Avifauna do Pantanal de Nabileque (Mato Grosso do Sul, Brasil)
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- Maria da Assunção Prada Carreira
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1 Avifauna do Pantanal de Nabileque (Mato Grosso do Sul, Brasil) 1,3 Fernando Costa Straube, Alberto com o panorama de conhecimento do lado nho fluvial paralelo, no sentido NNW- 1,4 Urben-Filho, Alessandro Pacheco brasileiro praticamente nulo até então. SSW; tem como foz o ponto de confluência 2,5 2, Nunes, Walfrido Moraes Tomás, O presente estudo divulga os resultados de dois importantes e verdadeiros rios: o Maria Cecília Vieira-da-Rocha 7 de duas expedições visando o inventário da Aquidabã e o Branco, ambos originários das avifauna do Pantanal do Nabileque, buscan- vertentes ocidentais do Planalto da Bododo A depressão orográfica do Rio Paraguai, contribuir com a composição da avifauna quena, a cerca de 140 km abaixo. Por esse mais conhecida como Pantanal, tem sido obprincipal desta região. motivo, os terrenos situados entre o leito jeto de diversos estudos ornitológicos desde do Rio Paraguai e o seu curso se- a visita do naturalista austríaco Johann Nat- ÁREA DE ESTUDO cundário, têm sido chamados de "Ilha do Na- terer, quando de sua viagem de 18 anos pelo Para fins unicamente de localização, deli- bileque" termo que, aliás, é mais adequado à Brasil (Pelzeln, 1871; Vanzolini, 1993). mitamos a nossa área de estudo como a fra- sua condição geográfica. Uma extensa revisão contemplando espéci- ção brasileira situada entre as latitudes de Assim, o chamado Pantanal do Nabileque es citadas na literatura, exemplares de mu ' e 21 00'S e longitudes de 57 00' e consiste de uma zona inundada por 9 meses seu e informações inéditas de ocorrências 58 15'W, a qual coincide com o terço médio ou mais durante o ano, formada por planícies foi cuidadosamente preparada por Tubélis a final da sub-bacia hidrográfica do Rio Na- fluviais e espraiamentos aluviais do Rio Para- & Tomás (2003), constituindo a mais imressaltar bileque (UNIDERP, 2002) (Figura 1). Cabe guai. De acordo com a fonte, pode ser denoportante fonte para estudos com a avifauna que esse rio nada mais é do que um minado: Pantanal do Tarumã-Jibóia (IBGE), desta região brasileira. braço que se forma na margem esquerda do Pantanal do Jacadigo-Nabileque (Macrozo- Apesar do cenário razoavelmente bem orda), Rio Paraguai (próximo da foz do Rio Miran- neamento Geo-ambiental do Mato Grosso ganizado de toda essa informação, observavasam em decorrência das cheias que se extra- do Sul) ou, simplesmente, Pantanal do Nabi- se que de um total de 7 localidades que puderam ser adequadamente plotadas em mapa por estes autores, ainda existem enormes extensões que, até o presente, não receberam nenhum tipo de pesquisa quanto à composição avifaunística. Segundo Tubélis & Tomás (2003): "...extensive gaps of knowledge become evident, mainly in the central area, along all the entire eastern border, in the south (region between Corumbá and Porto Murtinho) and in the extreme northwestern portion (Pantanal of Cáceres), near the border with Bolivia". A terceira região ali indicada corresponde ao chamado Pantanal do Nabileque, uma considerável lacuna na Ornitologia de todo o Estado do Mato Grosso do Sul e mesmo do extenso perímetro de fronteira do centrooeste do Brasil. Por sua vez, áreas próximas mas situadas nos territórios do Paraguai (Matogrosense Region) e da Bolívia (Zona de Vida del Cerrado, Bosque Chiquitano, Pastizales y Humedales del Beni y Santa Cruz) foram extensivamente pesquisadas (Bond & Meyer de Schauensee, 1942, 1943; Remsen & Ridgley, 1980; Remsen & Traylor, 1983; Hayes, 1995; Hayes et al., 1990 e do leito principal, formando um cami- leque (Jorge Adámoli) (UNIDERP, 2002). vários outros), contrastando fortemente FIGURA 1. Área de estudo no contexto estadual, com indicação dos centros urbanos adjacentes. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
