UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO LOUISE ANUNCIAÇÃO FONSECA DE OLIVEIRA O USO DAS FERRAMENTAS WEB 2.0 NA GESTÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CULTURA PARTICIPATIVA Salvador 2012

2 LOUISE ANUNCIAÇÃO FONSECA DE OLIVEIRA O USO DAS FERRAMENTAS WEB 2.0 NA GESTÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CULTURA PARTICIPATIVA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Informação. Orientadora: Profa. Dra. Maria Teresa Navarro de Britto Matos. Salvador 2012

3 O48 Oliveira, Louise Anunciação Fonseca de O uso das ferramentas web 2.0 na gestão de instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica: uma reflexão sobre a cultura participativa / Louise Anunciação Fonseca de Oliveira. Salvador, f.: il. Orientadora: Profa.Dra. Maria Teresa Navarro de Britto Matos Dissertação (mestrado) Universidade Federal da Bahia. Instituto de Ciência da Informação. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Internet. 2. Arquivos. 3. Acesso remoto.i. Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciência da Informação, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. II. Título. CDU :930.25

4 LOUISE ANUNCIAÇÃO FONSECA DE OLIVEIRA O USO DAS FERRAMENTAS WEB 2.0 NAS INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CULTURA PARTICIPATIVA Dissertação submetida ao corpo docente do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação, do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia (PPGCI; ICI/UFBA), como parte dos requisitos à obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Informação e Conhecimento na Sociedade Contemporânea. Linha de pesquisa: Políticas, Tecnologias e Usos da Informação. Aprovada em 31 de agosto de Banca Examinadora: Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia Universidade Federal da Bahia Anna Carla Almeida Mariz Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Maria Teresa Navarro de Britto Matos Orientadora Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia

5 A Alba e Luiz, meus queridos pais, pelo amor incondicional. Jussara, Maria Teresa e Vanda Angélica, estimadas professoras, pelo grande estímulo à vida acadêmica.

6 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus que, com sua luz e benção, sempre iluminou e orientou os meus passos. Aos meus amados pais, agradeço por todo o amor, compreensão, dedicação e apoio em todos os momentos. Aos meus eternos avós José Adauto e América, pela força, energia positiva e sabedoria para enfrentar todos os obstáculos, mesmo estando distantes deste plano físico. Agradeço a minha orientadora, professora Maria Teresa Navarro de Britto Matos, pelo acompanhamento freqüente, pela orientação dedicada e pelo constante estímulo em todas as fases de realização deste estudo, que me proporcionou a oportunidade de elaborar um trabalho de enriquecimento individual e profissional. Às professoras Aida Varela e Henriette Gomes, por toda a sua cooperação e incentivo que, com certeza, foi de grande valia para a realização deste estudo. À amiga-irmã Raquel do Rosário, pela constante força, energia positiva, amizade e carinho. Às amigas Jussara Borges e Susane Barros, pelo estímulo desde o início da pesquisa. Ao professor Rubens, pelo encorajamento à vida acadêmica e profissional. À presidência da Asociación Latinoamericana de Archivos, pelo apoio institucional, na fase de coleta de dados e na divulgação da pesquisa junto aos países membros. À Anna Carla Mariz, Amalia Bleda, João Batista Ferri de Oliveira e Júnia Guimarães e Silva, pela prestimosa colaboração e apoio. Aos amigos e professores do Programa de pós-graduação, aos cridianos e gepiccanos pelos momentos de reflexão, aprendizagem, confraternização, troca de conhecimentos e de experiências. Aos diretores das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica, em especial de Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Espanha, México, Peru, Portugal e República Dominicana pela gentil colaboração, disponibilizando informações importantes para a construção deste trabalho.

7 RESUMO A cultura participativa, que emerge no ciberespaço, possibilita à Ciência da Informação, mais especificamente, à Arquivologia uma extensão da concepção do acervo ao acesso, passando-se do acesso a participação. A imersão das instituições arquivísticas no mundo digital exige que sejam estabelecidas condições aos usuários para identificar, acessar, usar e colaborar com a migração para a web dos registros arquivísticos. As instituições arquivísticas, seguindo tendência mundial, vêm buscando a adoção da filosofia da web 2.0 em seus sítios, incentivando, entre outras coisas, o uso de ferramentas no relacionamento com os usuários. A partir do contexto sublinhado, esta dissertação se constitui em um estudo exploratório e descritivo que tem como objetivo identificar o nível de uso das ferramentas web 2.0 pelos gestores das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica. A pesquisa se desenvolveu em três fases: 1) Aprofundamento teórico e discussão dos conceitos utilizados na literatura acadêmico-científica nacional e internacional do campo da Ciência da Informação e da Arquivologia, para definir a relação das instituições arquivísticas e a web 2.0; 2) Análise sistemática dos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica; 3) Questionário aplicado aos gestores de Arquivos Nacionais de tradição ibérica. Como resultados da pesquisa, a partir da visita aos sítios de instituições arquivísticas de tradição ibérica, identificouse que dos 41 países analisados, 11 não potencializam a transferência e acesso às informações por não possuírem páginas na web ou ainda manterem suas páginas fora do ar. Por outro lado, 30 países possuem suas páginas na web, mas ainda identifica-se uma fraca utilização das ferramentas web 2.0. Tais resultados apontam para a necessidade de reflexão sobre a importância da utilização de ferramentas web 2.0, como espaços cada vez mais interativos e participativos, que incentivam os usuários a acessar, usar e a estabelecer uma associação interativa com as instituições arquivísticas. Revelam como as instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica utilizam seus sítios e as ferramentas web 2.0 como recurso que permite uma relação mais próxima com os usuários, além de potencializar a relação desses com a informação. Conclui-se que, em função de um contexto emergente e fortemente marcado pela necessidade do acesso à informação e pela participação dos usuários através da web, as políticas de gestão das instituições arquivísticas nacionais necessitam permanecer firmemente vinculadas ao estabelecimento de diretrizes voltadas à web 2.0. Palavras-Chave: Arquivos nacionais. Tradição arquivística Iberoamericana. Websites. Ferramentas Web 2.0. Cultura participativa.

8 ABSTRACT The participatory culture that emerges in cyberspace, enables the Information Science, more specifically the Archival Science, an extension of the conception "from holdings to the access", passing from the access to the participation". The immersion of the archival institutions in the digital world requires that conditions are established to the users to identify, access, use and collaborate with the migration of the archival records to the Web. The archival institutions, following a worldwide trend, have been seeking the adoption of the Web 2.0 philosophy in their websites, encouraging, among other things, the use of tools in the relationship with the users. From this context, this dissertation consists in a descriptive and exploratory study that aims to identify the level of use of the Web 2.0 tools by the managers of the national archival institutions of Iberian tradition countries. The research developed in three stages: 1) A theoretical deepening and discussion of the concepts used in the academic and scientific literature, national and international, in the field of Information Science and Archival Science to define the relationship of the archival institutions and the Web 2.0; 2) A systematic analysis of the websites of the national archival institutions of Iberian tradition; 3) A questionnaire given to the managers of national archives of Iberian Tradition. As results of the research, through the visit to the websites of archival institutions of Iberian tradition, identified that considering the 41 countries analyzed, 11 do not maximize the transfer and access to the information because they don t have Web pages or even maintain their pages off. On the other hand, 30 countries have their Web pages, but still identifies a weak use of the Web 2.0 tools. These results point to the need for reflection on the importance of using Web 2.0 tools, as spaces increasingly participative and interactive that encourage users to access, use and to establish an interactive association with the archival institutions. They reveal how the national archival institutions of Iberian tradition use their websites and the Web 2.0 tools as a recourse that allows a closer relationship with the users, in addition to enhance the relationship of these users with the information. It follows that, due to an emerging context, strongly marked by the need of access to the information and by the users participation through the Web, the management policies of the national archival institutions need to be firmly linked to the establishment of guidelines related to Web 2.0. Keywords: National archives. Ibero-American archival tradition. Websites. Web 2.0 tools. Participatory culture.

9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Presença, em 2011, das instituições arquivísticas públicas estaduais brasileiras e do Distrito Federal na internet e uso das 19 ferramentas web 1.0 e web 2.0. Presença, em 2011, das instituições arquivísticas públicas municipais brasileiras na internet e uso das ferramentas web e web 2.0. Instituições arquivísticas públicas nacionais de países de tradição ibérica. 32 Distribuição por idioma oficial das instituições arquivísticas públicas nacionais de países de tradição ibérica. 35 Ano de criação das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica. 37 Ranking das instalações físicas das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Ranking de metros lineares das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Ranking da antiguidade dos fundos documentais das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Ranking comparativo entre as instalações físicas, metros lineares e antiguidade dos fundos documentais das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Figura 10 Ranking comparativo de funcionários das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em 1998 e Figura 11 Ranking de computadores e impressoras das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Figura 12 Ranking de copiadoras e scanners das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Figura 13 Questionário de pesquisa disponível no sítio da Asociación Latinoamericana de Archivos (ALA) em Figura 14 O ciclo da informação no enfoque participativo. 54 Figura 15 O fluxo de informação multiorientado. 55 Figura 16 O fluxo de informação na web 1.0 e web Figura 17 Noções da web 1.0 e web Figura 18 Potencial organizacional da web Figura 19 Elementos constituintes do processo de transferência da informação sob um enfoque participativo. 63 Figura 20 O novo lugar das instituições arquivísticas no século XXI. 65 Figura 21 Ferramentas web 2.0 e sua adoção, em 2011, pelas instituições arquivísticas nacionais internacionais. 87 Figura 22 United States National Archives e a web Figura 23 Mapa mundial das redes sociais em dezembro de Figura 24 Países de tradição ibérica com presença na web em Figura 25 Instituições arquivísticas nacionais com e sem presença na web

10 em Figura 26 Evolução da inserção das instituições arquivísticas nacionais na web no ano de Figura 27 Alternativas de transferência da informação pelas instituições arquivísticas nacionais sem sítio em Figura 28 Alternativas de acesso à informação arquivística conjunta aos sítios em Figura 29 Evolução da inserção na web nos Arquivos Nacionais de Tradição Ibérica em Figura 30 Escala de manutenção da presença na web pelos Arquivos Nacionais de tradição ibérica nos anos de 2000, 2005, 2006, , 2008 e Figura 31 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que não possuem presença na web, em 2012, e suas formas de transferência e acesso às informações. 120 Figura 32 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio web fora do ar, em 2012, e suas formas de transferência e acesso às informações. 123 Figura 33 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítios em Figura 34 Países de tradição ibérica e ferramentas web 2.0 em Figura 35 Ferramentas web 2.0 utilizadas nos 15 (quinze) países de tradição ibérica em Figura 36 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio, em 2012, e sem as ferramentas web 1.0 e/ou web Figura 37 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio, em 2012, e ferramentas web Figura 38 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio, em 2012, e ferramentas web 1.0 e web Figura 39 Estágio evolutivo dos 30 (trinta) sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 40 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta Facebook pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. 163 Figura 41 Conteúdo compartilhado no Facebook da Venezuela em Figura 42 Conteúdo compartilhado no Facebook do México em Figura 43 Conteúdo compartilhado no Facebook da Costa Rica em Figura 44 Conteúdo compartilhado no Facebook de Belize em Figura 45 Conteúdo compartilhado no Facebook do Chile em Figura 46 Conteúdo compartilhado no Facebook da Colômbia em Figura 47 Conteúdo compartilhado no Facebook do Peru em Figura 48 Ranking de conteúdos comuns disseminados no Facebook das instituições arquivísticas nacionais em Figura 49 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta YouTube pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. 177 Figura 50 Conteúdos comuns disseminados no YouTube das instituições arquivísticas nacionais entre 2008 e Figura 51 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta RSS pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica 180

11 Figura 52 Conteúdos comuns disseminados no RSS das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 53 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta Twitter pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. 186 Figura 54 Conteúdo disseminado no Twitter da Venezuela em Figura 55 Conteúdo disseminado no Twitter do Brasil em Figura 56 Conteúdo disseminado no Twitter da Colômbia em Figura 57 Conteúdo disseminado no Twitter do México em Figura 58 Conteúdos comuns compartilhados no Twitter das instituições arquivísticas nacionais entre 2011 e Figura 59 Comentários dos usuários no Twitter da Venezuela em Figura 60 Respostas da Venezuela no Twitter em Figura 61 Comentários dos usuários no Twitter da Colômbia em Figura 62 Respostas da Colômbia no Twitter em Figura 63 Países de tradição ibérica que responderam ao questionário de pesquisa em Figura 64 Linha do tempo do ano de criação dos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. 195 Figura 65 Recursos humanos no setor de tecnologia da informação das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 66 Equipamentos informáticos nas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 67 Ferramentas web 2.0 apontadas pelos gestores das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 68 Ferramentas web 2.0 não constatadas na observação sistemática realizada nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 69 Linha do tempo do ano de incorporação das ferramentas web 2.0 segundo os gestores das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 70 Objetivo do RSS das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 71 Objetivos do YouTube das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 72 Objetivos do Twitter das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 73 Objetivos do Facebook das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Figura 74 Objetivo das consultas públicas nas instituições arquivísticas nacionais em Figura 75 Objetivos das enquetes nas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em

12 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Paralelo entre web 1.0 e web Quadro 2 Evolução dos produtos e serviços arquivísticos. 71 Quadro 3 Paralelo dos benefícios, desvantagens e resistência ao uso da web 2.0 pelas instituições arquivísticas. 73 Quadro 4 Diferenças entre blog e wiki. 84

13 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Distribuição por região geográfica dos países de tradição ibérica. 33 Gráfico 2 Informações básicas nos sítios dos Arquivos Nacionais em 2000, 2007 e Gráfico 3 Informações corporativas nos sítios dos Arquivos Nacionais em 2007 e Gráfico 4 Informações sobre serviços nos sítios dos Arquivos Nacionais em 2007 e Gráfico 5 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica sem presença na internet em Gráfico 6 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítios fora do ar em Gráfico 7 Distribuição por região geográfica das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que não potencializam a transferência e o acesso à informação arquivística em Gráfico 8 Distribuição por região geográfica das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que potencializam a transferência e o acesso à informação arquivística em Gráfico 9 Informações básicas encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 10 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações básicas mais observadas nos sítios em Gráfico 11 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações básicas mais observadas (Telefone, Endereço físico, Domínio próprio, e Fax) com os dois menos encontrados (Como chegar e Mapa de localização) em Gráfico 12 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações básicas mais observadas (Telefone, Endereço físico, Domínio Próprio, e Fax) com outros dois itens menos encontrados (Data atual e Contador de usuário) em Gráfico 13 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Informações Básicas em Gráfico 14 Informações corporativas encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 15 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios em Gráfico 16 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas

14 nos sítios com os itens do planejamento estratégico em Gráfico 17 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios com os itens dos recursos humanos em Gráfico 18 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios com normas de consulta em Gráfico 19 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Informações Corporativas em Gráfico 20 Informações sobre serviços encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 21 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre serviços mais observadas nos sítios em Gráfico 22 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre serviços mais observadas nos sítios com serviços físicos e online em Gráfico 23 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre serviços mais observadas nos sítios com outros serviços online em Gráfico 24 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Serviços em Gráfico 25 Informações sobre fundos documentais encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 26 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre fundos documentais mais observadas nos sítios em Gráfico 27 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre fundos documentais mais observadas nos sítios com áudio e vídeo em Gráfico 28 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Fundos documentais em Gráfico 29 Informações sobre publicações encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 30 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre fundos documentais mais observadas nos sítios em Gráfico 31 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Publicações em Gráfico 32 Informações sobre links externos presentes nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 33 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre links externos mais observadas nos sítios em Gráfico 34 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as

15 informações sobre links externos mais observadas nos sítios e a menos encontrada em Gráfico 35 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre links externos mais observadas nos sítios e outra menos encontrada (links para outros arquivos do país) em Gráfico 36 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Links externos em Gráfico 37 Informações sobre comunicação com o usuário encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 38 Instituições arquivísticas nacionais que possuem a informação sobre comunicação com o usuário mais observada nos sítios com o em Gráfico 39 Instituições arquivísticas nacionais que possuem a informação sobre comunicação com o usuário mais observada nos sítios com um dos menos encontrados (Fale conosco) em Gráfico 40 Instituições arquivísticas nacionais que possuem a informação sobre comunicação com o usuário mais observada nos sítios com os outros menos encontrados (Chat, Enquete e Questionário de satisfação) em Gráfico 41 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Comunicação com o usuário em Gráfico 42 Informações sobre atualização encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 43 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Atualizações em Gráfico 44 Informações sobre administração encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 45 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Administração em Gráfico 46 Informações sobre ferramentas de busca encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 47 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Elementos de busca em Gráfico 48 Informações sobre colaboração encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Gráfico 49 Regiões do mundo com países de tradição ibérica e as ferramentas web 2.0 em Gráfico 50 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Colaboração em Gráfico 51 Ranking geral dos sítios dos países de tradição ibérica em Gráfico 52 Conteúdos disseminados no RSS da R. Dominicana em 181

16 2011. Gráfico 53 Conteúdos disseminados no RSS da Colômbia em Gráfico 54 Conteúdos disseminados no RSS de Cuba em Gráfico 55 Conteúdos disseminados no RSS da Espanha em Gráfico 56 Conteúdos disseminados no RSS da Bolívia em Gráfico 57 Conteúdos disseminados no RSS de Portugal (ANTT) em Gráfico 58 Influência da web 2.0 na Gestão Arquivística nas regiões com países de tradição ibérica em Gráfico 59 Sítio como prioridade da gestão arquivística das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 60 Sítio como item do orçamento nas institutições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 61 Sítio e normas de descrição arquivística nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 62 Webmaster do sítio das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 63 Ferramentas web 2.0 incorporadas pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 64 Responsável pela manutenção do processo de publicação do conteúdo 2.0 nas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 65 Responsável pelo processo de atendimento às solicitações dos usuários nas ferramentas web 2.0 das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 66 Motivação das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica para adoção das ferramentas web 2.0 em Gráfico 67 Benefícios da web 2.0 para as instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 68 Desvantagens da implementação das ferramentas web 2.0 pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Gráfico 69 Perspectivas das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica para incorporação de outras ferramentas web 2.0 em

17 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Penetração da internet no mundo: período de 2008 a Tabela 2 Penetração da internet, em 2011, nos países de tradição ibérica da África, Ásia, Europa, América Central, América do Norte, América do Sul e Caribe. 93 Tabela 3 Ordem por Classificação de Percentual de Expansão na internet, no ano de 2011, nos países de tradição ibérica. 96

18 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 17 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS REFERENCIAL TEÓRICO PESQUISA EMPÍRICA CARACTERIZANDO O UNIVERSO DE PESQUISA CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO UNIVERSO E DA AMOSTRA MATRIZES DE ANÁLISE DOS DADOS LIMITAÇÕES DA PESQUISA 50 3 A INTERNET E A WEB A INTERNET E AS INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS A WEB 2.0 E AS INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS 70 4 A INTERNET NOS PAÍSES DE TRADIÇÃO IBÉRICA A INTERNET EM INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA ANÁLISE DOS SÍTIOS DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA ANÁLISE DAS FERRAMENTAS WEB 2.0 NOS SÍTIOS DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA A WEB 2.0 NA GESTÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA CONSIDERAÇÕES FINAIS 218 REFERÊNCIAS 222 APÊNDICES 229 ANEXOS 259

19 17 1 INTRODUÇÃO Na área de Ciência da Informação, e mais especificamente em Arquivologia, nas duas últimas décadas, com a ampliação do uso das tecnologias de comunicação e informação, uma tendência de concentrar as pesquisas em temas relacionados ao acesso à informação vem se afirmando e conquistando espaços. Diferentemente do período anterior, a ênfase, segundo Jardim e Fonseca (2004, p. 01, grifo nosso), [...] desloca-se do acervo para o acesso [...]. Ao longo da década de 90 do século XX e o início do século XXI intensifica-se a utilização da internet e a inclusão de instituições e serviços arquivísticos em ambiente web. A intensificação do uso da internet oferece à Arquivologia a possibilidade de dispor da web, um espaço digital a ser utilizado para facilitar o acesso à informação arquivística. A web 2.0 é um fenômeno social relativamente recente. Mas, a transferência e o acesso à informação arquivística no espaço da web 2.0 necessitam de aprofundamento conceitual como instrumento capaz de subsidiar a teoria e a práxis. No ano de 1999, o Conselho Nacional de Arquivos - Conarq (Brasil), o Banco Mundial e a Organização dos Estados Americanos - OEA promoveram a realização da Mesa Redonda Nacional de Arquivos, de 13 a 15 de julho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Esse evento teve como objetivo definir um plano diretor, para curto, médio e longo prazo, com estratégias e ações a serem implantadas, visando à modernização das instituições arquivísticas brasileiras, além de estimular agências de fomento, nacionais e internacionais, no patrocínio de projetos na área de Arquivologia (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 1999). Entre as recomendações propostas no documento final da Mesa Redonda Nacional de Arquivos destacam-se seis: Estimular as instituições públicas e demais centros de documentação e informação detentores de documentos arquivísticos a dar ampla divulgação aos seus instrumentos de pesquisa; Constituir, no Conarq, Câmara Técnica, com a participação de técnicos de diferentes partes do país, com o objetivo de elaborar normas brasileiras de descrição, compatíveis com as normas internacionais; Realizar, por intermédio do Conarq, campanha de marketing no sentido de divulgar a importância dos arquivos;

20 18 Fomentar a criação de redes coordenadas de arquivos, que permitam a difusão da informação, mediante campanha que facilite a conexão à Internet dos principais arquivos brasileiros; Viabilizar a criação do Grupo de Trabalho em Arquivos Virtuais no Comitê Gestor da Internet Brasil; Constituir grupo de trabalho para elaborar normas sobre a criação de sites de instituições arquivísticas (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 1999, grifo nosso). As recomendações se inserem em um universo de vinte e cinco propostas contidas no documento final da Mesa Redonda Nacional de Arquivos. No entanto, as recomendações relacionadas concentram-se em questões de difusão das instituições arquivísticas e/ou da representação da informação de natureza arquivística. Vale registrar, ainda, que entre as seis recomendações, três revelam preocupações específicas com a difusão no âmbito da internet. No que tange à proposição de normas sobre a criação de sítios 1 de instituições arquivísticas, o Conarq designou uma Comissão Especial, em novembro de 1999, para esse fim. Os trabalhos da citada Comissão resultou no documento intitulado: Diretrizes Gerais para a Construção de Websites de Instituições Arquivísticas, disponibilizado pelo Conarq, desde dezembro de O objetivo deste documento é fornecer um referencial básico às instituições arquivísticas brasileiras interessadas em criar ou redefinir seus sítios. No entanto, chama a atenção o fato de que, em decorrência do alto grau de obsolescência tecnológica, o documento deverá, inevitavelmente, ser revisto e atualizado. Destaca-se a necessidade de incorporação das diretrizes para uso dos recursos da web 2.0, uma vez que surgiram no início do século XXI. Apesar desse documento não abordar o impacto da web 2.0, o Arquivo Nacional do Brasil e algumas instituições arquivísticas públicas estaduais (Figura 1) e municipais (Figura 2) brasileiras já vêm incorporando esses recursos nos seus sítios, conforme é possível observar a seguir. 1 A expressão sítio corresponde, em português, à expressão website ou site, em língua inglesa, que significa um conjunto de páginas web acessível na internet. 2 s.pdf

21 Figura 1 - Presença, em 2011, das instituições arquivísticas públicas estaduais brasileiras e do Distrito Federal na internet e uso das ferramentas web 1.0 e web 2.0. Figura 2 - Presença, em 2011, das instituições arquivísticas públicas municipais brasileiras na internet e uso das ferramentas web 1.0 e web 2.0. Fonte: Elaborada pela autora. Fonte: Elaborada pela autora. 19

22 20 Dos vinte e seis Arquivos Públicos Estaduais listados pelo Conarq, 57,7%, (15) não potencializam a transferência e o acesso às informações. Desses, 80% (12) não possuem sítios e 20% (3) estão com páginas fora do ar. Apenas 42,3% (11) instituições arquivísticas públicas estaduais possuem sítios próprios e potencializam a transferência e o acesso às informações, contudo de maneira distinta: dessas, 54,5% (6) apresentam as ferramentas web 1.0 e 45,5% (5) as ferramentas web 2.0, conforme demonstrado na Figura 1. A Figura 1 revela que as ferramentas web 2.0 ainda são pouco exploradas pelos Arquivos Públicos Estaduais. Os Estados do Sul e do Sudeste são os que mais se destacam no que tange à incorporação da web 2.0. Nesse contexto, podese destacar o Arquivo Público do Estado de São Paulo, por apresentar em seu sítio ferramentas tanto da web 1.0 quanto da web 2.0. Além, de um menu específico Redes Sociais, no qual ressalta as duas ferramentas web 2.0 que disponibiliza a seus usuários, com os respectivos manuais, as estatísticas e estratégias de uso desses recursos tanto pelos funcionários quanto pelos demais usuários. É possível perceber que o e o twitter são as ferramentas web 1.0 e web 2.0, respectivamente, mais utilizadas pelas instituições arquivísticas estaduais. As instituições arquivísticas públicas municipais são representadas por 61 (sessenta e um) Arquivos Públicos Municipais listados pelo Conarq, Deste total, 82% (50) não potencializam a transferência e o acesso às informações. Não possuem sítios, 90% (45), conforme a Figura 2, e 10% (5) estão com páginas fora do ar. Assim como as instituições arquivísticas públicas estaduais, apenas 18% (11) instituições arquivísticas públicas municipais possuem sítios próprios e potencializam a transferência e o acesso às informações. Ao contrário da realidade identificada nos arquivos estaduais, a ferramenta web 1.0 que os arquivos municipais mais incorporaram diz respeito à seção de notícias, seguida do . Assim como nos arquivos estaduais, a ferramenta web 2.0 mais adotada é o twitter, embora com uma proporção mais expressiva. É possível admitir que assim como no âmbito dos Estados, os municípios da região Sudeste são os que mais se destacam na adoção das ferramentas web 2.0. Entretanto, não apresentam políticas institucionais voltadas às práticas colaborativas. O Estado de São Paulo volta a se destacar, dessa vez por meio da

23 21 Fundação Arquivo e Memória de Santos, no município de Santos, com a presença expressiva de ferramentas tanto da web 1.0 quanto da web 2.0. Data, também, do período anteriormente referido, a publicação do Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (2000), que sublinhava novas perspectivas de ampliação da inserção das instituições arquivísticas na internet: Os arquivos, bibliotecas, museus e centros de documentação cumprirão papel estratégico. Viabilizarão, para pessoas e comunidades não diretamente conectadas, o acesso público, gratuito e assistido aos conteúdos da Internet. Reproduzirão, na Internet, a função de operar coleções de conteúdos organizados segundo metodologias e padrões de seleção e qualidade. [...] O acesso, para os cidadãos, à produção artística, cultural e científica de nossas instituições bibliotecas, arquivos, museus, coleções particulares etc. deve ser facultado em formato digital para permitir consultas de forma mais fácil e eficiente (TAKAHASHI, 2000, p. 65). As tecnologias de comunicação e informação, como registradas nesta Introdução, influíram em uma nova visão quanto ao conceito de arquivo: à condição de instituição custodiadora de documentos foi acrescida a atribuição de gestor de sistemas de informação, integrado a outros sistemas, com o objetivo maior de garantir o acesso do usuário às informações demandadas. Entende-se que houve o deslocamento do eixo da guarda para o do acesso, como preconizado por Jardim e Fonseca (2004). Dentro desta visão, é mais valorizado o intercâmbio de informações entre instituições, recuperando-se os documentos de interesse do usuário a partir de referências por eles fornecidas. Ainda em , identifica-se mais um investimento, promovido, desta vez, pela Asociación Latinoamericana de Archivos - ALA e pelo Conarq, quando da realização do I Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica, dedicado ao tema Uso e Usuários de Arquivos. Trata-se do Guia de Arquivos Nacionais de Tradição Ibérica, envolvendo países da América Latina (Brasil) e do Caribe, de língua hispânica; países do Continente Africano de língua portuguesa; e os países da Península Ibérica - Portugal e Espanha. O citado instrumento se constitui em um importante projeto piloto, a ser aprimorado e continuado, de levantamento de dados, quantitativos e qualitativos, sobre a infraestrutura das instituições arquivísticas nacionais, com indicação dos seus principais fundos documentais e das condições de tratamento da informação e acesso. 3 De 3 a 7 de abril.

24 22 Além da atualização das informações dos dezoito países que compõem o guia, faz-se necessária a integração dos outros vinte e quatro países de tradição ibérica, que não responderam ao questionário enviado pelo Arquivo Nacional do Brasil 4, além de necessitar rever e incorporar o fenômeno da web 2.0. Outro importante documento, produzido no mesmo período (2000), resultou de um trabalho inédito que teve por objetivo identificar a real situação do patrimônio documental da América Latina, destacando as principais falhas que afetavam as instituições arquivísticas. O patrocinador do relatório, o Banco Mundial, pretendia criar as bases para uma possível ação orientada para a preservação do riquíssimo patrimônio documental ibero-americano. A pesquisa foi realizada pela Fundação Histórica Tavera (FHT), instituição espanhola, sem fins lucrativos, que tem por missão desenvolver projetos e ações que concorram para o conhecimento da memória histórica dos países ibero-americanos. Esse empreendimento resultou de forma objetiva no relatório dirigido a hum mil duzentos e trinta e quatro arquivos e outras instituições de vinte países latino-americanos. O Brasil, no citado relatório, é identificado como o país de destaque de toda a América Latina, pelo volume e riqueza de seu patrimônio documental. Vale ressaltar, ainda, a iniciativa em maio de 2007, do Ministério da Cultura da Espanha, por intermédio da Subdireção Geral dos Arquivos Estatais, que desenvolveu o projeto PARES - Portal de Archivos Españoles. O portal representa a terceira fase do processo de modernização automatizada dos Arquivos Estatais, iniciada com o projeto piloto de informatização do Archivo General de Indias, em 1992, ampliado em 2003, por meio da primeira plataforma de difusão arquivística espanhola na internet, o Portal de AER - Archivos Españoles en Red. Além disso, PARES se caracteriza por preservar e difundir os 280 km de documentos, desde o século VIII até a primeira década do século XXI (MAIRENA, 2010, tradução nossa). O portal apresenta dois objetivos principais: por um lado, servir de plataforma para difusão a todos os cidadãos, por meio da internet, dos fundos e coleções documentais preservados nas instituições arquivísticas, mediante digitalização de documentos conservados nos Arquivos Estatais, e sua vinculação com as bases de dados descritivas normalizadas que possibilitam a recuperação e acesso aos 4 No ano de 2000, as instituições arquivísticas nacionais que possuíam informações no Guia dos Arquivos Nacionais de Tradição Ibérica foram Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, Moçambique, Nicarágua, Peru, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, São Tomé e Príncipe (CONDE; JARDIM, 2012, tradução nossa).

25 23 documentos. Por outro lado, provê à rede dos Arquivos Estatais, gerenciados pelo Ministério da Cultura, a segunda geração de ferramentas eletrônicas para seu controle, gestão e descrição de documentos, como também dos serviços públicos prestados pelas instituições arquivísticas (MAIRENA, 2010, tradução nossa). Desse modo, em 2011, o PARES deu um primeiro passo rumo à web 2.0, no sentido de conseguir uma conexão mais expressiva com os cidadãos que utilizam o portal como ferramenta de suas investigações: a incorporação da filosofia web 2.0 aos sistemas de difusão, gestão e descrição da informação cultural de natureza arquivística se converteu em um dos alicerces do portal. Os canais RSS 5 foram criados para que os usuários pudessem usar e compartilhar conteúdos e receber todas as novidades que são publicadas na página web de PARES, proporcionando uma atualização contínua. O manual que fornece instruções de como se subscrever nesta ferramenta web 2.0 é o único documento disponibilizado (SERVICIO DE REFERENCIAS VIRTUALES DE PARES, 2011, tradução nossa). A adoção da lei de acesso à informação pública é outro fator que incentiva as instituições arquivísticas nacionais a se inserirem na web e disseminarem a informação arquivística com os seus usuários (BRASIL, 2011), de acordo com o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas (2010). Dez países de tradição ibérica da América Latina dispõem de lei de acesso, a saber: Colômbia (1985), Panamá (2000), México (2002), Peru (2002), Equador (2004), República Dominicana (2004), Honduras (2006), Nicarágua (2007), Guatemala (2008), Chile (2009), El Salvador (2010), Uruguai (2010) e Brasil (2011). A lei mais antiga, criada no século XX, é a da Colômbia. A maioria dos países a adotou no século XXI, sendo o Brasil o último a implantar até o momento. Em três países latino-americanos o projeto de lei tramita no Congresso: Argentina, Bolívia e Costa Rica. Em outros três países a lei inexiste: Cuba, Paraguai e Venezuela. Considerando a importância do fenômeno da web 2.0, se formulou as questões da pesquisa: As instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica estão incorporando ferramentas web 2.0 e utilizando nos sítios institucionais? Qual o potencial das ferramentas web 2.0 para a inclusão de usuários na disseminação de produtos e serviços arquivísticos? 5 Really Simple Sindication (RSS).

