AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE ABÓBORA PARA CONSUMO DE FRUTOS VERDES EM GOIÁS

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1 1 AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE ABÓBORA PARA CONSUMO DE FRUTOS VERDES EM GOIÁS MORAES 1,4, E. R.; VIDAL 2,4, V. L.; COSTA 3,4, L. L.;PEREIRA 3,4, J. A.; FERNANDES 3,4, F.H.; PEIXOTO 5, N. 1 Bolsista PBIC/UEG 2 Pesquisadora - Orientadora 3 Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG 4 Curso de Agronomia, Unidade Universitária de Ciências Agrárias de Ipameri, UEG 5 Professor Colaborador RESUMO Avaliou-se, na fazenda experimental da Universidade Estadual de Goiás (UEG)- Unidade Universitária de Ipameri-GO, onze linhagens de abóboras para consumo verde, no período primavera-verão, quanto as seguintes características: produtividade total (t.ha -1 ), número de frutos por planta e peso médio dos frutos (g). O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com onze linhagens (PAR01-04, PAR02-02, PAR03-02, PAR04-19, PAR06-08, PAR07-03, PAR09-09, PAR14-12, PAR15-15, PAR17-01, PAR28-20), em três repetições. A linhagem PAR14-12 mostrou-se superior quanto a produtividade e ao número de frutos por planta. Enquanto que linhagem PAR07-03 se destacou quanto à produtividade. Não houve diferença entre as linhagens quanto ao peso médio de frutos. As linhagens PAR14-12 e PAR07-03, apresenta potencial para ser indicadas em um futuro próximo aos produtores de abóbora para consumo verde. Termos de indexação: Curcubita moschata, produtividade, número médio de frutos por planta e peso médio de frutros INTRODUÇÃO Do ponto de vista sócio econômico, as abóboras são importantes por fazer parte da alimentação básica das populações de varias regiões do país. A abobrinha verde (Cucúrbita moschata) tem estado entre as principais hortaliças mais cultivadas em Goiás. Em 2001 foram

2 2 comercializadas através das Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás S.A.-CEASA- GO, ,19 t de abóboras verdes comuns, contra 34,52 t de abóboras italianas 14,16 t de menina brasileira. Segundo Peixoto et al., 2001; CEASA-GO, 2001, mais de 99% das abóboras verdes comercializadas, pertencem a um tipo, denominado regionalmente como abóbora comum ou de porco, cujos frutos são utilizados para consumo humano, quando imaturos. Segundo Filgueira, et al, a abobrinha (Cucúrbita moschata), pertence à família Cucurbitácea, fruto para consumo é colhido ainda verde, quando deixado na planta este se desenvolve até formar a abóbora madura, que neste caso não possui valor para consumo humano. Originouse no continente americano, do Peru ate o sul dos EUA. É um fruto de fácil digestão, rico em niacina, além de ser fonte de vitaminas do complexo B. Possui poucas calorias. O trabalho com abóbora verde comum em Goiás teve início em 2000, na AGENCIA RURAL Estação Experimental de Anápolis GO (EEA), pela coleta de populações nos municípios de Anápolis, Goiânia e Trindade, onde se concentram as principais áreas de cultivos de abóboras desse tipo comercial. De acordo com Peixoto, 2002 (dados não publicados), as populações de abóboras verdes comuns utilizadas pelos produtores apresentam grande variabilidade para formato, cor e tamanho o que dificulta a padronização comercial e, conseqüentemente, trocas com outros mercados, destinando-se a produção no mercado interno de Goiás. Já as cultivares para consumo verde, hoje disponível no mercado brasileiro de sementes, apresentam baixo teor de sólidos solúveis e pouca consistência, em contraste com populações cultivadas com esta finalidade por produtores do interior brasileiro. Os cultivos de abóboras verde têm-se caracterizado pelo sistema tradicional preconizado pela revolução verde (uso intensivo de fertilizantes químicos, agrotóxicos e mecanização), predominando em pequenas propriedades rurais, com mão-de-obra familiar. Segundo Witaker & Davis, 1962 citados por Resente et al., 1996, as cucurbitáceas necessitam de alta luminosidade e longos períodos de temperaturas elevadas durante seu ciclo vegetativo, desenvolvendo-se melhor nas épocas secas, sendo mais susceptível à doenças nos períodos úmidos. E ainda segundo Resende et al., nas condições de Porterinha MG, observaram em sistema convencional, as melhores épocas de plantio em cultivares e híbridos de moranga nos períodos mais secos (maio e agosto), sendo as menores produtividades apresentadas no período das águas (novembro e fevereiro).