2 A paisagem local abriga um intrincado mosaico de diversos tipos fitofisionômicos, conjunto este denominado "Complexo do Pantanal" (Veloso et al., 1991). Segundo Silva et al. (2000), os tipos de vegetação predominantes no Pantanal do Nabileque são, com as respectivas porcentagens de área: campo inundado (21,4%), carandazal (19,1%), campo seco (15,8%), paratudal (14,0%), brejo (8,5%), chaco (,7%) e outros tipos, incluindo pequenas extensões de pirizais, baceiros e canjiqueirais, além de matas estacionais e de galeria. Essa configuração permite de antemão notar as peculiaridades fitofisionômicas desta região, em comparação com os outros pantanais sulmatogrossenses (vide Vila-da-Silva, 1998; Silva et al., 2000). MÉTODOS Os registros de espécies foram obtidos pelo somatório de esforço de campo de duas campanhas realizadas pelos autores entre junho de 2005 e julho de 200. Procurou-se representar um máximo de pontos amostrais que estivessem razoavelmente distanciados entre si, visando caracterizar a avifauna do maior número de ambientes possíveis e de uma abrangência geográfica significativa. Essa situação foi prejudicada pelas precárias condições das vias de acesso rodoviário, o que impossibilitou a visita a regiões mais fronteiriças, inatingíveis em decorrência do período de cheias. Eventualmente o transporte fluvial, por barco, também foi usado, permitindo a visita a pontos adicionais, ainda que seus resultados tenham sido oriundos de um pequeno período de trabalho. As espécies foram identificadas com auxílio de binóculos e por meio do reconhecimento vocal, durante os deslocamentos nas adjacências dos pontos amostrais. O ponto geográfico de referência de cada uma das localidades visitadas, datas de visita, esforço amostral e demais informações são as seguintes (Figura 2): 1. Fazenda Pacu, município de Corumbá (20 38'47"S, 57 37'58"W; alt. 90 m); período: 22 a 25 de julho de 200; esforço amostral: 15 h; pesquisadores: FCS, AUF, MCVR (vide Anexo, Figuras A-1 a A-5). 2. Reserva Kadiwéu, município de Porto Murtinho (20 39'23"S, 57 29'44"W; alt. 152 m); período: 23 a 24 de julho de 200; esforço amostral: 8 h; pesquisadores: FCS, AUF, MCVR) (vide Anexo, Figuras A- a A-13). 3. Rio Nabileque, município de Corumbá (20 44'52"S, 57 43'10"W; alt. 90 m); período: 24 de julho de 200; esforço amostral: 3 h; pesquisadores: FCS, AUF, MCVR) (vide Anexo, Figuras A-14 a A-17). 4. Ponte do Nabileque, município de Corumbá (20 21'4"S, 57 38'17"W; alt. 90 Arapaçu-do-campo Xiphocolaptes major. Foto Cassiano Zaparoli Zaniboni FIGURA 2. Área de estudo, enfocando os seis pontos amostrais (esq.) e a aparência do relevo local (dir.), neste caso apontando com azul claro, o curso principal do Rio Paraguai e seu braço a leste, denominado Rio Nabileque (correndo no sentido NNE-SSW). O grande bloco florestado a sudeste da área de estudo corresponde ao Planalto da Bodoquena, protegido em grande parte pelo Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
