Actualização da Segurança Alimentar em Moçambique: 20 Junho Destaques

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1 Actualização da Segurança Alimentar em Moçambique: 20 Junho 2001 Destaques A Direcção Nacional de Agricultura do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DINA/MADER) apresentou no dia 8 de Junho 2001 as segundas estimativas de alimentos. Para as culturas de primeira época (Setembro/Outubro Abril/Maio). Esta estimativas indicam uma subida de alimentos (nomeadamente milho, mapira, meixoeira, arroz com casca, feijões, amendoim descascado, e mandioca) em 2000/2001. A produção total de alimentos no ano passado era de 1,019,003 MT e neste ano é de 1,685,596 TM. A missão conjunta de Avaliação de Culturas e Disponibilidade de Aliemntos decorreu de 21 à 28 de Maio de Técnicos do Governo, PMA, FAO, AEDES, a FEWS NET e do Sistema Regional de Aviso Prévio (SADC/REWU) fizeram a recolha da informação em 38 distritos. Neste leque de distritos incluiu-se distritos deficitários e execendentários em alimentos, distritos afectados ou não afectados pelas cheias por forma a ter uma maior representatividade da informação. Os resultados de campo revelam que na presente campanha de 2000/2001 houve uma subida de produção em relação a campanha 1999/2000 sendo assim, a situação de segurança alimentar no País melhorou bastante neste ano. A distribuição dos alimentos às vítimas das cheias (cerca de 235,000 pessoas) esta garantida para os próximos 3 meses. Já estão disponibilizados 3,000 TM de alimentos que serão consumidos até fins de Junho. O PMA espera comprar internamente 7,000 MT de alimentos que serão posteriormente distribuidos as populações afectadas pelas cheias. O PMA vai usar o Fundo de Alimentos para distribuir comida as comunidades com vulnerabilidade crónica nos distritos de Chicualacuala, Mabalane, Majazaze, Massingir, (Província de Gaza), Marracuene, Magude, Moamba, e Matutuine (Maputo), Govuro, e Mabote (Inhmabane). Está em curso a oscultação do Ante-Projecto da Lei de Gestão de Calamidades. Foram realizados seminários regionais no Norte, Centro e Sul de Moçambique com o objectivo de se obter uma maior contribuição e incorporação das diversas sugestões da sociedade cívil NGOs, monícipios, e organizações religiosas. Segundo o INGC estas contribuções serão incorporadas no Ante Propjecto da Lei que será submitido ao conselho de Ministro para aprovação da Lei de Gestão de Calamidades. Os preços retalhistas do milho, feijão nhemba, feijão vulgar e arroz baixaram em vários mercados do País. Por exemplo o preço a retalho do milho reduziu entre 0.2% (Mputo) até 43 % (Nampula). Esta redução deve-se fundamentalmente ao aumento da disponibilidade de alimentos nos mercados uma vez que as colheitas das culturas de primeira época terminou em Maio. The Famine Early Warning System Network (FEWS NET) é financiado pela USAID e gerido pela Chemonics International, Inc. FEWS NET Mozambique Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural Direcção Nacional de Agricultura PO Box 1406 Maputo, Moçambique Telefone: (258-1) /460195/ Facsimile: (258-1) mlibombo@fews.net

2 MADER APRESENTA AS SEGUNDAS ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLAS O Departamento de Aviso Prévio do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DAP/MADER) liberou a segundas estimativas de produção à 8 de Junho. Segundo o DAP/MADER a produção agrícola de alimento (tais como o milho, mapira, meixoeira, arroz com casca, feijões, amendoim descascado, e mandioca) aumentou da produção de 1,019,033 Toneladas Metricas (TM) em 1999/2000 para 1,685,596 TM 2000/2001 de alimentos. A tabela em baixo mostra a produção de 3 culturas básicas importantes na dieta da maioria da população em Moçambique. Conforme se pode observar nesta tabela, a cultura de mandioca apresentou incrementos produtivos de 11% seguido de milho com 6% e dos feijões com 5 %. A subida da produção de alimentos deve-se a um aumento de 7% das áreas semeadas (exemplo 3,734,360 Ha em 1999/00 e 3,992,348 Ha em 2000/01) e 10 % das areas colhidas ( 1,084,153 Ha em 1999/00 e 1,193,293 Ha em 2000/01). Todavia pode-se ver no gráfico que do total da area semeada apenas um terço da mesma é colhida. Este aspecto deveria ser monitorado no sentido de se entender as razões das perdas da produção anual. As condições adversas de clima reduziu a produção das culturas de milho e feijões em alguns pontos do País. Por exemplo, a cultura de milho foi afectada pelas chuvas acima do normal em Niassa e Nampula, pela cheia em Tete e a seca em Inhambane, Gaza e Maputo. A cultura de feijões teve uma redução de produção principalmente devido a estiagem observada nas províncias de Inhambane, e Gaza. Page 2