26 24 A investigação do problema será norteada por objetivos que se propõem a aprofundar o conhecimento das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica, no contexto da web 2.0. O objetivo geral pretende identificar o nível de uso das ferramentas web 2.0 pelos gestores das instituições arquivísticas de tradição ibérica, com a finalidade de incluir usuários na disseminação de produtos e serviços arquivísticos. Os objetivos específicos assim se apresentam: a) identificar os sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica; b) identificar a presença de ferramentas web 2.0 nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica; c) sistematizar e documentar as diretrizes de inclusão de usuários na disseminação de produtos e serviços arquivísticos na web, encontradas na literatura acadêmico-científica nacional e internacional especializada na área de Arquivologia; d) analisar nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica o estágio de participação dos usuários na disseminação de produtos e serviços arquivísticos; d) identificar a leitura dos gestores das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica, em relação à participação do usuário no contexto da web 2.0. Com os serviços de ferramentas web 2.0, criam-se espaços cada vez mais interativos e participativos que incentivam os indivíduos a acessar, organizar, gerenciar, tratar e disseminar a informação, colocando-os como co-responsáveis pelo universo informacional. Se as possibilidades são muitas, por outro lado são escassos os levantamentos empíricos que apontem a reação dos serviços de informação a esse contexto nos países de tradição ibérica. Optou-se em desenvolver uma pesquisa de natureza aplicada. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com enfoque qualitativo e quantitativo, objeto do capitulo 2 desta dissertação. Para melhor compreender o objeto de estudo a partir da fundamentação teórica e desdobramento da pesquisa, considerou-se oportuno estruturar o trabalho em seis capítulos, incluindo a Introdução e as Considerações Finais. O primeiro momento aponta os elementos que constituem o contexto de reflexão da pesquisa e descreve a problematização, ocasião em que se justifica o trabalho de pesquisa que resultou na dissertação de mestrado.

27 25 Os procedimentos metodológicos utilizados no estudo compõem o segundo capítulo. Destaca os autores que balizam o campo epistemológico e conceitual da mesma, bem como a caracterização do universo de pesquisa; dos critérios de seleção do universo e da amostra e das matrizes de análise dos dados. O terceiro procura caracterizar a internet e a web 2.0 no atual cenário da cultura participativa no ciberespaço, com o objetivo de demonstrar que nas instituições arquivísticas nacionais, o processo de transferência da informação arquivística do acesso ao paradigma participativo encontra-se, ainda, em processo. O quarto apresenta um panorama da internet nos países de tradição ibérica, discorrendo sobre as relações entre as instituições arquivísticas nacionais, a web e a cultura participativa. A análise dos dados, dos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica à luz dos capítulos anteriores, evidenciando as ferramentas web 2.0 presentes nestes sítios e a influência da web 2.0 na gestão das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica compõem o quinto capítulo. Uma síntese do que foi abordado ao longo da dissertação constitui as considerações finais: um diagnóstico das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica na web.

28 26 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Optou-se por desenvolver o trabalho fundamentado na pesquisa de natureza aplicada, uma vez que [...] visa à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica (GIL, 2010, p. 27). Além disso, utilizou-se de propósitos exploratórios e descritivos, com enfoque qualitativo e quantitativo, na busca de conhecimentos específicos para aplicação prática à solução do problema levantado (GIL, 2010). Para atingir os objetivos estabelecidos e previstos, a pesquisa foi estruturada em três etapas: fundamentação teórica; pesquisa empírica e análise e discussão dos dados. A primeira etapa iniciou-se com a aplicação da técnica de documentação indireta, de forma a assegurar o conhecimento do estado da arte do tema no Brasil e no exterior, bem como fornecer os elementos conceituais necessários para a análise e discussão dos dados levantados na pesquisa empírica (LAKATOS; MARCONI, 2010). A segunda etapa, de cunho empírico, visou a complementar a fundamentação teórica a partir das técnicas de documentação direta, observação direta intensiva e da observação direta extensiva (LAKATOS; MARCONI, 2010). Os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa estiveram voltados para: critérios de seleção do universo e amostra; instrumento de coleta de dados e matrizes de análise de dados. Na última etapa são analisados e discutidos os dados com base na fundamentação teórica e nas variáveis presentes nos objetivos propostos para esta investigação. 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO A composição do referencial teórico exigiu a realização de uma pesquisa bibliográfica, a partir de levantamento, fichamento e leitura crítica de publicações a exemplo de dissertações, teses e periódicos científicos nacionais e internacionais com o intuito de delinear os principais autores, pesquisadores do tema: Arquivologia

29 27 e Informática; Arquivologia e internet, bem como Arquivologia e web 2.0. Verificou-se que a literatura sobre o tema é ainda bastante limitada. No cenário internacional, as décadas de 1960 e 1970 foram dedicadas às discussões sobre o crescimento e aplicação das técnicas informáticas nas instituições arquivísticas. Vale destacar que a citada temática foi objeto de seis Congressos Internacionais de Arquivologia, organizados pelo Conselho Internacional de Arquivos - CIA, nos anos de 1964, 1965, 1971, 1972, 1974 e Portanto, estes dados possibilitam demarcar uma relativa evolução da temática na área (RONDINELLI, 2005). No Brasil, até a década de 1970, a pedido de arquivistas, a temática foi abordada por engenheiros e bibliotecários no periódico Arquivo & Administração, bem como nos Anais do Congresso Brasileiro de Arquivologia, ambos organizados pela Associação dos Arquivistas Brasileiros. A década de 1990 torna-se um marco das discussões entre Arquivologia e Informática, caracterizada pela riqueza da produção de literatura e pela profundidade das discussões (RONDINELLI, 2005). Charles Dollar (1990) analisou o impacto das tecnologias da informação na Arquivologia, propiciando uma redefinição dos princípios e práticas da área. José Maria Jardim (1992) reforça a perspectiva de Dollar em um artigo intitulado: As novas tecnologias da informação e o futuro dos arquivos. Aponta [...] o impacto das tecnologias da informação sobre os princípios e práticas arquivísticas. Dois anos depois, em 1994, Marilena Leite Paes e Ana Maria de Almeida Camargo se consagram à reflexão das implicações da Informática na Arquivologia (CAMARGO, PAES, 1994 apud RONDINELLI, 2005, p. 35). Em 1995, Jardim sintetiza o momento de efervescência da área, bem como as questões enfrentadas pelos arquivistas, em mais um artigo: Novas perspectivas da Arquivologia nos anos 90 (JARDIM, 1995 apud RONDINELLI, 2005, 35). Em 1996, Jardim foi o precursor de um levantamento das instituições arquivísticas públicas estaduais e municipais brasileiras com presença na internet (JARDIM, 1999). O autor identificou, à época, apenas três instituições com sítios (JARDIM, 1999). Em 1997, Anna Carla Mariz, também, torna-se pioneira na área acadêmica, com sua dissertação de mestrado, sublinhando novos aspectos relativos à Arquivologia e a internet, ao estudar: O correio eletrônico e o impacto na formação dos arquivos empresariais: estudo dos casos da Shell e do Club

30 28 Méditerranée (MARIZ, 1997 apud RONDINELLI, 2005). No ano seguinte, em 1998, Mariz (2012) ressaltava que a bibliografia sobre o tema era escassa. Em 1999, ao atualizar seu estudo, Jardim constatou que treze instituições já possuíam sítios na internet, a saber: Arquivo Nacional; Arquivos Públicos Estaduais da Bahia, do Ceará, do Espírito Santo, de Pernambuco, do Pará, do Paraná, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de São Paulo; e do Distrito Federal. Além, dos Arquivos Municipais do Rio de Janeiro e Histórico de Salvador (JARDIM, 1999). No ano de 2005, Schenkel e Ohira (2002 apud OHIRA et al., 2005, p. 55) atualizaram os dados da pesquisa de Jardim, identificando mais quatro arquivos estaduais com sítios: Arquivo Público do Mato Grosso, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul 6 e de Santa Catarina. Depois dessa pesquisa, dentre os vinte e sete arquivos estaduais brasileiros, incluindo o Distrito Federal, totaliza um quantitativo de quinze instituições com acesso via internet. No mesmo ano, Mariz (2005), por meio de pesquisa empreendida no doutorado em Ciência da Informação na Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro (UNIRIO), intitulada: Arquivos Públicos Brasileiros: a transferência da informação na Internet. Mariz confirma a existência de apenas quinze sítios de instituições arquivísticas públicas estaduais e nove sítios de instituições arquivísticas públicas municipais. Quanto aos municipais, havia uma diferença para mais de sete sítios de instituições arquivísticas públicas municipais se comparado ao levantamento realizado por Jardim, em As presenças de instituições arquivísticas públicas estaduais e municipais na web permitem constatar que as regiões Sul e Sudeste do Brasil concentram um quantitativo mais elevado de sítios, confirmando os dados do Relatório sobre a Situação do Patrimônio Documental do Brasil, da FHT, publicado em 1999 (FUNDAÇÃO HISTÓRICA TAVERA, 1999 apud JARDIM, 1999). O mesmo relatório aborda a situação do patrimônio documental dos demais países da América Latina, analisando, dentre outros aspectos, os recursos tecnológicos das instituições arquivísticas. 6 O Estado do Rio Grande do Sul possui duas instituições arquivísticas estaduais, o que soma quinze instituições. 7 Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro RJ); Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (Belo Horizonte BH); Arquivo Histórico de Juiz de Fora (Juiz de Fora MG); Arquivo Público de Uberaba (Uberaba MG); Arquivo Histórico Municipal Washington Luís (São Paulo SP); Arquivo Público Municipal Nilson Cardoso de Carvalho (Indaiatuba SP); Fundação Arquivo e Memória de Santos (Santos SP); Arquivo Histórico do Município de Salvador (Salvador BA) e Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho (Porto Alegre RS).

31 29 Em 2011, de acordo com a listagem do Conarq, foi possível ainda identificar quinze sítios de instituições arquivísticas públicas estaduais, o mesmo quantitativo encontrado por Mariz (2005), uma vez que no Estado do Rio Grande do Sul, como registrado, existem dois arquivos públicos estaduais Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul ao passo que no Arquivo Público Estadual João Emerenciano (Pernambuco - PE) o ambiente virtual foi desativado. No que se refere às instituições arquivísticas públicas municipais houve, de certa forma, um rápido decréscimo, seguido de expressivo aumento de sítios: em 2005, nove, em seguida apenas oito 8, e em 2011, verifica-se a presença de mais oito novos sítios, totalizando dezesseis instituições arquivísticas públicas municipais na web 9. Em julho de 2011, por ocasião do VII Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica, Osvaldo Villaseca Reyes (2011) apresentou uma palestra intitulada A potencialidade informativa dos sites dos Arquivos Nacionais de tradição ibérica, demonstrando a situação de vinte e três países de tradição ibérica 10. Em 2012, Anna Carla Mariz volta a se destacar com a publicação de A informação na internet: Arquivos Públicos brasileiros que sintetiza as reflexões feitas durante as pesquisas de mestrado e doutorado. Nessa perspectiva, observa-se na literatura acadêmico-científica nacional e internacional das áreas de Arquivologia e de Ciência da Informação que autores tratam sobre o paradigma participativo na transferência da informação arquivística como: Silva (1996) e Silva e Marinho Júnior (1998); no que se refere à transferência da informação arquivística na web destacam-se Jardim (1999 e 2000); Ohira (2003); Mariz (2005); Archer e Cianconi (2010). Por sua vez, discorrem acerca da web 2.0, na área de arquivos, Dufour (2009); Daines III e Nimer (2009); Theimer (2010); Samouelian (2008); Nogueira (2010) e Palmer (2009). Quanto à temática sobre 8 O Arquivo Histórico de Juiz de Fora não consta da atual listagem de instituições arquivísticas públicas municipais do Conarq. 9 Arquivo Histórico de Balneário de Camboriú (Balneário de Camboriú - SC); Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami (Caxias do Sul - RS); Arquivo Público Municipal de Divinópolis (Divinópolis - MG); Arquivo Histórico do Município de Florianópolis (Florianópolis - SC); Arquivo Público Municipal Olímpio Michael Gonzaga (Paracatu - MG); Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto (Ribeirão Preto - SP); Fundação Pró-Memória de São Carlos (São Carlos - SP) e Arquivo Público Municipal de São José dos Campos (São José dos Campos SP). 10 O estudo de Villaseca contemplou vinte e três países ibero-americanos: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

32 30 arquivos participativos, é abordada por Huvilla (2008), inspirado pelos museus participativos de Simon (2010). A autora Theimer (2010) aborda a gestão e mensuração das implementações da web 2.0 nas instituições arquivísticas. Sendo o universo empírico restrito às instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica, interessou-nos identificar os autores que se ocuparam em produzir conhecimento e disseminar os conceitos e práticas que oferecessem subsídios para análise da inserção na web daquelas instituições. Para tanto, constatou-se que o Arquivo Nacional do Brasil (1988 e 2000); Fundación Histórica Tavera (2000); Bleda, Sánchez e Navarro (2007); Bleda e Navarro (2011); Navarro 11 (2009) e Villaseca (2011) abordavam a temática. 2.2 PESQUISA EMPÍRICA Nesta seção são descritas as etapas e os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa, visando ao levantamento dos dados. O estágio inicial partiu da definição dos critérios para balizar a seleção das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica que integrariam o universo de estudo. Foram coletados dados em três fontes de pesquisa diferenciadas: a) Listagens dos Arquivos Nacionais de língua portuguesa, dos Arquivos Nacionais latino-americanos e do Caribe, disponível no sítio do Conarq; b) Listagem disponibilizada no sítio da Asociación Latinoamericana de Archivos - ALA; e 3) Guia dos Arquivos Nacionais de Tradição Ibérica, organizado pelo Arquivo Nacional do Brasil. A primeira e a terceira fonte forneceram os dados para o mapeamento das instituições arquivísticas nacionais. A primeira e a segunda permitiram a validação dos endereços dos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. A listagem do Conarq ordenava alfabeticamente as instituições arquivísticas nacionais, dentro das duas categorias, e apresentava informações básicas sobre estas instituições: nome; endereço completo; telefone; geral e fax. A listagem da ALA apresentava o nome do(a) diretor(a) e o seu respectivo A pesquisa de Bleda, Sánchez e Navarro, nos anos citados, englobam dezenove países hispanoamericanos, a saber: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

33 31 Após a análise dos referidos dados, foi possível estabelecer que o universo da pesquisa se encontrava composto por um total de quarenta e dois sítios de instituições arquivísticas nacionais. Sendo, quarenta e um países de tradição ibérica, para a realização do estudo exploratório-descritivo combinado, com o intuito de descrever completamente o fenômeno da web 2.0 no contexto da tradição ibérica (LAKATOS; MARCONI, 2010), representados na Figura 3.

34 Figura 3 - Instituições arquivísticas públicas nacionais de países de tradição ibérica. Fonte: Conselho Nacional de Arquivos do Brasil (2011), adaptado pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. 32

35 CARACTERIZANDO O UNIVERSO DE PESQUISA O universo de países de tradição ibérica é composto por quatorze (34,2%) países da América do Sul, onze (26,8%) do Caribe, seis (14,6%) países da América Central, cinco (12,2%) países africanos e dois (4,9%) asiáticos, de língua portuguesa, dois (4,9%) da Europa e um (2,4%) da América do Norte, totalizando quarenta e um países (ARQUIVO NACIONAL DO BRASIL, 2000; CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2011). Gráfico 1 - Distribuição por região geográfica dos países de tradição ibérica Fonte: Elaborado pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Desses quarenta e um países de tradição ibérica, constatou-se que vinte e três têm por idioma oficial o espanhol, nove o português e nove o inglês. A Figura 4 ilustra e sintetiza esses países de tradição ibérica e seus idiomas oficiais. Desse modo, realizou-se o monitoramento de quarenta e dois sítios. Os dados foram coletados e registrados em um roteiro de observação direta intensiva, do tipo sistemática, de acordo com Lakatos e Marconi (2010) (APÊNDICE A). Essa observação sistemática foi complementada pela aplicação da técnica de observação direta extensiva, por meio da aplicação de um questionário semi-estruturado,

36 34 aplicado via , com os diretores das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica que possuíam as ferramentas web 2.0.

37 Figura 4 - Distribuição por idioma oficial das instituições arquivísticas públicas nacionais de países de tradição ibérica. Fonte: Elaborada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. 35

38 36 Os roteiros de observação direta sistemática, bem como o questionário, integraram a posterior análise e discussão dos dados. Reconhecer as singularidades e os aspectos do universo arquivístico dos países de tradição ibérica supõe identificar elementos históricos de uma possível raiz arquivística ibérica comum. Conde e Jardim afirmam que: O processo colonizador conduzido pela Espanha e Portugal a partir do século XVI condicionou, com distinta intensidade, processos sociais diversos nos territórios colonizados nas Américas, Ásia e Àfrica. Os projetos de nação, independência e formação dos Estados nacionais a partir do século XIX ou posteriormente, no século XX, mostraram singularidades históricas em vários países, acumulando-se, nesse período, marcos simbólicos, políticos, econômicos e culturais do processo colonizador. Nesse sentido, é razoável a hipótese que exista uma matriz arquivística ibérica que caracterizaria um grupo de países que viveram a colonização espanhola e portuguesa. Estes países compartilham a diferentes níveis práticas, processos e interpretações sobre o fenômeno arquivístico, vinculados a complexidade das estruturas coloniais e pós-coloniais (CONDE; JARDIM, 2012, p. 25, tradução nossa). Os autores referidos admitem uma hipótese: a existência de uma matriz arquivística ibérica no grupo de países que foram submetidos ao domínio colonizador da Espanha e de Portugal. Quanto ao ano de criação das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica (Figura 5), verifica-se que em 2000, doze instituições arquivísticas eram consideradas centenárias, a saber: Argentina (1821), Brasil (1838), Bolívia (1883), Costa Rica (1881), Cuba (1840), Espanha (1866), Guatemala (1846), Honduras (1880), Nicarágua (1896), Portugal Instituto Arquivo Nacional da Torre do Tombo IANTT, Peru (1861) e Uruguai (1827) O Arquivo Nacional do Uruguai foi criado com a denominação de Archivo General Administrativo, em 1827, passando a Archivo General de la Nación, em 1926.

39 Figura 5 Linha do tempo do ano de criação das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica. Fonte: Arquivo Nacional (2000), Fundación Histórica Tavera (2000, tradução nossa) e Navarro (2009, tradução nossa), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. 37

40 38 A maioria dos Arquivos Nacionais foi criada entre os séculos XIX e XX. Apenas dois são mais tradicionais, por terem sido criados nos séculos XVI e XVIII, respectivamente: Paraguai e México (ARQUIVO NACIONAL DO BRASIL, 2000; FUNDACIÓN HISTÓRICA TAVERA, 2000, tradução nossa e NAVARRO, 2009, tradução nossa). As instituições arquivísticas nacionais mais contemporâneas, século XX, são: El Salvador; Porto Rico; São Tomé; Príncipe e Colômbia. Em relação às instalações físicas de instituições arquivísticas nacionais, segundo Navarro (2009, tradução nossa) existem duas categorias. As maiores que pertencem ao Chile; ao México; a Porto Rico; a República Dominicana e ao Uruguai. E, as menores instalações encontram-se no Equador e no Paraguai, de acordo com a Figura 6: Figura 6 Ranking das instalações físicas das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Navarro (2009, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. A dimensão das instalações físicas das instituições arquivísticas reflete no volume do acervo documental custodiado (NAVARRO, 2009, tradução nossa). Considerando como unidade de medida o metro linear, é possível afirmar que o Paraguai 13, que abriga a mais antiga instituição arquivística, detém o menor quantitativo de acervo documental, ao passo em que Porto Rico, uma das mais 13 Provavelmente, a contradição em relação ao Paraguai: abriga a mais antiga instituição arquivística, detém o menor quantitativo de acervo documental deva-se aos efeitos da Guerra do Paraguai, fato ocorrido na segunda metade do século XIX.

41 39 contemporâneas das instituições arquivísticas, reúne o quantitativo de acervo documental mais expressivo. A Figura 7 ilustra o exposto: Figura 7 Ranking de metros lineares das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Navarro (2009, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. À antiguidade dos fundos documentais, Navarro (2009, tradução nossa) sublinha que: nove (75%) das instituições arquivísticas abrigam acervos dos séculos XVI ao XXI: Argentina, Chile, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana. Duas instituições (16,7%), Porto Rico e Uruguai, reúnem acervos dos séculos XVIII ao XXI. Somente uma instituição (8,3%), representada por El Salvador, custodia acervo dos séculos XVI ao XIX, conforme a Figura 8. Ao se estabelecer a comparação entre os três aspectos caracterizadores das instituições arquivísticas nacionais (instalações físicas, metros lineares de acervo documental e antiguidade dos fundos), foi possível a construção de uma escala, presente na Figura 9.

42 Figura 8 Ranking da antiguidade dos fundos documentais custodiados pelas instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Navarro (2009, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. 40

43 41 O Chile, o México e a República Dominicana são evidenciados, assumindo posição de destaque por atenderem e compatibilizarem os três quesitos: maiores instalações físicas, maiores acervos documentais e mais tradicionais fundos documentais. Costa Rica, Uruguai, Porto Rico e Peru encontram-se numa posição intermediária por apresentarem um grande acervo documental. Enquanto Porto Rico e Uruguai atrelam um grande acervo documental com uma maior instalação física; Costa Rica e Peru aliam grande acervo com antiguidade dos fundos. Equador e Argentina são os últimos países nessa escala, por apresentarem somente fundos mais antigos. O exposto pode ser observado na Figura 9: Figura 9 - Ranking comparativo entre instalações físicas, metros lineares e antiguidade dos fundos documentais das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Em termos do quadro de recursos humanos, destacam-se levantamentos elaborados nos anos de 1988 e de 2009, ilustrado na Figura 10. A República Dominicana e o México, juntamente com o Peru de acordo com a Figura 10, encontram-se bem posicionados em termos de recursos humanos. O Uruguai, também, se evidencia, no século XX e XXI, uma vez que, num período de vinte e um anos, apresentou um aumento significativo de funcionários. Isso

44 42 demonstra que o país soube aproveitar seu potencial, no que tange às suas instalações físicas, para ampliar seus recursos humanos que auxiliariam no tratamento técnico do seu expressivo volume de fundos documentais. O Chile assume a segunda posição: Provavelmente, administrou o grande espaço e acervo, de forma a permitir contratar mais recursos humanos, não sendo essa contratação tão expressiva como a do Uruguai. Apenas vinte e quatro funcionários foram contratados em vinte e um anos, contra sessenta e sete do Uruguai. A Argentina se destaca negativamente, na medida em que contratou apenas quatro pessoas no período de O Equador e o Paraguai se destacam negativamente: o limitado espaço físico e, por conseguinte, o reduzido acervo, refletem-se nos baixos índices de recursos humanos: somente 14 e 12 funcionários, respectivamente: Figura 10 - Ranking comparativo de funcionários das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em 1988 e Fonte: Arquivo Nacional do Brasil (1988) e Navarro (2009, tradução nossa), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva.

45 43 Quanto aos recursos materiais, assim como ocorreu em outros aspectos analisados, Chile, Costa Rica, México, Peru e República Dominicana permanecem nas primeiras colocações. O Peru fica em último lugar apenas em um item: no equipamento scanner. Entretanto, nos demais equipamentos, sempre se mantém entre os três primeiros colocados. Desse modo, os cinco países atrelam expressivo e tradicional acervo documental, um privilegiado espaço físico em comparação a outros Arquivos Nacionais, uma quantidade proporcional de recursos humanos e significativa quantidade de recursos materiais. Figura 11 Ranking de computadores e impressoras das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Navarro (2009, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Voltando a se manter em uma posição intermediária, nesse momento em termos de recursos materiais, encontram-se El Salvador, Equador, Porto Rico e Uruguai. Desse grupo, o Uruguai se destaca, em todos os equipamentos, ocupando sempre o 7º lugar. Além disso, constata-se que os recursos materiais disponíveis

46 44 nessa instituição arquivística nacional são insuficientes para atender aos recursos humanos, no ano de Figura 12 Ranking de copiadoras e scanners das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Navarro (2009, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva Numa situação bem desfavorável em recursos materiais, situa-se novamente o Paraguai, acompanhado pelo Panamá. Essas instituições convivem com um grande desafio: lidar com insuficientes recursos humanos e materiais, num restrito espaço físico, tendo que custodiar e manter um acervo documental de expressiva relevância para seus países. 2.4 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO UNIVERSO E DA AMOSTRA A definição de instituições arquivísticas públicas se constitui no primeiro critério para a seleção das instituições arquivísticas nacionais, componentes do universo da pesquisa. Neste estudo, adotou-se o conceito formulado por Jardim

47 45 (2011, p. 7): Instituições arquivísticas públicas são aquelas organizações cuja atividade-fim é a gestão, recolhimento, preservação e acesso de documentos produzidos por uma dada esfera governamental (ex: o Arquivo Nacional, os arquivos estaduais e os arquivos municipais). Por sua vez, outras definições propiciaram a delimitação dos sítios das instituições arquivísticas nacionais. Neste estudo, foram adotados os conceitos formulados pelo Departamento de Governo Eletrônico (2010, p. 3): Sítio é um conjunto de páginas contendo serviços e informações de um dado órgão, empresa ou departamento. Contudo, a definição de sítio institucional diz ser: Sítio [um conjunto de páginas] que contém informações relativas a um órgão ou entidade específico, tanto informações quanto serviços de sua competência. O levantamento conceitual, a definição dos critérios, a seleção de instituições arquivísticas nacionais e a identificação dos respectivos sítios iniciaram-se em março de A delimitação do universo da pesquisa e da aplicação da técnica de observação direta sistemática possibilitou a delimitação da amostra da pesquisa, a qual subsidiou a realização da técnica de observação extensiva, com a aplicação do questionário de pesquisa. Durante a observação direta sistemática, os sítios selecionados foram classificados em: a) Sítios de instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica que não potencializavam a transferência e o acesso às informações. Razões: O arquivo não tinha sítio próprio ou o sítio do arquivo estava fora do ar. b) Sítios de instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica que potencializavam a transferência e o acesso às informações: Arquivos que possuíam sítio próprio: Ferramentas web 1.0 Ferramentas web 2.0 A partir dessa primeira classificação, selecionou-se a amostra que iria compor a segunda, terceira e quarta etapas da pesquisa. A amostra da segunda etapa correspondeu à análise dos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica que potencializam a transferência e o acesso às informações, de acordo com três indicadores: elementos

48 46 sobre o conteúdo do sítio; elementos sobre busca e recuperação da informação e elementos de colaboração. Quanto à amostra da terceira etapa, correspondeu aos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica que apresentavam os elementos de colaboração, momento no qual foi realizada a análise das ferramentas web 2.0 incorporadas por estas instituições. Os períodos de análise das ferramentas web 2.0 corresponderam aos anos de 2011, para as que foram incorporadas em 2010 ou 2011, e o ano de 2012, dos meses de janeiro a março, para as que foram adotadas recentemente. Por fim, na quarta etapa, para os quinze diretores das instituições arquivísticas nacionais que possuíam as ferramentas web 2.0, foi realizada a observação direta extensiva, com a aplicação de um questionário, com o intuito de mapear a infra-estrutura tecnológica, bem como as ferramentas web 2.0 (LAKATOS; MARCONI, 2010). Mister registrar a inestimável colaboração da Presidência da Asociación Latinoamericana de Archivos - ALA, atualmente presidida pelo Arquivo Nacional do Brasil, no envio de questionário para os quinze diretores de instituições arquivisticas nacionais, por . Registra-se que o instrumento de coleta de dados, um questionário semiestruturado, contendo com vinte e uma questões, composto de questões de critério de seleção e de análise, específicas da pesquisa, no dia 16 de janeiro de O questionário foi traduzido para o idioma espanhol pelo professor Vitor Lima, da Universidade Federal da Bahia - UFBA, com o intuito de facilitar a compreensão das questões da pesquisa, bem como para o idioma inglês. Além de ser enviado por e- mail pela Presidência da ALA, o questionário foi disponibilizado no sítio da ALA 14, também em 16 de janeiro de A aplicação do questionário encerrou-se em 30 de março de

49 47 Figura 13 - Questionário de pesquisa disponível no sítio da Asociación Latinoamericana de Archivos ALA em Fonte: Dos quinze questionários enviados, apenas dez foram respondidos. Na oportunidade, os mesmos foram consultados sobre a possibilidade de assinarem termo de autorização para publicação das contribuições encaminhadas no âmbito da dissertação (APÊNDICES B a J). Importante mencionar que o pré-teste deste questionário foi realizado no dia 14 de dezembro de 2011, com as instituições arquivísticas públicas estaduais e municipais brasileiras que também apresentavam as ferramentas web 2.0, conforme ilustrado nas figuras. A aplicação foi precedida de pré-teste para avaliação da compreensão dos seus termos, sendo acolhidas as sugestões apresentadas. 2.5 MATRIZES DE ANÁLISE DOS DADOS O levantamento de dados dos sítios das instituições arquivísticas nacionais foi realizado por meio de um roteiro de observação direta sistemática (APÊNDICE A). O objetivo do roteiro de observação (matriz de análise 01) dos sítios era o de verificar se estavam incluindo os indicadores propostos por Bleda e Navarro (2011, p. 173), acrescidos do indicador de colaboração, proposto por Archer e Cianconi (2010). Desse modo, o roteiro foi estruturado em quatro módulos:

50 48 Módulo 1: Elementos sobre o conteúdo: Composto por setenta e dois elementos referentes à nove categorias (informações básicas, informações corporativas, serviços, fundos documentais, publicações, links externos, comunicação com o usuário, atualização e administração). 1.1 Informações Básicas: O sítio foi analisado quanto às nove informações gerais, fornecendo subsídios para localização e contato. 1.2 Informações Corporativas: Com dezenove itens, esta subcategoria identificou e caracterizou a instituição arquivística nacional no que se refere às informações institucionais, como o planejamento estratégico, história e normas/regulamentos. 1.3 Serviços: Composta por quinze itens, nesta subcategoria observou-se nos sítios a presença de informações sobre os serviços arquivísticos oferecidos fisicamente e online. 1.4 Fundos Documentais: Nesse subitem, com sete dados analisados, se buscou informações sobre fundos documentais custodiados pelas instituições arquivísticas nacionais e sua disseminação online. 1.5 Publicações: Subcategoria composta por quatro dados, as publicações são meios de divulgação e disseminação de informações, consideradas tanto em suporte impresso quanto em meio digital. 1.6 Links Externos: São analisados os links, como conexões internas e externas, que permitem a análise do grau de navegabilidade do sítio. Essa subcategoria contou com quatro itens observados; 1.7 Comunicação com o usuário: Neste item, com sete itens, observou-se a comunicação entre a instituição arquivística e os seus usuários através do sítio, utilizando mecanismos de comunicação interativa, a exemplo das salas virtuais (chat) e fale conosco, favorecendo a integração e conectividade da instituição com os seus usuários, bem como os recursos multimídia de áudio e vídeo utilizados; 1.8 Atualização: Neste aspecto analisaram-se os sítios quanto às questões de atualização. Esta subcategoria totalizou três itens observados; 1.9 Administração: Com quatro itens observados, neste item ressaltou-se nos sítios às questões de autoria e uso. Módulo 2: Elementos sobre busca e recuperação da informação: composto por quatro indicadores relativos às ferramentas de busca disponíveis no sítio.

