UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS CENTRO DE EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ADRIANA AGUIAR SILVA MATOS MARCELO COSTA CHOUKRI
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1 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS CENTRO DE EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ADRIANA AGUIAR SILVA MATOS MARCELO COSTA CHOUKRI ANÁLISE DO PROCESSO DE VERTICALIZAÇÃO NA CIDADE DE SANTOS: ASPECTOS AMBIENTAIS SANTOS 2010
2 ADRIANA AGUIAR SILVA MATOS MARCELO COSTA CHOUKRI ANÁLISE DO PROCESSO DE VERTICALIZAÇÃO NA CIDADE DE SANTOS: ASPECTOS AMBIENTAIS Relatório Parcial apresentado ao Projeto de Iniciação Científica do curso de graduação em Engenharia Civil da Universidade Católica de Santos para acompanhamento. Prof. Cleber Ferrão Corrêa SANTOS 2010
3 SUMÁRIO Página LISTA DE ILUSTRAÇÕES... 4 RESUMO INTRODUÇÃO OBJETIVO GERAL JUSTIFICATIVA METODOLOGIA RESULTADOS Comparações do Sombreamento com as novas edificações... 21
4 1 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Página Figura 3 - Localização. Fonte: Google Earth Figura 4 - Simulação do sol para o dia 12 de abril de 2005 e A- 8:00hs; B- 9:00hs; C- 10:00hs; D- 11:00hs Figura 5 - Simulação do sol para o dia 12 de abril de 2005 e A- 12:00hs; B- 13:00hs; C- 14:00hs; D- 15:00hs Figura 6 - Simulação do sol para o dia 12 de abril de 2005 e A- 16:00hs; B- 17:00hs Figura 1 - Representação dos 3 pontos de referência, imagem à altura do observador...16 Figura 8 - Levantamento fotográfico dia 20 de novembro de 2010 às 12:00hs
5 RESUMO De acordo com Moreira (2010), segundo registros da Prefeitura Municipal de Santos nos últimos 30 meses, mais de 50 projetos arquitetônicos de grande porte foram autorizados. Considerando apenas as grandes estruturas e as edificações com 10 pavimentos ou mais o crescimento da verticalização é evidente. De acordo com o Departamento de Imprensa da Prefeitura Municipal de Santos, foram aprovados 16 projetos, totalizando ,84 m 2 de área construída. Os bairros mais afetados são: Gonzaga, Ponta da Praia, Embaré e José Menino. Dessa forma é evidente a necessidade de um controle maior sobre a construção desses novos empreendimentos, principalmente os que apresentam mais de 20 pavimentos. Esse projeto propõe um estudo desses novos edifícios, com base em um estudo do plano diretor vigente da cidade de Santos, para verificar assim sua conformidade com as leis de uso e ocupação de solo da cidade de Santos e as possíveis conseqüências de sua não-aplicação. Palavras-chave: verticalização; urbanização; alterações climáticas; mudança nos ventos; ocupação do solo; engenharia civil; Santos (SP).
