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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS Instituto de Ciências da Natureza Geografia Bacharelado Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Geografia pelo Instituto de Ciências da Natureza da Universidade Federal de Alfenas- MG, sob orientação do Prof. Dr. Evânio dos Santos Branquinho. Alfenas MG 2013

2 2 ADRIANO MACHADO DE ALMEIDA O ESTUDO DO PROCESSO DE VERTICALIZAÇÃO DO BAIRRO PARQUE RESIDENCIAL JARDIM AQUARIUS, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SÃO PAULO A banca examinadora abaixo assinada aprova o Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Trabalho de conclusão de curso II e otenção do título de bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Alfenas/MG, sob orientação do Prof. Dr. Evânio dos Santos Branquinho. Aprovado em: Professor: Instituição: Assinatura: Professor: Instituição: Assinatura: Professor: Instituição: Assinatura:

3 3 Resumo O Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius se localiza na cidade de São José dos Campos, considerada a capital do Vale do Paraíba paulista. A partir de 1950, em decorrência de fatores como a inauguração da Rodovia Presidente Dutra, a desconcentração industrial ocorrida aos arredores de São Paulo e a instalação de ensino e tecnologia, o município passa a atrair mais investimentos públicos e indústrias e passa a se destacar no cenário econômico-industrial brasileiro. O ascendente parque industrial e setor de comércio e serviços de São José dos Campos passa a atrair grande contingente populacional e a cidade começa a se expandir horizontal e verticalmente. Sendo assim, começa a ocorrer uma grande especulação imobiliária, as terras daquela cidade passam por uma considerável valorização, devido à grande demanda pelos espaços urbanos. Com isso, faz-se necessário o processo de verticalização, em que se constrói o máximo possível de pavimentos num espaço de terra visando tirar o seu lucro máximo. O presente trabalho aborda o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius com o intuito de analisar a dinâmica de desenvolvimento e o contexto histórico no qual fez com que o bairro se verticalizasse mais rapidamente que a cidade de São José dos Campos como um todo. Palavras-chave: São José dos Campos; Jardim Aquarius; verticalização; Via Dutra; especulação imobiliária. Sumário

4 4 Introdução Justificativa Objetivo geral Objetivos específicos Metodologia e métodos utilizados O processo de verticalização e conceitos relacionados Um breve histórico sobre o desenvolvimento de São José dos Campos pós Informações sobre Planos Diretores e Leis de Zoneamento Caracterização da área de estudo O processo de verticalização do Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius: resultados e discussões...34 Conclusão...58 Referências bibliográficas...62 Imagens

5 5 Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem Imagem

6 6 Imagem Imagem Imagem Tabelas

7 7 Tabela Tabela Tabela Introdução

8 8 É impossível negar que as tendências do capitalismo internacional, nos últimos anos, vêm influenciando na distribuição, organização e reestruturação urbana decorrentes das antigas práticas econômicas, que exigem certa configuração urbana para seu funcionamento. Desta forma, já em meados da década de 1950, quando o Brasil avançava rumo ao processo de industrialização, o perfil sócio-econômico do Vale do Paraíba Paulista e principalmente do município de São José dos Campos, São Paulo, passou por muitas transformações. Desta forma, a procura pela terra urbanizada, próxima às fábricas (local de trabalho) e ao comércio, aumentou, gerando grande especulação imobiliária. Segundo Oliveira Costa (2007, p. 47), A legislação urbanística produzida em São José dos Campos, desde suas primeiras leis, já incorporava a concepção de elementos adequados a uma situação de desenvolvimento. A partir da década de 1950, a concentração industrial em torno da cidade de São Paulo começa a se dispersar para o interior do estado, para cidades localizadas estrategicamente próximas à capital. De acordo com Costa (1982), a expansão e desconcentração industriais seguem em direção às novas rodovias: Anchieta (1947), Anhanguera (1948), Presidente Dutra (1950), onde São José dos Campos está às margens. Somam-se a isso grandes investimentos do Governo Federal, propiciando na cidade a criação, em 1951, do CTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em 1961, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica) em E a partir da década de 1970, a cidade passou a receber grandes empresas e indústrias, tornando-se um importante pólo tecnológico e assumindo definitivamente o papel de capital regional do Vale do Paraíba Paulista. Isto induziu mudanças significativas nas atividades econômicas e nos ambientes construídos. Como o desenvolvimento de determinada área ou até mesmo de uma cidade depende também de fatores externos, é válido ressaltar a importância do Vale do Paraíba Paulista para a cidade de São José dos Campos. Esta é considerada a capital da região, concentrando o maior número de serviços, com maior qualidade. No dia 9 de janeiro de 2012, foi institucionalizada a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, com o intuito de integrar ainda mais aquela que é considerada uma das regiões mais importantes do Estado de São Paulo. Porém, o fenômeno da metropolização só foi possível após a inauguração da Via Dutra, em que o fluxo de pessoas e mercadorias foi facilitado. De acordo com Silva (2006), a metropolização é um fenômeno socioespacial, de um processo que imprime ao espaço características metropolitanas: alta densidade de fluxos materiais, de informações, de pessoas e capital.

9 9 Com o desenvolvimento econômico da cidade, ocorreu um aumento no contingente populacional e esta não estava apta a expandir sua população em tão pouco tempo, era necessário o mínimo de planejamento urbano. Em 1971, foi lançado o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos e uma de suas estratégias era estimular a ocupação de grandes vazios urbanos através da construção de edifícios para residenciais e de uso comercial. Conseqüentemente, os terrenos das áreas urbanas, principalmente aquelas centrais e de bairros de classes média e alta se inflacionaram, pois, com o crescimento acelerado da cidade em conseqüência da expansão industrial e comercial, São José dos Campos tornou-se atrativo aos trabalhadores da região Sudeste. Por isso ocorreu um contínuo processo de verticalização na cidade, observado com mais intensidade a partir da década de Para Ramirez (1997, p.71): Verticalizar significa criar novos solos, sobrepostos, lugares de vida dispostos em andares múltiplos, possibilitando, pois, o abrigo, em um local determinado, de maiores contingentes populacionais do que seria possível admitir em habitações horizontais e por conseguinte valoriza e revaloriza estas áreas urbanas pelo aumento potencial de aproveitamento. Para ilustrar este caso, tomemos como nossa área de estudo o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius localizado na Zona Oeste de São José dos Campos, área de estudo deste trabalho que surgiu como eixo de desenvolvimento idealizado para a Zona Oeste da cidade. Inicialmente, eram encontrados apenas condomínios fechados horizontais. Porém, o desenvolvimento urbano, industrial e econômico de São José dos Campos fez com que seus imóveis ficassem mais valorizados, sendo mais viável a multiplicação do terreno em vários pavimentos. De acordo com Somekh (1997), a verticalização foi definida como a multiplicação efetiva do solo urbano, possibilitada pelo uso do elevador. A essa ideia associam-se a característica da verticalidade, o aproveitamento intensivo da terra urbana e o padrão de desenvolvimento tecnológico do século XX. É considerado de classes média e alta, onde observam-se muitos estabelecimentos e condomínios comerciais, escolas particulares, faculdade e intensa verticalização, acima até da média geral da cidade. A verticalização, segundo Campos Filho (1989), acontece quando o preço da terra urbana é muito alto, fazendo com que os empresários imobiliários, para diluí-lo, busquem cada vez mais a redução do preço sobre o terreno, ou seja, gerando edifícios mais altos. 1. Justificativa

10 10 As cidades médias do interior paulista vêm apresentando índices elevados de crescimento, urbanização e valorização imobiliária. Este trabalho está sendo realizado para buscar a compreensão do rápido processo de verticalização que sofreu o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, em São José dos Campos, para contribuir e solucionar as questões relacionadas ao desenvolvimento e planejamento urbanos relacionados ao modo de produção capitalista, que ordena o modo de vida dos indivíduos e organiza o espaço urbano para seu melhor funcionamento. A bibliografia presente neste trabalho aponta que, nas cidades de médio e grande portes brasileiras, o processo de verticalização urbana está associado a todas as classes sociais. No entanto, este trabalho apresenta como local de estudo o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, considerado de classes média a alta. De 1990 em diante, aquele bairro passou por significativas transformações em seu espaço físico. Notou-se a expansão de atividades comerciais e institucionais, dividindo espaço com o uso residencial, ainda predominante no local. Este processo é comumente observado nas grandes cidades brasileiras, nas quais bairros de alta renda apresentam todos os tipos de serviços relacionados ao setor de serviços, como shopping centers, restaurantes, supermercados, escolas e lojas. O bairro conta ainda com um complexo jurídico formado pelos Fóruns Trabalhista, Criminal e Federal, gerando população flutuante de cinco mil e trezentas pessoas por dia. Esses fatores, que fazem com que o preço da terra urbana aumente, certamente são os responsáveis pelo rápido processo de verticalização por que passa este bairro. Este bairro é um exemplo significativo das transformações que o espaço intraurbano que as cidades médias vêm passando, devido às reestruturações produtivas (a desconcentração industrial: as grandes empresas vêm transferindo seus setores produtivos para cidades médias, devido aos incentivos fiscais por parte do Poder Público e para evitar trânsitos e congestionamentos, economizando nos custos com transportes) e aos novos padrões de consumo (devido ao crescimento interno da economia, o padrão de consumo dos brasileiros aumentou, fazendo com que o setor de comércio e serviços passe por expansões). 2. Objetivo Geral

11 11 O presente estudo tem como objetivo geral analisar a dinâmica de ocupação do Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, São José dos Campos, bem como a contextualização sócio-econômica em que esta ocorreu e a especulação imobiliária que gira em torno dos imóveis deste bairro. 3. Objetivos específicos Identificação das áreas com maiores índices de verticalização; Identificação de áreas em construção de edifícios; Análise do perfil sócio-econômico dos habitantes do bairro, bem como dos estabelecimentos comerciais do bairro; Análise da faixa de preço dos imóveis residenciais do bairro; Identificar os fatores que contribuíram para a verticalização do bairro; Identificar a ação do Estado e do planejamento urbano. 4. Metodologia e métodos utilizados Na etapa metodológica, considera-se o levantamento bibliográfico de artigos, periódicos, obras, teses, dissertações, monografias e reportagens para a formação da parte teórico-metodológica que diz respeito ao tema do seguinte trabalho, com o objetivo de interpretar as transformações e construção do espaço urbano num âmbito capitalista, especialmente a partir do processo de industrialização que sofreu a cidade de São José dos Campos e o conseqüente aumento da especulação imobiliária. A junção dessas contribuições, somadas às informações retiradas dos Planos Diretores de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos de diferentes datas, permite o fornecimento de importantes informações. Na etapa de campo, será realizada a obtenção de fotografias do bairro Parque Residencial Jardim Aquarius a fim de se compreender o atual processo de expansão e verticalização pelos quais passa aquele bairro. Ainda no local, será realizada pesquisa através de entrevistas com os moradores e trabalhadores locais, para levantamentos de informações. Os estabelecimentos comerciais do bairro serão visitados e pesquisados a fim de se determinar o ano de instalação no bairro e a razão pela qual o local foi escolhido. Esta etapa ainda contará com a visita às imobiliárias que possuem os maiores números de empreendimentos no local com a finalidade de determinar o valor médio dos imóveis e a

12 12 sua valorização. Está programada uma visita à Prefeitura Municipal de São José dos Campos para a coleta de dados e informações que enriqueçam esta pesquisa. 5. O processo de verticalização e conceitos relacionados Como esta pesquisa tem como tema o fenômeno da verticalização, que é uma forma de produção do espaço urbano sob um âmbito capitalista, é pertinente discutirmos aqui alguns conceitos relacionados a este, ou então conceitos historicamente contextualizados que possam explicar esta forma de produção do espaço. Todos os fenômenos, elementos e agentes modificadores da paisagem aqui citados, para existir, devem estar situados em determinado local, num determinado espaço e tempo. Estes servem como suporte para as realizações humanas. Ao longo das últimas décadas, em decorrência do desenvolvimento e intensificação do capitalismo, questões sociais e políticas, surgiram novos conceitos e definições acerca deste elemento da Geografia Urbana. O espaço é produto de condições sociais, reflete questões e conflitos sociais, decisões políticas, ao mesmo tempo em que influi nestes. Ele é construído através da transformação espacial pelo homem (relação sociedade-espaço), tendo como finalidade a intencionalidade humana. Pode-se encontrar no espaço geográfico formas naturais, como rios, montanhas, vegetação e formas artificiais, ou seja, tudo aquilo criado ou modificado pelo homem. O espaço é ocupado e organizado por sociedades humanas, e para seu total entendimento, é necessário que haja um estudo sobre seu processo e condições históricas de formação. O espaço é algo que não se pode representar totalmente através de ilustrações ou imagens, e está presente em todas as relações. O que se representa em ilustrações e imagens são fragmentos de espaço, socializados ou não. Ele engloba paisagens, lugares, e todas as outras unidades espaciais passivas da ocupação humana. O espaço é o que comporta as pessoas e suas inovações tecnológicas, mudanças, infraestruturas, as redes de circulação e comunicação, as cidades. Conforme Santos (1996), o espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como um quadro único na qual a história se dá. No começo era a natureza original, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina.

