NA TV DA CASA DA NONA. Bruna Poffal Dilene Santos Maria Santos Rigo Cátia Wurth

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Marta Fonseca Caiado
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1 NA TV DA CASA DA NONA Bruna Poffal Dilene Santos Maria Santos Rigo Cátia Wurth

2 Como a própria concepção do texto de cordel, que visa à escrita poética popular, estes poemas refletem o hábito da transmissão cultural pela experimentação peculiar da escrita ao revisitar textos tradicionais, transformando-os em temáticas atualizadas. Foram criados pelos acadêmicos do Unilasalle, após estudos de análise literária nas disciplinas de Literatura Brasileira III do curso de Letras, Evolução das Tecnologias Gráficas e Editoração Eletrônica do curso de Design Gráfico. Texto Bruna Poffal Dilene Santos Maria Santos Rigo Cátia Wurth Ilustração Capa - Gabriela Schneider Diagramação Eduardo Fernandes de Lima Professores Responsáveis: Dra. Lúcia Regina Lucas da Rosa - Letras Me. Fabrício Augusto Kipper - Design Me. Mariana Toledo Seferin - Design Tão teimosa era a garota Que ainda queria voltar ao sertão Em noite de lua cheia Venceu a escuridão Conseguir fugir -Deus, não me abandona não! Onde tem a internéti Existe também internauta Navego, navego em maré alta Faço pesquisa e leio manchete Desta rede, hei de ser tiete Na parti da comunicação E onde tem informação Gosto de tricotar primeiro Me dá um cigarro e um isqueiro Para ver a corrida do vaqueiro Tem lei do boi bandido E o que vale é boi no chão Vou para o sertão agarrar o meu negão! Contato: Centro Universitário La Salle Canoas Av. Victor Barreto, Canoas - CEP Telefone: (51)

3 - Leva ela pra benzê Num caboclo ou num padre Pois com a menina não se sabe o que fazê E pediu para Nossa Senhora que interceda por la madre. A mãe aceitou o conselho Levou a moça no Bento Padre E o vigário fez a reza E mandou a menina pro convento A menina, muito revoltada Tentou dar a fuga Mas levou 20 chibatadas Mais 1, mais 2 e mais 3 A freira era braba que nem Caninana NA TV DA CASA DA NONA Bruna Poffal Dilene Santos Maria Santos Rigo Cátia Wurth 10 3

4 NA TV DA CASA DA NONA Tanta besteira na internéti Quanta besteira se lê Lembro que sabida era minha avó Tristeza maior desta vida foi vê-la morrê Do interior ela veio e ouvia essas história de vírus Mas o vírus era do PC E medo ela realmente tinha Que eu pegasse uma DST Talvez ficasse doente da cabeça, Eu acho, pode sê Eis ela pegô o aparelho Em frente a sua cabeça Nossa vó havia chamado Tô no computador, vô abrir um Vem a vó com um machado E quase partiu o aparelho no meio Só estava te ajudando Saiu a idosa sem graça Cuida o que está falando, Se não quer que eu mesma faça. A mãe descobriu mais uma da filha Ela tem um tal de facebook Onde tudo é uma maravilha Mas na foto o estranho mesmo era o seu look A vizinha falou: 4 9

5 Na internéti fico feliz Tenho amigos Muitos amigos e eles nunca vão se imbora Espelho, espelho meu Diga ou não dizer Como ser assim ou como se assado ou com ser sozim... Minha prima Margarete Veio para a cidade doente Pegou um vírus do computador Pois não sai da internet Todos dizem que é viciada Pois vive no mundo da lua Já não quer saber de nada Nem sequer sair para a rua Lhe vê como um espelho A Senhora se não apertar Ali tenha paciência e passe o dedo lá Ora, minha amiga, que pancada! O dia sobe, a noite desce Vó, minha amiga, enfrente. Depois da pancada na cabeça, as coisas vão se ajeitar Corre daqui, corre de lá É hora de se entregar ao universo Na escola ela foi Ora! Sou boiadeiro A terra eis que chegou e girou, girou rapidamente 8 5

6 Até de amor esqueci Com ela a princesa voou Só ei de explicar a Ana Amar alguma coisa que foi Não esquenta seu boiadeiro Um dia cê aprende Nem que seja pensando Na vida ou no banheiro Abandonando? Não pode ser por apenas um momento Jovem ou velho Eis que o jejum da tecnologia Um dia Deus Há de querê que acabe Na rua também Sou livre Mas meu bom moço como eis De sê livre se fico preso às redes sociais 1, 2, 3 como fico feito cego no tiroteio Se chove, não saio Quando eu canto eles Se comove Sou o sabiá do sertãozinho Em tempos passo meses cantando 6 7

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