51 49 Configura-se numa área importante do sítio por possibilitar a consulta dos conteúdos informacionais da instituição, sendo analisado o sistema de busca interno e externo como mecanismos de recuperação das informações disponíveis nas páginas do sítio. Módulo 3: Elementos de colaboração: composto por dezessete indicadores relativos à identificação da(s) ferramenta(s) web 2.0, presença de ícone da(s) ferramenta(s) web 2.0 e a existência de políticas/ diretrizes de uso das mesmas. Por sua vez, o questionário semi-estruturado (Matriz de Análise 02), elaborado tendo como alicerce os Padrões web em Governo Eletrônico e-pwg, do Departamento de Governo Eletrônico, o Relatório da Fundación Histórica Tavera (2000, tradução nossa) e das autoras Navarro (2009, tradução nossa) e Samouelian (2008, tradução nossa), sendo estruturado em dois módulos: a) Módulo 1: Infra-estrutura tecnológica, onde foram avaliadas questões relativas ao ano de conexão com a internet da instituição arquivística nacional; ano de criação do sítio institucional; padrões e/ou normas de descrição arquivística utilizadas no sítio; sítio na gestão arquivística; orçamento anual destinado ao sítio; equipamentos informáticos disponíveis; recursos humanos no setor de tecnologia da informação e formas e/ou dispositivos utilizados para acesso e difusão do acervo, produtos e serviços. b) Módulo 2: Ferramentas web 2.0: ferramentas web 2.0 incorporadas; ano de incorporação e respectivos objetivos destas ferramentas; realização de avaliação periódica das ferramentas web 2.0; responsável pelo gerenciamento das ferramentas web 2.0, responsável pelo conteúdo e coordenação da equipe 2.0, bem como sua formação, cargo e setor de atuação; responsável pela manutenção do processo de publicação de conteúdo nas ferramentas web 2.0, assim como sua formação, cargo e setor de atuação; responsável pelo processo de atendimento às solicitações dos usuários, bem como sua formação, cargo e setor de atuação; motivação para inclusão das ferramentas web 2.0; benefícios da implementação das ferramentas web 2.0; desvantagens da implementação das ferramentas web 2.0; perspectivas de adoção de outras ferramentas web 2.0 e recomendações para adoção de ferramentas web 2.0.

52 LIMITAÇÕES DA PESQUISA Ao longo da pesquisa, apesar do rigor utilizado nos procedimentos, algumas limitações foram identificadas: a) Na fundamentação teórica: a literatura acadêmico-científica nacional e internacional especializada na área de Arquivologia nesta temática ainda se encontra escassa e dispersa. b) Na seleção das instituições arquivísticas nacionais e de seus respectivos sítios: Suspensão do sítio (sítio fora do ar): O primeiro caso refere-se às instituições arquivísticas nacionais listadas pelo Conarq, mas que não ofereciam acesso, como no caso do Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe. O link listado como referente à instituição arquivística nacional remete a outro sítio. Portanto, considerou-se esse sítio como fora do ar; Sítio não oficial: No decorrer do levantamento/identificação das instituições arquivísticas nacionais notou-se a existência de um sítio não oficial, por não ter sido desenvolvido pela própria instituição arquivística nacional. Este é o caso do Arquivo Nacional do Paraguai, cujo sítio não oficial não foi analisado nesta pesquisa, já que o oficial não se encontrava disponível na internet. Esse sítio é mantido por amigos do Arquivo Nacional; Suspensão temporária de sítio para reformulação dos conteúdos: Constatou-se a indisponibilidade de acesso aos sítios de Cabo Verde, El Salvador, Jamaica e Peru, no ano de A suspensão temporária desses sítios foi feita para reformulação de conteúdos, uma vez que, no mês de outubro de 2011, os links voltaram a ficar ativos e disponíveis; Mudança de URL 15 : A troca de URL ocorreu com a Bolívia e Guatemala. Na listagem do Conarq, no caso da Bolívia, o endereço disponível não correspondia ao sítio da instituição arquivística, remetendo à informação página não encontrada. Ao verificar a listagem dos membros da ALA, disponibilizada em seu sítio, verificou- 15 Uma convenção nominal que identifica a localização de um computador, diretório ou documento na Internet. O início do endereço URL especifica o tipo de protocolo, como HTTP, FTP, etc.. (MATOS, 2009, p. 353).

53 51 se o endereço ativo. Contudo, no caso da Guatemala, esse procedimento não obteve êxito. Dessa maneira, através de contato por com a Direção do Arquivo Nacional do Brasil foi possível o fornecimento da nova URL do Arquivo Nacional da Guatemala; Um país, duas instituições arquivísticas nacionais: Pela listagem do Conarq, Portugal possui duas instituições arquivísticas nacionais: o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT) e o Arquivo Histórico Ultramarino (AHU). As duas instituições foram consideradas nessa pesquisa. Inexistência de sítio: Pela listagem do Conarq, os Arquivos Nacionais de Bermuda, Guyana, Honduras e Nicarágua não possuíam sítio. Um novo contato por foi feito com a Direção do Arquivo Nacional do Brasil para verificar se tal informação era procedente. A instituição arquivística nacional brasileira confirmou a inexistência do sítio de Honduras e encaminhou os links oficiais das outras três instituições arquivísticas nacionais, afirmando que se tratavam de sítios com domínio externo por possuírem apenas informações básicas sobre o arquivo do país, mas sem acesso à serviços e acervo. Dessa maneira, essas páginas eram vinculadas aos sítios do Governo de Bermuda, ao Ministério da Cultura da Guyana e Instituto Nicaraguense de Cultura. Todos os levantamentos produzidos com o auxílio das listagens foram realizados durante o ano de 2010 e A listagem do Conarq é uma referência para pesquisa das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica, contudo necessita de atualização periódica das informações, a fim de acompanhar o dinamismo da web. As transformações ocorridas na internet ao longo de sua trajetória, bem como o surgimento da web 2.0, são analisadas no capítulo 3.

54 52 3 A INTERNET E A WEB 2.0 A internet teve sua origem e desenvolvimento nas últimas três décadas do século XX nos Estados Unidos, país sede da fusão de estratégia militar, cooperação científica e iniciativa tecnológica que propiciaram a sua concepção (CASTELLS, 1999). A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada - ARPA, do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, utilizou como alicerce à tecnologia de comunicação de troca de pacotes, que criava uma rede de informação independente dos centros de comando e controle. Assim, a mensagem se dividia em pacotes que buscavam suas próprias rotas ao longo da rede. A mensagem era então remontada em um ponto específico da rede, onde voltava a ter sentido coerente (CASTELLS, 1999). Para Castells, na medida em que esta nova tecnologia permitia o empacotamento de todos os tipos de mensagem, inclusive de som, imagens e dados, a nova rede de informação criou a comunicação distribuída, sem a utilização de centros de controle, fato que resultou no estabelecimento da comunicação global horizontal, que se contrapunha à comunicação vertical. A ARPA concebeu a primeira rede de computadores, em 1969, denominada ARPANET, dedicada a fins científicos. Na década de 1980, o Transmission Control Protocol/Internet Protocol - TCP/IP - possibilitaria a segurança na transmissão dos dados da rede. Em 1983, com o intuito de separar as finalidades das redes, houve uma divisão entre a ARPANET, com fins exclusivamente científico, e a MILNET, orientada exclusivamente para aplicações militares. Além disso, no mesmo ano, o sistema UNIX, criado pelo Bell Laboratories, em 1969, passou a ser utilizado e adaptou-se ao TCP/IP. O UNIX possibilitava a interligação dos computadores via linha telefônica comum (CASTELLS, 1999). Também na década de 1980, a National Science Foundation fundou outra rede científica, a CSNET, e, em parceria com a IBM, desenvolveu a BITNET, rede remota para acadêmicos não científicos de sites educacionais separada da internet, porém com intercâmbio livre de correio eletrônico ( ) com a internet e que influenciou o seu crescimento. O alicerce dessas redes, segundo Castells, era, contudo, o sistema de comunicação da ARPANET. A rede das redes que se formou

55 53 durante a década de 1980 chamava-se ARPA-INTERNET, ainda sustentada pelo Departamento de Defesa e operada pela National Science Foundation. Na década de 1990, a ARPANET torna-se obsoleta e encerra suas atividades. A NSFNET, da National Science Foundation, assumiu o posto de supervisora da internet. Por sua vez, as atividades da NSFNET ocorreram em 1995, em um contexto de fortes pressões comerciais, crescimento de sedes de empresas privadas e de redes cooperativas sem fins lucrativos que ocasionou a privatização da internet (CASTELLS, 1999). A coexistência pacífica de vários interesses e culturas na rede tomou a forma atual da World Wide Web, uma rede flexível, formada por redes dentro da internet, onde instituições, empresas, associações e pessoas físicas criaram os próprios sítios (CASTELLS, 1999). Castells (1999, p. 431) afirma ser a internet a espinha dorsal da comunicação global mediada por computadores (CMC), proporcionando a todos que a ela se encontram interligados a uma gama de recursos e de serviços de informação. Anos mais tarde, o mesmo autor apresenta outro conceito de internet que completa o anterior por considerar que A Internet constitui a base material e tecnológica da sociedade em rede, que é um meio de comunicação, de interação e de organização social (CASTELLS, 2003, p. 286). A internet criou um novo espaço de circulação da informação, o ciberespaço. Para Lévy (1999, p. 17), a cibercultura compreende o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. O ciberespaço, por sua vez, embora muitas vezes seja simplesmente denominado rede, diz respeito não apenas à infraestrutura material de comunicação digital, mas também às informações que essa estrutura abriga e faz circular, assim como os seres humanos que navegam e alimentam essas informações (LÉVY, 1999, p. 17). Inicialmente, a internet, pensada para a pesquisa acadêmica, assume uma dimensão mais abrangente. Lévy (1999, p. 63) distingue os três dispositivos da comunicação: um-um, um-todos e todos-todos. O primeiro, ao organizar relações recíprocas entre interlocutores, refere-se apenas à comunicação ponto a ponto ou para contatos de indivíduo à indivíduo, a exemplo de cartas, telégrafos e telefones. O segundo é representado pela televisão, rádio e imprensa, que são estruturados de

56 54 acordo com o príncipio um-todos, no qual um centro emissor envia mensagens a um grande número de receptores passivos e dispersos. Por fim, o ciberespaço torna disponível um dispositivo comunicacional original, na medida em que permite que comunidades constituam de forma progressiva e de maneira cooperativa um contexto comum (dispositivo todos-todos). Nesse contexto, os novos dispositivos informacionais (mundos virtuais, informação em fluxo) e comunicacionais (comunicação todos todos) exercem funções de portadores de uma mudança cultural (LÉVY, 1999). É possível verificar a construção de um enfoque participativo no processo de transferência da informação, no qual a colaboração do usuário passa a agregar valores, motivando uma mudança radical no fluxo tradicional da informação que mantinha o usuário à parte do processo: Figura 14 - O ciclo da informação no enfoque participativo. Fonte: Le Coadic (2004, p. 10), adaptado pela autora. Portanto, a inserção na internet permite a interação do receptor com a informação em tempo real, com interação direta, conversacional e sem intermediários: o fluxo da informação passa a ser multidirecionado, onde o receptor também é emissor de informação e atua em todos os elos da cadeia não somente na emissão ou recepção da mensagem, mas também no processamento, armazenamento e recuperação. É o receptor que define sua própria interação com o fluxo de informação e passa a julgar a relevância e o valor da informação acessada, podendo posicionar-se em diferentes elos da cadeia:

57 55 Figura 15 - O fluxo de informação multiorientado. Fonte: Barreto (1998, p. 4), adaptado pela autora. Mais recentemente novos elementos vão juntar-se ao contexto de fluxo informacional multiorientado e produzir repercussões sociais importantes. Trata-se da combinação de técnicas informáticas com processos de comunicação mediados por computadores que potencializam formas de publicação facilitadas, compartilhamento e organização de informação, além da ampliação de espaços para interação entre os participantes do processo (PRIMO, 2007). A literatura vem identificando essa segunda geração de serviços online como a web 2.0, termo cunhado por O Reilly em 2004: Web 2.0 é a rede como plataforma, abarcando todos os dispositivos conectados; as aplicações Web 2.0 são aquelas que trazem mais vantagens intrínsecas a essa plataforma: fornecimento de software como um serviço continuamente atualizado que fica melhor quanto mais as pessoas o usam, os dados de consumo e remixagem são de múltiplas fontes, incluindo usuários individuais, oferecendo os seus próprios dados e serviços de uma forma que permite serem remixados por outros, criando efeitos de rede através de uma "arquitetura de participação", e indo além da metáfora da página da Web 1.0 para proporcionar experiências ricas ao usuário (O REILLY, 2005a, tradução nossa). Curty colabora com O Reilly ao demonstrar que essa arquitetura da participação, atrelada à definição de web 2.0, passa a incluir a tríade pessoas, conteúdo e o acesso por intermédio da rede, podendo ser assim definida: Uma web mais social, pois envolve mais pessoas; mais colaborativa, porque todos são partícipes potenciais e têm condição de se envolver mais

58 56 densamente; mais apreensível, pois desmistifica que conhecimentos técnicos sejam necessários para a interação; uma web que se importa menos com a tecnologia de informação e mais com pessoas, conteúdo e acesso: dizem que por essa web denota-se a versão 2.0 (CURTY, 2008, p. 55, grifo nosso). Nessa perspectiva da web 2.0, o indivíduo é convidado a opinar, a intervir e a assumir uma postura mais proativa perante a informação, criticando-a, refazendo-a e interagindo com o produtor e com outros usuários. Assim, qualquer indivíduo pode ser produtor, mediador e usuário (LIMA; SANTINI, 2008; MIRANDA, 2000). O incentivo à participação dos usuários deve partir da premissa de que nenhum de nós pode saber tudo; cada um de nós sabe alguma coisa; e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades (JENKINS, 2008, p. 28). A Figura 16 ilustra o pensamento dos autores acima referidos: Figura 16 - O fluxo da informação na web 1.0 e web 2.0. Fonte: Curty (2008), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Para Jenkins (2008), o próximo estágio da evolução da internet é de uma cultura de interação para a cultura participativa:

59 57 A expressão cultura participativa contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos agora considera-los como participantes interagindo de acordo com um conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo (JENKINS, 2008, p. 28, grifo nosso). Percebe-se que o autor reafirma a mudança cultural em curso: um indivíduo que não se contenta mais em consumir um produto, mas deseja dispor da oportunidade de poder modificá-lo, criar a partir dele, reinventá-lo, fazer parte. Lévy (1999, p. 17) defende que o nervo do ciberespaço não é o consumo de informações ou de serviços interativos, mas a participação em um processo social de inteligência coletiva. Por sua vez, Blattmann e Silva (2007, p. 191) evidenciam o aspecto social e colaborativo da internet 2.0: A existência de uma Internet colaborativa possibilita a disseminação da inteligência coletiva [...] trata-se de um espaço interativo, de trocas, de criação e geração, além de armazenamento de informações, tornando-se uma importante ferramenta de colaboração entre os participantes do mundo digital on-line e repercute na vida de bits e átomos (BLATTMANN; SILVA, 2007, p.191). A evolução da web 1.0 para a web 2.0 caracteriza o surgimento da internet colaborativa, igualmente caracterizada por Kroski (2008) e Theimer (2010). Em relação à web 1.0, a web 2.0 descreve mudanças significativas no design da web e de suas funcionalidades, podendo ser descritas da seguinte maneira: a) A web como plataforma: aplicações e dados ao vivo na web, não no computador. Tradicionalmente os softwares eram concebidos como pacotes de produtos que os usuários tinham que instalar no seu computador. Na web 2.0, não é necessário instalar programas, pois o software é entregue como um serviço, no qual novas e futuras versões surgem automaticamente, muitas sem o conhecimento do usuário. Isto implica em dois benefícios para o usuário: diminui a necessidade de computadores com muita memória, como na web 1.0, porque menos informação e software são armazenados no sistema local; o usuário pode acessar aplicações e dados não somente através de seus computadores, mais também por meio de tablets, celulares, entre outros, que possuam conexão com a internet. Desse modo, o objetivo da web 2.0 é a simplicidade e a eficiência para os usuários, seguindo o princípio de que menos é mais ; b) Criação de conteúdo compartilhado: compartilhar, não controlar, é primordial na nova web. Informação autoral é estruturada em um formato que pode

60 58 ser utilizado e reutilizado, tornando-se crucial na web 2.0. Um exemplo é o RSS, ou Really Simple Sindication, uma tecnologia que facilita o compartilhamento de conteúdo na web. Com a web 1.0 não haviam métodos padronizados de distribuição; c) Experiência web customizada para usuários: Sítios traçam informações de perfil do usuário para criar pontos de vista na web customizados. A customização possibilita que os sítios apresentem informações que serão mais relevantes ou que o usuário tenha selecionado; d) Amplo uso da interatividade: Sítios possibilitam e encorajam usuários a interagir com o conteúdo postado, utilizando características como comentários, marcações, rankings, dentre outros, possibilitando que muitas opções sejam redistribuídas e compartilhadas. O avanço foi que a web passou de veículo de publicação passiva de conteúdo para um veículo no qual as pessoas podem interagir e reutilizar esse conteúdo; e) Prevalência do conteúdo criado pelo usuário: A ascensão de sítios como Wikipédia, Flickr, YouTube e de ferramentas como o podcasting e blog fazem com que cada pessoa se transforme em potencial provedor de informação na web; f) Integração de usuário com usuário: As tecnologias web 2.0 são criadas ao redor de uma arquitetura da participação, na qual pessoas conectadas umas às outras adicionam valor enquanto estão participando de uma comunidade. Sítios como MySpace, Facebook, Twitter e o Second Life existem puramente como fórum para usuários conectarem-se uns com os outros. Assim, encorajar essa participação é vital na web 2.0, porque quanto mais pessoas utilizam e colaboram nas ferramentas, melhor o efeito da rede sobre a inteligência coletiva. O Quadro 1, a seguir, sintetiza as características da web 2.0 apresentadas até então:

61 59 Quadro 1 - Paralelo entre web 1.0 e web 2.0. Características da nova Web A Web como plataforma O efeito da rede Web 1.0 Web 2.0 Design do software liberado para instalação em computadores individuais Pessoas visualizam o conteúdo web como uma experiência individual O individual baseia-se no Software é hospedado online e disponibilizado como um serviço. Pessoas participam de comunidades sociais, criando ricos ambientes A massa determina o que tem valor Fortalecimento da Inteligência Coletiva conhecimento pessoal Dados como Intel Inside Editores criam conteúdo Conteúdo autêntico, criado por uma comunidade de usuários, é que tem valor Final do ciclo de lançamento do software Menos é mais Compartilhamento Software para mais de um aparelho Ricas experiências para os usuários Software e atualizações são instaladas pelo usuário Software com características pesadas que exigem treinamento para uso Sítios como depósito de informação Software planejado para funcionar no computador Sítios como expositores de texto Software social Software como uma experiência individual Fonte: Kroski (2008, p. 6, tradução nossa). O ciclo permanente de versão não definitiva de um programa; software como um serviço Simples, aplicações leves com uma baixa curva de aprendizado Controle renunciado em favor da distribuição e do compartilhamento Aplicações para web, computadores, tablets, celulares, dentre outros Sítios incluem funcionalidades de arrastar e soltar 16, editores de What you see is what you get (WYSIWYG) 17, dentre outros. Grupos, colaboração e sociabilidade Nesse cenário surgem serviços de ferramentas colaborativas que propagam essas características, princípios e posicionamentos da web 2.0. Para ilustrar esse contexto, a Figura 17 demonstra os avanços das ferramentas web 1.0 para web 2.0: 16 Significa colocar o ponteiro do mouse sobre um objeto e, em seguida, pressionar e segurar o botão ativo dele. Em seguida, mover o mouse para uma nova posição e, então, soltar o botão (SAWAYA, 1999, p. 147). 17 Filosofia de projeto dos processadores de textos, no qual os comandos de formatação afetam diretamente a forma de como o texto é apresentado na tela, reproduzindo com precisão, a sua aparência impressa (SAWAYA, 1999, p. 517).

62 Figura 17 - Noções da web 1.0 e web 2.0. Fonte: Blatmann e Silva (2007); Curty (2008); O Reilly (2005b, tradução nossa) e Primo (2007), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. 60

63 61 Constata-se que a web 2.0 e suas ferramentas apresentam-se como mais uma alternativa para comunicar, informar, aprender ou colaborar com conteúdos na internet, conectando empresas, internautas, usuários, parceiros e clientes, conforme figura a seguir: Figura 18 - Potencial organizacional da web 2.0. Fonte: Dufour (2009, p. 15, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Por conseguinte, o cenário da internet e da web 2.0 tende a provocar uma mudança de paradigma nas instituições arquivísticas públicas, relatadas no próximo capítulo. 3.1 A INTERNET E AS INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS O processo de transferência da informação arquivística, que engloba diversos sujeitos informativos em especial o profissional e o usuário da informação passou por intensas transformações ao longo das últimas décadas, contrapondo enfoques tradicionais desse campo de estudo. O modelo emissor-receptor, considerado linear, mecanicista, hierárquico e desigual enfrentou, portanto, vários questionamentos. Jardim (1999) e Mariz (2012) afirmam que o enfoque tradicional tende a ser substituído por aquele voltado ao

64 62 receptor-usuário, no qual emissor (gerador) e usuários são sujeitos sociais que interagem e têm igual importância para efetividade do processo informativo. Para Belkin (1964 apud GONZÁLEZ DE GOMEZ, 1990), a transferência da informação seria um conjunto de práticas e ações de informação, institucionalizadas ou não, que interferem entre a produção de um recurso de conhecimento e sua transferência em informação, gerando um novo estado de conhecimento no receptor. Silva (1996) elaborou uma análise da utilização do enfoque receptor-usuário no processo de transferência da informação nas instituições arquivísticas públicas. Para a autora (1996, p.31), a transferência da informação arquivística seria [...] um processo, de natureza interativa e participativa, reunindo entidade-equipe e usuários, para refletirem sobre os processos informacionais e produzirem suas próprias informações. Silva e Marinho Júnior (1998) concluem, anos mais tarde, que a dimensão social das instituições arquivísticas públicas referentes ao pleno acesso aos documentos, guarda e proteção da memória coletiva extrapola o caráter técnicoadministrativo dessas instituições e nem sempre é prioritária quando da elaboração de políticas públicas nas área de arquivo e informação. Assim, os autores ressaltam a importância da tríade técnicos, documentos e usuários ao afirmarem que: Partilhar com a coletividade [...] é reconhecer que ela tem um peso enorme nas decisões sobre o que deve ou não ser guardado, que valores e referências de sua identidade merecerão uma atitude mais efetiva de proteção. Esta partilha, entretanto, só poderá ser alcançada pela participação, e isto implica abrir o arquivo à comunidade, trazendo para perto de si os usuários da instituição dispostos a estabelecer, juntamente com a equipe do órgão, uma relação mais qualitativa com os arquivos (SILVA; MARINHO JÚNIOR, 1998, p. 26, grifo nosso). Portanto, essa partilha possibilita a passagem de usuário-espectador a usuário-agente. Essa categoria de usuário adquire o direito de se comunicar, direito que ainda engloba o de participar, de se informar, de receber informação e de acesso às fontes exigidas pela comunicação (SILVA; MARINHO JÚNIOR, 1998, p.26). A transferência de informação arquivística, sob a ótica da participação, portanto, reveste-se de um novo significado para produtores e usuários dessa informação, como demonstrado na Figura 19:

65 63 Figura 19 - Elementos constituintes do processo de transferência de informação sob um enfoque participativo. Informação Linguagem Contexto Comunicativo Instituição Grupos de Usuários Técnicos Não técnicos Dirigentes Fonte: Silva (1996, p. 70). Comunicação A representação demonstra que atrelar esta dinâmica às relações entre a instituição arquivística e seus usuários, bem como às atividades de informação, não só é desejável, como indispensável ao pretendido enfoque participativo. Essa integração usuários + instituição arquivística + trabalhos com informação, como a base sobre a qual deve se apoiar o processo de transferência da informação arquivística, acrescenta maior qualidade aos processos informacionais das instituições arquivísticas. A ênfase atribuída aos processos informacionais, bem como à existência de grupos (técnicos e usuários) constituídos para a interação, demonstra que um ciclo informacional que considera os usuários interagindo em todas as etapas do processo só faz sentido, caso esteja amparado em valores participativos, como o de colaboração. No âmbito das instituições arquivísticas, essa colaboração entre a tríade usuários + instituição arquivística + trabalhos com informação somente ocorrerá se houver o diálogo, conforme destacam Silva e Marinho Júnior: O diálogo é, portanto, fundamental para que sejam construídos os laços entre a instituição arquivística e a comunidade, desde que haja troca e bilateralidade na comunicação, agregando e articulando interesses. [...]. Uma comunicação mais interativa e integrativa de nada vale sem o respeito e a compreensão do indivíduo em sua totalidade. Isso é trabalhar a informação como significado: do direito ao passado, do direito ao presente e do direito à participação (SILVA; MARINHO JÚNIOR, 1998, p. 29).

66 64 Um dos espaços propícios à interação e diálogo entre usuários e instituições arquivísticas seria, além do espaço físico presencial, o espaço virtual. Em 1998, Silva e Marinho Júnior já assinalavam que os espaços virtuais estavam mais presentes nas instituições arquivísticas. Para os autores, o novo contexto deveria ser considerado na relação entre os produtores e o público dos serviços de informação e que algumas mudanças, por conseguinte, se tornavam imprescindíveis, uma vez que para agregar qualidade à informação ofertada, é preciso que as instituições forneçam ao usuário um espaço e condições propícias de interação, estabelecendo uma relação de alguém com alguém e não de alguém para alguém (SILVA, 1996, p.74). Nesse sentido, conforme o posicionamento de Jardim (2000), [...] partimos do modelo arquivos direcionados para os arquivistas para arquivos direcionados aos usuários enfatizando cada vez mais que os arquivistas não servem aos arquivos, mas à sociedade e seus diversos agentes. O cenário de crescimento das tecnologias da comunicação e informação, em especial com o advento da internet e da World Wide Web, impulsiona novos questionamentos às instituições arquivísticas. A incorporação dessas tecnologias promove um redimensionamento em termos de teorias e práticas arquivísticas, ampliando e diversificando a sua missão primordial (MARIZ, 2005). A transferência da informação arquivística na internet implica em transformações no fluxo informacional no que tange ao armazenamento, ao tratamento, à disseminação e ao uso de documentos e informações nos ambientes virtuais das instituições arquivísticas, o que contrapõe as reflexões de Ohira e outros no momento em que afirmam que o acesso à imensa quantidade de informações veiculadas pela internet, aliada à crescente disponibilidade de acervos arquivísticos e bibliográficos em rede, fazem prever a redução dos atuais modelos de serviços de arquivos, em substituição por Arquivos Virtuais (OHIRA et.al, 2005, p. 51, grifo nosso). Tanto que, para esses autores, o acesso à informação arquivística no ambiente virtual proporciona uma minimização no serviço de referência tradicional, ofertado no ambiente físico das instituições arquivísticas: o acesso remoto nos coloca, num futuro não muito distante, frente a duas situações: por um lado tende a esvaziar as salas de consulta, reduzindo em muito o contato direto com o usuário e, por outro lado, abre a possibilidade de ampliação, de modo inimaginável, do leque da clientela (OHIRA et.al, 2005, p , grifo nosso).

67 65 Em contrapartida, os espaços virtuais das instituições arquivísticas potencializem-se cada vez mais como uma plataforma para a promoção de seus repositórios (aumento da visibilidade e reconhecimento institucional), compartilhamento de informações sobre coleções e alcance do potencial de novos usuários. Isso não significa que a instituição arquivística física tenha a sua finalidade reduzida; admite-se que ganha nova dimensão, uma expansão no quesito acesso e recuperação de documentos e informações via rede e, portanto, na forma como se relacionam com os usuários sem, contudo, alterar os princípios arquivísticos que permeiam as práticas tradicionais (MARIZ, 2005). Figura 20 - O novo lugar das instituições arquivísticas no século XXI. Fonte: Díaz (2008, p. 163). Nessa perspectiva ganha espaço ou se amplia a noção dos arquivos participativos, sugerida por Huvila (2008, tradução nossa) e que possui as seguintes características: a) Curadoria descentralizada: Situação em que as responsabilidades curatoriais são compartilhadas entre os arquivistas (ou gerentes de informações) e os participantes de um arquivo que, como um coletivo, têm o mais profundo conhecimento do assunto sobre os registros, seus contextos e usos; b) Orientação radical ao usuário: Significa que no paradigma de arquivamento tradicional, a primeira questão é a preservação e o processo de arquivamento. A usabilidade era geralmente de menor importância até recentemente. Em um arquivamento participativo, a usabilidade dos recursos é a prioridade número um,

68 66 condicionando, inclusive, as práticas de preservação e avaliação. Em um arquivamento participativo, a usabilidade não indica uso isolado, mas denota um nível maior de envolvimento no sentido de participação efetiva no arquivamento e no processo de arquivamento. A orientação de usuário radical significa que o arquivo é orientado e reorientado a seus usuários a todo o tempo; c) Contextualização dos registros e de todo o processo de arquivamento: Os arquivos colocaram grande ênfase em contextos no sentido do princípio da proveniência e dos contextos de registros. Além do registro tradicional e dos contextos centrados no arquivo (um arquivo como o contexto de um registro), um arquivo participativo também reconhece a importância de diferentes contextos organizacionais e arquivamento de registros, tais como aqueles de seus criadores, curadores e usuários. Fonseca acompanha a defesa de Theo Thomassen (THOMASSEN, 1999 apud FONSECA, 2005) ao afirmar que no início da década de 80 do século XX, o arquivista canadense Hugh Taylor reconheceu que o impacto das tecnologias de informação e de comunicação representaria uma ruptura paradigmática na Arquivologia. Considerando esta afirmativa, Fonseca e Jardim (2004) destacam que a ampliação do uso das novas tecnologias na gestão da informação provoca o deslocamento da ênfase no acervo para o acesso, do estoque para o fluxo da informação, e dos sistemas para as redes. Provoca, mas não exclui as instituições arquivísticas tradicionais. Sugere-lhes novas possibilidades de gestão da informação (JARDIM; FONSECA, 2004, p.1). -As atuais tecnologias da informação fomentam um 'espaço virtual' com funcionamento e características próprias que produzem novas configurações de produção, fluxo e acesso à informação; -O conceito de "lugar" torna-se secundário para o profissional da informação e para os usuários; -Onde a informação se encontra não é o mais importante e sim o acesso à informação; -Instituições como arquivos, bibliotecas e centros de documentação adquirem novas vocações, renovam funções que lhe são históricas e superam outras; -Sob a banalização das tecnologias da informação, os usuários (aos menos os não excluídos do acesso às tecnologias da informação), produzem novas demandas aos arquivos, bibliotecas, centros de documentação e provocam a realocação ou supressão de fronteiras que demarcam tais espaços; -Emergem espaços informacionais virtuais (bibliotecas, arquivos. etc.) cuja existência, longe de excluir as instituições documentais tradicionais, sugerelhes novas possibilidades de gestão da informação (JARDIM, 1999).