13 13 No entanto, não basta apenas produzir tecnologia e ciência, modificar a paisagem, explorar a natureza, multiplicar o espaço, sem que haja o mínimo de organização. Portanto, para aquele mesmo autor, a configuração territorial é dada pelo conjunto formado pelos sistemas naturais existentes num país ou em determinada área e pelos acréscimos que os homens impuseram a esses sistemas naturais. A configuração territorial não é o espaço, já que sua realidade vem da materialidade, enquanto o espaço reúne a materialidade e a vida que a anima. A configuração territorial, ou configuração geográfica, tem, pois, uma existência material própria, mas sua existência social, isto é, sua existência real, somente lhe é dada pelo fato das relações sociais. O melhor exemplo de configuração territorial que podemos aqui citar é a cidade e suas diversas formas de existência e organização. As cidades surgiram com o propósito de organização sócio-espacial, visando facilitar as relações sociais e econômicas, diminuindo o tempo dos fluxos e do deslocamento. De acordo com Ribeiro (2000), a organização espacial é o resultado do trabalho acumulado da sociedade ao longo do tempo, tendo no capital e na ação do Estado, seus principais agentes de organização do espaço; não se pode esquecer que ela é, também, reflexo e reprodução de condições sociais. De acordo com Singer (1973), a produção do excedente é uma condição necessária, mas não suficiente para o surgimento da cidade. É preciso que se criem instituições sociais, relações comerciais e de exploração, divisão do trabalho. A existência da cidade pressupõe, portanto, uma participação diferenciada dos homens no processo de produção e distribuição, uma sociedade com classes distintas. A produção do espaço urbano está intimamente ligada aos interesses de alguns agentes, e há muito tempo é fruto das relações capitalistas e suas diversas faces. O espaço urbano é consequência do trabalho do homem, é o meio social se sobrepondo ao meio natural, é onde ocorrem as relações sociais. Segundo Corrêa (1995), os principais agentes produtores do espaço urbano são: os proprietários dos meios de produção (donos de grandes indústrias e empresas comerciais), que estabelecem as dimensões de sua ocupação na cidade e sua grande capacidade de consumo do espaço urbano, ao instalarem seus empreendimentos nos melhores locais; os proprietários fundiários, cujo objetivo principal é extrair o máximo possível da renda fundiária de suas propriedades. Eles buscam, antes de tudo, o maior valor de troca do solo, e não seu maior valor de uso; os promotores imobiliários, que são responsáveis por regular os preços referentes não só ao espaço do terreno em si, mas da localização, da acessibilidade e da segurança que estão

14 14 implícitos nessa relação; o Estado, que garante as leis, determina o empreendimento que pode ser realizado e beneficia o crescimento de uma cidade ou região; e por último os grupos sociais excluídos, que estão às margens da sociedade e fazem com que as classes altas configurem seus espaços e modo de vida para evitar qualquer contato com as classes baixas, a não ser através da relação empregado/patrão, gerando a segregação social. Portanto, a produção do espaço urbano, em geral, se desenvolve de acordo com o que dita o capital. Ele se reproduz no espaço construído, gera industrialização, urbanização, metropolização, verticalização, segregação e exclusão sócio-espacial. A cidade é excludente, com cenários totalmente diferentes e luta entre as classes sociais. O espaço urbano é uma abstração do espaço social, que é o espaço total. Atribuise, ao termo urbano, o que se considera próprio das cidades. Não se deve fazer referência ao urbano apenas pelo espaço físico das cidades, mas também pela sua organização social, política e econômica e também pelo modo de vida típico das cidades. Assim, o urbano extrapola os limites físicos das cidades, pois essas características também são encontradas em parcelas do espaço rural. É um dos elementos de estudo do planejamento urbano e do paisagismo. Conforme Villaça (2001), o espaço urbano é produzido pelo trabalho social dispendido na produção de algo socialmente útil. Este trabalho produz dois valores. O primeiro é o dos produtos em si: os edifícios, as ruas, as praças, as infraestruturas. O outro valor é produzido pela localização das edificações. Ela se apresenta como um valor de uso da terra, que, no mercado, traduz-se em preço da terra. Ainda para este mesmo autor, as mudanças de uso ou transformações urbanas geram reajustes de preços da terra, normalmente tendendo a subir. Villaça exemplifica uma porção de terra ainda ocupada por uma residência de dois pavimentos na avenida Vieira Souto, em Ipanema, fazendo com que seu valor fique obstruído. O valor da terra naquele local aumentaria apenas a partir do momento em que fosse construído, por exemplo, um edifício de apartamentos de vários pavimentos. Urbanização é o processo de substituição das características rurais de uma localidade ou região, por características urbanas. Está intimamente relacionada com o desenvolvimento da civilização e da tecnologia. É o crescimento substancial da população da cidade em relação à população do campo. Demograficamente, o termo denota a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos, onde os indivíduos possam usufruir de infraestrutura e equipamentos urbanos (ruas pavimentadas, redes de água e esgoto, saneamento básico, rede de Internet, comércio, hospitais, bancos etc). Fatores como industrialização, atividade geradora de empregos e que faz qualquer

15 15 região em que está instalada se desenvolver comercialmente e em termos populacionais, as vias de circulação, tanto regionais como as urbanas principais, que são responsáveis por garantir facilidade de locomoção intra e interurbana, e o êxodo rural, que é o processo de migração dos trabalhadores do campo para as cidades, em busca de melhores condições de vida e emprego nas atividades urbanas e industriais, que são melhores remunerados; começou a se acentuar um certo tempo após a Revolução Industrial, quando as máquinas começaram a auxiliar o homem na produção agrícola, substituindo a mãode-obra remunerada do homem pela força mecânica. Atualmente, pode-se afirmar que a população mundial é predominantemente urbana. Um país é considerado urbano quando mais de 50% de sua população habita as cidades. Somente na segunda metade do século XX, o Brasil tornou-se um país urbanizado, com mais de 50% de sua população residindo nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização e integração do território brasileiro ocorrido a partir desta mesma década. É importante ressaltar que os processos de industrialização e de urbanização, pelo menos no caso brasileiro, estão intimamente ligados, pois as unidades fabris eram instaladas em locais onde houvesse infra-estrutura, oferta de mão-de-obra e mercado consumidor. Para Villaça (2001), a aglomeração é uma força produtiva social desenvolvida através da urbanização socialmente produzida como condição para o desenvolvimento da cooperação, também no nível social. As cidades são uma força produtiva e, como tal, trabalham conforme uma lógica acumulativa. De acordo com Sposito (1988), a urbanização é um processo que remonta à Antiguidade, e a cidade é um fato derivado de diversas condições históricas. Ainda de acordo com a autora, as transformações que historicamente se deram, permitindo a estruturação do modo de produção capitalista, constituem consequências do próprio processo de urbanização. A cidade nunca fora um espaço tão importante, e nem a urbanização um processo tão expressivo e extenso à nível mundial, como a partir do capitalismo. O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos. Em geral, decisões sobre oferta e demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos para os proprietários dos meios de produção e os salários são pagos aos trabalhadores através da riqueza produzida por eles. Desde que surgiu, até os dias de hoje, passou por constantes transformações. No entanto, como o sistema capitalista possui

16 16 diversas fases e formas, de acordo com o tempo e os fatos, num sentido social, econômico e produtivo, a esta pesquisa cabe apenas o capitalismo industrial, que foi determinante para a organização territorial, para o planejamento e para o desenvolvimento dos planos diretores de todas as cidades que hoje conhecemos. Devemos considerar também o processo de industrialização. Este, desde a Revolução Industrial, vem estruturando as cidades de todo o mundo de acordo com suas necessidades (capitalistas), ordenando as localizações de outros pontos fundamentais da cidade de acordo com seu sistema produtivo. Atualmente, industrialização e urbanização estão sempre associadas e é um duplo processo. Afirma-se que a industrialização é um dos principais elementos responsáveis pela urbanização, ao passo que a cidade é o modo mais pertinente de organizar o espaço com o propósito de submeter a sociedade aos mais diversos processos produtivos. Assim, de acordo com Santos (1993), o termo industrialização não pode ser tomado, em seu sentido estrito, isto é, apenas como a criação de atividades industriais nos lugares ou a transformação de recursos extraídos do meio natural, mas como processo social complexo, que tanto inclui a formação de um mercado nacional, quanto os esforços de equipamento do território para torná-lo integrado, como a expansão do consumo em formas diversas, o que impulsiona a vida de relações e ativa o próprio processo de urbanização. A industrialização é o processo socioeconômico que visa transformar uma área da sociedade inicialmente pouco desenvolvida em uma fonte de maior riqueza e lucro. Por meio da implantação de um maquinário próprio em indústrias de certos segmentos, o qual substitui algumas funções antes exercidas pelo homem, normalmente produzindo mais do que ele, o processo de industrialização impulsiona uma gradual urbanização e crescimento demográfico na região em que ocorre. Suas principais características são a grande divisão do trabalho e a consequente especialização do trabalhador em determinada tarefa, emprego de máquinas movidas a energia calorífica de carvão ou energia elétrica, trabalho assalariado e produção padronizada em larga escala, desbancando todo e qualquer concorrente no ramo da transformação da matéria-prima. Como nossa área de estudo, o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, se localiza em São José dos Campos, cabe a nós uma atenção especial aos municípios daquele porte. Em relação a eles, existem duas concepções. A primeira, do ponto de vista funcional da rede urbana, as cidades médias são as que ocupam posição intermediária na hierarquia urbana: superiores aos centros locais e inferiores às metrópoles. O principal aspecto das cidades médias é o papel que exercem na rede urbana, como ponto de