3 FIGURA 3. Documentação do registro de Calonetta leucophrys, obtida em 28 de julho de 200 na localidade Fazenda Tarumã. À esquerda, um casal de Amazonetta brasiliensis, que um dos indivíduos do grupo acompanhava. m); período: 2 a 28 de julho de 200; esfor- cionadas as 2 espécies até então conheci- ajantes do Museu de Zoologia da Universiço amostral: 5 h; pesquisadores: FCS, AUF, das na literatura para a área de estudo, de dade de São Paulo (Pinto, 1938, 1944). MCVR) (vide Anexo, Figuras A-18 a A-24) acordo com a revisão de Tubélis & Tomas O presente estudo ampliou para 235 espé- 5. Fazenda Tarumã do Nabileque, município (2003). cies o total conhecido para a região. Não obsde Corumbá (20 17'33"S, 57 38'52"W; alt. 90 tante essa riqueza represente quase 50,1% m); período: 27 a 28 de julho de 200; esforço A AVIFAUNA DO da composição conhecida para todo o domíamostral: 8 h; pesquisadores: FCS, AUF, PANTANAL DO NABILEQUE nio do Pantanal e, em uma área nunca antes MCVR) (vide Anexo, Figuras A-25 a A-29). O resultado mais importante foi a adição explorada, ela ainda deve ser considerada. Fazenda Terra Preta, município de Por- de novas espécies para o inventário avifau- bastante preliminar levando-se em consideto Murtinho (20 24'57"S, 57 21'2"W; alt. nístico desta área sul-matogrossense. De to- ração o pequeno período amostral, todo ele 77 m); período: 9 e 22 de junho de 2005; es- do o quadrante abordado, eram conhecidas realizado no período de inverno. forço amostral: 120 h; pesquisadores: APN, apenas 2 espécies de aves (Tubélis & To- Essa particularidade ressalta a necessida- WMT) (vide Anexo, Figura A-30). más, 200), oriundas de material coleciona- de de outros esforços para conhecer a com- Com o objetivo de complementar o co- do, de forma assistemática, por Claude posição da avifauna, em particular de ponnhecimento da avifauna local, foram adi- Grant (Grant, 1911a,b,c) e de naturalistas vi- tos de difícil acesso mais a oeste dos aqui Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
4 considerados que, por sua proximidade com Sporophila palustris. Na manhã de 10 de se Region of Paraguay. Bulletin of the British a fronteira com o Paraguai poderão, inclusi- junho de 200, um casal desta espécie foi ob- Ornithologist's Club 110: Nunes, A.P.; Ticianeli, F.A.T. & Tomás, W.M ve, trazer novidades interessantes mesmo servado forrageando em um banhado na Fa- Aves ameaçadas ocorrentes no Pantanal. Cocomo adições à avifauna do Brasil. zenda Terra Preta. Trata-se de uma espécie rumbá, Embrapa. Série Documentos n pp. Alguns registros destacaram-se no con- com escassos registros no País; sua área de Pelzeln, A. von Zur Ornithologie brasiliens: texto geral, sejam por constituirem-se de in- reprodução no Brasil restringe-se à região Resultate von Johann Natterers Reisen in den Jah- ren 1817 bis Viena, A.Pichler's Witwe & formações adicionais à avifauna do Panta- sudoeste do estados do Rio Grande do Sul Sohn. 42 pp + xx (Itinerarium von Natterer's Reinal, sejam no tocante á conservação. onde reproduz, de onde se dispersa para o sen in Brasilien ). Calonetta leucophrys. Em duas ocasiões, Pantanal e Planalto Central, além da Bahia Pinto, O.M. de O Catálogo das aves do Brasil e foi possível observar esta espécie migrató- e Minas Gerais (Birdlife International, lista dos exemplares no Museu Paulista. 1º parte: Aves não Passeriformes e Passeriformes não Osciria, com escassos registros no Estado do 200; Nunes et al., 200; Cestari, 200), pas- nes excluida a Fam.Tyrannidae e sguintes. Revis- Mato Grosso do Sul. Em uma delas, um gru- sando pelo noroeste e nordeste do Paraná ta do Museu Paulista 22:1-5. po com três indivíduos cruzou o Rio Nabile- (E.Carrano per Straube et al., 2004). Pinto, O.M. de O Catálogo das aves do Brasil e lista dos exemplares existentes na coleção do Deque enquanto realizávamos deslocamento partamento de Zoologia. 