69 67 Ainda segundo Jardim (2000), a descentralização do controle da informação arquivística em suporte eletrônico, mantida pelo seu produtor, monitorada pela instituição ou serviço arquivístico, implica numa atuação em rede. A dimensão virtual desses arquivos torna-se evidente no que se refere às possibilidades de acesso via ciberespaço. É o caso de sítios de serviços e instituições arquivísticas. A produção e gestão de um website passam, nesse contexto, a ser uma das estratégias potencialmente mais eficazes de difusão dos arquivos. [...]. Um website deste tipo é, antes de tudo, um serviço de informação. Conceber e gerenciar o website do arquivo como serviço de informação significa abordá-lo como um espaço virtual que favoreça, a distintos tipos de usos e usuários, o acesso às informações sobre a instituição, sobre seus serviços, sobre seus acervos, sobre as diversas formas de acesso, etc (JARDIM, 2002 apud MARIZ, 2005, p.13 e 14). O ciberespaço estabelece com mais clareza o fluxo multiorientado, que é a principal diferença entre as instituições arquivísticas tradicionais e participativas. A instituição arquivística participativa conectada à web funciona como uma plataforma que interliga os diferentes usuários, que agem como criadores de conteúdo, distribuidores, consumidores, críticos e colaboradores. Isto significa que a instituição arquivística pode oferecer oportunidades para o estabelecimento do trabalho colaborativo dos usuários por meio de seus sítios (SIMON, 2010, p. 2). No ano de 2000, o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) traz uma conceituação de website de instituições arquivísticas que as aproxima, sem citar, dos usuários e de uma possível participação dos mesmos. Representa um primeiro passo para o reconhecimento da participação do usuário por intermédio dos websites e da relevância de alinhá-la com as políticas institucionais: O website de uma instituição arquivística deve ser visto como um instrumento de prestação de serviços dinâmico e atualizável e não simplesmente como a reprodução de um folder institucional. Trata-se, na verdade, de um espaço virtual de comunicação com os diferentes tipos de usuários da instituição a ser gerenciado como parte da política de informação da instituição. Dado o potencial e as características da Internet, este espaço, além de redefinir as formas de relacionamento com os usuários tradicionais, poderá atrair outros que, por várias razões, difícil ou raramente procurariam o Arquivo como realidade física (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000, p. 4). O reconhecimento da dimensão virtual das instituições arquivísticas, a construção e gestão de websites passa a ser uma atividade indispensável

70 68 (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000, p. 3). Para tanto, torna-se fundamental o estabelecimento de trabalhos educativos voltados à qualificação e configuração de equipes responsáveis pelo gerenciamento, incluindo manutenção e atualização, dos acervos e serviços institucionais disponibilizados nos websites de instituições arquivísticas públicas, bem como investimentos significativos em infraestrutura tecnológica e outras recomendações que devem ser consideradas na sua concepção, de acordo com o Conarq (2000, p. 4) e o Departamento de Governo Eletrônico (2010): a) Avaliar os fatores que justificam a criação do website (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); b) Identificar os objetivos que se pretende alcançar com o website bem como o seu alinhamento com os objetivos dos cidadãos (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000; DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010); c) Verificar a capacidade de criação e gestão do website pela instituição, identificando recursos financeiros, técnicos e humanos para acompanhamento, desenvolvimento, atualização e promoção do website, bem como tempo adequado para sua execução. Mesmo não tendo uma existência física, um sítio necessita de planejamento e manutenção; portanto, precisa ser administrado como qualquer outro departamento do órgão (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000; DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010); d) A equipe de gestão deve ser multidisciplinar e estar capacitada em estratégias de comunicação e tecnologia de informação. As competências mínimas da equipe de gestão englobam: o gestor do sítio, responsável pelo conteúdo publicado no novo sítio e pela coordenação da equipe envolvida; o conteudista, responsável pela coordenação do processo de publicação de conteúdo no sítio; o responsável pelo atendimento, responsável pela coordenação do processo de atendimento às solicitações dos cidadãos; responsável técnico, responsável pela gestão da infra-estrutura de tecnologia da informação do sítio (DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010); e) Desenvolver e manter os recursos de infra-estrutura tecnológica (hardware, software e telecomunicações) necessários para hospedar e disponibilizar os serviços e informações no sítio (DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010);

71 69 f) Avaliar a possibilidade de uso de recursos humanos externos para viabilizar a criação e gestão do website, caso a própria instituição não disponha de condições para tal (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); g) Garantir, preferencialmente, um ou mais responsáveis técnicos, que respondam pelas questões de conteúdo, ambiente físico, plataforma operacional, atualizações, segurança e gerenciamento de informações (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); h) O sítio deve ser acessível a portadores de deficiência, usuários de qualquer meio, conexão ou plataforma: PC s, notebooks, palms, celulares, etc. (DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010); i) Considerar a possibilidade de compartilhamento de redes de dados com outras entidades (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); j) Avaliar websites nacionais e internacionais com objetivos semelhantes (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); k) Verificar a existência de normas para concepção e gestão de websites emitidas por órgão autorizado na esfera governamental da instituição (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); l) Analisar normas e recomendações em vigor, voltadas para o atendimento ao público, otimizando-as naquilo que for necessário; caso não existam, providenciar a elaboração e adoção de tais normas (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); m) Identificar o(s) usuário(s) da instituição e potenciais usuários do website (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); n) Identificar os serviços que poderão ser oferecidos via internet imediatamente e a longo prazo (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); o) Estimar possíveis impactos que a criação do website poderá causar nos serviços tradicionais da instituição (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); p) Avaliar a potencial capacidade de resposta da instituição às demandas dos usuários através da internet. Sítios oficiais devem possuir um canal de comunicação com o cidadão, onde este possa se expressar, reclamar e sugerir melhorias ao sítio ou serviço, assim como receber o retorno adequado aos seus questionamentos. As reclamações e sugestões dos cidadãos devem ser levadas em conta para a melhoria do sítio. É aconselhável que, a cada melhoria implementada, o cidadão que

72 70 a sugeriu seja avisado e receba os agradecimentos (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000; DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010); q) Considerar as possíveis restrições de acesso aos documentos questões legais, preservação, privacidade, organização dos conjuntos documentais etc. (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000); r) Prever mecanismos de avaliação interna e externa do funcionamento do website, com o intuito de aferir o atendimento das necessidades dos usuários. São instrumentos para tanto: O uso de ferramentas de análise estatística, buscando as fragilidades do sítio, como abandono de páginas e possíveis soluções. A avaliação criteriosa do que é relatado pelos cidadãos no Fale Conosco, suas queixas, observações e elogios (CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS, 2000; DEPARTAMENTO DE GOVERNO ELETRÔNICO, 2010; OHIRA et. al., 2003). Esses aspectos apresentados e a análise da viabilidade do website da instituição arquivística devem atuar como pré-requisitos válidos também para as ferramentas web 2.0, tema da seção A WEB 2.0 E INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS Segundo Simon (2010), o crescimento das tecnologias web 2.0, em meados da primeira década do século XXI, transformou a participação limitada e incomum de usuários da web, em uma realidade possível e habitual para qualquer pessoa, em qualquer lugar. Respeitando e reconhecendo suas características tradicionais, as instituições arquivísticas públicas deverão se renovar, adequando sua missão para a nova realidade e dinâmica da web, impulsionada pela cultura participativa, cada vez mais disseminada (MARIZ, 2005). Para Simon (2010), no contexto acima referido emerge o conceito de instituição cultural participativa, no qual as instituições arquivísticas públicas nacionais estão inseridas: Um lugar aonde visitantes podem criar, compartilhar e se conectar uns com os outros ao redor do conteúdo. Criar significa que visitantes contribuem com suas próprias idéias, objetos e expressão criativa para a instituição e uns com os outros. Compartilhar significa que as pessoas discutem, levam para casa, remixam e redistribuem o que eles vêem e o que eles fazem durante suas visitas. Conectar significa que os visitantes socializam com outras pessoas apoio e visitantes que compartilham de seus interesses particulares. Ao redor do conteúdo significa que as conversas dos visitantes

73 71 e focos criativos em evidência, objetos e ideias são mais importantes para a instituição em questão (SIMON, 2010, p. ii-iii, tradução nossa). A incorporação da filosofia da web 2.0 pelas instituições arquivísticas nacionais potencializa a difusão da informação arquivística. A inclusão da web 2.0 deverá favorecer, portanto, a visibilidade das instituições arquivísticas, contribuindo com novas formas de participação dos usuários dos arquivos (PALMER, 2009, tradução nossa). Os serviços e produtos disponibilizados pelas instituições arquivísticas nacionais tornam-se, também, digitais, assumindo novas possibilidades ao se vincularem às ferramentas web 1.0 e web 2.0, de acordo como mostra o Quadro 2: Quadro 2 - Evolução dos serviços e produtos arquivísticos. Arquivos anteriores à Web Arquivos 1.0 Arquivos 2.0 Paradigma do acervo Paradigma do acesso Paradigma da participação Audiência de massa Disponibilização da informação: Arquivo Usuário Endereço físico para correspondência. Audiência de massa Ferramenta Contador de usuários. Disponibilização da informação: Arquivo Usuário Endereço físico para correspondência/ Mapa de localização/ Como chegar Nichos (Seguidores, Amigos, Fãs, Contatos, Membros dos grupos, dentre outros) Interação, redes participativas: Arquivo Usuário Endereço físico localizado via Mashups (Google Maps, Google Earth) Contato telefônico Fotografias impressas Reprodução de vídeos e áudio em aparelhos específicos, como vídeos cassete e rádios. Informes do arquivo em suas instalações físicas. Livro de visita Caixa de sugestões Questionário de satisfação do usuário impresso Visita ao arquivo físico: agendamento presencial ou por telefone para visita guiada. Correio eletrônico ( ): e- mail geral da instituição arquivística, do websmaster Consultas eletrônicas por Galeria de fotos Galeria virtual Exposições virtuais Fundos online Recursos multimídia: Seção de Áudio/Vídeos Serviço de alerta de novidades: Cadastro para mala direta (newsletter); Notícias Fale Conosco Fóruns Questionário de satisfação do usuário online Enquete no sítio Visita guiada ao arquivo físico: agendamento presencial, por telefone ou . Exposições Virtuais geral da instituição arquivística do webmaster do sítio do webmaster da ferramenta web 2.0 Chat Flickr YouTube e Podcast RSS, Blog, Facebook, Twitter Facebook, Twitter Questionário de satisfação do usuário online via ferramenta web 2.0. Enquete no sítio e nas ferramentas web 2.0. Visita ao arquivo físico: agendamento presencial, por telefone, , sítio ou via ferramentas da web 2.0.

74 72 Serviço de referência presencial: viagem do pesquisador ao arquivo para rever o material (ou pagar um pesquisador local para fazer isso); pagamento da fotocópia para identificar se o material encontrado era relevante (ou pagar a postagem desse material). Visita Virtual Serviço de referência presencial ou via correio eletrônico ou páginas de questões mais frequentes (FAQ s) Consulta online via para verificar a pertinência do material encontrado. Consultas Públicas no sítio. Fonte: Theimer (2010, tradução nossa), adaptada pela autora. Arquivo físico recriado no ambiente virtual do Second Life: autonomia na visita e arquivista como facilitador. Serviço de referência presencial e virtual via batepapo (chat) em tempo real. Consulta, debate e troca online de material pertinente via ferramentas web 2.0. Consultas Públicas no sítio e nas ferramentas web 2.0. Os Arquivos anteriores à web são aqueles que utilizavam somente os dispositivos tradicionais de comunicação para estabelecerem a interação com os seus usuários. Antes da web, quase todos os usuários que queriam acessar o material dos arquivos tinham que começar correspondendo-se com o arquivista, com o intuito de identificar o material que era potencialmente interessante. Depois, o usuário tinha que viajar para onde o arquivo estava situado para rever o material ou pagar um usuário local para fotocopiar o material e pagar pela postagem desse material para proceder à identificação do seu conteúdo (THEIMER, 2010, tradução nossa). A web 1.0 transformou aspectos significativos desse processo. Primeiro, a web permitiu às instituições arquivísticas compartilharem informações sobre coleções online, possibilitando aos usuários descobrirem por eles próprios, com relativa facilidade, qual(is) informação(ões) os arquivos poderiam ter. Em seguida, com a digitalização dos acervos, os usuários poderiam acessar diretamente informação sobre documentos. Para muitos usuários, a interação com o arquivista e visita ao arquivo físico não era necessária. O compartilhamento de descrições de coleções na web interpõe um incremento global no número de solicitações de referência, atraindo novos tipos de usuários. A web permite que os arquivos sejam descobertos por mais pessoas e por mais diversas pessoas do que se esperava ser possível no passado (THEIMER, 2010, tradução nossa). Cada vez mais usuários de todos os tipos esperam que os sítios das instituições arquivísticas funcionem como outros sítios que eles utilizam e que tudo esteja fácil de ser descoberto, acessado e compartilhado. No século XXI, com o advento da web 2.0 e de suas ferramentas, informar a um usuário que ele deverá visitar a instituição arquivística para ter uma resposta às suas questões passa a ser

75 73 cada vez menos aceitável. A web 2.0 possibilita as instituições arquivísticas e os usuários comunicarem-se mais rapidamente, fornecendo respostas exatamente mais instantâneas. Atualmente, as instituições arquivísticas devem produzir conteúdo para web, utilizando as ferramentas como Blogs, Flickr, YouTube, dentre outros, inspirados pela web 2.0. Arquivistas devem responder não somente a cartas e telefonemas, mas também a questões de referência recebidas via , mensagens instantâneas do chat online (THEIMER, 2010, tradução nossa). King (2008, tradução nossa), Nogueira (2010, tradução nossa) e Samouelian (2008, tradução nossa) listaram os principais benefícios, desvantagens e resistências à adoção e ao uso das ferramentas web 2.0 pelas instituições arquivísticas, conforme apresentado no Quadro 3 a seguir: Quadro 3 - Paralelo dos benefícios, desvantagens e resistência ao uso da web 2.0 pelas instituições arquivísticas. Benefícios Desvantagens Resistência ao uso Maior consciência, incremento do acesso e do uso, bem como informações adicionais sobre os fundos documentais Maneira dinâmica e interativa da instituição arquivística se envolver com os usuários Aumento do reconhecimento da instituição arquivística pelo usuário Melhoria na imagem institucional, pois incrementa a promoção da instituição arquivística e dos seus fundos documentais Potencial de novos serviços interativos para elevar o nível e a qualidade do serviço prestado. Maior participação de usuários Melhoria na comunicação da instituição arquivística com esses usuários através do contato que é, simultaneamente, institucional e informal, profissional e pessoal. Auxilia no conhecimento das necessidades dos usuários, ao passo em que aumenta a capacidade de encontrar soluções rápidas para atender a essas necessidades. Melhoria no conhecimento compartilhado e incentivo à colaboração. Uso dos aplicativos web 2.0 é gratuito Reconhecimento dos usuários como uma fonte válida e relevante de informações Proteção de dados dos usuários da rede social nem sempre pode ser garantida Possibilidade de usuários anônimos interagirem de forma abusiva com as instituições Tempo Falta de expertise tecnológica Falta de controle dos conteúdos postados Natureza informal das ferramentas web 2.0, atrelando-as apenas ao lazer pessoal. Tempo e trabalho adicional

76 74 Possibilitar o incremento do número/perfil de usuários Facilita a implementação da gestão institucional Incrementar a gestão de documentos digitais Qualifica as habilidades dos funcionários Incrementar as doações pelos usuários Continuação Fonte: King (2008, tradução nossa), Nogueira (2010, tradução nossa) e Samouelian (2008, tradução nossa), adaptados pela autora. É possível observar que, tanto quantitativamente quanto qualitativamente, os benefícios são predominantes. A resistência ao uso pode ser entendida, dentre outros fatores, ao desconhecimento das ferramentas web 2.0, como oficiais e/ou válidas. Para Nogueira (2010, tradução nossa), o sucesso ou fracasso no uso de aplicações web 2.0 depende de uma série de fatores, ou seja, da capacidade das organizações para manter o uso ativo das novas ferramentas e a tomar a iniciativa de efetivá-lo. A autora cita o Facebook, onde a interação regular com um determinado grupo pode ser decisiva para o contato permanente com a ferramenta web 2.0. No Flickr, a exibição normal de imagens mantém os usuários envolvidos e os encoraja a visitar e explorar um banco de dados e organizarem as imagens com mais freqüência. O mesmo acontece com o YouTube. Samouelian (2008, tradução nossa) assinala que a literatura internacional especializada sugere que, enquanto alguns membros da comunidade arquivística reconhecem a importância da adoção de novas tecnologias para aproximar-se dos usuários na era digital, há poucas evidências de que instituições arquivísticas estejam motivadas a encampar esta missão. Em contrapartida, para Samouelian, a comunidade biblioteconômica parece ser mais engajada na discussão da web 2.0 e suas possibilidades, como evidenciado pela popularidade do tema na literatura profissional. Dessa maneira, a dicotomia presente na literatura profissional levanta dúvidas sobre o compromisso da comunidade arquivística com a nova geração de aplicações web. A existência de muitas ferramentas que se enquadram no âmbito da web 2.0, certamente levou Samouelian (2008, tradução nossa) e outros autores a

77 75 aconselharem algumas ferramentas, descritas a seguir, que permitem o envolvimento e a participação do usuário e que poderiam ser utilizadas pelas instituições arquivísticas públicas nacionais: a) REALLY SIMPLE SYDICATION (RSS): Facilita o compartilhamento dinâmico de conteúdo entre um editor (sítio) e um leitor (o internauta), possibilitando que os autores e editores de um sítio possam disponibilizar a comunidade alguns conteúdos que podem ser reutilizados para integração em outro sítio (DUFOUR, 2009, tradução nossa). O RSS cria a possibilidade do usuário da instituição arquivística (ou a própria instituição) compor uma página, ou serviço web 2.0, a partir dos seus interesses, organizando conteúdo disponível na web em servidores RSS de outras instituições/usuários (DAINES III; NIMER, 2009, tradução nossa). Ainda, mantém o usuário informado sobre os novos itens da coleção, novos serviços e novos conteúdos nas bases de dados (DAINES III; NIMER, 2009, tradução nossa). Theimer (2007, tradução nossa) cita exemplo da aplicação dessa ferramenta em uma instituição arquivística nacional: The National Archives of United Kingdom (UK) disponibiliza o RSS para divulgar as últimas notícias e os novos documentos incorporados ao acervo. b) FLICKR e outros sítios de compartilhamento de imagens. Sítios de compartilhamento de imagens possibilitam aos usuários gerenciar e compartilhar álbuns colaborativos de fotografias e figuras na web, sendo disponibilizadas a um círculo restrito de pessoas ou com todo o mundo (THEIMER, 2010, tradução nossa). Assim, os usuários podem armazená-las, editá-las, organizá-las, compartilhá-las, geo-referênciá-las, marcá-las, comentá-las ou salvá-las como favoritos (CURTY, 2008; NOGUEIRA, 2010, tradução nossa). O Flickr é o mais popular sítio compartilhador de imagens utilizado pelas instituições culturais para postar imagens de suas coleções, sem ter que sediá-las em seus próprios sítios. Nesse sentido, a arquitetura do Flickr pode ser assim descrita, segundo Kroski (2008, tradução nossa): 1. Contatos são pessoas com as quais os usuários estabeleceram uma conexão; 2. Sets são grupos de imagens que foram reunidas em subconjuntos de coleções de fotografias dos membros;

78 76 3. Grupos são mini fóruns para pessoas com interesses similares para compartilhar suas imagens e discutir tópicos correlatos; 4. Favoritos são imagens preferidas do usuário; 5. Comentários são uma oportunidade dos membros compartilharem breves opiniões sobre uma determinada fotografia; 6. Tags são palavras-chave descritoras que os membros designam para as suas imagens; 7. Anotações são notas curtas que podem ser colocadas diretamente na imagem. De acordo com Theimer (2010, tradução nossa), a capacidade do Flickr de compartilhar imagens, possibilita que o aplicativo seja usado para uma grande variedade de finalidades. O uso do Flickr pode permitir que instituições arquivísticas venham a gerar novos meios de acesso e interação com seus usuários, bem como ampliar o conhecimento do patrimônio documental que custodiam para uma audiência maior e mais diversificada. Dessa maneira, quase todas as instituições arquivísticas no Flickr o usam para compartilhar imagens de suas coleções (incluindo documentos, fotografias e artefatos), bem como imagens de eventos atuais. Funcionalidades do Flickr para compartilhar e comentar são ideais para permitir que milhões de usuários localizem e comentem as imagens que eles não teriam descoberto caso a instituição tivesse acabado de publicá-las apenas no sítio da própria instituição (NOGUEIRA, 2010, tradução nossa). Daines III, Nimer (2009, tradução nossa) e Nogueira (2010, tradução nossa) citam a aplicação dessa ferramenta pela Netherlands' National Archief. Essa instituição arquivística inclui imagens favoritas de suas coleções, organizadas em pequenos grupos temáticos. As imagens estão disponíveis para comentar e marcar, com um feed RSS para novos itens. Outro exemplo apresentado pelos autores refere-se ao United States National Archives and Records Administration que inclui as imagens favoritas de suas coleções, bem como um feed RSS para os atuais itens incluídos. c) TWITTER: Conhecida também como microblog, é uma ferramenta que permite enviar uma curta mensagem numa conta partilhada com outras pessoas que

79 77 estão marcadas como nossos seguidores (THEIMER, 2010, tradução nossa). De acordo com a autora, a arquitetura do Twitter é composta por: 1. Tweets são mensagens que o usuário publica no Twitter e não podem ser maiores do que 140 caracteres. Geralmente estas curtas frases referem-se ao que os usuários estão fazendo ou como eles se sentem. Pessoas e organizações no Twitter também usam as mensagens para compartilhar novidades sobre eventos atuais, por exemplo. Uma vez que a mensagem é publicada, não pode ser editada, somente deletada; 2. Following consiste em usuários do Twitter que podem fazer a assinatura das mensagens dos usuários que os interessam, seguindo-os; 3. Follow é quando o usuário segue alguém, as atualizações irão automaticamente aparecer quando acessar o Twitter. Assim pessoas que estão interessadas no conteúdo que o usuário está produzindo irão seguí-lo; 4. Re-tweet é uma mensagem que repete a mensagem enviada por outra pessoa. O Twitter tem evoluído para uma plataforma eficiente para transmitir notícias e informações rápidas diretamente para as pessoas interessadas (THEIMER, 2010, tradução nossa). Daines III e Nimer (2009, tradução nossa) apresentam o exemplo de uma instituição arquivística pública: United States National Archives and Records Administration. Inclui mensagens (tweets), com links para o Today's Document from the National Archives, press releases e outros materiais relacionados à coleção. Um feed RSS das novas postagens também está disponível. e) WIKI termo que se originou com o software WikiWikiWeb, criado por Ward Cunningham, em De acordo com Theimer (2010, tradução nossa), um wiki é um sítio que possibilita que muitas pessoas possam contribuir através da edição de conteúdo e adicionamento de páginas, trabalhando colaborativamente para criar uma informação, mesmo que não tenha conhecimento em HTML. Embora a tecnologia seja fácil de usar, wikis são uma das ferramentas menos utilizadas por instituições arquivísticas e organizações históricas. Ao contrário de sítios como Flickr, YouTube e Facebook, criar um Wiki requer considerável tempo para compor e expor informação de qualidade (THEIMER, 2010, tradução nossa).

80 78 Conforme Kroski (2008, tradução nossa) existem alguns aspectos que caracterizam a arquitetura de um Wiki: 1. Adicionar uma nova página: os usuários simplesmente precisam clicar num botão ou link; 2. Editar página é um aspecto padrão dos wikis, bem como uma poderosa ferramenta de colaboração. Em um wiki, qualquer usuário com acesso a página pode criá-la ou editá-la. Usuários podem fazer alterações na versão anterior, deletálas, reescrevê-las ou reverter a situação anterior; 3. Busca facilita o usuário a habilidade de encontrar informação relevante dentro dessa colaboração; 4. Comentários podem ser feitos em qualquer página dentro de um wiki. Membros de uma comunidade wiki podem usar esse aspecto social para discutir o desenvolvimento do wiki ou de tópicos particulares das páginas; 5. Arquivos e anexos podem ser carregados dos wikis. Usuários podem adicionar imagens para páginas wiki, bem como documentos e outros arquivos; 6. Apresentar todas as páginas fornece um diretório de todas as páginas existentes dentro de um wiki; 7. RSS Feeds estão disponíveis para notificar as mudanças feitas para todo o wiki ou somente aquelas feitas para uma página particular; 8. Comparação de revisão refere-se a um histórico, permitindo uma lista detalhada de todas as edições, adições e mudanças que foram realizadas numa página particular de um wiki. Este histórico facilita reverter a uma situação anterior uma ferramental vital no ambiente colaborativo dos wikis; 9. Editores WYSIWYG podem ser encontrados dentro de algumas aplicações wiki. Promovem uma interface fácil de usar para os criadores wiki produzirem conteúdo, fornecendo barras de formatação ao longo da página em que documentos, links e outros materiais podem ser criados sem nenhum código HTML. Como um serviço, um wiki de uma instituição arquivística pode habilitar a interação entre arquivistas e usuários, criando uma autêntica sala de grupo de estudos online (SAMOUELIAN, 2008, tradução nossa). O wiki, de acordo com Theimer (2010, tradução nossa) possui duas categorias distintas. A primeira

81 79 categoria é composta, principalmente, pelos organizadores; a segunda categoria reúne membros do público em geral. Contudo, ambos os tipos de wikis são abertos e, na maioria dos casos, o público pode contribuir para adoção de wiki. Pode-se citar como exemplo da segunda categoria, o do National Archives of the United Kingdom, wiki site que criou Your Archives wiki para a sua comunidade online de usuários registrados. Fornece um fórum online, permitindo que a comunidade possa contribuir com seu conhecimento e experiência (DAINES III; NIMER, 2009, tradução nossa; THEIMER, 2010, tradução nossa). f) FACEBOOK e outros serviços de redes sociais: O Facebook foi criado em fevereiro de 2004 e é propriedade do Facebook, Inc. Assim como o Twitter e o Flickr, permitem que os usuários criem conexões e grupos com aqueles que possuem interesses comuns. O que distingue os sítios de redes sociais, como Facebook e MySpace, é que seu único propósito é conectar pessoas, permitindo que elas se comuniquem e compartilhem informações dentro de um contexto de interação social (NOGUEIRA, 2010, tradução nossa). O Facebook, como blogs e wikis, proporciona uma forma relativamente fácil de criar uma presença web para uma instituição. Desse modo, torna-se a ferramenta mais popular dentre os usuários de instituições arquivísticas e virtualmente o único sítio de rede social usualmente utilizado por arquivos e organizações históricas similares (THEIMER, 2010, tradução nossa). No Facebook cada usuário tem uma página na qual é possível apresentar informações e manter um grupo de contatos, além de fazer uso combinado de outras aplicações (por exemplo, imagens, músicas, jogos, etc.) Os usuários também podem personalizar sua página, na qual várias funções estão disponíveis: interação em tempo real com um grupo de "amigos" (cutucar, bate-papos, mensagens e comentários para as mensagens), interação entre si por perfis de visitantes, como fazer amigos, estabelecer contatos, postar comentários, enviar mensagens e sugerir amigos a outros amigos (NOGUEIRA, 2010, tradução nossa). Nos arquivos e nas bibliotecas, a adoção do Facebook pode gerar um novo tipo de relacionamento com usuários reais e aumentar a consciência do arquivo entre os potenciais utilizadores ou visitantes. O engajamento é mais próximo, com mais de uma interação com muitos usuários, em vez de um simples contato. A comunicação estabelecida pode não necessariamente basear-se na prestação de um serviço, mas no contato em si (NOGUEIRA, 2010, tradução nossa).

82 80 Assim, usuários podem criar vínculos com o arquivo, ver o que outros usuários têm em comum com suas necessidades de informação, baseado-se em um número significativo de dados que os mesmos fornecem (DAINES III; NIMER, 2009, tradução nossa). O National Archives of Australia possui uma página no Facebook, onde apresenta informações sobre sua localização, horas e acontecimentos atuais. Além disso, inclui um link para seu Flickr (DAINES III; NIMER, 2009, tradução nossa). Nogueira (2010, tradução nossa) colabora com os autores ao citar também a utilização do Facebook pelas instituições arquivísticas nacionais The National Archives of the United Kingdom e The United States National Archives. g) PODCAST é uma série digital de conteúdos de áudio ou vídeo disponibilizado aos usuários na web através de assinatura e/ou download. O termo foi cunhado em 2004 pela combinação de ipod (o mais popular e culturalmente significativo MP3 player) e broadcast (THEIMER, 2010, tradução nossa). O podcast, assim como as demais ferramentas web 2.0, apresenta uma estrutura padrão, de acordo com Kroski (2008, tradução nossa): 1. Categorias: relaciona podcasts que podem ser localizados dentro do itunes ao navegar primeiramente na sessão de podcasts dentro da loja do itunes, e depois selecionando a categoria desejada. O itunes subdivide as gravações em 16 (dezesseis) categorias; 2. Assinatura: este botão é encontrado com a descrição de cada podcast, oferecendo ao ouvinte uma oportunidade de receber os novos episódios automaticamente assim que eles são publicados. Podcasts não encontrados pelo itunes podem ser manualmente assinados através de menu avançado inserindo a URL do feed podcast desejado; 3. Episódios de podcast são listados numa ordem cronológica reversa, com os mais recentes episódios no topo da lista. Eles incluem detalhes como nome, criador da informação, descrição, preço, data de lançamento e tempo de execução. A maioria dos podcasts são de graça. Episódios pode ser ouvidos por meio de duplo clique neles ou baixados ao selecionar Obter episódio. O podcast permite que o usuário compartilhe uma grande variedade de informações sobre suas coleções. Por exemplo: pode-se compartilhar conteúdo

83 81 digitalizado de áudio e vídeo de arquivo e gravações de programas públicos ou criar um programa especificamente para ser um podcast. A instituição também pode optar por criar uma série de podcasts em torno de um tema específico projetado para ter apenas um número pré-determinado de episódios. O último formato pode ser mais prático para muitos arquivos: a instituição pode ter um determinado evento, como uma exibição, um tema específico ou coleção que o interessado deseja destacar usando um podcast, permitindo que os usuários possam se subscrever neste tipo de série de podcasts curto. Para ilustrar o uso dos podcasts, Theimer (2010, tradução nossa) cita como exemplos The National Archives of United Kingdom, The National Archives of Australia, bem como United States National Archives and Records Administration e Library and Archives Canada. No United States National Archives and Records Administration, uma série denominada Presidental Libraries Uncovered (Bibliotecas presidenciais desvendadas) é atualizada mensalmente com material das coleções da biblioteca, cada uma com a própria voz dos presidentes e conversas com membros da família. O Library and Archives Canada oferece ao público tesouros da música canadense, chamando a atenção para materiais que o público não teria acesso se a série não fosse disponibilizada online. O nome da série é The Virtual Gramaphone (THEIMER, 2010, tradução nossa). h) YOUTUBE e outros compartilhadores de vídeos. O YouTube, criado em fevereiro de 2005, é propriedade do Google Inc. Permite que qualquer pessoa com uma conta possa postar, compartilhar e acessar vídeos, filmes e videoclipes de qualquer tipo, podendo ser divulgados através de blogs e outros sítios (NOGUEIRA, 2010, tradução nossa). O mais popular dentre esse é o YouTube que tornou-se praticamente um sinônimo de compartilhador de vídeo (THEIMER, 2010, tradução nossa). A estrutura do YouTube é descrita por Kroski (2008, tradução nossa): 1. Os tops vídeos do momento são os mais vistos de todos os sítios de compartilhadores de vídeos. Ao destacar os mais votados, mais favoritos e os mais discutidos clips, estas aplicações permitem que os usuários procurem os mais populares vídeos dentro da comunidade. No YouTube, membros podem procurar por categoria, canal ou grupos de comunidade.

84 82 2. Classificação baseada em sistema de gradação de cinco estrelas atribuída aos vídeos pelos membros. Estes escores são computados e oferecidos para a comunidade como um indicador de qualidade de vídeo 3. Páginas de canal são perfis de usuários que agregam todos os videos de um membro em um só lugar, criando uma excelente ferramenta para as empresas e organizações que desejam o estabelecimento de uma presença de marca nessas comunidades. Canais permitem que os membros vejam as coleções de vídeos de outros usuários, bem como se inscrevam para receber atualizações de conteúdo. 4. Tags ou palavras-chave descritivas podem ser vinculadas a vídeos pelos criadores de conteúdo, assim como nos compartilhadores de foto, a fim de torná-los mais fáceis de encontrar. Um recurso adicional oferecido por alguns sítios de compartilhamento de vídeo da web inclui a capacidade para que os autores atribuam tags às cenas dentro do próprio vídeo. 5. Salvar e compartilhar permitem que aos usuários salvar vídeos em suas listas de favoritos, criar playlists, compartilhar com amigos via e mensagem instantânea, adicionar em outros sítios sociais como Facebook ou postar um clip no blog. Essas ferramentas permitem que os membros da comunidade se conectem uns com os outros, aspecto fundamental para os ambientes de compartilhamento de vídeo. 6. Comentários podem ser feitos em vídeos assim como em postagens de blogs, fotos e outras mídias compartilhadoras nos sítios 2.0. As instituições arquivísticas estão usando o YouTube e sítios semelhantes como o Flickr para compartilhar conteúdo original e materiais digitalizados a partir de suas coleções. A capacidade inerente de vídeo para contar uma história melhor do que meras imagens estáticas ou áudio só significa que as instituições que criam os seus próprios vídeos e os publica são capazes de compartilhar mais informações com mais profundidade do que através de outras formas de comunicação web 2.0 (THEIMER, 2010, tradução nossa). Nessa perspectiva, conforme Theimer (2010, tradução nossa), The National Archives of United Kingdom possui um canal no YouTube. Nogueira (2010, tradução nossa) cita também The United States National Archives e National Archief of Netherlands.