3 3 De acorde com Silva, 1997; Silva et al., 1999, avaliando o crescimento e o estado nutricional de abóbora híbrida em função de adubação orgânica e mineral, observaram que o composto orgânico sozinho foi capaz de explicar a maior parte do crescimento das plantas em matéria seca, isto não somente pelo conteúdo de nutrientes ou melhores condições físicas do solo, mas também devido provavelmente ao aumento da absorção de nutrientes. Em Goiás, há demanda por parte dos consumidores por este tipo de abóbora, mas os produtores que têm-se dedicado à produção não encontram sementes de cultivares no mercado. Em virtude da indisponibilidade de tecnologia específica, incluindo cultivares adaptadas e da produção alcançar preços diferenciados e mercado garantido e do germoplasma disponível no estado de Goiás. Em função disso, foi avaliado na UnU de Ipameri onze linhagens de abóbora verde comum. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido, na unidade Universitária de Ipameri-GO (UEG), com onze linhagens abóbora (linhagens com quatro gerações de autofecundação) de abóbora verde comum, do programa de melhoramento genético da AGENCIARURAL, EEA, no período de 15 de dezembro de 2005 a 21 de março de 2006, quanto as seguintes características: produtividade total (t.ha -1 ), número de frutos por planta e peso médio dos frutos (g). O trabalho foi realizado em Latossolo Vermelho Amarelo, que foi corrigido e fertilizado de acordo com a sua análise química. Na sede do município da cidade a latitude é de 17º 41 S, longitude 48º 11 W e altitude de 800 m, e o clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Aw, constando temperaturas elevadas com chuvas no verão e seca no inverno. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com onze tratamentos (PAR01-04, PAR02-02, PAR03-02, PAR04-19, PAR06-08, PAR07-03, PAR09-09, PAR14-12, PAR15-15, PAR17-01, PAR28-20) e três repetições. As parcelas, com 20m 2, foram constituídas de cinco plantas, todas úteis, sendo dispostas em uma única fileira, com espaçamento de 4 x 1m e uma planta por cova. Na semeadura, em cada cova, foram utilizadas 180g do formulado e 1 litro de cama de frango. Foram semeadas quatro sementes por cova, realizando-se o desbaste quinze dias após a semeadura, deixando-se uma planta por cova. A adubação de cobertura constou de 30g de sulfato de amônio por cova aos 20 e aos 40 dias após a semeadura. O preparo do solo foi realizado no mês de outubro de 2005, realizando-se a análise do solo e posteriormente a abertura dos sulcos através de um sulcador mecânico.

4 4 Antes da semeadura, a área foi dessecada mediante a aplicação de glyphosate na proporção de 2% juntamente com 50g de uréia para cada 20L de calda. A semeadura foi realizada em 15/12/2005, colocando-se quatro sementes por cova.para ajuste da população, foi realizado um desbaste quinze dias após a emergência, deixando-se uma plântula por cova. Em virtude da ocorrência de um período de estiagem em janeiro, veranico, foi realizada a irrigação complementar na cultura por meio de um sistema de gotejo durante um período de aproximadamente quinze dias. Além da irrigação, outro trato cultural realizado foi a capina manual nas proximidades das plantas (coroamento) e nas entrelinhas o controle de ervas indesejáveis foi realizado mediante a aplicação de herbicida (glyphosate). Quanto a problemas fitossanitários, as pragas e doenças que normalmente atacam a cultura não se manifestaram de modo a causar danos econômicos, por isso, não foi realizado nenhum controle. A coleta dos dados analíticos foi realizada num período variável de dois a três dias. A partir das colheitas realizadas manualmente, foram obtidos os dados referentes ao número e peso de frutos, além do número de plantas por parcela. Que geraram, produtividade, peso médio de frutos e número de frutos por planta. Esses dados foram submetidos ao teste T para análise de variância; ao teste de Tukey para comparação entre as médias dos tratamentos a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram observadas diferenças estatísticas significativas entre as linhagens para produtividade e número de frutos por planta. A linhagem PAR14-12 mostrou-se superior a PAR02-02, PAR28-20, PAR03-02, PAR09-09, quanto a produtividade e número de frutos por planta. Enquanto que a linhagem PAR07-03 se destacou somente quanto a produtividade em detrimento das linhagens a PAR02-02, PAR28-20, PAR03-02, PAR O peso médio de frutos variou de 509,67 à 335,00 gramas, não havendo diferença entre as linhagens. A produtividade média total de frutos das sete linhagens mais produtivas foi de 12,22 t.ha -1, enquanto que a média das quatro linhagens menos produtivas foi 5,52 t.ha -1. Essas linhagens mais produtivas estão dentro da média de produtividade esperada por Filgueira (2003).

