Caixa Econômica Federal Desempenho no 1º semestre de 2011

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1 Caixa Econômica Federal Desempenho no 1º semestre de 2011 Apresentação De modo a subsidiar as federações e os sindicados de bancários em todo o País, apresentaremos os destaques das demonstrações financeiras, da rede de atendimento e do quadro de pessoal do consolidado da Caixa Econômica Federal (CEF) para o primeiro semestre de 2011, relativamente ao mesmo exercício de Numa seção especial, faremos algumas considerações sobre o impacto no resultado da Caixa diante das descobertas de inconsistências contábeis no balanço do Banco Panamericano, instituição na qual a Caixa tem participação acionária. Destaques 1S11 Variação (1S11 / 1S10) Agências % Empregados % Ativo total (R$ bi) 459,2 21% Operações de crédito (R$ bi) 192,8 38% Patrimônio líquido (R$ bi) 18,2 27% Lucro líquido (R$ bi) 2,3 36% Rede de atendimento e quadro de pessoal No final do 1º semestre de 2011 a CEF contou com uma rede de 43,3 mil postos de atendimento (+20%), sendo 2,2 mil agências (+7%) e 35,9 mil correspondentes bancários (+21%). O quadro de pessoal esteve composto por um quadro de 84,4 mil empregados (sendo novas admissões) e 15 mil aprendizes (-10%). Entre os empregados, 72,1% têm, ao menos, o curso superior completo, o que dá uma ideia geral do nível de qualificação do pessoal efetivo da CEF. A relação de empregado por agência foi por volta de 38 empregados em 2011, mantendo-se estável frente a Entretanto, em que pese o crescimento do total dos postos de atendimento, vale frisar que tanto os correspondentes bancários quanto os lotéricos, apresentados dentro da estrutura de atendimento do banco, são atividades tipicamente terceirizadas, visto o não enquadramento dos seus trabalhadores como bancários, bem como diante dos respectivos direitos e condições de trabalho. 1

2 Balanço Patrimonial Ativos. O resultado consolidado da CEF administrou R$ 937 bilhões em ativos totais, composto por R$ 459,2 bilhões de ativos próprios (+27,3%), R$ 274 bilhões de FGTS (+10,9%), R$ 143 bilhões de fundos de investimento (+28,8%) e R$ 61 bilhões de outros ativos (+19,6%), com desempenho relativo ao mesmo período de Operações de crédito. Alta de 38% nas operações de crédito, em comparação com o mesmo período de 2010, totalizando saldo de R$ 205,9 bilhões. Deste saldo, as operações comerciais totalizaram R$ 63,2 bilhões, as imobiliárias em R$ 129,3 bilhões e os financiamentos de infraestrutura em R$ 12,8 bilhões, crescimentos de 21,7%, 48,8% e 31,9% respectivamente. No mesmo sentido, suas receitas com operações de crédito registraram um aumento de 44%, que totalizaram em R$ 12,7 bilhões. Provisões. A provisão para créditos de liquidação duvidosa atingiu 6,3% da carteira de crédito em junho de 2011, ante 6,5% em junho de 2010, dos quais 92% estão classificados nos níveis de AA até C. Isso mostra que o nível de provisão se manteve estável e que a expansão das operações de crédito não comprometeu a qualidade da carteira. Patrimônio líquido. O capital próprio do banco evoluiu em 27,3% no período, para o total de R$ 18,2 bilhões de recursos em Demonstração do Resultado No final do 1º semestre de 2011, o Lucro Líquido consolidado da CEF foi de R$ 2,3 bilhões (+36%), com retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio de 28,9%, puxados pelo Resultado de Intermediação Financeira (receitas menos despesas de intermediação) que atingiu R$ 7,3 bilhões (+19%), com destaque para as Receitas com Operações de Crédito (oriundas das receitas do financiamento habitacional) e das Receitas com Operações de Títulos e Valores Mobiliários (associadas aos investimentos em títulos públicos). Outro forte componente do resultado são as receitas com serviços (incluindo renda de tarifas), que consiste na arrecadação direta com os clientes e não clientes pessoas físicas e jurídicas, que encerrou o período em R$ 6,1 bilhões (+24%), superando as despesas de pessoal que foi de R$ 5,6 bilhões (+21%). Somente com serviços e tarifas arrecadados dos clientes e não clientes usuários, o banco conseguiu custear mais de 109% do total das despesas de pessoal e 68% das despesas de pessoal, incluindo as outras despesas administrativas. 2