17 17 referência, intermediando os fluxos entre suas regiões metropolitanas e centros locais. A segunda, e mais recorrente concepção, por ter natureza menos complexa, diz respeito a parâmetros demográficos. Contudo, em diferentes fontes que o pesquisador busca informações, acaba por encontrar diferentes resultados, no que diz respeito à classificação das cidades de acordo com dados populacionais, ou seja, algumas fontes revelam que as cidades médias têm uma população que varia entre 50 mil e 1 milhão de habitantes, enquanto outras afirmam que este número varia de 20 mil a 500 mil habitantes. De qualquer forma, ambas as concepções desconsideram informações geográficas, culturais e econômicas. Para Costa (2002), as cidades médias se definem não só pela sua dimensão geográfica e funcional em relação aos sistemas urbanos, mas, também, pela sua dimensão demográfica e funcional à escala regional, ao mesmo tempo que incorporavam outros critérios mais subjetivos, relacionados ao modo de vida das famílias que nela residem e os seus cotidianos e valores. Para a autora, ela surgiu como uma entidade em redor da qual se organizou um sistema produtivo e social, parte fundamental dos processos de desenvolvimento de uma região. As cidades médias, no Brasil, são extensões das metrópoles e regiões metropolitanas, áreas para o excedente da população, de empresas e indústrias e mesmo não polarizando um país ou até mesmo uma unidade federativa inteira, possui um considerável nível de serviços e desenvolvimento a oferecer. Desta forma, Santos (2009, p. 179): (...) assim, surge a cidade média, e sua importância na configuração do espaço se dá de forma a sustentação que a mesma desempenha na hierarquia e na rede urbana. A urbanização crescente, e decorrente desta, a metropolização das principais áreas econômicas e administrativas do país, nos trouxe o surgimento de áreas significativas no tocante à oferta de serviços e produtos, e a própria recomposição e multiplicação do capital flutuante. Tais áreas, próximas a áreas metropolitanas, compõem de fato a rede hierárquica de ações e intervenções no espaço. Para Singer (1973), a criação das cidades requeria, inicialmente, uma prévia acumulação do excedente produzido no campo. Este fluxo permanente, que organiza as condições de organização espacial urbana, pressupõe a existência de uma classe social dominante, detentora dos meios de produção e/ou distribuição, que resolveu isolar-se espacialmente do restante da sociedade. É a partir deste quadro que podemos compreender o processo de segregação social urbana. Esta é a tendência à organização do espaço em zonas de forte homogeneidade social, ou seja, os indivíduos de classes altas moraram no mesmo bairro ou em bairros próximos em que moram outros indivíduos de classes altas, e com intensa disparidade social entre elas, tanto em termos de diferença,

18 18 como também de hierarquia na divisão do trabalho. Esta é uma das formas de segregação, a autosegregação. A segregação social se inicia a partir do momento em que as classes altas, com maior poder aquisitivo e mais capacidade de locomoção optam por morar em determinada região, com infraestrutura completa, boa localização e acessibilidade, gerando especulação imobiliária e consequente aumento nos preços dos imóveis naquele local, fazendo com que este se torne exclusivo para as classes de alta renda. Silva (2009) deixa claro que o social e o espacial estabelecem uma relação dialética. A segregação social provoca uma segregação espacial que pode ser observada em diversas cidades brasileiras, independente de seu porte. Assim, percebe-se a relação entre a valorização imobiliária urbana e altas classes sociais, que tornam homogêneo um bairro e geram a segregação sócio-espacial nas cidades. Para Santos (1981), a especulação é responsável pelo deslocamento do habitat popular para a periferia, fazendo com que, dentro da cidade, a acessibilidade aos diferentes serviços, mais concentrados na área central, varie em função das rendas de cada grupo social. O vazio urbano, aqui citado, é um dos fatores fundamentais geradores da verticalização e também da horizontalização. Isto porque ele está intimamente ligado à especulação imobiliária. Proprietários de terras, enxergando a especulação imobiliária como uma forma de acumulação de capital entravam o loteamento de suas terras para futuras realizações de empreendimentos imobiliários, fazendo com que todos os outros imóveis já edificados nas redondezas adquiram preços mais altos. Assim, Freitas (2004) apud Groestein (1987): A forma assumida pelo processo de transformação de terra rural em urbana está ligada, desde a sua origem, aos procedimentos de estocar terra, isto é, à produção e estocagem de uma mercadoria especial geradora de lucros. É fato que deixar de vender terras à espera de sua valorização, de alguma forma com a chegada de infraestrutura a certo local ocasionado pelo poder público, é uma prática comum entre os proprietários de terras e imóveis. Esta prática, de ganhos privados através de melhorias comunitárias pode ser descrito como a especulação imobiliária, que é cada vez mais comum nas cidades brasileiras e torna cada vez mais recorrente a presença de grandes vazios urbanos em meio às médias e grandes cidades brasileiras. Aos proprietários de terrenos vazios, basta aguardar o crescimento urbano, os investimentos do governo e outros proprietários construírem em suas terras para que seus terrenos se valorizem.

19 19 A verticalização é necessária para que os espaços urbanos produzidos adquiram um preço condizente ao seu valor (localização). Este aumenta de acordo com os atrativos que possui determinado local, como infraestrutura completa, comércio variado e desenvolvido, prestação de serviços de qualidade, segurança, comodidade e fácil acessibilidade a outros pontos da cidade. Com o aumento do valor de uso de um terreno, seu preço de mercado também aumenta. E é essa combinação de fatores que gera a especulação imobiliária. Ela ocorre quando um indivíduo compra um terreno por um preço mais baixo que o atual em determinado local da cidade que possui poucos atrativos, fazendo com que este terreno tenha pouco valor de uso agregado. No entanto, com o passar do tempo, aquele local se desenvolve, sua infraestrutura melhora, cria-se vocação para o comércio e a prestação de serviços. A localidade passa a ter mais valor e o terreno, antes barato, agrega um valor maior, refletindo em seu preço, que aumenta. De acordo com Santos (1993), ela ocorre devido à superposição de um lugar social a um lugar natural e a disputa entre atividades ou pessoas para ocupar determinado local. O homem constrói cada vez mais lugares sociais, gerando cada vez mais disputas, a partir do momento em que a cidade começa a aperfeiçoar suas funcionalidades. É dessa forma que certos pontos se tornam mais atrativos ou mais valorizados. Assim, apenas as atividades mais dinâmicas vão se instalar nessas áreas mais privilegiadas, bem como as pessoas com maiores recursos financeiros optam por áreas exclusivas para residir. É assim que determinados locais urbanos ganham ou perdem valor ao longo do tempo. Já para Martins (2000), A partir da especulação imobiliária o espaço urbano é reorganizado e redimensionado por meio do capital, tendo como conseqüência o encarecimento da moradia urbana, os vazios urbanos e a má utilização da infra-estrutura urbana. Assim, todas as esferas sociais são atingidas pela especulação imobiliária. É fato que o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius cresceu com o objetivo de se promover a expansão à Zona Oeste da cidade e desconcentrar a população de classe média e alta do centro da cidade e de outros bairros centrais. Os principais fatores desse crescimento foram a proximidade com o centro, legislação favorável e investimentos em infraestrutura, provindos da administração municipal. O Jardim Aquarius nada mais é que um eixo de expansão para a região Oeste e reflete bem o que esta região, como um todo, significa para São José dos Campos: fácil acessibilidade à Via Dutra, ao centro e às principais vias de circulação da cidade, grande variedade de estabelecimentos comerciais e no ramo das prestações de serviços, local de habitação para as classes de média e alta rendas. Villaça (2000) cita Lênin, que relacionou o valor da terra com acessibilidade, ao

20 20 apontar a especulação imobiliária promovida pelos bancos, aproveitando-se das vias de circulação, pois a alta do preço de um terreno, a possibilidade de lucrar com sua comercialização dependem, sobretudo, da facilidade de acesso ao centro da cidade e a outras regiões importantes (entende-se aqui facilidade de acesso como tempo e custo de locomoção). O Jardim Aquarius passou por um processo parecido com o que passou São Paulo, ou Rio de Janeiro. Por ser um eixo de expansão idealizado à Região Oeste, ele se desenvolveu em torno da principal avenida daquele setor urbano: a Avenida Cassiano Ricardo. Através dela, é possível ter acesso cômodo à Via Dutra, ao interior do bairro e ao Anel Viário, principal via de circulação da cidade de São José dos Campos. Assim, Villaça (2001) cita que o primeiro efeito que uma via regional (no caso, a Via Dutra), ou terminal de transporte urbano (a Avenida Cassiano Ricardo) causa nos terrenos em seu entorno é a melhoria de sua acessibilidade, tendo como consequência sua valorização. Para ele, as vias regionais de transportes constituem o mais poderoso elemento de expansão urbano, superando em importância até os efeitos da industrialização sobre a cidade. Nota-se, pelo caso da cidade de São Paulo, em que as linhas férreas atraíram, principalmente, população de baixa renda, e poucos estabelecimentos industriais. Estes ficaram por ocupar as margens das rodovias. Finalmente, após explicitarmos os diversos outros temas que relacionados ou que induzem ao processo de verticalização do espaço urbano, poderemos discorrer sobre o próprio. A verticalização é um processo de desenvolvimento urbanístico que se iniciou em grandes cidades e que hoje em dia vem ocorrendo cada vez mais em cidades médias. Consiste na construção de edifícios em substituição da construção de casas ou de estabelecimentos térreos, tudo isso visando o aproveitamento máximo do espaço urbano que se torna cada vez mais disputado com o avanço do capitalismo e da economia industrial e comercial. A verticalização ocorre porque o espaço urbano é disputado, é necessário para que os indivíduos possam habitar e trabalhar, desenvolver relações sociais. Há mais gente querendo habitar o urbano do que espaço para suportar essa demanda e, quando o crescimento horizontal da cidade já não é possível, seja pela falta de espaço, seja pela especulação imobiliária, responsável pelo aumento dos preços da terra urbana, a solução é a multiplicação do espaço em pavimentos (cabe ressaltar aqui que não são todos os espaços da cidade, mas aqueles que possuem alguma centralidade e/ou são estimulados pelo marketing das incorporadoras ou até mesmo pelo Estado). Por isso, pode-se dizer aqui que as expansões urbanas vertical e horizontal estão intimamente articuladas e

21 21 constituem-se num único processo. Para Sposito (1991), a verticalização é uma forma de expansão territorial, pois através de uma pequena parcela do solo urbano, o homem e suas inovações tecnológicas o multiplicam em diversos pavimentos. Essa multiplicação do espaço se constitui num claro exemplo de reprodução territorial da cidade. Segundo Moura (2009), que cita Kuchpil (2002), quando o crescimento populacional de uma cidade demanda a construção de mais moradias, pode ocorrer dois padrões de expansão: a área urbana se sobrepõe à área rural, gerando o crescimento horizontal da malha urbana, ou mantendo o padrão de ocupação existente através da densificação de uma área, substituindo edificações baixas por aquelas de vários pavimentos, gerando o processo de verticalização. Quando pensamos em verticalização, edifícios altos, arranha-céus, logo a pensamos como sinônimo de cidade grande, moderna, rica, capitalista, populosa. Ter como moradia um apartamento, ou trabalhar num edifício empresarial, é um modo de vida adquirido, um hábito criado, principalmente pelo advento do capitalismo. Vale ressaltar novamente que a verticalização é uma forma de produção do espaço urbano sob um âmbito capitalista, onde a mercadoria é o espaço e suas especificações são as ações sociais nele aplicadas. A construção de edifícios é gerada visando tirar o lucro máximo de um determinado espaço, multiplicando-o. Pessoas escolhem morar em apartamentos por motivos muitas vezes impostos também pelo capitalismo, como a busca de um lugar seguro para morar, ou pelo menor preço, pois paga-se mais por um espaço maior. A verticalização urbana, ou a construção de edifícios de diversos pavimentos só pode ocorrer a partir do momento em que diversos agentes e fatores passam a agir conjuntamente na produção do espaço urbano. Entre esses agentes e fatores, podemos destacar os proprietários fundiários, que exercem poder sobre a terra, decidem o momento certo de vendê-la, controlam o acesso à cidade e geram a especulação imobiliária visando um maior lucro pessoal. Destacamos os incorporadores e construtores, que são responsáveis desde a obtenção de materiais de construção, contratação de mão-de-obra até a fase da construção, a instalação da infraestrutura, além de viabilizar um terreno para tal. Os corretores imobiliários agem como condutores do mercado imobiliário, concorrendo entre si e determinando diretrizes de consumo do espaço construído, induzindo escolhas. Estes nada mais são que vendedores de espaço e a eles é preciso que se crie a necessidade no cliente de adquirir o produto que ele vende. As instituições financeiras, que incentivam políticas de habitação, através de obras para movimentar o seu capital, fornecem subsídios para a população adquirir sua moradia e conseguem o