6 2 INTRODUÇÃO Procura-se apresentar com este trabalho os efeitos ambientais ocasionados pelo processo acelerado da verticalização na cidade de Santos. Crescimento desordenado impulsionado por um boom imobiliário e uma busca por conforto cada vez mais eco-sustentável traz cada vez mais agravantes para a cidade. Segundo Santos (1987), a habitação deixou de ter seu significado vinculado exclusivamente à necessidade de abrigo e tornou-se uma mercadoria. O direito de morar confundiu-se com o direito de ser proprietário de uma casa, envolvendo aspectos ideológicos da sociedade capitalista e concebendo a cidade por um prisma eminentemente imobiliário, o que impediu de enxergá-la como uma totalidade. De acordo com Villaça (1997), o processo de abandono do centro principal e de produção de um novo centro, se concretiza no mercado imobiliário. A classe dominante controla não só o crescimento (ou a falta de crescimento) do centro principal, mas também a forma (contínua ou descontínua) e direção desse crescimento. Para Ramires (1997), a Arquitetura apresenta-se como uma expressão de valores universais, como também de representação do poder. Os edifícios altos, pela sua monumentalidade, tornaram-se uma das principais formas arquitetônicas que marcaram a paisagem urbana da sociedade contemporânea de muitos países. Leis de uso e ocupação do solo vêm sendo modificadas, muitas vezes por interesses econômicos. Segundo Machado (2003), os empreendedores imobiliários em vez de buscar efetivação de uma política que leve a uma ocupação racional do solo, tem pressionado o poder público reivindicando alterações nas leis de zoneamento visando interesses econômicos. De acordo com Tudini (2006), decorrente da urbanização acelerada que assola as cidades, surge no espaço urbano alguns processos característicos dessa expansão da urbe, como a verticalização, que assume um papel muito importante por ser uma nova forma de habitação, diferente de outras existentes, e que, além de tudo, constituiu de um meio para o capital imobiliário saciar seus anseios e maximizar os lucros.
7 No caso da cidade de Santos, nas palavras de Melo (2008), no final da década de 1960, a verdadeira muralha de arranha céus passou a cobrir a orla praiana desde a Ponta da Praia até a Ilha Porchat, em São Vicente. A formação desse desenho particular demonstrou como o processo especulativo se sobrepôs ao controle da verticalização denotando como a regulação do solo urbano funcionou sistematicamente como elemento de reforço aos interesses do mercado.
8 3 OBJETIVO GERAL Análise dos impactos ambientais climáticos decorrentes da verticalização agressiva na cidade de Santos, tais como temperatura, direção dos ventos e umidade.
9 4 JUSTIFICATIVA Segundo Filho (2006), a aceleração da verticalização na orla da praia de Santos se deve graças à Lei nº 312, de 1998, que acabou com a limitação de altura máxima das edificações. Em razão da falta de espaço ser um entrave para a cidade de Santos, a verticalização surge como uma resposta a esse problema. Mas, com a verticalização desenfreada que ocorre em Santos nos últimos anos, em vez da solução do problema de espaço, vemos a verticalização causando muitos outros problemas, principalmente problemas sociais e de qualidade de vida.
10 5 METODOLOGIA Segundo a metodologia de Leite (2008) e Morais (2007), modificada, que será utilizada nesse trabalho como referência, constitui-se de uma pesquisa exploratória desenvolvida em diferentes etapas metodológicas, que consistirá inicialmente em uma pesquisa referencial de base bibliográfica e documental contendo as seguintes ações: leitura de livros, artigos e teses sobre os temas relacionados com o trabalho; levantamento nas leis de uso e ocupação do solo da cidade de Santos (Plano Diretor; Lei Complementar Nº. 84 de 14 de julho de 1993; outras documentações referentes ao controle de construção de edificações na cidade de Santos). Em um segundo momento, segundo a metodologia de Prata (2005), modificada, será realizada uma pesquisa de campo considerando os seguintes passos: obtenção de dados primários através de levantamento de dados climáticos, levantamento de mapas, levantamento de imagens de satélite da área de estudo no software Google Earth de diferentes épocas, levantamento fotográfico, físico arquitetônico de gabaritos e de uso e ocupação do solo da área estudada, para simulações no programa 3d Studio Max 9 para análise das alterações decorrentes da verticalização nas áreas estudadas. Para extrair índices de transmissão a partir de fotografias digitais hemisféricas foi utilizada a ferramenta Gap Light Analyzer (GLA): O Analisador de Luz Gap (GLA) é um aplicativo de software baseado em Windows projetado para importar, visualizar e analisar fotografias digitais hemisféricas. Scanners ou câmeras digitais convertem essas imagens hemisféricas em bitmaps, que são então analisadas utilizando o software de análise especializada da imagem. Processamento de imagem envolve a transformação dos pixels da imagem em coordenadas angulares e a divisão de intensidades de pixel do que seria o céu e o não-céu. Leva em conta também as influências de topografia e padrões sazonais de nebulosidade.
