Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 2 Orientações CDB Abordagem Casos O PROT-OVT entra em conflito com as orientações da CDB, uma vez que provoca a perda de recursos naturais e, consequentemente da biodiversidade. Para além de promover a extensão de actividades fortemente consumidoras de recursos naturais o Plano não estabelece medidas concretas que assegurem a sua valorização. O aumento da artificialização do território também contribui para tal perda. Por outro lado, o Plano fomenta a criação e desenvolvimento de actividades económicas compatíveis com a conservação da natureza, o que traduz a preocupação em adoptar uma abordagem integrada. Verifica-se uma aproximação à aplicação do conceito de Abordagem Ecossistémica através da preocupação em aumentar a sustentabilidade de práticas agrícolas e florestais, em particular no que se refere à manutenção da integridade do solo, biodiversidade e uso eficiente da água de rega, e na garantia da sua ligação ao turismo em espaço rural. Esta medida permite optimizar os benefícios dos ecossistemas (e.g. fixação de carbono, qualidade da água), bem como dar resposta aos interesses dos sectores da biodiversidade, do solo, da água e do turismo. No entanto, há que promover a integração efectiva das populações locais nos processos de conservação e gestão da biodiversidade. Quanto aos serviços dos ecossistemas, como já foi referido, é perceptível a preocupação em optimizar os benefícios que os mesmos transportam e reduzir as pressões a que estão constantemente sujeitos. É também reconhecida a importância para a sociedade dos aspectos paisagísticos, recreativos, científicos e culturais associados a determinadas áreas (e.g. florestas). Como FMD consideraram-se a fragmentação do território e a alteração dos usos do solo em áreas rurais. Não foi feita qualquer referência a FMI. 67

80 Quanto à avaliação da biodiversidade esta foi apenas referida a nível dos ecossistemas, com a focagem nas áreas classificadas e na EEM. É necessário reforçar a avaliação ao nível das espécies e, mais importante ainda, ao nível genético, que muito raramente é considerado. No que diz respeito à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é essencial a afectação de áreas protegidas. Quanto às actividades que estimulam a FMD fragmentação do território contam-se a urbanização desregrada e a fraca conectividade; a FMD alteração dos usos do solo é afectada pelo reforço das infraestruturas logísticas e industriais sobre os espaços rurais. Como principais respostas a estes problemas são apresentadas medidas de requalificação territorial ao nível urbano, que promovam o policentrismo, e infraestruturas logísticas; a qualificação do solo rural e a definição da Estrutura Ecológica Municipal e Urbana. Quanto à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Plano algo que levasse a concluir acerca do seu incumprimento. Em relação aos impactes cumulativos a abordagem deve ser mais aprofundada no que diz respeito à biodiversidade. De facto está presente a preocupação em definir estratégias de prevenção e mitigação de impactes ambientais cumulativos e assegurar a sustentabilidade cumulativa das práticas agrícolas e florestais intensivas. No entanto, deve partir-se para uma abordagem mais prática, apresentando medidas concretas para resolver o problema dos impactes cumulativos, e alargada a todos os sectores que possam influenciar a biodiversidade. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: A protecção e valorização dos serviços dos ecossistemas e a criação de corredores ecológicos são propostas que vão ao encontro das orientações da CDB, e portanto contribuem para uma melhoria na abordagem utilizada. 68

81 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 3. ESTUDO PARA ANÁLISE TÉCNICA COMPARADA DAS ALTERNATIVAS DE LOCALIZAÇÃO DO NOVO AEROPORTO DE LISBOA NA ZONA DA OTA E NA ZONA DO CAMPO DE TIRO DE ALCOCHETE Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 3 Orientações CDB Abordagem Casos A implantação do NAL entra em conflito com as orientações da CDB na medida em que conduz à redução do valor ecológico do território, devido aos efeitos previstos sobre o SNAP e sobre as ocupações do solo favoráveis à biodiversidade. A consideração da biodiversidade como um FCD promove a sua integração nas políticas sectoriais, o que sugere a adopção de uma abordagem integrada. Não é referida qualquer aproximação à Abordagem Ecossistémica como forma de consideração da biodiversidade. É referida a importância da valorização económica dos recursos naturais, bens e serviços dos ecossistemas, nomeadamente do seu valor de existência, o qual adquire uma utilidade para a sociedade actual como garantia de futuro. As FMD identificadas referem-se às alterações no ordenamento do território e nos usos do solo, ao isolamento e fragmentação dos SIC. Quanto às FMI não se tornou evidente a sua consideração. No que respeita à avaliação da biodiversidade, mais uma vez não foi abordado o nível genético. Quanto às espécies, habitats e ecossistemas foram identificados os mais relevantes às escalas nacional e internacional, de conservação prioritária, e desenvolvidas acções de protecção e conservação dos mesmos. 69

82 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos Quanto à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas há referência à importância na identificação de impactes sobre as áreas classificadas, nomeadamente as pertencentes ao SNAP. As actividades que estimulam as FMD identificadas são a artificialização do território envolvente e a implantação de novas infraestruturas viárias e ferroviárias. De forma a reduzir os impactes destas actividades refere-se como possíveis medidas a constituição de uma rede de corredores ecológicos que minimize o efeito de isolamento; o controlo da dispersão da ocupação urbana; o reforço das centralidades; a articulação das acessibilidades com os núcleos existentes e a reabilitação/reconversão das áreas industriais obsoletas. O Estudo cumpre as Directivas Aves e Habitats, bem como todos os compromissos formais de conservação de habitats e espécies de importância comunitária associados às ZPE e aos SIC. Ao longo do processo de avaliação é sempre referida identificação e medição de impactes directos e indirectos (e.g. efeitos de orla e isolamento), só nas propostas é feita referência à importância dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: O reforço e criação de zonas ecológicas na envolvente do NAL, a implementação de um SGA às infraestruturas e a avaliação dos impactes cumulativos são propostas que vão ao encontro das orientações da CDB, e portanto contribuem para uma maior protecção e conservação da biodiversidade. A proposta de reordenamento da EER é a que apresenta menor relevância, devido ao facto de não conferir estatutos legais de protecção fortes CASO 4. PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE VILA FRANCA DE XIRA (PDM-VFX) Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 4 Orientações CDB Abordagem Casos 70

83 O PDM entra em conflito com as orientações da CDB, uma vez que provoca a perda de recursos naturais e, consequentemente da biodiversidade pela degradação do espaço rural. Esta deve-se fundamentalmente às actividades extractivas e à edificação dispersa. Para além disso, no PDM não são muito evidentes as medidas propostas para o recuperar. Duas das principais medidas para a protecção e conservação da biodiversidade são o reforço da estrutura verde e o desenvolvimento do ecoturismo. É notória a abordagem integrada das questões da biodiversidade no sector económico e social pela articulação das actividades económicas com a EEU, promovendo a valorização cultural e económica dos recursos naturais, e ainda pelo aumento dos regimes de exploração de agricultura biológica. Não é evidente a adopção de uma Abordagem Ecossistémica. Os serviços dos ecossistemas das áreas florestais existentes são muito valorizados como contributo para o sequestro de carbono. A afectação de uma vasta área do concelho à EEU contribui para a renaturalização de áreas com potencial ecológico, para a consolidação dos corredores verdes e para a criação de condições favoráveis à biodiversidade e controlo dos escoamentos hídricos, essencial na gestão das cheias. Deste modo, a EEU contribui para reforçar os serviços dos ecossistemas. As FMD identificadas são a extracção de inertes em áreas coincidentes com áreas de interesse ecológico e ambiental, os efluentes e, a longo-prazo, as alterações climáticas. Como FMI foi identificada a conjuntura de uma crise alimentar, que afecte as necessidades das comunidades locais. A avaliação da biodiversidade só se revelou ao nível dos ecossistemas. Existe uma grande preocupação com o risco de degradação dos mesmos, devido à impermeabilização dos solos e aumento da pressão humana resultantes da articulação das actividades económicas com a EEU. É referida ainda a necessidade de assegurar a integridade biofísica e paisagística dos ecossistemas. No que diz respeito à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas a maior referência vai para as grandes áreas afectas à RAN, à REN e à Rede Natura É referido como essencial o reforço e a salvaguarda das áreas naturais sensíveis e o desenvolvimento da EEU. No que toca à FMD extracção de inertes não são apresentadas medidas de controlo e gestão dos riscos de destruição do solo e dos sistemas ecológicos, devido à impossibilidade legal do município proteger efectivamente os valores naturais e ambientais presentes nessas áreas. Quanto à adaptação e mitigação dos efeitos da FMD alterações climáticas sobre a biodiversidade também se verifica uma ausência de estratégias municipais. É essencial criar medidas neste sector que diminuam a vulnerabilidade das estruturas verdes aos riscos naturais, nomeadamente os incêndios florestais. A FMD efluentes resulta de práticas agrícolas intensivas em meio rural. O PDM estabelece diversas medidas para resolver as graves carências que se identificaram ao nível da drenagem e do tratamento dos mesmos. 71

84 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos A FMI identificada (crise alimentar) pode potenciar o recurso a métodos de agricultura intensiva, que apresenta um maior impacte sobre os recursos naturais e a biodiversidade. No que respeita à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no PDM algum indício do seu incumprimento. Não são avaliados os impactes cumulativos nem propostas medidas para reduzir os seus efeitos sobre a biodiversidade. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: As propostas de melhoria apontadas permitem reforçar a protecção e conservação da biodiversidade, já que estabelecem a consolidação dos corredores ecológicos, reforçam os serviços dos ecossistemas, promovem a protecção de áreas com valor ecológico não classificadas e a gestão ambiental nos sectores agrícola e industrial CASO 5. PLANO DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA (POOC) DA ILHA DE SANTA MARIA Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 5 Orientações CDB Abordagem Casos O Plano entra em conflito com as orientações da CDB, na medida em que conduz à perda de biodiversidade devido à crescente artificialização de áreas costeiras; à pressão urbanística e ao desenvolvimento turístico desregrado. É notória a preocupação com a integração da biodiversidade nas políticas sectoriais, nomeadamente nos sectores económico, agrícola e turístico, o que denota a adopção de uma abordagem integrada. 72