85 83 i) MASHUP é uma aplicação web que combina dados ou funcionabilidade de duas ou mais fontes em uma única e integrada aplicação (KROSKI, 2008, tradução nossa). Google Maps e Google Earth estão entre as mais populares aplicações usadas em mashups. Conforme Theimer (2010, tradução nossa), o uso predominante da tecnologia mashup entre arquivos é combinar informações sobre objetos nas coleções com dados geográficos. Esta combinação pode tornar mais fácil para os usuários a navegação por coleções, olhando para um mapa e vendo marcadores que indicam os objetos da coleção associada a um determinado local. Um dos mashups mais aclamados, combinando materiais de arquivo com dados geográficos foi o usado no sítio Mapping our Anzacs, criado pelo National Archives of Australia. Este sítio combina o Google Maps com os registros de mais de pessoas que serviram no Exército australiano durante a Primeira Guerra Mundial plotados nos mapas, junto com o lugar de nascimento de cada pessoa, proporcionando uma visualização e um meio de navegação deste grupo grande de dados. Ao clicar em um link para uma localização geográfica, o interessado facilmente identifica os nomes das pessoas associadas a esse local e em seguida, procurar os registros individuais. j) SECOND LIFE foi criado em 2003 pela empresa Linden Lab, Second Life é um rico e interativo mundo virtual. Seus membros podem criar e desenvolver uma aparência para seus próprios avatares os representarem dentro da comunidade. Esse mundo virtual apresenta as seguintes características: 1. A construção permite aos jogadores criar e editar a terra e os objetos que aparecem no mundo; 2. Itens de estoque são armazenados em um diretório da pasta e podem ser pesquisados, classificados, copiados e excluídos; 3. Voar é uma das principais formas de transporte dentro do Second Life; 4. A barra de chat permite aos residentes participar de chat em tempo real com outras pessoas que estão nas proximidades; 5. Um mapa de cada região ou parcela de terra dentro do Second Life é fornecido para exibir eventos, áreas principais de informação, locais populares e localização do jogador; 6. Os marcos são referências ou indicadores, para um lugar particular;

86 84 7. Pesquisa permite que os residentes procurem lugares, pessoas, grupos, classificados, venda de terrenos e eventos. Apesar de todas as possibilidades, o Second Life é a única ferramenta a receber participação pouco significativa das instituições arquivísticas. Para muitas delas, a criação de presença virtual pode exigir um investimento considerável de tempo e recursos para um retorno pouco expressivo (THEIMER, 2010, tradução nossa). k) BLOG. O termo originou-se da abreviação de Web log, introduzidos no final dos anos de Blogs são documentos web (usualmente em um único sítio) criados por software que permite que as novidades sejam publicadas e apareçam em ordem sequencial, com as mais novas parecendo primeiro, do mesmo modo como em um diário (THEIMER, 2010, tradução nossa). Wikis e blogs são sistemas de gerenciamento de conteúdo e, por isso, capazes de produzir recursos de informações valiosas, mas existem algumas diferenças entre os dois, que são apresentadas no Quadro 4: Quadro 4 - Diferenças entre blog e wiki. Blogs Cronológica: Carimbados com a data e hora de sua criação e são organizados pelo mais recente, que aparece no topo do blog Criação individual: A comunidade está convidada a participar através de comentários. Estrutura organizada: Tem um esquema fixo de organização por data, com postagens mais antigas enviadas aos arquivos. Útil para conversa: Oferecem uma oportunidade para um diálogo contínuo com a comunidade Permanente: Geralmente, as mensagens e/ou conteúdos não são excluídos ou mesmo editadas. Propriedade individual: O autor é o proprietário de todo o conteúdo. Fonte: Kroski (2008, p. 50, tradução nossa). Wikis Interativo: usuários fazem edições e mudanças para uma criação em constante evolução. Criação da comunidade: Indivíduos contribuem para o trabalho como um todo. Estrutura orgânica: Usuários contribuem tanto para o conteúdo principal quanto para a sua estrutura organizacional. Útil para colaboração: Mais úteis para cooperar em uma tarefa ou projeto, diminuindo opiniões e reflexões aleatórias. Em constante mudança: Encontram-se em um estado constante de mudança, crescendo com a comunidade. Propriedade do Grupo: A comunidade é o criador e proprietário do conteúdo. A arquitetura do blog, segundo Kroski (2008, tradução nossa) compõe-se dos seguintes elementos:

87 85 1. Postagens no blog são os principais ingredientes de qualquer blog. Eles estão dispostos no centro do blog, um depois do outro em uma ordem cronológica. As postagens do blog contém imagens, ilustrações e com vídeo incorporado, bem como texto; 2. Links permanentes são links que fornecem um endereço para uma postagem particular do blog; 3. Categorias, palavras-chaves e etiquetas podem ser atribuídas para cada postagem do blog como descritores. Nesse caso os donos dos blogs podem desenvolver suas próprias taxonomias para os seus blogs como uma forma alternativa de navegação para os seus leitores. Ao selecionar uma etiqueta, usuários podem obter uma lista de resultados de todas as postagens que foram atribuídas para aquela etiqueta em particular; 4. Arquivos são coleções mensais ou diárias de postagens de blogs; 5. Busca é um recurso que é compartilhado em todo blog. Assim como os usuários podem clicar em etiquetas para ver postagens, eles também podem pesquisar o conteúdo do blog, digitando uma palavra-chave em uma caixa de pesquisa; 6. RSS feed são mais frequentemente exibidas ao longo da barra lateral do blog. Esses feeds permitem que o autor possa distribuir seu conteúdo e os leitores a se inscrever para o blog através de leitores de notícias. RSS feed pode aparecer como links de texto ou como símbolos de RSS; 7. Blogroll é uma lista de links recomendados, que aparece ao longo da barra lateral de um blog; 8. Nomes de autores são exibidos no início ou no pé de postagens. Muitos dos blogs de hoje são de colaboração e pode haver vários autores diferentes que contribuem nos artigos; 9. Informações de data e hora são impressas em cada postagem do blog. Em muitos blogs, as informações sobre data e hora exata quando o artigo foi publicado pode ser encontrado ao pé da postagem. Em outros, a data é exibida antes de um grupo de mensagens e o tempo aparece na base da entrada; 10. Comentários resumem o espírito participativo da web 2.0, permitindo uma conversa de duas vias entre o autor e o público. No fundo de cada post do blog aparece a lista de comentários feitos por seus leitores e, talvez, respostas do autor.

88 86 Desse modo, Theimer (2010, tradução nossa) apresenta dois tipos de usos dos blogs para as instituições arquivísticas. Conforme a autora, a forma mais básica de blog institucional é estritamente um fórum para postagem de comunicações oficiais, tais como press releases e informações gerais. São blogs utilizados para o compartilhamento de informações sobre exposições, eventos e coleções e, geralmente, não estimulam comentários ou discussão. É classificado como um tipo de blog menos trabalhoso para os funcionários da instituição, mas também será limitado o interesse para pessoas de fora da comunidade de usuários do arquivo. Desse modo, é principalmente uma maneira de compartilhar informações com pessoas que já sabem sobre a sua organização, e não como um meio de atrair novos públicos. No entanto, é uma forma eficaz de comunicar informação a comunidade de usuários, sem ter que manter uma lista de distribuição via . Nesse sentido, Daines III e Nimer (2009, tradução nossa) citam como exemplo The United States National Archives. Os blogs utilizados na citada instituição arquivística nacional representam um canal de comunicação de notícias e de novos serviços do arquivo para seu usuário. Essa ferramenta inclui notícias e informações sobre o repositório e as suas coleções, incluindo destaques; também inclui um feed RSS para as últimas postagens. Outras organizações investem em um blog institucional com mais personalidade, onde os próprios funcionários escrevem sob seus próprios nomes e em primeira pessoa. Blogs como estes podem ter postagens que discutem as aquisições ou novas coleções que foram recentemente disponibilizados. Muitas vezes este tipo de blog apresenta imagens digitais dos objetos ou locais relacionados com as postagens do blog: um documento do dia (ou da semana) pode ser característica de blogs como estes. l) BATE-PAPO ONLINE (Chat) é essencialmente o ato de ter uma conversa através de uma troca de mensagens de texto em tempo real. Embora os detalhes variem entre os provedores, as sessões de bate-papo online acontecem em uma pequena janela, que pode aparecer a partir da parte inferior da tela, em sítios como o Facebook, ou aparecer como conteúdo estático na página do sitío da instituição arquivística. Os usuários podem identificar quem se encontra online e disponível para conversar ou não. Caso indisponível, alguns serviços permitem que os usuários deixem uma mensagem na caixa de bate-papo, que será lida quando o destinatário

89 87 entrar. Se alguém quiser conversar com quem está online e disponível, tudo que deve ser providenciado é deixar uma mensagem na caixa. Quando pressionar "enter", sua mensagem será enviada e publicada. Uma vez que a mensagem foi publicada, a outra pessoa pode vê-la e responder (THEIMER, 2010, tradução nossa). Segundo Theimer (2010, tradução nossa), o bate-papo não significa ser uma ferramenta comumente utilizada nas instituições arquivísticas. m) WIDGETS é um termo cunhado em 1926, sendo uma alternativa para a palavra gadget. Ferramenta que pode ser adicionada ao sítio da instituição arquivística para importar dados de qualquer local. Widgets usualmente aparecem como pequenas caixas instaladas na barra de ferramentas do sítio da instituição arquivística. United States National Archives é uma das instituições a utilizá-lo. Para sintetizar o uso das ferramentas web 2.0, como demonstrado na Figura 21, logo a seguir, registra-se em algumas instituições arquivísticas nacionais internacionais, a saber: United States National Archives; National Archives and Library of Canada; National Archives of The United Kingdom e National Archives of Australia (DAINES III e NIMER, 2009, tradução nossa) e THEIMER (2010, tradução nossa). Figura 21 - Ferramentas web 2.0 e sua adoção, em 2011, pelas instituições arquivísticas nacionais internacionais. Fonte: Daines III e Nimer (2009, tradução nossa) e Theimer (2010, tradução nossa), adaptados pela autora.

90 88 Iniciativas internacionais têm potencializado a participação no ambiente web através da grande utilização de ferramentas colaborativas síncronas (mensagens instantâneas, Second Life) e assíncronas (Wikis, Blogs, Twitter, Youtube e RSS Feeds e de redes sociais My Space, Facebook e Flickr) (COSTA; TSUNODA, 2009; MANESS, 2007). Esses serviços de ferramentas colaborativas, baseados no novo paradigma da comunicação de muitos para muitos (CAVALCANTI; NEPOMUCENO, 2007; FRAGOSO, 2007), são utilizados para comunicar, criar, editar, compartilhar, filtrar ou difundir conteúdos e podem ser incorporados nas práticas dos serviços arquivísticos tradicionais. O sucesso do planejamento e gestão das implementações das ferramentas web 2.0 pelas instituições arquivísticas perpassam os dois aspectos principais, segundo Theimer (2010, tradução nossa): a) Definição de tarefas e atribuição de trabalho: quase todas as aplicações de uma ferramenta da web 2.0 exigem algum tipo de atenção contínua após o seu lançamento. Blogs e podcasts precisam ter novos conteúdos criados, editados e publicados, bem como seguir os comentários dos usuários. Wikis precisam ter conteúdo novo adicionado e contribuições de usuários monitorados e respondidos, se necessário. Bate-papo online precisa ter pessoal para monitorá-lo. Para que o projeto 2.0 tenha sucesso, é imprescindível que as tarefas que o suportam na instituição sejam reconhecidas como atividades profissionais incorporadas ao trabalho dos servidores, colaboradores ou funcionários; b) Criação de políticas: As políticas institucionais são importantes parâmetros e referências de conduta, auxiliam muito na orientação de respostas coerentes e no estabelecimento de procedimentos de ação interna e protocolos de relacionamento externo. Por exemplo, se a instituição publicar uma postagem de blog ou podcast polêmica, quais são as suas escolhas para a remoção ou alteração e quem vai tomar essa decisão? Quais são seus padrões de aceitação de conteúdo pelo usuário (como comentários, etiquetas ou contribuições para um wiki)? Sob que circunstâncias a instituição arquivística vai apagar o conteúdo ou solicitar um usuário a modificá-lo ou baní-lo? Nessa perspectiva, Theimer (2010, tradução nossa, p. 213) ilustra a aplicação de políticas para o uso da ferramenta Flickr e as diretrizes para aceitação da participação dos usuários:

91 89 Congratulamo-nos com seus comentários sobre nossas fotografias. Aqui estão algumas informações que você deve saber antecipadamente. Nosso Flickr é moderado e nós só postamos comentários de comentadores com mais de 13 anos de idade. Vamos remover comentários que contenham conteúdo abusivo, vulgar, ofensivo, ameaçador, com ataques pessoais de qualquer natureza ou termos ofensivos a determinados indivíduos ou grupos. Vamos remover comentários que contenham informações pessoais (se seu próprio ou de outra pessoa), incluindo endereço residencial, número de casa, telefone celular ou endereço de pessoal. Vamos remover os comentários que são claramente fora do tópico, que promovam produtos ou serviços, ou que promovem ou se oponham a qualquer partido político e/ou pessoa e que façam campanha para cargos eletivos. Comunicações feitas através do e sistema de mensagens do Flickr não constituirá um aviso legal ou oficial ou comentário para NARA ou qualquer funcionário ou empregado de NARA para qualquer finalidade. O conteúdo de todos os comentários são liberados para o domínio público, a menos que o comentarista indique claramente o contrário. Nós não discriminamos os modos de exibição, mas reservamos o direito de não publicar ou remover comentários que não cumpram estas normas. Essas duas recomendações 2.0 atrelam-se às outras definidas pelo Conselho Nacional de Arquivos (2000) e pelo Departamento de Governo Eletrônico (2010) para os sítios de instituições arquivísticas e que poderiam ser adaptadas para a aplicação das ferramentas web 2.0: a) Avaliar os fatores que justificam a incorporação das ferramentas web 2.0; b) Identificar os objetivos que se pretende alcançar com as ferramentas web 2.0; c) A equipe de gestão deve ser multidisciplinar e estar capacitada em estratégias de comunicação e tecnologia de informação. As competências mínimas da equipe de gestão englobam: o gestor da ferramenta web 2.0, responsável pelo conteúdo publicado e pela coordenação da equipe envolvida; o conteudista, responsável pela coordenação do processo de publicação de conteúdo nas ferramentas web 2.0; o responsável pelo atendimento e o responsável pela coordenação do processo de atendimento às solicitações dos cidadãos; d) Avaliar sítios nacionais e internacionais que também incorporaram as ferramentas web 2.0 e conectar-se com elas para aprender sobre suas experiências. Procurar por oportunidades de colaboração com outras instituições, uma vez que a maioria não possui toda a expertise; e) Identificar o(s) usuário(s) da instituição e potenciais usuários das ferramentas web 2.0;

92 90 f) Avaliar a potencial capacidade de resposta da instituição às demandas dos usuários através das ferramentas web 2.0; g) Prever mecanismos de avaliação interna e externa do funcionamento das ferramentas web 2.0, com o intuito de aferir o atendimento das necessidades dos usuários. Figura 22 - United States National Archives e a web 2.0. Fonte: Nesse sentido, o United States National Archives apresenta no seu sítio institucional o menu Social Media and Web 2.0 at National Archives, no qual apresenta as políticas de gestão, com estratégias e estatísticas, para cada uma das ferramentas web 2.0 incorporadas, bem como os diretórios com os links oficiais para cada uma delas. Isso possibilita a institucionalização, a conscientização e o incentivo à participação dos usuários por meio das supra referidas tecnologias. O cumprimento bem-sucedido dessas aplicações 2.0 é realizado por uma equipe multidisciplinar, a saber: funcionários da agência de gestão documental, gestores web, gestores das mídias sociais, funcionários de tecnologia da informação, funcionários da privacidade e segurança da informação (THEIMER, 2010, tradução nossa).

93 91 No capítulo a seguir, será analisado o impacto da internet e da web 2.0 nos países de tradição ibérica, em comparação com as demais regiões do Mundo.

94 92 4 A INTERNET NOS PAÍSES DE TRADIÇÃO IBÉRICA Estatísticas internacionais sobre a internet apontam a distribuição geográfica de usuários por regiões. Fragoso e Maldonado (2009, p. 13), afirmaram que a porcentagem média de pessoas no mundo com acesso à rede em 2008 não ultrapassava 21,1%. No ano seguinte (2009) essa porcentagem aumentou em 3,6% e, em 2011, alcançou 5,5%, correspondendo ao total de 30,2%. Observa-se, portanto, que em um período de três anos, houve um aumento de 9,1% em âmbito mundial. Em contrapartida, a distribuição geográfica dos usuários da internet continuou desigual, ao se comparar com os dados correspondentes ao período entre de 2009 e 2011 registrados pelo Miniwatts Marketing Group (2008 apud FRAGOSO; MALDONADO, 2009, p. 14), conforme demonstrado na Tabela 1. Tabela 1 - Penetração da internet no mundo: período de 2008 a Região Crescimento América do Norte Oceania/ Austrália Crescimento 2009 e ,4% 73,9% 78,3% 0,5% 4,4% 4,9% 59,5% 60,1% 60,1% 0,6% 0,6% 0,6% Europa 48,0% 50,1% 58,3% 2,1% 8,2% 10,3% América Latina Caribe Média Mundial Oriente Médio e 35,8% 30,0% 36,2% -5,8% 6,2% 0,4% 21,1% 24,7% 30,2% 3,6% 5,5% 9,1% 21,3% 23,7% 31,7% 2,4% 8,0% 10,4% Ásia 14,0% 18,5% 23,8% 4,5% 5,3% 9,8% África 5,3% 6,7% 11,4% 1,4% 4,7% 6,1% Crescimento Fonte: Miniwatts Marketing Group (2008 apud FRAGOSO; MALDONADO, 2009, p. 14), elaborada pela autora. É possível constatar que a presença de usuários da internet é bem expressiva na América do Norte, seguida da Oceania e Europa. Em ordem decrescente de porcentagem da população local com acesso à internet, encontram-se a América Latina e o Caribe, o Oriente Médio, a Ásia e, a África. A América Latina e o Caribe

95 93 continuam acima da média mundial de usuários com acesso à rede nos três períodos citados. Contudo, houve uma redução de 5,8%, entre os anos de , voltando a crescer 6,2%, no período de 2009 a Assim, entre 2008 e 2011 registra-se um crescimento pouco evidente, de 0,4% apenas. As regiões geográficas que mais cresceram no período de foram a Ásia, seguida da Europa. As que menos cresceram no referido período foram a América Latina e o Caribe, bem como a América do Norte. A Europa volta a se destacar, juntamente com o Oriente Médio, em 2009 e 2011, tornando-se os países que mais cresceram em todo o período em evidência. Acompanhando a América Latina e o Caribe, a Oceania foi a região geográfica que menos cresceu em termos de penetração na internet. Nos países de tradição ibérica o percentual de penetração da internet encontra-se distribuído por regiões, a seguir apresentadas na Tabela 2. Tabela 2 - Penetração da internet em 2011 nos países de tradição ibérica da África, Ásia, Europa, América Central, América do Norte, América do Sul e Caribe. Região/ País 2011 Posição 2011 ÁFRICA 11,4% Cabo Verde 29,1% 1º São Tomé e Príncipe 14,9% 2º Angola 4,6% 3º Moçambique 2,7% 4º Guiné-Bissau 2,3% 5º ÁSIA 23,8% Macau 49,0% 1º Timor Leste 0,2% 2º EUROPA 58,3% Espanha 62,2% 1º Portugal 48,0% 2º AMÉRICA CENTRAL 27,4% Costa Rica 43,7% 1º México 30,7% 2º Panamá 27,7% 3º Guatemala 16,5% 4º El Salvador 16,1% 5º Belize 15,6% 6º Honduras 11,8% 7º Nicarágua 10,6% 8º

96 94 AMÉRICA DO NORTE 78,3% Bermuda 78,6% 1º AMÉRICA DO SUL 40,7% Argentina 66,6% 1º Uruguai 56,1% 2º Chile 54,8% 3º Colômbia 50,4% 4º Venezuela 37,7% 5º Brasil 37,4% 6º Suriname 33,1% 7º Peru 31,3% 8º Guyana 29,5% 9º Equador 22,3% 10º Paraguai 17,1% 11º Bolívia 10,9% 12º CARIBE 25,2% Saint Vincent and Grenadines 73,2% 1º Barbados 65,6% 2º Ilhas Cayman 59,2% 3º Jamaica 55,1% 4º Bahamas 49,7% 5º Aruba 43,8% 6º Dominica 37,7% 7º Porto Rico 34,5% 8º República Dominicana 30,1% 9º Cuba 14,5% 10º Haiti 10,3% 11º Fonte: Miniwatts Marketing Group, Continuação Na África, o Cabo Verde está em primeiro lugar, com o percentual de 20%, seguido por São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique, com 5%. A maior parte dos países de tradição ibérica dessa região se encontra nesse percentual. A Guiné- Bissau é o último país africano em termos de penetração da internet. Nenhum país do continente africano, de tradição ibérica registra a presença na internet igual ou superior a 50%.

97 95 Na Ásia, dois países possuem situações distintas em termos de penetração na internet: enquanto Macau exibe uma situação positiva, com aproximadamente 50%, o Timor Leste apresenta um percentual inferior a 5%, extremamente inexpressivo. Em contrapartida, na região da Europa, os dois países (Espanha e Portugal) encontram-se numa posição favorável em termos de internet. A Espanha com percentual de 60%, e Portugal, com 40%, percentual igualmente constatado nos demais países de tradição ibérica das regiões da África e Ásia. A América Central, também, convive com uma situação favorável em relação à internet. Não supera a situação da Europa, contudo, mais vantajosa do que a de países de tradição ibérica localizados na África e na Ásia (Timor Leste). Os percentuais dessas regiões variam de 10% a 30%. O México 18 e a Costa Rica lideram a penetração da internet, com percentual de 30%, seguido pelo Panamá (20%), deixando Honduras, Nicarágua, Belize, El Salvador e Guatemala com os últimos colocados dentre os países de tradição ibérica da região, mantendo o percentual de 10%. Na América do Norte, as ilhas Bermudas, em geral designadas por Bermuda, mantem uma representação de 70%, superando a Espanha e o México. A América do Sul apresenta uma penetração de internet significativa dentre as demais regiões, sobressaindo-se com percentuais de 10% a 60%, mas não alcança os percentuais conquistados pela Bermuda. A Argentina, primeiro lugar em internet na região da América do Sul (60%), iguala-se apenas ao percentual da Espanha, na Europa. Com um percentual de 50%, países como o Uruguai, o Chile e a Colômbia, também apresentam percentuais expressivos. Costa Rica (40%) detém a terceira colocação, seguida por Venezuela, Brasil, Suriname e Peru (30%). A maior quantidade de países, dessa região, tem o percentual de 30%. A Guyana e o Equador (20%) situam-se em 5º lugar e aproximam-se de Cabo Verde e do Panamá. O Paraguai e a Bolívia (10%) são os últimos colocados. Na região do Caribe, os percentuais oscilam entre 10%, 30% e 70%. Nas Pequenas Antilhas, o país São Vicente e Granadinas destaca-se com 70% de 18 Considerando os aspectos físicos, o continente americano é dividido em três partes: América do Norte (da qual o México faz parte, juntamente com Estados Unidos, Canadá e Groenlândia), América Central (Ístmica e Insular) e América do Sul. Quanto aos aspectos humanos, que levam em conta o tipo de colonização efetivada em determinada região, o continente americano é composto por América Anglo-Saxônica (Canadá e Estados Unidos) e América Latina (do México ao Estreito de Magalhães).

98 96 penetração na internet, superior aos percentuais da Europa e da América do Sul. Fica em posição inferior apenas da Bermuda. Na parte mais oriental das Caraíbas (Caribe), Barbados alcançou a segunda colocação na região, com percentual de 60%, aproximando-se da Argentina, e da Espanha. A Jamaica e as Ilhas Cayman (50%), assemelham-se ao Uruguai, ao Chile e à Colômbia. As Bahamas (ou Baamas) e Aruba (40%) igualando-se a Costa Rica, a Macau, e a Portugal, enquanto Dominica, Porto Rico e República Dominicana (30%), aproximam-se da Venezuela, do Brasil, do Suriname e do Peru, na América do Sul, e com o México, na América Central. Apenas Cuba e Haiti (10%), encontram-se em uma situação inferior na região. Esses dois países de tradição ibérica caribenhos se aproximam de Honduras, Nicarágua, Belize, El Salvador e Guatemala, bem como do Paraguai, Bolívia e de São Tomé e Príncipe. A situação descrita permite ordenar por classificação de percentual de expansão na internet os países de tradição ibérica localizados nas regiões da África, Ásia, Europa, América Central, América do Norte, América do Sul e do Caribe, no ano de 2011, como mostra a Tabela 3: Tabela 3 - Ordem por Classificação de Percentual de Expansão na internet, no ano de 2011, nos países de tradição ibérica. Região/ País 2011 Posição Bermuda 78,6% 1º Saint Vicent and Grenadines 73,2% 2º Argentina 66,6% 3º Barbados 65,6% 4º Espanha 62,2% 5º Ilhas Cayman 59,2% 6º Uruguai 56,1% 7º Jamaica 55,1% 8º Chile 54,8% 9º Colômbia 50,4% 10º Bahamas 49,7% 11º Macau 49,0% 12º Portugal 48,0% 13º Aruba 43,8% 14º Costa Rica 43,7% 15º Venezuela 37,7% 16º Dominica 37,7% 17º

99 97 Brasil 37,4% 18º Porto Rico 34,5% 19º Suriname 33,1% 20º Peru 31,3% 21º México 30,7% 22º República 30,1% 23º Dominicana Guyana 29,5% 24º Cabo Verde 29,1% 25º Panamá 27,7% 26º Equador 22,3% 27º Paraguai 17,1% 28º Guatemala 16,5% 29º El Salvador 16,1% 30º Belize 15,6% 31º São Tomé e 14,9% 32º Príncipe Cuba 14,5% 33º Honduras 11,8% 34º Bolívia 10,9% 35º Nicarágua 10,6% 36º Haiti 10,3% 37º Angola 4,6% 38º Moçambique 2,7% 40º Guiné-Bissau 2,3% 41º Timor Leste 0,2% 42º Fonte: Miniwatts Marketing Group, Continuação A Tabela 3 esclarece que apenas dois países de tradição ibérica encontramse com percentual de 70%, o que significa alta expansão na internet: um na região da América do Norte e outro no Caribe. Com média penetração na internet (40% a 60%) encontram-se treze países: cinco da América do Sul, cinco do Caribe, dois da Europa e um da Ásia. Com baixa penetração (5% aos 30%) somam-se vinte e quatro países: cinco no Caribe, oito na América do Sul, sete na América Central e quatro na África. Com muito baixa penetração na internet encontra-se apenas um país, na Ásia. Dessa maneira, constata-se que os países de tradição ibérica, na sua maioria, possuem baixa penetração na internet, seguidos dos de média penetração.

100 98 Considerando ser o Facebook a ferramenta web 2.0 mais utilizada, optou-se por sublinhar a penetração da ferramenta nos países de tradição ibérica. Evidencia-se que na África, Cabo Verde se destaca em primeiro lugar, assim como ocorreu com a penetração na internet, com percentual de 10%. Seguindo a mesma perspectiva, Angola e São Tomé e Príncipe ficam em 2º e 3º lugares, respectivamente, com percentual na faixa dos 5%. Moçambique e Guiné-Bissau não apresentam percentual de utilização da ferramenta (0%). Na Ásia, assim como ocorreu na penetração da internet, os dois países apresentam uma situação distinta: Macau volta a apresentar destaque com o Facebook (30%), ao passo em que o Timor Leste (0%), do mesmo modo que a Guiné Bissau, na África, não apresenta percentual (0%). Na Europa, no quesito Facebook, ao contrário da penetração da internet, Portugal (30%) possui um percentual similar ao de Macau, na Ásia. A Espanha não apresenta dado referente à penetração no Facebook. Na América Central, registra-se o percentual de penetração no Facebook, de 10% a 30%. A Costa Rica volta a se destacar, ficando em primeiro lugar (30%), bem como Macau e Portugal, seguido de México, Panamá e El Salvador, com percentual de 20%. Nesse contexto, El Salvador aumentou o percentual em relação ao da internet. Belize, Honduras, Guatemala e Nicarágua, com o menor percentual da região em internet, voltam a ser os últimos colocados no Facebook, com os mesmos 10% de percentual. Na América do Norte, Bermuda mantém posição de destaque em relação aos países de tradição ibérica das regiões da África, Ásia, América Central e Europa, tanto em termos de internet quanto de Facebook. Contudo, seu percentual de penetração do Facebook é menor do que o da internet, com apenas 40%. Quanto à América do Sul, em relação às demais regiões com países de tradição ibérica, volta a se destacar com os maiores percentuais em termos de Facebook, que vão de 10% a 50%, semelhante ao que aconteceu com relação à penetração da internet. O Chile se destaca com o Facebook, assumindo a primeira colocação da região, com percentual de 50%, assim como na internet. O Uruguai aparece em 2º lugar, com percentual de 40% de penetração, aproximando-se de Bermuda, na América do Norte. A Argentina, primeiro lugar na internet, aparece em 3º lugar em termos de Facebook, também com percentual de 40%. A Colômbia e a

101 99 Venezuela aparecem na internet com 30%, seguidos por Equador e Peru (20%). A maioria dos países de tradição ibérica da região encontra-se com percentual de 10%: Suriname, Brasil, Guyana, Paraguai e Bolívia. A Guyana, o Paraguai e a Bolívia com participação inexpressiva. No Caribe os percentuais de penetração do Facebook oscilam de baixa a alta, ou seja, entre 0% a 5% e de 20% a 50%. Em relação à internet existe uma troca nas primeiras posições. As Ilhas Cayman e as Bahamas associam-se ao Chile, na América do Sul, com percentual de penetração de 50% no Facebook. As Ilhas Cayman e as Bahamas superam Saint Vincent and Grenadines e Barbados, outros dois países caribenhos líderes da internet. Aruba e Barbados aparecem na sequência, com 40% de penetração do Facebook, juntamente com a Argentina. Na penetração da internet, Aruba e Bahamas estavam com esse percentual. Porto Rico e Dominica aproximam-se de Colômbia e Venezuela, com percentual de 30%, assim como na internet, seguidos por República Dominicana e Jamaica que, assim como Equador e Peru, possuem percentual de 20% de penetração no Facebook. Jamaica, que na internet possuía percentual de 50%, com o Facebook cai para 20%. Haiti e Cuba voltam a ser os últimos colocados, contudo a situação de Cuba é mais grave, pois não apresentam um percentual (0%), assim como Timor Leste e Guiné-Bissau. É possível classificar os países em relação à penetração específica no Facebook. Ao contrário do constatado na internet, não foi encontrado no universo pesquisado países de tradição ibérica países com alta penetração. Identificou-se três países sem penetração alguma no Facebook. A maioria situa-se no baixo percentual, de 10% a 30%, assim como diagnosticado em termos de internet. Desse modo, com médio percentual, de 40% a 50%, oito países foram identificados: quatro do Caribe, três da América do Sul e um da América do Norte. Com baixa penetração no Facebook, vinte e cinco países das seguintes regiões: oito da América Central, nove da América do Sul, um da África, um da Ásia, cinco do Caribe e um da Europa. Com muito baixa penetração, inferior a 5%: três da África e um do Caribe. Não apresentam percentual em penetração (0%) no Facebook: três países de tradição ibérica: um da África, um da Ásia e um do Caribe.

102 100 Figura 23 - Mapa mundial das redes sociais em dezembro de Fonte: /04/2012 Nesse sentido, no mapa acima apresentado, observa-se que no mundo e, em especial, nos países de tradição ibérica, o Facebook é a ferramenta web 2.0 mais utilizada, constatando o potencial dessa rede social em relação às outras ferramentas. Na seção a seguir, a análise estará concentrada na penetração da internet em instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica. 4.1 A INTERNET EM INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE PAÍSES DE TRADIÇÃO IBÉRICA A inserção da internet em instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica passou por transformações significativas ao longo do século XX, mais especificamente no período entre 1991 a 1997, conforme apresentado na Figura 24:

103 101 Figura 24 - Países de tradição ibérica com presença na web em Fonte: Takahashi (2000), adaptado pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. É possível observar que, em 1997, os países da América do Sul (América Latina), América do Norte, América Central (incluindo o Caribe), Portugal e Espanha (Península Ibérica), os países da Ásia de língua portuguesa (Macau e Timor Leste), os países da África de língua portuguesa (Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique) com exceção de Guiné-Bissau 19 marcam presença na internet, propiciando a substituição de antigas tecnologias (Bitnet, Fidonet e etc.) 20 até então utilizadas. No início do século XXI verifica-se que doze instituições arquivísticas nacionais ainda não se faziam presentes na web: Angola, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, Moçambique, Nicarágua, Paraguai, República Dominicana e São Tomé e Príncipe. Deve-se destacar o Arquivo Nacional do Paraguai, criado em 1537, com aproximadamente cinco séculos de existência, representa a mais tradicional das instituições arquivísticas nacionais dentre as 19 Permaneceu apenas com o e a tecnologia Fidonet. 20 Cabo Verde não é representado no mapa original da Conectividade Internacional.