2º parte: Ordem Passeripor barco. Posteriormente, na Fazenda Taru- AGRADECIMENTOS. Como forma de formes (continuação): Superfamília Tyrannoidea mã (28 de julho de 200), encontramos 19 in- expressar reconhecimento pelo apoio finan- e Subordem Passeres. São Paulo, Departamento divíduos, frequentando grupos de aves limí- ceiro e logístico que possibilitou este estudo, de Zoologia. 70 pp. Remsen, J. & Ridgely, R Additions to the avifaucolas (inclusive nadando lado a lado com FCS, AUF e MCVR agradecem a Angela Pelna of Bolivia. Condor 82:9-75. um casal da marreca Amazonetta brasilien- lin e Márcia Brambilla, da Fundação Neo- Remsen, J. & Traylor, M.A Additions to the sis) em um alagadiço, onde foi possível ob- trópica do Brasil ("Projeto Corredor de Bio- avifauna of Bolivia, part 2. Condor 85: ter imagens comprobatórias (Figura 3). diversidade Miranda - Serra da Bodoquequinze dias nas suas aldeias (Sul de Matto- Rivasseau, E A vida dos indios Guaycurus: Buteo brachyurus. Um indivíduo foi ob- na") e à Conservação Internacional do Bra- Grosso). São Paulo, Companhia Editora servado, na manhã de 24 de julho de 200, sil. APN e WMT agradecem à Fundação Pan- Nacional. 331 p. sobrevoando uma mata decidual ladeada tanal Com Ciência, Conservação Internacio- Silva, M.P. da; Mauro, R.; Mourão, G. & Coutinho, M. por cerrado stricto sensu na Reserva Kadi- nal do Brasil e Embrapa Pantanal ("Projeto Distribuição e quantificação de classes de vegetação do Pantanal através de levantamento wéu. A espécie não consta na coletânea de Levantamento da diversidade, distribuição aéreo. Revista Brasileira de Botânica Tubélis & Tomás (2003), embora seja larga- geográfica e relações biogeográficas da avi- 23(2): mente conhecida por todo o Brasil extra- fauna do Pantanal"). Somos também gratos Straube, F.C.; Urben-Filho, A. & Kajiwara, D amazônico. aos proprietários e administradores das favermelho da fauna ameaçada no Estado do Aves. In: S.B.Mikich & R.S.Bérnils eds. Livro Aramides ypecaha. Além dos registros ob- zendas estudadas, pela permissão ao acesso Paraná. Curitiba, Instituto Ambiental do Paraná. tidos na região de Porto Murtinho (Rio Apa) às propriedades: srs. Terêncio e Apolinária 73 p. (Straube et al., em prep.), encontramos essa (Fazenda Pacu), Jorge e Joel (Fazenda Bu- Straube, F.C.; Urben-Filho, A.; Pivatto, M.A.C.; espécie em outros três pontos da região do gio), Milton e Iara (Fazenda Tarumã do Nabicontribuição à Ornitologia do chaco brasileiro Nunes, A.P. & Tomás, W.M. em prep. Nova Nabileque (Anexo 1), somando seis consta- leque). Nossa gratidão ao sargento Saraiva (Mato Grosso do Sul, Brasil). Estudo em tações visuais e/ou auditivas. Na Ponte do (Polícia Ambiental, Destacamento de Boni- preparação. Nabileque, onde obtivemos contactos em to) pela intervenção competente e ágil no Teixeira, D.M.; Nacinovic, J.B. & Schloemp, I.M. quatro pontos diferentes, esse ralídeo pare- contacto com os proprietários Notas sobre alguns Passeriformes brasileiros pouco conhecidos. Ararajuba 2:97- ce ser comum, sendo flagrado facilmente pe la vocalização característica. Tratam-se es- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Tubélis, D. P. and W.M.Tomas Bird species of tes dos primeiros registros para o Pantanal Birdlife International Species facsheet: Spo- the Pantanal wetlands, Brazil. Ararajuba brasileiro (cf. Tubélis & Tomas, 2003). rophila palustris. Disponível online em 11(1): acessada em 31 de dezembro Vanzolini, P.E As viagens de Johann Natterer no Anodorhynchus hyacinthinus. Espécie de 200. Brasil ( ). Papéis Avulsos de Zoologia oficialmente ameaçada de extinção (MMA, Bond, J. & Meyer de Schauensee, R The birds of 38(3): ), na categoria "vulnerável", foi encon- Bolivia. Part I. Proceedings