A REFORMA TRIBUTÁRIA NA VISÃO DAS EMPRESAS

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1 A REFORMA TRIBUTÁRIA NA VISÃO DAS EMPRESAS Helcio Honda Diretor Titular do DEJUR SEMINÁRIO INTERNACIONAL TRIBUTO AO BRASIL - A REFORMA QUE QUEREMOS 29 e 30 de maio de 2017

2 Evolução da carga tributária no Brasil De 1991 a 2015, a carga tributária aumentou 8,3 p.p.: de 24,4% para 32,7% do PIB a 1995: carga média de 26,2% do PIB 1996 a 2000: carga média de 29,5% do PIB a 2015: carga média de 33,0% do PIB. A indústria de transformação responde por cerca de 30% da carga tributária, apesar de ter 11,7% de participação no PIB. Média 2001/ ,0% Média 1996/ ,5% Média 1991/ ,2% Fonte: IBGE, RFB. Elaboração DECOMTEC/FIESP

3 A carga tributária brasileira é alta e incompatível com a renda per capita do país. Em 2015, a carga tributária foi de 32,7% do PIB, mas deveria ser de 23% do PIB para ser compatível com a renda per capita do Brasil. Fonte: RFB, WEO, IMD. Elaboração DECOMTEC/FIESP 3

4 Além de alta, a carga é complexa e burocrática

5 Além de alta, a carga é complexa e burocrática Brasil: campeão mundial no quesito Tempo para preparar e pagar tributos no Doing Business 2038 Tempo para preparar e recolher tributos em horas/ano Brasil América Latina Mundo OCDE Fonte: Banco Mundial Doing business. Elaboração DECOMTEC/FIESP. 5

6 Além de alta, a carga é complexa e burocrática Estudo do Decomtec-FIESP identificou que, na Indústria de Transformação, o custo para preparar e recolher tributos é de 1,16% do faturamento do setor, o que equivale a 0,61% do PIB da economia. Estudo apresentado por Bernard Appy¹ (CCiF), estima que o custo da administração tributária no setor público (União, Estados e Municípios) também é elevado, equivalente a 0,43% do PIB da economia. Perda econômica de 1,04% do PIB: custo de 0,61% do PIB na Indústria de Transformação somado com o custo de 0,43% do PIB da administração tributária. E, não está nessa conta o custo dos demais setores da economia para pagar tributos. 1. O custo da administração tributária foi apresentado por Bernard Appy no seminário O peso da burocracia tributária: a busca pela simplificação, organizado pelo DECOMTEC/FIESP em setembro de

7 Descasamento entre os prazos para pagamento dos tributos e recebimento das vendas Estudo Decomtec-FIESP identificou que: 83,4% do total de tributos federais recolhido pela indústria de transformação, o equivalente a R$ 217,6 bilhões (2016), é feita com 40 dias de antecedência ao recebimento das vendas R$ 4,2 bilhões foi o custo financeiro estimado, dado pela utilização de capital de giro para recolhimento dos tributos dentro do prazo estabelecido pela regulamentação de cada tributo. Para a indústria de transformação, esse custo é equivalente a: 0,16% do seu faturamento anual 2,23% do valor do investimento produtivo realizado pelo setor.

8 Alguns regimes tributários são complexos e prejudiciais aos agentes econômicos, como é o da Substituição Tributária do ICMS De acordo com 60,5% das indústrias entrevistadas na pesquisa Decomtec-FIESP, a adequação ao regime de Substituição Tributária gerou impactos no Custo Administrativo das empresas. O aumento foi de 1,5% em função do novo regime, sendo 0,6% de custo para implantação, ou seja, pontual, e 0,9% de aumento permanente. Para as MPEs, entretanto, o aumento de custo foi ainda maior: 2,1%, sendo 0,8% do custo administrativo para implantação e 1,3% de aumento permanente desse custo. Sobre a margem MVA-ST (margem de valor agregado) Devido as diferentes condições de mercado para cada praça de comercialização, a MVA promove distorções nos preços e nas margens de lucro das empresas O custo da pesquisa para levantamento anual da MVA é elevado.

9 VISÃO FIESP Como apontado, o sistema tributário atual é prejudicial à competitividade das empresas e ao desenvolvimento econômico do país. Para a FIESP, é urgente a realização de uma reforma tributária que contemple algumas premissas essenciais: Manutenção da atual carga tributária no curto/médio prazos, com sua redução no longo prazo. Simplificação do sistema (número reduzido de tributos e alíquotas). Sistema mais próximo do IVA, com crédito financeiro pleno: atenção especial para a calibragem da alíquota. Equidade tributária entre os setores econômicos e entre produtos nacionais e importados, com ampliação da base de incidência: produtos e serviços

10 VISÃO FIESP Desonerar a folha de pagamentos: transferir alguns dos tributos incidentes sobre os salários para outra fonte de arrecadação, principalmente nos setores tradables. ICMS: unificação da alíquota interestadual e da legislação, desejável um modelo de IVA. Cobrança por fora, sem o próprio tributo e outros tributos na base de cálculo. Desoneração total das exportações e do investimento produtivo. Ressarcimento total e célere dos créditos tributários acumulados. TRANSIÇÃO: necessidade de regras que não promovam mudanças bruscas, sejam previsíveis e tenham prazo coerente para adaptação das empresas.

11 Obrigado Helcio Honda Diretor Titular do DEJUR