Sou quilombola, tenho direitos
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- Adelino Duarte Sampaio
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1 Série Manuais, n. 2 Sou quilombola, tenho direitos Manual de orientação Secretaria-Geral de Articulação Institucional Brasília, DF. 2015
2 DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO Defensor Público-Geral Federal Haman Tabosa de Moraes e Córdova Subdefensor Público-Geral Federal Fabiano Caetano Prestes Secretário-Geral de Articulação Institucional Bruno Vinícius Batista Arruda Secretária de Atuação no Sistema Penitenciário e Conselhos Penitenciários Tatiana Melo Aragão Bianchini Secretário de Direitos Humanos Claudionor Barros Leitão Secretário de Assuntos Internacionais Adriano Cristian Souza Carneiro Secretário de Atuação Itinerante (vaga) Bruno Vinícius Batista Arruda (resp.) Secretário de Conciliação Extrajudicial e de Educação em Direitos (vaga) Bruno Vinícius Batista Arruda (resp.)
3 Série Manuais, n. 3 Sou quilombola, tenho direitos Manual de orientação Secretaria-Geral de Articulação Institucional Brasília, DF. 2015
4 2015 Defensoria Pública da União. Permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou fins comerciais. Tiragem: XXX exemplares Distribuição e informações: Defensoria Pública da União Secretaria-Geral de Articulação Institucional SAUN Quadra 5 Lote C Centro Empresarial CNC Bloco C 15 o andar CEP: Brasília/DF Elaboração: Grupo de Trabalho Comunidades Quilombolas Carlos Eduardo Barbosa Paz Daniel Mourgues Cogoy Edilson Santana Gonçalves Filho José Roberto Fani Tambasco Yuri Michael Pereira Costa gtquilombolas@dpu.gov.br Organizador: Raul C. Rosinha Normalização: Vanessa Kelly Leitão Ferreira Diagramação e Revisão: ASCOM Brasil. Defensoria Pública da União. Sou quilombola, tenho direitos: manual de orientação / Defensoria Pública da União. Secretaria-Geral de Articulação Institucional. Brasília: DPU, (Manuais, n. 3) 16p. : 21 cm. Audiência (processo penal) 2. Prisão em flagrante, Brasil 3. Assistência judiciária gratuita. I. Título. CDDir
5 SUMÁRIO Apresentação 7 Quem são os Quilombolas? 11 Reconhecendo um quilombo 12 Criação e reconhecimento de um quilombo 13 Defensoria Pública da União 14
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7 Apresentação A Constituição de 1988, em seu Art. 68. estabeleceu: Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitirlhes os títulos respectivos. Já o Decreto 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamentou o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. O esforço que o governo federal vem desenvolvendo na regularização das terras quilombolas levou a Defensoria Pública da União (DPU) a criar um Grupo de Trabalho especialmente para tratar do assunto. No caso das populações quilombolas, a DPU pode atuar, de muitas formas, para garantir seus direitos. Esta publicação tem por objetivo esclarecer como a DPU pode atuar em favor dessas comunidades. Haman Tabosa de Moraes e Córdova Defensor Público-Geral Federal QUILOMBOLAS 7
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10 10 Defensoria pública da união
11 QUEM SÃO OS QUILOMBOLAS? As comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemente constituídos pela população negra, rural ou urbana, que se autodefinem a partir de relações com a terra, parentesco, território, ancestralidade, tradições e práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o país existam mais de três mil comunidades quilombolas. O artigo 2º do Decreto 4887/2003 estabelece que: consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. Programa Brasil Quilombola Face a essa representatividade, em 12 de março de 2004, o Governo Federal lançou o Programa Brasil Quilombola (PBQ), que define a política de Estado para as áreas remanescentes de quilombos. O PBQ abrange um conjunto de ações inseridas nos diversos órgãos governamentais, com suas respectivas previsões de recursos, bem como as responsabilidades de cada órgão e prazos de execução. QUILOMBOLAS 11
12 RECONHECENDO UM QUILOMBO É a própria comunidade que se auto reconhece como remanescente de quilombo. O amparo legal é da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho, cujas determinações foram incorporadas à legislação brasileira A comunidade quilombola pode procurar um defensor público federal para auxiliá-la em todas as fases do processo de reconhecimento. pelo Decreto Legislativo 143/2002 e pelo Decreto 5.051/2004. Para o reconhecimento de uma comunidade quilombola, a Fundação Cultural Palmares (FCP) emite uma certidão de autodefinição que obedece norma específica (Portaria 98, de 26/11/2007). A titulação dos territórios quilombolas é competência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que requer uma Certidão de Registro no