22 22 direito de alocação do solo para uso sob seu controle. Por último, o Estado, que cria leis e condições para a construção e reformulação do espaço, determina onde pode ocorrer construção de edifícios, altera leis de zoneamento e plano diretor (Villaça, 2000) Sendo assim, Martins (2000) afirma que a verticalização propõe para o entendimento do processo de produção e apropriação do espaço urbano a existência de uma inter-relação entre o capital imobiliário, o capital financeiro, o capital fundiário, o capital produtivo e o Estado que no processo de verticalização, realizam um papel de interesse mútuo: aqueles que serão beneficiados com a venda e o lucro dos empreendimentos realizados, e aqueles que serão beneficiados com o espaço físico construído, ou seja, o comprador do imóvel. Ainda de acordo com esta autora, o processo recente de verticalização nas cidades brasileiras vem abrangendo quase todas as camadas sociais. Atualmente, encontramos em pequenas, médias e grandes cidades brasileiras, populações das mais variadas classes sociais habitando ou trabalhando em edifícios, sejam eles localizados no centro ou na periferia, sejam eles modernos ou antigos. Se anteriormente apenas as classes mais abastadas tinham acesso às edificações verticais, hoje em dia cada vez mais o mercado de habitações procura investir também nas famílias de camadas mais populares. Desta forma, as edificações com múltiplos pavimentos vão surgindo pela cidade, repercutindo em novas vias de trânsito, em novas centralidades urbanas, na construção de parques e praças públicas. Para Lowën Sahr (2000), a verticalização é sempre colocada como um marco na paisagem e configuração urbana, destacando-se transformações nas vias de circulação e legislação urbanas, e também causando saturação na infraestrutura. bb Segundo Lowën Sahr (2000), o poder público assume papel relevante para a verticalização disciplinando o processo através da legislação urbana, a qual aparece extremamente subordinada aos interesses dos grupos que produzem este espaço. Na definição das diferentes fases da expansão vertical existe uma preocupação maior com os fenômenos econômicos e políticos gerais na formação da sociedade brasileira, procurando-se conectar o processo de verticalização às escalas nacional, regional e local. Assim, o mercado imobiliário assumiu um papel central na transformação do espaço do Jardim Aquarius, se tornando um agente que constantemente vem o transformando, intensificando o uso do solo no local e selecionando alguns grupos sociais que podem ter acesso aos seus imóveis. A verticalização é concebida como um processo de produção do espaço, caracterizado por um estágio avançado de exploração capitalista do solo urbano (Schmidt, Costa e Mendes apud SOUZA, 1989).

23 23 Para finalizar, vale lembrar que o marketing tem papel fundamental para o sucesso do processo de verticalização. A moradia vertical é considerada mais que uma mercadoria a ser consumida, é considerada um modo de vida. Insere-se nessa estratégia a mídia televisiva, impressa e visual, utilizada para convencer as pessoas de que a forma mais segura e cômoda de viver nas cidades é habitando edifícios. Imagem 1: panfleto demonstrativo de apartamento de alto padrão. 6. Um breve histórico sobre o desenvolvimento de São José dos Campos pós 1950 No presente tópico deste estudo, é pertinente descrever sobre o desenvolvimento urbano, econômico, industrial e social da cidade de São José após os anos de 1950, pelo fato de que, nesta época, o Brasil (liderado pelo então Presidente Juscelino Kubitscheck, que via como solução para seu plano desenvolvimentista a abertura do país às empresas multinacionais) e o mundo passavam por um crescimento econômico sem precedentes.

24 24 Para Santos (1993), foi no período entre 1950 e 1960 que os países subdesenvolvidos apresentaram os mais fortes ritmos de crescimento urbano (fortemente relacionado ao êxodo rural e ao desenvolvimento das redes viárias) e que, devido à nova economia internacional, com a internacionalização das trocas, preponderância da tecnologia e a modificação da estrutura e a força de consumo, estes países passam a ter a idéia de que o processo de urbanização está intimamente ligado ao processo de industrialização. De acordo com Anjos e Farah (2002), Algumas economias periféricas sofreram profundas transformações nessa fase de expansão da economia mundial. O avanço das fronteiras do capitalismo, ao anexar as economias periféricas, produziu desequilíbrios industriais nos países com base produtiva em estágios distintos quando comparadas com países desenvolvidos. A eliminação (ou atenuação) dos desequilíbrios exigiu o fortalecimento dos estados nacionais que assumiram o papel de centralizadores de recursos e coordenadores do processo de industrialização, além de investidores em determinados segmentos econômicos e em infraestrutura. Isto, é claro, refletiu diretamente na paisagem e na configuração territorial urbanas em nosso país, principalmente em cidades médias, que passavam a receber indústrias e crescimento populacional e no setor de comércio e serviços. Assim, de acordo com Siqueira (2007), a partir dos anos de 1950, a instalação da Rodovia Presidente Dutra, a proximidade com a cidade de São Paulo, o declínio das atividades agrícolas, a criação do CTA e a abertura do país ao capital externo favoreceram a industrialização no município, gerando um grande fluxo migratório para a cidade. A partir da instalação do CTA, a cidade passa a se consolidar como um dos maiores pólos tecnológicos do país. Dando continuidade ao processo de desenvolvimento da cidade, cria-se, em 1954, a Faculdade de Direito que originaria, mais tarde, a UNIVAP, a Escola Técnica Everardo Passos (ETEP), em 1956 e a Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (atual UNESP), em Na década de 1960, com a chegada de mais indústrias e serviços à cidade, a população passa a sofrer uma expansão ainda mais rápida, de modo que a população urbana passa a ser mais que o dobro da população rural. É nesta mesma década que a Prefeitura Municipal, atenta aos movimentos populacionais e à rápida expansão urbana, estabelece coeficientes de aproveitamentos específicos para cada área da cidade, incentivando a construção vertical, visto que, se esta expansão não passasse a ser ordenada com antecedência, futuramente poderiam ocorrer problemas urbanos relacionados à infraestrutura. Ainda nos anos de 1960, é criada na cidade a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas

25 25 Espaciais), aumentando ainda mais a importância da cidade no cenário industrial e tecnológico do Brasil. Em meados de 1970, realiza-se um estudo urbano, por parte da Prefeitura Municipal, em parceria com profissionais de diversas áreas e uma grande empresa de engenharia de São Paulo que dará origem ao Segundo Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da cidade. Destaca-se o potencial para o desenvolvimento econômico da cidade com bases na produção industrial. Sendo assim, procura-se criar diretrizes para o desenvolvimento e expansão urbanas voltadas às atividades industriais, prevendo o crescimento populacional e maior índice de aglomeração em menores espaços físicos, pois a atividade industrial demanda de grandes glebas de terras. Em 1977, é inaugurada na cidade a Refinaria Henrique Lage (REVAP), fazendo com que empresas químicas e petroquímicas se instalem na cidade (causa do efeito multiplicador), atraindo ainda mais pessoas para o município. O crescimento populacional e urbano de São José dos Campos, nas décadas de 1970 e 1980, está intimamente ligado ao processo de desconcentração industrial por que passavam as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, promovido pelo II PND, com o intuito de integrar e desenvolver as regiões do interior do Brasil, e ainda tornar cidades como aquelas, principalmente, centros de poder e tomadas de decisões. Este fato induziu um processo migratório para cidades que recebiam as indústrias que se desconcentravam. Pode-se dizer, portanto, que a urbanização do município se deu, principalmente, por movimentos migratórios. Esta afirmativa pode ser comprovada pelo fato de que o ritmo de crescimento da cidade passou a ser ainda maior a partir da década de 1950, com o início da instalação de indústrias no município. A instalação de indústrias de grande porte, dedicadas a ramos de produção com especializado nível de tecnologia e em larga escala, que reúne diversas linhas de produção (indústria automobilística, aeronáutica, de computadores etc) atrai ainda mais indivíduos, como é o caso de São José dos Campos. Portanto, a tabela a seguir mostra bem a rápida evolução urbana e populacional de São José dos Campos, e comprova que o alto índice e o rápido processo de verticalização por que passa a cidade está relacionado ao desenvolvimento econômico desta.

26 26 ANO POPULAÇÃO TOTAL URBANO RURAL Tabela 1: evolução populacional de São José dos Campos: 1940 a Fonte: Oliveira Costa (2007). 7. Informações sobre Planos Diretores e Leis de Zoneamento Conforme dizem Lacerda e Marinho (2005, p. 77), O Plano Diretor visa orientar as ações dos agentes públicos e privados no processo de desenvolvimento municipal, podendo se tornar um importante instrumento de planejamento se for capaz de aglutinar diversos atores sociais. O seu maior desafio é a combinação das dimensões técnica e política: dimensão técnica, à medida que tem de ser respaldado em análises fundamentadas em um conjunto informacional; dimensão política, uma vez que a sua elaboração constitui um espaço privilegiado de negociação entre os atores sociais, confrontando e articulando seus interesses. Foi apenas em 1988, com a regulamentação da Constituição de 1988, que o Plano Diretor passou a ser mais pautado em normas estabelecidas pela Prefeitura Municipal visando resolver os problemas urbanos, em particular, aqueles que teriam causas mais urgentes. Em 2001 tornara-se obrigatório em cidades com mais de vinte mil habitantes. Entretanto, algumas cidades, como é o caso de São José dos Campos, já tinham pensado e elaborado seus planos diretores de acordo com as transformações socioeconômicas que ocorriam àquela época. Lacerda e Marinho (2005) salientam a importância dos planos diretores por serem instrumentos básicos e fundamentais para o planejamento urbano, afirmando que os demais instrumentos de políticas urbanas devem estar em plena conformidade com seus princípios, diretrizes e normas. Desta forma, o Plano Diretor se torna a principal matriz do desenvolvimento não só urbano, mas também municipal. O principal papel do Plano Diretor é encontrar saídas estratégicas para solucionar problemas no que diz respeito ao urbano. Ele fornece instrumentos e ações para que as cidades possam se desenvolver em diversos âmbitos (social, cultural, econômico etc), sem que a configuração do espaço se torne um entrave para tal.