3 ESTUDO DE CAMPO REVELA QUE A PRODUCÃO DE ALIMENTOS NA PRIMEIRA CAMPANHA 2000/2001 SÃO MAIS ALTOS QUE A PRODUÇÃO DE 1999/2000 EM MOÇAMBIQUE Em de Maio realizou-se a missão conjunta de Avaliação de Culturas e Dispiníbilidade de Alimentos do Governo de Distritos Visitados Pela Missão de Avaliação de Culturas e Moçambique e o PMA Disponíbildade de Alimentos, Maio 21 a 28, visitou 38 distritos do País (Veja o mapa). Os participantes desta missão eram técnicos do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Ministério do Comércio, Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Visão Mundial, o Sistema Regional de Aviso Prévio (SADC/REWU), a Agence Européene pour le Développment et la Santé (AEDES), a FEWS NET, e a Visão Mundial. Os objectivos da missão eram realizar uma análise muldisciplinar dos efeitos das condições climáticas no desenvolvimento de culturas, ajustar os dados das primeiras estimativas preliminares de produção, analisar a disponibilidade de sementes, instrumentos agrícolas e alimentos, e Fonte: Departamento de Aviso Prévio/Direcção Nacional de Agricultura (DAP/DINA) fornecer a informação final da produção de alimentos que será posteriormente usada na folha anual do balanço de alimentos do Ministério da Indústria e Comércio. O Método de trabalho usado foi o Rural Rapid Appraisal onde os informantes chaves da Agricultura, Comércio, Saúde, INGC, ONGs, comerciantes e camponeses foram entrevistados. Escolheram-se distritos deficitários, excendentários, afectados ou não por desastres naturais, de forma a garantir uma maior representatividade e veracidade da informação. Os resultados de campo revelam que a produção global na campanha agrícola 2000/2001 é superior que aquela obtida na campanha 1999/2000. Estes aumentos de produção foram básicamente devido ao aumento das areas semeadas e colhidas na campanha de 2000/2001 em relação à campanha 1999/2000. A estiagem ao Sul do país teve um efeito negativo nas culturas de milho e feijão mas não afectou a cultura de mandioca a qual se caracteriza por apresentar níveis altos de tolerância à seca. As cheias tiveram um efeito negativo na produção das culturas nas zonas baixas ao longo do Rio Zambeze nos distritos de Caia, Marromeu Page 3