85 No decorrer da avaliação das questões da biodiversidade não foi utilizada qualquer Abordagem Ecossistémica. Os serviços dos ecossistemas são valorizados, em particular os existentes nas áreas protegidas e os relacionados com a defesa das zonas costeiras. Estão previstas ao longo do Plano várias melhorias ao seu estado. Uma das FMD refere-se à poluição difusa por parte das práticas agrícolas e das indústrias extractivas. A poluição difusa pode provocar impactes sobre a biodiversidade numa área muito vasta e portanto é mais difícil de prever a extensão dos danos. Outra FMD identificada é a conversão do uso do solo, resultante da artificialização do território. Não se tornou evidente a consideração de FMI. Quanto à avaliação dos níveis da biodiversidade o nível genético não foi abordado, focando-se apenas nos ecossistemas e espécies. A avaliação de ecossistemas passa fundamentalmente pela articulação com as actividades económicas, reforçando a prevenção e mitigação dos riscos à sua protecção e conservação. No que toca às espécies é referido principalmente a preservação e recuperação de fauna e flora ameaçada e endémica e o reforço do conhecimento acerca das espécies existentes no interior das áreas protegidas. Em relação à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas a maior referência é para às áreas protegidas e outras com valor ecológico, nomeadamente à sua protecção e valorização, através da gestão das actividades aí desenvolvidas e apostando na monitorização ambiental das medidas de protecção. Até os indicadores desenvolvidos remetem na sua totalidade para a avaliação destas áreas e dos serviços dos ecossistemas associados. Quanto à FMD poluição difusa são apresentadas como resposta o ordenamento das explorações de indústria extractiva, com a compatibilização desta actividade com os restantes usos do solo e a melhoria das condições de qualidade dos ecossistemas envolventes. Quanto ao sector agrícola devem adoptar-se práticas ambientalmente sustentáveis, reduzindo a utilização de contaminantes na água e no solo. No que toca à artificialização do território e à não são apresentadas medidas de resposta. É referido no Plano o cumprimento de toda a legislação existente na Região Autónoma dos Açores relativa à manutenção e recuperação do meio ambiente e habitats. Quanto à legislação comunitária e internacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Plano algo que levasse a concluir acerca do seu incumprimento. Apesar de ao longo do processo de avaliação ser dada muita importância à identificação e medição de impactes, não é referida à avaliação de impactes cumulativos sobre a biodiversidade. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: 73

86 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos A definição de propostas de requalificação e valorização, a melhoria da gestão ambiental de áreas com valor ecológico e o reforço da monitorização ambiental dentro e fora das áreas protegidas são propostas que seguem as orientações da CDB, reforçando a protecção e conservação da biodiversidade CASO 6. PLANO DE ORDENAMENTO DA ALBUFEIRA DAS FRONHAS (POAF) Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 6 Orientações CDB Abordagem Casos A área de intervenção do POAF não se insere em nenhuma área protegida ou classificada no âmbito do SNAP ou Sítios e ZPE incluídas no Plano Sectorial da RN Daí não existirem problemas ambientais relacionados com zonas de especial importância ambiental. Apesar disso, foram identificados vários aspectos que conflituam com as orientações da CDB, dado que contribuem para a perda de recursos naturais e, consequentemente da biodiversidade: a existência de diversas áreas com potencial risco de erosão, que podem afectar o bom estado ecológico da água da albufeira; a expansão de espécies invasoras, que tem vindo a eliminar as espécies autóctones e a perda de serviços dos ecossistemas, em particular da função de estabilização de solos e prevenção da erosão. A promoção do aumento da qualidade ecológica da albufeira numa perspectiva de desenvolvimento sustentável denota a adopção de uma abordagem integrada no modo como a biodiversidade é considerada. Não é evidente a adopção de uma Abordagem Ecossistémica. Quanto aos serviços dos ecossistemas é notória a preocupação em optimizar os benefícios que os mesmos transportam. A medida mais evidente corresponde à reconversão de áreas florestais em zonas de declive acentuado com predominância de Eucalipto, que dificultam a estabilização dos solos, pondo em risco a qualidade da água da albufeira. 74

87 Como FMD é identificada a alteração dos usos do solo. O abandono de áreas agrícolas aumenta o risco de incêndio florestal, que ocorrendo, leva a desequilíbrios no ecossistema. Como FMI conta-se o forte êxodo populacional associado à deslocação da população residente activa para outros concelhos, o que conduz ao abandono das actividades económicas rurais e das práticas agrícolas e florestais tradicionais. Tal facto repercute-se sobre a biodiversidade. No que diz respeito à avaliação da biodiversidade não é abordado o nível genético. Ao nível dos ecossistemas é promovida a qualidade dos casos mais sensíveis e a conservação de habitats. Quanto às espécies é dada especial importância à recuperação e conservação da vegetação ripícola e da ictiofauna, e ao repovoamento das áreas com espécies autóctones. É de destacar, em ambos os casos, a relevância da monitorização das medidas de protecção e conservação estabelecidas. No que diz respeito à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é referida a necessidade de recuperar e reconverter áreas degradadas, nomeadamente as que são sensíveis em termos ecológicos e as que apresentam um potencial risco de erosão. Quanto às actividades que estimulam a FMD contam-se o abandono de áreas agrícolas. Como possível solução promove-se a plantação de espécies autóctones, que assegurem a contenção dos solos e a protecção da água e da biodiversidade. Em relação à FMI devem ser criadas alternativas complementares à agricultura, sobretudo no campo do turismo, de modo a evitar o êxodo das populações, aproveitando de forma correcta as albufeiras existentes. A legislação foi cumprida, inclusive os objectivos da RAN e da REN. Como a área de intervenção do Plano não se encontra inserida em nenhuma área protegida ou classificada não foram estabelecidos objectivos de protecção ambiental a nível internacional e comunitário para a área de intervenção. Ao longo do processo de avaliação do Plano é referida a importância na identificação e avaliação dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade. No entanto, no âmbito da AAE estes não são referidos. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: Não foi evidente a apresentação de propostas no âmbito deste caso. 75

88 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 7. REVISÃO DO PLANO DE ORDENAMENTO DO PARQUE NACIONAL DA PENEDA- GERÊS (POPNPG) Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso nacional 7 Orientações CDB Abordagem Casos É notória a abordagem integrada das questões da biodiversidade no sector económico e social através da promoção de um modelo de desenvolvimento sustentado que compatibiliza as actividades humanas e a promoção do nível e qualidade de vida das comunidades residentes, com a conservação e valorização da paisagem humanizada e do património natural e cultural que lhe está associado. Por outro lado, o ordenamento do Parque não integra explicitamente a componente da conservação da natureza e biodiversidade com os usos dominantes do solo. De um modo geral, não existe incompatibilidade dos usos do solo actuais com habitats de elevado valor de conservação, verifica-se apenas alguma incompatibilidade com algumas das práticas de gestão nos diferentes espaços de uso, nomeadamente nos espaços de uso silvopastoril. Não é utilizada uma Abordagem Ecossistémica na consideração da biodiversidade. É referida a importância estratégica das actividades e práticas tradicionais de gestão territorial, de forma a proteger e conservar os serviços dos ecossistemas, indispensáveis à manutenção do património natural e cultural no Parque. Como FMD refere-se a extracção de inertes, as alterações nos usos do solo, a colheita de plantas aromáticas medicinais, o pastoreio, a caça ilegal e a instalação de infraestruturas de transporte (e.g. sector da energia). As alterações climáticas, associadas à manutenção de práticas incorrectas de gestão pelo fogo, ao abandono de áreas cada vez maiores, podem potenciar os incêndios florestais, agravando a vulnerabilidade e risco de erosão em algumas áreas. Quanto às FMI não há referência evidente. A avaliação da biodiversidade é concretizada nos três níveis. A nível dos ecossistemas e das espécies é promovida a monitorização de habitats e espécies prioritários, de modo a permitir uma efectiva 76

89 protecção e conservação dos mesmos; a reconstituição de habitats de refúgio de espécie de fauna e flora e valorização dos ecossistemas naturais; a interdição de actividades que impliquem a destruição directa dos habitats e a diminuição dos níveis de wilderness e a optimização da continuidade entre habitats relevantes através de corredores ecológicos. A nível genético a necessidade passa pela pesquisa de fontes genéticas para fins científicos e simultaneamente a garantia da manutenção das que se revelarem interessantes para o futuro da humanidade. No que diz respeito à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas nota-se a relevância na elaboração e implementação de um plano de gestão para as AIE; a inventariação, valorização e gestão dos geosítios; a gestão do coberto vegetal e restauração com espécies nativas e o zonamento do solo, consoante os valores ecológicos presentes. Em relação às forças motrizes directas pretende-se a interdição das actividades extractivas em toda a área do Parque, através de fiscalização adequada e regulamentar a edificabilidade fora dos perímetros do Parque, monitorizando as alterações dos usos do solo e definindo usos preferenciais. No que respeita à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no POPNPG algum indício do seu incumprimento. Finalmente, é notória a preocupação com a previsão dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade. É identificada a pressão da actividade silvopastoril, com o encaminhamento do gado para as mesmas áreas durante todo o ano, o que cumulativamente com o recurso a práticas de gestão dos matos e pastagens (e.g. queimadas descontroladas) inviabiliza a regeneração natural e degrada os habitats, em particular os mais sensíveis. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: As propostas definidas contribuem para a protecção e conservação dos recursos naturais e paisagísticos relevantes e da biodiversidade. É notória a importância da criação de planos de monitorização de espécies e habitats prioritários, a articulação entre os usos e práticas e o ordenamento do território e o reforço dos serviços dos ecossistemas, em particular nas áreas florestais. 77