of The Academy of Vila-da-Silva, J. dos S.; Abdon, M. de M.; Boock, A. & trada em três localidades, duas delas, efeti- Natural Sciences of Philadelphia 94: Silva, M.P. da Fitofisionomias Bond, J. & Meyer de Schauensee, R The birds of dominantes em parte das sub-regiões do vamente inseridas na área de estudo: duran- Bolivia. Part II. Proceedings of The Academy of Nabileque e Miranda, sul do Pantanal. Pesquisa te deslocamento fluvial pelo Rio Nabileque Natural Sciences of Philadelphia 95: Agropecuária Brasileira 33: (5 indivíduos voando) e na Fazenda Terra CBRO, 200. Lista das aves do Brasil. Versão 17 de UNIDERP, Atlas geográfico digital de Mato Preta (23 indivíduos). Uma terceira ocasião julho de 200. Comitê Brasileiro de Registros Grosso do Sul. Universidade para o Ornitológicos. Disponível on line em Desenvolvimento do Estado e da Região do refere-se a dois indivíduos constatados so- Acessada em 25 de agos- Pantanal. Homepage, disponível em: brevoando a estrada de acesso para a Fazen- to de acessada em 30 da Lontra Cinco (20 47'21"S e Cestari, C Novos registros de aves do gênero de dezembro de '11"W) a partir da Rodovia MS-382. Sporophila para o Pantanal. Atualidades Orni- Veloso, H.P; Rangel-Filho, A.L.T. & Lima, J.C.A. tológicas 129: Classificação de vegetação brasileira Phyllomyias reiseri. Esse tiranídeo é co- Grant, C.H.B. 1911a. List of birds collected in Argentinhecido de apenas algumas poucas localida- na, Paraguay, Bolívia, and southern Brazil, with Janeiro, IBGE. 124 p. adaptada a um sistema universal. Rio de des brasileiras e também no Paraguai, todas field notes. Part I. Passeres. Ibis 5: elas em florestas decíduas (Teixeira et al, Grant, C.H.B. 1911b. List of birds collected in Argenti- 1. Mülleriana: Sociedade Fritz Müller de na, Paraguay, Bolívia, and southern Brazil, with 1991). Já foi localizado no Parque Nacional field notes. Part II. Picariae -Anatidae. Ibis Ciências Naturais, Curitiba, Paraná, Brasil; da Serra da Bodoquena (Pivatto et al., 200) 5: Embrapa Pantanal, Corumbá, Mato e constitui-se de interessante endemismo Grant, C.H.B. 1911c. List of birds collected in Argenti- Grosso do Sul, Brasil; 3. urutau@ dos enclaves de matas decíduas no bioma do na, Paraguay, Bolívia, and southern Brazil, with mulleriana.org.br; 4. neocrex@mulleriana. field notes. Part III.Columbidae - Rheidae. Ibis cerrado. Um indivíduo foi observado na ma- 5: org.br; 5. udu@ibest.com.br;. tomasw@ nhã de 24 de julho de 200 em uma mata de- Hayes, F.; Goodman, S.M. & López, N.E New cpap.embrapa.br; 7. cilabelula@yahoo. cídua na Reserva Kadiwéu. or noteworthy bird records from the Matogrosen- com.br. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
5 ANEXO 1. Lista de espécies registradas na região do Pantanal de Nabileque (segundo CBRO, 200) Localidades (vide sob Métodos):. Fazenda Pacu;. Reserva Kadiwéu;. Rio Nabileque;. Ponte do Nabileque; 5. Fazenda Tarumã do Nabileque;. Fazenda Terra Preta. Registros da literatura (Tubélis & Tomás, 2003): e p b c, Porto Esperança;, Morro/Ilha do Puga;, Ilha dos Bugres/Passo dos Bugres;, Forte Coimbra. STRUTHIONIFORMES CATHARTIDIFORMES JACANIDAE RHEIDAE CATHARTIDAE 1345 Jacana jacana 125 Rhea americana Cathartes aura Cathartes burrovianus STERNIDAE 1345 TINAMIFORMES Coragyps atratus 135 Phaetusa simplex TINAMIDAE Sarcoramphus papa Crypturellus undulatus 24 RYNCHOPIDAE 2 Crypturellus parvirostris FALCONIFORMES Rynchops niger 135 PANDIONIDAE 3 ANSERIFORMES Pandion haliaetus COLUMBIFORMES ANHIMIDAE COLUMBIDAE 13 1 Chauna torquata ACCIPITRIDAE Columbina minuta 1345 Rostrhamus sociabilis Columbina talpacoti 1 ANATIDAE Ictinia plumbea Columbina