27 27 No início dos anos de 1950, com a construção da Via Dutra, as indústrias começam a se instalar em São José dos Campos. Consequentemente, a população começou a aumentar, e problemas urbanos de infraestrutura começaram a ficar evidentes. Desta forma, o poder público passa a intervir diretamente e também ordenar o processo de expansão urbana, e cria o Código de Obras de São José dos Campos Lei nº 281 de 11/1/1954. Este código priorizava a realização de construções de edificações, loteamentos e vias de locomoção na cidade, bem como a demolição de edificações antigas ou condenadas. Vale citar aqui a lei anterior à Lei nº 281. A Lei nº 136 de 23/11/1951 é importante pelo fato de ser a primeira vez em que é citado o processo de verticalização em São José dos Campos. Ela lista diversas ruas centrais da cidade, proibindo a construção de edificações de apenas um pavimento. Na década de 1960, com o rápido crescimento industrial da cidade, a legislação municipal passa por algumas adequações. Então é promulgada a Lei nº 664/60 de 18/02/1960, visando à construção de edifícios. Em 1969, a Prefeitura Municipal, em parceria com uma grande empresa de engenharia de São Paulo e um grupo de profissionais capacitados realizou um estudo que mais tarde culminaria com a criação do 2º Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos. Uma de suas passagens citava que, com a grande expansão econômica, industrial e populacional da cidade, era necessário um maior aproveitamento do solo. O Plano propunha que num local pudesse ser construído até seis vezes a sua área original, o que incentivou ainda mais o processo de verticalização. Em meados de 1970, a expansão urbana, industrial e populacional de São José dos Campos era maior do que a média nacional. Com a chegada de tantos elementos favoráveis ao desenvolvimento econômico e social da cidade, era preciso elaborar soluções também para o meio físico. Era necessário que ocorresse a organização do espaço, para que este estivesse pronto a receber indústrias e pessoas. Associado a isto, e por meio da Lei 4320/64, da Lei Complementar nº 3/67 e do Ato Complementar nº43/69 foi determinado que todos os municípios deveriam elaborar seus planos diretores de desenvolvimento integrado sem os quais, nenhum recurso, seja federal ou estadual seria concedido criou-se em 1971 o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos. Dentre as estratégias deste plano diretor, uma delas era estimular a ocupação de vazios urbanos, desestimular a expansão horizontal e beneficiar a construção de edifícios residenciais, descentralizando a verticalização, que inicialmente era observada apenas na região central da cidade. Ainda

28 28 neste plano diretor, destaca-se a necessidade de consolidar São José dos Campos como pólo de desenvolvimento do Vale do Paraíba. Ele foi pensado e elaborado para a cidade receber o desenvolvimento econômico, a industrialização e a modernização, sendo a sua maior preocupação garantir as zonas destinadas às empresas. A Lei de Zoneamento de 1980 tinha um objetivo maior: tratava sobre serviços relacionados ao planejamento urbano e à arquitetura de prédios públicos e outras edificações. Restringia também a construção de edifícios em algumas áreas antes destinadas à ocupação horizontal. Isso ocorreu porque o processo de verticalização na cidade era muito intenso e as incorporadoras disputavam todo e qualquer espaço para novos empreendimentos. Em 1986, ocorreu uma mudança significativa nesta lei que contribuiu para que ocorresse com mais força fenômeno da verticalização no município. A Zona Urbana do município foi reduzida a fim de evitar construções irregulares em locais sem infraestrutura adequada para receber moradias ou outro tipo de uso do solo. Isso fez com que o espaço urbano se valorizasse ainda mais, fazendo-se necessário a construção de vários pavimentos num só terreno. Segundo Villaça (1998), O preço da terra urbana tem dois componentes: um é decorrente do seu próprio preço de produção, e o outro preço de seu monopólio. Esse último possui uma íntima relação com os produtos específicos resultantes da produção do espaço intra-urbano, em razão das suas localizações e acessibilidades, bem como dos artifícios produzidos pelas leis de zoneamento que podem incentivar, inibir ou proibir determinadas atividades ou formas construtivas. Já na Lei de Zoneamento de 1990, pouco consta sobre o tema deste trabalho, a verticalização. O principal tópico é o aumento do número de zonas de uso. Outro tópico importante era a medida de combate e prevenção a loteamentos clandestinos, que vinham se espalhando por vários pontos da cidade, em decorrência da especulação imobiliária. O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos lançado em 1995 tem como principal ponto a elaboração de um macrozoneamento para o município. Foram definidos um novo perímetro urbano, zona de expansão urbana e zona rural. De acordo com Alves, Fantin e Monteiro (2005), A Lei Complementar nº 165/97 dispõe sobre a ordenação do território mediante controle do parcelamento, do uso e da ocupação do solo no Município de São José dos Campos num momento em que a cidade passava por um rápido processo de expansão urbana e aumento populacional. Favoreceu a construção civil, principalmente no setor residencial. Daí o rápido processo de verticalização em alguns bairros da cidade. Esta lei subdividiu as macrozonas urbanas e de expansão urbana I e II, estabelecidas na Lei do Plano Diretor, estas zonas de uso foram agregadas à base de dados fornecendo os subsídios legais para a análise.

29 29 No Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de São José dos Campos, lançado em 2006, fica estabelecido diretrizes gerais para as políticas de desenvolvimento social e econômico, para o desenvolvimento urbano-ambiental e gestão democrática. Em relação à Outorga Onerosa do direito de construir, o município autoriza um empreendimento mediante projetos apresentados aos órgãos competentes da Prefeitura (EPIA, EIA, etc) para análise com o objetivo de aprovação. Após autorização, são geradas taxas que o beneficiário deve pagar à Prefeitura Municipal e ao término das obras, deve haver vistoria da Prefeitura a fim da obtenção da licença (Habite-se). A outorga onerosa dá ao construtor a possibilidade de edificar imóveis além dos limites previstos, a partir do pagamento das taxas preestabelecidas. Isto se deve ao fato de que, em São José dos Campos, por ser uma cidade em pleno desenvolvimento socioeconômico e com uma população crescente, necessita de cada vez mais espaços construídos com fins habitacionais. Entretanto, estas diretrizes garantem o controle sobre as edificações no município, a fim de evitar o crescimento urbano desordenado e sem planejamento. A utilização de um coeficiente de aproveitamento alto, em média 3, permitido na quase totalidade da Cidade, possibilita que o processo de verticalização adense locais inadequados sob a ótica da infra-estrutura urbana, propiciando a saturação do sistema viário, da ocupação de áreas ambientalmente frágeis, comprometendo a paisagem, o conforto ambiental urbano, e a descaracterização dos bairros residenciais (PDDI, 2006). No mês de agosto de 2010, foi lançada a Nova Lei de Zoneamento de São José dos Campos Lei Complementar 428/2010. Essa nova lei organiza melhor o espaço urbano. De 1997 em diante, São José dos Campos vem se tornando uma grande zona mista, ou seja, a maioria das áreas é comercial e residencial ao mesmo tempo. Esta Lei de Zoneamento é mais restritiva quanto à construção de edifícios, tanto residenciais como comerciais e prevê uma altura máxima de até 15 pavimentos em relação ao solo. A ideia é evitar a verticalização desenfreada, que sobrecarrega redes de água e esgoto e gera problemas no trânsito, e promover a construção de edifícios em bairros com poucos prédios ou em vazios urbanos. Na época da elaboração dessa lei, a Secretaria de Planejamento da Cidade de São José dos Campos elaborou um relatório técnico que apontou que ainda há espaço para a construção de prédios em todos os bairros da cidade. No entanto, a Prefeitura não quer comprometer a qualidade de vida da população. Na Lei Complementar, conta como um dos objetivos evitar na totalidade do município a verticalização desenfreada que sofreu o Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, na zona oeste, e os bairros Vila Ema, Vila Adyanna e Jardim Esplanada, todos no centro.

30 30 Nesses locais, o excesso de edifícios prejudicou a qualidade de vida, saturou o trânsito, criou ilhas de calor e interferiu na paisagem urbana. 8. Caracterização da área de estudo Este é um trabalho cujo tema nos remete às formas de produção do espaço. Estas, evidentemente levam determinado tempo para ocorrer. É preciso que haja fatores externos agindo sobre certa população ou grupo de indivíduos que ocupem o mesmo espaço para que eles tenham a iniciativa ou sintam a necessidade de transformá-lo. De acordo com Santos (1996, p. 48), O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoado por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes. Durante a década de 1990, o Brasil começava a se inserir no cenário econômico internacional como a promessa de um país emergente. A economia do país se fortalecia perante a outros países periféricos, iniciando o processo de inserção do Brasil no grupo dos países emergentes. De acordo com Farah e Anjos (2002), a estabilização dos preços, a modernização do parque produtivo, a efetivação do Plano Real etc fizeram com que, apesar de atrasado em relação às grandes potências, a economia brasileira se distanciou das demais economias periféricas sul-americanas, fazendo surgir novas possibilidades para o crescimento econômico brasileiro. Este significativo passo em direção ao desenvolvimento refletiu nos setores internos do país. Um deles, relacionado à infraestrutura, é a construção civil, que era vista pelos incorporadores principalmente como uma forma de acumulação de capital. Segundo Barbosa, Haga e Inouye (2002, p. 54): Essa cadeia produtiva está inserida no construbusiness brasileiro, que compreende o setor de construção, o de materiais de construção e o de serviços acoplados à construção. Ainda para estes mesmos autores, Esse setor é responsável por 15,6 % do PIB (Produto Interno Bruto) do país. O setor de construção civil, que engloba edificações e construção pesada, responde por cerca de 10,3% do PIB e, dentro desse, estima-se que a construção de edificações residenciais represente um montante entre 6% à 9% do PIB nacional. (p. 57) É evidente que a melhoria da infraestrutura abrangeu cidades médias, incluindo São José dos Campos, que já se destacava há tempos como a grande capital do Vale do Paraíba Paulista. Desde 1950, com a implantação da Via Dutra, o município passou a apresentar maior crescimento urbano e populacional, pois, entre outros fatores, passava a

31 31 estar mais integrado com Rio de Janeiro e São Paulo. Estas duas passavam por um processo de desconcentração das indústrias, que se deslocavam para cidades médias próximas e com localização estratégica. Soma-se a isto os investimentos federais na cidade, devido à presença de aparelhos institucionais e empresas como o ITA, INPE, CTA, REVAP Petrobras, Embraer etc e a cidade se tornara um grande pólo tecnológico e industrial, atraindo grande efetivo populacional, de cidades próximas como, Jacareí, Guararema, Jambeiro, Caçapava, São Francisco Xavier e também de outras regiões, como Sul de Minas, Serra da Mantiqueira paulista e Litoral Norte paulista. Com o rápido avanço no contingente populacional da cidade, foi preciso criar infraestrutura, e a nossa área de estudo serve para exemplificar este fato. Em 1997, foi aprovada a Lei de nº 165/97, e entre outras diretrizes, estabelece diversas zonas de uso e ocupação do solo. O Jardim Aquarius fica compreendido na ZM2 (Zona Mista 2) que, de acordo com Siqueira (2007, p. 86): Constitui-se de áreas dotadas de infraestrutura, com tendência à intensificação da urbanização na qual se permite maior adensamento, para melhor e maior otimização da infraestrutura existente e ocupação dos terrenos ociosos, admitindo-se o uso residencial, o uso compatível com o residencial (...) Nesta época, o Jardim Aquarius contava com grandes e inúmeros vazios urbanos, como será analisado detalhadamente ao longo de nosso trabalho. Portanto, o bairro, localizado próximo ao centro e à Via Dutra passou a sofrer grandes transformações em seu espaço. O bairro virou o principal alvo de empresas imobiliárias e construtoras e, ao lado dos condomínios de alto padrão que já existiam no bairro, que até então contava com menos infraestrutura, começaram a ser construídos dezenas de edifícios que, em sua grande maioria, contam com mais de dez pavimentos. Com a intensificação da circulação de pessoas, diversos estabelecimentos comerciais, condomínios empresariais e agências prestadoras de serviços viram no Jardim Aquarius um local interessante para instalar seus empreendimentos, pois a população residente no bairro, desde o fim dos anos de 1970 e 1980, possui maior poder aquisitivo do que a média nacional. Desta forma, a Prefeitura Municipal, assistindo ao rápido crescimento do bairro, passou, constantemente, a promover obras de melhoria da infraestrutura, criando pequenas praças, espaços arborizados, ampliando as vias de circulação, estimulando a instalação de empreendimentos, instituições educacionais e públicas. Nos anos de 1990, com a aprovação pela Prefeitura Municipal para a construção de dezenas de edifícios e a consequente chegada de um grande contingente populacional