90 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASOS INTERNACIONAIS CASO 1. PLANO DE PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA PARA A COMUNIDADE AUTÓNOMA (CA) DE CASTILLA E LEÓN Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 1 Orientações CDB Abordagem Casos O Plano apresenta diversas irregularidades no seguimento dos objectivos da CDB. Em primeiro lugar não delimita de forma adequada as áreas ecologicamente sensíveis, devido à escala inadequada a que aborda a biodiversidade (1: ). Este facto leva a que não seja possível identificar com exactidão todos os ecossistemas e, consequentemente todos os serviços dos ecossistemas afectados, o que também impede a identificação e consulta de todos os stakeholders relevantes durante o processo de avaliação. Outra irregularidade prende-se com a ausência de estudos sobre as rotas de migração de espécies de aves migratórias, o que não permite concluir acerca do grau de afectação a que estão sujeitas. Objectivos como a identificação e monitorização de ecossistemas e habitats frequentados por espécies migratórias (Anexo I texto da CDB), a identificação e gestão das áreas protegidas e a conservação da biodiversidade dentro e fora das mesmas (alíneas a, b, c e e do Art.º 8º do texto da CDB) e a cooperação transfronteiriça não são cumpridos pelo Plano. Este último é mesmo evidenciado como um dos sub-objectivos do objectivo 3 da EEB ( Reforçar a coordenação transfronteiriça em situações de interdependência de ecossistemas e processos ecológicos, de migração de espécies, de manutenção de bancos de genes e de pressões/ameaças de natureza transfronteiriça ). Apesar da abordagem integrada da biodiversidade ser evidente no Plano, pela elaboração de um mapa de impacte global, que sugere a interligação entre os aspectos ecológicos, sociais e económicos, ela não provou ser efectiva, isto porque não permitiu a definição clara e evidente das áreas onde a implantação dos parques é permitida, nem das condições a respeitar para tal permissão. 78

91 O presente Plano não recorre à Abordagem Ecossistémica na consideração da biodiversidade, não faz referência aos serviços dos ecossistemas, nem considera quaisquer forças motrizes. Em relação aos três níveis da biodiversidade só é avaliado de forma evidente o nível das espécies, com a identificação de espécies sensíveis de fauna e flora existentes nas áreas protegidas e inventariadas a nível nacional e internacional, em particular na Directiva Habitats. Relativamente à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas só é feita referência às áreas sensíveis, com estatuto de protecção. Como resposta à implantação dos parques eólicos só é referida a reflorestação de áreas afectadas. A própria elaboração do mapa de impacte global sugere a relevância concedida às áreas, em detrimento das actividades que estimulam as forças motrizes e afectam a biodiversidade, que nem são referidas ao longo do processo de avaliação. Pelas irregularidades supracitadas é evidente que o Plano não dá resposta às obrigações legais de protecção e conservação da biodiversidade. Quanto aos impactes cumulativos não há qualquer referência à sua identificação e avaliação. Por último, e apesar dos seguintes aspectos não estarem directamente relacionados com a abordagem da biodiversidade, é relevante a sua consideração como forma de evitar a repetição dos mesmos em outras AAE. Em primeiro lugar não há definição de indicadores nem de programas de monitorização para o Plano, excepto ao nível do projecto (cada turbina eólica foi avaliada em seio de Avaliação de Impacte Ambiental). Em segundo lugar surge a participação tardia, que decorreu após a elaboração da Declaração Ambiental. O Plano não era acessível para consulta e os mecanismos de notificação muito pobres. Desta forma, só decorreu um processo de informação da população e não houve consulta pública. Em último lugar não foi elaborado nenhum sumário não técnico, apesar de este ser obrigatório. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: Não foi evidente a apresentação de propostas no âmbito deste caso. 79

92 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 2. PLANO LOCAL DE TRANSPORTE DE GLOUCESTER, INGLATERRA Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 2 Orientações CDB Abordagem Casos O Plano apresenta alguns problemas no que toca à protecção e conservação da biodiversidade, nomeadamente no que se refere à utilização indevida de corredores ecológicos, ao originar de perturbações em elementos delimitadores de habitats (e.g. cursos de água e habitats urbanos) e à afectação da biodiversidade devido à implementação das diversas infraestruturas de transporte. Os aspectos ambientais chave considerados sugerem a adopção de uma abordagem integrada da biodiversidade. No âmbito do Plano é referida a construção de passagens para a fauna nos casos em que as infraestruturas de transporte interfiram com as áreas ocupadas pelas espécies. Durante o processo de avaliação foi adoptada a Abordagem Ecossistémica, que possibilita a protecção de todos os valores de biodiversidade e não apenas os raros ou os que já apresentem um estatuto legal. Esta abordagem permite avaliar os impactes directos sobre os ecossistemas com valor ecológico mas também a fragmentação e a perda de habitats, as alterações hidrológicas, a qualidade da água e do ar. Quanto aos serviços dos ecossistemas é notória a preocupação em proteger e conservar os benefícios que os mesmos transportam. Para tal, recorreu-se aos SIG para mapear os bens e serviços ambientais existentes nas áreas afectadas, de modo a verificar como é que as opções estratégicas e as medidas referidas no Plano os afectam. Quanto às FMD identificadas contam-se a perda e fragmentação de habitats, os efeitos causadores de mortalidade de espécies (e.g. contaminação do solo durante os trabalhos de escavação) e alterações na qualidade da água e do ar. Como FMI conta-se uma potencial mudança cultural. 80

93 No que diz respeito à avaliação da biodiversidade ela é desenvolvida ao nível dos ecossistemas e das espécies. Deve ser dada especial importância à conservação dos que são legalmente protegidos, e à redução da área de perda de habitats prioritários incluídos no Plano de Acção sobre a Biodiversidade (em particular os pertencentes aos SIC e ZPE) junto aos limites das auto-estradas. Deve promover-se a monitorização dos ecossistemas com valor ecológico e a previsão de impactes sobre os mesmos. É ainda relevante a conservação dos habitats de aves e espécies migratórias sensíveis. Destaca-se a relevância da monitorização das medidas de protecção e conservação estabelecidas. Apesar de ser referido como objectivo do Plano a avaliação da biodiversidade a todos os níveis não é apresentada, posteriormente, qualquer medida nem orientação de como deve ser avaliado o nível genético. Em relação à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é referida a necessidade de conservação e aumento das áreas classificadas, em particular dos SSSI, da Rede Natura 2000 e das áreas de paisagem especial, e o mapeamento dos bens e serviços ambientais existentes em cada área afectada. Quanto às actividades que estimulam a FMD conta-se o reforço da infraestruturação. Como possível solução promove-se a recriação de habitats, medidas de melhoria da qualidade da água, do ar e dos solos. A FMI identificada é potenciada pela aproximação de redes viárias junto a edifícios históricos, o que pode potenciar o aumento das deslocações aos locais. Esta movimentação acrescida cria impactes sobre a biodiversidade do local. Não é evidente no Plano a apresentação de medidas de resposta. Quanto à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Plano algo que levasse a concluir acerca do seu incumprimento. Ao longo do processo de avaliação do Plano é referida a importância na identificação e avaliação dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade. Conclui-se que não existem outros planos que provoquem efeitos cumulativos com os identificados no âmbito do presente plano. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: As propostas de criação de corredores ecológicos onde se revelar necessário e de criação e protecção de redes ecológicas e a recriação de habitats são adequadas para fomentar a protecção e conservação da biodiversidade. De notar, que deveriam ter sido desenvolvidos indicadores mais específicos associados à protecção da biodiversidade, em particular no que respeita às áreas classificadas, espécies, habitats prioritários e áreas de conexão. 81

94 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 3. PROGRAMA DE COOPERAÇÃO ENTRE A LITUÂNIA E A POLÓNIA Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 3 Orientações CDB Abordagem Casos É notória a abordagem integrada das questões da biodiversidade através da promoção do turismo ecológico, concordante com as características ecológicas e as limitações sociais. Todas as actividades no âmbito do Programa, em particular o desenvolvimento de infraestruturas devem ter em consideração os valores das áreas protegidas, e os serviços dos ecossistemas associados, de modo a manter intactos os valores naturais e culturais. Há ainda a referência ao desenvolvimento de um sistema de gestão dos recursos hídricos que disponibilize água potável à população e assegure a protecção efectiva das massas de água, o potencial recreativo a ainda a diversidade e produtividade dos ecossistemas aquáticos. Durante o processo de avaliação não foi adoptada uma Abordagem Ecossistémica. Em relação aos serviços dos ecossistemas é reforçada a sua função de estabilizador dos solos através de práticas agrícolas e da plantação de vegetação que contribuam para evitar ou minimizar a erosão dos mesmos. As FMD identificadas são as alterações no uso do solo, a perda de solos e a poluição difusa. Como FMI foi identificada a depressão económica. A avaliação da biodiversidade verifica-se apenas ao nível dos ecossistemas. Nos ecossistemas é promovida a restauração e a preservação dos recursos e outros elementos naturais destruídos, a manutenção e restauração dos estatutos de conservação de habitats naturais e a consideração dos impactes resultantes do desenvolvimento de infraestruturas em zonas verdes não apenas sobre as áreas protegidas mas também sobre os corredores ecológicos e outros ecossistemas relevantes. 82