4 (Província de Sofala), Mopeia, Morrumbala (Província de Zambézia), Mutarara, Changara, e Mágue (Província de Tete), e em Tambara (Província de Manica). Os danos de chuvas torrencias foram mais observados nos distritos visitados nas Províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa. Devido ao excesso de humidade, a região norte reportou uma maior incidência de algumas pragas (carracois), um aumento crescente da podridão radicular da mandioca, e um aumento do amarelicimento dos coqueiros (maior incidência em Nampula). Em 2000/01, houve no presente ano um aumento significativo do efectivo de bovinos o que terá um impacto positivo na segurança alimenatas das famílias camponesas, contribuindo par uma melhoria da dieta alimentar, uma fonte adicional de receitas, ou para aumento das areas preparradas atráves do uso da tracção animal. A actividade comercial é básicamente feita pelos comerciantes informais que chegam a percorrer cerca de Km de bicicleta, particularmente nas zonas rurais remotas, para comparar os produtos agrícolas à porta do produtor. Sendo assim, o preço ao produtor é extremamente baixo. A missã verificou que em vários distritos do Centro e Norte do País, o preço do milho, e feijões diminui drasticamente em Maio 2001 devido ao aumento da disponibilidade de alimentos. De realsar que no presente ano, as vias terciárias de acesso estão numa fase muito avançada de degradação nas Regiães Centro e Norte devido a erosão agravada pelas cheias 2001 e intensas chuvas. A situação segurança alimentar melhorou bastante no País devido ao aumento da disponíbilidade de alimentos. De um modo geral neste periódo do ano, as familias consomem cerca de 3 refeições por dia. Todavia, foi reportado problemas de desnutrição em alguns distritos das Regiões do Centro e Norte. O processo de reassentamento da população decorre normalmente no centro país. Foi reportado a necessidade de se continuar a distribuiçaõ de alimentos para pelo menos uma população de 235, 000 pessoas até que haja a colheitas das culturas de segunda epóca em Julho/Agosto de A produção das culturas de segunda época (nomeadamente, milho, hortícolas e feijão vulgar) terá uma contribuição vital na contribuição (aproximadamente de %) das reservas alimenatres das famílias camponesas. Recomendações da Avaliação da Missão: Logística: 1. Necessidade de se envolver maior número de técnicos do terreno (província e/ou distritos) e envolver números menores de técnicos do nível nacional. Isto permitirá reduzir custos com transporte. 2. Encontrar critérios mais representativos de seleção dos distritos a serem visitados nas diferentes zonas agro-ecológicas do País, 3. Necessidade de uma melhor coordinação inter-institucional. Isto permitirá a melhoria da logística dos fundos. Prioridades de Intervenção para o campo: 1. Recomenda-se a distribuição gratuita de alimentos apenas nos distritos afectados pelas cheias Caia, Marromeu, Maunza, Chemba (Província de Sofala), Changara, Mutarara, mágue, e Zumbo (Tete), Tambara e Sussudenga (Manica) e Morrumbala, Mopeia e Chinde (Zambézia) nos próximos de 2 meses, 2. Priorização da rehabilitação das vias de acesso particularmente no Norte e Centro do País, Page 4

5 3. O PMA através do Fundo de Alimentos vai continuar a distribuição de alimentos na forma de Comida pelo trabalho nos distritos de Vulnerabilidade Crónica tais como Marracuene, Magude, Moamba, Matutuine (Província de Maputo), Chicualacuala, Majacaze, Massingir e Mabalane (Gaza), Govuro e Mabote (Provincia de Inhambane), 4. Elaboração de Planos de Contigência para a época Chuvosa de 2001/2002. PROGRAMAS DE RECONSTRUÇÃO PÓS-CHEIA 2001 EM FASE ADIADA DE PREPARAÇÃO O Governo de Moçambique está a preparar o relatório do Programa de Reconstrução Pós Cheia 2001 que será apresentado a conferrência dos doadores em Junho ou Julho O objectivos do relatório são: 1) permitir que haja a normalização da vida social e económica das populações afectadas pelas cheias (aproximadamente 235,000 habitantes); 2) construção de diques de proteção, valas de drenagem para minimizar futuros desastres devido as cheias, 3) reforçar a capacidade institucional de previsão atempada da occorrência de desastres naturais, 4) melhoria dos planos de contigência e 4) fortalecer os canais de comunicação e difusão de informação de alerta. As necessidades financeiras para a realização das actidades de reconstrução são de aproximadamente de 125 milhões de USD. SEGURANÇA ALIMENTAR ÀS VÍTIMAS DAS CHEIAS ESTA GARANTIDA POR 3 MESES Conferrência Pós-cheia adiada para Fins de Junho de 2001 A segurança aliemnatar de cerca de 235 Incialmente a Conferrência de Pós-Cheia mil pessoas afectadas pelas cheias de 2001 estava agendada para fins de Maio no vale do Zambeze esta garantida Porém o INGC indica que este evento por um periódo de 3 meses segundo o decorrerá em finais de Junho ou incio de Instituto Nacional de Gestão de Julho As razões do adiamento da Calamidades (INGC). Existem cerca de realização da conferrência são a necessidade 3,000 Toneladas Metricas (MT) de de se finalizar o relatório do Programa de alimentos disponíveis até Junho 2001 (a Reconstrução Pós Cheias 2001, e a média de consumo mensal é 3,000MT de necessidade de se finalizar o relatório dos alimentos para 235,000 pessoas). O gastos do Programa de Reconstrução das Programa Mundial de Alimentos esta a infraestruturas danificadas pelas cheias comprar internamente-províncias de Nesta conferrência conta-se com a presença Nampula e Tete- perto de 7,000 MT de de doadores internacionais, NGOs locais e alimentos com maior destaque o milho. internacionais e o Governo. De realsar que nas próximas semanas o INGC irá receber cerca de 11,000 MT de alimentos diversos doados pelo doado pelo Japão. ANTE-PROJECTO DA LEI DE GESTÃO DE CALAMIDADES EM ESTUDO Desde a última semana de Maio até a primeira semana de Junho decorreram seminários regionais (à 31 de Maio em Nampula para a zona Norte, 1 Junho na Beira para o Centro e 7 Junho em Bilene para o Sul). Os objectivos destes seminários eram 1) auscultar a sociedade cívil e demais parceiros no que diz respeito as suas sugestões e comentários em relação ao Ante Projecto da Lei de Gestão de Calamidades e 2) recolher as contribuições das discussões Page 5