32 32 ao bairro, a Prefeitura passou a investir ainda mais na infraestrutura deste bairro de ocupação recente. Vale ressaltar que em 1992, uma loja da rede de hipermercados Carrefour se instalou na Avenida Deputado Benedito Matarazzo, próximo à Dutra, sendo um atrativo a mais que o bairro passava a apresentar. No final desta década, além das reformas por que o bairro passou, no que diz respeito ao sistema de esgoto, água e energia elétrica, era preciso criar um espaço de vivência para as pessoas que chegavam para morar no local. Construiu-se então a Praça Ulysses Guimarães. Uma área com pista para cooper, coreto, concentração de área verde e quadras poliesportivas. Foi o suficiente para que os edifícios aos arredores, como o próprio bairro como um todo, passasse a ser ainda mais valorizado. De acordo com Villaça (2001), a implementação de aparelhos públicos em determinado local faz com que os compartimentos de terras aos seus arredores, mesmo que sejam de propriedade privada, adquiram um maior valor de uso e consequentemente sofram elevações em seus preços. Imagem 2: Praça Ulysses Guimarães, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Almeida Em meados do ano 2000, com a infraestrutura já completa, ótima acessibilidade ao centro e à Via Dutra (as vias de circulação do bairro já apresentavam sua atual configuração) e com um grande contingente populacional e consumidor, o Jardim Aquarius passa a atrair inúmeros estabelecimentos comerciais. Estes se apresentam como os mais variados tipos de serviços, desde alimentação, drogarias e lojas de roupas à prestação de serviços, como centros de estética, academias, agências de viagem, clínicas veterinárias e outras. Nesta mesma década, diversos centros empresariais também se instalaram no bairro. Os mais importantes são: Le Classique, localizado na Avenida Alfredo Ignácio Nogueira Penido e o Aquarius Center, na Avenida Cassiano Ricardo. Este, inaugurado em 2003, abriga a sede do Poder Judiciário de São José Dos Campos (Fórum Trabalhista e Fórum Estadual Criminal) e o escritório da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). É também neste mesmo período que o Jardim Aquarius passa

33 33 por uma intensificação em seu processo de verticalização, ocasionado pelo crescimento da cidade. (...) no período de 1995 a 2005, que a urbanização do Município, vem ocorrendo em linhas gerais, mediante um processo de consolidação da urbanização horizontal da Região Sul; consolidação do processo de verticalização do Parque Residencial Aquárius (...). (PDDI 2006, p.75). Imagem 3: Centro Empresarial Aquarius Center, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Ainda de acordo com este instrumento urbano, O Jd. Aquárius caracteriza-se por uma concentração de loteamentos residenciais unifamiliares fechados e de alto poder aquisitivo e um intenso processo de verticalização, apresenta também uma tendência de se tornar um novo centro de serviços no Município (...). (PDDI, 2006, p 80). 9. O processo de verticalização do Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius: resultados e discussões Neste tópico da pesquisa, serão expostos os resultados obtidos após meses de pesquisas sobre o tema, bem como informações obtidas em campo, através de entrevistas com moradores e comerciantes do bairro e materiais obtidos do Departamento de Planejamento e Urbanismo da Prefeitura Municipal de São José dos Campos. Segundo análise do perfil socioeconômico do bairro, pode-se dizer que o Jardim Aquarius é um bairro mais homogêneo que outros que se localizam no centro da cidade e na zona oeste. Isto é, a população que reside no local, em sua maioria, é formada pelas classes média-alta e alta. Comprova-se este fato através de entrevistas realizadas com vinte e seis moradores do bairro. Destes, vinte e quatro fazem parte da população economicamente ativa brasileira (PEA), e quinze afirmaram possuir renda mensal acima de onze salários mínimos (R$ 622,00), enquanto cinco indivíduos recebem de seis a dez

34 34 salários. No restante, dois indivíduos responderam que estão à procura de emprego, outros dois cursam o ensino superior e, finalmente, duas pessoas vivem de aposentadoria. Setor pequeno em termos populacionais, que apresentou crescimento acima da média da cidade. Quanto ao perfil etário, destaca-se por um maior percentual de população adulta. Apresenta a menor taxa de desemprego da cidade e o nível de escolaridade é bem acima da média. O setor de prestação de serviços absorve quase a metade dos ocupados, mas a parcela de empregados no setor público é superior ao padrão geral. Predomina a classe de consumo A. A média de automóveis por domicílio é alta e a acessibilidade ao transporte público é bem inferior ao padrão da cidade. A observação das variáveis relacionadas com a habitação aponta uma configuração bem mais vertical desse setor do que a média geral e um menor percentual de domicílios alugados. Cabe observar que este setor é composto por dois espaços de configurações diferentes, sendo um deles predominantemente vertical (o Aquárius), e o outro horizontal (a Urbanova). (PDDI, 2006). Em relação à análise e visita aos estabelecimentos comerciais do bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, procurou-se a obtenção de informações em cinco localidades distintas, como o ano de instalação da loja no bairro, a relação entre o rápido crescimento populacional e urbano do bairro e o sucesso do empreendimento e se o bairro apresenta algum problema que possa afetar o setor comercial. Primeiramente, visitou-se a Farmácia Droga Quinze, localizada na Avenida Alfredo Ignácio Nogueira Penido. Segundo EVANDRO, a drogaria se instalou em 2005 e a Rede Droga Quinze de farmácias é uma grande cadeia comercial que opera em diversas cidades entre o Vale do Paraíba Paulista e Litoral Norte Paulista e a razão da escolha do local é pelo fato de que as pessoas que residem no local possuem alto poder aquisitivo e plenas condições de gastar. Para ele, o maior problema do bairro é a falta de estacionamentos em horários mais movimentados. O segundo estabelecimento comercial analisado foi o Pet Hall Pet Shop e Clínica Veterinária, localizado na Avenida Cassiano Ricardo. De acordo com VINÍCIUS, a empresa se instalou no local no dia 03/01/2012 e afirma que o rápido crescimento do bairro faz com que haja mais clientes. Ainda segundo ele, os problemas que o bairro enfrenta com maior frequência é a falta de água (o bairro cresce, atraindo mais população e aumenta consideravelmente a demanda por água; no entanto, a empresa responsável pela distribuição da água, juntamente com o órgão público competente ao assunto, não tomam providências em relação à ampliação e melhoramento da infraestrutura), e a falta de estacionamentos. O terceiro estabelecimento comercial analisado foi o Centro de Estética e Cabeleireiros Original Hair, localizado na rua das Carpas. Segundo NATÁLIA, a empresa se instalou no local no ano de 2011 e o rápido crescimento do bairro impulsiona o sucesso do empreendimento de forma que o bairro e aquela região da cidade sejam atrativos às classes mais altas da sociedade, e as mulheres

35 35 inseridas nestas procuram com maior frequência este tipo de serviço. Para ela, o maior problema do bairro e que tende a piorar é o trânsito em horários de alto movimento, pois as ruas, relativamente estreitas, não estão mais comportando o alto número de veículos que circulam pelo local. O quarto estabelecimento analisado foi a Imobiliária Mundial Imóveis, localizada na Avenida Alfredo Ignácio Nogueira Penido. De acordo TEIXEIRA, o ano de instalação da empresa do bairro foi em 2003 e o rápido crescimento do bairro é importante para a prosperidade do empreendimento porque faz com que haja a construção de muitos imóveis, sendo que 90% daqueles registrados na imobiliária localizam-se no próprio Jardim Aquarius. Ainda segundo TEIXEIRA, o bairro não apresenta problemas que sejam um empecilho para a prosperidade da empresa. Finalmente, o último estabelecimento analisado foi o Divino s Bistrô e Café. De acordo com FERNANDO, a lanchonete se instalou em 2008 na Avenida Alfredo Ignácio Penido de Siqueira e com o aumento da população do bairro, a clientela também aumenta, e um grande número de pessoas passa a pé em frente ao local, entra e consome. Ainda para FERNANDO, o bairro apresenta falta de estacionamentos e vagas para automóveis, além do fato de que a constante inauguração de novos edifícios faz com que a companhia administradora de tráfego altere o sentido das ruas com maior frequência. Mesmo que o presente estudo tenha como tema apenas um bairro do município de São José dos Campos, é importante esclarecer aqui que o Jardim Aquarius se desenvolveu mais recentemente que outros bairros da região ou então ao seu entorno. Bairros estes que são compostos predominantemente por áreas residenciais, mas que também apresentam um considerável desenvolvimento comercial e de serviços. - Jardim das Indústrias: encontra-se localizado na região Oeste de São José dos Campos tratando-se, apesar do nome, de um bairro tipicamente residencial, com maior diversidade de casas que apartamentos, embora, atualmente, tenha sido escolhido por diversas construtoras para novos empreendimentos verticais. As casas em sua maioria estão situadas em ruas abertas, mas encontra-se no bairro residenciais nos moldes Village, que assumem a forma de condomínios fechados. O Jardim das Indústrias é tido como um bairro de padrão médio, sua localização é muito boa, possuindo acesso direto à Via Dutra, em ambos os sentidos (São Paulo e Rio de Janeiro, encontrando-se a poucos minutos de Jacareí). Os outros vizinhos do Jardim das Indústrias são os bairros Jardim Alvorada e Jardim Aquarius, ambos predominantemente residenciais muito procurados. O comércio é variado e atende às necessidades locais. O bairro possui boa infraestrutura, contando com padarias, farmácias, mercados, açougues, pet shops, escola pública, lanchonetes,

36 36 academias, consultórios odontológicos, lojas de automóveis, salões de festas, etc. O Jardim das indústrias conta também com praças e mini campo de futebol, além de possuir bom calçamento e ruas bem iluminadas. As principais avenidas que passam pelo Jardim das Indústrias são as avenidas Cassiano Ricardo e Dr. João Batista Soares de Queiroz Júnior. Imagem 4: Jardim das Indústrias. Fonte: Imóveis SJC - Jardim das Colinas: este bairro se localiza na transição da região Oeste para a Região Central de São José dos Campos, e é o encontro de importantes vias como: Avenida Cassiano Ricardo, Avenida São João e Anel Viário. O bairro começou a se desenvolver, inicialmente, a partir de condomínios residenciais fechados horizontais de alto padrão. A função do bairro é predominantemente residencial e sua ocupação é recente. Começou a passar por uma forte urbanização e verticalização a partir de 1997, quando ocorreu a inauguração do Shopping Colinas. Isso se iniciou às margens da atual Avenida Eduardo Cury, onde se encontram dois dos principais colégios particulares de São José dos Campos, além de uma concessionária de automóveis e restaurantes.