95 Quanto à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é fomentado o desenvolvimento da rede Natura 2000, incluindo a legislação relativa aos corredores ecológicos, o reforço da protecção no interior das áreas protegidas existentes e o desenvolvimento de planos de gestão de recursos naturais e de áreas protegidas com carácter transfronteiriço. A FMD perda de solos resulta dos trabalhos de impermeabilização do solo. O Programa não apresenta medidas de protecção do solo. A FMD alterações no uso do solo é estimulada pela expansão da urbanização. Os impactes desta força motriz sobre a biodiversidade podem ser reduzidos apostando em melhoramentos das infraestruturas existentes. A FMD poluição difusa surge como resultado das práticas agrícolas insustentáveis, de carácter cada vez mais intensivo. A resposta passa pela promoção de boas práticas, que evitem a utilização de contaminantes e promovam uma exploração agrícola menos intensiva. A FMI depressão económica favorece a eficiência energética, que permite uma optimização dos desempenhos e, consequentemente, reduz os níveis de poluição (e.g. emissões, efluentes). Este facto afecta a biodiversidade de forma positiva. Em relação à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Programa algo que revelasse o seu incumprimento. Ao longo do processo de avaliação foram identificados impactes cumulativos negativos e positivos sobre a biodiversidade. Os negativos estão associados ao desenvolvimento do turismo e outras actividades entre fronteiras, que levam à necessidade de reforçar as redes e infraestruturas viárias. A longo-prazo o tráfego irá aumentar e com ele a poluição do ar e os efeitos das alterações climáticas, que afectam de forma negativa a biodiversidade. Os positivos resultam de sinergias entre a transferência de tecnologias sustentáveis e as acções de desenvolvimento: estas tecnologias promovem a eficiência energética criando impactes positivos na qualidade da água, na gestão de recursos e, a longo-prazo, sobre as alterações climáticas. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: Ter em conta nos planos de desenvolvimento a Abordagem Ecossistémica é uma proposta que melhora a abordagem da biodiversidade, uma vez que contribui para o reforço da sua protecção e conservação. 83

96 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 4. PROGRAMA OPERACIONAL PARA O FUNDO EUROPEU DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL PARA A REGIÃO SUDESTE DE INGLATERRA Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 4 Orientações CDB Abordagem Casos É notória a abordagem integrada da biodiversidade através da promoção da preocupação com as questões ambientais ao nível empresarial e do desenvolvimento das comunidades locais apostando na redução da sua pegada ecológica. Verifica-se uma aproximação à aplicação do conceito de Abordagem Ecossistémica através do progressivo aumento de esquemas agro-ambientais, que beneficiam as áreas onde são aplicados através de práticas de gestão do solo melhoradas, que permitem proteger e restaurar a biodiversidade, o solo e a qualidade da água. Esta situação reforça o papel das populações na gestão da biodiversidade, a gestão para além das áreas protegidas e a optimização dos serviços dos ecossistemas. Contudo, há que continuar a reforçar a integração efectiva das populações locais nos processos de conservação e gestão da biodiversidade. Quanto à protecção e conservação dos serviços dos ecossistemas deve ser apoiada a integração entre as actividades económicas das áreas rurais e o fornecimento de bens e serviços nas áreas urbanas. É também referido o reforço dos serviços dos ecossistemas através da criação de espaços de armazenamento de cheias. As FMD identificadas são a perda de habitats, usos do solo incompatíveis, introdução de espécies e poluição, e a longo-prazo o efeito das alterações climáticas. Quanto às FMI conta-se o crescimento da população. A avaliação da biodiversidade apenas não é concretizada a nível genético. A nível dos ecossistemas é referida a necessidade de protecção e reforço da qualidade dos habitats selvagens, das paisagens e da zona costeira; o reforço do conhecimento acerca da extensão e do estado dos habitats chave incluídos 84

97 no Plano de Acção Comunitário. Ao nível das espécies é dada especial importância à identificação e conservação de ZPE para as espécies raras e vulneráveis, listadas no anexo I da Directiva Aves, bem como para todas as aves migratórias. No que diz respeito à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é perceptível a importância da protecção e reforço dos elementos naturais da região (e.g. corredores ecológicos, florestas antigas, parques nacionais e áreas de beleza natural excepcional) e o conhecimento do estado dos SSSI. Quanto à FMD alterações climáticas é referida como resposta o desenvolvimento de iniciativas que abordem as suas causas e estudem estratégias de adaptação aos impactes. Quanto à FMD alterações climáticas é referida como resposta o desenvolvimento de iniciativas que abordem as suas causas e estudem estratégias de adaptação aos impactes. A FMI crescimento da população leva a um aumento das descargas de efluentes domésticos tratados nos rios, o que aumenta a poluição e afecta a qualidade da água e, consequentemente, a biodiversidade. A acrescer a este impacte vem a poluição da água como resultado de práticas agrícolas. De modo a concluir acerca do grau de afectação dos recursos naturais e da biodiversidade é essencial avaliar os impactes cumulativos. Em relação à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no POPNPG algum indício do seu incumprimento. Finalmente, é notória a preocupação com a previsão e avaliação dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade. Os impactes cumulativos associados ao Programa são os que resultam das seguintes interacções: (1) aumento da procura no sector dos transportes e a qualidade do ar; (2) Procura de energia e emissões de CO 2 e (3) Qualidade do ambiente, saúde e bem-estar humano. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: Não foi evidente a apresentação de propostas no âmbito deste caso. 85

98 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 5. PLANO LOCAL DO PARQUE NACIONAL DE CAIRNGORMS, ESCÓCIA Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 5 Orientações CDB Abordagem Casos O Plano Local para o Parque Nacional de Cairngorms veio substituir os quatro planos locais existentes, produzidos pelas autoridades locais de cada uma das áreas administrativas que o Parque intersecta. Desta forma, todos os dados recolhidos referentes aos recursos e património natural do Parque não podem ser analisados ao nível do Plano, uma vez que são provenientes de várias áreas administrativas. Estes dados vêm, muitas vezes em formatos diferentes, o que dificulta a sua análise e comparação e pode comprometer a protecção e conservação da biodiversidade. Quanto à abordagem integrada da biodiversidade ela é alcançada através de medidas como a promoção da sensibilização e compreensão das interacções entre usos do solo, turismo, contacto com o exterior e conservação da natureza; da promoção de oportunidades Business & Biodiversidade e do turismo sustentável. Apesar do objectivo do Parque ser a integração da gestão dos vários sectores e áreas existentes no seu interior, não se pode considerar que tal responda aos critérios que definem a Abordagem Ecossistémica. Relativamente aos serviços dos ecossistemas é evidente a preocupação em fomentar as acções de desenvolvimento que utilizem e promovam os produtos madeireiros do local e em gerir os recursos do Parque de modo a reforçar esses serviços. AS FMD identificadas são a perda e fragmentação de habitats, a alteração nos usos do solo, a introdução de espécies invasoras. Não há referência a nenhuma FMI. 86

99 A avaliação da biodiversidade é desenvolvida ao nível dos ecossistemas e das espécies e baseia-se em medidas como a manutenção da integridade e conectividade dos ecossistemas; a protecção robusta de espécies e habitats prioritários, nomeadamente os pertencentes às áreas classificadas como Rede Natura 2000 e a criação de habitats para espécies prioritárias. Deve ainda ser dada prioridade à abordagem de espécies invasoras que representam uma ameaça ao património natural e à gestão do Parque. É de destacar a importância da monitorização com o desenvolvimento de um programa de pesquisa que forneça informações e monitorize os habitats, espécies e ecossistemas, funcionando como um guia para futuros processos de decisão. Relativamente à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é referida a protecção daquelas que apresentem elementos de património natural, a importância dos corredores ecológicos para a conservação e a gestão das zonas húmidas. Quanto às actividades que estimulam a FMD contam-se as acções de desenvolvimento relacionadas com a construção das novas habitações. A deslocação de novos residentes para o interior do Parque leva ao aumento de espécies invasoras na área e, portanto dos impactes destas sobre as espécies nativas. Quanto à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Plano algo que levasse a concluir acerca do seu incumprimento. Ao longo do processo de avaliação destaca-se a importância na identificação e avaliação dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade. Os impactes cumulativos potenciais estão relacionados com as acções de desenvolvimento junto aos rios existentes e a descarga de efluentes, ambos devido ao desenvolvimento de habitações dentro dos domínios de Parque (Anexo VII). No entanto, não se prevêem impactes cumulativos significativos. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: Não foi evidente a apresentação de propostas no âmbito deste caso. 87

100 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos CASO 6. ACORDO N.º CE 25/2001 ESTUDO HONG KONG 2030: PLANEAMENTO DA VISÃO E ESTRATÉGIA Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 6 Orientações CDB Abordagem Casos No presente Estudo a gestão e reforço das áreas naturais para o benefício da biodiversidade e das comunidades denuncia a adopção de uma abordagem integrada no modo como a biodiversidade é considerada. A Abordagem Ecossistémica não foi adoptada na consideração da biodiversidade. Quanto aos serviços dos ecossistemas é notória a preocupação em utilizar, de modo sustentável, os benefícios que os mesmos transportam e em reforçar o interesse na criação de um mercado de bens e serviços ambientais. Para tal, deve ser explorado o mecanismo Joint Environment Markets Unit (JEMU), que promove o mercado ambiental no meio empresarial. Como FMD são identificadas a perda de solo rural e a proliferação de resíduos. Como FMI conta-se o aumento da população e consequentemente a redução das áreas agrícolas, devido à ocupação urbana. Este facto afecta negativamente a biodiversidade. No que diz respeito à avaliação da biodiversidade não é abordado o nível genético. Ao nível dos ecossistemas é promovida a protecção dos habitats mais representativos, em particular os habitats marinhos. Nos casos em que não é possível evitar a sua degradação deve optar-se pela sua restauração. Quanto às espécies é referida a importância do conhecimento acerca da sua distribuição e abundância. Em ambos os casos é essencial reforçar o conhecimento acerca do estado de conservação. No que diz respeito à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é referida a necessidade de reforçar a protecção e gestão dos locais ecológicos classificados e outras áreas sensíveis e a criação de áreas de conservação e de zonas de protecção costeira na elaboração de planos de zonamento. 88