104 102 citadas. À época, outras doze instituições estavam conectadas à rede: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, Porto Rico, Portugal (Arquivo Histórico Ultramarino e Instituto Arquivo Nacional da Torre do Tombo), Venezuela e Uruguai (ARQUIVO NACIONAL DO BRASIL, 2000; FUNDACIÓN HISTÓRICA TAVERA, 2000 e NAVARRO, 2009). Das doze instituições centenárias 21, apenas sete possuíam presença na web no ano de 2000: Argentina, Bolívia, Brasil, México, Portugal (Instituto Arquivo Nacional da Torre do Tombo), Uruguai e Peru. O Arquivo Nacional do México, criado em 1790, merece destaque por se constituir na única instituição bicentenária com presença na web no ano A Figura 25 elucida o exposto. Figura 25 - Instituições arquivísticas nacionais com e sem presença na web em Fonte: Arquivo Nacional (2000) e Fundación Histórica Tavera (2000), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. 21 Compõem o conjunto de instituições centenárias: Paraguai (1537); México (1790); Argentina (1821); Portugal (1823); Uruguai (1827); Brasil (1838); Cuba (1840); Guatemala (1846); Peru (1861); Espanha (1866); Honduras (1880); Costa Rica (1881); Bolívia (1883); Nicarágua (1896).

105 103 Nesse sentido, essa realidade permite estabelecer uma escala de evolução da inserção das instituições arquivísticas na web em 2000: Figura 26 - Evolução da inserção das instituições arquivísticas nacionais na web no ano de Fonte: Arquivo Nacional do Brasil (2000) e Fundación Histórica Tavera (2000), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva Na Figura 26, as instituições arquivísticas nacionais classificadas em primeiro lugar foram as primeiras a se conectarem à web, no ano 2000, seguidas pelas classificadas em segundo lugar, que penetraram na web depois desse período. Dentre as doze instituições arquivísticas nacionais que não possuíam presença na web, em 2000, destacam-se em dez instituições alternativas de transferência e acesso à informação nas instituições arquivísticas, identificadas na representação cartográfica:

106 Figura 27 - Alternativas de transferência da informação pelas instituições arquivísticas nacionais sem sítio em Fonte: Arquivo Nacional do Brasil (2000), adaptado pela autora. Design gráfico: Amanda Santana Silva. 104

107 105 A imagem deixa transparecer que a comunicação com usuários de instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica desenvolvia-se, predominantemente, por meios tradicionais (presencialmente, correspondência, fax e telefone). Um quantitativo reduzido de instituições utilizava o , apesar de não possuírem sítios. Portanto, com características da web 1.0 encontram-se os seguintes países: Costa Rica, Cuba, El Salvador e Moçambique, países que se tornaram os mais completos no período referido (2000), com potencial para criação de seus respectivos sítios. Em contrapartida, São Tomé e Príncipe, Espanha, Guatemala, Nicarágua e República Dominicana, além de não possuírem presença na web, tinham apenas como foco as formas tradicionais de comunicação, o que demonstra pouca utilização da web no ano de Em Angola, a comunicação do usuário com a instituição arquivística somente podia ser feita mediante solicitação à Direção do Arquivo Nacional, por meio de correspondência ou de fax, fato que restringia a transferência e o acesso à informação arquivística a uma única forma de comunicação tradicional, diferenciando-o dos demais países. No que se refere aos doze países de tradição ibérica com presença na web, no ano de 2000, percebe-se que oito utilizavam igualitariamente as formas tradicionais de transferência e acesso à informação arquivística, associando-as à utilização de seus sítios. Nesse contexto, encontravam-se um passo à frente os seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Porto Rico e Portugal 22. Portugal destaca-se por possuir, já no ano 2000, seus dois Arquivos Nacionais online. Essas instituições arquivísticas nacionais eram realmente pertencentes ao cenário da web Os dois arquivos nacionais portugueses possuíam website e as formas tradicionais de comunicação.

108 Figura 28 - Alternativas de acesso à informação arquivística conjunta aos sítios em Fonte: Arquivo Nacional (2000), adaptado pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva 106

109 107 Da leitura da representação cartográfica com as devidas informações foi possível estabelecer uma evolução, aproximada, das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica, no ano de 2000, no que tange a três realidades: 1) Antes da web ; 2) Pré-web 1.0 e 3) Web 1.0. Figura 29 - Evolução da inserção na web nos Arquivos Nacionais de Tradição Ibérica em Fonte: Arquivo Nacional (2000) e Fundación Histórica Tavera (2000), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. A partir da análise da evolução da inserção da web nos Arquivos Nacionais de tradição ibérica, é possível constatar que, no ano de 2000, oito países se encontravam em um estágio Antes da web, ou seja, não possuíam sítio institucional. Por outro lado, quatro países já possuíam suas instituições arquivísticas nacionais em um estágio de Pré-web 1.0, visto que, apesar de não possuírem sítio, dispunham do como ferramenta web 1.0 para transferência e acesso às informações arquivísticas. Somente oito países possuíam sítio e, por isso, realmente estavam inseridos no contexto da web 1.0. Nesse sentido, ao se comparar os períodos de 2000, 2006, 2007, 2009 e 2011, das vinte e quatro instituições arquivísticas nacionais, onze são de tradição

110 108 ibérica: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, México, Peru e Porto Rico. As mesmas potencializam informação na internet durante todos os períodos. As outras treze instituições apresentaram características distintas nesses períodos, a saber: oito saíram da fase Antes da web, no ano 2000, para online, no século XXI, a exemplo da Espanha, da Guatemala, de Honduras, da Nicarágua, do Panamá, do Paraguai e da República Dominicana; uma instituição, o Arquivo Nacional do Haiti, encontrava-se Antes da web em 2011, impedindo a transferência e o acesso à informação, e outra instituição, o Arquivo Nacional da Venezuela, que estava com a página ativa em 2000, passou de offline de 2006 a 2009, para online em Em uma situação mais favorável que a Venezuela, o Uruguai saiu do estágio online, em 2000, para offline, em 2006, retornando a estar online, de 2007 a Além disso, no que se refere às outras três instituições arquivísticas, uma do Brasil e duas de Portugal, não foi possível avaliar a presença online após o ano 2000, no caso específico entre os anos de 2006 a 2009, uma vez que esses países encontravam-se fora do universo de estudo de Bleda, Sánchez e Navarro (2007), bem como de Navarro (2009). Mas, em 2011, constatou-se a presença online dessas instituições (VILLASECA, 2011). Na categoria dos onze países que disseminavam informação na internet, apenas quatro países criaram seus sítios no século XX, mantendo sua presença na web, também, no século XXI, constatada nos anos de 2000 e reafirmada em 2006, 2007, 2009 e 2011, o que representa um aspecto positivo, a saber: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, Porto Rico e Uruguai. As instituições arquivísticas da Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala e Nicarágua, que se inseriram na internet apenas no século XXI, permaneciam online em 2006, 2007, 2009 e Das onze instituições arquivísticas que apresentavam sítio, no ano de 2000, Navarro (2009) destaca outras formas utilizadas para a difusão das informações arquivísticas: em três desses arquivos (Argentina, Equador e Porto Rico) foi possível estabelecer um paralelo entre as formas utilizadas para transferência e o acesso às informações, no período de 2000 e Dos três países, Porto Rico é o que mais se destaca, apresentando todos os meios, tanto em 2000 quanto em Associase a Porto Rico, em 2009, Chile, Costa Rica, Equador, México, Peru, República Dominicana e Uruguai, como as instituições arquivísticas nacionais que mais utilizam

111 109 meios para a sua difusão. A Argentina e o Equador caminham em direção quase parecida. A Argentina utilizava todos os meios em 2000, mas, em 2009, dos seis meios, restaram apenas quatro disponíveis: visitas guiadas, publicações, exposições e sítio. O Equador, em 2000, também usava todos os meios, contudo, em 2009, dos seis, apenas três permaneceram: visitas guiadas, publicações e sítio. O interesse é apontar três aspectos semelhantes que abrangem os três países em questão: em 2000, os três utilizavam todos os meios e, em 2009 ficaram resumidos ao sítio, visitas guiadas e publicações. Navarro (2009) demonstra que o meio também utilizado por todas as instituições arquivísticas nacionais, em 2009, foi o sítio, seguido das publicações e da realização de visitas guiadas e das exposições. Merece destaque o México e a República Dominicana que, além desses meios, utilizava adicionalmente as inserções no rádio e na televisão, bem como na imprensa. O Paraguai, além de não possuir sítio em 2009, não utilizava nenhum outro meio de difusão de informação.

112 110 Figura 30 Escala de manutenção da presença na web pelos Arquivos Nacionais de tradição ibérica nos anos 2000, 2006, 2007, 2008 e Fonte: Navarro (2009, tradução nossa), adaptada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. De acordo com os dados apresentados, é possível sintetizar o exposto por intermédio de uma escala evolutiva em relação à presença na web, nos séculos XX e XXI. Na leitura da escala acima desenvolvida, sublinha-se o pioneirismo do Equador, instituição que não é centenária, seguido da Argentina, do México e de Porto Rico. Outro destaque especial é feito ao México, instituição bicentenária e a terceira online no final do século XX. Porto Rico foi a última instituição a inserir-se na

113 111 rede, no ano Essas instituições lograram êxito na internet ainda no século XX e, juntamente com Brasil e Portugal, permaneceram em destaque no cenário da web 1.0. Por sua vez, no século XXI, o Chile foi o primeiro país online, seguido por El Salvador, que evolui da fase Pré-web 1.0, em 2000, para web 1.0 em Nesse contexto de Pré-web 1.0, em 2000, nota-se, também, a evolução da Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba e Peru, para a web 1.0. Paraguai, Panamá e República Dominicana configuram de forma desfavorável. Foram os últimos a lançarem e manterem um sítio na web no início do século e se incluem apenas no ano de 2009, apesar de terem acesso à internet desde A República Dominicana permaneceu em uma situação Antes da web, em 2000, alterando seu status para online somente em Em 2007, a página do Arquivo Nacional estava em construção, voltando ao status online a partir de Nesse sentido, Honduras e Paraguai se encontram numa situação menos confortável do que a República Dominicana, visto que o primeiro ficou offline de 2000 a 2009; no caso do segundo, sua página só ficou online em 2009 e a sua situação se agrava pelo fato do país ser a instituição arquivística mais antiga, criada no século XVI, e ainda um sítio não oficial, por ter sido criado por amigos do Arquivo Nacional (NAVARRO, 2009). Guatemala e Nicarágua encontram-se numa situação um pouco mais favorável, visto que saíram da condição offline mais cedo, em 2006, assim como a República Dominicana. Venezuela e Uruguai estavam com o status online, em 2000, mas a Venezuela passou mais tempo offline do que o Uruguai para, somente em 2009, retomar a condição online. De acordo com Bleda, Sánchez e Navarro (2007), esses sítios das instituições arquivísticas nacionais devem ser os mais completos de todos os arquivos online que possui um país. Nesse sentido, em 2007 e 2011, os sítios das instituições arquivísticas nacionais mais focalizavam como básicas as informações de contato (telefone, fax e ), seguidas dos mapas de localização (BLEDA, SÁNCHEZ e NAVARRO, 2007). Esse enfoque na disponibilização online das formas tradicionais de comunicação mostrava que os Arquivos Nacionais em questão buscavam manter o usuário interligado com suas realidades físicas, atreladas à imersão parcial no ciberespaço, assim como constatado no ano Em 2011, a tendência continuou a mesma. Pouco expressivas são as informações acerca das datas atuais e da

114 112 última atualização, mapa do site e sítio em outro(s) idioma(s). No quesito informações básicas, as instituições arquivísticas nacionais que mais se destacam, conforme Bleda, Sánchez e Navarro (2007) são a Bolívia, a Colômbia e o Uruguai. O país que não disseminava informações básicas, em 2007, era a Nicarágua. Gráfico 2 Informações básicas nos sítios dos Arquivos Nacionais em 2000, 2007 e Fonte: Arquivo Nacional (2000), Bleda, Sánchez e Navarro (2007, tradução nossa) e Villaseca (2011), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. As informações corporativas também ganhavam destaque nos sítios. Seis tipos de informações corporativas ganhavam destaque, tanto em 2007, quanto em 2011: em primeiro lugar, o histórico da instituição arquivística nacional; em segundo, as normas relativas ao acesso e consulta; em terceiro, as funções e missão dos Arquivos Nacionais; em quarto, o diretório de pessoal; em quinto, os objetivos e, por fim, o organograma das seções do arquivo (BLEDA, SÁNCHEZ e NAVARRO, 2007; VILLASECA, 2011). Nessas instituições, o enfoque na comunicação do planejamento estratégico e da estrutura organizacional dos Arquivos Nacionais é ponto relevante nos seus sítios. Em 2007, Costa Rica, Chile, Colômbia e Cuba se

115 113 destacaram na divulgação de informações corporativas em seu sítio, ao passo em que o Uruguai não acompanhou os citados países, não compartilhando da política de divulgação de informações corporativas. Gráfico 3 - Informações corporativas nos sítios dos Arquivos Nacionais em 2007 e Fonte: Bleda, Sánchez e Navarro (2007, tradução nossa) e Villaseca (2011), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Na informação sobre serviços, em 2007 e 2011, observa-se um aumento na disponibilização das Perguntas Freqüentes (FAQ s), das visitas virtuais e dos eventos culturais, numa tentativa de transmitir informações que divulguem o acervo e as atividades arquivísticas e sanar eventuais dúvidas, bem como retratar a realidade física dos Arquivos Nacionais através das visitas virtuais. Em 2007, o destaque é para informações sobre horário de funcionamento do arquivo, seguido dos eventos culturais e novidades. Entretanto, pouco se focalizou na parte comunicativa e interativa com os usuários através dos sítios, haja vista a baixa incorporação das queixas, sugestões e utilização dos fóruns.

116 114 Realmente há uma tendência ao enfoque maior no serviço informativo das instituições arquivísticas. Já em 2011, os serviços presenciais de visita guiada, solicitação de cópias e certificados, além da entrega de reproduções e serviços de reprodução, ganham evidência nos sítios das instituições. O foco continua nos serviços oferecidos pelos arquivos em sua realidade física. Em 2007, Chile e Colômbia voltam a se destacar nessa categoria, seguidas do México (BLEDA, SÁNCHEZ e NAVARRO, 2007). Por sua vez, a Nicarágua retrocedeu, pois assim como ocorreu no item informação básica, a instituição não disponibiliza informação sobre os serviços em seu sítio. Gráfico 4 - Informações sobre serviços nos sítios dos Arquivos Nacionais em 2007 e Fonte: Bleda, Sánchez e Navarro (2007, tradução nossa) e Villaseca (2011), adaptados pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Quanto à disseminação de informações sobre os fundos documentais custodiados nos Arquivos Nacionais, os sítios apresentaram, em 2007 e 2011, as ferramentas de descrição arquivística, como o guia de fundos, o inventário e o

117 115 catálogo (BLEDA, SÁNCHEZ e NAVARRO, 2007; VILLASECA, 2011). O inventário apresentou um decréscimo muito significativo em sua disponibilização no sítio no ano de 2011, na medida em que o catálogo apresentou um aumento expressivo. Em 2007 divulgavam-se mais as transcrições, os fundos especiais e os quadros de classificação, situação não observada em O México torna-se, nesse contexto, o país que mais proporcionou informações sobre os seus fundos documentais, no ano de 2007, e o Chile por apresentar, junto com o México, o catálogo mais completo nesse período. Uma tendência em 2007 é que nos sítios das instituições arquivísticas nacionais as publicações próprias impressas são as mais divulgadas, ao passo em que as publicações eletrônicas são ainda pouco disseminadas. Outro aspecto é que se observa uma maior utilização dos buscadores internos, em 2007 e 2011, em comparação ao dos buscadores externos, em Dos links externos, em 2007, os sítios das instituições arquivísticas nacionais remetiam o usuário para portais dos ministérios, dentre outros, aos quais estavam subordinados administrativamente, e aos demais arquivos relacionados ao país. Assim, os links remetiam a portais mais vinculados à gestão pública do próprio país e muito pouco aos sítios de outros Arquivos Nacionais. Em 2011, essa situação modifica-se na medida em que os links passam a remeter mais o usuário aos organismos internacionais e de cooperação internacional na área de arquivo. Quanto à incorporação das ferramentas web 2.0 pelas instituições arquivísticas nacionais, em 2011, Villaseca (2011) pontua que a ferramenta mais utilizada é o Facebook, seguido do Twitter, Youtube, Blog e videoconferência. Constata-se, de fato, que as ferramentas relativas às redes sociais são as mais utilizadas pelos Arquivos Nacionais. Desse modo, durante o período de 2006 a 2009, identifica-se que os sítios dos Arquivos Nacionais do Chile e México se mantêm como os mais completos, bem como dos Arquivos Nacionais da Colômbia e da Costa Rica, de acordo com as análises de Bleda e Navarro (2011). As autoras também afirmam que as páginas mais incompletas são as das instituições arquivísticas nacionais da Nicarágua, Venezuela e Equador, assim como as do Panamá, El Salvador e Paraguai. Villaseca (2011) corrobora com as autoras ao evidenciar que as páginas mais completas são: Chile e Colômbia, com a presença de 70% dos indicadores analisados em seu

118 116 estudo, seguidas de Costa Rica e Espanha, na faixa dos 60%. México, Peru, Brasil e Portugal também merecem destaque, na faixa dos 50%. Conforme Villaseca (2011), dentre os sítios mais incompletos, aparecem os de três países: Paraguai, Honduras e Nicarágua, sendo que dois desses países voltam a se destacar negativamente: Paraguai e Nicarágua. Panamá, El Salvador, Equador e Venezuela voltam a apresentar um desempenho pouco expressivo. Vale ressaltar que o Arquivo Nacional da Colômbia, a instituição arquivística identificada como a mais contemporânea, apresenta um dos sítios mais completos, e que o Paraguai, instituição mais tradicional, proporciona uma das páginas mais incompletas. Ao comparar Bleda e Navarro (2011) com Villaseca (2011), os países que se encontram numa posição intermediária, no período de 2006 a 2011, são os seguintes: Cuba, Guatemala, Porto Rico, República Dominicana e Uruguai. No capítulo a seguir, a coleta e a análise dos dados são apresentadas, oferencendo importante subsídio à compreensão do problema de pesquisa e às questões do seu entorno.

119 117 5 ANÁLISE DOS SÍTIOS DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA A observação realizada, de forma sistemática, em quarenta e um sítios de instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica permitiu o seguinte resultado: oito instituições arquivísticas nacionais não possuíam presença na internet, a saber: um na África Arquivo Histórico de Angola; um na Ásia Arquivo Nacional do Timor Leste; quatro no Caribe Archivo Nacional de Aruba, Barbados Department of Archives, National Archive Centre of Dominica e National Archives of Saint Vincent and Grenadines; um na América Central Archivo Nacional de Honduras e um na América do Sul Landsarchiefdienst no Suriname, como representado no Gráfico 5. Gráfico 5 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica sem presença na internet em Fonte: Elaborado pela autora. O Caribe é a região que mais concentra instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica sem presença na internet. Apesar de possuírem conexão com a internet desde 1997, os Arquivos Nacionais de três países do Caribe - Saint Vincent and Grenadines, Barbados e Aruba não usufruíram do potencial possível de penetração na web em relação aos que não possuíam presença na internet, bem como dentre os demais países de tradição ibérica do Caribe para criarem e disponibilizarem informações em seus sítios. Barbados e Saint Vicent and

120 118 Grenadines continuam mantendo posição de destaque em termos de penetração na web dentre todos os países de tradição ibérica, contudo suas instituições arquivísticas nacionais não possuem sítios. Com percentual significativo em termos de penetração da internet em suas regiões e dentre todos os países de tradição ibérica, encontram-se Dominica e Suriname. Apesar de possuírem, também, conexão com a internet desde 1997, o Timor Leste (na Ásia) e Angola (na África) encontram-se numa situação mais desfavorável do que a dos países de tradição ibérica referidos anteriormente. O fato de apresentarem penetração na web pouco expressiva dentre os que, também, não possuem presença online, bem como dentre todos os demais países de tradição ibérica e em relação aos demais, talvez tenha contribuído, esta situação, para a não inserção dos sítios na web. Apesar disso, em pleno século XXI, era da cultura participativa, esses países já poderiam ter inserido seus sítios como forma de transferência e acesso às informações. O potencial de penetração da internet dos países de tradição ibérica cujas instituições arquivísticas nacionais não possuem presença na web encontra-se distribuído a seguir: Saint Vincent and Grenadines (73,2%); Barbados (65,8%); Aruba (43,8%); Dominica (37,7%); Suriname (33,1%); Honduras (11,8%); Angola (4,6%); e Timor Leste (0,2%). Devido à ausência de sítios, a maioria desses oito países utiliza como formas de transferência e acesso à informação os meios tradicionais, como correspondências, seguidas do fax. Por sua vez, o telefone e o são os meios menos utilizados por esses países. Um destaque é dado a Angola, Honduras e Timor Leste, por utilizarem o como forma de transferência e acesso à informação, demonstrando que esses países já se inseriam no estágio da web 1.0, apesar de não possuírem sítio. Em Angola e Honduras ainda evidencia-se a combinação entre elementos tradicionais (correspondência e telefone) com o elemento da web 1.0, o . Dentre esses três países, outro destaque deve ser dirigido a Angola que, em 2000, somente utilizava a correspondência e o fax como formas de comunicação, passando a incorporar também o e o telefone, apesar de ter baixa penetração na internet. Desse modo, Angola saiu do estágio Antes da web para a Web 1.0.

121 119 Dominica e Suriname, apesar de apresentarem penetração significativa na internet, utilizam somente a correspondência para se comunicarem com os seus usuários. Saint Vincent and Grenadines, Barbados e Aruba, com expressiva penetração na internet, poderiam estar inseridos, pelo menos, na web 1.0 e disponibilizarem o e- mail para comunicação com os usuários, mas permanecem, ainda, alicerçados nas formas tradicionais de comunicação. A Figura 31 ilustra o exposto.

122 Figura 31 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que não possuem presença na web, em 2012, e suas formas de transferência e acesso às informações. Fonte: Elaborada pela autora 120

123 121 Nesse sentido, em plena web 2.0, três países estão ainda na web 1.0, sem a presença do sítio online e apenas com o , e outros cinco países ainda no estágio Antes da web, utilizando somente as formas tradicionais de comunicação, conforme ilustrado no mapa acima. Gráfico 6 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítios fora do ar em Fonte: Elaborado pela autora. Por sua vez, três instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem presença na internet estavam, em 2012, com sítios fora do ar e, portanto, dificultando a transferência e o acesso à informação: dois na África Arquivo Histórico de Guiné-Bissau e Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe e um no Caribe Cayman Islands National Archives, como demonstrado no gráfico. Nesse sentido, constata-se que a África é o continente que apresenta o maior quantitativo de países com os sítios de suas instituições arquivísticas nacionais fora do ar no período desta pesquisa. A comparação do potencial de penetração da internet dos países de tradição ibérica cujas instituições arquivísticas nacionais não possuem presença na web e dos que estão com sítios fora do ar: Saint Vincent and Grenadines (73,2%); Barbados (65,8%); Cayman Islands (59,2%); Aruba (43,8%); Dominica (37,7%); Suriname (33,1%); São Tomé e Príncipe (14,9%); Honduras (11,8%); Angola (4,6%); Guiné-Bissau (2,3%) e Timor Leste (0,2%).

124 122 Apesar de possuir um percentual expressivo de penetração da internet dentro da região do Caribe, apresentar o quinto lugar dentre todos os países de tradição ibérica e ser o terceiro em comparação aos países que não possuem conexão com a internet, Cayman Islands não aproveitou desse potencial para manter online o seu sítio. São Tomé e Príncipe é o segundo país em termos de penetração na web entre os países de tradição ibérica da África, não ocupa posição de destaque em relação aos países de tradição ibérica e é o sétimo dos países que não possuem conexão com a internet. Poderia utilizar seu potencial em expansão para manter a instituição arquivística nacional, online. Dessa maneira, mantém-se, como no ano 2000, no estágio da web 1.0, utilizando as formas tradicionais de comunicação, atreladas ao . A Guiné-Bissau é o país que possui o pior percentual de penetração na web da região da África, em relação aos demais países de tradição ibérica, somente ganhando para o Timor Leste (país que não possui conexão com a internet) e ainda mantém o seu sítio fora do ar, encontrando-se, portanto, numa situação desfavorável e que necessita ser solucionada com brevidade. Atrela-se a isso o fato de que o país conta com um atraso em sua inserção na internet pois, em 1997, ainda contava com tecnologias antigas. Dessa maneira, com seus sítios fora do ar, Cayman Islands e Guiné-Bissau contam apenas com as formas tradicionais de transferência e acesso às informações arquivísticas. A Figura 32 ilustra as instituições arquivísticas nacionais que estão com os sítios fora do ar e suas formas tradicionais de comunicação utilizadas.

125 Figura 32 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio fora do ar, em 2012, e suas formas de transferência e acesso às informações. Fonte: Elaborada pela autora. 123

126 124 Desse modo, 11 (26,83%) instituições arquivísticas nacionais de 11 (27,5%) de países de tradição ibérica não potencializam a transferência e o acesso à informação arquivística, sendo oito (72,73%) por não possuírem presença na internet e três (27,27%) por apresentarem sítios fora do ar. Essas instituições arquivísticas estão geograficamente distribuídas no Caribe, seguida pela África, Ásia, América Central e América do Sul. Gráfico 7 Distribuição por região geográfica das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que não potencializam a transferência e o acesso à informação arquivística em Fonte: Elaborado pela autora. Em contrapartida, 30 (73,17%) instituições arquivísticas nacionais de 29 (72,50%) países de tradição ibérica potencializam a transferência e o acesso às informações arquivísticas, por intermédio da presença de seus sítios na web, a saber: duas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica na África; uma instituição arquivística nacional da Ásia; três instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica da Europa; seis instituições arquivísticas nacionais de seis países de tradição ibérica da região da América Central; uma instituição arquivística nacional de um país de tradição ibérica da região da América do Norte; onze instituições arquivísticas nacionais de onze países de tradição ibérica da região da América do Sul e seis instituições arquivísticas nacionais de seis países de tradição ibérica da região do Caribe. A Figura 33 ilustra o exposto.

127 Figura 33 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítios em Fonte: Elaborada pela autora. 125

128 126 Nesse contexto destacam-se Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Espanha, Guatemala, Nicarágua, República Dominicana e Peru que não possuíam presença na internet no ano 2000, mas que passaram a potencializar a transferência e o acesso à informação através de seus sítios. Observa-se que as 30 (73,17%) instituições arquivísticas nacionais estão, em sua maioria, distribuídas geograficamente na América do Sul, seguidas pela América Central, Caribe, Europa, África, América do Norte e Ásia, ordem oposta da encontrada nos países de tradição ibérica que não potencializam a transferência e o acesso à informação arquivística. Gráfico 8 - Distribuição por região geográfica das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que potencializam a transferência e o acesso à informação arquivística em Fonte: Elaborado pela autora. Quanto às informações básicas disponibilizadas nesses sítios das instituições arquivísticas nacionais, constata-se que cinco são mais encontradas: telefone, endereço físico, , domínio próprio e fax. Nesse sentido, os itens menos encontrados nos sítios são aqueles de orientação que informam: como chegar e mapa de localização, seguidos pela data atual e o contador de usuário.

129 127 Gráfico 9 - Informações básicas encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora Os sítios da Colômbia e de Portugal, incluindo os seus dois Arquivos Nacionais, são os que apresentam a maior quantidade de informações básicas, a saber: das nove informações básicas observadas, as três instituições apresentam sete itens. Contudo, ao se analisar os sítios que apresentavam simultaneamente os cinco itens mais encontrados das informações básicas, constata-se que doze instituições se destacam: Bahamas, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Jamaica, Macau, Panamá, Portugal (AHU e ANTT) e o Uruguai. Das doze instituições arquivísticas nacionais que apresentam as informações básicas mais indicadas, apenas o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Portugal) atrela as cinco informações básicas: ao como chegar e ao mapa de localização, as duas informações relativas à localização física. Gráfico 10 - Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações básicas mais observadas nos sítios em Fonte: Elaborado pela autora.

130 128 Gráfico 11- Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações básicas mais observadas (Telefone, Endereço físico, Domínio próprio, e Fax) com os dois menos encontrados (Como chegar e Mapa de localização) em Fonte: Elaborado pela autora. Somente a Colômbia apresenta as cinco informações básicas mais indicadas e as duas menos votadas dessa subcategoria, a data atual e o contador de usuário. Assim como ocorreu em 2007, a Colômbia volta a se destacar nesse quesito e a Nicarágua não apresenta nenhuma das informações básicas. Gráfico 12 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações básicas mais observadas (Telefone, Endereço físico, Domínio Próprio, e Fax) com outros dois menos encontrados (Data atual e Contador de usuário) em Fonte: Elaborado pela autora. Nessa perspectiva, o ANTT, de Portugal, e a Colômbia tornam-se as melhores por terem a maior quantidade de itens dessa subcategoria, bem como os menos votados. Em contrapartida, outros dois sítios que se destacam negativamente: os de Bermuda e do Haiti. Enquanto o sítio de Bermuda apresenta

131 129 os dois itens principais das informações básicas (endereço e telefone), o do Haiti possui apenas o telefone. Gráfico 13 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Informações Básicas em Fonte: Elaborado pela autora. Das dezenove informações corporativas observadas, cinco são mais encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais: Nome do arquivo; História; Horário de funcionamento; Foto do edifício e Missão. Em contrapartida, foto das salas, valores e estatísticas do arquivo são as informações menos encontradas. Gráfico 14 - Informações corporativas encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora.

132 130 Como em 2007, a história do arquivo aparece em relevância nos sítios das instituições arquivísticas nacionais. Por sua vez, o diretório do arquivo, com informações sobre os antigos diretores do arquivo, é um elemento não evidenciado nos sítios. Ao analisar as instituições arquivísticas nacionais que apresentavam simultaneamente os cinco itens mais encontrados nos sítios, constatou-se que apenas três se sobressaem, a saber: Guatemala, ANTT (Portugal) e o Uruguai. Gráfico 15 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios em Fonte: Elaborado pela autora. As instituições arquivísticas que atrelam sua história e missão, dois das cinco informações mais encontradas, aos demais itens do planejamento estratégico da instituição arquivística são: Costa Rica, México e República Dominicana, sendo que os dois primeiros se destacam em âmbito geral nessa subcategoria. Gráfico 16 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios com os itens do planejamento estratégico em Fonte: Elaborado pela autora.

133 131 Por sua vez, a história e a missão das instituições arquivísticas são vinculadas às informações relativas aos recursos humanos no Chile, na Colômbia, na Costa Rica, no Equador e no ANTT (Portugal). Vale ressaltar que Costa Rica e o ANTT (Portugal) voltam a se destacar nesse aspecto. Gráfico 17 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios com os itens dos recursos humanos em Fonte: Elaborado pela autora. Ao se associar os três itens mais encontrados nos sítios, história, horário e missão, às normas de consulta, uma das informações menos votadas relativa ao acesso à informação, percebeu-se que Equador, Guatemala e o Portugal (ANTT) apresentam todas essas informações. Nesse sentido, observou-se que o ANTT, apesar de não possuir a maior quantidade de itens dessa subcategoria, apresenta os cinco itens mais indicados dessa subcategoria, bem como as informações corporativas relativas aos recursos humanos e ao acesso à informação.

134 132 Gráfico 18 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica que possuem as informações corporativas mais observadas nos sítios com normas de consulta em Fonte: Elaborado pela autora. Brasil e Colômbia se destacam nessa subcategoria, seguidos pela Costa Rica e México. Colômbia e Costa Rica, como em 2007, voltam a aparecer como destaques. O Uruguai que, em 2007, era a única instituição arquivística a não possuir informação corporativa online, passa a ocupar uma posição de destaque, juntamente com outros países de tradição ibérica. Bolívia, Haiti, Panamá e Peru passam a se destacar negativamente nesse quesito. Guyana, Bermuda, El Salvador e Nicarágua ficam na frente de alguns países, como Bolívia, Panamá e Peru.