squammata Geranospiza caerulescens Dendrocygna viduata Columbina picui 1345 Buteogallus urubitinga e5 Dendrocygna autumnalis Patagioenas picazuro 1345 Heterospizias meridionalis 13 Cairina moschata Patagioenas cayennensis 134 Busarellus nigricollis 5 15 Amazonetta brasiliensis Zenaida auriculata 1245 Rupornis magnirostris Callonetta leucophrys Leptotila verreauxi 1 Buteo melanoleucus Leptotila rufaxilla 2 Buteo brachyurus GALLIFORMES CRACIDAE PSITTACIFORMES FALCONIDAE Ortalis canicollis PSITTACIDAE Caracara plancus Aburria cumanensis 15 Anodorhynchus hyacinthinus Milvago chimachima 23 3 Crax fasciolata Primolius auricollis Herpetotheres cachinnans Aratinga leucophthalma Micrastur semitorquatus 1245 PELECANIFORMES 1 Aratinga aurea Falco sparverius e1345 PHALACROCORACIDAE 2 Nandayus nenday Falco rufigularis Phalacrocorax brasilianus Pyrrhura devillei ep12345 GRUIFORMES Myiopsitta monachus e123 ANHINGIDAE ARAMIDAE Brotogeris chiriri e Anhinga anhinga Aramus guarauna Pionus maximiliani 1245 Amazona aestiva CICONIIFORMES RALLIDAE ARDEIDAE Aramides cajanea 14 CUCULIFORMES Tigrisoma lineatum Aramides ypecaha CUCULIDAE 23 b Cochlearius cochlearius Porzana albicollis Piaya cayana Nycticorax nycticorax Crotophaga ani Butorides striata HELIORNITHIDAE Guira guira Heliornis fulica Tapera naevia Bubulcus ibis 1345 Dromococcyx phasianellus Ardea cocoi 1345 CARIAMIDAE Ardea alba Cariama cristata STRIGIFORMES Syrigma sibilatrix TYTONIDAE Pilherodius pileatus CHARADRIIFORMES Tyto alba 145 Egretta thula CHARADRIIDAE 15 Vanellus chilensis STRIGIDAE 5 4 THRESKIORNITHIDAE Charadrius collaris Megascops choliba Mesembrinibis cayennensis Glaucidium brasilianum 145 Phimosus infuscatus RECURVIROSTRIDAE Athene cunicularia Theristicus caerulescens Himantopus melanurus b Rhinoptynx clamator 15 Theristicus caudatus SCOLOPACIDAE CAPRIMULGIFORMES e CICONIIDAE Tringa flavipes CAPRIMULGIDAE Ciconia maguari e Tringa solitaria e Nyctiprogne leucopyga 5 Jabiru mycteria 145 Tringa melanoleuca 35 Podager nacunda e 145 Mycteria americana Calidris melanotos Nyctidromus albicollis Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
6 1 134 Caprimulgus parvulus Certhiaxis cinnamomeus TURDIDAE Hydropsalis torquata Phacellodomus rufifrons Turdus rufiventris 14 2 Phacellodomus ruber Turdus leucomelas b1245 e14 APODIFORMES Pseudoseisura unirufa Turdus amaurochalinus TROCHILIDAE Eupetomena macroura TYRANNIDAE MIMIDAE Chlorostilbon lucidus Leptopogon amaurocephalus Mimus saturninus Hylocharis chrysura Hemitriccus striaticollis e4 4 Mimus triurus Polytmus guainumbi Hemitriccus margaritaceiventer 4 Todirostrum cinereum 2 MOTACILLIDAE TROGONIFORMES Phyllomyias reiseri 2 Anthus lutescens TROGONIDAE Myiopagis caniceps 15 Trogon curucui Elaenia flavogaster 1235 THRAUPIDAE Camptostoma obsoletum 1 CORACIIFORMES Tachyphonus rufus Suiriri suiriri 15 4 ALCEDINIDAE Ramphocelus carbo Serpophaga subcristata Ceryle torquatus Euscarthmus meloryphus Thraupis sayaca Chloroceryle amazona Tolmomyias sulphurescens Thraupis palmarum 1345 Chloroceryle americana Platyrinchus mystaceus Conirostrum speciosum 5 Myiophobus fasciatus GALBULIFORMES Lathrotriccus euleri EMBERIZIDAE 1345 GALBULIDAE Cnemotriccus fuscatus 1 Zonotrichia capensis 1 5 Galbula ruficauda e5 Pyrocephalus rubinus Ammodramus humeralis 15 Xolmis cinereus 15 Poospiza melanoleuca 12 e15 BUCCONIDAE Xolmis velatus Sicalis flaveola Nystalus striatipectus Xolmis irupero Emberizoides herbicola Gubernetes yetapa Volatinia jacarina PICIFORMES e4 Arundinicola leucocephala Sporophila leucoptera RAMPHASTIDAE 34 e c12345 Fluvicola albiventer Sporophila bouvreuil Ramphastos toco Machetornis rixosa