101 Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos Quanto às actividades que estimulam as FMD perda de solo rural e resíduos conta-se a proliferação de infraestruturas. Em relação à FMD resíduos deve recorrer-se a medidas que promovam a reciclagem e a reutilização dos materiais e a utilização progressiva de produtos ecológicos. Quanto à perda de solo rural devem ser desenvolvidas estratégias de resposta. Quanto a medidas para reduzir o efeito da FMI sobre a biodiversidade terá de se promover formas de desenvolvimento mais sustentáveis, que não impliquem a perda de zonas rurais, ou que a minimize. Quanto à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Estudo algum indício do seu incumprimento. Durante o Estudo são identificados impactes cumulativos sobre a qualidade da água e do ar, a poluição e efeitos directos sobre a biodiversidade, a paisagem e o património cultural, devido à implementação do futuro aeroporto, diversas alterações realizadas ao nível do porto e inúmeras infraestruturas de suporte. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: As propostas de promoção do ecoturismo e da agricultura biológica e a avaliação dos impactes de infraestruturas sobre a biodiversidade marinha vão ao encontro das orientações da CDB, ao promover a protecção e conservação da biodiversidade CASO 7. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO DAS FIJI Quadro Comparação entre as orientações da CDB e a abordagem da biodiversidade no caso internacional 7 Orientações CDB Abordagem Casos O Plano apresenta alguns problemas no que toca à protecção e conservação da biodiversidade, nomeadamente à não valorização de muitos dos benefícios ambientais, devido à ausência de dados 89

102 plausíveis e uma adequada metodologia. Para além disso, existem lacunas nas informações disponíveis sobre espécies e habitats ameaçados. A promoção do desenvolvimento turístico em consonância com as políticas de gestão de diversos sectores sugere a adopção de uma abordagem integrada da biodiversidade. A Abordagem Ecossistémica não foi adoptada na consideração da biodiversidade. No Plano tornou-se evidente a preocupação em manter o acesso das comunidades locais aos recursos naturais e, consequentemente aos bens e serviços dos ecossistemas. É também a protecção e conservação destes bens e serviços que mantém o turismo da ilha. Os mangais, por exemplo, servem de protecção contra as marés e tempestades, protegendo a zona costeira, e ainda fornecem madeira e matéria-prima para fabrico de medicamentos. Quanto às FMD identificadas contam-se a alteração dos usos do solo e. a longo-prazo, as alterações climáticas. Como FMI refere-se uma mudança cultural. No que diz respeito à avaliação da biodiversidade ela é desenvolvida ao nível dos ecossistemas e das espécies. Deve ser dada especial importância à afectação de ecossistemas sensíveis e espécies em risco; à manutenção da qualidade e da área dos ecossistemas; ao desenvolvimento de programas e fundos de protecção e conservação de espécies ameaçadas; à protecção e gestão integrada da zona costeira. Não há qualquer referência à avaliação da biodiversidade ao nível genético. Em relação à avaliação da trigger relacionada com as áreas de suporte de serviços dos ecossistemas é referida a necessidade de criar uma Rede de Gestão da Área marinha, desenvolvendo um sistema de pagamento de taxas no parque marinho de Bonaire, que possa, inclusive, contribuir para o financiamento da gestão da Rede. A FMD alteração dos usos do solo resulta do desenvolvimento de infraestruturas de apoio ao turismo. A FMI alterações culturais resulta do progressivo aumento de habitantes com emprego na área do turismo. Este facto levou a alterações ao nível da dieta alimentar: estes habitantes passaram a obter nas lojas os alimentos que antes eram obtidos directamente da floresta ou do oceano. Estas diferenças podem conduzir a alterações na forma como os habitantes valorizam os ecossistemas e os bens e serviços associados. Quanto à legislação comunitária e nacional de protecção e conservação da biodiversidade não foi evidente no Plano algo que levasse a concluir acerca do seu incumprimento. No entanto, deve ser criada legislação e financiamento mais adequados à melhoria da gestão ambiental no sector turístico. 90

103 Ao longo do Plano são identificados como impactes cumulativos o efeito de sucessivos desenvolvimentos no sector do turismo sobre os recursos hídricos em áreas de captação. Adequação das propostas de melhoria na abordagem da biodiversidade: As propostas de valorização monetária dos serviços dos ecossistemas e da promoção do financiamento de acções de protecção e conservação da biodiversidade pelo sector turístico contribuem para os objectivos da CDB. Para facilitar a análise da consistência entre as orientações propostas e a abordagem utilizada nos casos práticos apresenta-se uma síntese dos resultados obtidos no quadro

104 QUADRO SÍNTESE DA CONSISTÊNCIA ENTRE AS ORIENTAÇÕES DA CDB E A APLICAÇÃO PRÁTICA O quadro 4-41 apresentado sintetiza os resultados obtidos da avaliação da transposição das orientações chave propostas pela CDB para a abordagem da biodiversidade seguida pelos casos práticos analisados. Através da análise da forma de abordagem apresentada imediatamente após a apresentação de cada caso, bem como dos indicadores desenvolvidos, foi possível identificar a forma como cada um deles interpreta cada orientação chave. Um plano/programa segue uma abordagem integrada da biodiversidade se tem em consideração a biodiversidade de uma perspectiva biofísica, mas também como fornecedora de meios de subsistência (e.g. actividades agrícolas e piscícolas). Os aspectos biofísicos, sociais e económicos são vistos como complementares, sendo essa complementaridade especialmente importante nas zonas rurais, onde o objectivo fundamental de desenvolvimento é a melhoria das condições económicas e sociais da comunidade local. Uma boa solução para conjugar estes aspectos é, por exemplo, promover o ecoturismo. Se um plano/programa adopta uma Abordagem Ecossistémica, segue um princípio de gestão integrada do solo, da água e dos recursos vivos, designando à comunidade local um papel chave na gestão da biodiversidade, através por exemplo do aumento da sustentabilidade de práticas agrícolas e florestais, em particular no que se refere à manutenção da integridade do solo, biodiversidade e uso eficiente da água de rega, e na garantia da sua ligação ao turismo em espaço rural. Esta estratégia reforça também a necessidade de uma gestão para lá das áreas protegidas e a identificação e reforço dos benefícios dos ecossistemas. A orientação Serviços dos ecossistemas é seguida por um plano/programa se estes são tidos em consideração durante o processo de avaliação (e.g. fixação de carbono, purificação e regulação dos recursos hídricos, regulação do clima e dos riscos naturais, recreação), em vez de considerar os recursos naturais isoladamente (e.g. massa de água, floresta) ou apenas determinada espécie de fauna ou flora. O conceito de serviços dos ecossistemas deve ser visto como uma forma de considerar globalmente os benefícios que a sociedade extrai dos ecossistemas. A forma de pensamento deste conceito, por focar também os aspectos sociais e os económicos, pode relacionar-se com a abordagem integrada da biodiversidade. Sendo o conceito de serviços dos ecossistemas mais recente parece ter-se desenvolvido com base na necessidade de uma abordagem biofísica, social e económica da biodiversidade. Um plano/programa considera as forças motrizes directas e indirectas se identifica os promotores de alteração do ecossistema, que exercem uma influência directa ou indirecta sobre o mesmo, como por exemplo, tem em conta o impacte que a fragmentação, a introdução de espécies invasoras ou a migração de populações exercem sobre os ecossistemas. 92

105 ABORDAGEM ORIENTAÇÕES CDB Abordagem integrada da biodiversidade Abordagem Ecossistémica Serviços dos ecossistemas Consideração de forças motrizes directas e indirectas Avaliação dos três níveis da biodiversidade Avaliação das triggers Cumprimento das obrigações legais de protecção e conservação Impactes cumulativos Se um plano/programa avalia os ecossistemas, as espécies de fauna e flora e os recursos genéticos presentes na área de influência do mesmo, então ele considera os três níveis da biodiversidade ao longo do seu processo de avaliação. O plano/programa segue a orientação Avaliação das triggers se refere que fenómenos ou acções despoletaram as forças motrizes, e que soluções devem ser postas em prática para minimizar ou travar esses fenómenos ou acções. Para esta orientação ser seguida na totalidade há que identificar e avaliar as trigger do tipo 1 (afectam uma determinada área e os serviços dos ecossistemas associados), 2 (estimulam as FMD) e 3 (estimulam as FMI). Para o plano/programa cumprir totalmente as obrigações legais de protecção e conservação da biodiversidade deve fazê-lo em relação à legislação definida para (1) áreas protegidas e espécies protegidas; (2) serviços dos ecossistemas valorizados (e.g. actividades florestais, protecção costeira, áreas recreativas, áreas de infiltração de água para fornecimento de água potável Anexo II); (3) áreas terrestres e aquáticas tradicionalmente ocupadas ou utilizadas pelas comunidades indígenas ou locais e (4) tratados, convenções e acordos internacionais, como a Convenção da UNESCO para a Protecção de Reservas da Biosfera e para a Protecção da Cultura e Património Natural Mundial, a Convenção de Ramsar. A consideração dos impactes cumulativos inclui a identificação, avaliação e a proposta de medidas de mitigação ou compensação em resposta aos impactes totais, presentes na área de influência do plano/programa, que resultam dos impactes incrementais de uma dada acção quando somados aos de outras acções, passadas, presentes ou razoavelmente previsíveis, considerando um dado período de tempo (NEPA, 1970). Quadro Quadro síntese: Consistência entre as orientações da CDB e a abordagem utilizada em cada caso CASOS NACIONAIS PNBEPH PROT-OVT 93