11 Fotos Hemisféricas: Ajustar a parte superior da lente com o Norte magnético para que todas as fotos tenham a mesma orientação Nivelar a câmera Montar uma máscara para que as fotos tenham a mesma área de referencia.
12 Transformar a imagem original em preto e branco utilizando o photoshop Abrir a imagem no GLA Configurar coordenadas do local (latitude e longitude), período de análise e resolução da área na aba Configure e registrar a imagem (à esquerda).
13 Em EDIT, selecionar o tipo de seleção para a imagem de trabalho (à direita) e selecionar a região a partir da máscara de referência. A partir desse passo, no menu UTILITIES, selecionar um dos tipos de análises como caminhamento do sol (sunpath), índice de radiação solar etc e gerar os gráficos.
14 O programa permite configurar um período de um dia até um período de um ano para análise. Abaixo o Caminhamento do sol (sunpath) para o período de um ano.
15 Caminhamento do sol, no período de um ano, para os pontos de análise escolhidos
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17
18 Utilizando a foto 0003, foi realizada uma comparação entre as edificações atuais em e uma previsão com as edificações à serem construídas no mesmo local (imagem 0003b).
19 Abaixo resultados obtidos.
20 Imagens do local em
21 RESULTADOS Comparações do Sombreamento com as novas edificações Um tecido urbano de alta qualidade é essencial para a criação de cidades sustentáveis onde as pessoas queiram viver, caminhar, se reunir permanecer. As edificações interagem com o tecido urbano e o influenciam. As edificações desempenham um papel importante na criação de ruas onde se possa caminhar, isto é, ambientes confortáveis para os pedestres, que encorajam o deslocamento a pé e consequentemente aumentam a saúde pública, reduzindo os impactos ambientais ( KEELER, 2010). Ilhas térmicas Segundo PEREIRA; BRANDÃO (2009) Parte-se do pressuposto de que as atividades antrópicas que incrementam o crescimento desordenado da cidade produzem mudança no fluxo do ar intraurbano. Tais atividades contribuem, entre outros, para configurar ilhas de calor de diferentes intensidades em função dos diferentes padrões de uso do solo urbano e acabam por afetar a saúde e o bem estar, principalmente, da faixa etária da terceira idade. A ilha de calor é um fenômeno que se manifesta no aumento da temperatura do ar local nas áreas mais densamente urbanizadas, como resultado da combinação de fatores ligados à modificação das características térmicas da superfície, da ventilação e do calor antropogênico adicionado na superfície urbana. De acordo com KEELER (2010), as ilhas térmicas são áreas isoladas dentro de cidades, onde a temperatura ambiente é muito mais alta que no entorno. Elas resultam de pisos, coberturas e outras superfícies revestidas sem proteção solar que absorvem calor do sol e o irradiam, podendo gerar experiências humanas extremamente desagradáveis.