135 133 Gráfico 19 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Informações Corporativas em Fonte: Elaborado pela autora. No que se refere aos quinze itens dos serviços, três são os mais presentes nos sítios: a descrição, a agenda cultural e as tarifas. Como ocorreu em 2007 e 2011, a agenda cultural destaca-se como item relevante nos sítios das instituições arquivísticas nacionais. Em contrapartida, o alerta de novidades é o único serviço que não é apresentado nos sítios. Gráfico 20 - Informações sobre serviços encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora.

136 134 Onze instituições se destacam por apresentar todos os três itens mais presentes nos sítios: Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, Macau, México, Panamá, Porto Rico, Portugal (ANTT) e Uruguai. Dessas onze, Porto Rico é a única instituição que apresenta os três itens mais indicados da subcategoria. Gráfico 21 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre serviços mais observadas nos sítios em Fonte: Elaborado pela autora. Ao analisar os dois itens mais indicados, descrição dos serviços e agenda cultural, com quatro menos votados referentes à serviços físicos e virtuais da web 1.0 voltados a apresentação da instituição arquivística e de seu acervo (visita virtual, exposição virtual, visita guiada e exposição física), constata-se que a Espanha é o único país a apresentar todos esses itens no seu sítio.

137 135 Gráfico 22 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre serviços mais observadas nos sítios com serviços físicos e online em Fonte: Elaborado pela autora. Por sua vez, o México, a Colômbia e a Costa Rica são os únicos a apresentarem ferramentas online voltadas para trabalhos educativos com os usuários, como trabalhos educativos, atividades online e FAQ, atreladas a descrição dos serviços e agenda cultural, os itens mais observados. Portanto, a maioria das instituições arquivísticas nacionais não tem investido muito nessa subcategoria e em itens importantes como FAQ, visitas virtuais, atividades online, trâmites online, ajuda online, exposições virtuais, atrelando serviços físicos a serviços virtuais. Gráfico 23 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre serviços mais observadas nos sítios com outros serviços online em Fonte: Elaborado pela autora.

138 136 Colômbia, Costa Rica e México se destacam por apresentarem a maior quantidade de itens dessa subcategoria. A Colômbia e o México, a propósito, retomam o destaque obtido em A Guyana é o sítio que não possui nenhum item referente à subcategoria serviços. Além disso, a Nicarágua volta a se destacar negativamente nessa sucategoria e nas informações básicas, como aconteceu em O sítio de Bermuda também se destaca negativamente, juntamente com o de Cabo Verde: ambos possuem apenas um dos itens dos serviços; enquanto Bermuda somente os apresenta, Cabo Verde fornece informações referentes às visitas guiadas realizadas no arquivo. Gráfico 24 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Serviços em Fonte: Elaborado pela autora. No que tange aos sete itens relativos aos fundos documentais, a apresentação, o quadro de classificação e as ferramentas de descrição são os três mais encontrados, ao passo em que as transcrições não são disponibilizadas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais. Assim como em 2007, as ferramentas de descrição voltam a se destacar.

139 137 Gráfico 25 - Informações sobre fundos documentais encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora. Dez instituições arquivísticas nacionais apresentam os três itens mais verificados nessa subcategoria: Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, México, Nicarágua, Porto Rico, Portugal (ANTT) e Uruguai. Nenhuma instituição possui informações online sobre seus fundos, como fundos online e fundos especiais, atrelados aos três itens mais encontrados dessa subcategoria. Gráfico 26 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre fundos documentais mais observadas nos sítios em Fonte: Elaborado pela autora.

140 138 Entretanto, três instituições arquivísticas nacionais apresentam os três aspectos mais observados associados ao áudio e vídeo, a saber: Colômbia, Costa Rica e Espanha. Esses três países se destacam por utilizarem recursos multimídia atrelados aos seus fundos documentais. Gráfico 27 Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre fundos documentais mais observadas nos sítios com áudio e vídeo em Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora. Dessa maneira, os países que mais se destacam nessa subcategoria são Colômbia, Costa Rica e Espanha. Colômbia e Espanha são os maiores pontuadores nessa subcategoria, na medida em que os sítios do Equador, Haiti, Moçambique e Venezuela não apresentam nenhuma informação sobre os seus fundos documentais, fazendo com que fiquem numa situação mais desfavorável do que Bermuda e Guyana que, pelo menos, apresentam online seus fundos documentais.

141 139 Gráfico 28 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Fundos documentais em Fonte: Elaborado pela autora. Quanto aos quatro tipos de publicações, as publicações online são as que mais se destacam, seguidas das publicações impressas e das outras publicações. Esse cenário das publicações foi invertido pois, em 2007, as publicações impressas eram maioria. A categoria artigo é encontrada em menor escala. Gráfico 29 - Informações sobre publicações encontradas nos sítios web das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora.

142 140 Os três itens mais observados são encontrados no Brasil e na República Dominicana. No que se refere às publicações arquivísticas, Revista Arquivo impressa e Revista Arquivo online, constatou-se que quatro instituições as apresentam: Brasil, México, Porto Rico e República Dominicana. Quanto às publicações em áreas afins e artigos na área de informação, representadas pelos outras publicações e artigos, observou-se que o Uruguai é o único país que dá ênfase no seu sítio a esse aspecto. Nenhuma instituição arquivística nacional possui todos os tipos de publicações apresentadas. Gráfico 30 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre publicações mais observadas nos sítios em Fonte: Elaborado pela autora. Brasil, Porto Rico e República Dominicana se destacam no quesito publicações. Nicarágua é o sítio que se destaca por apresentar publicações online. Sem nenhum dos itens dessa subcategoria, encontram-se outros quatorze países de tradição ibérica: Argentina, Bahamas, Belize, Bolívia, Cabo Verde, El Salvador, Espanha, Guatemala, Guyana, Haiti, Jamaica, Macau, Panamá e Portugal (AHU e ANTT).

143 141 Gráfico 31 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Publicações em Fonte: Elaborado pela autora. Quanto à subcategoria links externos, os sítios vinculam-se mais aos sítios web de outros portais dos ministérios e governos, situação similar a 2007, seguidos pelos links ao Arquivos Nacionais. Os links para outras instituições documentais e arquivos do próprio país são os menos presentes nos sítios. Gráfico 32 - Informações sobre links externos presentes nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora.

144 142 As instituições arquivísticas nacionais que associam os dois itens mais encontrados são apenas seis: Costa Rica, Cuba, México, Moçambique, República Dominicana e Uruguai. Gráfico 33 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre links externos mais observadas nos sítios em Fonte: Elaborado pela autora. Desse modo, constata-se que os links externos estão mais presentes nos sítios do que as publicações. Os links relativos a governos, ministérios do país, representado pelos outros links, bem como museus, bibliotecas e centros culturais, representados pelas instituições documentais, são mais explorados nos sítios do México e de Moçambique. Gráfico 34 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre links externos mais observadas nos sítios e a menos encontrada em Fonte: Elaborado pela autora.

145 143 Por sua vez, os links relativos aos outros Arquivos Nacionais e outros arquivos do mesmo país são disseminados pelos sítios de Cuba e Portugal (AHU). Gráfico 35 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem as informações sobre links externos mais observadas nos sítios e outra menos encontrada (links para outros arquivos do país) em Fonte: Elaborado pela autora. Dentre os quatro tipos de links apresentados, nenhuma instituição apresenta todos da subcategoria em apreço. Destacam-se Cuba, México e Moçambique, na medida em que treze países deixaram de apresentar algum dos itens dessa subcategoria: Argentina, Bermuda, Cabo Verde, Chile, El Salvador, Equador, Guyana, Haiti, Macau, Nicarágua, Peru, Portugal (ANTT) e Venezuela.

146 144 Gráfico 36 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Links externos em Fonte: Elaborado pela autora. A comunicação com o usuário nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica é feita prioritariamente por intermédio de consultas eletrônicas. As consultas eletrônicas são encontradas em dezoito instituições arquivísticas: Belize, Bolívia, Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, Macau, Moçambique, Panamá, Peru, AHU, ANTT, República Dominicana e Uruguai. Além disso, outras quatro instituições, com domínio externo, apresentam as consultas eletrônicas: El Salvador, Espanha, Guyana e Porto Rico.

147 145 Gráfico 37 - Informações sobre comunicação com o usuário encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora. Dessas vinte e duas instituições arquivísticas nacionais, apenas quatorze trazem as consultas eletrônicas atreladas ao (informação básica) em seus sítios, a saber: Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Guyana, Macau, Moçambique, Panamá, Peru, Porto Rico, AHU, ANTT, República Dominicana e Uruguai. Gráfico 38 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem a informação sobre comunicação com o usuário mais observada nos sítios com o em Fonte: Elaborado pela autora.

148 146 Dessas vinte duas instituições, apenas cinco possuem as consultas eletrônicas, item mais votado, atrelada ao Fale Conosco: Chile, Cuba, Espanha, Macau e Portugal (ANTT). A instituição que possibilita maior comunicação interação com o usuário é a Colômbia, por ser a única a possuir as consultas eletrônicas, juntamente com o chat, a enquete e o questionário de satisfação, somente não possuindo o Fale Conosco. Gráfico 39 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem a informação sobre comunicação com o usuário mais observada nos sítios com um dos menos encontrados (Fale conosco) em Fonte: Elaborado pela autora. Gráfico 40 - Instituições arquivísticas nacionais que possuem a informação sobre comunicação com o usuário mais observada nos sítios com os outros menos encontrados (Chat, Enquete e Questionário de satisfação) em Fonte: Elaborado pela autora.

149 147 Por sua vez, o Peru e as Bahamas são as únicas instituições a possuírem e- mail como questão central das suas comunicações, uma vez que apresentam consultas eletrônicas, e contato com o webmaster. O contato com o responsável pelo sítio não é uma forma de comunicação utilizada. A Colômbia é o único país com chat e enquete, por isso o que mais se destaca nessa subcategoria, e oito países se destacam negativamente, por não apresentarem nenhum dos itens. Apenas duas instituições utilizam as consultas eletrônicas: El Salvador e Guyana. Nicarágua e Bermuda continuam a disseminar nas suas páginas apenas as formas tradicionais de comunicação. Os quatro países não aproveitam o potencial e as possibilidades de comunicação das demais ferramentas para maior interação e conhecimento das necessidades dos usuários. Em relação a 2000, a Nicarágua passou apenas a ter presença online, não incorporando pelo menos à ferramenta web 1.0, o . El Salvador e Guyana, por sua vez, apresentam mais características 1.0 por terem um sítio e a atrelarem ao . Gráfico 41 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Comunicação com o usuário em Fonte: Elaborado pela autora.

150 148 A atualização nos sítios das instituições arquivísticas é feita por meio das notícias. As notícias também eram destaque em A data da última atualização e as novidades são as que menos aparecem nos sítios. Em 2007, a data da última atualização também não era destaque, mas as novidades do sítio eram. Vinte instituições arquivísticas nacionais apresentam as notícias em seus sítios: Bahamas, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Jamaica, Macau, México, Moçambique, Panamá, Peru, AHU, ANTT, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Dessas, apenas a Costa Rica possui as notícias atreladas às novidades em seu sítio. Outras três instituições arquivísticas apresentam somente as notícias: Argentina, Espanha e Porto Rico. Gráfico 42 - Informações sobre atualização encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora. De modo geral, Colômbia, Costa Rica, Jamaica, Moçambique e os dois Arquivos Nacionais de Portugal ganham destaque, por apresentarem dois itens desta subcategoria. Nesse sentido, Bermuda, Guyana, Cabo Verde e Haiti se destacam negativamente porque não possuem os itens referidos da subcategoria. Nenhuma das instituições arquivísticas nacionais possuem simultaneamente os três itens da subcategoria em questão.

151 149 Gráfico 43 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Atualizações em Fonte: Elaborado pela autora. Na subcategoria administração, os outros formatos ganham destaque nessa subcategoria. Onze países apresentam esse item mais encontrado: Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Peru, AHU, ANTT, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Além disso, outros quatro países possuem documentos em outros formatos: Argentina, Espanha, Nicarágua e Porto Rico. A data de criação do sítio é o item não presente em nenhuma instituição arquivística nacional. A Colômbia é o país de tradição ibérica que possui a maior quantidade de itens dessa categoria por ser o único a apresentar os três itens indicados nessa subcategoria em seu sítio: outros formatos, política de uso e outros idiomas. Sendo que doze países não apresentam nenhum dos itens: Belize, Bermuda, Bolívia, Cabo Verde, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Guyana, Haiti, Moçambique e Panamá.

152 150 Gráfico 44 - Informações sobre administração encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora. É possível estabelecer na categoria Elementos de conteúdo os sítios das instituições arquivísticas nacionais, por meio do somatório das nove subcategorias apresentadas, contendo setenta e dois itens ao todo, de acordo com o gráfico. Colômbia, Costa Rica e México se destacam por apresentarem uma maior quantidade de elementos de conteúdo em seus sítios. Gráfico 45 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Administração em Fonte: Elaborado pela autora.

153 151 No que tange às ferramentas de busca, o buscador interno e os instrumentos de consulta online são os mais encontrados, na proporção em que o mapa do site e o buscador externo são os menos presentes. Gráfico 46 - Informações sobre ferramentas de busca encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora. Apenas seis instituições possuem simultaneamente o buscador interno e o instrumento de consulta online em seus sítios, a saber: Brasil, Cabo Verde, Chile, Colômbia, ANTT e República Dominicana. As duas ferramentas de busca, buscador interno e o buscador externo, são verificados apenas na Bolívia. Por sua vez, nenhuma instituição arquivística apresenta simultaneamente o buscador interno, buscador externo e o mapa do site. Na categoria Elementos de busca e recuperação da informação, com a subcategoria Ferramentas de busca, contendo quatro itens, envolvendo os sítios das instituições arquivísticas nacionais. Chile, Colômbia e Portugal (ANTT) voltam a destacar nessa categoria, na proporção em nove países não pontuam nessa categoria, com destaque negativo também no que se refere aos elementos de busca e recuperação da informação.

154 152 Gráfico 47 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Elementos de busca em Fonte: Elaborado pela autora. Quanto à colaboração, das quatorze ferramentas web 2.0, apenas sete são encontradas nas instituições arquivísticas nacionais: RSS, YouTube, Twitter, Facebook, Mashups, Chat e Tags. Gráfico 48 - Informações sobre colaboração encontradas nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora.

155 153 Das ferramentas web 2.0, a mais utilizada é o Facebook, seguido pelo YouTube, RSS, Twitter, Mashups, Tags e Chat. O Facebook, YouTube e Twitter voltam a assumir posição de destaque, conforme apresentado na literatura. Contudo, as outras ferramentas web 2.0 também encontradas na literatura assumem posição de destaque. Figura 34 Países de tradição ibérica e ferramentas web 2.0 em Fonte: Elaborada pela autora. Design gráfico: Amanda Santana da Silva. Entre as quinze instituições arquivísticas que apresentam ferramentas web 2.0, dez encontram-se localizadas na América do Sul; duas na América Central; duas na Europa e uma no Caribe. As regiões da África e da Ásia não apresentam ferramentas da web 2.0. O gráfico abaixo identifica o percentual de ferramentas web 2.0 no âmbito dos países de tradição ibérica.

156 154 Gráfico 49 Regiões do mundo com países de tradição ibérica e as ferramentas web 2.0 em Fonte: Elaborado pela autora. A instituição arquivística nacional que apresenta seis das sete ferramentas web 2.0 identificadas, com exceção do mashups, é a Colômbia. Ao passo em que, com apenas uma ferramenta web 2.0, encontram-se: Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica e ANTT (Portugal). A Colômbia é o país mais completo no quesito web 2.0 por utilizar as ferramentas que possibilitam recursos de redes sociais, notícias, multimídia, interação em tempo real e etiquetagem de assuntos. Ocupa o segundo lugar, o México, por apresentar quatro das sete ferramentas web 2.0 e recursos de redes sociais, multimídia e localização geográfica do arquivo. Em terceiro lugar, coube à Guatemala, ao Peru e à Venezuela, que tem como recurso comum apenas o multimídia. A Guatemala atrela esse recurso à localização geográfica e à etiquetagem de assuntos. O Peru, além da multimídia e da localização geográfica, faz uso das redes sociais. Quatro países utilizam apenas duas ferramentas e, portanto, dois recursos da web 2.0: Belize, Cuba, Espanha e República Dominicana. Enquanto a Espanha se utiliza das notícias e da localização geográfica do arquivo em seu sítio, a República Dominicana associa as notícias à multimídia, Cuba as notícias com a etiquetagem de assunto e Belize apresenta a multimídia e as redes sociais. Embora utilize de duas ferramentas web 2.0, o Equador faz uso de apenas um recurso, o das redes sociais. Apresenta duas ferramentas para a mesma finalidade. Desse modo, constata-se que os países com foco nas ferramentas web 2.0 voltadas exclusivamente para as redes sociais são Equador, assim como Brasil,

157 155 Chile e Costa Rica, devido ao uso do Twitter e do Facebook. Os países com foco exclusivo para as notícias são Bolívia e Portugal (ANTT), devido à utilização do RSS. Figura 35 Ferramentas web 2.0 utilizadas nos quinze países de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Das sete instituições arquivísticas nacionais que possuem o YouTube, quatro atrelam ao Áudio/Vídeo, ferramenta web 1.0: Belize, Colômbia, Guatemala e República Dominicana. A Colômbia volta a se destacar ao associar seu RSS à ferramenta web 1.0 Notícias, juntamente com Bolívia, Cuba e Espanha. A Espanha, a propósito, é o único país a ter o Mashup vinculado às ferramentas web 1.0, Como chegar e Mapa de localização, ao passo em que o México é a única instituição a vincular o Twitter e o Facebook a ferramenta web 1.0, Fale Conosco. As instituições arquivísticas nacionais que atrelam a presença das ferramentas web 2.0 aos respectivos ícones na página inicial do seu sítio reúnem dez países: Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, México, Peru e República Dominicana. Contudo, nenhuma instituição arquivística nacional apresenta políticas voltadas a web 2.0, nem diretrizes para o uso dessas ferramentas, fato que limita o aproveitamento da participação do usuário.

158 156 Na categoria Elementos de colaboração, com dezessete itens, quinze sítios de instituições arquivísticas nacionais se destacam, ao passo em que outros quinze sítios não apresentam nenhum elemento de colaboração: Argentina, Bahamas, Bermuda, Cabo Verde, El Salvador, Guyana, Haiti, Jamaica, Macau, Moçambique, Nicarágua, Panamá, Porto Rico, Portugal (AHU) e Uruguai. Gráfico 50 Ranking dos sítios dos países de tradição ibérica na subcategoria Colaboração em Fonte: Elaborado pela autora. Os sítios mais completos são apresentados a seguir, incluindo os noventa e três itens das três categorias apresentadas (Elementos de conteúdo, Elementos de busca e recuperação da informação e Elementos de colaboração), conforme figura. Colômbia, Costa Rica, México, Portugal, Brasil e Espanha, assim como ocorreu em 2011, voltam à posição de destaque. Apenas o Peru não apresentou uma posição expressiva nesse cenário. Cuba, Guatemala, Porto Rico, República Dominicana e Uruguai aparecem também numa posição significativa. A esse grupo associa-se o Equador que, de acordo com a literatura, não apresentava posição significativa. Em

159 157 contrapartida, Nicarágua, Panamá, El Salvador e Venezuela continuam com seus sítios sem muitas das informações analisadas nessas três categorias. Gráfico 51 Ranking geral dos sítios dos países de tradição ibérica em Fonte: Elaborado pela autora. Constata-se que Bermuda, Haiti e Honduras, apesar de possuírem sítios, não apresentam nenhuma ferramenta web 1.0 e/ou web 2.0, conforme Figura 36, a seguir. Em contrapartida, Argentina Bahamas, Cabo Verde, El Salvador, Guyana, Jamaica, Macau, Moçambique, Panamá, Portugal (AHU), Porto Rico e Uruguai. Cabo Verde, El Salvador e Guyana são os únicos a utilizarem somente o . Além desta ferramenta (o ), Bahamas, Portugal (AHU) e Porto Rico se destacam por apresentam os serviços virtuais de galeria e exposição virtual. Argentina e Moçambique investem na galeria de fotos, bem como Jamaica e Panamá apresentam as Perguntas Frequentes (FAQ). Apenas Macau possui um Fale Conosco. Esses países necessitam de maior investimento no que tange à

160 158 comunicação com os seus usuários. Os gráficos a seguir ilustram o exposto, bem com as ferramentas web 1.0 incorporadas. Vale ressaltar que as quinze instituições arquivísticas nacionais que apresentam as ferramentas web 2.0 associam tais recursos às ferramentas web 1.0, bem como aos meios tradicionais de comunicação disponíveis no período antes da web, de acordo com as Figuras 37 e 38. As figuras ilustram as ferramentas web 1.0 e web 2.0 incorporadas por essas instituições, mostrando que a web 2.0 acrescenta novas possibilidades às instituições arquivísticas nacionais.

161 Figura 36 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio, em 2012, e sem as ferramentas web 1.0 e/ou web 2.0. Fonte: Elaborada pela autora. 159

162 Figura 37 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio, em 2012, e ferramentas web 1.0. Fonte: Elaborada pela autora. 160

163 Figura 38 Instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica com sítio, em 2012, e ferramentas web 1.0 e web 2.0. Fonte: Elaborada pela autora. 161

164 162 É possível estabelecer o estágio dos trinta sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. Desse modo, sete instituições encontram-se no estágio Antes da web, outras sete no estágio Pré-web 1.0, doze na Web 1.0 e quinze na Web 2.0. Figura 39 Estágio evolutivo dos trinta sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Dos trinta sítios referidos, interessa analisar a utilização das ferramentas web 2.0 utilizadas pelos quinze países de tradição ibérica. A próxima seção apresenta a análise.

165 5.1 ANÁLISE DAS FERRAMENTAS WEB 2.0 NOS SÍTIOS DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA 163 A análise das ferramentas web 2.0 nos sítios de instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica, nesta pesquisa, segue a seguinte ordem de exposição: Facebook; YouTube; RSS e Twitter. No que diz respeito ao recurso Facebook, é possível apresentar por ordem cronológica e por país, oito instituições arquivísticas nacionais que o incorporaram no período de 2009 a 2012: uma em Chile; duas em 2010 Peru e Venezuela; quatro em Belize, Colômbia, Costa Rica e México e uma em Equador. Figura 40 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta Facebook pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. Fonte: Elaborada pela autora. O quantitativo de mensagens compartilhadas no Facebook de janeiro de 2011 à março de 2012, pelas instituições acima consideradas, se constituiu em dados significativos: Venezuela (364); México (103); Costa Rica (39); Belize (31); Chile (24); Colômbia (23); Peru (16) e Equador (1). A Venezuela revelou ser o país que mais postou mensagens. O conteúdo das mensagens compartilhadas no Facebook encontra-se distribuído por categorias, agrupadas por país.

166 O Facebook da Venezuela compartilha os seguintes conteúdos seguidos do quantitativo correspondente, de acordo com a Figura 41: 164 Figura 41 Conteúdo compartilhado no Facebook da Venezuela em Fonte: Elaborada pela autora. Apresenta conteúdo relativo às informações sobre serviços disponibilizados, além de atualizações referentes aos eventos e notícias do mesmo (186). Entre as atualizações identificam-se notícias sobre personalidades e acontecimentos históricos da Venezuela (71), apontados nas mensagens com particular relevância. Participação em eventos de áreas afins (45), também, ganha destaque nessa ferramenta. As mensagens que compartilham álbuns de fotos (32) acerca dos bastidores da rádio do arquivo, eventos e atividades em geral, além dos eventos em áreas afins. Registra-se um grande potencial para incorporação de outra ferramenta web 2.0, o Flickr. As informações sobre publicações do arquivo (17), tanto online quanto impressas em suporte papel, ganham pouca relevância nas mensagens postadas, assim como informações relativas aos fundos documentais (10) e cursos ministrados no arquivo (2). Informações sobre comunicação com o usuário são pouco contempladas. No México o Facebook compartilha o seguinte quantitativo por conteúdo, conforme Figura 42:

167 165 Figura 42 Conteúdo compartilhado no Facebook do México em Fonte: Elaborada pela autora. Os dados permitem proceder à leitura de que, prioritariamente, são compartilhadas mensagens vinculadas às informações sobre serviços, como os eventos do arquivo (30) e cursos (14). Assim como no Facebook da Venezuela, os eventos do arquivo voltam a ser destacados. Ao contrário da Venezuela, os cursos ganham relevância nas mensagens. As informações sobre serviços, relativas às visitas guiadas (11), tanto diurnas quanto noturnas, aparecem em segundo lugar como conteúdo disseminado nas mensagens. Destacam-se, também, os álbuns de fotos (10), num quantitativo menos expressivo do que na Venezuela, das exposições itinerantes e físicas (6), serviços educativos e dos eventos do arquivo. As mensagens contendo avisos relativos à suspensão das atividades no arquivo, horário de funcionamento, envio de sugestões e reinício das atividades no arquivo são evidenciadas. As informações sobre fundos documentais (8), assim como na Venezuela, contendo imagens dos documentos digitalizados e transcrições, também, estão presentes. Vale ressaltar que as transcrições e informações sobre fundos documentais não foram observadas em nenhum sítio de instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica e, no entanto, destacam-se na versão mexicana. Entretanto, as informações sobre atualização referentes ao México (2), como as notícias e acontecimentos históricos do país, não são muito consideradas,

168 166 ao contrário do que foi observado na Venezuela. As informações sobre publicações não são disseminadas, ao contrário do que foi observado na Venezuela. O Facebook da Costa Rica compartilha o seguinte quantitativo por conteúdo, como ilustrado na Figura 43: Figura 43 Conteúdo compartilhado no Facebook da Costa Rica em Fonte: Elaborada pela autora. A disseminação de informações sobre serviços, no Facebook da Costa Rica, os eventos do arquivo (15), também são destacados, assim como na Venezuela e no México. As mensagens relativas às boas-vindas e datas comemorativas (6) assumem relevância, informação não observada em nenhum dos dois países anteriores. Uma informação sobre serviços somente observada na Costa Rica é a dos projetos em que o arquivo participa (5). Outra informação não observada nos Facebook anteriores é a presença de mensagens com informações corporativas, como a missão do próprio arquivo (3). As mensagens com informações sobre serviços, relacionadas às visitas guiadas diurnas, sobre publicações do arquivo e sobre fundos documentais voltam a aparecer, contudo, com menor ênfase do que no Facebook do México. As informações sobre publicações do arquivo (1) são pouco expressivas. As direcionadas a atualizações que remetem ao país e as mensagens contendo álbuns de fotos não ganham destaque.

169 167 O Facebook de Belize compartilha o seguinte quantitativo por conteúdo: Figura 44 Conteúdo compartilhado no Facebook de Belize em Fonte: Elaborada pela autora. Nesse sentido, o Facebook de Belize não supera, apenas, o da Venezuela, por ser líder na disseminação dessas informações. Os álbuns de fotos de exposições físicas (2) e eventos do arquivo ganham destaque, em menor quantidade do que na Venezuela e no México. Como no Facebook da Costa Rica, as mensagens de datas comemorativas (3) ganham destaque, bem como as informações corporativas relativas aos projetos do arquivo (2). Em contrapartida, as informações sobre fundos documentais novas aquisições, publicações (1) e avisos (1) não são muito disseminados, assim como constatado no Facebook da Costa Rica. O Facebook do Chile compartilha o seguinte quantitativo por conteúdo, de acordo com a Figura 45. As informações sobre serviços, relativos às exposições físicas (5) ganham destaque. É o primeiro Facebook analisado a dar destaque e assume o primeiro lugar em conteúdo. As informações sobre atualizações de notícias (4) ficam em segundo plano nas mensagens. As mensagens contendo avisos (3) e informações sobre fundos documentais (3), também, assumem destaque. Sobre eventos do arquivo (3) não apresenta a importância atribuída nos anteriores.