106 NAL PDM-VFX POOC STA. MARIA POAF POPNPG CASOS EUROPEUS / INTERNACIONAIS PLANO EÓLICO (ESPANHA) PLANO TRANSPORTE (INGLATERRA) PLANO COOPERAÇÃO (LITUÂNIA/POLÓNIA) PROGRAMA OPERACIONAL (INGLATERRA) PLANO PARQUE NACIONAL (ESCÓCIA) ESTUDO PLANEAMENTO (HONG KONG) PLANO TURISMO (FIJI) Analisando o quadro síntese verifica-se que a abordagem integrada, a consideração dos serviços dos ecossistemas fornecidos pela biodiversidade e o cumprimento das obrigações legais de preservação e conservação são orientações seguidas na totalidade pela maioria dos casos. Por outro lado, a Abordagem Ecossistémica da biodiversidade é a orientação menos seguida. Apenas três dos catorze casos a seguem, dois dos quais internacionais. A avaliação dos três níveis da biodiversidade e a avaliação das triggers são seguidas por todos os casos, no entanto a maioria deles só as seguem parcialmente. É de destacar que a avaliação dos três níveis da biodiversidade (ecossistema, espécie e gene) só é seguida pelo POPNPG. De entre os casos analisados os dois que seguem todas as orientações da CDB são o Programa Operacional para o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e o Plano Local de Transporte de Gloucester, ambos ingleses. Por outro lado, os dois que seguem menos orientações são o Plano de produção de Energia Eólica, da Espanha, e o PNBEPH. 94

107 De um modo geral, verifica-se que os casos europeus e internacionais apresentam uma abordagem da biodiversidade mais consistente com as orientações da CDB do que os casos nacionais. As maiores lacunas verificam-se ao nível da consideração das forças motrizes que influenciam a biodiversidade, da avaliação das triggers e da previsão e avaliação dos impactes cumulativos. Quanto à adopção da Abordagem Ecossistémica nada se pode concluir, uma vez que a vantagem dos casos europeus/internacionais sobre os nacionais é muito pouco expressiva. Ao contrário do que seria de esperar à primeira vista, tanto a nível nacional como internacional, nos planos criados com o propósito de protecção e conservação da biodiversidade, como é o caso do POPNPG e do Plano do Parque Nacional da Escócia, a incorporação da biodiversidade em AAE não é mais efectiva do que nos outros casos. Tal facto poderá estar relacionado com a limitação imposta pela legislação existente em matéria de protecção e conservação da biodiversidade. Por outro lado, poderá também estar relacionado com algumas lacunas existentes a nível dos mecanismos financeiros de apoio, bem como dos recursos humanos e técnicos nessa área. 95

108 5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Este capítulo reúne as conclusões obtidas ao longo do estudo, apresentando algumas recomendações de melhoria na forma de abordagem da biodiversidade em AAE, de acordo com as orientações da CDB, e propostas para estudos futuros. Com isto pretende-se reforçar a importância de uma inclusão efectiva da biodiversidade nos processos de desenvolvimento, e através da AAE, aproveitar os benefícios e as oportunidades que lhe estão associados. De modo a alcançar o Objectivo 2010 para a biodiversidade recorrendo à Avaliação Ambiental Estratégica a CDB sugere, no guia de inclusão da biodiversidade em AAE ( Biodiversity in EIA & SEA: Voluntary Guidelines on Biodiversity-Inclusive Impact Assessment ) a avaliação dos componentes da biodiversidade de acordo com o proposto pelo modelo de avaliação conceptual desenvolvido pelo MA em colaboração com a IAIA. Este modelo baseia-se nos conceitos de serviços dos ecossistemas, forças motrizes e triggers. Outro dos modelos a adoptar é o da Abordagem Ecossistémica, assegurando o seguimento de uma série de princípios fundamentais, que serão apresentados mais à frente neste capítulo. Um dos aspectos que desempenha um papel fundamental no sucesso da protecção e gestão da biodiversidade é a abordagem económica da biodiversidade e dos ecossistemas. Um dos estudos mais importantes e desenvolvidos nesta matéria é o TEEB, relativo à Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade. Este estudo conclui acerca do agravamento do actual declínio da biodiversidade e consequente aumento da perda dos serviços dos ecossistemas no caso do cenário business as usual (IUCN, 2009a). De um modo geral, as soluções apresentadas para responder a esta situação referem-se à promoção e adopção de programas PES, à criação de mercados próprios e a alterações nos subsídios e regulamentação existente para se ajustarem à efectiva protecção e gestão da biodiversidade e, consequentemente dos serviços dos ecossistemas. É ainda necessário desenvolver indicadores mais eficazes na quantificação dos impactes sobre a biodiversidade e do progresso do seu estado e ainda criar indicadores específicos para os serviços dos ecossistemas. Por outro lado, deve ser possível a quantificação do valor dos bens naturais e a monitorização da forma como o valor desses bens pode ser inflacionado ou reduzido através de determinados investimentos (UNEP, 2009a). O desenvolvimento de um mercado que promova os bens e serviços fornecidos pela mesma permite a consideração e a valorização dos benefícios que obtemos da biodiversidade nos processos de tomada de decisão. Para levar a cabo esta iniciativa de forma eficaz devem ser tidos em conta aspectos como a resiliência dos ecossistemas e a dificuldade na atribuição de valor a determinados bens e serviços 96

109 (Conference Proceedings: High Level Conference on Business & Biodiversity, 2008), bem como dispor de financiamento adequado. O estudo elaborado no âmbito da presente dissertação permitiu identificar as lacunas que se verificam actualmente na avaliação e consideração da biodiversidade nos processos de tomada de decisão, no que se refere à aplicação da AAE. Desta forma, torna-se possível, partindo dos resultados obtidos, colmatar as lacunas identificadas, reformulando a regulamentação corrente e o tipo de abordagem da biodiversidade nos casos práticos, de modo a ir ao encontro das propostas e soluções apresentadas na actual literatura. Durante a análise comparativa realizada ao nível da transposição das orientações para a legislação comunitária e nacional, conclui-se que existem lacunas na: Consideração de serviços de ecossistemas associados à biodiversidade, incluindo a valorização dos mesmos; Avaliação da biodiversidade ao nível genético; Avaliação das triggers, nomeadamente das actividades que afectam as forças motrizes; Consideração de impactes cumulativos; Identificação e monitorização dos ecossistemas, espécies, habitats e genes; Avaliação de alterações na composição, estrutura e processos chave dos ecossistemas. Em relação à consistência entre as orientações propostas e a abordagem dos casos práticos, verifica-se que as lacunas ocorrem principalmente na: Abordagem Ecossistémica; Avaliação dos três níveis da biodiversidade, em particular do nível genético; Avaliação das triggers. Nos casos nacionais acresce ainda a fraca consideração dos impactes cumulativos. Apesar de nem todos os casos apresentarem propostas de melhoria da abordagem da biodiversidade, as que são apresentadas são adequadas e dão seguimento às orientações da CDB, e referem-se fundamentalmente a: Melhorias na monitorização de espécies, habitats e ecossistemas e reforço das bases de dados/inventariação da sua distribuição e abundância; Melhoria ao nível das medidas compensatórias; Criação de corredores ecológicos; Avaliação dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade; Reforço dos serviços dos ecossistemas, em particular os das áreas florestais; Melhorias na gestão ambiental nos sectores agrícola e florestal; 97

110 Adopção da AE. Comparando a transposição das orientações para a legislação comunitária e nacional e a aplicação prática das mesmas verifica-se, como seria de esperar, que há uma estreita relação entre a fraca transposição e a não aplicação das orientações a nível prático. Por outro lado, há a destacar a Abordagem Ecossistémica, que apesar de estar prevista nos documentos legais, não está a ser aplicada a nível prático. De acordo com a CDB, a aplicação efectiva da AE exige a incorporação de um conjunto de doze princípios nos instrumentos políticos e nos processos de planeamento: 1. Integração dos aspectos culturais e sociais na gestão do território e dos recursos vivos; COMO? Envolvendo os stakeholders, incluindo as comunidades locais, delimitar claramente a área em questão e os objectivos definidos. Detectar possíveis problemas e incluir as contribuições dos stakeholders nas tomadas de decisão. 2. Gestão descentralizada até ao nível mais baixo possível (o mais próximo possível do ecossistema); COMO? Gestão dividida: as decisões estratégicas devem ser tomadas por um organismo central, as decisões operacionais por um organismo local e as decisões sobre a alocação dos benefícios entre os membros da comunidade pela própria comunidade. 3. Ter em conta os impactes, presentes e potenciais, sobre outros ecossistemas; COMO? Estabelecer e manter sistemas de monitorização a nível nacional e regional e desenvolver mecanismos específicos para abordar os riscos associados a ecossistemas adjacentes e a transferência de impactes ecológicos transfronteiriços. Não esquecer de considerar todos os elementos que podem conectar o ecossistema alvo de gestão com outros, como por exemplo a movimentação de aves migratórias. 4. Entender e gerir o ecossistema num contexto económico; COMO? Aplicar metodologias de valorização económica apropriadas aos bens e serviços dos ecossistemas (valores directos, indirectos e intrínsecos) e aos impactes ambientais (efeitos ou externalidades); Criação de incentivos sociais e económicos para promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade. 98