37 37 ao fundo, Jardim Aquarius. Fonte: Imóveis SJC. Imagem 5: Jardim Colinas e, - Jardim Esplanada: é um bairro tradicional de São José dos Campos, situado na região central da cidade, muito bem localizado, considerado de alto padrão. Trata-se de um bairro predominantemente residencial, constituído em sua maior parte por casas em ruas abertas, mas que apresenta também edifícios residenciais e comerciais. O bairro abriga ainda um condomínio fechado de casas. Sua atividade comercial é mediana, possuindo padarias, farmácias, um centro comercial (Shopping Esplanada), restaurantes, escolas, pizzarias e, principalmente, a ETEP (Escola Técnica Professor Everardo Passos). Esplanada. Fonte: Imóveis SJC. Imagem 6: Jardim

38 38 - Urbanova: está situado na Região Oeste de São José dos Campos, de surgimento relativamente novo e encontra-se em pleno desenvolvimento, sendo um dos bairros com maior perspectiva de crescimento, razão pela qual, além dos empreendimentos atuais, deverá ser contemplado com diversos outros projetos. O Urbanova atualmente é considerado um bairro afastado da cidade, de padrão médio/alto, possuindo acesso pela Av. Lineu de Moura, sendo dividido em Urbanova I, Urbanova II, Urbanova III, Urbanova IV, Urbanova IV A, Urbanova V, Urbanova VI e Urbanova VII. É um bairro tipicamente residencial, cujas casas encontram-se todas no interior de seus diversos condomínios fechados, havendo, também, alguns prédios residenciais. O comércio atende apenas às necessidades locais, podendo-se encontrar academias, padaria, pet shops, posto de gasolina, casa de materiais para construção, mercadinho, farmácia e outros. O Urbanova já se tornou um bairro valorizado de São José dos Campos, mas que deverá valorizar ainda muito mais nos próximos anos, seguindo o crescimento que ainda está por vir. A principal instituição que se pode encontrar no local é a UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba Campus Urbanova). Imagem 7: Urbanova. Presença de condomínios e vazios urbanos. Fonte: Imóveis SJC. Um elemento fundamental para o encarecimento dos imóveis no Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius é a adensamento. Esse fenômeno ocorreu de acordo com a chegada de um importante estabelecimento, comercial ou institucional, acarretando a chegada de diversas outras partições comerciais, prestadoras de serviços e institucionais.

39 39 Atualmente, o bairro conta com diversos centros empresariais, restaurantes, pizzarias, hotéis, hipermercado, estabelecimentos comerciais, lojas de automóveis, postos de gasolina e bares. A aglomeração de diversos estabelecimentos em um determinado local faz com que o preço da terra aumente, pois a acessibilidade aos locais importantes no dia a dia aumenta. Percebe-se, através de análises empíricas que, inicialmente, o bairro começou a crescer com condomínios fechados de alto padrão. Estes, ainda ocupam grande parte da área do bairro. O primeiro deles a se instalar no local foi o Residencial Aquarius I, no começo dos anos de Desde então, nasceram outros condomínios horizontais, como Aquarius II, III, IV e V, além do Residencial Bosque Imperial, que fica nos limites entre o Jardim Aquarius e o Jardim Colinas, do Residencial Sunset Park, localizado na margem direita da Avenida Cassiano Ricardo e de outros três pequenos condomínios nos moldes de vilas, popularmente conhecidos como village. Com a chegada das altas camadas da população ao local, que já contava com certa infraestrutura e boa acessibilidade, as terras daquele bairro começaram a valorizar e a partir da segunda metade da década de 1990, é que começa a ocorrer, simultaneamente, a construção de dezenas de edifícios no local, já que na década de 1980 a maioria das construções de edifícios com mais de três pavimentos localizavam-se no centro e nos bairros Vila Ady-ana e Vila Industrial. Assim, comprova-se o pensamento de Villaça (2001), que afirma que o espaço urbano se configura a partir da localização que as camadas mais altas escolhem para morar ou ocupar. Estas, dotadas de influência e poder político, são um dos principais elementos da configuração do espaço urbano. Villaça (2001) relaciona as vias de locomoção com a localização, o valor e o preço das terras urbanas. Comprova-se esta relação através da análise do Bairro Jardim Aquarius, que apresenta imóveis e lotes com preços elevados e localização privilegiada.

40 40 8: as principais vias de circulação do Jardim Aquarius. Fonte: Siqueira (2007). Imagem Está às margens do Anel Viário (Complexo Viário Sérgio Sobral de Oliveira), uma das mais importantes vias de São José dos Campos (integra diversas zonas do município com a região central). De acordo com Andrade (2011, p. 39): É um corredor viário que conecta diversos pontos da cidade, surgiu do forte crescimento industrial, populacional e urbano da cidade de São José dos Campos, acrescentando a falta do planejamento urbano, a existência de barreiras naturais (Região Norte com alto relevo, Banhado, Rio Paraíba, córregos, etc.); e as ocupações inevitáveis de institutos, indústrias e empresas estatais, que se assentaram em áreas com boas topografias que poderiam propiciar um traçado viário mais adequado. Ainda de acordo com este mesmo autor, o Anel Viário corta a cidade do centro ao sul, permitindo o acesso a vários bairros e facilitando a conexão entre eles. Engloba os bairros Anhembi, Parque Industrial e Jardim Aquárius. Importante ser relatado que passa também pela principal rodovia do país: a Via Dutra.

41 41 Viário de São José dos Campos. Fonte: Andrade (2011). Imagem 9: Anel José dos Campos. Fonte: Andrade (2011). Imagem 10: Anel Viário de São É cortado pela Avenida Cassiano Ricardo, importante via que dá acesso ao Anel Viário, Jardim Colinas, Jardim das Indústrias e Jardim Aquarius em sua totalidade e é margeado pela Rodovia Presidente Dutra. A este fato, daremos maior atenção, pois esta é o mais importante eixo de desenvolvimento do Brasil, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo, as cidades mais importantes do país. Ainda de acordo com Villaça (2000), o

42 42 primeiro efeito que uma via regional de transporte provoca nos terrenos às suas margens é a melhoria de sua acessibilidade e, consequentemente, sua valorização. Quando falamos em localização, é impossível não associarmos a outros elementos fundamentais e determinantes no preço da terra urbana e consequentemente geradores da verticalização: distância e tempo, elementos interligados. O alto preço da terra no Jardim Aquarius, causador da verticalização, está relacionado também com a facilidade e comodidade para se locomover a outros lugares. Assim, Lefebvre (1969) é citado por Oliveira (2007), e acredita que o adquirente de um imóvel compra não só um espaço, mas paga também por um valor de uso. Ele não compra apenas sua habitação, mas é detentor também de uma distância que interliga sua casa aos mais diversos lugares sociais e o tempo gasto para se locomover é determinante na vida de qualquer indivíduo. Aquarius, SJC/SP Fonte: Adriano M. Almeida Imagem 11: residencial em moldes de village, Jd. Imagem 12: Residencial Aquarius V, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M. Almeida Um fator crucial para explicar de forma clara os altos preços dos imóveis no Jardim Aquarius, além de todos os outros citados na metodologia, e não menos importante que aqueles é a presença de inúmeros vazios urbanos e grandes terrenos desocupados no bairro, esperando que sejam loteados para serem transformados em grandes edifícios.

43 43 Eles impedem a entrada de novos empreendimentos, gerando grande especulação imobiliária, beneficiando proprietários de terras e empreendedores. Assim, conforme Freitas (2004), a existência de áreas ociosas dentro do perímetro urbano diminui a oferta de terras urbanizáveis, elevando o seu valor, empurrando os mais pobres para áreas periféricas e reforçando a segregação sócio-espacial. Entre eles, destaca-se, às margens da Avenida Cassiano Ricardo, principal avenida do bairro, um imenso vazio urbano (imagem), que se estende no Jardim Aquarius e é limitado pelos bairros Jardim Alvorada, Jardim Colinas e pelo Residencial Sunset Park. Um terreno com dimensões não condizentes com a configuração urbana brasileira atual e um valor de R$ 300 milhões (ACONVAP Associação das Construtoras do Vale do Paraíba). Segundo Freitas (2004), esta gleba corresponde ao remanescente de uma área de 1,5 milhão de metros quadrados que na década de 1980 foi vendida pela indústria automobilística Ford S/A a três grandes empresas imobiliárias: Serramar Indústria Imobiliária e Construtora Ltda, Castor Engenharia e Comercial Ltda e CL Administradora e Comercial Ltda. O terreno foi adquirido pela montadora em O problema é que ele fazia parte da área de uma antiga estrada que ligava São José dos Campos a Jacareí. O acesso ficou interditado durante duas décadas, e o impasse se arrastou durante anos entre as administrações municipais das duas cidades. Até que, em 1978, a prefeitura joseense desapropriou parte da área e criou o principal acesso ao centro: a Avenida Cassiano Ricardo, impulsionando o crescimento da região oeste. Foi a partir desta época que os condomínios horizontais de alto padrão começam a se instalar no Jardim Aquarius. Imagem 13: vazio urbano em SJC/SP. Fonte: Google Earth. Em relação às áreas mais verticalizadas do Bairro Parque Residencial Jardim Aquarius, pode-se dizer que são ruas ocupadas por edifícios predominantemente residenciais. As vias que concentram o maior número de edifícios são paralelas à Avenida Cassiano Ricardo, transversais à Avenida Alfredo Ignácio Nogueira Penido, grande e

44 44 importante avenida que liga a Cassiano Ricardo à Avenida Deputado Benedito Matarazzo, limitando o bairro ao sul, margeando a Rodovia Presidente Dutra. São elas: Rua das Baleias, Rua das Pescadas, Rua das Taínhas e Rua das Sardinhas, Rua Heitor Vieira Junior, Rua Aruanã e Rua Doutor Jorge de Oliveira Coutinho. Estas apresentam grande número de edifícios concentrados num espaço menor, empreendimentos que estão saindo da estaca zero e outros que estão em fase final. A Avenida Alfredo Ignácio Nogueira Penido apresenta diversos edifícios, residenciais e comerciais, mas pode-se observar que estes são mais esparsos, devido à extensão da via e à mescla com estabelecimentos comerciais e praças públicas. Fonte: Adriano M. Almeida Imagem 14: Rua das Baleias, Jd. Aquarius, SJC/SP Imagem 15: Rua das Pescadas, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M. Almeida

45 45 Imagem 16: Rua das Tainhas, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M Almeida Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M Almeida Imagem 17: a verticalização na Rua das Sardinhas, Oliveira Coutinho, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M Almeida Imagem 18: a verticalização na Rua Doutor Jorge de

46 46 Fonte: Adriano M Almeida Imagem 19: Rua dos Aruanã, Jd. Aquarius, SJC/SP. Imagem 20: A verticalização na Avenida Alfredo Ignácio Penido Nogueira, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M Almeida Já em relação aos edifícios em construção, pode-se dizer que em praticamente todas as ruas do Jardim Aquarius existe pelo menos um empreendimento em fase de realização, seja em estágio inicial ou praticamente pronto para ser entregue às vendas. Dentre outros fatores, pode-se relacionar aqui, o atual momento econômico por que passa o Brasil, onde um dos principais setores geradores de lucro é a construção civil. De acordo com Barbosa, Haga e Inouye (2002), a atividade relacionada à produção habitacional assume magnitudes diferenciadas em cada país, em função do seu estágio de desenvolvimento. Porém, estima-se que sua participação seja também majoritária dentro do valor agregado ou renda gerada pela construção civil. Ainda de acordo com estes mesmo autores: Várias outras características do setor acentuam a importância da cadeia produtiva da construção civil, como sua capacidade de geração de impostos dentro do processo produtivo. O setor de construção é aquele que gera mais impostos indiretos líquidos e tem um papel importante sobre os impostos pagos por outros setores de atividade. (p. 102) A partir deste parâmetro, podemos citar a Rua dos Piquirões, com projeto inicial da Construtora Córdoba para a construção de duas torres residenciais; Rua das Baleias,

47 47 com o projeto da Incorporadora M. Vituzzo para a construção de um edifício de vinte pavimentos, Rua das Pescadas, que possui um empreendimento em fase final de catorze pavimentos, destinado ao uso comercial; Rua das Taínhas, apresentando um edifício comercial de seis pavimentos e um residencial de vinte pavimentos em fase intermediária cuja responsabilidade pelas obras é da Cisa Construtora e Incorporadora Ltda; Rua Doutor Jorge de Oliveira Coutinho, apresentando um edifício residencial de vinte e seis andares em fase final de acabamento; Avenida Tubarão, onde a Construtora HS Tresoldi é responsável por dois empreendimentos: um edifício de vinte andares em fase intermediária e outro que está em fase de implementação das estacas de sustentação, além de um terceiro, apresentando dez pavimentos, para fins comerciais; Rua Ruivo, cuja Cisa Construtora e Incorporadora Ltda possui outro empreendimento de catorze pavimentos em estágio inicial das obras; Rua das Piabas com um empreendimento da Construtora Terra Simão de catorze pavimentos; Avenida Salmão, possuindo um empreendimento de dezessete andares em fase intermediária de produção; Rua das Arraias, que apresenta um edifício em fase intermediária sendo produzido pela Construtora MRV e também um terreno em fase de implementação de estacas. As ruas dos Dourados, das Arraias e Heitor Vieira Junior apresentam um empreendimento em fase de implementação de estacas cada uma. Finalmente, as ruas que merecem destaque são: Benedita Simões de Almeida e Benedito Osvaldo Lecques. Estas são as vias que apresentam a maior porcentagem de edifícios em construção, seja em fase inicial ou final, de todo Jardim Aquarius. Na primeira, todos os cinco edifícios da pequena rua estão em construção, além de mais dois que estão em fase de implementação de estacas. Significa que 100% dos edifícios desta rua estão sendo construídos e a construtora responsável por todas as obras é a Gafisa, sendo que quase todos estão em fase final de acabamento. Já na Rua Benedito Osvaldo Lecques a situação é diferente: encontra-se no local dez edifícios, sendo que um deles está em fase inicial de produção e tem como responsável a Construtora Cordoba; outros quatro, fazendo parte do mesmo condomínio, possuem vinte pavimentos cada, estão em fase final de acabamento e são empreendimentos da Construtora Gafisa. Sendo assim, 50% dos edifícios existentes naquela rua estão em fase de obras.