170 168 Figura 45 Conteúdo compartilhado no Facebook do Chile em Fonte: Elaborada pela autora. O mesmo ocorre com as mensagens de datas comemorativas. Assim como na Costa Rica, as informações acerca dos serviços, no caso a visita guiada, não assumem muita relevância nas mensagens. Os elementos de comunicação com o usuário, no caso, as enquetes (1), são pouco evidenciadas, assim como na Venezuela. As informações sobre publicações, bem como acerca das atualizações referentes ao país não são encontradas. O Facebook da Colômbia compartilha o seguinte quantitativo por conteúdo, conforme Figura 46:

171 169 Figura 46 Conteúdo compartilhado no Facebook da Colômbia em Fonte: Elaborada pela autora. O foco volta a ser nos eventos do arquivo (9), informação sobre serviços, assim como constatado no México e na Costa Rica. Os elementos de colaboração também ganham destaque, por meio do estabelecimento de vínculos com o Twitter. Permite criar com o usuário, uma integração entre as duas ferramentas web 2.0. Assim, surge uma ampla rede social em torno da própria instituição arquivística, fazendo com que os usuários, também, se tornem seguidores do arquivo no Twitter (6). As informações sobre atualização, representadas pelas notícias do arquivo (3), estão presentes nas mensagens, somente em menor quantidade do que observado na Venezuela e Chile. Assim como no Chile, as exposições físicas (2) ganham destaque, contudo, em menor quantidade. As mensagens com álbuns de fotos (2) da instituição e dos eventos (9) são encontradas, como na Venezuela, México e Belize, porém em quantidade menos significativa. Observa-se nesses três países uma tendência para a adoção de outra ferramenta web 2.0, o Flickr. As mensagens comemorativas (1) ganham projeção, mas, em menor quantidade. Não há registro de mensagens contendo informações sobre publicações, fundos documentais, atualizações sobre o país e informações sobre comunicação com o usuário. O Facebook do Peru compartilha o seguinte quantitativo por conteúdo, conforme Figura 47:

172 170 Figura 47 Conteúdo compartilhado no Facebook do Peru em Fonte: Elaborada pela autora. As notícias (7) e informação sobre atualização do arquivo ganham destaque, juntamente com os vínculos com as outras ferramentas web 2.0 incorporadas pela instituição arquivística (nesse caso, o YouTube), assim como na Colômbia. As mensagens de datas comemorativas (2) são evidenciadas, como na Costa Rica, Belize, Chile e Colômbia. As informações sobre fundos documentais (1), cursos (1) e eventos (1) do arquivo são limitadas. Contudo, inexistem informações sobre publicações e atualizações sobre os países. No que se refere ao Equador, constata-se que o Facebook ainda não foi incorporado por essa instituição arquivística nacional. Somente uma mensagem foi compartilhada até o momento: referente ao boletim do arquivo, ou seja, informação sobre publicação. As informações sobre serviços, fundos documentais, atualizações sobre o país, dentre outras, não foram encontradas. Ao descrever sobre os interesses e as ênfases reveladas nos Facebook de cada uma das oito instituições arquivísticas nacionais é possível constatar que os eventos e as notícias são as informações mais disseminadas, seguida dos fundos documentais. Os conteúdos comuns disseminados no Facebook das instituições arquivísticas nacionais em apreço permitiram a classificação que se segue:

173 Figura 48 Ranking de conteúdos comuns disseminados no Facebook das instituições arquivísticas nacionais em Fonte: Elaborada pela autora. Quanto à participação dos usuários, o Chile assume a liderança, deixando o México em segundo lugar e a Venezuela, em terceiro. Mais uma vez, o Equador aparece em último lugar, por possuir apenas um comentário em seu recém-criado Facebook. Em termos de quantitativo de comentários registrados no Facebook das oito instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica, o total apresenta-se a seguir: Chile: 198; México: 115; Venezuela: 82; Peru: 29; Belize: 24; Colômbia: 19; Costa Rica: 09 e Equador: 01. No que se refere aos comentários compartilhados no Facebook, dar-se-á início à descrição por país. O Chile, por exemplo, destaca entre os comentários compartilhados: Cumprimentos ao arquivo (144); Fundos documentais (24); Publicações (26); Eventos gerais (11); Oficinas de conservação e restauração (7); Exposições gerais (5); Exposições do arquivo (3); Eventos do arquivo (2); Personalidades chilenas (1); Indicação de cursos online (1) e website do arquivo (1). Os cumprimentos ao arquivo pelo conteúdo postado, especialmente as felicitações de aniversário, são os mais comentados, seguido dos comentários sobre

174 172 os fundos documentais, um dos itens pouco abordados pela instituição arquivística em suas mensagens. Vale ressaltar que as publicações, item não disseminado nas mensagens dessa instituição arquivística no Facebook, são comentadas por usuários da ferramenta. Nesse mesmo sentido, verificam-se os comentários compartilhados no Facebook do México: Fundos documentais (26); Agradecimento ao arquivo (16); Cursos do arquivo (16); Visita guiada noturna (10); Comentário sobre fotos compartilhadas (10); Solicitação de informação sobre credencial de investigador (4); Solicitação de informação sobre horário de funcionamento (4); Comentário sobre instalações físicas (4); Serviços educativos no arquivo (3); Solicitação de informação sobre eventos do arquivo (2); Dificuldade de acesso ao guia do arquivo (2); Solicitação de informação sobre publicação arquivística (2); Informação sobre preço de transcrição (2); Informações sobre como chegar ao arquivo (2); Informação sobre submissão de projetos culturais ao arquivo (2); Solicitação de informação sobre a Fundação do Arquivo (1); Indicação de curso ao arquivo (1); Indicação de artigo sobre conservação de documentos (1); Número de contato telefônico do setor da Fototeca (1); e Informação sobre exposição física (1). É possível observar que no México, os fundos documentais (26) são apresentados como um dos itens mais comentados, seguido pelos agradecimentos ao arquivo (16), bem como seus cursos (16). Assim como no Chile, os fundos documentais voltam a ser destaque dos comentários dessa ferramenta web 2.0. Os fundos documentais e os cursos são também itens que compõem o conteúdo das mensagens compartilhadas por essa instituição arquivística. As mensagens sobre serviços propiciaram, também, comentários dos usuários, principalmente, em torno das visitas guiadas (10). Por sua vez, os álbuns de fotografias compartilhados motivaram comentários. Outros serviços, como o de referência, tornaram-se objeto de solicitações de informação pelos usuários, bem como comentários sobre as instalações físicas (4) e serviços educativos (3). Os eventos do arquivo, uma das mensagens mais postadas, são menos comentados, bem como os instrumentos de referência. As publicações são também um item não comentado nas mensagens, sendo alvo, portanto, de poucos comentários. Sobre as transcrições, mensagem marcante no Facebook do México, apresenta poucos comentários. Outro destaque envolve comentários sobre a localização do arquivo. As exposições físicas, assunto

175 173 mais postado nas mensagens, são pouco comentadas. Apesar de possuir uma menor quantidade de comentários, o Facebook do México detém conteúdo mais diversificado de comentários, fato também constatado nas mensagens publicadas. Os comentários compartilhados no Facebook da Venezuela: Fotos postadas (21); Rádio do arquivo (20); Contribuições sobre fatos históricos da Venezuela (16); Cumprimentos ao arquivo (14); Bicentenário da Venezuela (9); Notícias do arquivo (4); Eventos do arquivo (4); Twitter (2); e Situação de outros arquivos do país (1). Constata-se que os comentários sobre as fotos postadas (21) ganham destaque, seguidos das colocações sobre a rádio do arquivo (20). Os 2 (dois) itens mais comentados são evidenciados também nas mensagens. A presença de um Flickr, provavelmente, seria uma oportunidade para os usuários interessados em comentar sobre álbuns de fotografias. Os comentários nesse Facebook também abrangem notícias atuais locais. Outro aspecto relevante é o link realizado com as outras ferramentas web 2.0, como o Twitter. Apesar de não constar nas mensagens, essa ferramenta é alvo de muitos comentários, o que demonstra que o usuário já estabelece uma correlação entre as duas. As publicações e os fundos documentais não são objetos de comentários. As notícias e os eventos do arquivo, líderes em postagens, são os menos citados nos comentários. Os comentários compartilhados no Facebook do Peru destacam: Cumprimentos ao novo diretor do arquivo (15); Campanha ambiental (6); Personalidades do Peru (4); Cursos do arquivo (3); e Visita guiada ao arquivo (1). Encontram-se voltados aos cumprimentos ao novo diretor do Arquivo Nacional (15), seguido de sensibilização quanto às campanhas ambientais (6). As atualizações do arquivo e os vídeos do YouTube, como ocorreu nas mensagens compartilhadas, não foram alvo dos comentários. As informações sobre atualização do país e sobre serviços, a exemplo das visitas guiadas, são pouco comentadas pelos usuários, quantidade também menor do que no Facebook da Venezuela. O Belize compartilhados comentários como: Acontecimentos históricos de Belize (19); Exposições físicas (2); e Mensagens de datas comemorativas (3). Constata-se que os usuários se interessam e auxiliam essa instituição arquivística no compartilhamento de conteúdos históricos do país. As mensagens de datas comemorativas e de informações sobre serviços, como as exposições físicas, voltam

176 174 a ser destaque. Contudo, não se comentam sobre fotos, projetos do arquivo, fundos documentais, publicações e avisos, assuntos enfatizados nas mensagens. Os comentários compartilhados pela Colômbia no Facebook focalizam: Eventos do arquivo (7); Mensagem de datas comemorativas (3); Colégio Colombiano de Arquivistas (2); Gestão documental (2); Exposições físicas (1); Logotipo do arquivo (1); Acervo (1); Agradecimento ao arquivo (1); e Compromisso do arquivo (1). As informações sobre serviços, no caso da Colômbia, os eventos realizados no arquivo, o mesmo conteúdo mais citado nas mensagens. As mensagens de datas comemorativas, pouco disseminadas no rol de mensagens, são as segundas mais comentadas. A gestão documental e a informação sobre as notícias do arquivo despertam o interesse dos usuários. As informações sobre serviços, no caso, as exposições físicas, bem como os fundos documentais, são pouco destacadas. As informações corporativas sobre logotipo, assim como a missão do arquivo, ganham pouco destaque, devido ao baixo índice de comentários. Os comentários compartilhados no Facebook da Costa Rica: Cumprimentos ao arquivo (6); Informações sobre indicação de leitura (2) e Eventos do arquivo (1). Na Costa Rica os comentários situam-se apenas nos cumprimentos ao arquivo, com pouca interação e participação. Apesar de ser o segundo em termos do quantitativo de mensagens e por compartilhar conteúdos referentes às atualizações, informações corporativas, serviços e publicações, os usuários não contribuem muito, necessitando de incentivo por parte da instituição arquivística. No Equador, o comentário compartilhado no Facebook é: Cumprimentos ao arquivo (1). O Facebook do Equador é o último em quantitativo de mensagens e, portanto, o que menos usuários comentaram. Assim como na Costa Rica, o enfoque dos usuários restringe-se apenas aos cumprimentos ao arquivo, não havendo interação nem participação com a instituição arquivística e demais usuários da ferramenta. No que se refere às respostas das instituições arquivísticas nacionais aos usuários, constata-se um número bem menor destas do que o dos comentários recebidos. O México passa a assumir a liderança nesse quesito, seguido pela Venezuela e Colômbia. O Equador, por sua vez, assim como constatado nas mensagens compartilhadas e nos comentários, destaque-se negativamente por não apresentar nenhuma resposta no Facebook aos usuários.

177 175 O quantitativo das respostas das instituições arquivísticas nacionais em relação aos comentários dos usuários no Facebook, compõem-se de: México: 58; Venezuela: 10; Colômbia: 6; Chile: 5; Belize: 3; Peru: 3; Chile: 00 e Equador: 00. As respostas do México aos comentários dos usuários no Facebook configuram-se: Informação sobre cursos realizados (15); Agradecimento às sugestões enviadas pelos usuários (5); Informação sobre acesso ao acervo fotográfico (3); Informação sobre publicação arquivística (3); Informação para submissão de projetos ao arquivo (2); Informações sobre eventos (2); Informação sobre como chegar ao arquivo (2); Informação sobre a Fundação do arquivo (2); Informação sobre exposição física (2); Número de contato telefônico do arquivo (1); Indicação do guia do arquivo (1); Informação sobre acesso ao acervo (1); Convite para visita ao sítio web (1); e Objetivo da ferramenta Facebook (1). As respostas do México estão mais voltadas às informações sobre os cursos realizados (15) e ao agradecimento às sugestões recebidas (5), atendendo à demanda prioritária dos comentários. Importante observar que a instituição deixa claro aos usuários o objetivo da ferramenta: escutar a opinião e estar em contato com os usuários. Vale ressaltar, ainda, que a instituição arquivística apresenta respostas nos diversos assuntos comentados. As respostas da Venezuela aos comentários dos usuários no Facebook: Rádio do arquivo (9); e Bicentenário da Venezuela (1). Também, aquele país atendeu, nas respostas emitidas, às maiores demandas dos comentários recebidos, mas numa quantidade bem menos expressiva do que no México e ao quantitativo de mensagens postadas e aos comentários recebidos. A instituição arquivística poderia ter fornecido mais respostas para incrementar a participação dos usuários. As respostas da Colômbia aos comentários dos usuários no Facebook: Eventos do arquivo (3); Informações sobre o logotipo do arquivo (1); Conselho Colombiano de Arquivistas (1); e Fundos documentais (1). A Colômbia atendeu às demandas dos comentários, esclarecendo e comentando sobre os eventos do arquivo (3). Respondeu mais sobre assuntos do que a Venezuela como informação corporativa e fundos documentais (1), contudo, também, se comunicou pouco através do Facebook. As respostas do Chile aos comentários dos usuários no Facebook: Agradecimento aos usuários (3); Reforço a missão dos arquivos (1); e Indicações de

178 176 leitura (1). O país líder em comentários dos usuários não conseguiu manter o padrão de respostas. O Chile respondeu muito pouco às solicitações dos usuários, embora a maioria das respostas tenha sido direcionada ao conteúdo mais comentado pelos usuários. Essa instituição arquivística nacional necessita repensar essa questão e continuar incentivando a participação dos usuários. A resposta de Belize aos comentários dos usuários no Facebook: Acontecimentos históricos de Belize (3). As respostas aos usuários mantém coerência com as mensagens e os comentários, ou seja, os acontecimentos históricos que marcaram o país. Contudo, outras informações sobre serviços, como as exposições físicas, não são respondidas. A ausência de incentivo à participação também fica evidenciada nessa ferramenta. As respostas do Peru aos comentários dos usuários no Facebook: Agradecimento aos cumprimentos ao novo diretor do arquivo (1) e Cursos do arquivo (2). É possível constatar que Colômbia, Chile, Belize e Peru receberam mais comentários dos usuários do que efetivamente deram retorno a estas demandas e, por conseguinte, pouco incentivaram a participação. Numa situação mais delicada encontra-se o Equador, onde não foi fornecida nenhuma resposta no Facebook. A instituição arquivística nacional criou recentemente a ferramenta e ainda não está utilizando seu potencial. Quanto à utilização da ferramenta YouTube, das sete instituições arquivísticas que a incorporaram, quatro a fizeram em 2011; uma em 2010; uma em 2009 e uma em 2008, de acordo com a figura. Assim como no Facebook, a maioria adotou esta ferramenta web 2.0 recentemente. Foi possível traçar uma cronologia do ano de adoção da ferramenta YouTube pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica:

179 Figura 49 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta YouTube pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. 177 Fonte: Elaborada pela autora. Registra-se o quantitativo de vídeos compartilhados nos canais do YouTube das sete instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica: México: 11; Colômbia: 10; Peru: 9; Guatemala: 7; República Dominicana: 5; Venezuela: 2 e Belize: 1. A primeira a adotá-la foi Belize, com o canal BelizeArchives, sendo hoje a que menos utiliza o recurso, uma vez que somente postou um vídeo, dentro da categoria de vídeo institucional, e possui apenas dois inscritos e 402 (quatrocentos e dois) exibições do canal. A Guatemala, com o canal Archivogeneralca, foi à segunda instituição arquivística a adotar o recurso, em Ao contrário de Belize, apresenta sete vídeos adicionados, sendo: quatro vídeos referentes ao serviço de referência e outros três vídeos relativos aos setores do arquivo. Um aspecto negativo é que não há nenhum inscrito no canal, mas é o que apresenta a maior quantidade de visualizações: 4060 exibições ao todo do canal. No ano seguinte, em 2010, foi a vez da Colômbia, com o canal ArchivoGeneralNación, a adotar essa ferramenta web 2.0. Com 10 (dez) vídeos, quantidade maior do que Belize e Guatemala, a instituição arquivística apresenta vídeos com conteúdos diversos e distintos: cinco vídeos institucionais; dois vídeos sobre o patrimônio documental colombiano, dois sobre exposições físicas e um vídeo sobre atividades arquivísticas educativas para crianças. Assim como a Guatemala, apresenta uma grande quantidade de visualizações do canal, com um total de exibições. Entretanto, apresentam 33 (trinta e três) inscritos no canal,

180 178 número mais significativo do que o das outras duas instituições arquivísticas nacionais. Em 2011 surgiu a maioria dos canais do YouTube das instituições arquivísticas nacionais, a saber: México, Peru, República Dominicana e Venezuela. O canal do México, denominado ArchivoGeneraldelaNación, apesar de possuir mais vídeos do que a Colômbia, não o supera em número de inscritos e exibições, com 09 e 312, respectivamente. Os 11 (onze) vídeos do canal mexicano no YouTube estão relacionados prioritariamente aos sete vídeos sobre o arquivo, com reportagens e entrevistas, seguido por três vídeos em formato de notícias na TV sobre os acontecimentos históricos do México, relacionados diretamente com o arquivo nacional, e um vídeo sobre as exposições físicas realizadas no arquivo. O canal oficial no YouTube do AGN Peru, terceiro colocado em quantidade de vídeos, apresenta apenas 7 (sete) inscritos, número menor do que o do México e da Colômbia, mas equipara-se à Guatemala e à Colômbia em termos de quantidade de exibições do canal, que totalizam (duas mil quatrocentas e vinte e sete). Os quatro vídeos que mais se destacam são aqueles que contém as entrevistas do diretor do Arquivo Nacional, seguidos pelos dois vídeos sobre os fundos documentais e outros dois com as visitas ao arquivo. O canal AGN Digital, da Venezuela, é o que menos se destaca nesse contexto do YouTube. Isso porque atrela a inexistência de inscritos à pouca exibição do canal, com apenas 69 (sessenta e nove) visualizações. Além disso, apresenta apenas dois vídeos, um deles relativo aos eventos do Arquivo Nacional e outro sobre as personalidades da Venezuela. Tanto a Venezuela quanto o México voltam a enfocar os acontecimentos históricos do país nos vídeos postados no YouTube. Por fim, o canal Agndominicana, da República Dominicana, encontra-se numa situação mais favorável, similar a de Belize. Assim como a Venezuela, não possui nenhum inscrito, porém possui 484 (quatrocentas e oitenta e quatro) exibições do seu canal e cinco vídeos compartilhados, a saber: três relativos aos momentos históricos da República Dominicana e dois vídeos institucionais.

181 Figura 50 Conteúdos comuns disseminados no YouTube das instituições arquivísticas nacionais entre 2008 e Fonte: Elaborada pela autora. Nessa perspectiva, constatou-se que ainda são poucos os vídeos compartilhados pelas instituições arquivísticas nacionais no YouTube, tanto em termos de quantidade quanto em relação ao potencial dessa ferramenta web 2.0. A Colômbia, apesar da criação recente do canal, é a instituição arquivística nacional que mais apresenta vídeos com os temas mais comuns entre os demais arquivos, seguida pelo México e República Dominicana. Das seis instituições arquivísticas nacionais que possuem o RSS 23, cinco incorporaram a ferramenta em 2011: Bolívia, Cuba, Colômbia, República Dominicana e ANTT. No caso do RSS da Espanha, não existem informações referentes às datas das postagens das mensagens, não fornecendo indícios de data provável de criação da ferramenta no sítio. Assim como constatado no Facebook e YouTube, essa ferramenta web 2.0 foi incorporada em Really Simple Sindication.

182 Figura 51 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta RSS pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. 180 Fonte: Elaborada pela autora. A Bolívia foi à primeira instituição arquivística nacional a incorporar o RSS, em junho de 2011, seguida por Colômbia, Cuba e República Dominicana, em outubro de 2011, e, por fim, Portugal (ANTT), em dezembro de Por sua vez, a República Dominicana é a que mais postou itens até março de 2012, com um total de 20 (vinte) itens compartilhados, seguida por Colômbia, Cuba e Espanha, com 15 (quinze) itens cada e a Bolívia, com 14 (quatorze) itens. O ANTT, última a incorporar a ferramenta é que menos publica, com apenas 10 (dez) itens compartilhados. O RSS da República Dominicana se concentra nas informações sobre serviços, referentes aos eventos realizados pelo arquivo, seguidos dos fundos documentais e das informações sobre atualizações, com as notícias do arquivo. Constata-se a prioridade em remeter às atividades físicas do arquivo. Mensagens relativas aos cursos oferecidos pelo arquivo são pouco disseminadas e as mensagens sobre publicações inexistem.

183 181 Gráfico 52 Conteúdos disseminados no RSS da R. Dominicana em Fonte: Elaborado pela autora. O RSS da Colômbia dissemina conteúdos relativos às informações sobre serviços, no que tange aos eventos no arquivo, assim como na República Dominicana, seguido pelas informações sobre atualizações no âmbito arquivístico, como as notícias na área de Arquivologia e nos eventos arquivísticos, na Colômbia. Esse RSS tem uma função a mais do que o da República Dominicana, no momento em que fornece ao usuário informações sobre a área de Arquivologia como um todo, não somente sobre atividades arquivísticas da própria instituição arquivística nacional. Tanto que as informações sobre serviços do arquivo (exposições físicas), e as informações sobre atualização, como notícias do arquivo, são as menos disseminadas no RSS desse país. Entretanto, são prioridades, juntamente com os eventos do arquivo, no Facebook da instituição.

184 182 Gráfico 53 Conteúdos disseminados no RSS da Colômbia em Fonte: Elaborado pela autora. Em contrapartida, assim como a República Dominicana e Colômbia, Cuba divulga as informações sobre serviços do arquivo, como os seus eventos, seguido pelas informações sobre fundos documentais e pelas atualizações, com a divulgação de notícias em seu RSS, tornando-se, também, uma forma de divulgar as atividades físicas realizadas no arquivo. Assim como a Colômbia, apresenta informação sobre atualização na área de Arquivologia, representada pelas notícias. Gráfico 54 Conteúdos disseminados no RSS de Cuba em Fonte: Elaborado pela autora.

185 183 Ao contrário de Cuba e da República Dominicana, o RSS da Espanha enfatiza prioritariamente a disseminação de informações relativas aos fundos documentais, seguido pelos eventos no arquivo e, em adição aos demais RSS, apresenta as normas arquivísticas, os instrumentos de pesquisa, avisos e consulta pública. Gráfico 55 Conteúdos disseminados no RSS da Espanha em Fonte: Elaborado pela autora. O RSS da Bolívia mantém o objetivo dos apresentados, mantendo o foco na disseminação de informações sobre os serviços do arquivo, como os eventos realizados no arquivo e os fundos documentais. Assim como a Colômbia e Cuba, procura dar destaque às atualizações em âmbito arquivístico, destacando, ainda, os outros eventos arquivísticos que ocorrem no país.

186 184 Gráfico 56 Conteúdos disseminados no RSS da Bolívia em Fonte: Elaborado pela autora. O RSS de Portugal (ANTT) apresenta uma ferramenta que, além dos fundos documentais, e das mensagens de datas comemorativas, das exposições do arquivo, traz avisos de âmbito geral, relativos ao atendimento presencial no arquivo, bem como projetos em que o arquivo participa. Vale ressaltar que os avisos também são encontrados no RSS da Espanha, fazendo com que tal enfoque seja uma perspectiva da região da Europa. Entretanto, é a única instituição arquivística a não enfocar prioritariamente as informações sobre serviços do arquivo, de forma específica, os eventos, e/ou informações sobre atualizações do arquivo, através de notícias postadas. Gráfico 57 Conteúdos disseminados no RSS de Portugal (ANTT) em Fonte: Elaborado pela autora.

187 185 O RSS de Portugal destaca-se por ser o único dentre as instituições arquivísticas analisadas que possui comentários dos usuários. Contudo, demonstra ser baixa a participação, isto porque foram constatadas apenas três mensagens. As três referiram-se aos cumprimentos ao arquivo nacional pelo compartilhamento do brazão utilizado em documentos portugueses no período do Cardeal Infante D. Henrique. Nesse sentido, o enfoque dos RSS das instituições arquivísticas nacionais é na disseminação das informações referentes aos serviços do arquivo, remetendo às atividades realizadas fisicamente, como a divulgação de eventos realizados nos arquivos e cursos oferecidos, bem como informações sobre fundos documentais, seguidos pelas informações sobre serviços, como as exposições físicas, e as informações sobre atualizações do arquivo, com as notícias gerais, de acordo com a Figura 52. Figura 52 Conteúdos comuns disseminados no RSS das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Quanto ao Twitter, cinco instituições arquivísticas a adotaram em períodos distintos: duas em 2010; uma em 2011 e outras duas em Ao contrário do que

188 186 ocorreu com as outras ferramentas web 2.0, a adoção do Twitter é bem diversificada, sendo que em 2011 apenas uma a incorporou. Os últimos a adotarem são também os últimos em termos de quantitativo de mensagens compartilhadas, a saber: México e Equador. Contudo, o Equador se destaca negativamente por não compartilhar nenhuma mensagem. A propósito, o Equador também se destacou negativamente no que se refere ao Facebook. Em contrapartida, os primeiros a adotarem a ferramenta se destacam com uma expressiva quantidade de mensagens postadas, especialmente a Venezuela, a saber: Venezuela (617), Brasil (398), Colômbia (166), México (73) e Equador (00). Figura 53 Linha do tempo do ano de incorporação da ferramenta Twitter pelas instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. Fonte: Elaborada pela autora. No Twitter da Venezuela, o conteúdo das mensagens são voltados prioritariamente à disseminação das informações sobre atualização e serviços do arquivo, relacionadas às notícias e aos eventos do arquivo, seguidos pelas notícias sobre personalidades e acontecimentos históricos da Venezuela, aspectos também constatados no seu canal do YouTube e em seu Facebook. Nessas mensagens também é possível constatar a incorporação de álbuns de fotos e vídeos, a saber: os dois vídeos encontrados no canal do YouTube, bem como 42 (quarenta e duas) fotos, em sua maioria relacionada aos eventos realizados na instituição arquivística, bem como das publicações, das doações, dos fundos documentais, dos cursos e das visitas guiadas. Os álbuns de fotos também são enfoque do Facebook desta instituição. As informações sobre publicações e sobre os fundos documentais ganham maior destaque no Facebook. Uma outra contribuição interessante do Twitter da Venezuela é informar não somente os acontecimentos que marcaram a

189 história do país, mas também do mundo. A menção ao Facebook da Venezuela possibilita uma conexão entre essas duas redes sociais. 187 Figura 54 - Conteúdo disseminado no Twitter da Venezuela em Fonte: Elaborada pela autora. No Twitter do Brasil, o conteúdo mais disseminado são as informações sobre os serviços do arquivo, e as informações sobre atualizações, relativas às notícias do arquivo, assim como na Venezuela. O segundo conteúdo mais disseminado é, também, uma informação adicional, pois se refere às premiações do arquivo, alertando e convidando os usuários a submeterem seus trabalhos. Assim como constatado na Venezuela, as informações sobre as publicações do arquivo também são destaque, no Brasil ocupa a terceira colocação, dentre as mensagens postadas. As informações sobre serviços, representadas pelas exposições físicas, bem como as informações sobre atualizações em âmbito arquivístico são aspectos em destaque e diferenciadas em relação ao Twitter da Venezuela. As informações sobre fundos documentais e ao Programa Memória do Mundo também são enfatizadas. As consultas públicas também são destaque. É a única instituição arquivística a apresentar as exposições virtuais como conteúdo disseminado nas ferramentas web 2.0.

190 188 Figura 55 - Conteúdo disseminado no Twitter do Brasil em Fonte: Elaborada pela autora. No Twitter da Colômbia, o conteúdo compartilhado refere-se às mensagens que destacam os fundos documentais da instituição arquivística, seguidos pelas informações sobre serviços, no caso os eventos do arquivo, e pelas saudações do arquivo. Portanto, destaca-se por ser o único Twitter a priorizar os fundos documentais, também evidenciado no canal do YouTube desta instituição arquivística nacional. Em contrapartida, não é um conteúdo destacado em seu Facebook. As notícias do arquivo, nesse Twitter, são as informações menos encontradas. Os acontecimentos arquivísticos marcantes são evidenciados, como também no Brasil. O vínculo com outra ferramenta web 2.0 utilizada pela instituição arquivística nacional, no caso, o Facebook, também é mencionada na ferramenta. Outro aspecto adicional do Twitter da Colômbia é apresentar as estatísticas do arquivo, mas não das ferramentas web 2.0. Seria uma excelente oportunidade de demonstrar aos usuários uma estimativa do uso e das contribuições dessa

191 189 ferramenta, assim como constatado no Arquivo Nacional americano. As exposições físicas e as publicações ganham menos destaque do que no Twitter da Venezuela e do Brasil. Figura 56 - Conteúdo disseminado no Twitter da Colômbia em Fonte: Elaborada pela autora. No Twitter do México, as informações sobre publicações assumem destaque, seguidas pelos acontecimentos marcantes na história do México, assim como na Venezuela. As saudações do arquivo ficam em terceiro lugar e também são encontradas na Colômbia. Os eventos do arquivo são destacados, bem como na Colômbia e Venezuela. Também são encontrados álbuns de fotos e vídeos atrelados às mensagens postadas, assim como na Venezuela, mas em número bem menor. São apenas quatro fotos, três referentes aos eventos do arquivo e um que ilustra um fato da história do México. O vídeo postado sobre o arquivo estabelece um vínculo com o canal oficial da instituição arquivística no YouTube. Os avisos aparecem nesse Twitter.

192 190 Figura 57 - Conteúdo disseminado no Twitter do México em Fonte: Elaborada pela autora. Os conteúdos mais disseminados no Twitter das cinco instituições arquivísticas nacionais são concentrados nas publicações dos arquivos, nas notícias e nos eventos. Em seguida, o enfoque recai sobre os fundos documentais custodiados pelas instituições, bem como os cursos oferecidos. Os países que mais se destacam com os conteúdos mais encontrados são em primeiro lugar o Brasil e a Colômbia, seguidos pela Venezuela, em segundo lugar, e o México, em último lugar. Desses conteúdos mais encontrados, o Brasil só não faz menção em seu Twitter ao Facebook, por não possuir essa ferramenta 2.0, e a Colômbia não informa no Twitter o link para seu sítio.

193 Figura 58 - Conteúdos comuns compartilhados no Twitter das instituições arquivísticas nacionais entre 2011 e Fonte: Elaborada pela autora. Quanto à participação dos usuários nos cinco Twitter s analisados, constatouse a inexistência de comentários em dois deles, a saber: Equador e México. Os outros três contam com a participação dos usuários, sendo ainda pouco expressiva no Brasil (três comentários) e na Colômbia (15 comentários). Apenas na Venezuela percebe-se uma participação mais significativa dos usuários (110 comentários), sendo também destaque nas mensagens. No que se refere às respostas das instituições arquivísticas, Venezuela e Colômbia voltam a se destacar, com 11 (onze) e oito respostas, respectivamente, ao passo em que Equador, Brasil e México não forneceram nenhuma informação em resposta aos comentários dos usuários. Os comentários no Twitter da Venezuela são relativos, em primeiro lugar, às informações sobre atualizações do arquivo, no que tange às notícias e novidades da rádio do arquivo, seguida das saudações do arquivo e de comentários sobre o bicentenário da Venezuela. As respostas enviadas por essa instituição abarcam alguns dos temas contemplados nos comentários dos usuários, a exemplo do bicentenário da Venezuela, eventos do arquivo e rádio do arquivo.

194 192 Figura 59 - Comentários dos usuários no Twitter da Venezuela em Fonte: Elaborada pela autora. Figura 60 - Respostas da Venezuela no Twitter em Fonte: Elaborada pela autora. No Twitter da Colômbia, a maior parte dos comentários é relativa aos eventos e fundos documentais do arquivo, conteúdos bastante disseminados pela instituição arquivística. Os cursos e saudações ao arquivo ficam em segundo lugar. As respostas a esses comentários são em menor número do que na Venezuela, e também somente atendem a algumas demandas emitidas pelos usuários desta rede social.

195 193 Figura 61 - Comentários dos usuários no Twitter da Colômbia em Fonte: Elaborada pela autora. Figura 62 - Respostas da Colômbia no Twitter em Fonte: Elaborada pela autora. Por sua vez, no Twitter do Brasil, as notícias do arquivo são destaques nos comentários dos usuários, seguida pelos eventos gerais. Contudo, o Twitter que mais dissemina informações de âmbito institucional e arquivístico é o Twitter do Brasil, mas ainda não conta com expressiva participação dos usuários, nem com respostas. A influência dessas ferramentas web 2.0 incorporadas pelas quinze instituições arquivísticas nacionais é tema do próximo capítulo.

196 5.2 A WEB 2.0 NA GESTÃO DE INSTITUIÇÕES ARQUIVÍSTICAS NACIONAIS DE TRADIÇÃO IBÉRICA 194 A presente seção analisa a influência das ferramentas web 2.0 na gestão das quinze instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica estudadas na atividade de pesquisa. Para tanto, um questionário semiestruturado foi encaminhado às referidas instituições. Das quinze, dez foram habilitadas, uma vez que responderam ao questionário de pesquisa, enviado por pela Presidência da ALA, bem como preencheram termo autorizando a publicação das respostas: Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Espanha, México, Peru, Portugal e República Dominicana. Contudo, as outras cinco instituições foram caracterizadas inabilitadas por não terem procedido da mesma maneira em relação à solicitação encaminhada pelo órgão oficial, apesar de possuírem, também, para contato: Chile, Cuba, Equador, Guatemala e Venezuela. Figura 63 Países de tradição ibérica que responderam ao questionário de pesquisa em Fonte: Elaborada pela autora.

197 195 Para considerar o contexo da presente pesquisa, apresentamos o gráfico abaixo, que ilustra as regiões do mundo onde se analisou a relação entre web 2.0 e gestão arquivística. Gráfico 58 Influência da web 2.0 na Gestão Arquivística nas regiões com países de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Ao analisar as dez instituições arquivísticas nacionais habilitadas na pesquisa observou-se que apenas três - Costa Rica, Espanha e México - criaram o seu sítio antes de 2004, ano em que a web 2.0 foi implantada. Figura 64 Linha do tempo do ano de criação dos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica. Fonte: Elaborada pela autora. Nove instituições arquivísticas consideram que o sítio configura-se como uma prioridade na gestão arquivística, conforme o gráfico a seguir.

198 Gráfico 59 Sítio como prioridade da gestão arquivística das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Para sete instituições arquivísticas nacionais, o sítio constitui-se em uma poderosa ferramenta, democratizando o acesso. Dessa maneira, por intermédio do sítio, a tecnologia estaria vinculada aos processos de conservação, organização, serviço e difusão documental. Para duas destas instituições, o sítio se constitui em uma ferramenta de informação arquivística e contato com o público, inclusive para atender as suas novas demandas. Essas instituições arquivísticas entendem o significado de um sítio, de acordo com a literatura - disseminar informações sobre a instituição arquivística e atrelá-la aos seus usuários. Mas, apenas uma das instituições citadas aplica um conceito completo de sítio, por considerá-lo um canal de difusão e comunicação com os usuários da instituição arquivística. Canal que proporciona, por meio de recursos tecnológicos, informação de caráter institucional, normativo e atividades, facilitando o acesso aos serviços arquivísticos, bem como de seus instrumentos de descrição dos fundos documentais. Para sete das instituições apresentadas o sítio compõe um dos itens fixos do orçamento anual de cada instituição para manutenção, atualização e segurança do sítio.

199 Gráfico 60 Sítio como item do orçamento nas institutições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. A Colômbia, apesar de afirmar que o seu sítio não se configura como prioridade da gestão, investe anualmente recursos financeiros na manutenção do seu sítio online, o que diz ser aquele sítio uma prioridade para a dita instituição arquivística. Com relação às normas de descrição nos sítios, a situação é invertida. Gráfico 61 Sítio e normas de descrição arquivística nos sítios das instituições arquivísticas nacionais de tradição ibérica em Fonte: Elaborada pela autora. Apenas quatro sítios foram concebidos de acordo com as normas de descrição arquivística, de acordo com o gráfico acima. A norma de descrição arquivística utilizada por duas instituições arquivísticas nacionais é a ISAD(G), seguida pela ISAAR(CPF), Nobrade - Norma Brasileira de Descrição Arquivística, ACR-2 (Controle de Nomes) e Norma de elaboração de pontos de acesso de

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