MULHERES NA ENGENHARIA: UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA ACERCA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO PARANÁ
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1 MULHERES NA ENGENHARIA: UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA ACERCA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO PARANÁ Kariane Camargo Svarcz (CNPq-UNICENTRO). Profa. Dra. Luciana Rosar Fornazari Klanovicz (Orientadora) - lucianarfk@gmail.com Universidade Estadual do Centro-Oeste. Setor de Ciências Humanas, Letras e Arte. Departamento de História. Guarapuava, Paraná. Palavras-chave: História e Gênero, Ciência, Paraná. Resumo A presente pesquisa objetiva a análise e discussão acerca do ingresso e permanência de mulheres nos cursos de Engenharias da UNICENTRO, partindo de uma perspectiva de Gênero e Ciência. Já que os cursos de Engenharia dessa universidade atraem uma quantidade relevante de candidatos e candidatas, percebeu-se a necessidade de analisar tal questão, partindo de um ponto de vista histórico e de uma construção histórica em Gênero e Ciência. Introdução O crescimento do número de mulheres em vagas acadêmicas e científicas no Brasil, especialmente nas Engenharias, e as condições com que elas constroem sua carreira no curso, é um problema que deve ser analisado historicamente. A partir de estudos históricos, a presente pesquisa procura refletir sobre as questões de gênero envolvidas na produção desses saberes científicos, tendo em vista que a tecnologia e a ciência constroem o gênero, onde o papel tradicional de homens e mulheres pode ser mudado, e observar como essas relações entre homens e mulheres acontecem nas Engenharias, considerando que tanto gênero e ciência são construções históricas e mudam no decorrer do tempo através das tensões e contingências sociais e científicas. A crescente presença de mulheres estudantes de engenharia atualmente, em comparação com o passado, trouxe modificações para a imagem do próprio grupo e contribui para quebrar os tradicionais padrões de gênero, que viam a Engenharia como um campo masculino, e que estereotipavam a feminilidade da mulher, deixando-a fora dos campos da ciência. Mesmo que, talvez, ainda haja divisão sexual de trabalho dentro desse grupo, as relações de sexo no ambiente profissional está movimentando-se favoravelmente às mulheres, já que sua presença, hoje constante, no ambiente científico, acadêmico e empresarial está sendo aceita. Sendo assim, a presente pesquisa objetiva, partindo da análise de
2 casos referentes que ocorrem na região, a discussão sobre o ingresso e sucesso de mulheres nas áreas de Engenharias da UNICENTRO, a fim de visualizar amplamente essa problemática, partindo de uma construção histórica em Gênero e Ciência. Metodologia Os procedimentos metodológicos a serem desenvolvidos no âmbito desta pesquisa constituem, num primeiro momento, na coleta de dados quantitativos e qualitativos acerca do ingresso de mulheres e sua formação nos Cursos de Engenharia da UNICENTRO. Após, uma aproximação a essas mulheres, ao tentar fazer possível um diálogo entre as pesquisas quantitativas e qualitativas. A presente pesquisa está sendo embasada nos estudos de Fanny Tabak O Laboratório de Pandora: estudos sobre a ciência no feminino (2002) a qual expõe a relação da Ciência e Tecnologia com a presença das mulheres nestas carreiras, apontando, além da trajetória desta relação, as possibilidades de novos caminhos para uma incorporação maior destas áreas como potencial de escolhas também por mulheres. A tese de Maria Rosa Lombardi, Perseverança e persistência: A Engenharia como profissão feminina, a qual buscou identificar os padrões de gênero no campo da engenharia no Brasil, incluindo questões de formação e trabalho e sua evolução nos últimos 30 anos, está sendo utilizada como fonte secundária, já que discute a historicidade do campo das Engenharias em nível nacional, assim como no campo teórico, contribuindo para a fomentação na discussão de gênero para esta temática. A coleta dos dados quantitativos está sendo feita a partir do ano de 2001, tendo em vista que ainda só foi possível colher os dados a partir desse período. A parte qualitativa dessa pesquisa inclui desde a busca pelas graduandas e graduadas em Engenharia, bem como dados peculiares à sua formação e trabalho. Para tanto, pretende-se uma aproximação a essas mulheres, para realização de entrevistas pessoais, a fim de sustentar e enriquecer as posteriores discussões sobre os resultados de tal pesquisa. Os dados de uma pesquisa histórica qualiquantitativa, especialmente na área de Gênero e Ciência, permitem conversações interdisciplinares e documentam como a relação entre o gênero e a ciência é reciproca e mudam com o transcorrer do tempo e com as transformações dos espaços. Essa pesquisa configura-se como novidade no Paraná, a qual visa uma leitura histórica sobre a participação ativa das mulheres no mundo científico e tecnológico Paranaense, para posteriores análises e comparações com os dados obtidos pelas universidades de Santa Catarina e Rio Grande do sul, no que diz respeito a entrada de mulheres nos cursos de Engenharia. É a partir dessas perspectivas que fundamenta-se essa presente pesquisa.