111 5. Conservação da estrutura e funcionamento do ecossistema, de forma a manter os serviços que o mesmo fornece; COMO? Avaliar em que medida a composição, a estrutura e o funcionamento do ecossistema contribui para o fornecimento dos serviços dos ecossistemas, para chegar a um equilíbrio entre a sua conservação e os resultados socioeconómicos; Expandir o conhecimento acerca da resposta do ecossistema, em termos de alterações na composição, estrutura e funcionamento, a perturbações internas e externas (e.g. poluição, espécies exóticas, utilização pelo Homem); Aplicação de instrumentos de restauração dos serviços dos ecossistemas. 6. Ter em conta a capacidade de carga do ecossistema; COMO? Implementar uma abordagem de gestão adaptativa (ver princípio 9), dado que os limites do ecossistema não são estáticos; Tendo em conta a incerteza geralmente associada à definição dos limites de funcionamento do ecossistema deve ser aplicado o Princípio da Precaução; Encorajar a utilização de avaliações (incluindo os impactes cumulativos) e monitorizações ambientais, de modo a determinar a resposta do ecossistema à perturbação; Implementar regulamentação, códigos de boa prática e outros instrumentos para evitar o uso do ecossistema para lá dos seus limites. 7. A AE deve ser concretizada a escalas espaciais e temporais adequadas; COMO? Reforçar o conhecimento acerca das escalas a que o ecossistema opera; Ajustar as escalas de gestão às escalas do ecossistema analisado; A gestão de grandes áreas (e.g. bacias hidrográficas) exige geralmente a aplicação de novos mecanismos institucionais para envolver os stakeholders das diversas áreas administrativas e de várias escalas de gestão; 8. Reconhecer a diferença entre as escalas temporais das actividades de gestão e as escalas de ocorrência de alterações no ecossistema: objectivos devem ser estabelecidos a longo-prazo; COMO? O desenvolvimento de objectivos e planos a longo-prazo permite ter em conta a equidade entre gerações, dando resposta às necessidades imediatas (e.g. fome, pobreza, abrigo); Os sistemas de monitorização deverão ser capazes de abranger a mudança temporal das variáveis do ecossistema monitorizadas. 9. A gestão deve reconhecer a constante mudança dos ecossistemas e adaptar-se a ela; COMO? 99

112 Considerar a mudança nos planos de gestão, identificando os potenciais riscos e incertezas; Recorrer aos conhecimentos e práticas tradicionais facilita a detecção e compreensão da mudança do ecossistema, e o desenvolvimento de medidas de adaptação adequadas. 10. Equilíbrio entre a conservação e a utilização da biodiversidade e integrar os dois aspectos; COMO? Desenvolvimento de legislação, políticas e medidas económicas; Promover a participação integrada, assegurando que todo o conjunto de valores e opções de uso são consideradas e avaliadas. Desenvolvimento de mecanismos de gestão que optimizem a capacidade do ecossistema fornecer os bens e serviços e a conservação da sua qualidade ambiental. 11. Considerar todas as fontes de informação relevante, incluindo o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais; COMO? Disponibilizar as informações relevantes aos stakeholders interessados, de uma forma acessível a todos; Promover a partilha de conhecimentos, em especial dos que se baseiam nas práticas locais, através do desenvolvimento de mecanismos adequados. 12. Envolvimento de todos os sectores relevantes da sociedade e de todas as áreas científicas. COMO? Desenvolvimento de mecanismos e procedimentos que promovam a comunicação e a cooperação; Consulta pública mais efectiva, que integre todos os stakeholders interessados, e não apenas os institucionais. Fonte: (CDB, 2007) De forma a colmatar a lacuna existente quanto à avaliação das triggers há que seguir os procedimentos propostos pela CDB. No caso da área afectada fornecer importantes serviços dos ecossistemas (trigger 1): Identificar os ecossistemas e usos do solo existentes na área (alguns usos do solo podem funcionar como forma de maximizar os serviços dos ecossistemas, geralmente à custa de outros serviços); Identificar os serviços dos ecossistemas existentes e os stakeholders associados; Implementar planos de conservação da biodiversidade (protegida e não protegida) a pensar nos futuros stakeholders (gerações futuras). 100

113 No caso das actividades que influenciam as forças motrizes directas (trigger 2): Identificar as FMD; Identificar os ecossistemas existentes na área que sejam sensíveis às alterações biofísicas causadas pelas FMD. Como nem sempre se consegue delimitar a área de influência das F.M.D., não é possível determinar com certeza os impactes sobre os serviços dos ecossistemas, todos são potenciais. Quanto às actividades que influenciam as forças motrizes indirectas (trigger 3) é necessária mais pesquisa na identificação da relação entre as FMD e as FMI. (Slootweg, et al., 2006a) Conclui-se também que é necessário reforçar o conhecimento acerca da avaliação dos três níveis da biodiversidade, em especial do nível genético, que geralmente não é considerado; reforçar a identificação e avaliação dos impactes cumulativos sobre a biodiversidade e a avaliação de alterações na composição, estrutura e processos chave dos ecossistemas. Mais uma vez a AE pode contribuir eficazmente para a melhoria destes dois últimos aspectos referidos. Outro dos aspectos que é necessário ter em grande consideração é a identificação e monitorização dos ecossistemas, espécies, habitats e genes. Tal deve ser conseguido seguindo as recomendações dispostas no artigo 7º e no Anexo I do texto da CDB, referente à identificação e monitorização dos componentes da biodiversidade relevantes para a sua conservação e utilização sustentável. É também fundamental identificar as fontes de impactes negativos significativos na conservação e utilização sustentável da biodiversidade e monitorizar esses efeitos, mantendo sempre acessíveis e organizados os dados recolhidos. De modo a melhorar o processo de monitorização deverão ser desenvolvidos indicadores mais específicos e eficazes. Tal como referido no estudo TEEB é essencial desenvolver indicadores específicos para os serviços dos ecossistemas. Por outro lado, devem ser postas em prática medidas que travem a degradação dos mesmos, que ainda não estão em curso. Estas baseiam-se fundamentalmente no reforço dos investimentos na educação acerca desta temática e redução da pobreza, na eliminação de subsídios prejudiciais para a biodiversidade e na adopção de PES e de programas de gestão mais efectivos (MEA, 2005b). As dificuldades e lacunas referentes à forma de abordagem da biodiversidade apontadas neste capítulo permitem concluir que as acções que estão a ser postas em prática não são suficientes para alcançar os três objectivos fundamentais propostos pela CDB e consequentemente o Objectivo 2010 para a 101

114 biodiversidade. Daí que existe a necessidade de seguir algumas recomendações em termos de medidas a tomar: Aposta na adopção de uma Abordagem Ecossistémica; Criação de um quadro normativo que regulamente o desenvolvimento de um mercado de bens e serviços fornecidos pela biodiversidade; Adopção de programas de pagamento por serviços dos ecossistemas devidamente regulamentados e fiscalizados; Criação de um mercado para os bens e serviços dos ecossistemas, à semelhança do Endangered Species Banking (crédito para espécies em risco), desenvolvido nos Estados Unidos da América, dos Biodiversity Offset Programs (programas de compensação da biodiversidade), criado na Austrália e das compensações voluntárias da biodiversidade (World Resources Institute & Meridian Institute & World Business Council for Sustainable Development & BCSD Portugal, 2008); Desenvolver legislação adequada e reforçar os meios financeiros, humanos e técnicos; Aposta no desenvolvimento sustentável das áreas adjacentes às áreas protegidas que financie a gestão das mesmas; Criar um protocolo para a biodiversidade, semelhante ao Protocolo de Quioto, com metas de conservação e utilização sustentável dos serviços dos ecossistemas; Desenvolver estudos que revelem, de forma inequívoca, a relação entre a biodiversidade, os serviços dos ecossistemas e o bem-estar humano. Esta última surge devido à dificuldade em estabelecer essa relação: a uma larga escala a conexão entre a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas é inegável (e.g. importância de uma grande diversidade de polinizadores para a agricultura); já quando nos referimos a um determinado componente da biodiversidade, como as espécies ameaçadas, essa conexão é menos óbvia, a menos que se considere um serviço cultural, o que pode parecer uma relação um pouco artificial. A ligação entre a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas é mais óbvia nos países em desenvolvimento, onde é frequente a dependência das comunidades em relação a eles. Uma possibilidade de resolver o problema é a utilização de diferentes abordagens consoante o desenvolvimento do país em questão. Se estivermos a tratar com um país em desenvolvimento a abordagem dos serviços dos ecossistemas é adequada. Quanto aos países desenvolvidos a abordagem pode basear-se mais nos valores não utilitaristas da biodiversidade (e.g. valores culturais, estéticos, espirituais). No entanto, esta última abordagem não parece ser suficiente para assegurar a protecção e a conservação da biodiversidade em geral, e dos serviços dos ecossistemas em particular. As questões económicas ainda continuam, e provavelmente vão continuar sempre, a ser preponderantes nesse aspecto e, portanto os valores intrínsecos à biodiversidade não irão impedir a sua destruição. 102

115 Tal como referido na literatura actual, no desenvolvimento de um mercado de bens e serviços fornecidos pela biodiversidade a grande lacuna está associada à demonstração do elevado valor monetário dos mesmos (Conference Proceedings: High Level Conference on Business & Biodiversity, 2008). Não existem actualmente mecanismos capazes de associar um valor económico aos componentes da biodiversidade, e portanto é necessário desenvolvê-los. No entanto, esta questão também é arriscada na medida em que pode levar ao consumo desregrado e insustentável da biodiversidade, se não existir regulamentação e fiscalização bem definidas. Por outro lado, poderá haver exclusão de stakeholders que dependam directamente dos serviços dos ecossistemas mas que não possuam influência política ou económica. Deve ainda haver uma separação dos conceitos de bens e serviços dos ecossistemas, já que os primeiros podem ser transportados e participar no mercado mundial e os segundos, geralmente, não podem ser movidos e dificilmente podem ser separados do local de origem do ecossistema. Uma excepção é o serviço de sumidouro de carbono que apresenta benefícios a nível global. Quanto a projectos futuros que podem vir a ser desenvolvidos sugere-se a: Criação de um guia com medidas de adaptação da biodiversidade às alterações climáticas; Criação de um guia de recomendações para a protecção e conservação da biodiversidade sistematizadas por escala de análise (nacional, regional e local) e por área de estudo (e.g. zonas costeiras, zonas rurais, zonas florestais, áreas protegidas). 103