6 plenárias. Estiveram presentes nestas reuniões os Governadores provínciais, técnicos do Governo, monícipios, ONGs, organizações religiosas e a sociedade cívil em geral. As discussões foram muito positivas e participativas de tal maneira que o Ante-projecto Lei será modificado para acomodar as recomendações pertinêntes saídas dos seminários. A Lei será submitida ao Conselho de Ministros em Outrubro de 2001 para aprovação segundo o INGC. MAIORIA DOS MERCADOS REPORTAM A DESCIDA DOS PREÇOS DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS O preço a retalho dos Mudanças de Preços a Retalho de Milho (MZMT/Kg) em Vários Mercados do País nos meses de Março e Abril Maputo 1752 Chimoio Lichinga \ Tete XaiXai Beira Inhambane Abril 01 Março 01 Fonte: Sistema de Informção de mercados agrícolasa/departamento de Economia Agrícola (SIMA/DEA) produtos agrícolas (milho, feijão nhemba, feijão vulgar, e arroz) baixaram em vários mercados durante os mêses de Março e Abril Esta redução deve-se basicamente ao aumento da disponibilidadestes alimentos que se encontravam na fase de colheita durante este perido. No mês de Abril os preços a retalho de milho (uma fonte importante de comida basica em Moçambique) baixaram. O mapa indica que as reduções de preço a retalho de milho variou de 0.2 % (em Maputo) até 43 % (Beira) no periódo de Março à Abril O preço a retalho de milho foi mais baixo (914 MZMT/KG) no mercado de Pemba e mais alto (2,577 MZMT/KG) em Maputo em Abril Esta situação tem duas implicações na segurança alimentar. Primeiro, os produtores em Pemba podem receber valores baixos com a venda do Kilo de milho, enquanto que em Maputo os produtores recebem mais dinheiro pela mesma quantidade de milho comercializado. Porém, presentemente, vários agrucultores em Pemba estão a armazenar milho para depois vendê-lo mais tarde quando os preços são mais altos Pemba Nampula Page 6

7 Segundo, os consumidores em Pemba estão a beneficiar-se os preços baixos e podem melhorar a sua dieta alimentar mas, em Maputo eles podem comprar menos quantidade de milho devido aos preços altos. Todavia, os dados do SIMA/DEA indicam que o preço a retalho do milho em Abriol 00 e Abril 01 diminuiu em 30% (de 3,250 MZMT wm Abril 01 a 2,266 MZMT em Abril 01) o que indica que os consumidores estão a experimentar preços baixos de milho quando comparado aqueles verificados no mesmo periódo em Xai-Xai. Contrariamente, verificou-se o mercado Tete foi o único que observou uma relativa subida (3%) de preço a retalho de milho em Abril 2001, segundo o Sistema de Informação de Mercados Agrícolas/Direção de Economia Agrícola. Page 7