3 Resultados e Discussões Considerando que a presente pesquisa está iniciando-se, ainda espera-se como resultados, além da publicação de artigos em revistas especializadas, nacionais e internacionais, a apresentação de resumos expandidos em congressos, seminários e similares, a publicação de um bando de dados online, e por fim a publicação do Relatório Final. Discussões pormenorizadas e detalhadas não se tornam possíveis no momento. Conclusão Diversas pesquisas têm sido feitas em torno da presença/ausência de mulheres em determinadas áreas científicas e tecnológicas, hegemonicamente ocupadas por homens. O Paraná tem buscado construir leituras sobre o assunto, porém não históricas. Percebe-se, portanto, que o campo das Engenharias não recebeu ainda uma interpretação geral quantitativa no sul do país. Os dados de uma pesquisa histórica qualiquantitativa, especialmente na área de Gênero e Ciência permitem conversações interdisciplinares e documentam como a relação entre o gênero e a ciência é reciproca e mudam com o transcorrer do tempo e com as transformações dos espaços. Discussões mais pormenorizadas e detalhadas não se tornam possível no presente momento, considerando que essa pesquisa está em desenvolvimento. Agradecimentos Agradeço à Profa. Dra. Luciana Rosar Fornazari Klanovicz, e ao Laboratório de História Ambiental e Gênero (Lhag pela oportunidade de realizar a presente pesquisa, bem como pela criação e fundamentação da mesma. Referências Lombardi, M.R. Perseverança e Resistência: A Engenharia como profissão feminina. Campinas, SP, Baur, N. Measurement and selection bias in longitudinal data. A framework for reopening the discussion on data quality generalizability of social bookkeeping data. In.: Historical Social Research Historische Sozialforschung (HSR): An international journal for the application of formal methods to History 129, 37(3), 2009, Carrell, S.; Page, M.; West, J. Sex and Science: how professor gender perpetuates the gender gap. Disponível em: Acesso em: 10 nov
4 Ferreira, L.O.; Azevedo, N.; Guedes, M; Cortes, B. Institucionalização das ciências, sistema de gênero e produção científica no Brasil ( ). In História, Ciências, Saúde Manguinhos 15, 2008, Figuerôa, S.F.de M. Engenheiros e Engenheiras no Brasil. In.: Revista Brasileira de História da Ciência. V. 3, pp , Gornick V. Women in Science: then and now. 25 ed. New York: The feminist press of the City University of New York, Heap, R. Introduction: Women and Gender in Canadian Science, Engineering and Medicine. In.: Scientia Canadensis: Canadian Journal of the History of Science, Technology and Medicine/Scientia Canadensis: revue canadienne d historie des sciences, des techniques et de la medicine. V. 29, nº 2, pp. 3-15, Lopes, M. M. (org.) Cadernos pagu: gênero, ciência, história. Campinas: UNICAMP, Pedro, J.M.Gênero e Ciências no sul do Brasil. CAPES-Projeto PNPD2009, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, Tabak, F. O laboratório de Pandora: estudos sobre a ciência no feminino. Rio de Janeiro: Garamond, Tebet, M. Mulheres na engenharia: transgressão? Disponível em: Acesso em: 1 nov Departamento de Engenharia Florestal: Rápida Trajetória de Lutas e Vitórias. Disponível em: Acesso em: 06 abril, Cursos de Graduação da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná. Disponível em: Acesso em: 06 de abril, Histórico Institucional da UNICENTRO. Disponível em: Acesso em: 06 de abril, 2012.
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