5 5 As linhagens PAR14-12 e PAR07-03, apresentam potencial para ser indicadas em um futuro próximo aos produtores de abóbora para consumo verde. CONCLUSÃO A linhagem PAR14-12 mostrou-se superior quanto à produtividade e ao número de frutos por planta. Enquanto que a linhagem PAR07-03 se destacou quanto à produtividade. Não houve diferença estatística entre as linhagens quanto ao peso médio dos frutos. As linhagens PAR14-12 e PAR07-03 apresentam potencial para serem indicadas em um futuro próximo aos produtores de abóbora para consumo verde. BIBLIOGRAFIA CEASA-GO-CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO ESTADO DE GOIÁS-CEASA-GO. Análise Conjuntural. Goiânia: CEASA-GO, p. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2ª ed., p. REZENDE, G.M.; SILVA, R.A.; GOULART, A.C.T. Produtividade de cultivares de moranga e de híbridos do tipo Tetsukabuto em diferentes épocas de plantio. Horticultura Brasileira, Brasília, v.14, n.2, p , novembro, SILVA,N.F.; FERREIRA,F.A.; FONTES, P.C.R.; SEDIYAMA, M.A.N. Crescimento e estado nutricional de abóbora híbrida em função de adubação orgânica e mineral. Horticultura brasileira, Brasília, v.17, n.3, p , novembro, SILVA,N.F. Crescimento, nutrição e produção de abóbora híbrida, em função de adubação mineral e orgânica. Viçosa, UFV, p. (Tese doutorado) Tabela 1. Produtividade, número de frutos por planta e peso médio de frutos em linhagens abóbora para consumo verde. Ipameri-GO. UEG., Linhagem Produtividade (t.ha -1 ) Frutos por planta (Nº) Peso médio (g) PAR ,93 a 14,40 a 385,33 a

6 6 PAR ,52 a 10,80 abc 509,67 a PAR ,66 ab 13,73 ab 368,00 a PAR ,19 abc 11,27 abc 450,33 a PAR ,60 abc 10,63 abc 442,00 a PAR ,52 abc 9,73 abc 478,67 a PAR ,13 abcd 8,67 abc 466,67 a PAR ,49 bcd 5,47 c 477,67 a PAR ,35 bcd 6,47 bc 400,00 a PAR ,32 cd 5,90 c 390,33 a PAR ,93 d 4,80 c 335,00 a CV % 24,24 27,91 14,62 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. ANEXOS Depois de tirar todas as informações conclusivas sobre o trabalho, este foi apresentado no 46º Congresso Brasileiro de Olericultura em Goiânia GO nas seguintes formas: -Pôster VIDAL, V. L.; MORAES, E. R.; FERNANDES, F.H.; PEREIRA, J. A.; COSTA, L. L.; PEIXOTO, N. Avaliação de linhagens de abóbora para consumo de frutos verdes em Goiás. In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 46º, 2006, Goiânia. -Resumo VIDAL, V. L.; MORAES, E. R.; FERNANDES, F.H.; PEREIRA, J. A.; COSTA, L. L.; PEIXOTO, N. Avaliação de linhagens de abóbora para consumo de frutos verdes em Goiás. Horticultura brasileira, Brasília, v.24, n.1, p , njulho, Suplemento. -Trabalho completo VIDAL, V. L.; MORAES, E. R.; FERNANDES, F.H.; PEREIRA, J. A.; COSTA, L. L.; PEIXOTO, N. Avaliação de linhagens de abóbora para consumo de frutos verdes em Goiás. CD/ROM. Trabalho apresentado no 46º Congresso Brasileiro de Olericultura, 2006.

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