116 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agri-Pro Ambiente Consultores Plano de Ordenamento da Albufeira das Fronhas: Relatório Ambiental. Lisboa : Drecção de serviços de utilizações do domínio hídrico - INAG, APA. Agência Portuguesa de Ambiente. [Online] ult.aspx. Burke, C., Gardner, R. e Harmer, C Gloucestershire Local Transport Plan : Strategic Environmental Assessment Environmental Report. s.l. : TRL Limited, Cabral, M. J. (Coord.), et al Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. 2ª. Lisboa : Instituto da Conservação da Natureza/Assírio & Alvim, p Cairngorms National Park Authority a) Strategic Environmental Assessment Statement on the Cairngorms National Park Plan. Moray, Escócia : Cairngorms National Park Authority, Cairngorms National Park Authority Cairngorms National Park Deposit Local Plan Strategic Environmental Assessment: Environmental Report. Ballater, Escócia : Cairngorms National Park Authority, Canadian Environmental Assessment Research Council Sustainable Development and Environmental Assessment: Perspectives on Planning for a Common Future. [ed.] P. Jacobs e B. Sadler. Otava : s.n., CDB Convention on Biological Diversity. Ecosystem Approach. [Online] Centro de Informação Geográfica e Planeamento Territorial Plano de Ordenamento da Orla Costeira da ilha de Santa Maria: Declaração Ambiental. s.l. : Secretaria Regional do Ambiente e do Mar - Direcção Regional do Ordenamento do Território e dos Recursos Hídricos, COBA & PROCESL Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico: Relatório Ambiental. s.l. : INAG & DGEG & REN, Commission of the European Communities Communication from the Commission: Halting the Loss of Biodiversity by and Beyond. Bruxelas : Commission of the European Communities, Complex systems and valuation. Limburg, K. E., et al s.l. : Elsevier, 2002, Ecological Economics, Vol. 41, pp Conference Proceedings: High Level Conference on Business & Biodiversity. IUCN Bruxelas e Portugal : ICNB, International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, Convenção sobre Diversidade Biológica. CDB Rio de Janeiro : Nações Unidas,

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118 MAOT Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. Lisboa : Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, MEA Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. Washington DC. : World Resources Institute, a. Ecosystems and Human Well-being: Synthesis. Washington, DC : World Resources Institute, 2005a b. Strengthening Capacity to Manage Ecosystems Sustainably for Human Well-Being. s.l. : Millennium Ecosystem Assessment, 2005b. Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional & ICNB & Parque Nacional da Peneda-Gerês Revisão do Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda- Gerês: Relatório Ambiental Norfolk County Council Norfolk County Council. [Online] 4 de Abril de Palerm, Juan SEA of the Wind Power Plan for Castilla y León. SEA and Integration of the Environment into Strategic Decision-Making: Final Report. Londres : Imperial College Consultants Ltd, 2001, Vol. 3, 16, pp Partidário, Maria Rosário (Coord.), et al Avaliação Ambiental Estratégica do Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo: Relatório Ambiental Partidário, Maria Rosário (Coord.), Vicente, Gustavo e Soares, Rita Bruno Avaliação Ambiental Estratégica ao PDM de Vila Franca de Xira: Relatório Ambiental Partidário, Maria Rosário Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica - Orientações Metodológicas. Amadora : Agência Portuguesa do Ambiente, Planning Department of the Government of the Hong Kong Special Administrative Region Agreement No. CE 25/ Hong Kong 2030: Planning Vision and Strategy: Strategy Environmental Assessment (Final Report). s.l. : Hyder Consulting Limited & Mott Connell Limited, Proença, Vânia M., et al Portugal Millennium Ecosystem Assessment Sadler, B. e Verheem, R Strategic Environmental Assessment: Status, Challenges and Future Directions. Ministry of Housing, Spatial Planning and the Environment, Publication number 54. The Hague, Holanda : s.n., Sadler, B Environmental Assessment and Development Policymaking. [ed.] R. Goodland e V. Edmundson. Environmental Assessment and Development. Washington DC. : The World Bank, 1994, pp

119 Samarakoon, Miriya e Rowan, John S A Critical Review of Environmental Impact Statements in Sri Lanka with Particular Reference to Ecological Impact Assessment. Environmental Management. 2008, Vol. 41, pp Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental Biodiversity in Impact Assessment - Background Document to Decision VIII/28 of the Convention on Biological Diversity: Voluntary Guidelines on Biodiversity-inclusive Impact Assessment. Montreal, Canada : Commission for Environmental Assessment, Shepherd, A. e Ortolano, L Strategic environmental assessment for sustainable urban development. Environmental Impact Assessment Review. 1996, Vol. 16, 4-6, pp Slootweg, Roel, et al. 2006a. Biodiversity in EIA and SEA - Background Document to CBD Decision VIII/28: Voluntary Guidelines on Biodiversity-inclusive Impact Assessment. The Netherlands : Commission for Environmental Assessment, 2006a. Strategic Environmental Assessment: An Overview. Lee, N. e Walsh, F , s.l. : IAIA, 1992, Impact Assessment and Project Appraisal, Vol. 7, pp UNEP Ecosystem Management Programme: A new approach to sustainability. Nairobi, Kenya : United Nations Environment Programme, a. The Economics of Ecosystems and Biodiversity for international and national Policy Makers. s.l. : UNEP, 2009a Global Environment Outlook 4: environment for development. Malta : United Nations Environmental Programme, p Panorama da Biodiversidade Global 2. Montreal, Canadá : Convenção sobre Diversidade Biológica, van Beukering, Pieter J.H., Slootweg, Roel e Immerzeel, Desirée Valuation of Ecosystem Services and Strategic Environmental Assessment - Influential Case Studies. Holanda : Netherlands Commission for Environmental Assessment, 2008, pp Vermeulen, S. e Koziell, I Integrating Global and Local Values. A Review of Biodiversity Assessment. Londres : International Institute for Environment and Development, World Resources Institute & Meridian Institute & World Business Council for Sustainable Development & BCSD Portugal Avaliação Empresarial dos Serviços dos Ecossistemas: Directrizes para a Identificação de Riscos e Oportunidades Empresariais decorrentes da alteração dos Ecossistemas. s.l. : World Resources Institute & World Business Council for Sustainable Development,

120 ANEXOS i

121 Anexo I. Modelos de origem do actual modelo utilizado pela CDB na avaliação da Biodiversidade Figura I.1 - Modelo conceptual utilizado pelo Millenium Ecosystem Assessment Fonte: (MEA, 2005a) Figura I.2 - Modelo de Avaliação de Impactes desenvolvido pela IAIA. Fonte: (Slootweg, et al., 2006a) ii

122 Anexo II. Lista Indicativa dos Serviços dos Ecossistemas Quadro II.1 - Lista de Serviços dos Ecossistemas. iii

123 Fonte: (World Resources Institute & Meridian Institute & World Business Council for Sustainable Development & BCSD Portugal, 2008) iv

124 Anexo III. Lista das Forças Motrizes Directas e Forças Motrizes Indirectas Figura III.1 - Forças Motrizes Directas. Fonte: (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006) v

125 Figura III.2 - Forças Motrizes Indirectas Fonte: (Secretariat of the Convention on Biological Diversity & Netherlands Commission for Environmental, 2006) vi

126 Anexo IV. Identificação e monitorização: Lista Indicativa de Componentes da Biodiversidade Anexo I Identificação e Monitorização 1. Ecossistemas e habitats que: Contenham grande diversidade, grande número de espécies endémicas ou ameaçadas, ou espécies selvagens; Sejam frequentados por espécies migratórias, tenham importância social, económica, cultural ou científica; Sejam representativos, únicos ou associados a processos evolutivos chave ou a outros processos biológicos. 2. Espécies e comunidades que: Estejam ameaçadas; Sejam parentes selvagens de espécies domesticadas ou cultivadas; Tenham valor medicinal, agrícola ou outro valor económico; Tenham importância social, científica ou cultural; Sejam importantes para investigação sobre a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica, como as espécies indicadoras. 3. Genomas e genes descritos e com importância social, científica ou económica. Fonte: (Convenção sobre Diversidade Biológica, 1993) vii

127 Anexo V. Opções Estratégicas identificadas para o POOC da ilha de Santa Maria Quadro V.1 - Lista de Programas e Projectos proposta pelo POOC da ilha de Santa Maria. viii

128 Fonte: (Centro de Informação Geográfica e Planeamento Territorial, 2008) ix

129 Anexo VI. Artigo 7º. do texto da CDB Artigo 7º Identificação e Monitorização Cada Parte Contratante deverá, na medida do possível e conforme apropriado, em especial para o disposto nos artigos 8º a 10º: a) Identificar os componentes da diversidade biológica importantes para a sua conservação e utilização sustentável, tendo em consideração a lista indicativa de categorias estabelecidas no Anexo I do texto da CDB (Anexo IV do presente estudo); b) Monitorizar, mediante amostragem e outras técnicas, os componentes da diversidade biológica identificados em conformidade com a alínea a) deste artigo, prestando especial atenção aos que requerem a adopção de medidas urgentes de conservação e aos que oferecem o maior potencial para a utilização sustentável; c) Identificar os processos e categorias de actividades que tenham, ou seja provável que tenham, impactes adversos significativos na conservação e utilização sustentável da diversidade biológica e monitorizar os seus efeitos, mediante amostragem e outras técnicas; e d) Manter e organizar, mediante qualquer mecanismo, os dados provenientes das actividades de identificação e monitorização em conformidade com as alíneas a), b) e c) do presente artigo. Fonte: (Convenção sobre Diversidade Biológica, 1993) x

130 Anexo VII. Parque Nacional de Cairngorms, Escócia Figure VII.1 - Parque Nacional de Cairngorms, Escócia. Fonte: (Cairngorms National Park Authority, 2007) xi

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