3 Impacto do Banco Panamericano no resultado da Caixa Nesta seção, destacaremos o impacto observado no resultado do consolidado da Caixa depois de constatadas irregularidades e inconsistências contábeis no balanço do Banco Panamericano, instituição na qual a Caixa tem participação acionária. Para tanto, faremos inicialmente um breve retrospecto da relação comercial entre as duas instituições financeiras. Em dezembro de 2009, a Caixa Econômica Federal (CEF), através da sua subsidiária CaixaPar (Caixa Participações), adquiriu por R$ 780 milhões 36,6% do capital total do Panamericano, sendo 49% composto por ações Ordinárias Nominativas (capital votante), enquanto os 51% pertenciam ao Grupo Sílvio Santos. No entanto, em setembro de 2010 foi descoberto um prejuízo de R$ 2,5 bilhões no Panamericano, decorrente de irregularidade e inconsistências (fraudes) na contabilidade. Em novembro de 2010, como parte da estratégia de recuperação do banco, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) foi acionado para cobrir o prejuízo. O Grupo Silvio Santos, sócio majoritário do Panamericano chegou a um acordo com o FGC, que intermediou o processo, ao realizar um depósito correspondente ao prejuízo inicial apurado (R$ 2,5 bilhões). Em janeiro de 2011, foram descobertas irregularidades adicionais, na ordem de R$ 1,3 bilhão, além de outros ajustes de R$ 0,5 bilhão. Na época, o novo montante foi contabilizado em R$ 4,3 bilhões, o que forçou a venda da participação do Grupo Sílvio Santos (37,6%), que fora adquirido pelo banco de investimento BTG pactual por R$ 450 milhões. Em fevereiro de 2011, a CEF decidiu contratar uma firma especializada para reavaliar a contabilidade dos ativos e dos passivos do Panamericano para identificar os possíveis impactos no resultado de 2011 da Caixa, através da sua subsidiária (CaixaPar). Até o 1º trimestre de 2011, a Caixa declarou que não tinha sido possível avaliar o impacto sobre o banco. No entanto, findo o 1º semestre de 2011, foi possível constatar o impacto na rubrica Participações em controladas e coligadas, que compõe a conta outras receitas/despesas operacionais da demonstração do resultado do exercício Tabela 6. De fato, os efeitos no resultado do semestre relativos ao investimento no Banco Panamericano foi negativo em R$ 144,385 milhões, depois de realizados todos os ajustes contábeis apontados pela consultoria contratada, conforme nota explicativa nº 3, da demonstração do resultado da Caixa. Por conta disso, o resultado total de participações em coligadas sofreu uma queda de 85,50%, encerrando o período em R$ 30,098 milhões; por outro lado, caso fosse excluída a participação do Panamericano, o resultado total seria de R$ 174,483 milhões. Na prática, o que percebeu foi que os resultados auferidos pela CaixaPar ainda não foram suficientes para garantir a cobertura dos prejuízos decorrentes da reavaliação patrimonial do Panamericano. 3

4 Anexo TABELA 1 Rede de atendimento e quadro de pessoal Quantidade Variação jun.2011 jun.2010 Absoluta Relativa Rede de atendimento Agências % Agências, postos e salas de autoatendimento % Correspondentes bancários % Correspondentes lotéricos % Pontos de atendimento Total % Quadro de pessoal Empregados % Empregados/Agência % Estagiários e aprendizes % Fonte: Relatório da Administração - 1º semestre de TABELA 2 Balanço patrimonial: ativo e passivo - Contas selecionadas Valores Participação Variação jun.2011 jun.2010 jun.2011 jun.2010 Absoluta Relativa Ativo Total % 100% %.Títulos e valores mob. e instrum. financ. derivativos % 29% %.Operações de crédito - Total % 37% %..Provisão p/ oper. de crédito de liquid. duvidosa % -3% % Passivo total % 100% %.Depósitos totais % 51% %.Captações no mercado aberto % 18% %.Recursos de aceites e emissão de títulos % 1% % Patrimônio líquido % 4% % 4

5 TABELA 3 Demonstração do resultado - Contas selecionadas Valores Variação jun.2011 jun.2010 Absoluta Relativa 1. Receitas da intermediação financeira % - 2. Despesas da intermediação financeira % 3. Resultado bruto da intermediação financeira (1)-(2) % 4. Outras receitas/despesas operacionais % 4.1. Receitas e outras receitas prest. de serviços % 4.2. Renda de tarifas bancárias % 4.3. Despesas de pessoal % 4.4. Outras despesas administrativas % 4.5. Outras receitas operacionais % 4.6.Outras despesas operacionais % 5. Resultado operacional (3)+(4) % 6. Resultado não operacional % 7. Result. antes da tributação sobre lucro e participações (5)+(6) % 8. Lucro líquido % Participações dos empregados no lucro % TABELA 4 Distribuição do valor adicionado Valores Participação (%) Variação jun.2011 jun.2010 jun.2011 jun.2010 Absoluta Relativa Total % 100% % Pessoal e encargos % 58% % Impostos, taxas e contribuições % 14% % Aluguéis % 4% % Juros sobre capital próprio e dividendos % 5% % Lucros retidos % 18% % 5

6 TABELA 5 Indicadores de desempenho, cobertura e eficiência Unid. Jun.2011 Jun.2010 Desempenho Lucro Líquido R$ mil Lucro Líquido / Empregado R$ Rentabilidade sobre o PL médio - anualizado % 22,69% 21,41% Cobertura Receita de Prestação de Serviços (RPS) + Renda de Tarifas (RT) R$ mil Despesas de Pessoal (DP) R$ mil Despesas de Pessoal (DP) + Outras Despesas Administrativas (ODA) R$ mil (RPS + RT) / DP % 109,32% 106,44% (RPS + RT) / (DP + ODA) % 67,62% 65,93% Eficiência DP + ODA / Resultados operacionais % 461,35% 465,99% DP / Empregado R$ , ,47 TABELA 6 Resultado de participações em coligadas Variação Descrição 1S11 1S10 Absoluta Relativa Caixa Seguros ,92% Banco Panamericano CIBRASEC ,57% Participação no exterior ,18% Total da participação ,50% 6