Cadastro Geral de Remanescentes de Comunidades de Quilombos, expedida pela FCP, regularizando os territórios quilombolas. Para obter a certidão é necessário que a comunidade envie à Fundação Palmares uma declaração identificando-se como comunidade remanescente de quilombo. De posse da certidão que regulariza o território, as comunidades interessadas devem encaminhar à Superintendência Regional do Incra, do seu estado, solicitação de abertura de procedimento administrativo visando à regularização de seus territórios. (Instrução Normativa 57, de 20/10/2009) Para a titulação, o Incra criou, na sua Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária, a Coordenação Geral de Regularização de Territórios Quilombolas (DFQ) e nas Superintendências Regionais, os Serviços de Regularização de Territórios Quilombolas. Os estados, o Distrito Federal e os municípios têm competência para promover e executar procedimentos de regularização fundiária. A primeira parte dos trabalhos do Incra é elaborar um estudo da área para a confecção do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do território. 12 Defensoria pública da união
13 A segunda etapa é a recepção, análise e julgamento de possíveis contestações. Aprovado em definitivo o relatório, o Incra publica uma portaria de reconhecimento que declara os limites do território quilombola. A fase seguinte é a retirada de pessoas que ocupam a área ilegalmente (ocupantes não quilombolas), mediante desapropriação ou pagamento de indenização e demarcação do território. O processo acaba com a concessão do título de propriedade à comunidade, com posse coletiva, ao mesmo tempo, por várias pessoas e em nome da associação dos moradores da área, registrado no cartório de imóveis, sem qualquer ônus financeiro para a comunidade beneficiada. CRIAÇÃO E RECONHECIMENTO DE UM QUILOMBO Criação da Associação A primeira coisa a ser feita para a criação de uma associação quilombola é uma reunião dos moradores da comunidade. Eles deverão ser convocados por carta, se possível, com dia, hora, local, objetivo e pauta da reunião. Na reunião, os moradores do quilombo devem ser esclarecidos sobre o que será a associação, sua necessidade para defesa de direitos, seus objetivos e para que ela serve. Uma comissão deverá ser criada para a fundação da associação, redação dos estatutos e convocação de reuniões; A fundação deverá ser feita por meio de uma assembleia-geral, a qual todos os moradores deverão ser convocados. Os quilombolas presentes deverão assinar um Livro de Presenças; Na assembleia-geral é necessário discutir e aprovar o estatuto da associação. Em seguida é eleita a diretoria, que toma posse, e registram-se a criação da associação e a eleição da diretoria no Livro de Atas. A partir disso, quem representa a comunidade é o presidente da associação, que deve inscrevê-la no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas para que ela tenha existência legal. Para o registro são necessários os seguintes documentos: QUILOMBOLAS 13
14 Estatutos (três cópias em papel timbrado); Ata de Fundação datilografada, assinada pelo presidente e demais diretores, com firmas reconhecidas (três cópias); Livro de Atas (original); Recibo de pagamento das taxas do cartório; Relação da Diretoria com nome, cargo, estado civil e data de nascimento, endereço, profissão, identidade e CPF de cada um; Lista com os nomes dos sócios fundadores (três cópias); Resumo dos estatutos (principais pontos) para ser publicado no Diário Oficial. 5 Se a associação for realizar operações financeiras, após o registro em cartório é preciso abrir conta em um banco. Para isso é necessária a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda. DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO A Defensoria Pública da União (DPU) serve para garantir o acesso de todos à Justiça. Ela atende pessoas necessitadas e que tenham renda familiar muito baixa. Se o cidadão não pode pagar um advogado e precisa lutar por seus direitos na Justiça, ele pode procurar a DPU. As áreas de atuação da DPU abrangem direitos no INSS, na Caixa Econômica Federal e em outros órgãos do governo federal. Missão: Garantir aos necessitados o conhecimento e a defesa de seus direitos. Visão de futuro: Defender os direitos de todos que necessitem, onde quer que se encontrem, firmando-se como instrumento de transformação social e referência mundial em prestação de assistência jurídica gratuita. 14 Defensoria pública da união
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16 Mais direitos em aposentadorias, benefícios e auxílios sociais educação militares moradia saúde crimes federais assistência jurídica internacional direitos humanos e tutela coletiva /defensoriauniao /imprensadpu
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