22 Para a simulação das áreas sombreadas, foram utilizados os programas Autocad 2008 e 3d studio Max 9 com renderizador Vray. Primeiro passo, importar a base dwg (Autocad) relacionada à área a ser estudada, para o 3d Studio Max. A partir daí modelar cada edificação segundo o levantamento realizado por PRATA (2005), tal modelagem pode ser efetuada com o comando Box, suficiente para obter os resultados do efeito da sombra na região. Concluída a modelagem, através do menu systems, no 3d Studio, configura-se a opção Daylight para simular a luz do sol, assim, é possível configurar local, data e hora para a produção das imagens 3d com bastante aproximação à realidade, podendo mensurar a projeção da sombra dos edifícios nos anos de 2005 e Tal comparação pode ser observada nas figuras 4, 5 e 6, onde as imagens monocromáticas representam o ano de 2005 e, logo abaixo delas, imagens com edificações nas cores verde e vermelho a situação atual, Todas as imagens foram produzidas nos mesmos horários de acordo com o levantamento realizado por PRATA (2005). Foram escolhidos também três pontos de referência (figura 7) que serão utilizados neste estudo para a comparação da sombra simulando o ponto de vista do observador. Observa-se na figura 7(1) e (3) um aumento considerável da sombra no ano de 2010 em relação à Pretende-se com este estudo mensurar tal projeção a fim de verificar se há ou não o efeito de ilha de calor nesta região. Segundo Prata (2005), há uma melhor distribuição do fluxo para edifícios isolados ou espaçados de outro com as mesmas características, quando o vento provém da direção sul. Nesse caso, o posicionamento agrupado ou em linhas (formando uma barreira) dificulta a circulação do ar em áreas a sotavento destes. Logo abaixo, figura 8, os mesmos pontos estão representados através de levantamento fotográfico realizado em novembro de 2010.
23 Figura 2 - Localização. Fonte: Google Earth
24 Figura 3 - Simulação do sol para o dia 12 de abril de 2005 e A- 8:00hs; B- 9:00hs; C- 10:00hs; D- 11:00hs.
25 Figura 4 - Simulação do sol para o dia 12 de abril de 2005 e A- 12:00hs; B- 13:00hs; C- 14:00hs; D- 15:00hs.
26 Figura 5 - Simulação do sol para o dia 12 de abril de 2005 e A- 16:00hs; B- 17:00hs.
27 Figura 6 Representação dos 3 pontos de referência, imagem à altura do observador.
28 Figura 8 - Levantamento fotográfico dia 20 de novembro de 2010 às 12:00hs dos 3 pontos de referência.
29 REFERÊNCIAS KEELER, M.; BURKE, B. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, LEITE, C. G. Alterações da ventilação urbana frente ao processo de verticalização de avenidas litorâneas: o caso da Avenida Litorânea de São Luís/MA. São Paulo: USP, p. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós- Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, MACHADO, J. R.; MÉNDES, C. M. O processo de verticalização do centro de Maringá- PR, Brasil. Investigaciones Geográficas. Universidad Nacional Autónoma de México, MELLO, G. H. Expansão e estrutura urbana de Santos (SP): aspectos da periferização, da deterioração, da intervenção urbana, da verticalização e da sociabilidade. Departamento de Sociologia USP, MORAIS, L. S.; SILVA, P. C. M.; MEDEIROS, W. D. A. Análise do processo de verticalização na área urbana do município de Mossoró-RN: Aspectos Jurídicos e Ambientais. Revista Verde, v. 2, n. 2, p , Julho/Dezembro, MOREIRA, G. L. As transformações na morfologia espacial da cidade de Santos: A verticalização e a valorização imobiliária ligada ao uso e ocupação do solo. Departamento de Geografia USP, 2010.
30 PEREIRA,P. ; BRANDÃO, A.M. Prováveis Correlações entre urbanização e derivações do clima local Estudo de caso do bairro da Penha/RJ. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal, Brasil, abril 2009, INPE, p PRATA, A. R. Impacto da altura de edifícios nas condições de ventilação natural do meio urbano. São Paulo: FAUUSP, Tese (Doutorado) Programa de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, RAMIRES, J. C. A cultura do consumo e a produção simbólica dos espaços verticalizados nas cidades brasileiras. Universidade Federeal de Goiás, SANTOS, M.. O espaço do cidadão. São Paulo, Nobel, TUDINI, O. G. A arborização de acompanhamento viário e a verticalização na zona 7 de Maringá. Departamento de Geografia Universidade Estadual de Maringá, VILLAÇA, F. Efeitos do espaço sobre o social na metrópole brasileira. São Paulo. Editora EDESP, 1999.
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