48 48 Imagem 21: condomínio de edifícios em fase final de acabamento na Rua das Baleias, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano M Almeida Imagem22: edifício residencial em obras, na Rua das Pescadas, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida

49 49 Imagem 23: edifício residencial em fase final de obras na Rua das Tainhas, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 24: edifício residencial em fase final de obras na Dr. Jorge de Oliveira Coutinho, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida

50 50 Imagem 25: edifício residencial em fase de obras na Avenida Tubarão, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 26: edifício residencial Prime House Aquarius, em fase inicial de obras na Rua Ruivo, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida

51 51 Imagem 27: edifício residencial em fase final de obras na Rua das Piabas, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 28: edifício residencial em fase de obras na Avenida Salmão, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida

52 52 Imagem 29: edifício residencial em fase de construção na Rua das Arraias, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 30: edifício residencial em fase final de implementação de estacas na Rua Heitor Vieira Junior, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida

53 53 Imagem 31: edifícios residenciais em fase final de obras na Rua Benedita Simões de Almeida, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 32: edifícios residenciais em obras na Rua Benedita Simões de Almeida, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 33: edifício residencial em fase inicial de obras na Rua Benedito Osvaldo Lecques, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida

54 54 Imagem 34: edifícios residenciais em fase de obras na Rua Benedito Osvaldo Lecques, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Imagem 35: edifício residencial em fase de obras na Rua Benedito Osvaldo Lecques, Jd. Aquarius, SJC/SP. Fonte: Adriano Machado de Almeida Para a realização da análise da faixa de preços dos apartamentos do Jardim Aquarius, foi necessária a visita a três imobiliárias localizadas no próprio bairro, sendo que em todas elas a grande maioria dos imóveis disponíveis para compra e venda localizase no local. Nesta pesquisa, procurou-se englobar todos os tipos de imóveis residenciais em edifícios, desde coberturas com terraços, até apartamentos localizados nos primeiros pavimentos, que custam menos do que aqueles que se localizam próximo ao último andar

55 55 de um edifício. Utilizou-se também como critério de análise o número de dormitórios dos imóveis, sendo que daqueles que foram pesquisados e que estão disponíveis para venda ou locação possuem de um a quatro dormitórios, com ou sem suítes. Finalmente, o último critério de análise foi a extensão em metros quadrados dos imóveis. O resultado, em ordem decrescente de preço, para apartamentos a venda, é o seguinte: Valorização Imobiliária desde 2008 Preço (R$) Área (m²) Dormitórios Suítes (%)* % ,40% % % s/ dados % % s/ dados % % % % ,30% s/ dados ,80% % % s/ dados s/ dados % Tabela 2: o preço e o índice de valorização dos apartamentos residenciais do Jardim Aquarius. Fonte: Adriano Machado de Almeida *Alguns imóveis não apresentam dados de valorização devido ao fato de que, no ano de 2008, estes ainda não estavam vinculados às suas respectivas imobiliárias responsáveis por vendas ou locações. Já os apartamentos residenciais com a finalidade de locação, o resultado a seguir:

56 56 Valor do Aluguel (R$) Área (m²) Dormitórios Suítes Duplex Não Sim Não Sim Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Tabela 3: o valor do aluguel mensal de apartamentos residenciais do Jardim Aquarius. Fonte: Adriano Machado de Almeida Conclusão De acordo com as pesquisas realizadas durante o desenvolvimento deste artigo, foi possível concluir que o processo de verticalização é uma das diversas formas de se produzir o espaço urbano sob um âmbito capitalista, que visa valorização e maximização do uso do espaço. Mais profundamente, podemos afirmar que a verticalização está diretamente ligada ao crescimento econômico e à valorização do espaço. Para comprovar esta afirmação, citemos como exemplo Tóquio, a capital do Japão: uma cidade densamente povoada e altamente verticalizada, onde o metro quadrado urbano é um dos mais caros e disputados do mundo, justamente pelo excesso de pessoas e pela falta de

57 57 espaço. Por trás disso, está a terceira maior economia do mundo, com uma produção industrial altamente dinâmica, um setor de serviços forte e consolidado e um dos melhores índices de desenvolvimento humano do mundo. Mas, de qualquer forma, não podemos fazer comparações exatas entre Tóquio e São José dos Campos. Esta primeira cidade foi citada apenas pelo fato de reunir diversos fatores causadores da verticalização, mais até do que o município de São José dos Campos, e ser uma das que apresentou até aqui um dos maiores crescimentos verticais do planeta. Poderíamos citar também Nova York, nos Estados Unidos, Hong Kong, na China e até mesmo São Paulo, no Brasil. Pode-se dizer que o processo de verticalização resulta de fatores como a especulação imobiliária, a disponibilidade de terras, a proximidade com grandes centros de decisões entre outros fatores. Através de análises empíricas, tomemos como exemplo a cidade de Três Lagoas, a 337 km de distância de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. É uma cidade considerada média, com mais de 100 mil habitantes, segundo o censo do IBGE de Possui uma área de km², enormes vazios urbanos em pleno centro da cidade e são raras as edificações com mais de três pavimentos. Em contrapartida, podese analisar a própria cidade de São José dos Campos, com área de 1100 km², às margens da Via Dutra, a 100 km de São Paulo, cidade mais importante do Brasil. Naquele município, o preço da terra urbana é um dos mais altos do estado de São Paulo e, consequentemente, o índice de verticalização da cidade também é um dos mais altos do estado. Ou seja, em São José dos Campos, que também é uma cidade considerada média, encontra-se muito mais atrativos do que Três Lagoas que é nove vezes maior em área, fazendo com que a terra seja muito mais disputada, gerando maior valor agregado, o que reflete diretamente no preço dos lotes. Como já foi dito anteriormente, o processo de verticalização é resultado da alta dos preços das terras urbanas. Ao passo que um terreno se valoriza, é mais viável, pelo menos do ponto de vista econômico, que o proprietário busque obter o lucro máximo de sua propriedade, utilizando o maior coeficiente de aproveitamento possível, ou seja, construindo edifícios. Dentre os fatores que contribuíram para o alto e rápido índice de verticalização do Jardim Aquarius, pode-se citar, principalmente: a proximidade com a região central da cidade, que se deu principalmente após a conclusão das obras no Anel Viário de São José dos Campos, tornando praticamente todas as regiões da cidade integradas por uma grande via; a proximidade e o fácil acesso à Via Dutra; a implantação do Shopping Colinas no Jardim das Colinas, ao lado do Jardim Aquarius, impulsionou a chegada de novos empreendimentos, valorizou os terrenos aos arredores e tornou a área

58 58 mais verticalizada; a presença de inúmeros vazios urbanos, que fazem com que a especulação imobiliária seja maior, ocasionando um aumento no preço das terras, sendo necessário o aproveitamento máximo do espaço; a presença de inúmeros estabelecimentos comerciais, hipermercados, centros empresariais, restaurantes, escolas e universidades, que são aparelhos utilizados com maior frequência no cotidiano de praticamente qualquer indivíduo de classes média, média-alta e alta, fazendo com que os terrenos aos seus arredores adquiram maior valor de uso; é um dos poucos bairros de São José dos Campos bem localizados e que ainda possui espaços para novos empreendimentos. Nesta parte do trabalho é plausível ressaltar que a forma como o Bairro Jardim Aquarius se desenvolveu está de acordo com as teorias do autor Flávio Villaça sobre o rápido desenvolvimento e conseqüente valorização de áreas adjacentes às importantes vias de locomoção. Pode-se fazer esta afirmação através de análises empíricas realizadas durante o trabalho de campo. Inicialmente, a urbanização do bairro se deu a partir da Avenida Cassiano Ricardo, importante via de ligação entre a Avenida Deputado Benedito Matarazzo (avenida que margeia a Via Dutra), Anel Viário e Avenida São João. No local, foram construídos edifícios residenciais, além de estabelecimentos comerciais. Secundariamente, as Avenidas Salmão e Doutor Alfredo Ignácio Penido Nogueira, perpendiculares à Avenida Cassiano Ricardo e que atravessam o bairro, dando acesso à Avenida Coordenador Vicente Paulo Penido (dá acesso direto à Avenida Deputado Benedito Matarazzo), passaram a receber empreendimentos imobiliários (principalmente edifícios comerciais e residenciais) e se desenvolveram. Num terceiro momento, as ruas adjacentes às Avenidas Doutor Alfredo Ignácio Penido Nogueira e Tubarão, passaram por rápida transformação, e num período de aproximadamente dez anos, passaram a contar com dezenas de edifícios residenciais.

59 59 Imagem 36: Fonte: Outra conclusão que se pode tirar em relação ao Jardim Aquarius é que a verticalização saturada causa grande aglomeração de indivíduos, gerando diversos problemas de trânsito como lentidão no tráfego, saturação das ruas que não foram planejadas para uma alta demanda de veículos, falta de estacionamento, freqüentes mudanças na organização do trânsito do bairro etc, problemas de abastecimento, pois, de acordo com entrevistas realizadas com moradores e trabalhadores do bairro, são comuns os dias que faltam água no local. Pode-se citar também outros problemas do bairro, como a formação de ilhas de calor devido à alta impermeabilização do solo e o grande número de edifícios, que fazem com que os ventos no local diminuam, fazendo com que as temperaturas registradas aumentem, alterando o microclima da região. Vale ressaltar que, em pesquisa realizada em setembro de 2012, registrou-se que o Jardim Aquarius possuía, na época, 101 edifícios, além de outros 21 em fase de construção em aproximadamente 2 km². Outro fator que pode ser identificado como conclusivo desta pesquisa, é que o Jardim Aquarius, além de ser o bairro que mais cresce em São José dos Campos, é um dos que possuem maior potencial de crescimento também, pois por ser um bairro que abriga uma população de alto poder aquisitivo, é alvo de grandes construtoras e incorporadoras. Além do mais, apresenta grandes e diversos vazios urbanos. Dentre eles, pode-se ressaltar aquele localizado às margens da Avenida Cassiano Ricardo, pertencentes a três grandes empresas. Este local possui espaço o suficiente para a

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