Sporophila collaris 1 Myiozetetes cayanensis PICIDAE Sporophila hypoxantha Pitangus sulphuratus 2 Picumnus albosquamatus Sporophila palustris 13 Megarynchus pitangua 1 Melanerpes candidus Sporophila angolensis e1 Tyrannus melancholicus 1245 Melanerpes cactorum Coryphospingus cucullatus 2 Tyrannus savana 1345 Veniliornis passerinus 12 Paroaria coronata 12 Casiornis rufus e1345 Piculus chrysochloros 1 Paroaria capitata e124 Myiarchus ferox Colaptes melanochloros 1245 Myiarchus tyrannulus Colaptes campestris 15 CARDINALIDAE 5 c145 Celeus lugubris TITYRIDAE Saltator coerulescens 15 1 Dryocopus lineatus Tityra cayana c Saltator atricollis Campephilus melanoleucos VIREONIDAE PARULIDAE PASSERIFORMES Cyclarhis gujanensis Parula pitiayumi THAMNOPHILIDAE Geothlypis aequinoctialis Taraba major CORVIDAE Basileuterus flaveolus Thamnophilus doliatus Cyanocorax cyanomelas Basileuterus hypoleucus Thamnophilus sticturus Cyanocorax chrysops Formicivora rufa ICTERIDAE e4 Cercomacra melanaria HIRUNDINIDAE Psarocolius decumanus 135 Tachycineta albiventer Procacicus solitarius DENDROCOLAPTIDAE Tachycineta leucorrhoa Cacicus chrysopterus 4 Sittasomus griseicapillus Progne chalybea Icterus cayanensis Xiphocolaptes major Stelgidopteryx ruficollis 145 Icterus croconotus Dendrocolaptes platyrostris Dendrocolaptes picumnus Gnorimopsar chopi TROGLODYTIDAE Lepidocolaptes angustirostris Troglodytes musculus Amblyramphus holosericeus Campylorhamphus trochilirostris Campylorhynchus turdinus Agelasticus cyanopus 45 Thryothrorus leucotis Chrysomus ruficapillus FURNARIIDAE Thryothorus guarayanus Agelaioides badius Furnarius leucopus 4 Molothrus oryzivorus e Furnarius rufus DONACOBIIDAE Molothrus bonariensis Schoeniophylax phryganophilus Donacobius atricapilla 4 Synallaxis frontalis FRINGILLIDAE Synallaxis albescens POLIOPTILIDAE Carduelis magellanica Synallaxis albilora Polioptila dumicola Euphonia chlorotica Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
7 ANEXO Documentação fotográfica FIGURA A-1. Imagem de satélite (Google Earth, 200) indicando a localidade aqui denominada Fazenda Pacu", situada na margem esquerda do Rio Nabileque, poucos quilômetros a montante da foz do Rio Naitaca. FIGURA A-2. Estrada de acesso à Fazenda Pacu a partir da Rodovia MS-382. Paisagem de orografia plana com pastos naturais e cerrado, interrompida por pequenas elevações com florestas decíduas. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
8 FIGURA A-3. Associação de carandá (Copernicia alba), localmente denominada carandazal (estepe parque) nos arredores da Fazenda Pacu. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
9 FIGURA A-4. Vista na ponte sobre o Rio Naitaca, na Rodovia MS-382. Três gradientes altitudinais determinando a paisagem: margem fluvial e várzea; carandazais, sob solos sazonalmente encharcados; e floresta decídua, confinada à maiores elevações de relevo. FIGURA A-5. Ponte sobre o Rio Naitaca, indicando a mesma transição altitudinal e várzeas, periodicamente inundáveis. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
10 FIGURA A-. Imagem de satélite (Google Earth, 200) indicando a localidade aqui denominada Reserva Kadiwéu", e sua orografia montanhosa, nas adjacências da margem esquerda do Rio Naitaca. FIGURA A-7. Proximidades da Fazenda Tomásia, nas margens da Rodovia MS-382. Vegetação rupícola com bromeliáceas e cactáceas, mostrando ao fundo (esquerda) a floresta decídua. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
11 FIGURA A-8. Limite sudeste da Reserva Kadiwéu, na Rodovia MS-382: várzea do Rio Aquidabã com estádio seral da mata ciliar. FIGURA A-9. Vegetação chaquenha (espinheiral) no limite sudeste da Reserva Kadiwéu, pouco antes do Rio Aquidabã. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
12 FIGURA A-10. Ponte sobre o Rio Aquidabã, na Rodovia MS-382: mata ciliar com acuri (Scheelea phalerata). FIGURA A-11. Transição de paisagem chaquenha e floresta decídua, no interior da Reserva Kadiwéu. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
13 FIGURA A-12. Transição de floresta decídua e cerrado, na Reserva Kadiwéu. FIGURA A-13. Campo de gramíneas e cerrado stricto sensu; ao fundo, pequenas elevações com floresta decídua: Reserva Kadiwéu. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
14 FIGURA A-14. Imagem de satélite (Google Earth, 200) indicando a localidade aqui denominada "Rio Nabileque", e sua orografia plana com vários meandros, canais de vazão fluvial e lagoas de água aprisionada, eventualmente interrompidos por pequenas elevações. À direita o nítido limite da floresta decídua. FIGURA A-15. Rio Nabileque e seu leito, com campos inundados, tendo à margem extensos carandazais. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
15 FIGURA A-1. Mata ciliar do Rio Nabileque, destacando o novateiro (Triplaris surinamensis) em plena floração. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
16 FIGURA A-17. Rio Nabileque e mata ciliar com alguns indivíduos de carandá e predomínio de espécies arbóreas, dentre elas os ingazeiros (Inga). FIGURA A-18. Imagem de satélite (Google Earth, 200) indicando a localidade aqui denominada Ponte do Nabileque", e o complexo sistema hidrográfico local, intercalando leito principal, braços, meandros e lagoas. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
17 FIGURA A-19. Ponte sobre o Rio Nabileque na Rodovia MS-195: vasta extensão de brejo e campo inundado. FIGURA A-20. Paisagem de inundação ao longo da várzea do Rio Nabileque, à margem da Rodovia MS-195. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
18 FIGURA A-21. Margem do Rio Nabileque e gradação de relevo, determinando a presença de espécies de plantas aquáticas, como o aguapé (Eichhornia) e vegetação de relevos sazonalmente inundáveis (campo de gramíneas e arbustos). FIGURA A-22. Grande concentração de aguapés em ambientes fluviais de pequena correnteza. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
19 FIGURA A-23. Paratudal, tendo o predomínio de um estrato arbóreo dominado pelo paratudo (Tabebuia aurea) cercado, em locais mais baixos, por adensamentos de Cyperus giganteus, à margem da Rodovia MS-195. FIGURA A-24. Margem da Rodovia MS-195, onde há extensas áreas de inundação, preenchidas por extensas concentrações de Cyperus giganteus (pirizais) e capões, formações florestais isoladas em feições geomorfológicas de altitudes pouco maiores. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
20 FIGURA A-25. Imagem de satélite (Google Earth, 200) indicando a localidade aqui denominada "Fazenda Tarumã do Nabileque", situada na margem esquerda do Rio Nabileque. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro FIGURA A-2. Campo de gramíneas e arbustos, cercado por um carandazal.
21 FIGURA A-27. Carandazal do tipo arbóreo aberto, em um local elevado dos arredores da Fazenda Tarumã FIGURA A-28. Pasto inundável e carandazal do tipo arbustivo aberto, na Fazenda Tarumã. Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
22 FIGURA A-29. Campo de gramíneas e arbustos; ao fundo, carandazal arbustivo aberto. FIGURA A-30. Imagem de satélite (Google Earth, 200) indicando a localidade aqui denominada "Fazenda Terra Preta". Atualidades Ornitológicas Nº Novembro/Dezembro
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